VII ENCONTRO ENSINO EM ENGENHARIA PROGRAMA COOPERATIVO A AMPLIAÇÃO E A READEQUAÇÃO DO ENSINO DA FÍSICA PARA A ENGENHARIA DO TERCEIRO MILÊNIO Mordka Szajnberg - [email protected] Prof. Aposentado Instituto de Física e Faculdade de Engenharia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro Abraham Zakon - [email protected] Prof. Adjunto Laboratório de Compostos Cerâmicos, Departamento de Processos Inorgânicos Escola de Química, Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro Resumo: A função do cientista é conhecer, enquanto que a do engenheiro é fazer, transformando ciência em tecnologia. Há milênios a Física tornou-se a mãe das Engenharias. A Física Clássica gerou todas as áreas tradicionais da Engenharias ao passo que a Física Moderna vem gerando novas áreas de especialização imprescindíveis para o desenvolvimento de qualquer nação. Durante o Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia – COBENGE.2001, ocorrido em Porto Alegre, Zakon, Szajnberg e Nascimento abordaram a expansão das ciências naturais e das engenharias e propuseram a expansão do ensino da Física de modo a incorporar dois anos para a Física Clássica e um ano para a Física Moderna. A abordagem da Física nos cursos de bacharelado de Física difere freqüentemente daquela oferecida aos currículos de graduação da Engenharia e sua qualidade – que deveria ser a mesma – torna-se desigual. A presente contribuição incorpora uma análise do que se pratica no ensino superior da Física, do medo ou aversão desta ciência gerada nas instituições de segundo grau (e também nas faculdades) e do que pode ser feito para modernizar e readequar o ensino aos alunos que ingressam em cursos de Engenharia. As propostas apresentadas – visando implantar um ciclo básico estruturado sobre três anos de estudos de Física, repousam na convicção de que as universidades brasileiras possuem profissionais de alto nível acadêmico capazes de readequar o ensino da Física para todos os cursos superiores, e em especial as Engenharias, e produzir resultados surpreendentes para compatibilizar o avanço científico com as necessidades de aprimoramento profissional e desenvolvimento tecnológico. Uma disciplina de “Introdução às Ciências Naturais” seguida de três disciplinas semestrais de Física Clássica e duas de Física Moderna foram delineadas, deixando-se os trabalhos experimentais para cada instituição ou curso planejar dentro de suas possibilidades. - A proposta de um ensino básico em três anos visa destacar que, cada vez mais, exige-se uma interdisciplinariedade e a multidisciplinariedade nos cursos de Engenharia, em geral mencionando-se o ciclo profissional – quando o ciclo básico é o mais importante para criar e firmar uma base científica, tecnológica e holística – devidamente atualizada para os futuros engenheiros. A Física Moderna é necessária para compatibilizar várias ramos da Engenharia com os novos materiais, sistemas e tecnologias avançadas e para que se possa dotar as áreas de Eng. Química, Eng. Ambiental e Eng. Civil com elementos imprescindíveis para abordar o tratamento e a destinação dos resíduos sólidos perigosos radioativos. 1. AS FUNÇÕES DOS CIENTISTAS E DOS ENGENHEIROS. A função do cientista é conhecer, enquanto que a do engenheiro é fazer. Assim ocorre na área da Física. O físico adiciona dados e informações ao conhecimento verificado e sistematizado do mundo físico; e o engenheiro torna esse conhecimento útil na solução de problemas práticos, que envolvem o projeto e construção de artefatos, equipamentos, instrumentos, instalações e também a concepção de sistemas e processos, via de regra, envolvendo os elementos anteriores de modo a serem operados de forma econômica. O ensino da Física para Físicos e Engenheiros nem sempre é coincidente e tal diferença gera algumas dificuldades de comunicação e de emprego dos recursos teóricos nas questões práticas. Por vezes, em alguns cursos de Engenharia são os físicos que ministram as aulas de Física, e em outras ocasiões, ou instituições, são os engenheiros que se encarregam desta nobre tarefa. 2. A EXPANSÃO DAS CIÊNCIAS NATURAIS E DAS ENGENHARIAS EM 2001 Durante o recente Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia – COBENGE.2001, ocorrido em Porto Alegre, Zakon, Szajnberg e Nascimento consideraram a Engenharia como uma ou o conjunto de especialidades resultantes da conjunção da Física, Matemática, Geologia, Química e Biologia, hoje reconfigurada como uma atividade humana criadora de metodologias, engenhos e tecnologias, presente ou latente em qualquer área do conhecimento. O desenvolvimento da Física, a mais fundamental das Ciências Naturais, impulsionou a expansão das demais. A Física Clássica (lecionada em dois anos) sustentou os ramos consagrados da Engenharia (Civil, Mecânica, Elétrica, Química, Metalúrgica e Minas), porém, o elenco de habilitações na área da Engenharia cresce sem parar. A Física Moderna catalisou a geração de novos materiais, especialidades e habilitações avançadas, p. ex., Engenharia e Arquitetura Molecular. A Física Moderna também forneceu meios para identificar fenômenos e substâncias, p. ex., nas Ciências Aeroespaciais e Geociências, que possibilitaram compreender, monitorar e preservar o meio ambiente em qualquer planeta. A Biologia, as Geociências e as Ciências da Gestão emergiram como novas matérias fundamentais para formar todos os engenheiros, e, particularmente os que optaram pela recém criada Engenharia Ambiental. Concluiu-se que é necessário redimensionar o ensino da física para todos os Cursos de Engenharia, expandindo-se a duração dos seus ciclos básicos de graduação de dois para três anos. Sugeriu -se a adoção do ensino da Física Clássica em dois anos e da Física Moderna em mais um ano. 3. A SÍNDROME DO PATINHO FEIO E O MEDO DA FÍSICA Qualquer docente de Física ou de Engenharia pode constatar que os alunos dos cursos de Engenharia recebem ensinamentos com conteúdos e qualidade diferenciados daqueles oferecidos aos do curso de bacharelado de Física. As causas são bem conhecidas, apesar de pouco discutidas. Mas as razões apresentadas são sempre as mesmas: “um físico deve conhecer a Física de um modo mais profundo, e a matéria da Física ensinada para os futuros engenheiros deve ser simplificada”. E ainda: “os livros-texto para os alunos de Engenharia não podem ser os mesmos que os ministrados para alunos dos cursos de Física e assim por diante”. Quanto ao exposto, é sabido que Einstein manifestou-se assim: “... A vulgarização da ciência é de grande importância se proceder de uma boa fonte. Ao procurar-se simplificar as coisas não se deve deformá-las. A vulgarização tem de ser fiel ao pensamento inicial. A ciência não pode, é evidente, significar o mesmo para toda a gente”. Portanto, o ensino da Física para não-físicos pode ser simplificado em alguns aspectos, mas não pode perder a qualidade da outra. O outro problema do ensino de física, e mais grave, é a “síndrome do patinho feio” - o medo que os alunos possuem da matéria Física. Este medo, às vezes se transforma em ódio, criando uma barreira mental contra a Física. Tal problema inicia-se ainda no Segundo Grau ou Ensino Médio. Os exames vestibulares confirmam essa tendência comportamental: as notas das provas de Física, quando comparadas com as das outras matérias são de longe as mais baixas. Verifica-se em diversos depoimentos, inclusive em anais de eventos, que o índice de reprovação em Física é muito elevado. Às vezes, as reprovações numa disciplina de Física provocam evasão em massa de cursos de Engenharia. O medo da Física continua sendo propagado no ciclo básico do ensino superior (de qualquer curso onde tal matéria seja obrigatória). Os alunos “futuros engenheiros“ tem medo das matérias de Física. Os estagiários de Engenharia tem dificuldades da resolver problemas práticos de Física que não deixam de surgir durante suas atividades industriais ou pré-profissionais. A vivência de um dos autores na empresa Microlab S.A. em atividades de Engenharia de Projeto, permitiu-lhe ser convocado para resolver problemas banais na qualidade de “físico”, que normalmente um engenheiro ou mesmo um estagiário do ciclo profissional deveria saber resolver. Entretanto, essa ocorrência não pode ser generalizada (embora seja um indicador aleatório das dificuldades que os alunos sentem). Outro fato marcante ocorreu na UERJ: dois professores ministraram a matéria “Eletricidade e Magnetismo” para duas turmas de Engenharia (cerca de 50 alunos em cada turma). Um dos professores resolveu ministrar o curso no mesmo nível dirigido para os alunos do bacharelado de Física. O que aconteceu? No final do curso, ele ficou lecionando para 12 alunos, pois os outros migraram para a outra turma que acumulou 88 alunos. O que se percebeu é que para um universo grande e variado de alunos de Engenharia tal constatação se repete, sendo, infelizmente, verdadeira. 4. O ENSINO ATUAL DE FÍSICA NAS ENGENHARIAS. A Física é a ciência da matéria, energia, e das forças fundamentais da natureza (Neutron, 2000). Atualmente a Física é ensinada em dois anos (quatro semestres) no ciclo básico. A Física Clássica é compactada em três semestres: Mecânica, Termodinâmica e Eletricidade-Magnetismo. Os assuntos da Acústica, Física dos Meios Contínuos, Óptica e Ondas são espremidos dentro desses três semestres. No quarto semestre é ensinada (parcialmente) a Física Moderna, onde o aluno deve aprender a Mecânica Quântica antiga (Semi-Clássica), noções sobre a Mecânica Quântica Moderna, Estrutura da Matéria, Física Nuclear, Óptica eletrônica, Fibras Ópticas, Cristalografia, Estado Sólido, Relatividade e Cosmologia, Física de Altas Energias e ainda tem “aulas de laboratório..” Reduz-se a matéria citada a noções, mas mesmo assim este ensino se constitui em uma tarefa humanamente impossível para docentes e alunos. Os conformados podem argumentar:- “um aluno de Engenharia aprende no ciclo básico a Mecânica de Newton com a Matemática do nível médio (desconhecimento do Cálculo Diferencial e Integral no primeiro semestre), a Eletricidade de Faraday, as leis de Ohm e de Kirchoff, as leis fundamentais da Termodinâmica Macroscópica, Óptica Geométrica, a propagação do som e assim por diante...” Enfim, lhe é ensinada a Física do Segundo Grau revestida com um pouco de Matemática Superior. A formação principal em Física é reservada para o ciclo profissional. Sem dúvida, é uma solução. Entretanto, essa linha de raciocino apresenta falhas. A principal função do ciclo básico é a de preparar o aluno para o profissional. Sem receber um conhecimento mais profundo da Física, o aluno não terá a preparação adequada para aprender a profissão, talvez nem saberá escolher uma especialidade ou manter-se no estudo da própria profissão. Surge então a pergunta: para que ensinar Física Moderna? Resposta: para compatibilizar várias ramos da Engenharia com os novos materiais, tecnologias avançadas e para que se possa dotar as áreas de Eng. Química, Eng. Ambiental e Eng. Civil com elementos imprescindíveis para o trato dos resíduos sólidos perigosos radioativos. As lacunas deixadas no ensino do ciclo básico refletem-se negativamente no ciclo profissional e dificilmente podem ser compensadas durante este período. Os três anos seguintes, embora constituam um tempo relativamente longo, tornam-se insuficientes para formar engenheiros com domínio dos conhecimentos de Física e suas aplicações. Provavelmente, as notas baixas tiradas no “Provão” do MEC sejam resultantes do despreparo do ensino atual da matéria no ciclo básico. Einstein também dizia: "Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará, deste modo, uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto". Assim, conclui-se preliminarmente que: o ciclo básico deveria ensinar os fundamentos e ciclo profissional deveria ministrar as características tecnológicas de cada especialidade, incorporando o sentimento e o senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido. Porém, existem áreas da Engenharia - por exemplo, Eng. Química, Eng. Alimentos, Eng. Bioquímica, Eng. Biomédica, Eng. Saneamento, Eng. Ambiental, Eng. Minas, Eng. Metalúrgica, Eng. Cerâmica, Eng. Polímeros e Eng. Materiais - que não dependem apenas da Física, mas também das demais que compõem as Ciências Naturais: a Química, a Biologia e a Geologia. Todas as Ciências Naturais estão ligadas às origens da civilização e às noções e sentimentos de beleza e praticidade, e à necessidade de sobrevivência da espécie humana. Defendeu-se no COBENGE.2001 a necessidade dos docentes pensarem mais o mundo ao seu redor para transmitir uma interdisciplinariedade e uma interatividade com outras áreas da nossa existência real. Isto vale, principalmente, para a Física. 5. PROPOSTA BÁSICA PARA O ENSINO DE FÍSICA NOS CURSOS DE ENGENHARIA A proposta apresentada no COBENGE. 2001 e aqui expostas com alguns detalhes, visa aumentar o ensino da Física no ciclo básico de dois para três anos (ou seis semestres). Uma exposição sobre o conteúdo de cada disciplina semestral é apresentada a seguir: 4.1 - Primeiro semestre - Introdução às Ciências Naturais: Sabe-se que os alunos não possuem, geralmente, condições de absorver os ensinamentos de uma Física Teórica. Isto acontece por que o Cálculo Diferencial e Integral ainda não foi lecionado. Entretanto, atualmente no primeiro semestre ministra-se a Mecânica de Newton que é um procedimento absurdo. Todos nós sabemos, físicos matemáticos e até professores não físicos, que Newton inventou o Cálculo Diferencial e Integral para resolver os problemas da sua Mecânica. Então, é inconveniente e improdutivo ministrar tal matéria sem antes lecionar a base matemática indispensável. Assim, o que geralmente ocorre, é que o professor de Física leciona trechos da Matemática por sua conta (por vezes, criando atritos com o professor de Cálculo I). Por tais motivos, os alunos da Escola de Química da UFRJ estudam a Física a partir do segundo período, após terem estudado Cálculo I. Surge a seguinte questão: como aproveitar um primeiro semestre que poderia ser ocioso em Física? Pode-se elaborar uma disciplina “Introdução às Ciências Naturais”, incluindo, talvez, algumas experiências fundamentais, explorando a sua historia e as correntes filosóficas que a delinearam, o surgimento da Física Experimental de Galileu, o advento da Física Moderna, e explicar, discutindo preliminarmente, os dois grandes ramos desta, ainda não completamente compatíveis: a Teoria da Relatividade Restrita e Geral e a Mecânica Quântica, bem como as pontes que ligam a Física Clássica com a Física Moderna. Por outro lado, mesmo nas turmas de Química Industrial e Engenharia Química, que incluem nos seus ciclos profissionais disciplinas de Microbiologia Industrial, Engenharia de Alimentos, Engenharia Bioquímica e diversas de Tecnologias Químicas Orgânicas e Inorgânicas, e mesmo algumas compósitas – suas disciplinas de Física I são meramente mecanicistas, faltando componentes “alquímicos” – históricos e conceituais – que permitam aos alunos integrar e diferenciar a Física com as demais Ciências Naturais, e suas formas peculiares de investigação e tratamento científico. Por exemplo, uma pedra na Física (Mecanicista) é um sólido particulado, porém na Química e na Mineralogia possuem significados e abordagens que necessitam de uma visão integradora da Cristaloquímica e da sua Geogênese. Da mesma forma, um osso ou uma cana-de-açúcar são vistos na Física Mecanicista como sólidos particulados, ao passo que na Biologia ou nas Tecnologias Químicas suas aplicações podem ser variadas e a contemplação dessas abordagens no contexto de uma disciplina “Introdução às Ciências Naturais” no contexto de “sistemas biológicos” pode enriquecer a visão do mundo acadêmico que os aguarda nos semestres vindouros. Vale acrescentar a recente divulgação para uma palestra sobre “Geomedicina” que constitui um elo de ligação entre as ciências do solo e da saúde humana, que poderia ser incluída no contexto da disciplina introdutória proposta, que deve ser abrangente, tendo a Física como ponto de partida. Um aspecto complementar à proposta de tal disciplina, e também importante, é o de abordar os impactos sociais, institucionais, culturais, tecnológicos e políticos das sociedades científicas européias ao longo do segundo milênio, para reforçar a noção de contexto e pertinência dos estudos universitários. 4.2 – Semestres seguintes: as áreas da Física Clássica incluem: Mecânica, Acústica, Óptica, Termodinâmica e Eletromagnetismo. A nossa proposta consiste em empregar três semestres seguintes para o ensino da Física Clássica e utilizar mais dois semestres para a Física Moderna. Entretanto, as matérias, ministradas em Física Clássica sempre devem conter o germe da Física Moderna. A seguir são descritas as matérias da Física em termos de conteúdo máximo, visando apenas prover uma base para a construção de disciplinas específicas para os diversos cursos de graduação da Engenharia. 4.2.1 Segundo semestre : Mecânica clássica – Vetores. Cinemática de uma particular. Movimento circular. Sistemas de referência. Transformações de Galileu. Sistemas inerciais. Leis de Newton. Dinâmica de uma partícula. Sistemas acelerados. Trabalho e energia. Energia mecânica. Energia potencial. Energia cinética. Conservação da energia, momento linear e momento angular. Sistemas com muitas partículas. Centro de massa. Dinâmica de corpos rígidos. Movimento harmônico simples. Velocidades relativas e acelerações. Cinemática do corpo rígido. Colisões. Dinâmica do corpo rígido: momento de inércia, momento angular, energia cinética. Equação de Euler do movimento do corpo rígido. Rotação. Formulação do balanceamento dinâmico. Gravitação. 4.2.2 Terceiro semestre : Termodinâmica. Conceitos básicos. Propriedade de sistemas, processos. Leis fundamentais: Zero lei e primeira lei de termodinâmica.. Sistemas abertos e fechados. Energia e Entalpia. Gases ideais e reais. Sistema líquido-vapor e de fase singular. Substancia pura e misturas ideal. Gás ideal. Segunda lei de termodinâmica. Processos de compressão e expansão. Principio do Carnot. Temperatura termodinâmica. Entropia. Ciclos de refrigeração. Mecânica das Fluidos: Meios contínuos. Propriedades de fluidos . . Hidrostática. Cinemática. Descrição de movimento. Fluidos Newtonianos. Equação Navier-Stokes. Equação de Euler. Equação de Bernouilli. Fluxo compressível unidimensional. Linhas de Fanno e Raleigh. Ondas de choque. Transferência de Calor Condução de calor nos sólidos em estado estacionário e não estácionário em geometrias diferentes. Condições de contorno, convecção, solução para casos diferentes. Transferência de calor nos processos de turbulência.. Convecção livre. Intercâmbio e troca de calor. Radiação. Física Estatística Introdução e conceitos básicos. Distribuição de Maxwell. Formalismo geral. Distribuição de Gibbs. Função de partição. Calculo para funções termodinâmicas. Gás ideal de partículas idênticas. Estatística de Boltzman. Equilíbrio químico. 4.2.3 – Quarto semestre : Eletricidade e Magnetismo: Eletrostática. Campo elétrico. Lei de Gauss. Potencial elétrico.. Capacitores. Corrente elétrica. Campos de uma carga em movimento. Campo magnético. Indução eletromagnética. Lei de Ohm. Lei de Amper. Lei de Faraday para corrente alternada. Equações de Maxwell. Ondas: Ondas mecânicas. Ondas transversais. Ondas longitudinais. Ondas transversais. Reflexão e transmissão. Ondas estacionárias. Velocidade de fase e velocidade do grupo. Batimento. Fenômeno de ressonância. Acústica. Ondas eletromagnéticas. Ondas eletromagnéticas no vácuo. Energia e momento linear de ondas eletromagnéticas. Espectro da radiação. Dispersão, reflexão e refração. Interferência e difração. Polarização. Óptica geométrica. 4.2.4 - Quinto semestre : Física Moderna 1: Radiação do corpo negro . Quantização da energia e a lei do Planck. Dualidade ondas – matéria. Ondas com propriedades de partículas. Partículas com propriedades de onda. Raios X continuos. Efeito fotoelétrico. Fótons. Difração de Bragg. Espalhamento de Compton. Ondas De Broglie. Experiência de Davisson-Germer. Pacotes de onda. Estrutura atômica. Espectros atômicos. Espalhamento de Rutherford. Átomo de Bohr. Experiência de Franck-Hertz. Relatividade restrita. Relatividade da velocidade da luz. Experiência de MichelsonMorley. Postulados de Einstein. Transformações de Lorenz. Mecânica relativista. Transformações de Lorenz do espaço-tempo e momentum-energia. Transformação da velocidade. Dinâmica relativista. Partículas com massa zero. Deslocamento relativístico no efeito Doppler. Mecânica relativista. Relação massa-energia. 4.2.5 – Sexto Semestre: Física Moderna 2. Função de onda e a equação de Schrodinger. Aproximação probabilística. Teoria energética do poço unidimensional. Oscilador harmônico. Efeito túnel através da barreira potencial. Efeito de degeneração. Principio de incerteza de Heisenberg. Quantização do momento angular. Spin e experiência Stern-Gerlach., soluções da equação de Schrödinger para uma partícula livre e na presença de potenciais diversos. Aplicação da teoria quântica ao átomo de hidrogênio. Átomos com muitos elétrons e a tabela periódica. Formalismo geral da Mecânica quântica: estados, operadores, notação de Dirac . Álgebra comutativa, autovalores e autoestados. Harmônicos esféricos. Spin. Ressonância nuclear magnética. Física estatística quântica (Bose-Einstein e Fermi-Dirac) Bósons e Férmions. Estrutura do átomo. Forças fundamentais na natureza. Física Nuclear (física de altas energias). Estrutura nuclear. Forças nucleares e a energia de ligação. Estabilidade nuclear e decaimento radioativo. Radiação alfa, beta e gamma. Interação da radiação com a matéria. Reações nucleares. Fissão e Fusão. Partículas fundamentais. Partículas e antiPartículas. Leis de conservação. Classificação de partículas. Modelo padrão. . Física de estado sólido. Princípios fundamentais de funcionamento de Laser e sua aplicações no estudo das propriedades físicas dos átomos e moléculas.. 6. PROPOSTA PARA ADEQUAÇÃO DA HETEROGENEIDADE NO ENSINO DA FÍSICA Os cursos de Física do ciclo básico ministrados para cursos de Engenharia não podem ser uniformizados. Os diversos ramos da Engenharia requerem preparações diversas da matéria de Física. Por exemplo, os engenheiros civis devem receber uma carga maior de mecânica do que os engenheiros elétricos (ou eletrônicos), assim como os engenheiros eletro-eletrônico devem receber uma carga maior de Mecânica Quântica e Física Estatística Quântica que os engenheiros civis. Cada Instituto de Física, em conjunto com os respectivos Departamentos de Engenharia deve preparar uma quantidade maior possível de cursos de Física para ciclo básico com módulos retirados do conteúdo geral (conforme exposto acima), sendo que o critério adotado deve obedecer às necessidades de cada engenharia com um grau de sofisticação correspondente. Essa solução permite compatibilizar diversas capacidades de aprendizado oriundas das diferenças de ensino que ocorrem nos colégios e cursos vestibulares e evitar medos, repulsa e evasão dos cursos superiores e a perda dos investimentos e recursos orçamentários envolvidos (que para o Brasil são significativos). Uma ressalva: no contexto dos módulos incorporados aos semestres para o ensino de Física não foram apresentados os quesitos ou experiências de laboratórios, que são indispensáveis. Sem laboratórios a Física se torna uma matéria inexistente ou “morta” (assim como as demais Ciências Naturais e os segmentos tecnológicos químicos e afins). Entretanto, devido à conhecida insuficiência de recursos materiais para a realização de trabalhos laboratoriais nas universidades, deve-se deixar o seu planejamento ou elaboração para os respectivos Institutos de Física e Escolas de Engenharias. Os laboratórios devem estritamente acompanhar os textos dos cursos teóricos. 7.CONCLUSÕES: 1a - Uma disciplina de “Introdução às Ciências Naturais” foi proposta, seguida de três disciplinas semestrais de Física Clássica e duas de Física Moderna, cujos conteúdos também foram delineados. Deixou-se o planejamento dos trabalhos experimentais para cada instituição ou curso dentro de suas possibilidades. 2a - A proposta de um ensino básico em três anos visa destacar que, cada vez mais, exige-se uma interdisciplinariedade e a multidisciplinariedade nos cursos de Engenharia, em geral mencionando-se o ciclo profissional – quando o ciclo básico é o mais importante para criar e firmar uma base científica, tecnológica e holística – devidamente atualizada - para os futuros engenheiros. 3a – A Física Moderna é necessária para compatibilizar várias ramos da Engenharia com os novos materiais, sistemas e tecnologias avançadas e para que se possa dotar as áreas de Eng. Química, Eng. Ambiental e Eng. Civil com elementos imprescindíveis para abordar o tratamento e a destinação dos resíduos sólidos perigosos radioativos. REFERÊNCIAS [1] www.neutron.anl.gov/hyper -physics/physics.html (23 de outubro de 2000) [2] A. Zakon, M. Szajnberg e J.l. Nascimento e– A expansão das ciências naturais e das engenharias em 2001 - Anais do XXIX Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia, COBENGE.2001, pp. Porto Alegre, 2001