Fisiologia I Data: 3 de Dezembro de 2007 (15ª aula) Docente: Prof. Dr. Alberto Escalda Desgravado por: Adelina Costin, Eva Diogo, Mariana R. Nunes Tema: O músculo estriado Vamos começar uma série de aulas referentes a musculatura. Como vocês sabem existem no nosso corpo 3 tipos de músculos: músculo estriado músculo liso músculo cardíaco Nas próximas lições vamos falar destes 3 músculos, começando hoje pelo músculo estriado. Já tiveram uma abordagem há dias sobre algumas das proteínas contrácteis: a actina e a miosina. Já se falou também da energia da passagem do ATP a ADP com a fosforilação das cabeças das meriomiosinas pesadas. Hoje vamos começar a falar do músculo estriado. Alguns autores também o consideram um músculo esquelético, pois é ele que liga as nossas articulações. O músculo estriado é uma estrutura estriada que vai condicionar os movimentos dependentes da nossa vontade ou não num dado espaço. Ex: os desportistas necessitam de ter um bom desenvolvimento muscular estriado para o desempenho das funções e para os objectivos que eles pretendem alcançar. Assim, um halterofilista terá um tipo de treino diferente de um sprinter e este por sua vez vai ter um treino diferente de um maratonista. No fim iremos falar sobre diferentes tipos de exercícios que vão condicionar diferentes alterações dessas musculaturas. Assim, o que é um músculo estriado? O músculo estriado é constituído por várias fibras musculares que estão rodeadas de membranas. O músculo em si também vai estar rodeado de membranas externas que se vão fundir ao nível dos tendões. Estes, por sua vez, estão inseridos nas nossas articulações para os determinados movimentos que vão desempenhar durante a contracção muscular destes músculos. Ele tem a denominação de estriado quando apresenta umas estrias transversais entre umas bandas: a banda A, a banda Z e de uma estria à outra temos um sarcómero. O sarcómero é a unidade funcional da nossa musculatura estriada. Dentro desse sarcómero vão estar as actinas e as miosinas que se vão interligar entre si juntamente com outras proteínas contrácteis que vão facilitar e promover a contracção muscular que são a tropomiosina e a troponina. Há também uma unidade, uma estrutura fundamental, durante estas contracções que são os túbulos em T. Estes vão levar da periferia do músculo até à profundidade a despolarização que vai ocorrer na fibra muscular, isto é, a despolarização propaga-se ao longo da fibra muscular e através dos túbulos em T para as fibras mais profundas se poderem também contrair em simultâneo com as fibras mais superficiais. Estes túbulos T são os retículos sarcoplasmáticos que estão carregados e cheios de cálcio e que vão promover posteriormente a contracção. A saída do cálcio para os espaços onde está a actina e a miosina vai depender da despolarização da fibra muscular e vão ligar-se posteriormente a unidades estruturais. Portanto vamos ter a miosina e a actina com uma dupla cadeia em hélice na ranhura da qual vai estar uma outra estrutura que é a tropomiosina e agarrada a esta está uma cabeça de troponina. Existem várias troponinas. A que nos interessa é a troponina C onde o cálcio se vai interligar. Quando o cálcio se interliga com a troponina C faz com que a tropomiosina deixe a descoberto uma zona específica da actina que irá entrar em contacto com a cabeça pesada da miosina e promover a contracção muscular, isto é, a diminuição do sarcómero. Como ocorre a contracção muscular? O cálcio une-se à troponina e faz deslizar a tropomiosina do sítio específico em que deveria ocorrer interligação entre a miosina e a actina. Posteriormente, a passagem do ATP a ADP+Pi faz com que exista uma diminuição do sarcómero. Assim, quando o músculo se contrai ocorre uma diminuição do sarcómero, havendo uma aproximação das bandas Z entre si. Deste modo, há um deslizamento das partes da actina e da miosina entre si para o músculo encolher ou diminuir de tamanho. Claro que esta contracção e este deslizamento dos filamentos de actina e dos filamentos de miosina ocorre em simultâneo com a transformação do ATP para dar energia de contracção e tem que haver a presença de cálcio para se promover a ligação do cálcio com a tropomina C para, posteriormente, haver um deslizamento da tropomiosina, deixando a descoberto os tais sítios de ligação entre a actina e a miosina. Desta forma, o sarcómero pode reduzir-se e por conseguinte pode encurtar-se, havendo contracção muscular. A contracção muscular, em resumo, envolve o chamado binómio excitação/contracção em que um estímulo mecânico, nervoso ou eléctrico pode desencadear a despolarização do sarcolema que é a membrana externa dos músculos. Esta despolarização do sarcolema provoca um potencial de acção que se propaga ao longo da membrana que posteriormente vai libertar o cálcio do retículo sarcoplasmático quer esteja à superfície ou em profundidade através dos tais tubos em T. O cálcio, por sua vez, vai-se unir à troponina C. Esta união vai eliminar o efeito inibidor da tropomiosina, ou seja, a tropomiosina sai do sítio da actina e faz com que haja uma interacção entre a actina e a miosina. Os filamentos da actina vão deslizar ao longo da miosina, havendo encurtamento do sarcómero. A contracção do músculo ou a contracção da fibra muscular são diferentes, têm potenciais de acção bastante distintos. Temos, em cima, representada uma única fibra muscular e, em baixo, um músculo. Normalmente quando se estuda em laboratório os músculos ou a fibra muscular isolada utilizamos uma estimulação eléctrica, porque é facilmente manuseável. Nós sabemos os limiares de estimulação que estamos a utilizar, a voltagem, o tempo, a frequência, pelo que podemos manusear, facilmente, a estimulação eléctrica. Além disto, a estimulação eléctrica não vai danificar nem o músculo nem a fibra muscular, portanto, são estimulações reversíveis. Assim, quando se aplica um estímulo numa fibra muscular temos a chamada resposta do potencial de acção da fibra muscular. Reparem que entre a aplicação do estímulo e a resposta na fibra muscular o tempo de latência (“tempo perdido”), é muito curto e temos um potencial em ponta. A fibra responde toda a partir de um determinado estímulo, isto é, acima do limiar da estimulação a fibra contrai-se por maior que seja o próprio estimulo. Portanto, há um tempo de latência pequeno, temos um abalo, um potencial em ponta e a fibra muscular respondeu. Quando aplicamos um estímulo ao músculo há um período de latência maior que corresponde à aplicação do estímulo, logo vai haver um período de resposta em que as diferentes fibras vão ser estimuladas e o chamado abalo muscular. Este abalo muscular é a configuração típica de uma contracção muscular, pois abaixo do limiar da excitação não vai haver nenhuma resposta do músculo. Assim, temos o estímulo, um abalo muscular e outros fenómenos que se passam durante a obtenção do abalo muscular. É que se dermos um estímulo na fase ascendente do abalo muscular, por muito forte que seja, não se obtém resposta. Então, dizemos que esta fase ascendente da contracção muscular está num período refractário absoluto, isto é, acima não há qualquer resposta por maior que seja a estimulação que nós lhe dermos. Já na fase de relaxamento, ou seja, na descida deste potencial, se estimularmos o músculo, poderemos obter uma resposta, que será maior, porque há um recrutamento maior de fibras musculares nesta fase de relaxamento. Então afirmamos que estamos a estimular no período refractário relativo. Portanto, no período refractário absoluto, não há resposta. Contudo, no período refractário relativo, já poderá haver resposta, havendo uma estimulação superior à do limiar da excitação. É o que nós temos aqui, damos vários estímulos, obtemos um abalo muscular (contracção-relaxamento), um período refractário absoluto, um período refractário relativo, um estímulo, dois estímulos, três estímulos, são iguais em intensidade, o s1 é igual ao s2 e ao s3. Portanto são estímulos de intensidade igual, damos um outro estímulo s1, e vamos dar um estímulo s2 e um estímulo s3 na sua fase descendente. Reparem que o estímulo s3 promoveu uma resposta mais ampla, isto quer dizer que foi dado no período refractário relativo, assim já pode haver estimulação. Portanto, houve recrutamento de novas fibras musculares, o cálcio que ainda lá estava, ficou sequestrado e precocemente pode haver uma resposta com uma maior amplitude. Outro caso é um estímulo s1, depois do qual damos dois estímulos iguais e simultâneos, isto é, aumentamos a intensidade de estimulação e obtemos uma resposta mais ampla, ou seja, houve um somatório das duas intensidades para se obter uma resposta de maior amplitude. Mas nem sempre isto acontece. Quando nós começamos a aumentar a frequência de estimulação vai haver uma fusão de respostas que se chama tétano. Este corresponde a uma fusão de respostas durante uma contracção muscular devido à elevada frequência de estimulação. Reparem que estimulo, depois damos vários estímulos, de repente aumentámos a frequência de estimulação e há como que uma fusão de respostas que se vai manter até à duração daquele estímulo. Quando nós desligarmos esta altafrequência de estimulação vai deixar de haver o tétano. Este neste caso é o tétano da fadiga que volta à linha de base, ou seja, cansámos o músculo e ele deixa de responder. Quando o músculo está muito fatigado e o período de repouso foi pequeno, se voltarmos a dar a mesma frequência, a mesma intensidade de estimulação, ele já não vai dar nenhuma resposta. Temos então um tétano de fadiga. Há então vários tipos de tétano: o tétano perfeito, em que há uma fusão completa das respostas o tétano de fadiga, quando já não há a chamada fusão de respostas o tétano imperfeito, em que em vez de termos um planalto ou um platton temos uma curva ascendente Reparem, enquanto esta actina e miosina se puderem estirar, contrair e interligar entre si vamos ter contracção muscular. Quando a actina e a miosina deixam de poder interactuar entre si não há contracção muscular por mais estimulo que nós lhe demos. Neste caso, podemos dizer que, se isto fosse uma fibra muscular única, houve uma ruptura da fibra, portanto não há possibilidade de a actina e a miosina interactuarem e de, por conseguinte, poder haver uma contracção. Além do abalo, do tétano, do período refractário relativo, do período refractário absoluto, existem outros fenómenos importantes dentro da contracção muscular. Há dois tipos de contracção: contracção isométrica contracção isotónica Na contracção isométrica vai haver uma metria constante do músculo, isto é, o músculo não vai diminuir de comprimento. Mas se o músculo não diminui de comprimento quando há uma contracção muscular, que tipo de contracção é essa? Nós no dia-a-dia também as temos, reparem se todos vocês agora se levantassem, chegassem ali à parede e eu dissesse:”empurrem-me a parede!”. Vocês estão a contrair o músculo, a musculatura dos braços, estão a fazer força, mas não estão a conseguir ter uma efectivação da vossa força. Portanto, há uma metria constante, ou seja, não há uma diminuição da metria no músculo, apesar de o músculo ficar tenso e de desenvolver um certo tónus. Portanto ainda não se obteve o tal tétano perfeito, a tal fusão completa de repostas. Este planalto tem uma situação ascendente até à parte superior. Isto tudo depende da interacção da actina com a miosina. Reparem, enquanto esta actina e miosina se puderem estirar, contrair e interligar entre si vamos ter contracção muscular. Quando a actina e a miosina deixam de poder interactuar entre si não há contracção muscular por mais estimulo que nós lhe demos. Neste caso, podemos dizer que, se isto fosse uma fibra muscular única, houve uma ruptura da fibra, portanto não há possibilidade de a actina e a miosina interactuarem e de, por conseguinte, poder haver uma contracção. Além do abalo, do tétano, do período refractário relativo, do período refractário absoluto, existem outros fenómenos importantes dentro da contracção muscular. Há dois tipos de contracção: contracção isométrica contracção isotónica Na contracção isométrica vai haver uma metria constante do músculo, isto é, o músculo não vai diminuir de comprimento. Mas se o músculo não diminui de comprimento quando há uma contracção muscular, que tipo de contracção é essa? Nós no dia-a-dia também as temos, reparem se todos vocês agora se levantassem, chegassem ali à parede e eu dissesse:”empurrem-me a parede!”. Vocês estão a contrair o músculo, a musculatura dos braços, estão a fazer força, mas não estão a conseguir ter uma efectivação da vossa força. Portanto, há uma metria constante, ou seja, não há uma diminuição da metria no músculo, apesar de o músculo ficar tenso e de desenvolver um certo tónus. Slide… É este o caso, em que temos um músculo suspenso, inserido num peso que o está a estirar, e vamos dar-lhe estímulos. Ele responde não diminuindo a sua metria mas diminuindo a sua tonicidade. Tem uma resposta, a contracção, uma curva idêntica, mas reparem: o período de latência é muito, muito pequeno, enquanto que num abalo muscular o período de latência é maior. Portanto, na contracção isométrica, o músculo vai manter o mesmo tamanho, desenvolvendo-se assim um tónus que pode ser registado, em que o período de latência é muito curto. Já na contracção isotónica vai manter-se o tónus mas o músculo vai contrair. Reparem que o período de latência é maior, e após o estímulo ele vai desenvolver o tal abalo muscular que vai desenvolver uma determinada força. Assim, temos: encurtamento do músculo contracção isotónica; não encurtamento do músculo contracção isométrica. Claro que isto vai depender de muitas coisas. Vai depender inclusivamente do próprio peso que estamos a pôr no músculo. Quanto maior for o peso, menor será a sua contracção. Reparem: temos uma contracção, com um determinado peso: um peso leve, um peso intermédio ou um peso alto. Se tivéssemos um peso ainda maior do que este não tínhamos contracção e não tínhamos diminuição do tamanho do músculo, havendo uma contracção isométrica. Neste caso queríamos estudar o tónus e não o seu desenvolvimento. Os nossos músculos estão inseridos dentro de unidades motoras, isto é, não temos os músculos isolados dos nervos. Temos fibras musculares inervadas por uma fibra nervosa. Um músculo vai ter várias fibras nervosas, isto é, vai haver várias fibras nervosas a inervar várias fibras do mesmo músculo. À unidade (unidade motora) é o neurónio que inerva várias fibras nervosas. Temos aqui o neurónio representado a azul, que está a inervar as fibras musculares azuis, e um neurónio vermelho, que está a inervar as fibras vermelhas. A contracção de cada uma destas unidades motoras vai desenvolver uma determinada curva, uma determinada contracção muscular. Quanto mais unidades motoras estiverem metidas nesta função, maior será a força de contracção muscular, isto é, se houver uma estimulação desta unidade motora há uma determinada força muscular se houver uma intervenção das unidades motoras. Uma unidade motora desenvolve uma determinada força, duas unidades motoras uma força de contracção maior, três, quatro, cinco uma ainda maior e por aí adiante. Todos nós sabemos que um sprinter tem determinadas características que um maratonista não tem. Um maratonista também terá algumas características que o sprinter não tem, o que nos leva a dizer e a pensar logo, mesmo sem virmos parar aqui a Medicina, que as fibras musculares de um sprinter serão diferentes das fibras musculares de um maratonista. Há, portanto, vários tipos de fibras musculares envolvidas num sprinter. Reparem: normalmente um sprinter percorre curtas distâncias com uma grande rapidez, enquanto que um maratonista percorre longas distâncias e não é tão rápido. Se nós agarrássemos num grande maratonista e o puséssemos a correr 100 metros, seria delirante, assim como se agarrássemos no recordista mundial dos 100 m e o mandássemos correr a maratona, mais delirante seria. Ambos seriam levados ao insucesso. Isto porque existem nos nossos músculos vários tipos de fibras musculares. Por exemplo, temos fibras musculares que têm um abalo lento e são resistentes à fadiga, e fibras de abalo rápido e fatigadas, ou seja, aqui estarão as características do nosso sprinter, ali estarão as características do nosso maratonista (ver tabela). Elas são diferentes, inclusivamente até na cor, e em vários outros aspectos. Portanto, uma das velocidade de contracção é lenta e a outra é rápida, deixamos as intermédias para falar daqui a pouco, a actividade da ATPase é baixa, aqui é alta, a actividade das enzimas glicolíticas, portanto, baixa, alta, número de mitocôndrias, muitas, poucas, capilares, muitos, poucos, conteúdo de imunioglobulina, alto, baixo, cor do músculo, vermelho, branco, portanto estão a ver, há muitas características diferentes, inclusivamente até os períodos refractários relativos nas contracções musculares são diferentes. São, neste caso, baixos e aqui mais altos.) Isto quer dizer o quê? Nós não podemos mexer na constituição humana, isto é, não podemos fazer com que um indivíduo que tenha características para ser sprinter se transforme em maratonista. E vice-versa. Mas reparem: há muitos estudos. Nos indivíduos que têm predominância de fibras intermédias com estimulação electiva das fibras musculares, com estimulação eléctrica portanto, estudando bem o que eles podem fazer consegue-se (há estudos realizados) um indivíduo com maior predomínio de fibras destas intermédias pode conseguir fazê-las passar ou para aqui ou para ali. Mas reparem, há muitos estudos sobre os indivíduos que têm predominância de fibras intermédias e que provam que com estimulação electiva de fibras musculares, estimulação eléctrica se consegue que um indivíduo com maior predomínio de fibras intermédias consiga passar a possuir mais fibras de abalos lentos ou rápidos, através da alteração de determinadas características nas mesmas. Assim, transforma-se um indivíduo com estas características num sprinter ou num quase maratonista. Claro que não acaba por ser um grande maratonista, mas pode ser um sprinter de grandes distâncias. Todos sabemos que quando temos frio esfregamos as mãos, batemos palmas, batemos com os pés no chão, procuramos movimentar-nos; estamos assim a produzir contracções musculares. Uma contracção muscular produz calor. O estudo do calor desenvolvido durante a contracção muscular tem várias fases: há vários tipos de calor durante uma contracção muscular única. Isto foi estudado e realizado através do uso de termorreceptores específicos colocados em cima dos músculos. Um indivíduo transfere e recebe calor (medido em cal/g/min) quando está em repouso. Para os outros tipos de calor segue-se a mesma unidade porque o calor de activação corresponde ao momento da libertação do cálcio que se vai ligar à troponina e à hidrólise do ATP. Recapitulando: 1. o cálcio liga-se à troponina, desliza ligeiramente a tropomiosina; 2. dá-se a hidrólise do ATP, não havendo ainda portanto a interacção actinamiosina; ao calor associado a essa fase dá-se o nome de calor de activação. Este calor depende dos minutos em que é desenvolvido. 3. Segue-se então o calor de encurtamento em que vai haver a chamada reacção das pontes transversas (interligação entre a actina e a miosina). Portanto o calor de encurtamento, em que há uma diminuição do sarcómero, deve-se à reacção das pontes transversas. 4. Vai haver um calor de manutenção em que se mede a interacção da actina com a miosina. 5. Acabada a contracção, o músculo tem que entrar em recuperação, em relaxamento. Acredita-se que existe uma proteína que é chamada parvoalbumina que agarra no cálcio após a contracção para não ficar disperso e vai puxá-lo, trazê-lo de volta para o retículo sarcoplasmático. É nesta fase que se dá o calor de recuperação devido às sínteses quimiooxidativas. 6. Por fim tem-se o calor termoelástico, que está relacionado com a absorção de calor. Este calor todo que foi desenvolvido durante as fases da contracção muscular faz com que haja calor à volta do músculo. Esse calor começa a ser reabsorvido, não se dispersa, e portanto essa reabsorção vai promover depois o calor de repouso. Imaginem-se os bíceps de um indivíduo. Este indivíduo pega numa massa de 10 kg. Tem o braço e o antebraço a 90º. A força desenvolvida por este músculo é de 70 kg, ou seja, há uma desvantagem enorme nesta relação devido aos eixos e ao ponto de apoio, ao fulcro desta alavanca. A alavanca formada pelo nosso braço e antebraço tem uma desvantagem que nos leva a exercer uma força de cerca de 700 N (peso aproximado de 70 Kg na Terra) no seu músculo para suportar um peso de cerca de 100 N (peso aproximado de 10 kg na Terra). Nós defendemo-nos diminuindo um dos ramos da alavanca, isto é, a mão revira para dentro e fecha. Vira, diminui a alavanca, e diminui a força que o músculo está a exercer. Mas esta desvantagem mecânica tem por vezes vantagens em certos desportos (ex: andebol), porque o encurtamento do bícep de 1 cm leva a que haja uma diferença ao nível da mão de 7 cm. Uma grande contracção leva à uma grande velocidade de execução ao nível da mão (a pessoa contrai o bícep, puxa a alavanca toda para atrás e executa o movimento feito com o pulso). Portanto, esta desvantagem mecânica pode ser transformada em aumento da velocidade. Abordagem de três tipos de treino: 1. Escrever à máquina – é uma aprendizagem de coordenação. Este treino vai aumentar a frequência e a precisão dos movimentos. 2. Corredor da maratona – está habituado a correr grandes distâncias ainda que não as corra todos os dias porque precisa da chamada endurance. É no fundo o aumento da resistência a um esforço máximo mantido de modo continuado. Ao treinar de forma contínua e progressivamente maiores distâncias, aumenta a capacidade oxidativa das unidades motoras do corredor. Este precisa de desenvolver, para além das pernas, a caixa respiratória e os braços (todas as unidades envolvidas numa hipertrofia muscular circunscrita). 3. Halterofilismo – esforço máximo e breve. Ocorre uma hipertrofia e existe uma capacidade glicolítica (energia obtida anaerobiamente) elevada das unidades utilizadas (braços, pernas, coluna lombar). Imagine-se os bíceps de um indivíduo. Este indivíduo pega numa massa de 10 kg. Tem o braço e o antebraço a 90º. A força desenvolvida por este músculo é de 70 kg, ou seja, há uma desvantagem enorme nesta relação devido aos eixos e o ponto de apoio, ao fulcro desta alavanca. A alavanca formada pelo nosso braço e antebraço tem uma desvantagem que nos leva a um peso de 10 kg exercer uma força de cerca de 70 kg no seu músculo. Nós defendemo-nos diminuindo um dos ramos da alavanca, isto é, a mão revira para dentro e fecha. Vira, diminui a alavanca, diminui a força que o músculo está a exercer. Mas esta desvantagem mecânica tem por vezes vantagens em certos desportos (ex: andebol), porque o encurtamento do bícep de 1 cm leva a que haja uma diferença ao nível da mão de 7 cm. Uma grande contracção leva à uma grande velocidade de execução ao nível da mão ( a pessoa contrai o bícep, puxa a alavanca toda para atrás e executa o movimento feito com o pulso). Portanto, esta desvantagem mecânica pode ser transformada em aumento da velocidade . Abordagem de três tipos de treino: 4. Escrever à máquina – é uma aprendizagem de coordenação. Este treino vai aumentar a frequência e a precisão dos movimentos. 5. Corredor da maratona – está habituado a correr grandes distâncias ainda que não as corra todos os dias porque precisa da chamada endurance. É no fundo o aumento da resistência a um esforço máximo mantido de modo continuado. Ao treinar de forma contínua e progressivamente maiores distâncias, aumenta a capacidade oxidativa das suas unidades motoras. Precisa de desenvolver, para além das pernas, a caixa respiratória e os braços (todas as unidades envolvidas com uma hipertrofia muscular circunscrita). 6. Halterofilismo – esforço máximo e breve. Têm uma hipertrofia e uma capacidade glicolítica (energia obtida anaerobiamente portanto) elevada das unidades utilizadas (braços, pernas, coluna lombar).