conhecimento - UNIPVirtual

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Unidade III
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA E
EDUCAÇÃO
Prof. Dr. Vladimir Fernandes
Conteúdos da terceira aula
Unidade III: O problema do conhecimento
ƒ A teoria do conhecimento na
Antiguidade;
ƒ Platão;
ƒ A alegoria da caverna;
ƒ Aristóteles;
ƒ A filosofia medieval: patrística e
escolástica;
ƒ A teoria do conhecimento na Idade
Moderna;
ƒ O racionalismo;
ƒ O empirismo;
ƒ O criticismo kantiano.
A teoria do conhecimento na
antiguidade
ƒ Foi visto que o mito é a primeira forma
de atribuir sentido ao mundo;
ƒ É um tipo de saber afetivo, coletivo,
dogmático;
ƒ Os mitos eram memorizados,
transmitidos oralmente de geração em
geração;
ƒ Cumprem a função de dar uma
explicação para as coisas;
ƒ Com isso acalmam e acomodam o ser
humano;
ƒ Os mitos são aceitos sem
questionamento.
A teoria do conhecimento na
antiguidade
A Filosofia surge por volta do século VI a.C.
com os pré-socráticos;
ƒ Perguntam:
ƒ Qual a origem de tudo o que existe?
ƒ Não aceitação da resposta mítica;
ƒ Busca de uma explicação racional para o
existente;
ƒ Busca da arché (elemento primordial)
que dá origem as coisas;
ƒ Fragmentos e comentários de outros
filósofos.
Platão: A alegoria da caverna
Platão – principal discípulo de Sócrates
ƒ Escreveu A Alegoria (ou mito) da
Caverna;
ƒ Que se encontra no livro VII de A
República;
ƒ Ilustra sua concepção epistemológica e
política;
ƒ Elementos: caverna, prisioneiros,
sombras, mundo externo;
ƒ Processo de libertação de um
prisioneiro.
Platão: A alegoria da caverna
“Imaginemos uma caverna subterrânea
onde (...) seres humanos estão
aprisionados. Suas pernas e seus pescoços
estão algemados de tal modo que são
forçados a permanecer sempre no mesmo
l
lugar
e a olhar
lh apenas para frente...
f
t
A luz
l
que ali entra provém de uma imensa e alta
fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros
- no exterior, portanto - há um caminho
ascendente ao longo do qual foi erguida
uma mureta...
mureta...” (CHAUI, 1997).
Platão: A alegoria da caverna
“Ao longo dessa mureta-palco, homens
transportam estatuetas de todo tipo, com
figuras de seres humanos, animais e todas
as coisas.
Por causa da luz da fogueira e da posição
ocupada por ela, os prisioneiros enxergam
na parede do fundo da caverna as sombras
das estatuetas transportadas, mas sem
poderem ver as próprias estatuetas, nem os
homens que as transportam” (CHAUI, 1997).
A caverna
“Sair da caverna”
ƒ E se um prisioneiro fosse levado para
fora da caverna?
ƒ A princípio seus olhos ficariam
ofuscados pelo brilho da luz;
ƒ Não seria capaz de ver;
ƒ Processo de adaptação a claridade;
ƒ Contemplar as sombras, as imagens
refletidas na água, os objetos;
ƒ Durante a noite poderá contemplar as
estrelas e a Lua;
ƒ Depois, no dia seguinte, o próprio Sol.
“Retornar à caverna”
ƒ Ele concluirá que antes contemplava
apenas sombras
ƒ Ficará com pena dos antigos
companheiros
ƒ Ele deve retornar à caverna e tentar
libertar seus antigos companheiros?
ƒ Mesmo correndo o risco de ser
incompreendido?
Interatividade
Sobre a Alegoria da caverna, assinale a correta
a) Foi escrita por Sócrates enquanto estava na
prisão;
b) Trata-se de um “mito” criado por Platão,
por isso não tem valor filosófico;
c) Descreve uma espécie de morada
subterrânea com homens acorrentados em
seu interior que contemplam sombras
projetadas;
d) As sombras não são reais, são apenas
imaginadas;
e) As sombras são reais porque são
projetadas pelas fogueiras feitas pelos
prisioneiros dentro da caverna.
“Retornar à caverna”
ƒ Retornando à caverna o ex-prisioneiro
ficaria desnorteado pela escuridão;
ƒ Caçoariam dele porque ele não consegue
enxergar;
ƒ Por sua vez, ele contaria o que viu e
tentaria libertar os outros;
ƒ Irritados os prisioneiros tentariam
espancá-lo;
ƒ Se ele insistisse eles acabariam por
matá lo
matá-lo.
Análise da alegoria
ƒ Quem são os prisioneiros?
ƒ O que são as sombras?
ƒ Quem é aquele que sai da caverna?
ƒ Quem são aqueles que projetam
sombras no interior da caverna?
ƒ Por que, segundo Platão, o exprisioneiro, agora filósofo, termina
assassinado?
ƒ Vamos ver novamente a imagem da
caverna.
Análise da alegoria
“Sair da caverna”
ƒ Como sair “sair da caverna”?
ƒ Força do hábito x força do eros;
ƒ Filosofia é desejo de conhecer;
ƒ A reflexão filosófica possibilita sair da
caverna;
ƒ O ex-prisioneiro deve retornar à caverna
para tentar libertar seus excompanheiros?
ƒ A tarefa político-pedagogica do filósofo
implica em retornar à caverna e indicar o
caminho.
Platão: Heráclito x Parmênides
ƒ Heráclito: Tudo está em movimento;
ƒ Parmênides: não há movimento;
ƒ A verdade (alétheia) está no pensamento
e a opinião (doxa) está nos sentidos;
ƒ O argumento de que “os sentidos
enganam” era usado para tentar provar
teses contrárias;
ƒ Movimento x imobilidade.
Platão: Concepção epistemológica
ƒ A definição das coisas está
condicionada ao princípio de identidade
e permanência;
ƒ Uma coisa é aquilo que é e não outra e
deve ser sempre do mesmo modo;
ƒ No mundo sensível isso não é possível.
É múltiplo e mutável;
ƒ É o mundo das aparências, das sombras;
ƒ Mera cópia do mundo das idéias, do
mundo real
real.
Platão: Concepção epistemológica
Mundo sensível (concreto);
ƒ Mundo das aparências – múltiplo,
mutável – regido pela doxa (opinião);
ƒ Refere-se ao devir de Heráclito;
Mundo das idéias
ƒ Idêntico e permanente – regido pela
episteme (conhecimento);
ƒ Refere-se ao ser de Parmênides;
É necessário sair do mundo das aparências
p
e ascender até o mundo verdadeiro das
idéias.
Platão: Her e a visão do outro
mundo (A república – livro X)
ƒ Her morreu em combate e após doze
dias ressuscitou;
ƒ Relatou o que viu no reino dos mortos:
ƒ As almas contemplam as idéias
verdadeiras e aguardam o momento de
reencarnarem para purificarem os erros
do passado;
ƒ No retorno à Terra devem atravessar o
rio Letes (rio do esquecimento);
ƒ Aquelas que bebem muita água
esquecem de todas as verdades
contempladas;
ƒ Conhecer implica em recordar o que já
se sabe, mas foi esquecido.
Interatividade
A alegoria da caverna de Platão pode ser
interpretada das seguintes formas:
a) As correntes da ignorância não podem ser
quebradas;
b) Os sofistas, que enganassem os outros,
deveriam ser acorrentados no fundo da
caverna, como punição;
c) O acorrentado no fundo da caverna é o
sábio que quer fugir dos prazeres do
mundo;
d) O filósofo é aquele que se liberta dos
grilhões e contempla o verdadeiro
conhecimento;
e) Aquele que sai da caverna não deve voltar
para tentar libertar seus ex-companheiros.
O empirismo de Aristóteles
ƒ Foi discípulo de Platão;
ƒ Foi professor de Alexandre;
ƒ Fundou sua própria escola (O Liceu);
ƒ Critica a filosofia dualista de Platão.
Mundo sensível x mundo das idéias;
ƒ Não julga o mundo aparência ou ilusão;
ƒ Seu modo de existir é o devir;
ƒ É possível conhecer as causas do devir
através do estudo do ser;;
Platão e Aristóteles.
Escola de atenas – Rafael
Disponível em www. pt.wikipedia.org
O empirismo de Aristóteles
ƒ “Por natureza, todos os homens desejam
o conhecimento. Uma indicação disso é
o valor que damos aos sentidos; pois,
além de sua utilidade, são valorizados
por si mesmos e, acima de tudo o da
visão.”;
i ã ”
ƒ “É pela memória que os homens
adquirem experiência, porque as
inúmeras lembranças da mesma coisa
produzem finalmente o efeito de uma
experiência única.”
única ”
(Aristóteles, Metafísica).
Conhecimento como processo
cumulativo
ƒ Sensação: 1º passo para o conhecimento
(ver, ouvir, sentir, etc.);
ƒ Memória: retenção dos dados sensíveis;
ƒ Experiência: “saber fazer” pela
repetição;
ƒ Ex. Olho para o céu e digo: “vai chover”.
Como eu sei?
ƒ Ex. Vou construir um novo quarto para
minha casa.
Conhecimento como processo
cumulativo
ƒ Arte/técnica: conhecimento das regras.
Sabe-se o por que das coisas (técnico);
ƒ Teoria/ciência: saber teórico
contemplativo. (ex. matemática, leis da
natureza);
ƒ Sabedoria/Filosofia: conhecimento das
causas primeiras universais (ex.
natureza do mundo, causa de todas as
coisas).
A filosofia medieval
ƒ A Idade Média vai do século V ao século
XV;
ƒ A igreja católica nasce dentro do Império
Romano;
ƒ Ap
princípio
p é proibida
p
e perseguida;
p
g
ƒ Vai se fortalecendo até se tornar à
religião oficial do Império (380 d.C.);
ƒ É detentora da escrita e do
conhecimento ;
ƒ Torna
Torna-se
se a força espiritual e política do
período;
ƒ Questão discutida: relação entre teologia
e filosofia, ou seja, entre fé e
razão.
Patrística
ƒ Filosofia dos padres da igreja (séc. II ao
V)
ƒ Objetivos:
ƒ Converter os pagãos (não batizados);
ƒ Combater as heresias
heresias, (doutrinas
Contrárias as da igreja);
ƒ Justificar a fé;
ƒ Recorre-se a razão;
ƒ A razão é vista como auxiliar da fé.
ƒ Representante:
Santo Agostinho (354-430);
ƒ “Creio para que possa
entender”.
Santo Agostinho (354-430 d.C.)
Disponível em www.consciencia.org
Escolástica
ƒ Filosofia cristã ensinada nas escolas
clericais (séc. IX ao XIV);
ƒ Continua-se recorrer a razão para
justificar as verdades da fé;
ƒ A filosofia é considerada serva da
teologia;
ƒ Representante:
ƒ São Tomás de Aquino (1225-1274);
ƒ Valorização do mundo sensível para a
aquisição de conhecimento;
ƒ O mundo sensível é uma criação
divina e é digno de ser conhecido pelo
cristão.
São Tomás de Aquino (1225-1274)
Disponível em www.consciencia.org
Características gerais
Idade média
ƒ Teocentrismo;
ƒ Geocentrismo;
ƒ Dogmatismo.
Renascimento (séc. XV e XVI)
ƒ Antropocentrismo;
ƒ Heliocentrismo;
ƒ Racionalismo.
Interatividade
Sobre o conhecimento na Idade Média é
correto afirmar.
a) É o período de maior valorização e
aceitação da filosofia grega;
b)) Os p
padres da igreja,
g j , durante esse
período, consideram a razão mais
importante que a fé;
c) A Teologia é considerada serva da
Filosofia;
d) A Filosofia é considerada serva da
Teologia;
e) Os mitos gregos são valorizados e
considerados portadores da
verdade.
Idade Moderna (séc. XVII e XVIII)
ƒ É possível o conhecimento?
ƒ Como se processa o conhecimento?
ƒ Racionalismo (Descartes);
ƒ Empirismo (Locke);
ƒ Criticismo (Kant);
ƒ René Descartes (1596-1650);
ƒ Coloca em dúvida a capacidade humana
de conhecer;
ƒ Busca da verdade indubitável;
ƒ Estabelece a dúvida como método.
René Descartes (1596 - 1650)
Disponível em www. pt.wikipedia.or
Discurso do método
“Fui instruído nas letras desde a infância, e
por me haver convencido de que, por
intermédio delas, poder-se-ia adquirir um
conhecimento claro e seguro de tudo o que
é útil à vida, sentia extraordinário desejo de
aprendê-las.
dê l
Porém,
P é assim
i que terminei
t
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esses estudos, ao cabo do qual costuma-se
ser recebido na classe dos eruditos, mudei
totalmente de opinião. Pois me encontrava
embaraçado com tantas dúvidas e erros
que me parecia não haver conseguido outro
proveito, procurando instruir-me, senão o
de ter descoberto cada vez mais a minha
ignorância.”
(DESCARTES, Discurso do método)
O racionalismo cartesiano
ƒ Tese do gênio maligno;
ƒ Se duvido penso, se penso existo;
ƒ Penso, logo existo;
ƒ Concebe a existência de idéias inatas e
verdadeiras no espírito;
ƒ Idéias que já nascem com a pessoa e das
quais fomos dotados por Deus;
ƒ Prioridade da razão no processo de
conhecimento;
ƒ Sujeito -> objeto;
ƒ Analogia com a aranha.
Empirismo. Representante: John
Locke (1632-1704)
ƒ A alma é concebida como uma tábula
rasa.
ƒ “Suponhamos que a mente é, como
dissemos, um papel em branco,
desprovida de todos os caracteres, sem
quaisquer idéias; como será suprida?
(...) De onde apreende todos os materiais
da razão e do conhecimento? A isso
respondo, numa palavra, da experiência.
Todo o nosso conhecimento está nela
fundado e dela deriva fundamentalmente
fundado,
o próprio conhecimento”
(LOCKE, Os Pensadores, 1973).
Empirismo
ƒ O conhecimento começa após a
experiência sensível;
ƒ O razão, a verdade são adquiridas pela
experiência;
ƒ O sujeito é passivo na produção do
conhecimento;
ƒ Sujeito <- objeto;
ƒ Analogia com a formiga.
Criticismo kantiano
ƒ Immanuel Kant (1724-1804);
ƒ Busca superar a dicotomia entre
racionalismo e o empirismo;
ƒ Realiza uma análise crítica da razão;
ƒ A matéria para o conhecimento é dada
pelos objetos;
ƒ Mas essa matéria se adapta a forma da
nossa razão;
ƒ Sujeito <->
< > objeto;
ƒ Analogia com a abelha.
Criticismo kantiano
ƒ A razão é uma estrutura vazia;
ƒ Essa estrutura é universal (igual para
todos). Porém seus conteúdos vêm de
fora;
ƒ Qual o engano dos inatistas?
Supor que os conteúdos são inatos;
ƒ Qual o engano dos empiristas?
Supor que a estrutura da razão é
causada pela experiência.
Interatividade
O filósofo alemão Immanuel Kant, acaba
por conciliar as correntes:
a) Do comunismo e do socialismo;
b) Do empirismo e da complexidade;
c) Do catolicismo e protestantismo;
d) Do positivismo e do liberalismo;
e) Do racionalismo e do empirismo.
ATÉ A PRÓXIMA!
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