VII ENCONTRO ENSINO EM ENGENHARIA

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VII ENCONTRO ENSINO EM ENGENHARIA
PROGRAMA
COOPERATIVO
A AMPLIAÇÃO E A READEQUAÇÃO DO ENSINO DA FÍSICA
PARA A ENGENHARIA DO TERCEIRO MILÊNIO
Mordka Szajnberg - [email protected]
Prof. Aposentado
Instituto de Física e Faculdade de Engenharia,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Abraham Zakon - [email protected]
Prof. Adjunto
Laboratório de Compostos Cerâmicos,
Departamento de Processos Inorgânicos
Escola de Química, Centro de Tecnologia,
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Resumo: A função do cientista é conhecer, enquanto que a do engenheiro é fazer, transformando
ciência em tecnologia. Há milênios a Física tornou-se a mãe das Engenharias. A Física Clássica
gerou todas as áreas tradicionais da Engenharias ao passo que a Física Moderna vem gerando novas
áreas de especialização imprescindíveis para o desenvolvimento de qualquer nação. Durante o
Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia – COBENGE.2001, ocorrido em Porto Alegre, Zakon,
Szajnberg e Nascimento abordaram a expansão das ciências naturais e das engenharias e
propuseram a expansão do ensino da Física de modo a incorporar dois anos para a Física Clássica e
um ano para a Física Moderna. A abordagem da Física nos cursos de bacharelado de Física difere
freqüentemente daquela oferecida aos currículos de graduação da Engenharia e sua qualidade – que
deveria ser a mesma – torna-se desigual. A presente contribuição incorpora uma análise do que se
pratica no ensino superior da Física, do medo ou aversão desta ciência gerada nas instituições de
segundo grau (e também nas faculdades) e do que pode ser feito para modernizar e readequar o
ensino aos alunos que ingressam em cursos de Engenharia. As propostas apresentadas – visando
implantar um ciclo básico estruturado sobre três anos de estudos de Física, repousam na convicção
de que as universidades brasileiras possuem profissionais de alto nível acadêmico capazes de
readequar o ensino da Física para todos os cursos superiores, e em especial as Engenharias, e
produzir resultados surpreendentes para compatibilizar o avanço científico com as necessidades de
aprimoramento profissional e desenvolvimento tecnológico. Uma disciplina de “Introdução às
Ciências Naturais” seguida de três disciplinas semestrais de Física Clássica e duas de Física
Moderna foram delineadas, deixando-se os trabalhos experimentais para cada instituição ou curso
planejar dentro de suas possibilidades. - A proposta de um ensino básico em três anos visa destacar
que, cada vez mais, exige-se uma interdisciplinariedade e a multidisciplinariedade nos cursos de
Engenharia, em geral mencionando-se o ciclo profissional – quando o ciclo básico é o mais
importante para criar e firmar uma base científica, tecnológica e holística – devidamente atualizada para os futuros engenheiros. A Física Moderna é necessária para compatibilizar várias ramos da
Engenharia com os novos materiais, sistemas e tecnologias avançadas e para que se possa dotar as
áreas de Eng. Química, Eng. Ambiental e Eng. Civil com elementos imprescindíveis para abordar o
tratamento e a destinação dos resíduos sólidos perigosos radioativos.
1. AS FUNÇÕES DOS CIENTISTAS E DOS ENGENHEIROS.
A função do cientista é conhecer, enquanto que a do engenheiro é fazer. Assim ocorre na área
da Física. O físico adiciona dados e informações ao conhecimento verificado e sistematizado do
mundo físico; e o engenheiro torna esse conhecimento útil na solução de problemas práticos, que
envolvem o projeto e construção de artefatos, equipamentos, instrumentos, instalações e também a
concepção de sistemas e processos, via de regra, envolvendo os elementos anteriores de modo a serem
operados de forma econômica. O ensino da Física para Físicos e Engenheiros nem sempre é
coincidente e tal diferença gera algumas dificuldades de comunicação e de emprego dos recursos
teóricos nas questões práticas. Por vezes, em alguns cursos de Engenharia são os físicos que ministram
as aulas de Física, e em outras ocasiões, ou instituições, são os engenheiros que se encarregam desta
nobre tarefa.
2. A EXPANSÃO DAS CIÊNCIAS NATURAIS E DAS ENGENHARIAS EM 2001
Durante o recente Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia – COBENGE.2001, ocorrido
em Porto Alegre, Zakon, Szajnberg e Nascimento consideraram a Engenharia como uma ou o conjunto
de especialidades resultantes da conjunção da Física, Matemática, Geologia, Química e Biologia, hoje
reconfigurada como uma atividade humana criadora de metodologias, engenhos e tecnologias,
presente ou latente em qualquer área do conhecimento. O desenvolvimento da Física, a mais
fundamental das Ciências Naturais, impulsionou a expansão das demais. A Física Clássica (lecionada
em dois anos) sustentou os ramos consagrados da Engenharia (Civil, Mecânica, Elétrica, Química,
Metalúrgica e Minas), porém, o elenco de habilitações na área da Engenharia cresce sem parar. A
Física Moderna catalisou a geração de novos materiais, especialidades e habilitações avançadas, p. ex.,
Engenharia e Arquitetura Molecular. A Física Moderna também forneceu meios para identificar
fenômenos e substâncias, p. ex., nas Ciências Aeroespaciais e Geociências, que possibilitaram
compreender, monitorar e preservar o meio ambiente em qualquer planeta. A Biologia, as Geociências
e as Ciências da Gestão emergiram como novas matérias fundamentais para formar todos os
engenheiros, e, particularmente os que optaram pela recém criada Engenharia Ambiental. Concluiu-se
que é necessário redimensionar o ensino da física para todos os Cursos de Engenharia, expandindo-se
a duração dos seus ciclos básicos de graduação de dois para três anos. Sugeriu -se a adoção do ensino
da Física Clássica em dois anos e da Física Moderna em mais um ano.
3. A SÍNDROME DO PATINHO FEIO E O MEDO DA FÍSICA
Qualquer docente de Física ou de Engenharia pode constatar que os alunos dos cursos de
Engenharia recebem ensinamentos com conteúdos e qualidade diferenciados daqueles oferecidos aos
do curso de bacharelado de Física. As causas são bem conhecidas, apesar de pouco discutidas. Mas as
razões apresentadas são sempre as mesmas: “um físico deve conhecer a Física de um modo mais
profundo, e a matéria da Física ensinada para os futuros engenheiros deve ser simplificada”. E ainda:
“os livros-texto para os alunos de Engenharia não podem ser os mesmos que os ministrados para
alunos dos cursos de Física e assim por diante”.
Quanto ao exposto, é sabido que Einstein manifestou-se assim: “... A vulgarização da ciência é
de grande importância se proceder de uma boa fonte. Ao procurar-se simplificar as coisas não se deve
deformá-las. A vulgarização tem de ser fiel ao pensamento inicial. A ciência não pode, é evidente,
significar o mesmo para toda a gente”.
Portanto, o ensino da Física para não-físicos pode ser simplificado em alguns aspectos, mas
não pode perder a qualidade da outra. O outro problema do ensino de física, e mais grave, é a
“síndrome do patinho feio” - o medo que os alunos possuem da matéria Física. Este medo, às vezes se
transforma em ódio, criando uma barreira mental contra a Física. Tal problema inicia-se ainda no
Segundo Grau ou Ensino Médio. Os exames vestibulares confirmam essa tendência comportamental:
as notas das provas de Física, quando comparadas com as das outras matérias são de longe as mais
baixas. Verifica-se em diversos depoimentos, inclusive em anais de eventos, que o índice de
reprovação em Física é muito elevado. Às vezes, as reprovações numa disciplina de Física provocam
evasão em massa de cursos de Engenharia.
O medo da Física continua sendo propagado no ciclo básico do ensino superior (de qualquer
curso onde tal matéria seja obrigatória). Os alunos “futuros engenheiros“ tem medo das matérias de
Física. Os estagiários de Engenharia tem dificuldades da resolver problemas práticos de Física que não
deixam de surgir durante suas atividades industriais ou pré-profissionais. A vivência de um dos
autores na empresa Microlab S.A. em atividades de Engenharia de Projeto, permitiu-lhe ser convocado
para resolver problemas banais na qualidade de “físico”, que normalmente um engenheiro ou mesmo
um estagiário do ciclo profissional deveria saber resolver. Entretanto, essa ocorrência não pode ser
generalizada (embora seja um indicador aleatório das dificuldades que os alunos sentem). Outro fato
marcante ocorreu na UERJ: dois professores ministraram a matéria “Eletricidade e Magnetismo” para
duas turmas de Engenharia (cerca de 50 alunos em cada turma). Um dos professores resolveu ministrar
o curso no mesmo nível dirigido para os alunos do bacharelado de Física. O que aconteceu? No final
do curso, ele ficou lecionando para 12 alunos, pois os outros migraram para a outra turma que
acumulou 88 alunos. O que se percebeu é que para um universo grande e variado de alunos de
Engenharia tal constatação se repete, sendo, infelizmente, verdadeira.
4. O ENSINO ATUAL DE FÍSICA NAS ENGENHARIAS.
A Física é a ciência da matéria, energia, e das forças fundamentais da natureza (Neutron,
2000). Atualmente a Física é ensinada em dois anos (quatro semestres) no ciclo básico. A Física
Clássica é compactada em três semestres: Mecânica, Termodinâmica e Eletricidade-Magnetismo. Os
assuntos da Acústica, Física dos Meios Contínuos, Óptica e Ondas são espremidos dentro desses três
semestres. No quarto semestre é ensinada (parcialmente) a Física Moderna, onde o aluno deve
aprender a Mecânica Quântica antiga (Semi-Clássica), noções sobre a Mecânica Quântica Moderna,
Estrutura da Matéria, Física Nuclear, Óptica eletrônica, Fibras Ópticas, Cristalografia, Estado Sólido,
Relatividade e Cosmologia, Física de Altas Energias e ainda tem “aulas de laboratório..” Reduz-se a
matéria citada a noções, mas mesmo assim este ensino se constitui em uma tarefa humanamente
impossível para docentes e alunos. Os conformados podem argumentar:- “um aluno de Engenharia
aprende no ciclo básico a Mecânica de Newton com a Matemática do nível médio (desconhecimento
do Cálculo Diferencial e Integral no primeiro semestre), a Eletricidade de Faraday, as leis de Ohm e de
Kirchoff, as leis fundamentais da Termodinâmica Macroscópica, Óptica Geométrica, a propagação do
som e assim por diante...” Enfim, lhe é ensinada a Física do Segundo Grau revestida com um pouco de
Matemática Superior. A formação principal em Física é reservada para o ciclo profissional. Sem
dúvida, é uma solução. Entretanto, essa linha de raciocino apresenta falhas. A principal função do
ciclo básico é a de preparar o aluno para o profissional. Sem receber um conhecimento mais profundo
da Física, o aluno não terá a preparação adequada para aprender a profissão, talvez nem saberá
escolher uma especialidade ou manter-se no estudo da própria profissão.
Surge então a pergunta: para que ensinar Física Moderna? Resposta: para compatibilizar várias
ramos da Engenharia com os novos materiais, tecnologias avançadas e para que se possa dotar as áreas
de Eng. Química, Eng. Ambiental e Eng. Civil com elementos imprescindíveis para o trato dos
resíduos sólidos perigosos radioativos.
As lacunas deixadas no ensino do ciclo básico refletem-se negativamente no ciclo
profissional e dificilmente podem ser compensadas durante este período. Os três anos seguintes,
embora constituam um tempo relativamente longo, tornam-se insuficientes para formar
engenheiros com domínio dos conhecimentos de Física e suas aplicações. Provavelmente, as
notas baixas tiradas no “Provão” do MEC sejam resultantes do despreparo do ensino atual da
matéria no ciclo básico. Einstein também dizia: "Não basta ensinar ao homem uma especialidade,
porque se tornará, deste modo, uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que
adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é
belo, do que é moralmente correto". Assim, conclui-se preliminarmente que: o ciclo básico
deveria ensinar os fundamentos e ciclo profissional deveria ministrar as características
tecnológicas de cada especialidade, incorporando o sentimento e o senso prático daquilo que vale
a pena ser empreendido.
Porém, existem áreas da Engenharia - por exemplo, Eng. Química, Eng. Alimentos, Eng.
Bioquímica, Eng. Biomédica, Eng. Saneamento, Eng. Ambiental, Eng. Minas, Eng. Metalúrgica, Eng.
Cerâmica, Eng. Polímeros e Eng. Materiais - que não dependem apenas da Física, mas também das
demais que compõem as Ciências Naturais: a Química, a Biologia e a Geologia. Todas as Ciências
Naturais estão ligadas às origens da civilização e às noções e sentimentos de beleza e praticidade, e à
necessidade de sobrevivência da espécie humana. Defendeu-se no COBENGE.2001 a necessidade dos
docentes pensarem mais o mundo ao seu redor para transmitir uma interdisciplinariedade e uma
interatividade com outras áreas da nossa existência real. Isto vale, principalmente, para a Física.
5. PROPOSTA BÁSICA PARA O ENSINO DE FÍSICA NOS CURSOS DE ENGENHARIA
A proposta apresentada no COBENGE. 2001 e aqui expostas com alguns detalhes, visa
aumentar o ensino da Física no ciclo básico de dois para três anos (ou seis semestres). Uma exposição
sobre o conteúdo de cada disciplina semestral é apresentada a seguir:
4.1 - Primeiro semestre - Introdução às Ciências Naturais: Sabe-se que os alunos não
possuem, geralmente, condições de absorver os ensinamentos de uma Física Teórica. Isto acontece por
que o Cálculo Diferencial e Integral ainda não foi lecionado. Entretanto, atualmente no primeiro
semestre ministra-se a Mecânica de Newton que é um procedimento absurdo. Todos nós sabemos,
físicos matemáticos e até professores não físicos, que Newton inventou o Cálculo Diferencial e
Integral para resolver os problemas da sua Mecânica. Então, é inconveniente e improdutivo ministrar
tal matéria sem antes lecionar a base matemática indispensável. Assim, o que geralmente ocorre, é que
o professor de Física leciona trechos da Matemática por sua conta (por vezes, criando atritos com o
professor de Cálculo I). Por tais motivos, os alunos da Escola de Química da UFRJ estudam a Física a
partir do segundo período, após terem estudado Cálculo I.
Surge a seguinte questão: como aproveitar um primeiro semestre que poderia ser ocioso em
Física? Pode-se elaborar uma disciplina “Introdução às Ciências Naturais”, incluindo, talvez, algumas
experiências fundamentais, explorando a sua historia e as correntes filosóficas que a delinearam, o
surgimento da Física Experimental de Galileu, o advento da Física Moderna, e explicar, discutindo
preliminarmente, os dois grandes ramos desta, ainda não completamente compatíveis: a Teoria da
Relatividade Restrita e Geral e a Mecânica Quântica, bem como as pontes que ligam a Física Clássica
com a Física Moderna.
Por outro lado, mesmo nas turmas de Química Industrial e Engenharia Química, que incluem
nos seus ciclos profissionais disciplinas de Microbiologia Industrial, Engenharia de Alimentos,
Engenharia Bioquímica e diversas de Tecnologias Químicas Orgânicas e Inorgânicas, e mesmo
algumas compósitas – suas disciplinas de Física I são meramente mecanicistas, faltando componentes
“alquímicos” – históricos e conceituais – que permitam aos alunos integrar e diferenciar a Física com
as demais Ciências Naturais, e suas formas peculiares de investigação e tratamento científico. Por
exemplo, uma pedra na Física (Mecanicista) é um sólido particulado, porém na Química e na
Mineralogia possuem significados e abordagens que necessitam de uma visão integradora da
Cristaloquímica e da sua Geogênese. Da mesma forma, um osso ou uma cana-de-açúcar são vistos na
Física Mecanicista como sólidos particulados, ao passo que na Biologia ou nas Tecnologias Químicas
suas aplicações podem ser variadas e a contemplação dessas abordagens no contexto de uma disciplina
“Introdução às Ciências Naturais” no contexto de “sistemas biológicos” pode enriquecer a visão do
mundo acadêmico que os aguarda nos semestres vindouros. Vale acrescentar a recente divulgação para
uma palestra sobre “Geomedicina” que constitui um elo de ligação entre as ciências do solo e da saúde
humana, que poderia ser incluída no contexto da disciplina introdutória proposta, que deve ser
abrangente, tendo a Física como ponto de partida.
Um aspecto complementar à proposta de tal disciplina, e também importante, é o de abordar
os impactos sociais, institucionais, culturais, tecnológicos e políticos das sociedades científicas
européias ao longo do segundo milênio, para reforçar a noção de contexto e pertinência dos estudos
universitários.
4.2 – Semestres seguintes: as áreas da Física Clássica incluem: Mecânica, Acústica, Óptica,
Termodinâmica e Eletromagnetismo. A nossa proposta consiste em empregar três semestres seguintes
para o ensino da Física Clássica e utilizar mais dois semestres para a Física Moderna. Entretanto, as
matérias, ministradas em Física Clássica sempre devem conter o germe da Física Moderna. A seguir
são descritas as matérias da Física em termos de conteúdo máximo, visando apenas prover uma base
para a construção de disciplinas específicas para os diversos cursos de graduação da Engenharia.
4.2.1 Segundo semestre : Mecânica clássica – Vetores. Cinemática de uma particular. Movimento
circular. Sistemas de referência. Transformações de Galileu. Sistemas inerciais. Leis de Newton.
Dinâmica de uma partícula. Sistemas acelerados. Trabalho e energia. Energia mecânica. Energia
potencial. Energia cinética. Conservação da energia, momento linear e momento angular. Sistemas
com muitas partículas. Centro de massa. Dinâmica de corpos rígidos. Movimento harmônico simples.
Velocidades relativas e acelerações. Cinemática do corpo rígido. Colisões. Dinâmica do corpo rígido:
momento de inércia, momento angular, energia cinética. Equação de Euler do movimento do corpo
rígido. Rotação. Formulação do balanceamento dinâmico. Gravitação.
4.2.2 Terceiro semestre : Termodinâmica. Conceitos básicos. Propriedade de sistemas, processos.
Leis fundamentais: Zero lei e primeira lei de termodinâmica.. Sistemas abertos e fechados. Energia e
Entalpia. Gases ideais e reais. Sistema líquido-vapor e de fase singular. Substancia pura e misturas
ideal. Gás ideal. Segunda lei de termodinâmica. Processos de compressão e expansão. Principio do
Carnot. Temperatura termodinâmica. Entropia. Ciclos de refrigeração. Mecânica das Fluidos: Meios
contínuos. Propriedades de fluidos . . Hidrostática. Cinemática. Descrição de movimento. Fluidos
Newtonianos. Equação Navier-Stokes. Equação de Euler. Equação de Bernouilli. Fluxo compressível
unidimensional. Linhas de Fanno e Raleigh. Ondas de choque. Transferência de Calor Condução de
calor nos sólidos em estado estacionário e não estácionário em geometrias diferentes. Condições de
contorno, convecção, solução para casos diferentes. Transferência de calor nos processos de
turbulência.. Convecção livre. Intercâmbio e troca de calor. Radiação. Física Estatística Introdução e
conceitos básicos. Distribuição de Maxwell. Formalismo geral. Distribuição de Gibbs. Função de
partição. Calculo para funções termodinâmicas. Gás ideal de partículas idênticas. Estatística de
Boltzman. Equilíbrio químico.
4.2.3 – Quarto semestre : Eletricidade e Magnetismo: Eletrostática. Campo elétrico. Lei de Gauss.
Potencial elétrico.. Capacitores. Corrente elétrica. Campos de uma carga em movimento. Campo
magnético. Indução eletromagnética. Lei de Ohm. Lei de Amper. Lei de Faraday para corrente
alternada. Equações de Maxwell. Ondas: Ondas mecânicas. Ondas transversais. Ondas longitudinais.
Ondas transversais. Reflexão e transmissão. Ondas estacionárias. Velocidade de fase e velocidade do
grupo. Batimento. Fenômeno de ressonância. Acústica. Ondas eletromagnéticas. Ondas
eletromagnéticas no vácuo. Energia e momento linear de ondas eletromagnéticas. Espectro da
radiação. Dispersão, reflexão e refração. Interferência e difração. Polarização. Óptica geométrica.
4.2.4 - Quinto semestre : Física Moderna 1: Radiação do corpo negro . Quantização da energia e a lei
do Planck. Dualidade ondas – matéria. Ondas com propriedades de partículas. Partículas com
propriedades de onda. Raios X continuos. Efeito fotoelétrico. Fótons. Difração de Bragg.
Espalhamento de Compton. Ondas De Broglie. Experiência de Davisson-Germer. Pacotes de onda.
Estrutura atômica. Espectros atômicos. Espalhamento de Rutherford. Átomo de Bohr. Experiência de
Franck-Hertz. Relatividade restrita. Relatividade da velocidade da luz. Experiência de MichelsonMorley. Postulados de Einstein. Transformações de Lorenz. Mecânica relativista. Transformações de
Lorenz do espaço-tempo e momentum-energia. Transformação da velocidade. Dinâmica relativista.
Partículas com massa zero. Deslocamento relativístico no efeito Doppler. Mecânica relativista.
Relação massa-energia.
4.2.5 – Sexto Semestre: Física Moderna 2. Função de onda e a equação de Schrodinger.
Aproximação probabilística. Teoria energética do poço unidimensional. Oscilador harmônico. Efeito
túnel através da barreira potencial. Efeito de degeneração. Principio de incerteza de Heisenberg.
Quantização do momento angular. Spin e experiência Stern-Gerlach., soluções da equação de
Schrödinger para uma partícula livre e na presença de potenciais diversos. Aplicação da teoria
quântica ao átomo de hidrogênio. Átomos com muitos elétrons e a tabela periódica. Formalismo geral
da Mecânica quântica: estados, operadores, notação de Dirac . Álgebra comutativa, autovalores e
autoestados. Harmônicos esféricos. Spin. Ressonância nuclear magnética. Física estatística quântica
(Bose-Einstein e Fermi-Dirac) Bósons e Férmions. Estrutura do átomo. Forças fundamentais na
natureza. Física Nuclear (física de altas energias). Estrutura nuclear. Forças nucleares e a energia de
ligação. Estabilidade nuclear e decaimento radioativo. Radiação alfa, beta e gamma. Interação da
radiação com a matéria. Reações nucleares. Fissão e Fusão. Partículas fundamentais. Partículas e antiPartículas. Leis de conservação. Classificação de partículas. Modelo padrão. . Física de estado sólido.
Princípios fundamentais de funcionamento de Laser e sua aplicações no estudo das propriedades
físicas dos átomos e moléculas..
6. PROPOSTA PARA ADEQUAÇÃO DA HETEROGENEIDADE NO ENSINO DA FÍSICA
Os cursos de Física do ciclo básico ministrados para cursos de Engenharia não podem ser
uniformizados. Os diversos ramos da Engenharia requerem preparações diversas da matéria de Física.
Por exemplo, os engenheiros civis devem receber uma carga maior de mecânica do que os engenheiros
elétricos (ou eletrônicos), assim como os engenheiros eletro-eletrônico devem receber uma carga
maior de Mecânica Quântica e Física Estatística Quântica que os engenheiros civis. Cada Instituto de
Física, em conjunto com os respectivos Departamentos de Engenharia deve preparar uma quantidade
maior possível de cursos de Física para ciclo básico com módulos retirados do conteúdo geral
(conforme exposto acima), sendo que o critério adotado deve obedecer às necessidades de cada
engenharia com um grau de sofisticação correspondente. Essa solução permite compatibilizar diversas
capacidades de aprendizado oriundas das diferenças de ensino que ocorrem nos colégios e cursos
vestibulares e evitar medos, repulsa e evasão dos cursos superiores e a perda dos investimentos e
recursos orçamentários envolvidos (que para o Brasil são significativos).
Uma ressalva: no contexto dos módulos incorporados aos semestres para o ensino de Física
não foram apresentados os quesitos ou experiências de laboratórios, que são indispensáveis. Sem
laboratórios a Física se torna uma matéria inexistente ou “morta” (assim como as demais Ciências
Naturais e os segmentos tecnológicos químicos e afins). Entretanto, devido à conhecida insuficiência
de recursos materiais para a realização de trabalhos laboratoriais nas universidades, deve-se deixar o
seu planejamento ou elaboração para os respectivos Institutos de Física e Escolas de Engenharias. Os
laboratórios devem estritamente acompanhar os textos dos cursos teóricos.
7.CONCLUSÕES:
1a - Uma disciplina de “Introdução às Ciências Naturais” foi proposta, seguida de três disciplinas
semestrais de Física Clássica e duas de Física Moderna, cujos conteúdos também foram delineados.
Deixou-se o planejamento dos trabalhos experimentais para cada instituição ou curso dentro de suas
possibilidades.
2a - A proposta de um ensino básico em três anos visa destacar que, cada vez mais, exige-se uma
interdisciplinariedade e a multidisciplinariedade nos cursos de Engenharia, em geral mencionando-se o
ciclo profissional – quando o ciclo básico é o mais importante para criar e firmar uma base científica,
tecnológica e holística – devidamente atualizada - para os futuros engenheiros.
3a – A Física Moderna é necessária para compatibilizar várias ramos da Engenharia com os novos
materiais, sistemas e tecnologias avançadas e para que se possa dotar as áreas de Eng. Química, Eng.
Ambiental e Eng. Civil com elementos imprescindíveis para abordar o tratamento e a destinação dos
resíduos sólidos perigosos radioativos.
REFERÊNCIAS
[1] www.neutron.anl.gov/hyper -physics/physics.html (23 de outubro de 2000)
[2] A. Zakon, M. Szajnberg e J.l. Nascimento e– A expansão das ciências naturais e das engenharias
em 2001 - Anais do XXIX Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia, COBENGE.2001, pp.
Porto Alegre, 2001
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