Revisão de literatura sobre métodos de cálculo da

Propaganda
Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178
Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420
24 e 25 de setembro de 2013
Revisão de literatura sobre métodos de cálculo da aderência
entre concreto e aço
Lia Lorena Pimentel
Gabriela Vieira Cavalcanti Carvalho
Professora Doutora, Fac. Engenharia Civil –PUCCampinas CEATEC
[email protected]
Engenharia Civil
CEATEC
[email protected]
Resumo: O conhecimento do comportamento da
aderência entre a barra da armadura e o concreto
circunvizinho a ela é fundamental para o
dimensionamento de estruturas de concreto armado
(CA), visto que através desse estudo avalia-se a
capacidade de carga dessas estruturas e essa é a
condição básica para o controle da fissuração e da
definição das regras de projeto de ancoragens e das
emendas por traspasse nas estruturas de concreto.
Contudo há diversos fatores que influenciam o seu
comportamento, como o cobrimento e espaçamento
da armadura, tensão de escoamento do aço,
característica do concreto, diâmetro da armadura, tipo
e geometria da nervura, posição da barra durante a
concretagem, entre outros. Torna-se de fundamental
importância o entendimento dos conceitos teóricos
que envolvem a determinação dessa grandeza, pois
ela irá permitir a transferência de esforços e a
compatibilidade das deformações entre os dois
materiais. Neste trabalho foram estudados os
métodos de ensaio de arrancamento direto (POT)
segundo a RILEM CR6 e o APULOT, para a medição
da tensão de aderência, e também o método de
cálculo teórico da tensão de aderência. Os resultados
de tensão de aderência obtidos pelo ensaio APULOT
e POT são comparados com a tensão calculada
conforme a especificação da NBR 6118:2007 para
analisar a viabilidade do uso do método APULOT que
tem como objetivo o controle de qualidade de
concreto armado no próprio canteiro. Contudo a
análise dos resultados deve considerar que existe
uma diferença significativa entre o volume de
confinamento da barra de aço entre os ensaios, já que
o volume de concreto utilizado no ensaio POT é
aproximadamente 4,5 vezes maior que no ensaio
APULOT. Tanto que o ensaio de arrancamento direto
(POT) apresentou resistência de aderência em 28
dias superior à calculada pela norma, mas o mesmo
não foi observado para o método APULOT.
Palavras-chave: aderência, aço, concreto.
Área do Conhecimento:
Construção civil - FAPIC.
Engenharia
Civil
–
1. INTRODUÇÃO
1.1. A importância da aderência aço-concreto
Segundo CLIMACO (2005) apud SILVA [1], a
associação aço-concreto tem como objetivo superar a
deficiência das estruturas de concreto simples nas
regiões de tração, já que ele é um material frágil, ou
seja, ele não se deforma antes de se romper,
enquanto o aço é um material dúctil (possui um
escoamento antes de sofrer a ruptura). Mas também
com um concreto de boa qualidade e com espessura
adequada da camada de cobrimento essa associação
fornece um meio alcalino que protege o aço da
corrosão, garantindo a durabilidade da estrutura.
Então, no concreto armado, esses dois materiais
passam a constituir um sólido único, do ponto de vista
mecânico, quando submetido às ações externas. E
isso só é possível graças à aderência, que permite a
transferência dos esforços e a compatibilidade das
deformações.
Dessa forma, a aderência impede o deslocamento
relativo entre o aço e o concreto, por isso alguns
autores ([2] e [1]) a descrevem como a relação da
tensão de cisalhamento entre a superfície de uma
barra de aço e o concreto que a envolve e o
deslizamento relativo entre eles.
E através do conhecimento do comportamento da
aderência, pode-se avaliar a capacidade de carga das
estruturas de concreto armado, sendo a condição
básica para o controle da fissuração e das emendas
por traspasse [1], [2] e [3].
1.2. Mecanismos de aderência
Para o estudo da aderência há uma divisão
esquemática em três parcelas: a aderência por
adesão, por atrito e a mecânica, segundo Fernandes
[3], contudo, essa separação é meramente didática,
pois não é possível determinar cada uma delas
separadamente, são elas:
 Aderência por adesão: ocorre em função das
ligações físico-químicas entre aço e concreto durante
a reação de pega do cimento. Ela depende da
limpeza da superfície e da rugosidade das barras, o
que não é suficiente para uma boa aderência, pois é
Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178
Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420
24 e 25 de setembro de 2013
destruída no caso de pequenos deslocamentos da
barra.
 Aderência por atrito: surge quando um material
tende a se deslocar em relação ao outro, existindo
pressões transversais às armaduras. Esse tipo
depende do coeficiente de atrito entre o aço e o
concreto.
 Aderência mecânica: ela está associada a forças
de compressão que surgem perpendiculares as
nervuras quando a barra é tracionada.
Entretanto há vários fatores que podem modificar o
comportamento da aderência, alguns são: cobrimento
e espaçamento da armadura, tensão de escoamento
do aço, característica do concreto, diâmetro da
armadura, comprimento de ancoragem, tipo e
geometria da nervura, posição da barra durante a
concretagem, entre outros.
A ruptura da aderência pode ser de dois tipos
principalmente, por arrancamento direto da barra ou
por fendilhamento do concreto. A primeira ocorre
quando a espessura da camada de cobrimento é
suficiente para resistir às tensões radiais, ou então
quando a armadura transversal consegue impedir ou
retardar a propagação das fissuras de fendilhamento,
permitindo assim o deslizamento da barra (ruptura
dúctil). Já a segunda forma de ruptura se deve ao fato
das tensões superarem a capacidade resistente da
peça o que ocasiona fissurações transversais e
longitudinais e, dessa forma, há o rompimento do
concreto adjacente à barra. Mas também, caso a
tensão na barra de aço atingir a sua tensão de
escoamento antes que ocorra alguma das formas
descritas, há a ruptura do aço.
Segundo Ducatti [2], para explicar os diversos
estágios do desenvolvimento de tensões de acordo
com os deslocamentos, o pesquisador Tassios (1979)
propôs um modelo para o comportamento da
aderência que é mostrado na Figura 1.
1.3. Desenvolvimento do Trabalho
A primeira etapa deste trabalho consistiu em uma
revisão bibliográfica sobre os mecanismos de
aderência os fatores que a influenciam, na sequência,
foi realizado um estudo sobre os métodos de ensaio
para a obtenção da tensão de aderência, com
enfoque no pull-out test e APULOT, por fim os dados
de tensão de aderência obtidos por Silva [1] em
ensaios pull-out test e APULOT, foi comparado com a
tensão de aderência calculada segundo a NBR
6118:2007 [4], para os resultados obtidos pelo
pesquisador, para o mesmo concreto usado na
preparação dos corpos de prova dos ensaios práticos.
Figura 1. Curva Tensão de aderênciaXDeslizamento
(TASSIOS, 1979 apud FERNANDES,[3])
2. ENSAIOS PARA A DETERMINAÇÃO DA
TENSÃO DE ADERÊNCIA
Segundo Tavares, [5] existem vários ensaios que
determinam os valores da tensão de aderência entre
a armadura de aço e o concreto, por exemplo:
 Ensaio de Arrancamento Direto: “pull-out test (POT)”
- RILEM RC6 [6] e ASTM C-234 [7];
 Ensaio de Arrancamento excêntrico: “cantil ever
Bond test - ASTM D 3433 [8]
 Ensaios de Flexão – “beam end test ”ASTM A 944
[9];
 Ensaio APULOT conforme LORRAIN e BARBOSA,
[10].
2.1. Ensaio PULL-OUT TEST (RILEM/CEB RC6)
Segundo a norma, o corpo de prova cúbico deve ter
aresta de 10ø (sendo ø o diâmetro da barra) com uma
aresta mínima de 20 cm, o comprimento de
ancoragem deverá medir 5ø, de modo que a outra
parte do corpo de prova não deve estar aderida, para
diminuir a influência do confinamento causado pela
placa de apoio no bloco, como mostra a Figura 2. O
carregamento será aplicado na extremidade mais
longa da barra e na outra será medido o
deslocamento.
É determinada a composição do concreto, para 1m3
serão necessários 1300 kg de cascalho natural, 600kg
de areia natural, 250kg de cimento e 165kg de água,
mas caso for preciso, poderá adicionar água para que
o concreto atinja um slump de 5±1cm. Os
componentes devem ser misturados mecanicamente
e de preferência em um misturador de eixo vertical,
por 3 minutos para os constituintes secos e mais 3
minutos depois que a água for adicionada. Para a
colocação do concreto fresco no molde a barra deve
ser mantida no seu eixo horizontal.
Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178
Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420
24 e 25 de setembro de 2013
𝐹
𝜏𝑢 = 𝜋∗∅∗𝐿
𝐹𝑦 =
4∗𝐹
𝜋∗∅2
𝐹 ∗∅
𝑦
𝐿 = 4∗𝜏
Figura 2. CP do ensaio PULL-OUT [1]
O corpo de prova deverá ser colocado verticalmente
na chapa de apoio (com cavidade central de 2ø). Na
extremidade inferior será aplicada uma carga
progressiva e constante até que haja a ruptura da
ligação ou a divisão do bloco.
Os resultados das forças de tensão encontradas nos
testes serão transformados pela fórmula de tensão de
aderência e convertidas linearmente para o valor
médio do intervalo de resistência à compressão do
concreto (fcm):
𝜏𝑑𝑚 =
𝐹
5𝜋ø2
×
𝑓𝑐𝑚
𝑓𝑐
𝑢
(2)
(3)
(4)
onde:
𝜏𝑢 = tensão última de aderência (MPa)
F = força de arrancamento (N)
Ø = diâmetro da barra (mm)
L = comprimento de ancoragem (mm)
Fy = tensão de escoamento do aço (MPa)
O cálculo da aderência entre a armadura e o concreto
também pode ser feito de forma teórica seguindo as
recomendações da Norma Brasileira NBR 6118:2007
e também através da análise numérica.
(1)
onde:
2
fcm= 30 N/mm (para cubos de 150mm ou 200mm) ou
2
25,5N/mm (para cilindros 150 x 300mm);
fc= média dos exemplares testados.
Assim, a curva media 𝜏𝑑𝑚 = 𝑓(∆0 ), onde Δ0=
deslizamento sob a força de tensão F, servirá de base
para julgamento da ligação.
Figura 3. Modelo ensaio APULOT [1]
2.2. Ensaio de APULOT
De acordo com Silva [1], a modificação do ensaio
POT foi sugerida por Lorrain e Barbosa [10] com o
propósito de facilitar o ensaio de arrancamento direto
e torná-lo realizável no próprio canteiro de obra, pois
dessa forma esse método poderia ser usado como
ensaio de controle de qualidade do concreto usando a
lei de correlação entre a tensão última de aderência e
a resistência à compressão.
O método é baseado no mesmo princípio do POT
(arrancamento de uma barra de aço inserida num
corpo de prova de concreto), no entanto usa como
molde garrafas PET, com o formato mais homogêneo
possível no comprimento de ancoragem, e um
macaco hidráulico, que é um equipamento facilmente
encontrado nos canteiros. As figuras 3 e 4
apresentam o esquema do ensaio APULOT.
Para obter o comprimento de ancoragem (Equação
4), são utilizadas as fórmulas da tensão última de
aderência (Equação 2) e a tensão de escoamento do
aço (Equação 3):
Figura 4. Esquema ensaio APULOT [1]
3. DETERMINAÇÃO TEÓRICA DA TENSÃO DE
ADERÊNCIA
Nesse item será explicado o procedimento para
determinação teórica da tensão de aderência em
função das características do aço e do concreto
segundo a NBR 6118 [4].
De acordo com a NBR 6118 [4], item 9.3.2.1, o cálculo
da resistência de aderência (𝑓𝑏𝑑 ) é dado pela
expressão abaixo, sendo:
𝑓𝑏𝑑 = ɳ1 ∗ ɳ2 ∗ ɳ3 ∗ 𝑓𝑐𝑡𝑑 (5)
Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178
Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420
24 e 25 de setembro de 2013
ɳ1 =
1,0 para barras lisas
1,4 para barras entalhadas
2,25 para barras nervuradas
2 
1,0 para situações de boa aderência
0,7 para situações de má aderência
𝜂3 =
1,0 para Ф < 32 mm
(132 – Ф)/100 para Ф>32 mm
São considerados em boa situação de aderência os
trechos das barras que estejam em uma das posições
seguintes:
a) Com inclinação maior que 45º sobre a horizontal;
b) Horizontais ou com inclinação menor que 45º
sobre a horizontal, desde que:
h  60 cm,
 Para elementos estruturais com
localizados no máximo 30cm acima da face inferior do
elemento ou da junta de concretagem próxima;
h  60 cm,
 Para elementos estruturais com
localizados no mínimo 30cm abaixo da face superior
do elemento ou da junta de concretagem mais
próxima.
Os trechos das barras em outras posições devem ser
considerados em má situação de aderência.
O valor de fctd (resistência à tração do concreto) é
dado pela equação 6:
𝑓𝑐𝑡𝑑 =
𝑓 𝑐𝑡𝑘 ,𝑖𝑛𝑓
𝛾𝑐
(6)
Sendo: fctk ,inf = 0,7 ∗ fctm e fctm = 0,3 fck 2
0,21
Portanto: fctd =
∗ fck 2 3
dissertação de Silva [1],”Investigação do potencial dos
ensaios APULOT e pull-out para estimativa da
resistência à compressão do concreto”, entretanto, é
necessário primeiramente converter os valores de
resistência do ensaio em resistência característica, e
depois para resistência de cálculo. Para isso a NBR
12655 [11] descreve no item 5 a equação 8:
fcj = fck + 1,65 ∗ Sd
onde:𝑓𝐶𝑘 é a resistência característica do concreto à
compressão;
𝑓𝑐𝑗 é a resistência média do concreto à compressão,
prevista para a idade de j dias;
𝑆𝑑 é o desvio-padrão da dosagem.
Adaptando-a para a tensão de aderência, pode-se
reescrever a Equação 8 da seguinte forma:
fbm = fbk + 1,65 ∗ Sd , ou ainda,
fbk = fbm − 1,65 ∗ Sd
(9)
onde:𝑓𝑏𝑘 é a tensão característica de aderência do
concreto;
𝑓𝑏𝑚 é a resistência média de aderência do concreto;
𝑆𝑑 é o desvio-padrão = 4,0MPa já que o concreto foi
preparado de acordo com a condição A do item
5.6.3.1.
Contudo, a resistência de cálculo para a idade de 28
dias ou superior é dada pela expressão apresentada
na NBR 6118 [4] no seu item 12:
3
fd =
γc
Onde:fctk ,inf
= valor mínimo da resistência
característica a tração do concreto;
fctm = resistência média a tração do concreto
Já o comprimento de ancoragem básico é dado pela
equação 7:
ø
f yd
4
f bd
lb = ∗
(7)
Onde:fyd = valor da resistência da resistência de
escoamento do aço.
O comprimento de ancoragem é definido como o
comprimento reto de uma barra de armadura passiva
de aço necessário para ancorar a força limite: As
(área da seção transversal da armadura) ∗ fyd nessa
barra, admitindo, ao longo desse comprimento,
resistência de aderência uniforme e igual a fbd .
4. METODOLOGIA
Para fazer a comparação entre a tensão de aderência
obtida por ensaio e a calculada conforme especifica a
NBR 6118 [4], foram utilizados os resultados da
(8)
fk
𝛾𝑐
=
fk
(10)
1,4
E quando a verificação é feita para idades inferiores a
28 dias, o cálculo é dado pela seguinte expressão:
𝑓𝑑 =
f kj
𝛾𝑐
≅ 𝛽1 ∗
fk
1,4
(11)
Sendo𝛽1 a relação de 𝑓𝑘 𝛾𝑐 dada pela equação 12:
𝛽1 = 𝑒𝑥𝑝 𝑠 1 − (28 𝑡)
1 2
(12)
onde:s= 0,38 para concreto de cimento CPII e IV;
s= 0,25 para concreto de cimento CPI e II;
s= 0,20 para concreto de cimento CPV-ARI;
t= é a idade efetiva do concreto, em dias.
E como foi descrito anteriormente, segundo a NBR
6118 [4], o cálculo teórico da tensão de aderência é
obtido a partir da resistência característica do
concreto à compressão:
fctm = 0,3 fck 2 3 (13)
fctd =
f 𝑐𝑡𝑚
1,4
(14)
Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178
Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420
24 e 25 de setembro de 2013
𝑓𝑏𝑑 = ɳ1 ∗ ɳ2 ∗ ɳ3 ∗ 𝑓𝑐𝑡𝑑
1 ,  2
Tabela 2 – Resultados ensaio APULOT
(15)
Idade
Ruptura (dias)

e 3 foram considerados iguais a 2,25, 1,0 e
1,0, respectivamente, pois foram utilizadas barras
nervuradas, em situações de boa aderência e com
diâmetros menores que 32mm.
3
7
4.1. Ensaio APULOT realizado por Silva,[1]
Para realizar o ensaio, SILVA [1] moldou os CP’s
usando barras de aço de 8,0mm, 10,0mm e 12,5mm
de diâmetro e dois traços de concreto, T1 (1:2,93:3,0
a/c=0,63) e T2 (1:1,55:1,94 a/c=0,38), traços em
massa (cimento:areia:brita). Foram moldados 8
corpos-de-prova para cada diâmetro de barra, ou
seja, um total de 144 CP’s, sendo o comprimento de
ancoragem de 10*ϕ.
Dessa forma, SILVA [1] obteve os resultados
apresentados na Tabela 1.
Assim utilizando a Equação 9, foi convertida a tensão
média de aderência (𝜏𝑚 ) encontrada no ensaio em
tensão de aderência característica (𝑓𝑏𝑘 ) e
posteriormente, através da Equações 10 e 11, 𝑓𝑏𝑘 foi
convertido para resistência de aderência, valor de
cálculo 𝑓𝑏𝑑 . Os valores obtidos são apresentados na
tabela 2.
Tabela 1.Resultados ensaio APULOT (Silva, [1])
Idade Ruptura
(dias)
Traço
3
7
16,7
T1
28
28
21,1
28,0
3
7
fc (MPa)
33,1
T2
40,5
49,9
Diâmetro
Nominal (mm)
τm
(MPa)
8,0
8,14
10,0
9,31
28
3
7
28
τm
(MPa)
8,14
9,31
8,40
8,97
10,38
8,95
11,26
11,98
9,39
14,30
16,06
12,84
16,33
16,70
16,00
18,06
18,64
18,29
fbk
(MPa)
1,54
2,71
1,80
2,37
3,78
2,35
4,66
5,38
2,79
7,70
9,46
6,24
9,73
10,10
9,40
11,46
12,04
11,69
β1
0,66298024
0,81873075
-
0,66298024
0,81873075
-
fbd
(MPa)
0,73
1,28
0,85
1,39
2,21
1,37
3,33
3,84
1,99
3,65
4,48
2,95
5,69
5,91
5,50
8,19
8,60
8,35
4.2. Ensaio POT realizado por Silva [1]
Silva [1] moldou 108 de corpos-de-prova POT (sendo
6CP’s para cada diâmetro de barra) e com o mesmo
critério utilizado para o ensaio APULOT, contudo,
para este ensaio, o comprimento de ancoragem é de
5 vezes o diâmetro da barra. Os resultados do ensaio
são apresentados na Tabela 3.
Tabela 3 – Resultados ensaio POT (SILVA, 2010)
Idade
fc
Diâmetro
τm
Ruptura
Traço
(MPa)
Nominal (mm)
(MPa)
(dias)
3
8,0
6,6
16,7
10,0
12,5
8,0
9,2
11,4
8,3
21,1
12,5
8,40
8,0
8,97
10,0
10,38
10,0
12,2
12,5
8,95
12,5
13,6
8,0
11,26
8,0
9,5
10,0
11,98
10,0
13,9
12,5
9,39
12,5
16,7
8,0
14,30
8,0
11,4
10,0
16,06
10,0
16,1
12,5
12,84
12,5
18,7
8,0
16,33
8,0
16,9
10,0
16,70
10,0
20,4
12,5
16,00
12,5
22,7
8,0
18,06
10,0
18,64
12,5
18,29
7
T1
28
28,0
3
7
28
33,1
T2
40,5
49,9
8,0
18,0
10,0
21,7
12,5
22,9
Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178
Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420
24 e 25 de setembro de 2013
Na Tabela 4 são apresentados os valores calculados
das tensões de aderência característica e valor de
cálculo, obtidos pelas equações 10 a 15.
Traço
T1
T2
Tabela 4 – Resultados ensaio POT
Idade
τm
fbk
Ruptura
β1
(MPa) (MPa)
(dias)
6,6
0,03
3
9,2
2,56
0,663
11,4
4,75
8,3
1,72
7
12,2
5,56
0,819
13,6
7,03
9,5
2,91
28
13,9
7,32
16,7
10,06
11,4
4,84
3
16,1
9,46
0,663
18,7
12,05
16,9
10,29
7
20,4
13,83
0,819
22,7
16,14
18,0
11,42
28
21,7
15,12
22,9
16,26
para os dois traços de concreto. Os graficos 2 e 3
apresentam os resultados obtidos para as barras de
10 mm e 12,5 mm respectivamente.
fbd
(MPa)
0,01
1,21
2,25
1,01
3,25
4,11
2,08
5,23
7,19
2,29
4,48
5,71
6,02
8,09
9,44
8,16
10,80
11,61
4.3. Tensão de aderência calculada pela NBR 6118
[4]
Gráfico 1 – Tensão de Aderência paraϕ=8,0 mm
Gráfico 2 – Tensão de Aderência para ϕ=10,0 mm
A partir das resistências à compressão axial obtidas
por SILVA (2010), foram calculadas as respectivas
tensões de aderência de acordo com a NBR
6118:2007, utilizando as Equações 13, 14 e 15. A
tabela 5 apresenta os resultados médios de
resistência a compressão obtidos bem como os
resultados do calculo segundo a NBR 6118.
Tabela 5 – Resultados obtidos conforme NBR 6118
Idade
fc
fctm
fctd
fbd
Traço
Ruptura
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
(dias)
3
16,7
1,96
1,40
3,15
T1
7
21,1
2,29
1,64
3,68
28
28,0
2,77
1,98
4,45
3
33,1
3,09
2,21
4,97
T2
7
40,5
3,54
2,53
5,69
28
49,9
4,07
2,90
6,53
4.4. Comparação entre as tensões de aderência
obtidas NBR 6118/APULOT
O Gráfico1 apresenta a comparação entre a tensão
de aderencia calculada segundo a NBR 6118 e a
tensão de aderência obtida pelo ensaio APULOT
quando da utilização da barra de 8 mm de diametro e
Gráfico 3 – Tensão de Aderência para ϕ=12,5 mm
4.5. Comparação entre as tensões de aderência
obtidas POT/NBR 6118
Os Graficos 4 a 6 apresentam a comparação entre a
tensão de aderencia calculada segundo a NBR 6118
e a tensão de aderencia obtida pelo ensaio POT
quando da utilização da barra de 8 mm 10 mm e 12,5
mm de diametro, respectivamente e para os dois
traços de concreto.
Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178
Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420
24 e 25 de setembro de 2013
mais variedades de dados, para atestar ou não essa
disparidade. E também considerar que para o ensaio
POT foram utilizados aproximadamente 8 l de
concreto para cada corpo-de-prova, enquanto para o
ensaio APULOT, foram utilizados aproximadamente
1,8 l variando consideravelmente o confinamento da
barra.
Gráfico 4 – Tensão de Aderência para ϕ=8,0 mm
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à minha orientadora, a Profª.
Drª. Lia Lorena Pimentel, e também à Profª. Ana
Elisabete P. G. A. Jachinto pelo apoio, incentivo e
conhecimento proporcionado.
À Pro-Reitoria de Pesquisa e Extensão da PUCCampinas pela bolsa FAPIC e a oportunidade de
desenvolver esse trabalho.
REFERÊNCIAS
Gráfico 5 – Tensão de Aderência para ϕ=10,0 mm
Gráfico 6 – Tensão de Aderência para ϕ=12,5 mm
5. CONCLUSÃO
No ensaio APULOT apenas o concreto de maior
resistência à compressão (T2) obteve uma tensão de
aderência superior à recomendada pela NBR
6118:2007 aos 28 dias. Enquanto no ensaio POT,
ambos os traços de concreto atingiram uma tensão de
aderência superior à calculada pela norma aos 28
dias, sendo que o traço T1 apenas para aço de 10
mm e 12,5mm de diâmetro, mas também aos 7 dias já
foi possível observar essa superioridade dos
resultados obtidos nos ensaios.
Dessa forma pode-se concluir que a adaptação do
ensaio de arrancamento direto ainda precisa de
melhorias, para que seus resultados possam ser
utilizados de forma segura e estejam em
concordância com a NBR 6118:2007. Contudo é
necessário ainda fazer um estudo mais amplo, com
[1] SILVA, B. V. Investigação do Potencial dos
Ensaios APULOT e PULL-OUT para Estimativa
da Resistência a Compressão do Concreto.
2010.
180f.
Dissertação
(Mestrado
em
Engenharia Mecânica) – Universidade Estadual
Paulista, Ilha Solteira – SP, 2010.
[2] DUCATTI, V. A. Concreto de Elevado
Desempenho: Estudo da Aderência com a
Armadura. 1993. 273f. Dissertação (Doutorado
em
Engenharia
de
Construção
Civil),
Universidade de São Paulo, São Paulo – SP,
1993.
[3] FERNANDES, R. M. A Influência das Ações
Repetidas na Aderência Aço-Concreto. 2000.
172f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Estruturas), Universidade de São Paulo, São
Carlos – SP, 2000.
[4] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS (2007). NBR 6118 – Projeto de
estruturas de concreto - Procedimento. Rio de
Janeiro – RJ. 221p
[5] TAVARES, A. J. Aderência Aço-Concreto: Análise
Numérica dos Ensaios PULL-OUT e APULOT.
2012.
143f.
Dissertação
(Mestrado
em
Engenharia Mecânica) – Programa de PósGraduação
em
Engenharia
Mecânica,
Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira –
SP, 2012.
[6] COMITE EURO-INTERNATIONAL DU BETON
(1983) RILEM/CEB/FIP Recommendations on
reinforcement steel for reinforced concrete - CEB
RC 6 – Bond test for reinforcement steel: 2. Pullout-test, Paris: CEB, 1983. 3 p.
[7] ASTM C 234 91a (1996) – Standard test method
for comparing concretes on the basis of the bond
developed with reinforcing steel.
Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178
Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420
24 e 25 de setembro de 2013
[8] ASTM D 3433-93, “Standard Method for Fracture
Strength in Cleavage of Adhesives in Bonded
Metal Joints”, American Society for Testing and
Materials, 100 Barr Harbor Dr., West
Conshohocken, PA 19428-2959.
[9] ASTM A944, 2005, “Standard Test Method for
Comparing Bond Strength of Steel Reinforcing
Bars to Concrete Using Beam-End Specimens,”
(ASTM A944 – 05), ASTM International, West
Conshohocken, PA.
[10] LORRAIN, L; BARBOSA, M.P. Controle de
qualidade dos concretos estruturais: ensaio de
aderência aço-concreto. Revista Concreto&
Construções, São Paulo, v. 36, n. 51, p. 52-57,
2008.
[11] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS (2006). NBR 12655 – Concreto de
cimento Portland – Preparo, controle e
recebimento - Procedimento. Rio de Janeiro –
RJ. 22p
Download