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III Congresso de Ciência e Tecnologia da UTFPR-DV
3ª Semana Acadêmica de Ciências Biológicas
HUB 2015
21 e 22 de outubro de 2015, Dois Vizinhos-PR
PLANTAS MEDICINAS: USO POPULAR E SEUS PRINCÍPIOS ATIVOS
Ana Flavia Marcelino¹*, Gilmarise Devens¹, Mara Luciane Kovalski¹, Anelize Queiroz
Amaral¹
¹ Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Estrada para Boa Esperança, Km 04 s/n, CEP 85660-000, Dois
Vizinhos, PR, Brasil.
* Autor para correspondência. E-mail: [email protected]
RESUMO
O conhecimento e a utilização de fitoterápicos como finalidade medicinal acompanha a
humanidade desde os primórdios, com objetivos de prevenir e tratar doenças. É de fundamental
importância que a escola informe, esclareça e oriente sobre o uso desta alternativa fitoterápica.
Por esse motivo, esse trabalho foi desenvolvido no decorrer da disciplina de Teoria e Prática de
Ensino I e II em parceria com o PROEMI - Ensino Médio Inovador em uma escola estadual do
Município de Dois Vizinhos/PR, com alunos do terceiro ano. O objetivo principal foi de propiciar
aos alunos o conhecimento em relação à identificação, princípio ativo, poderes curativos e
preventivos das plantas medicinais. Através de um questionário, realizou-se um levantamento das
dez principais plantas utilizadas pelos alunos, as principais formas de uso e o local onde
encontram as plantas medicinais que utilizam. Dentre as plantas que mais se destacaram estão o
boldo (Plectranthus barbatus A.), marcela (Achyrocline satureioides), cidreira (Melissa
officinalis L.), camomila (Matricaria recutita). No que se refere à forma de uso, o chá foi o mais
citado, seguido do xarope, compressa e pomada. Em relação ao local onde encontram essas
plantas, o quintal de casa, matas da região e farmácias especializadas se destacaram. Com os
resultados apresentados no desenvolvimento do projeto, conclui-se que as plantas medicinais são
muito utilizadas e esta prática é induzida principalmente pelo conhecimento empírico.
Palavras-chave: Educação Básica; Teoria e Prática de Ensino; Plantas Medicinais.
INTRODUÇÃO
O conhecimento sobre a existência de vegetais e suas características fitoterápicas, bem
como sua utilização para fins medicinais data dos primórdios da civilização humana, de forma que
no decorrer da história, inúmeras foram os momentos em que plantas medicinais foram utilizadas
para prevenir e tratar doenças características. Na maioria dos casos as plantas tiveram seus
princípios ativos descobertos por acaso, como também de maneira intuitiva, baseado em
conhecimentos empíricos, os quais foram transpostos de geração em geração. Segundo Lameira e
Pinto (2008, p.29), atualmente as plantas medicinais se destacam como uma opção de
medicamentos de baixo custo e de fácil manuseio, adquirindo comprovado efeito farmacológico,
quando tendo sido receitado e sob a supervisão de profissionais qualificados da área de saúde.
Assim, o uso de plantas para fins medicinais tem renovado e despertado ainda mais o interesse
pelos benefícios provenientes do uso de “drogas” delas originadas, além de estudos da composição
morfologia e propriedades farmacológicas originadas destas plantas. Diante do contexto
apresentado, o presente trabalho teve como objetivo propiciar o conhecimento em relação à
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus de Dois Vizinhos – Estrada para Boa Esperança –
Km 04 – Comunidade São Cristóvão – CEP 85660-000 – Fone +55 (46) 3536-8900
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identificação, princípio ativo, poderes curativos e preventivos das plantas medicinais à uma turma
de 3º ano do ensino médio.
MATERIAL E MÉTODOS
O projeto Plantas medicinas: Uso popular e seus princípios ativos foi desenvolvido como
requisito da disciplina de Teoria e Prática de Ensino I e II em parceria com o PROEMI - Ensino
Médio Inovador em uma escola estadual do Município de Dois Vizinhos - Paraná, com alunos do
terceiro ano do ensino médio no período noturno, durante o mês de junho de 2015. Inicialmente, o
projeto foi apresentado aos alunos, realizou-se uma breve exposição teórica sobre o tema: Plantas
Medicinais, definição e relato da sua importância na história da humanidade. Em seguida realizouse uma sondagem através de um questionário escrito destinado aos alunos como tentativa de
constatar o conhecimento e a frequência do uso das plantas medicinais. Este questionário também
foi utilizado como instrumento de coleta de dados antes da aplicação do projeto, como forma de
identificar concepções prévias dos alunos e que poderiam estar se colocando como obstáculos
epistemológicos. Após os questionários terem sido aplicados foram analisados de forma quantiqualitativa de acordo com os pressupostos de Ludke e André (1986).
Na continuidade do desenvolvimento do projeto os alunos foram divididos em grupos onde
realizaram uma pesquisa bibliográfica de determinada espécie, destacando o nome científico, nome
popular, a indicação, o modo de preparo, acondicionamento e partes do vegetal utilizadas. Em
seguida como forma de troca de saberes cada grupo socializou os resultados da pesquisa com os
demais colegas. No momento seguinte foi realizada uma aula prática onde os alunos montaram as
exsicatas. Os exemplares das plantas selecionadas na pesquisa foram previamente preparadas para
a montagem da exsicata, os alunos apenas identificaram as plantas e etiquetaram conforme o
modelo abaixo. Os procedimentos para a montagem foram realizados pelos alunos no laboratório
de Ciências da escola.
Depois, com os exemplares das exsicatas montadas foi confeccionado um livro que permanecerá
na escola para futuras consultas. Ao término das atividades, um novo questionário foi aplicado
como instrumento de coleta de dados, para verificar os conhecimentos adquiridos sobre o tema,
durante o desenvolvimento do projeto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Primeiramente, temos o dado da pergunta número 1, que questionava se eles conheciam alguma
planta medicinal, e em caso afirmativo qual era essa planta. Assim, no total de 27 alunos, todos
disseram que conheciam algum tipo de planta medicinal.
A planta mais utilizada pelos alunos é o boldo (Plectranthus barbatus Andrems) com13
citações, seguido da marcela (Achyrocline satureioides) citada por 12 alunos e a cidreira (Melissa
officinalis L.) por 11. A camomila (Matricaria recutita) apareceu 10 vezes no questionário, já as
demais entre 3 a 6 vezes.
Conclui-se que por meio do conhecimento empirico e orientações recebidas muitas vezes por
seus avós e/ou antepassados o uso das plantas medicinais ainda é muito comum, porém restrito as
plantas mais mencionadas no nosso dia a dia. A segunda pergunta, questionava se alguém da
família ou o próprio aluno, já tinha feito uso de alguma planta medicinal. Como resultado, foi
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obtido 100% de afirmativas positivas. Em relação a forma de uso das plantas, constatou-se que a
forma mais popular de uso das plantas medicinais entre os alunos é o chá, seguido do xarope,
depois pela pomada e por último a compressa. Quando perguntados na questão 4, sobre onde
adquiriam ou encontravam essas plantas, 16 alunos citaram o pátio de casa, 8 afirmaram que
encontram em matas da região e 7 adquirem plantas medicinais em farmácias especializadas.
O próximo procedimento realizado foi a confecção de exsicatas pelos alunos, os quais se
demonstraram interessados em realizar essa atividade, e a concluíram com êxito. Ainda fizeram
uma breve apresentação sobre cada planta montada na exsicata como forma de troca de saberes
entre os alunos da sala. Ao término do projeto os alunos responderam um novo questionamento
para coleta de dados, o qual perguntava se os conhecimentos apresentados no decorrer do projeto
contribuiram para o aprendizado deste tema e por que. Todos os 27 alunos, afirmaram que o projeto
foi válido, esclarecendo dúvidas sobre o tema e ainda trazendo novos conhecimentos. Dentre as
respostas, alguns comentaram sobre a importância do conhecimento ciêntifico para evitar
equívocos em relação a coleta, armazenamento e uso das plantas medicinais que geralmente só
aparecem no conhecimento popular.
CONCLUSÕES
O uso de plantas medicinais é uma prática que acompanha a humanidade por séculos, transposta
de geração para geração, vem acompanhando a evolução dos seres humanos até os dias de hoje.
Com o trabalho realizado com os alunos, percebe-se que o uso dos fitoterápicos é muito frequente
e geralmente é induzido pelo conhecimento empírico, o qual não pode ser descartado. Porém, se
faz necessário que as pessoas tenham também o conhecimento científico, o qual pode comprovar
a eficácia dos princípios ativos das plantas medicinais e também alertar sobre possíveis efeitos
indesejados.
REFERÊNCIAS
LAMEIRA, O. A.; PINTO, J. E. B. P. Plantas Medicinais: do cultivo, manipulação e uso à recomendação
popular. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 2008.
LÜDKE, M., ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: E.P.U., 1986.
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