Tema 4 Rev. Medicina Desportiva informa, 2012, 3 (6), pp. 20–23 O coração do atleta: resumo das caraterísticas adaptativas Dr. Nuno Cabanelas Interno de Cardiologia do Hospital de Santarém. Mestre em Medicina Desportiva pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra Resumo Abstract O esforço físico continuado e suficientemente intenso induz alterações morfológicas e funcionais a nível cardíaco. Dessas adaptações as mais estudadas e difundidas referem-se ao aumento das dimensões do ventrículo esquerdo e da espessura das suas paredes. No entanto, não é apenas a esse nível que esse padrão adaptativo se manifesta. Várias são as estruturas cardíacas que sofrem modificações e que são facilmente aferidas num ecocardiograma básico. Nesta análise faz-se uma revisão das alterações descritas a nível do ventrículo esquerdo e de outras estruturas cardíacas, tentando definirem-se os limites entre a normalidade adaptativa e a patologia que têm sido propostos após análises publicadas previamente. Intense and frequent physical activity induces morphological and functional adaptations in the heart. Among these adaptations, left ventricle dilatation and wall thickening are the most studied. However, there are several modifications in other cardiac structures, which can be easily be assessed by a simple transthoracic echocardiogram. In this review, those adaptations are described and limits between normal and pathological situations are proposed taking in account previous published studies. Palavras-chave Keywords Coração do atleta, hipertrofia ventricular esquerda. Athlete’s heart, left ventricle hypertrophy. O coração do atleta Durante a prática de exercício as necessidades metabólicas do tecido muscular aumentam massivamente, precisando de maior débito cardíaco para as satisfazer. Se a prática desportiva for sustentada e suficientemente intensas vão ser induzidas alterações morfológicas e eletrofisiológicas no coração do praticante1, conhecidas genericamente como “coração do atleta” e que permitem o aumento continuado do débito cardíaco durante os períodos de maior solicitação fisiológica. As adaptações morfológicas mais notórias e estudadas referem-se às do ventrículo esquerdo (VE), ocorrendo aumento da espessura das paredes e aumento das dimensões da cavidade com preservação das funções sistólica e diastólica2,3. Sob o ponto de vista eletrofisiológico, ocorre exacerbação do tónus vagal comparativamente à atividade simpática, o que resulta no aparecimento do padrão de repolarização 18 · Novembro 2012 www.revdesportiva.pt precoce, bradicardia sinusal e diminuição da condutibilidade através do nódulo auriculoventricular, com ocorrência de bloqueio auriculoventricular de baixo grau4. Vários estudos têm demonstrado diferentes padrões ventriculares em função do tipo de modalidade desportiva praticada5. Em atividades nas quais predominam os exercícios dinâmicos ou isotónicos, chamadas modalidades aeróbias, cujos exemplos clássicos são o ciclismo, a canoagem e as corridas a pé de fundo, o padrão de adaptação ventricular consiste no alargamento da cavidade com hipertrofia parietal excêntrica e surge em resposta ao enorme aumento do volume circulante. Por outro lado, em atividades nas quais predomina o componente estático ou isométrico (exercício de força), sendo exemplo típico o halterofilismo, o padrão consiste na hipertrofia parietal desproporcional ao aumento das dimensões da cavidade, produzindo hipertrofia concêntrica como resposta ao aumento mais significativo da pressão arterial sistémica relativamente ao volume circulante durante essa prática. O futebol é uma modalidade considerada como tendo um componente dinâmico alto e componente estático moderado6. Apesar de as alterações no ventrículo esquerdo serem aquelas que melhor caraterizam o “coração do atleta”, várias outras modificações morfo-funcionais a nível cardíaco e vascular são descritas em estudos com cada vez mais elevado número de atletas. No coração do atleta, apesar de ocorrer espessamento parietal, não existe disfunção diastólica. Os parâmetros ecocardiográficos clássicos para a avaliação da função diastólica são a relação E/A (relação entre a velocidade máxima do fluxo de enchimento passivo do VE em protodiástole e a velocidade máxima do fluxo de enchimento do VE provocada pela contração auricular em telediástole, ambas medidas com pulsado na câmara de entrada do VE, na projeção apical 4C) e o gradiente E/E’ (relação entre a velocidade máxima do fluxo de enchimento ventricular passivo, em protodiástole, obtido por Doppler pulsado, e a velocidade tecidular máxima do anel mitral na mesma fase de enchimento, obtido por Doppler tecidular) como indicador das pressões de enchimento do ventrículo esquerdo. A relação E/A, principalmente em atletas de endurance, apresenta valores ligeiramente superiores7,8. Valores superiores a 2 são habitualmente encontrados em atletas treinados, principalmente em corredores de fundo, ciclistas e nadadores9, embora também o sejam em jogadores de futebol10. A diminuição da velocidade-pico da onda A é uma das causas apontadas para esse aumento. Isso é atribuído ao facto de a frequência cardíaca ser menor, com consequentemente maior duração da diástole e maior tempo de enchimento do ventrículo esquerdo, diminuindo a necessidade de uma contração auricular vigorosa11. O aumento da relação E/A em atletas surge assim como uma variante do normal, motivada pelas adaptações fisiológicas ao esforço e ocorre no contexto de normalidade da função diastólica ou, inclusivamente, da sua melhoria. Coração de atleta. Incidência apical 4C. Atleta saudável, profissional de futebol, 26 anos de idade, caucasiano. Hipertrofia concêntrica das paredes do VE. Coração de atleta. Incidência para-esternal Longo-eixo. Atleta saudável, profissional de futebol, 26 anos de idade, caucasiano. Hipertrofia concêntrica das paredes do VE. auricular parecem ser o diâmetro telediastólico do ventrículo esquerdo (DtdVE), tendo sido estimado o aumento de 0,4 mm de diâmetro auricular por cada milímetro de aumento do DtdVE. A duração prévia do programa de treino também pareceu, em alguns estudos, ter influência significativa no diâmetro auricular14. Outros fatores são vistos como fortes condicionadores, como o tipo de desporto praticado15, sendo a canoagem e o ciclismo aqueles onde foi encontrada maior frequência de dimensões auriculares aumentadas. As variações na área de superfície corporal, idade, ou espessura das paredes do ventrículo esquerdo são tidas como menos importantes na determinação da magnitude do aumento auricular esquerdo entre atletas e controlos sedentários. A associação entre maiores dimensões da aurícula esquerda e a maior predisposição à ocorrência de arritmias supraventriculares tem sido proposta16,17,18,19. No entanto, essa associação ainda não foi completamente comprovada, havendo inclusivamente estudos recentes com resultados contraditórios envolvendo um número muito grande de atletas, nos quais a prevalência de arritmias supraPadrão de fluxo diastólico transmitral. Relação E/A > 2. Atleta saudável, profissional de futebol, 22 anos de idade. ventriculares Para avaliar os efeitos da prática desportiva nas dimensões auriculares torna-se necessário estabelecer os limites superiores do normal para a população em geral. É apontado o valor de 40 mm para o diâmetro medido por ecocardiografia na projeção para-esternal longo-eixo12. No entanto, com base em estudos observacionais em atletas de alta competição esses limites admitem-se serem mais altos13. Assim, propõem-se os valores de 46 mm para mulheres e 50 mm para homens como limites máximos entre as alterações adaptativas e a dilatação provavelmente patológica. Em termos de volume auricular indexado à área de superfície corporal, análises prévias têm definido dilatação auricular como o aumento acima do limite de 29ml/m2, sendo os valores máximos encontrados, em atletas saudáveis, nas mesmas séries, de 36 ml/m2 em homens e 33 ml/m2 em mulheres14. Os principais determinantes da magnitude do aumento da área documentadas foi semelhante à da população geral20. Foi proposto que, dadas as forças geradas pela elevação crónica do volume ejetado pelo VE e o ligeiro aumento da tensão arterial durante o exercício, a prática desportiva provocasse a dilatação da raiz da aorta21. Os atletas envolvidos em desportos onde predomina o componente estático, com treino de força, onde podem ser atingidos valores muito altos de tensão arterial (valores na ordem dos 480/350 mmHg foram descritos22), apresentam maior dilatação aórtica do que aqueles envolvidos em modalidades com componente dinâmico predominante23. Da mesma forma, o diâmetro aórtico é maior em homens do que em mulheres23, sendo muito influenciado pela área de superfície corporal24. Grande parte dos atletas envolvidos em estudos para monitorização do diâmetro aórtico a nível dos seios de Valsalva apresenta valores abaixo dos 40 mm, sendo os valores máximos encontrados de 42 mm23. As descrições sobre as alterações cardíacas induzidas pelo esforço são abundantes, mas as que descrevem os efeitos sobre estruturas vasculares extracardíacas são muito pouco frequentes. Em condições patológicas, envolvendo aumento das pressões nas cavidades direitas do coração, além do aumento do diâmetro da veia cava inferior (VCI) é principalmente a sua compliance que está afetada25,26, refletida pela menor variação respiratória das suas dimensões. Em atletas, em resposta ao crónico aumento do volume intravascular circulante, o diâmetro da veia cava inferior aumentado é praticamente universal27 e é independente do tipo de desporto praticado. No entanto, a postura em que se realiza a modalidade parece ter influência no diâmetro do vaso, sendo maior em nadadores, cuja posição preferencial durante a prática é o decúbito27. As maiores variações nas pressões respiratórias nesta modalidade também podem contribuir para tal, uma vez que a interrupção rítmica dos ciclos respiratórios aumenta a pressão intratorácica, aumentando as pressões ventriculares direitas e, como tal, o diâmetro da VCI27. Revista de Medicina Desportiva informa Novembro 2012 · 19 Durante o exercício ocorre aumento da pressão sistólica na artéria pulmonar (PSAP)28,29, mas a informação disponível acerca dos efeitos crónicos do exercício repetitivo na PSAP é ainda escassa. Os estudos que analisam o tipo e os limites das adaptações fisiológicas ao esforço físico incluem sobretudo atletas caucasianos de idades compreendidas entre 18 e 35 anos30, sendo os limites das referidas adaptações daí inferidos utilizados universalmente como critérios orientadores da distinção com as situações patológicas. A extrapolação destes limites para a população de ascendência africana ou afrocaribeana carece de validação e pode inclusivamente introduzir erros diagnósticos com graves consequências clínicas e pessoais. O preenchimento do hiato no que respeita à demonstração científica do tipo e magnitude das adaptações fisiológicas ao esforço neste grupo de atletas é tanto mais urgente quanto a cardiomiopatia hipertrófica é a causa mais frequente de morte súbita no desporto nesta população31. Esta necessidade tem vindo a ser colmatada, tendo-se demonstrado que nos indivíduos de raça negra a magnitude da hipertrofia ventricular reativa e o aumento da massa do ventrículo esquerdo podem ser maiores que limites mais elevados são adequados. Num estudo de Basaravajaiah32, por exemplo, que analisou um grupo de 300 atletas de alta competição de origem africana ou afrocaribeana e outro de 300 atletas caucasianos, ajustados para o tipo de desporto praticado, ambos comparados com os respetivos grupos de controlo de indivíduos saudáveis, mas sedentários, foi demonstrado que nos primeiros, o aumento médio da espessura do septo do ventrículo esquerdo foi 12% superior do que nos segundos. No mesmo estudo, a prevalência de espessura do septo maior que 12 mm foi 18% vs 4% e o valor máximo alcançado foi 16 mm nos indivíduos de raça negra e 14 mm nos caucasianos, com área de superfície corporal maior nos atletas de origem africana. No entanto, no que respeita à dilatação ventricular e a parâmetros de função diastólica os grupos raciais têm comportamentos semelhantes. Foram ainda encontradas diferenças intraraciais no grupo de atletas de origem africana entre aqueles com origem ou ascendência em regiões da África Ocidental e Oriental, sendo também diferente o tipo de desporto preferencialmente praticado pelos indivíduos de cada um destes subgrupos. Assim, pode afirmar-se que a magnitude da resposta da hipertrofia ventricular reativa ao esforço é maior em indivíduos de raça negra. A tabela 1 resume os limites da normalidade para a população geral de acordo com a Sociedade Britânica de Ecocardiografia, bem como os valores máximos encontrados em atletas saudáveis nas séries consultadas. Dada a sobreposição de valores entre situações patológicas e adaptações fisiológicas, realça-se que nenhum dos limites da normalidade apresentados, por si só, representa uma fronteira para lá da qual uma caraterística será obrigatoriamente patológica. Da mesma forma, valores normais podem estar presentes em atletas portadores de condições patológicas. Tabela 1. Valores considerados normais para a população geral e para atletas Parâmetros Valores normais (BSE)12 Valores previamente descritos em atletas saudáveis nas séries consultadas Espessura do septo (mm) 12 16 – 18* (mm) DTdVE (mm) 59 45 (mín) a 70 (máx) Diâmetro da AE (mm) (PLE) 40 50 Volume AE/ASC (ml/m2) 28 36 Entre 1 e 2 Pode ser > 2 40* 42 E/A Diâmetro da Raíz da Aorta (mm) DTdVE –Diâmetro telediastólico do ventrículo esquerdo; PLE – Paraesternal longo-eixo; AE – Aurícula esquerda; ASC – Área de superfície coroporal; *18 mm: Valor objectivado em atletas de ultra-endurance 20 · Novembro 2012 www.revdesportiva.pt O diagnóstico diferencial entre hipertrofia fisiológica e cardiomiopatia hipertrófica faz-se tendo em conta dados da história clínica, do exame físico, da história familiar e dos resultados de exames complementares. Na maior parte dos casos, as diferenças entre estas duas “entidades” são fáceis de estabelecer, mas existem algumas situações em que o padrão adaptativo assume uma forma mais bizarra ou o padrão patológico apresenta caraterísticas incipientes, nas quais é necessária a realização de um exercício de diagnóstico diferencial mais fino. Sendo a ecocardiografia um dos primeiros recursos para essa distinção, são apresentadas algumas caraterísticas obtidas facilmente num ecocardiograma convencional básico, que permitem assumir a maior probabilidade de uma adaptação fisiológica ou de uma miocardiopatia hipertrófica. Realça-se que estes achados apenas permitem assumir maior ou menor probabilidade e não fazer o diagnóstico definitivo, pois este apenas poderia ser feito em análise histológica. A suspeição de situações anómalas e potencialmente perigosas deve ser levantada quando se observem conjuntamente com o aumento da espessura das paredes ventriculares: 1. Presença de diferenças regionais superiores a 2 mm na espessura de segmentos contíguos 2. Cavidade ventricular não dilatada33 3. Alteração do relaxamento diastólico34,35 4. Diâmetro da aurícula esquerda > 50 mm36 5. Obstrução do trato de saída do ventrículo esquerdo37 6. Espessura parietal > 12 mm em indivíduos com < 16 anos38. Em conclusão, o aumento do volume telediastólico do ventrículo esquerdo e o aumento da espessura das suas paredes constituem a imagem de marca do “Coração do Atleta”. Valores de espessura do septo interventricular iguais ou maiores que 13 mm são frequentes em atletas. No entanto, valores maiores que 16 mm devem fazer suspeitar de uma situação mais provavelmente patológica do que adaptativa. Além das alterações a nível do ventrículo esquerdo, a dilatação da aurícula esquerda, da raiz da aorta, e das cavidades direitas e a obtenção de valores superiores a 2 no cálculo da relação E/A são outras caraterísticas adaptativas do coração do atleta. Bibliografia 1. 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