Vamos começar?

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Adesão ao
Tratamento
Hipertensão Arterial
A falta de adesão ao tratamento anti-hipertensivo continua
constituindo um dos maiores problemas na área de hipertensão
arterial.
Buscar otimizar adesão do indivíduo ao tratamento é portanto
uma meta primordial no direcionamento das ações da equipe de
saúde junto ao hipertenso.
O que interfere na aderência ao
tratamento medicamentoso em
pacientes em acompanhamento na
atenção básica?
Que intervenções são efetivas para
aumentar a aderência ao
tratamento medicamentoso?
Os conceitos de adesão variam muito, mas
pode-se definir como “a utilização dos
medicamentos
prescritos
ou
outros
procedimentos em pelo menos 80% de seu
total, observando horários, doses, tempo de
tratamento”.
Considera-se que a aderência ocorre
quando a conduta do paciente em termos
de tomar medicamentos, seguir dietas e
executar mudanças no estilo de vida
coincide com a prescrição clínica.
Para a OMS, adesão é um
fenômeno
multidimensional
determinado pela interação de
cinco fatores (Figura 1),
denominados
como
“dimensões”, no qual os fatores
relacionados ao paciente são
apenas um determinante.
A opinião comum de que os
pacientes são
unicamente
responsáveis por seguir seu
tratamento é enganadora e
reflete o equívoco mais comum
de como outros fatores afetam
o
comportamento
e
a
capacidade da pessoa em
aderir a seu tratamento.
A aderência a tratamentos não se restringe a prescrever
um medicamento ou uma conduta e imaginar que,
mecanicamente, as pessoas seguirão o que está escrito
e o que foi falado.
Esse seguimento depende muito
mais do fato da prática clínica
estar desfocada do médico e
centrada na pessoa, princípio
basilar da medicina.
O aumento da aderência depende muito da melhoria da
comunicação do médico com seu paciente, sobretudo quando
aborda aspectos práticos da condição ou da doença e de seu
tratamento, assim como aspectos fisiopatológicos e efeitos
colaterais palpáveis do uso de medicamentos.
Sugere-se que o profissional aborde os efeitos colaterais, mesmo
que o paciente não expresse espontaneamente, e o emprego da
expressão efeitos palpáveis pode facilitar a comunicação entre
ambos. Além disso, o profissional de saúde deve reforçar os efeitos
benéficos dos tratamentos, mesmo quando surgem efeitos
colaterais. Esses efeitos não devem ser minimizados, mas se deve
demonstrar que é um dos indicadores do efeito do tratamento,
pois, para o paciente, indicam que o tratamento está dando
resultados.
Nenhuma intervenção simples é eficaz.
Recomenda-se, portanto a combinação de várias
estratégias:
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informação adequada,
aconselhamento,
auto monitoramento,
lembretes,
reforços periódicos,
terapia familiar,
psicoterapia,
acompanhamento por telefone ,
e outras formas cabíveis para cada caso.
Sugere-se aplicar a escala ROMI periodicamente, que já
está validada em português pelos estudos de Rosa e
colaboradores (2005).
A escala ROMI (Rating of Medication Influences - Escala
de Influências em Medicações) que pode ser aplicada
pelo próprio médico está dividida em duas partes. A
primeira é semi-estruturada e aborda questões sobre o
estilo de
vida, local do tratamento, regime
medicamentoso prescrito, atitude do paciente perante
o tratamento, e a postura da família perante a condição
clínica e tratamentos e orientações indicadas.
A segunda envolve questões sobre as razões de
aderência ou não aderência.
Ambas as seções iniciam com uma questão aberta como
“Qual a sua motivação primária para tomar a
medicação?“
ou
“ Qual a sua motivação primária para não tomar a
medicação?”.
Na seqüência, as seções apresentam uma escala de
motivos para tomar ou não a medicação, sendo que o
paciente atribui um grau de influência, ou um “peso”, para
cada item; “nenhuma influência”, “moderada influência”
ou “forte influência” pontuando-se respectivamente em 1,
2 ou 3 e 9 em caso de não ser possível avaliar o grau de
influência do item.
Opção semelhante é o método SIMPLE, a partir de revisão
narrativa, em que sugere o uso de abordagem combinada
para melhorar a aderência e para facilitar o
acompanhamento elaborou o seguinte acróstico:
S - Simplificação do regime terapêutico
I – Intensificar a oferta dos seus conhecimentos sobre
a condição do paciente
M – Modificar crenças e mitos.
P – Promover a melhoria da comunicação com
pacientes e familiares.
L – Levar em consideração aspectos demográficos
E – Evolução da aderência
Dalla MDB ; et al. São Paulo: Associação Médica Brasileira, 2009
Dalla MDB ; et al. São Paulo: Associação Médica Brasileira, 2009
Como foi visto no caso, o paciente Sérgio teve
dificuldade em aderir ao tratamento proposto
pela Drª Laís, com o uso de anti-hipertensivos.
Continue lendo o caso e verifique como ocorreu
a aplicação do método SIMPLE pela médica
direcionada ao paciente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
•Dalla MDB ; Stein, A. T. ; Castro-Filho ED ; Lopes AC ; Melo NR ;
Virmond MCL . Aderência a Tratamento Medicamentoso. São Paulo:
Associação Médica Brasileira, 2009 (Elaboração de Diretrizes
Clínicas).
Disponível
em:
http://www.projetodiretrizes.org.br/8_volume/02-Aderencia.pdf
•Gusmão J. L, Mion J. D. Adesão ao tratamento – conceitos. Rev.
Bras. Hipertens, São Paulo, v.13, n.1, p. 23-25, janeiro 2006.
Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/131/06-adesao-ao-tratamento.pdf
•OMS - Organização Mundial da Saúde. Adherence to long-term
therapies- evidence for action, 2003. Disponível
em:
http://whqlibdoc.who.int/publications/2003/9241545992.pdf
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