Volume 21 - Nº 1 - Sociedade Brasileira de Diabetes

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Volume 21 – número 01 – março 2014
Estilo de vida
Hemoglobina glicada
Tipo 2 Prevenção Sangue
Tratamento Hemoglobina glicada
Açúcar
Complicação
Pré-diabetes
Encontro com
os
Professores
Sangue
Controvérsia
Resistência Glicose
Prevenção Alvo glicêmico
Tratamento Insulina Insulina
Tratamento Resistência
Açúcar
Resistência
Açúcar
Estilo de vida
Complicação
Alvo glicêmico Hiperglicemia
Sangue
Alimentação
Pâncreas
Diabetes
Hipoglicemia
Resistência Hiperglicemia
Pâncreas
Coorte
Hiperglicemia
Insulina
Pré-diabetes Alimentação Obesidade Prevenção Obesidade
Glicose
Hipoglicemia Coorte Medicação
Atividade física Caminhada
Caminhada
Pré-diabetes Glicose Diagnóstico
Complicação Insulina Caminhada
Estilo de vida Sangue
Pâncreas Resistência Coorte
Prevenção
Pré-diabetes Coorte Coorte Complicação
Caminhada
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Alimentação
Medicação
Pâncreas
Açúcar
Alimentação
Posse da nova diretoria
acontece em São Paulo
Atvidade física
Glicose
Obesidade
Obesidade
Hipoglicemia
Alvo glicêmico
Hiperglicemia
Atividade física
Hemoglobina glicada Controvérsia
Obesidade
Estilo de vida
Hipoglicemia
Hipoglicemia Diagnóstico
Glicose
Medicação Hemoglobina glicada
Estilo de vida Medicação
Caminhada
Alimentação
Prevenção Diagnóstico
Açúcar Atividade física
Alvo glicêmico
Sangue
Diabetes
As novas tecnologias que
estão a serviço do tratamento
do diabetes
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A SBD e a Comissão de
Campanhas agradecem a
todos que de alguma forma
contribuiriam para o sucesso
do Dia Mundial do Diabetes
em 2013. Contamos com
vocês em 2014.
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Palavra do Presidente
Q
uando saí da faculdade, diabetes era um problema de saúde
para o qual se dava pouca importância. Mesmo nos meus
primeiros anos de prática médica, já
como endocrinologista, poucas eram as pessoas com a doença que eu atendia e,
mais raras ainda, aquelas com diabetes
do tipo 1.
Difícil achar com quem aprender o
que era, e o que fazer, quando tínhamos
dúvidas, que não eram poucas.
Por sorte, às vezes conseguíamos um
livro como o da Joslin, que nos ensinava
não só a tratar a doença, mas também
o paciente.
Hoje tudo isso mudou. A epidemia
da doença assola o Brasil e o mundo.
Na verdade, o diabetes e a obesidade
são dois dos grandes males do nosso século, irmãs siamesas que precisam ser
combatidas.
Em um momento de tantas mudanças, é uma honra assumir o cargo de
presidente da SBD neste biênio, ainda
mais acompanhado por este time de
profissionais de altíssimo nível e que fazem do tratar a pessoa com diabetes e
do ensinar a seus alunos um dos seus
objetivos principais.
Estar como presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, nestes tempos, requer de nós capacidade de articular ações. Ações estas que contribuam
para alertar os governos municipais, estaduais e federais a respeito de problemas emergentes ou já existentes e não
bem equacionados e que possam contribuir com sugestões abalizadas.
A SBD vem enxergando esses fatos e,
nós da gestão 2014/2015, estamos dispostos a continuar contribuindo nes-
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ta luta, através da ampliação das redes
de comunicação, do uso da tecnologia,
sempre que possível, falando com uma
linguagem que, sem deixar de ser científica, seja entendida por todos.
Nosso time composto por médicos
endocrinologistas e que trabalham com
diabetes, enfermeiros, farmacêuticos,
nutricionistas, psicólogos, profissionais
de atividade física, de comunicação e
educação, dará continuidade ao que
vem sendo feito pelos nossos antecessores, na luta em prol das pessoas com
diabetes.
Para que isto ocorra, algumas premissas básicas serão nosso norte – delas, algumas aprendi com meus pais e professores, ao longo da vida. A primeira é a
importância da educação e o valor do
conhecimento efetivamente usado. Outras, acolher os desassistidos; valorizar
opiniões, mesmo daqueles para quem
ninguém dá ouvidos; aceitar sugestões
daqueles que, sem grandes títulos científicos, lutam na linha de frente e, às
vezes, sabem o que os cientistas ignoram; e valorizar a tecnologia e os seus
benefícios.
Na verdade, como já tenho dito para
alguns colaboradores mais próximos,
penso que o todo é maior que as partes e o time é mais importante que o
capitão.
Finalmente, acredito que, por uma
boa causa ou por um sonho, às vezes,
vale mirar nas estrelas, mesmo que possamos, uma vez ou outra, acertar na vidraça do vizinho.
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
3
Walter Minicucci
Presidente da SBD 2014/2015
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Índice
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
4
1Palavra do Presidente
3Palavra do Editor-Chefe
4Saúde e Ciência
6Dra. Adriana Costa e Forti
8Por Quem Sonha Anna Maria?
9Brasil Sedia Fórum Internacional de Diabetes
10 Posse da Nova Diretoria da SBD
12 Imagina na Copa...
14 Tecnologia a Serviço do Diabetes
16 Controvérsias no Tratamento do Diabetes em Debate
18 Desafios da Medicina durante a Ditadura
20 ADB: Será o Fim de um Sonho?
21 Maconha: Descriminação ou Não?
22 Pelo Brasil
24 Minha Cidade: Campinas
26 Pelo Mundo
27 Comunicados da SBD
28 Agenda
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Editorial
C
omeçamos, sem dúvida, com a marca do nosso Presidente: a tecnologia no tratamento do diabetes.
Atualmente, muitas vezes, temos a
impressão de estar soterrados por aplicativos
e inovações tecnológicas. O que fazer? Será
possível entender todas? Para muitos a resposta é não. Entendo que o importante é saber
que existem e como lidar com elas. Na reportagem sobre o assunto, quatro endocrinologistas que habitam esse mundo tecnológico,
os doutores Mauro Scharf, Márcio Krakauer,
Denise Franco e Luis Eduardo Calliari, nos
contam as novidades, no ATTD, em Viena, e o
que está mais próximo a nós. Destacam, como
bons médicos, que sem a humanização nenhuma máquina consegue bons resultados.
Destaque especial é dado à atividade da
Regional do Rio de Janeiro, liderada pela
Anna Gabriela Fuks, que em um interessante encontro colocou frente a frente professores e seus ex-alunos em diálogo franco e
direto. Parabéns a esse grupo de jovens realizadores.
Estimulamos colegas a integrar o nosso
grupo de colaboradores. A partir desta edição teremos colunistas convidados, abordando variados assuntos. A estreia é da querida
Hermelinda Pedrosa, vice-presidente da nossa entidade, que nos relata a triste situação
da Associação de Diabéticos de Brasília que
tanto fez pelos diabéticos do Distrito Federal. Nas próximas edições contaremos com
Josivan Lima, Reine Marie Chaves e Luiz
Turatti.
Na coluna Bastidores, uma das preferidas
dos leitores, Luiz Espíndola, endocrinologista de Santa Catarina, nos conta os maus
momentos que passou na época da ditadura,
que completa 50 anos, e como conseguiu se
transformar em um conceituado nome da
endocrinologia catarinense.
Homenageando nosso presidente, resolvemos descobrir o que Campinas tem de especial. O leitor vai conhecer um pouco da
terra de Walter Minicucci, sob os olhos da
querida Sylka Rodovalho que não nasceu na
cidade, mas a adotou como sua.
Para concluir, vamos falar da posse do
novo presidente em uma reportagem sobre
a agradável noite e, além disso, vamos mostrar o outro lado do Dr. Minicucci na visão
de sua família.
Lembro que nossa revista pode ser lida no
papel ou na tela do seu computador, tablet
ou celular. Afinal, são as novas ferramentas
desse mundo moderno.
Saúde para todos.
Leão Zagury
editor-chefe
DIRETORIA BIÊNIO – 2014-2015
Presidente: Dr. Walter José Minicucci; Vice-Presidentes:
Dra. Hermelinda Cordeiro Pedrosa, Dr. Luiz Alberto
Andreotti Turatti, Dr. Marcos Cauduro Troian, Dra. Rosane Kupfer e Dr. Ruy Lyra da Silva Filho; primeiro secretário: Dr. Domingos Augusto Malerbi; segundo secretário:
Dr. Luis Antonio de Araujo; tesoureiro: Dr. Antonio Carlos
Lerário; segundo tesoureiro: Dr. Edson Perrotti dos Santos; conselho fiscal: Dr. Antonio Carlos Pires, Dra Denise
Reis Franco, Dr. Levimar Rocha Araújo, Dr. Raimundo
Sotero de Menezes Filho
SEDE
Rua Afonso Brás, 579, salas 72/74, Vila Nova
Conceição, São Paulo, SP, CEP 04511-011; Email:
[email protected],
Site: www.diabetes.org.br; Tel.: (11) 3846-0729; Gerente:
Anna Maria Ferreira; Secretária: Maria Izabel Homem de
Mello e Eliana Andrade.
Filiada à International Diabetes Federation.
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Vol. 21 - nº 01 - março 2014
5
REVISTA DA SBD
Editor-chefe: Dr. Leão Zagury
Presidente da SBD: Dr. Walter Minicucci
Equipe de Jornalismo: DC Press
Editora: Cristina Dissat – MTRJ 17518; Redação: André Dissat, Tainá Oliveira,
e Flávia Garcia.
Colunistas: Dr. Augusto Pimazoni e Dr. Ney Cavalcanti.
Redação: Rua Haddock Lobo, 356 sala 202- Tijuca - Rio de Janeiro - RJ;
Tels.: (21) 2205-0707; email: [email protected]
As colunas e artigos assinados são de inteira responsabilidade de
seus autores.
Comercialização: AC Farmacêutica, tel.: (11) 5641-1870 e
(21) 3543-0770, [email protected]
Projeto gráfico: DoisC Editoração Eletrônica e Fotografia
([email protected]); Direção de Arte e Fotografia: Celso Pupo; Diagramação: André
Borges
Periodicidade: Bimestral
Impressão e CTP: Melting Color Grafica e Editora Ltda; Tiragem: 4000
exemplares.
Editoração Eletrônica e Fotografia
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Saúde e Ciência
6
C
om a popularização dos smartphones, é cada vez maior o número de
aplicativos para auxiliar médicos e
pacientes no monitoramento do diabetes. Em Santa Catarina, uma equipe está
desenvolvendo um sensor de glicemia
intersticial: a proposta é que o equipamento inserido embaixo da pele, por
uma agulha, enviaria informações via
wireless para um telefone.
O projeto se chama Minsulin e é dirigido por Dr. Fábio Copette, endocrinologista. O médico esclarece que já
existe a aferição de glicemia intersticial
por sensores, mas o diferencial está na
integração com o smartphone e o que
pode ser feito com os dados registrados.
O aplicativo já está disponível gratuita-
mente para iOS (minsulin.com.br)e está
sendo desenvolvida uma versão para Android. O app facilita o cálculo da dose de
insulina a cada refeição, com base nos
alimentos consumidos e nas características do paciente. De acordo com a equipe
responsável, é necessário conversar com
o endocrinologista, para preencher os
dados iniciais no aplicativo e para que
o profissional tenha acesso aos dados do
paciente e receba mensagens de alerta
no celular. Com o desenvolvimento do
sensor, os dados do organismo serão
enviados para o smartphone, de modo a
calcular a dose de insulina necessária. O
sistema foi uma das 100 iniciativas selecionadas pelo Programa Sinapse de Inovação em 2013. n
Foto: Nando Machado
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Aplicativos e Diabetes
Rastreio de
Diabetes
Gestacional
O
Foto: Celso Pupo
Departamento de Serviços
Preventivos dos Estados Unidos publicou, no Annals of
Internal Medicine, algumas recomendações para o diabetes gestacional. De acordo com a entidade,
todas as mulheres, independentemente de apresentarem sintomas,
devem realizar exames após as
24 semanas de gravidez. Estima-se que 25% das gestantes norte-americanas apresentem essa condição. n
P
esquisadores da Faculdade de
Medicina da Universidade do
Porto (FMUP) e do Instituto de
Biologia Celular e Molecular da Universidade do Porto (IBMC) conseguiram reduzir a hiperglicemia pelo uso
de células estaminais.
O estudo foi realizado em ratos
com diabetes tipo 1 que receberam,
por via endovenosa, células estaminais estromais retiradas da medula
óssea de doadores adultos. Os ensaios em humanos devem acontecer
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em um centro de estudos na Dinamarca.
A equipe portuguesa faz parte do
REDDSTAR (Repair of Diabetic Damage
by Stromal Cell Administration), que é
um projeto financiado pelo “Sétimo
Programa Quadro da Comissão Europeia”. O programa tem a duração
de três anos e recebeu 6 milhões de
euros de consórcio multidisciplinar
de especialistas em investigação e
tratamento de complicações de diabetes. n
Foto: Serg Zastavkin
Células Estaminais Contra a Hiperglicemia
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Comunicado SBD e SBEM
A
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
vêm, através deste comunicado conjunto, contrapor
informações veiculadas na edição do Jornal Nacional de
28/03/2014 sobre a ocorrência de efeitos adversos de medicações anti-diabéticas.
O texto da matéria, ressalta, entre outras infomações:
“Para o coordenador do núcleo de estudos da Vigilância
Sanitária, a situação é grave. ‘A gente tem percebido, principalmente, a ocorrência de pancreatite, alguns casos de
câncer pancreático e também reações adversas na tireoide,
como neoplasia de tireoide’, revela Adalton Guimarães Ribeiro, diretor do núcleo de estudos da Vigilância Sanitária
de São Paulo. Na mira da Vigilância Sanitária, uma lista de
dez medicamentos, com sete princípios ativos: liraglutida,
exenatida, linagliptina, metformina, saxagliptina, sitagliptina e vildagliptina.”
Este texto contém incorreções importantes, tais como:
1.é absolutamente incorreta a inclusão da metformina
nessa lista; este fármaco é utilizado no tratamento do
diabetes há várias décadas, está consagrado e faz parte
de simplesmente todos os consensos científicos nacionais e internacionais sobre o tratamento do diabetes
como medida inicial de conduta. Ela definitivamente
não está associada a qualquer dos efeitos colaterais
mencionados na matéria.
2.as demais drogas citadas estão sendo alvo de ampla
discussão pelas sociedades científicas, no mundo
todo, já há alguns anos, a respeito de seu potencial
de causar doenças no pâncreas e na tireoide. As evidências até o momento, que estão consolidadas em
documentos de consenso das duas maiores entidades científicas internacionais da área de diabetes,
e endossadas pelas entidades científicas brasileiras,
apontam para a ausência de relação causal entre esses
tratamentos e aquelas doenças. O assunto, porém,
ainda está em aberto na comunidade médica científica internacional.
3.o alerta diz respeito ao fato de que alguns destes
princípios ativos, especificamente os de uso injetável,
realmente estão liberados pela ANVISA para venda
livre, sem prescrição. A SBD e a SBEM posicionam-se contrariamente a esta regulamentação, sendo da
opinião de que deveria haver maior controle sobre a
prescrição e dispensação destes remédios injetáveis.
Walter Minicucci
Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes
Nina Musolino
Presidente da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia
Musculação Previne Diabetes
U
Foto: vencavolrab
m estudo feito por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard, nos
Estados Unidos, concluiu que as mulheres praticantes de musculação têm risco
reduzido de desenvolver diabetes tipo 2. A equipe acompanhou cerca de 100
mil enfermeiras americanas por um período de oito anos e a conclusão foi: levantar
peso, fazer flexões ou exercícios similares de resistência muscular estão
relacionado a um risco mais baixo de diabetes.
Dra. Adriana Lúcia Mendes, endocrinologista, considera que o
estudo é mais uma confirmação de que a prática de exercícios físicos ajuda a prevenir o diabetes tipo 2. “A musculação e exercícios
de resistência, além de aumentar a massa muscular, promovendo
uma melhora da ação da insulina, vai fazer com que o pâncreas
não seja sobrecarregado e vai promover o aumento do gasto
energético em repouso para estimular ainda mais a perda de
peso. Assim, duas medidas preventivas do diabetes estão sendo
tomadas”, analisa.
De acordo com a especialista, há vários estudos (com pessoas e
com modelos animais) comprovando que o exercício físico aeróbico, o
de resistência, ou até mesmo a combinação dos dois, são úteis como medidas
preventivas para o diabetes. n
Na edição digital da Revista Diabetes os leitores podem acessar os links dos estudos apresentados na coluna Saúde & Ciência.
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Páginas Azuis
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
6
Dra. Adriana
Costa e Forti
E
m sua quinta edição, as Páginas
Azuis trazem um pouco da história da Dra. Adriana Costa e Forti.
Doutora em endocrinologia pela Escola Paulista de Medicina (EPM), presidiu a SBD nos anos de 2000 e 2001,
tendo sido, ainda, responsável por dois
Congressos Brasileiros de Diabetes, em
1991 e 2009, realizados na cidade de
Fortaleza (CE).
Fundadora e Diretora do Centro
Integrado de Diabetes e Hipertensão (CIDH) da Secretaria de Saúde
do Estado do Ceará, a Dra. Adriana
também está presente na diretoria da
SBD Nacional sendo, atualmente, responsável pela área de Relações Governamentais.
Ela graduou-se em Medicina pela
Universidade Federal do Ceará (1971)
e seguiu para a residência médica no
Rio de Janeiro, no Instituto Estadual
de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), nos anos de 1972 e
1973. Depois, voltou para a capital carioca, em 1978, para cursar o Mestrado em Endocrinologia pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro. Em 1993, defendeu seu doutorado
na EPM. A médica se mantém na área
acadêmica sendo professora adjunta da
Universidade Federal do Ceará (UFC)
e coordenadora do Curso de Especialização em Diabetes pela Escola de Saúde Pública do Ceará.
A Dra. Adriana tem grande participação na história da endocrinologia no
Estado do Ceará. Nos anos 80, coordenou os dados da população cearense
dentro do Estudo Multicêntrico sobre
a Prevalência do Diabetes Mellitus no
Brasil e foi uma das fundadoras do Programa Estadual de Controle e Prevenção do Diabetes Mellitus no Estado do
Ceará. Atuando com diabetes, diabetes
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gestacional, educação em diabetes, saúde pública e doenças crônicas, a endocrinologista acredita que um dos destaques de sua gestão na SBD foi a atenção
à educação do paciente com diabetes.
Saiba mais sobre sua trajetória na entrevista a seguir.
Revista Diabetes: Como a endocrinologia e
o diabetes entraram na sua vida?
Dra. Adriana Costa e Forti: A decisão
de fazer endocrinologia surgiu quando
comecei a estudar esse capítulo da Medicina. Lembro que fiquei empolgada
com o aspecto dinâmico, integrado e
metabólico, do entendimento endocrinológico, na época em que se comemorava a descoberta dos hormônios hipotalâmicos pelo Schally*.
O interesse mais específico pelo diabetes ocorreu quando iniciei os trabalhos experimentais no Departamento
de Farmacologia da UFC, na área de
alteração do receptor adrenérgico vascular renal e no estudo do endotélio
renal. Isso se solidificou quando tive a
oportunidade de trabalhar em Saúde
Pública, coordenando o Projeto de Diabetes e Hipertensão da Secretaria de
Saúde do Estado do Ceará, em 1988,
fundando e dirigindo, desde então, o
CIDH.
Revista Diabetes: O que era SBD na sua
época e como a vê hoje?
Dra. Adriana Costa e Forti: Não tínhamos uma sede. Era apenas uma pequena sala e uma secretária. A equipe também era menor tanto em número de
departamentos como de regionais. Mas
a determinação da Sociedade já era de
desenvolver a sua missão: disseminar conhecimento, conscientizar a população,
contribuir para a prevenção e tratamento adequado, melhorando a qualidade
de vida das pessoas com diabetes e fazendo parcerias.
O que tem ocorrido é que as diferentes diretorias parecem ter se empenhado nas necessidades do momento
e aproveitando as estratégias possíveis.
Por exemplo, no nosso período (2000
e 2001), conseguimos trabalhar a política pública, atingindo estados e prefeituras através do Ministério da Saúde. Já
na gestão do Balduíno, ele teve que se
reunir com secretários estaduais e municipais, por todo o Brasil, por falta de
uma atividade ministerial engajada nesse processo.
Revista Diabetes: O que mais marcou sua
gestão como presidente da SBD?
Dra. Adriana Costa e Forti: Tenho impressão que foram importantes o trabalho com a educação de pacientes; a
capacitação de profissionais e o apoio à
organização de serviços, através de reuniões com equipes de educação; e de
várias capacitações de profissionais por
todo o Brasil, realizadas em parcerias
com a ACED (grupo de apoio de laboratórios, criado na gestão do Jorge Luiz
Gross**) e da grande parceria com o
Ministério da Saúde, que terminou com
a capacitação de 15 mil profissionais.
Revista Diabetes: Qual é a importância da
SBD no tratamento do diabetes?
Dra. Adriana Costa e Forti: A SBD - através das Diretrizes, dos Posicionamentos,
dos e-books, do site, dos Congressos, das
Campanhas, do Dia Mundial, das revistas, dos Simpósios, das participações dos
seus representantes e sócios em congressos, diretrizes, manuais e capacitações
de outras sociedades e instituições - tem
contribuído bastante para o tratamento
do diabetes no Brasil. Podemos afirmar,
por exemplo, que a introdução da me-
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“Participar da SBD
todos esses anos tem
sido um aprendizado
contínuo que
tenho desenvolvido
nas minhas
várias atividades
profissionais.”
tformina na rede pública foi decorrente
da grande interferência da SBD junto
ao Ministro da Saúde.
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97
*Andrzej Wiktor Schally: médico e endocrinologista polonês naturalizado estadunidense que recebeu o Nobel de Fisiologia/Medicina em 1977, por
isolar três hormônios distintos, produzidos pelo hipotálamo.
**Jorge Luiz Gross, seu antecessor na presidência da SBD. Tendo comandado a Sociedade nos anos de 1998 e 1999.
Revista Diabetes: O que a SBD teve
de influência na sua vida?
Dra. Adriana Costa e Forti: Teve
não, tem. Participar da SBD
todos esses anos tem sido um
aprendizado contínuo que tenho desenvolvido nas minhas
várias atividades profissionais,
como também acredito que
as experiências vivenciadas
como professora universitária
ou na organização de serviços, capacitação de profissionais de saúde e educação de
pacientes tenham contribuído para algumas atividades
da Sociedade. A SBD é uma
grande família para mim e
acredito que para muitos.
Conviver com a família é
muito bom e dá saudade. n
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Foto: Celso Pupo
Revista Diabetes: Como foi ser presidente
da SBD?
Dra. Adriana Costa e Forti: Foi uma experiência muito importante. Eu havia
sido presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
(SBEM), muito mais jovem e fui também a primeira mulher a estar a frente
da entidade. E, na diretoria da SBD, a
convite do Dr. Gross, tinha sido vice-presidente tendo participado ativamente para que objetivos comuns fossem
planejados para serem executados ao
longo dos anos.
Tive muita satisfação e muita honra, por ter trabalhado em equipe
valorizando todos os profissionais
de saúde na atenção e educação
terapêutica ao diabetes através
da SBD.
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Atualidades
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Por Quem Sonha
Anna Maria?
“Na alameda da poesia
Chora rimas o luar
Dr. Augusto Pimazoni Netto
Coordenador dos Grupos de Educação e
Controle do Diabetes do
Hospital do Rim e Hipertensão da Universidade
Federal de São Paulo – UNIFESP.
[email protected]
Madrugada e Ana Maria
Sonha sonhos cor do mar
Por quem sonha Ana Maria,
Nesta noite de luar?...”
Juca Chaves, 1960.
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Foto: Celso Pupo
U
m dos maiores poetas e um dos
mais sarcásticos humoristas da década de 60, Juca Chaves também
era conhecido como “O Menestrel Maldito”, tendo influenciado várias gerações com sua arte suprema. Uma de suas
mais notáveis criações foi a canção romântica “Por quem sonha Ana Maria?”,
onde ele fala exatamente sobre aquela
gostosa sensação de sonhar com o amor,
a emoção e, por que não, sonhar também com um mundo melhor.
Como todo septuagenário que se preze, um de meus passatempos favoritos
é o de relembrar com saudades de vivências gratificantes e inesquecíveis que
marcaram a nossa vida. Lembrei-me dessa
canção ao me dar conta de que muitos
pacientes e profissionais de saúde talvez
nem se lembrem de uma figura das mais
marcantes nos estágios iniciais da educação em diabetes no Brasil: a nossa querida
Anna Maria Ferreira, Gerente Administrativa da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Anna Maria foi a fundadora da ADJ –
Associação de Diabetes Juvenil em 1981.
Com sua inteligência, competência e
dedicação, Anna Maria parecia apenas
uma sonhadora em querer implantar
a educação em diabetes no Brasil. Em
1984, eu era Diretor Médico e de Marketing da Divisão Diagnóstica Ames,
da Miles do Brasil, empresa que lançou
no Brasil o famoso Dextrostix e o, igualmente famoso, monitor de glicemia, o
Glucometer. Nossa principal estratégia
era a de promover a educação em diabetes no Brasil, incentivando a prática
da automonitorização glicêmica, ainda
amplamente ignorada em nosso país.
Quando conheci Anna Maria, verifiquei que ela já estava trabalhando muito
na promoção da educação em diabetes,
de forma voluntária, como Presidente
da ADJ. Então convidei a ela para ser a
Gerente de Serviços Educacionais, uma
vez que tínhamos objetivos idênticos e,
assim, poderíamos potencializar nossos
esforços por essa causa. Ela aceitou e
por vários anos apresentou um desempenho excepcional, tendo ocupado cargos gerenciais importantes na Bayer do
Brasil, empresa que adquiriu a Miles.
Lembro-me de várias passagens que
ilustram o currículo profissional de
Anna Maria. Na verdade, foram muitas
as vitórias que alcançamos durante nossa conjugação de esforços. Naquela época, os refrigerantes à base de adoçantes
artificiais como a sacarina e ciclamato
estavam proibidos no Brasil e nossas
crianças com diabetes estavam privadas
dessa experiência tão significativa: experimentar as delícias de refrigerantes
dietéticos, sem maiores limitações.
A Argentina produzia um refrigerante tipo cola, artificialmente adoçado,
mas com um gosto de purgante. Mas era
a única opção disponível no mercado.
Até que uma indústria do interior de
São Paulo decidiu enfrentar essa imposição legal de banimento de refrigerantes
dietéticos e lançou no Brasil os primeiros produtos dessa linha. Entusiasmados
com a coragem e a determinação dessa
empresa, Anna Maria e eu decidimos
visitar a indústria, voluntariamente, e
sem aviso prévio. Quando lá chegamos,
foi um alvoroço na empresa, pois fomos
confundidos como fiscais do Ministério
da Saúde. Depois de tudo bem esclarecido, festejamos a nossa visita e nos propusemos a dar total apoio a essa indústria.
Felizmente ou infelizmente, Anna Maria continua sonhando com um mundo
melhor para todas as pessoas com diabetes, o que pode ser comprovado pelos
seus quase 30 anos de dedicada atuação
empresarial na área. E por que o “infelizmente”? Pelo fato de a educação em diabetes ainda estar longe do ideal, depois
de tantos anos e de tantos profissionais
envolvidos nessa missão. Continuamos a
priorizar os tratamentos farmacológicos
em detrimento das intervenções educacionais, absolutamente indispensáveis
para que o tratamento farmacológico
efetivamente funcione.
Afinal de contas, Anna Maria ainda é,
e sempre será, uma sonhadora dedicada
à sua causa. Da mesma forma, um pequeno contingente de sonhadores dedicados
continua fiel a seus ideais de promover
uma vida melhor às pessoas com diabetes. Algum dia ainda venceremos... n
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Evento
Foto: Reisbegeleidercom
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
9
Brasil Sedia Fórum
Internacional de Diabetes
O
rganizado a partir de uma
parceria entre a International
Diabetes Federation (IDF), a
Asociación Latinoamericana de
Diabetes (ALAD) e a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o Fórum Internacional de Diabetes (IDF 2014) abordará
desde modelos e experiências educacionais até questões políticas da diabetologia mundial. O encontro acontece entre
os dias 24 e 26 de abril, na cidade brasileira de Foz do Iguaçu, no Paraná, e é
presidido pelos médicos Dr. Balduíno
Tschiedel, Dr. Douglas Villarrole e Dr.
Félix Escaño. Para a realização do evento, foi escolhido o Bourbon Cataratas
Convention, localizado a poucos minutos de uma das sete novas Maravilhas da
Natureza: as Cataratas do Iguaçu.
A acessibilidade de pacientes aos insumos e medicamentos necessários para o
controle da doença será um tema bastante discutido no encontro. “Teremos uma
sala exclusiva para abordarmos diversos
tópicos relacionados às Políticas de Saúde, onde queremos falar sobre questões
mais técnicas e multidisciplinares, principalmente com médicos de outros países”, contou o Dr. Balduíno. A grade
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científica com a programação completa
do evento encontra-se disponível na página oficial (www.idf2014.com).
Para ele, o evento é de grande importância para a qualificação dos profissionais dos mais variados lugares do
mundo. “Apesar de ainda não termos
um número certo de participantes, estamos confiantes que será um sucesso.
Está sendo um grande desafio que valerá a pena. Já fizemos história em outros
congressos e pretendemos fazer novamente”, afirmou.
A respeito da parceria entre as três
entidades, o médico afirma a satisfação
em estar mais próximo dos profissionais
da América Latina. São esperados aproximadamente 1.200 congressistas para
este Fórum, que terá a pontuação da Comissão Nacional de Acreditação (CNA)
para médicos brasileiros. “Nossas expectativas são as melhores possíveis. É um
congresso que tem tudo para dar certo.
Estaremos fazendo conexão com diversos profissionais da América Latina e
isso será muito bom para conhecermos
novos métodos, ensinos para a nossa
área de atuação”, completou.
Além do Dr. Balduíno, outros associa-
Dr. Balduíno Tschiedel
dos da SBD também estão na comissão
científica do IDF 2014. São eles: Dra.
Adriana Costa e Forti, Dr. Airton Golbert, Dra. Ana Lía Cagife, Dr. Carlos
Olimpo Mendivil, Dra. Denise Franco,
Dra. Hermelinda Pedrosa, Dr. Ivan Darío Sierra, Dr. Manuel Vera Gonzales e
Dr. Walter Minicucci. n
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Biênio 2014/2015
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
10
Posse da Nova Diretoria da SBD
D
epois de um longo dia de reuniões
para traçar as estratégias de trabalho da gestão 2014/2015, a noite
do dia 27 de janeiro foi reservada para
o momento oficial onde a nova diretoria
assumiu a presidência da SBD, tendo à
frente o Dr. Walter Minicucci.
Uma cerimônia sem formalidades em
um ambiente diferente. Praticamente
um encontro entre amigos para trocar
ideias, matar as saudades e falar sobre os
sonhos e projetos para os próximos dois
anos. Para isso, a escolha do local também foi decidida a partir desta proposta. No Espaço Villa Vérico, a cerimônia
de posse aconteceu em dois ambientes,
sem palco tradicional nem disposição
formal de uma plateia. Duas salas muito
amplas, com ilhas onde os convidados
sentavam, conversavam e, também, matavam as saudades. Não era um momento de trabalho e sim de encontro.
Para iniciar os trabalhos, o Dr. Minicucci apresentou o mestre de cerimônias Dr. Ângelo Brandini, da ONG
Doutores da Alegria. O trabalho do Dr.
Ângelo é voluntário e o cachê foi doado para a ONG, que tem 23 anos de
existência.
Dr. Balduíno Tschiedel, que deixou o
cargo, foi o primeiro a falar, fazendo um
resumo de suas atividades como presidente em 2012 e 2013. “Foram dois anos que
acumulei muita experiência dentro da
SBD”. Ele avaliou as principais ações durante a sua gestão, que podem ser conferidas no vídeo, localizado na versão online
da Revista Digital, esta que, aliás, iniciou
na gestão do Dr. Balduíno. Ele finalizou
dizendo: “a SBD sairá mais forte ao fim do
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novo mandato que se inicia”.
“Falar depois do Balduíno é sempre difícil”. Assim o novo presidente
da SBD, Dr. Walter Minicucci, iniciou
sua apresentação, onde falou sobre suas
ideias e propostas, que pretende implementar na gestão.
O evento seguiu com algumas brincadeiras do mestre de cerimônias, que procurou envolver os presentes, transformando a solenidade em um momento muito
informal. Equipamentos como seringas e
luvas cirúrgicas foram usadas como instrumentos musicais e os médicos, de improviso e na medida do possível, tentaram fazer
uma pequena apresentação. O objetivo
era tirar a imagem séria dos presentes e
aproximar as pessoas.
Com a proposta de uma gestão participativa, foram apresentados diversos
projetos, por seus responsáveis, que serão implementados ao longo dos dois
anos. Eles serão temas de diversas reportagens nas próximas edições da Revista,
detalhando cada um deles e como deve
ser desenvolvido na SBD.
O Dr. Augusto Pimazoni e Dr. Marcos
Tambascia falaram sobre o e-book; o farmacêutico José Vanilton e enfermeira
Paula Pascali apresentaram as propostas de retomada do projeto de descarte
de resíduos; e o Dr. Simão Lottenberg
levantou a questão sobre as Ligas de Diabetes e como trabalhar em conjunto.
Ainda foi apresentada a proposta de
criação de um Manual de Diabetes em
braile, proposta da Dra. Fernanda Tomé,
do Maranhão; e um vídeo mostrou as mudanças no novo site da SBD, que entrou
no ar no dia da posse. O vídeo continha
frases de impacto, mostrando as várias áreas do novo portal. Era uma das surpresas que o presidente estava preparando e
mostrando que o trabalho começou cedo
e em ritmo acelerado.
Por ter uma grande afinidade com
as novas tecnologias no tratamento do
diabetes, o Dr. Minicucci mencionou a
criação de um núcleo sobre o tema e
com previsão da realização de eventos
para discutir o assunto. Também foram
citados: o comitê de validação científica; projeto de educação à distância; e
projeto Catástrofe para auxiliar pessoas
com diabetes em cidades onde tenham
ocorrido desastres naturais.
Na área de comunicação, mudanças
importantes estão preparadas para acontecer logo nas primeiras semanas de trabalho. Todos os veículos da SBD passam
a trabalhar em conjunto. Um comitê editorial, incluindo as equipes de trabalho
da Revista, site, redes sociais, assessoria
de imprensa, publicações científicas e o
Dia Mundial do Diabetes estará falando
de forma uníssona e ações em conjunto.
O objetivo é fortalecer o nome da entidade nas várias áreas de mídia.
Quem É o Novo Presidente?
Transitando na área há mais de 30 anos,
pouca gente não conhece o estilo do Dr.
Walter Minicucci. Só para reforçar essa
imagem, o conselho dado por ele não
poderia ser outro: “Envolvam-se nos
projetos e sonhem conosco”.
Mas como conciliar as duas vidas e
de forma tão intensa? Marília Minicucci,
a filha mais velha, disse que não existe
essa história de que o trabalho rouba
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Vol. 21 - nº 01 - março 2014
11
“Ele conseguia ser um ótimo médico. Bom para
a família e para os pacientes ao mesmo tempo”
(Marília Minicucci, filha)
“Ele não precisa do meu conselho. Ele sabe o
fazer” (Renata Minicucci, filha)
“Acredito que trará facetas novas para a SBD, com
um olhar moderno e nas novas tecnologias” (Eliana
Minicucci, esposa)
o tempo com a família. “Quando vi a
apresentação do médico dos Doutores
da Alegria lembrei do tempo que meu
pai fazia a mesma coisa. Ele se fantasiava
e nós o chamávamos de “senhor palhaço”. Marília recordou da época em que
empinava pipa, brincava de carrinho
de rolimã e até treinava salto em altura com ele. “Foi um pai super presente
mesmo sobrecarregado. Conseguia ser
um ótimo médico, bom para a família
e para os pacientes ao mesmo tempo.
Pelo grau de humanidade que tem, vai
ser um ótimo presidente”.
Renata, a filha mais nova, foi direta
e ainda brincou. “O Minicucci médico
eu não conheço bem porque médico na
família não faz milagre”. Ela descreveu
o pai como aquele está sempre dando
apoio, sem estresse e com quem se pode
contar na hora que faz algo errado. Ao
falar sobre um conselho sobre essa nova
etapa, ela chegou a começar a falar, mas
recuou. “Não, ele não precisa. Ele sabe
o que fazer”.
Eliana, esposa e companheira de
muitos anos, descreveu o Dr. Minicucci
como um marido e pai muito amoroso
e presente. “Ele tenta fazer com que a
vida profissional não interfira no envolvimento com a família. É um bom médico com dedicação 24 horas por dia
seja em casa, na Unicamp ou no consultório”.
Um homem curioso e inovador são
as características que Eliana acredita
que devam prevalecer durante a gestão.
“Acredito que trará facetas novas para a
SBD, com um olhar moderno e atento
às novas tecnologias”. n
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Os Departamentos
Os nomes dos profissionais de saúde e seus respectivos departamentos da SBD.
Educação: Psicóloga Graça Maria de Carvalho Câmara (Coordenadora)
Nutrição: Nutricionista Marlene Merino Alvarez (Coordenadora) / Nutricionista Luciana Paula Camargo Bruno (Vice-coordenadora)
Epidemiologia: Dra. Sandra R. G. Ferreira Vívolo (Coordenadora) / Dra. Bianca Almeida Pititto (Vice-coordenadora)
Pé Diabético: Dra. Maria Candida Ribeiro Parisi (Coordenadora)
Diabetes no Jovem: Dr. Luis Eduardo P. Calliari (Coordenador) / Dr. Mauro Scharf (Vice-coordenador)
Grupo de Diabetes e Gestação: Dr. Carlos Antonio Negrato; Dr. Airton Golbert; Dra. Lenita Zajdenverg; e Dra. Cristina F. Sampaio Façanha
Doenças Cardiovasculares: Dr. Marcello Cascacia Bertoluci (Coordenador) / Dr. Antonio Carlos Pires (Vice-coordenador)
Atividade Física: Dr. Rodrigo Nunes Lamounier (Coordenador) / Dr. Edson Perrotti dos Santos (Vice-coordenador)
Enfermagem: Enfermeira Marcia Camargo de Oliveira (Coordenadora)
Nefrologia: Dr. João Roberto de Sá (Coordenador)
Obesidade: Dr. Ney Cavalcanti Albuquerque (Coordenador)
Transtornos Alimentares: Dra. Claudia Maurício Pieper (Coordenadora) / Dra. Ada Letícia Barbosa Murro (Vice-coordenadora)
Farmacoeconomia: Dra. Luciana Ribeiro Bahia (Coordenadora) / Farmacêutico Luís Flávio Leite (Vice-coordenador)
Farmácia: Farmacêutico José Vanilton de Almeida (Coordenador) / Farmacêutica Graziela Coelho Amato Spadão (Vice-coordenadora)
Psciologia: Dra. Fani Korn Eta Malerbi (Coordenadora)
Grupo de Novas Tecnologias: Dr. Marcio Krakauer; Dra. Denise Reis Franco; Dr. Luis Eduardo P. Calliari; e Dr. Mauro Pinto Scharf
Diabetes no Idoso: Dr. João Eduardo Nunes Salles (Coordendor)
Ética: Dr. José Egidio Paulo de Oliveira (Coordendor) / Dr. Domingos Augusto Malerbi (Vice-coordenador)
Integração de Serviços de Diabetes: Dra. Reine Marie Chaves Fonseca (Coordendora)
Campanhas: Dr. Márcio Krakauer (Coordendor)
Depto. Saúde Ocular: Dra. Solange Travassos Figueiredo Alves (Coordendor)
Grupo de Hiperglicemia Intra Hospitalar: Dr. Rubens lado Sargaço; Dr. Roberto Abraão Raduan; Dra. Silmara Oliveira Leite; e Dr. Gustavo J. P. Caldas
Comitê de Validação Científica: Dr. Sérgio Atala Dib (Coordendor) / Dra. Maria Lucia C. Correa Giannella (Vice-coordenadora) /
Dr. Milton César Foss (Vice-coordenador) / Dr. Marcos Antonio Tambascia (Vice-coordenador)
Ligas de Diabetes: Dr. Simão Augusto Lottenberg (Coordendor)
Saúde Pública: Dra. Karla Melo (Coordendora)
Coordenador de Departamentos: Dr. Levimar Rocha Araújo
Entre as autoridades médicas
presentes, Dr. Daniel Rinaldi
dos Santos, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia;
Dra. Nina Musolino, presidente
de Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; e
Dr. Walmir Coutinho, presidente da IASO.
Errata
Na edição anterior da Revista foram publicadas as fotos de todos
os novos membros da Diretoria da
SBD, que assumiram junto com o
Dr. Walter Minicucci. Entretanto
ficou faltando o Dr. Raimundo Sotero, suplente do Conselho Fiscal.
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Mundial no Brasil
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
12
Imagina na C pa...
Cris Dissat
D
e cada cinco anúncios veiculados na televisão, quatro falam
da Copa do Mundo em junho.
Em pesquisa sobre interesse do
público em reportagens veiculadas recentemente, 18% falaram sobre as obras
dos estádios para o Mundial. Não tem
um dia que o assunto Seleção Brasileira
não apareça nos telejornais ou nos papos nos mais variados lugares.
Mas, enquanto a FIFA se preocupa
em fazer a Copa no Brasil, existem outras coisas que merecem igual atenção
e planejamento para que ninguém seja
surpreendido com resultado.
Como será o atendimento nos consultórios médicos e hospitais? Vale a pena
manter tudo funcionando no período?
A Revista Diabetes conversou com médicos de Norte a Sul do país para avaliar
quais as preocupações e o que pretendem fazer no período da Copa do Mundo, que vai de 12 de junho a 13 de julho.
Com a Bola Rolando – Não resta dúvida
que mesmo para quem não curte futebol, os jogos do Brasil vão parar o país
por, no mínimo, quatro horas, levando
em conta 90 minutos de partida, com
uma hora antes e uma depois para a vida
voltar ao normal. Isso sendo muito otimista e dependendo do resultado.
Algumas cidades se adiantaram decretando ponto facultativo nesses dias.
Essa opção acontece em função de exigências da FIFA em relação ao aparato
policial gigantesco no caso de estádios
encravados dentro das cidades. Isso sem
falar nas manifestações que acontecerão
em toda parte. Será um período complicado.
A preocupação dos profissionais de
saúde vai além disso. O Dr. Saulo Cavalcanti (MG), ex-presidente da SBD, lembra que esse ano teve que acrescentar
mais uma data para ter atenção com os
pacientes. “Já ficava atento a períodos
como Natal, Carnaval e Semana Santa,
onde as pessoas associam tudo à farra
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gastronômica. Não podemos esquecer
que boa parte dos pacientes é obesa”.
O Dr. Saulo lembra que mesmo quem
não gosta do jogo em si, inventa almoços que duram um dia inteiro. “Temos
que ter atenção especial e instruir nossos pacientes para que não descontrolem o diabetes”.
Abrir ou Não os Consultórios: Eis a Questão
– Para o Dr. Ruy Lyra (PE) o número de
faltas nos consultórios será muito alto.
“Acredito em um esvaziamento expressivo. Os pacientes irão nos procurar salvo
extrema urgência”.
Dra. Geísa Macedo, também de Pernambuco, lembra do grande número de
feriados que virão com a Copa. “Mesmo
que nossa intenção seja trabalhar não
vamos conseguir. Quem não gosta de futebol ainda vai aproveitar para viajar no
mesmo período. Ninguém vai priorizar
a saúde e sim o lazer”.
Os horários das partidas no Brasil serão menos complicados do que no último Mundial na África do Sul, quando
os jogos, às vezes, aconteciam no meio
do dia. Mas o Dr. Laerte Damaceno (ES)
afirma: “Dia de jogo do Brasil não adianta, é melhor fechar o consultório”. O
endocrinologista acredita que nas demais partidas será menos complicado.
“Dá prejuízo sim, mas por outro lado, é
o momento do ócio que todos precisam
de vez em quando”, brinca o médico.
Do outro lado do país, o Dr. Airton
Golbert (RS) não acredita em mudanças tão significativas na rotina de trabalho, apesar de várias cidades já decretarem feriado. “Estaremos trabalhando e
sabemos que os pacientes vão precisar
de nós”. Ele lembra que é um período
onde acontecem os grandes congressos
internacionais, American Diabetes Association e Endocrine Society, que contribuirão
para mudanças nas rotinas.
O Dr. Luiz Antonio Araújo (SC), presidente do último Congresso da SBD,
em Florianópolis, acredita em paralisação só nos jogos do Brasil. “Acho que só
vamos parar na hora do jogo”.
Já o Dr. Marcelo Bertolucci (RS)
acredita em um aumento expressivo no
movimento em hospitais em função de
possíveis excessos dos torcedores. “Acho
que as Prefeituras sofrerão uma sobrecarga que precisa ser planejada”.
O time carioca de endocrinologistas
– Dra. Anna Fuks, Dra. Rosane Kupfer
e Dra. Solange Travassos – acredita em
dias mais e menos complicados.
No Rio de Janeiro, o Maracanã fica
dentro de um bairro de passagem e em
todas as partidas haverá esquema de
trânsito especial, fechando completamente os acessos cerca de quatro horas
antes dos jogos, o que irá complicar bastante. Serão cinco partidas no estádio,
fora os treinos e reconhecimentos de
gramado. Os horários das partidas são
próximos aos de rush, o que deve deixar
o trânsito caótico na cidade.
Para a Dra. Anna Fuks, presidente
da SBD Regional Rio, haverá uma redução significativa nas consultas de rotina e aumento no atendimento a emergências. “Teremos muitos turistas que
passam mal durante esses eventos, com
desidratação e infecção alimentar, por
exemplo”.
A Dra. Rosane Kupfer, da diretoria
da SBD, explica que é precisar se adaptar a esses feriados que acontecerão em
junho. “Não dá para abrir o consultório
em dias de jogos do Brasil. Acredito que
os pacientes estão tomando consciência
disso. Já estou me adiantando e marcando várias consultas para antes da Copa”.
“Não tem como concorrer com o
jogo do Brasil e também vou querer assistir”, brinca a Dra. Solange Travassos.
Ela acredita que pelo fato de existirem
várias cidades sede, a questão pode estar
diluída. “Nas Olimpíadas 2016, com certeza, os problemas serão bem maiores
do que na Copa”.
O importante é se planejar e tentar
conciliar tudo da melhor forma, principalmente orientando os pacientes sobre
o que pode ajudar ou atrapalhar para
que cheguem as finais da Copa da melhor forma possível n
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13
3
8
9
1- Saulo Cavalcanti
2- Rosane Kupfer
4- Airton Golbert
5- Laerte Damaceno
6- Ruy Lyra
7- Luiz Antonio Araujo
10- Geisa Macedo
11 Solange Travassos
12 Marcelo Bertolucci
13- Anna Fuks
Jogos do Brasil na primeira fase
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x 12/06 - 17h - São Paulo
Brasil x Croácia
x 17/06 - 16h - Fortaleza
Brasil x México
x 23/06 - 17hs - Brasília
Brasil x Camarões
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Inovação
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
14
Tecnologia a Serviço do Diabetes
M
ais uma vez a tecnologia entra
como assunto em destaque no
tratamento do diabetes. Uma
reportagem publicada na revista Isto É
sobre as novas possibilidades e os lançamentos que vêm por aí; um recente
evento internacional com mais de 2 mil
participantes em Viena, Áustria, com
lançamentos e pesquisas; e os primeiros
informes sobre o Simpósio Internacional de Tecnologia da SBD, que acontecerá no segundo semestre de 2014, fazem parte do leque de opções sobre o
tema que está na pauta da entidade.
Os avanços tecnológicos vêm sendo
discutidos e acompanhados pela SBD
há algum tempo. Já em 2012, a realização do ATTD-LA (Advanced Technologies
& Treaments for Diabetes – Latin America),
no Rio de Janeiro, mostrava a importância e o interesse dos médicos em entender esse novo mercado que não para de
crescer. Um dos apoiadores na ocasião, o
Dr. Walter Minicucci, é hoje o presidente
da SBD e entende bem a necessidade de
aumentar os conhecimentos no segmento aliando-o ao tratamento do diabetes.
Na reportagem da revista Isto É, um dos
destaques foi a frase do especialista que
chama o período de “era de ouro no tratamento do diabetes”.
As Novidades do ATTD em Viena – O Dr.
Márcio Krakauer esteve presente à última edição ao Advanced Technologies &
Treaments for Diabetes, que aconteceu em
Viena. Foram cerca de 2 mil médicos
presentes com seis brasileiros entre eles.
O endocrinologista considerou exce-
Dr. Márcio Krakauer
lente o nível do congresso e destacou alguns pontos considerados de ponta na
área de tecnologia. “Há uma certeza: o
pâncreas artificial já é uma realidade. Todas as pesquisas mostram que os equipamentos podem trabalhar sozinhos, sem
necessidade de intervenção do paciente, ou com intervenção mínima. Não
é a cura para o diabetes (tipo1), mas é
um avanço espetacular”, comentou o especialista. Ele mencionou, também, as
novas insulinas em fase de pesquisa que
estão mais modernas e adequadas.
Ele menciona que não há previsão de
nenhum lançamento para breve, mas destacou um sensor de glicose da Abbott, que
dura 14 dias e não precisa ser calibrado.
“Eles querem lançá-lo como substituto das
glicemias capilares, inclusive no Brasil”.
Lógico que os aplicativos não ficaram
de fora das apresentações no ATTD. O
Dr. Krakauer citou os contadores de carboidratos automáticos por fotografia,
que são esperados com ansiedade pela
comunidade científica. O equipamento
usa a chamada inteligência artificial.
O Dr. Luis Calliari, que esteve no
ATTD, também destacou o pâncreas artificial assim como todos os seus componentes, sensor, sistemas de infusão algoritmos que vem sendo alvo de discussões
que incluem médicos, engenheiros, biólogos e outros profissionais. “Os debates
vêm unindo setores da indústria, hospitais
e universidades. A evolução do tratamento pode e deve ser trazida para nosso dia
a dia, mas passa antes pela maior disseminação do uso tecnologias mais simples
e acessíveis, como canetas, novos glicosímetros, calculadores de bolus, agulhas
menores e análogos, que possam ser disponibilizados para um número maior de
pacientes”, explica o endocrinologista.
A próxima edição do ATTD será em
fevereiro de 2015, em Paris, mas antes
disso, um evento irá movimentar o assunto no Brasil.
Dr. Mauro Scharf
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SBD e Evento de Tecnologia – O primeiro Simpósio de Tecnologia em Diabetes
ocorrerá em 2014, em São Paulo, ainda sem data definida, e terá a frente o
Dr. Mauro Scharf, Dr. Márcio Krakauer,
Dra. Denise Franco e Dr. Luis Calliari.
Os quatro especialistas são apaixonados pelas novas tecnologias, estudam a
fundo o que existe de mais moderno na
área, ao mesmo tempo que estimulam
vínculos muito próximos com seus pacientes.
O objetivo central do Simpósio é discutir e ajudar os associados a estarem em
dia com as novidades, tendo em mente o
papel fundamental do médico e do relacionamento com o seu paciente. Para o
Dr. Mauro Scharf, “nenhuma tecnologia
é capaz de oferecer amparo, suporte emocional, prover educação continuada e o
tão necessário relacionamento humano”.
Segundo o Dr. Scharf, a expectativa
para o evento a ser realizado pela SBD é
que grandes nomes nacionais e mundiais
estejam reunidos para debater e as novidades que o mercado está trazendo e o
que está em fase de estudos e aprovação.
Para a Dra. Denise Franco, não resta
dúvida que os profissionais precisam estar
atualizados. “Imagina um paciente chegando ao seu consultório com um novo
glicosímetro e você não ter a menor ideia
do funcionamento do equipamento?”.
Ela esclarece que não é necessário
entender o funcionamento de todos os
equipamentos existentes, mas é preciso
saber da existência e principais características. “É a mesma situação em relação
às insulinas, que não deixa de ser uma
06/10/14 14:19
tecnologia, é preciso saber o que dizer.
A curiosidade dos pacientes é um estímulo para irmos atrás dessas informações na literatura”. A Dra. Denise enfatiza que, de alguma forma, a dúvida vai
chegar até o médico.
O Dr. Scharf explica que esse debate
se torna cada vez mais importante, pois
com o advento da internet, o acesso à
informação acontece em tempo real. “O
paciente com diabetes, em particular, se
utiliza muito da rede mundial de computadores para a busca de informações.
Parte da responsabilidade dessa busca
é pela dificuldade em obter respostas
do seu médico. Portanto, creio que ao
médico, que lida no seu dia a dia com
pacientes diabéticos, seja fundamental
conhecer e dominar essas novas tecnologias, pois além de muito úteis ao
paciente, farão parte de uma realidade
cada vez mais presente na vida de todos”, explica o endocrinologista.
Ferramenta Médico-Paciente – Criar um elo
de ligação entre a tecnologia, o médico e
o paciente é o ponto central da questão
na visão da Dra. Denise Franco. Ela lida
com as duas questões, já que trabalha
também na área de educação em diabetes. “Acredito que dependendo da forma com que você utiliza, pode ser mais
uma ferramenta para ajudar na relação
médico-paciente. A cada dia surgem mais
recursos que podem facilitar o dia a dia
não só do paciente, mas também para
o médico”. A Dra. Denise exemplifica
mencionando o uso de glicosímetros
que possuem software associado, facilitando a leitura e análise dos resultados,
que podem ser feito em conjunto com o
paciente. “Os dois podem juntos entender e visualizar o que está acontecendo.”
Dr. Luis Eduardo Calliari
Para o Dr. Luis Eduardo Calliari foram
os avanços tecnológicos que permitiram
a evolução de um dos aspectos da humanização do tratamento, direcionada para
a melhora do controle. “Agulhas e lancetas menores e mais finas reduziram o
sofrimento das picadas e permitiram que
fossem utilizadas para maior controle e
mais aplicações; insulinas modernas reduziram hipoglicemias; bombas de infusão melhoraram a flexibilidade de vida.
Todos estes fatores reduzindo cegueira,
insuficiência renal. Isto também é humanizar o tratamento. O contato pessoal, o
apoio e as orientações hoje são facilitados pelo uso da tecnologia.”
O Presente e o Futuro Próximo – Cada vez
é mais difícil prever o que o futuro, não
muito distante, está reservando na área
do tratamento do diabetes. Por isso, é
tão importante debater o tema, pois a
medida que o tempo passa, as novidades
se acumulam e fica mais difícil absorver
tanta informação.
Já é rotina entre os pacientes ir atrás
das novidades. O Dr. Mauro Scharf comenta que alguns adquirem bombas de
insulina em outros países, que ainda não
estão disponíveis e nem aprovadas no Brasil. “Isso ocorre com pouca frequência,
mas não se torna um problema, visto que
estamos sempre presentes nos congressos
mundiais de tecnologia e acabamos por
conhecer e dominar outros sistemas. Mas
não me surpreenderei se algum dia, um
paciente me mostrar algo novo e que ainda não conheço, pois com a globalização
e a melhora do acesso à informação, os pacientes tem viajado mais e ido ativamente
atrás de seus interesses”, explica o médico.
Em meio a tantas novas opções surgem também as dúvidas. O Dr. Calliari explica que seus pacientes chegam
com vários questionamentos, mas “sempre evoluem no tratamento através da
orientação médica”.
Entre as novidades apontadas, a Dra.
Denise fala sobre possibilidades, em curto prazo, de utilização de novos recursos
para crianças e adolescentes. “Podemos
Dra. Denise Franco
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Vol. 21 - nº 01 - março 2014
15
pensar em outros locais onde a tecnologia pode ser aplicada, como em um
‘joguinho eletrônico’, onde os resultados das glicemias podem ser preenchidos, permitindo uma mudança de fase
em um videogame. Já temos trabalhos
comprovando que só pelo fato de estar
acoplado a um jogo existe o interesse
na passagem de ‘fase’, aumentando, a
vontade de aumentar o número de vezes
que fará o teste de glicemia”.
Ela ainda menciona novas terapias
para o diabetes tipo 1, como o pâncreas
artificial, um dos destaques nas palestras
do ATTD, entretanto a endocrinologista lembra que as máquinas não podem
fazer um bom trabalho se não existirem
insulinas com melhor ação. “Ainda temos dificuldades no mecanismo de ação
delas. Por outro lado, existem protocolos de imunobiológicos, para prevenção
do diabetes tipo 1. Os aplicadores e a
forma de verificar a glicemia, os sensores, acurácia e sensibilidade estão evoluindo, que podem levar a uma redução
no número de picadas e a forma com
que é avaliada e a glicemia”.
Para o Dr. Mauro Scharf algumas novidades farão diferença. “Creio que as
bombas inteligentes e os sistemas denominados full closed loop, que contam
com sensores de glicemia cada vez mais
acurados, menores, mais duráveis e menos invasivos e sua capacidade de trocar
informações com os sistemas de infusão
de insulina”, comentou.
O que virá de novo e qual a diferença
que pode trazer irá depender da área
em que se está atuando. Mas não existem formas de frear o ritmo da evolução. Para a Dra. Denise, é impossível
pensar em um consultório, hoje, sem a
tecnologia inserida nele. n
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Encontro com os Professores
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
16
Controvérsias no Tratamento do
Diabetes em Debate
Por Flávia Garcia
A
SBD Regional Rio de Janeiro
organizou o primeiro GEMD
(Grupo de Estudos Multidisciplinar em Diabetes) do ano em
um formato diferenciado. O evento,
realizado em março, já teve mais de 30
edições, ao longo de quase uma década. Ele reuniu mais de 100 participantes no Colégio Brasileiro de Cirurgiões,
em Botafogo, com duração de três horas
e mediado pela Dra. Melanie Rodacki,
vice-presidente da SBD-RJ.
Para esta edição, a nova diretoria da
Regional além de homenagear os quatro ex-presidentes da SBD Nacional,
ofereceu uma oportunidade única aos
jovens médicos: trocarem conhecimentos com endocrinologistas de longa experiência no tratamento do diabetes.
O tema central foi sobre controvérsias no tratamento do diabetes tipo 1 e
tipo 2. Através da coordenadora, Dra.
Melanie Rodacki, vice-presidente da
SBD-RJ, foram formuladas perguntas a
cada um dos participantes que responderam de maneira informal aos questionamentos. A partir daí os demais participantes da mesa foram solicitados a
comentar o que desejassem. A plateia
também interagiu com outras perguntas. Segundo os participantes foi uma
grande troca de ideias.
Para o Dr. Leão Zagury, editor da Revista Diabetes, “o debate amplia a possibilidade de saber como diferentes especialistas entendem o tratamento do diabetes.
Enriquece e amplia os conhecimentos”.
Dra. Melanie: Alguns estudos multicêntricos mostram que pacientes com DM 2 mal
controlados por longos períodos podem
apresentar aumento da mortalidade quando submetidos a um controle intensivo da
glicemia. Em sua opinião, qual o alvo glicêmico ideal para estes pacientes?
Dr. José Egídio: A meta recomendada
para o controle glicêmico auxilia o paciente e o médico no dia a dia de acom-
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panhamento. Recentemente, as Sociedades Científicas tiveram que repensar
os limites ideais da hemoglobina glicada, principalmente em pacientes diabéticos idosos, pacientes com controle
ruim por longos períodos, com complicações associadas e a nova orientação
é mantê-los com a hemoglobina entre
7,5 e 8,5.
Dra. Marília: A lição que tiramos de todos os trabalhos publicados é que o paciente com diabetes tipo 1 ou tipo 2 devem ser acompanhados desde que temos
o diagnóstico. Só assim podemos ter mais
sucesso na prevenção das complicações.
Dra. Melanie: A metformina tem se mostrado útil em pacientes com pré-diabetes. Como
acompanhar o desenvolvimento do DM em
pacientes com pré-diabetes que utilizam este
tratamento? Que exames solicitar? Deve-se
manter a metformina ou retirá-la temporariamente para a realização dos exames
(glicemia, TOTG, hemoglobina glicada)?
Dr. Leão: Em primeiro lugar é preciso
ter clareza sobre seu objetivo quando o
médico prescreve metformina. É preciso pensar em duas hipóteses. São pessoas que poderão se tornar diabéticas ou
que já tem algum grau de lesão nas células ß e, por isso, necessitam tratamento.
Na verdade estamos tentando evitar
que se tornem diabéticas ou estamos tratando essas pessoas? Lembro que, por
ocasião do diagnóstico do que se convencionou chamar pré-diabetes, muitas
células ß já estão danificadas (Butler) e
nosso objetivo será proteger as outras e,
para isso, não podemos permitir que a
glicemia se eleve. Quando prescrevo o
medicamento entendo que estou tratando o paciente e, por isso, os parâmetros de acompanhamento devem ser os
mesmos dos indivíduos diabéticos e pelo
mesmo tempo e não se deve suspender a
medicação. Além da metformina, quando prescrita para tratamento, os hábitos
devem ser modificados, incentivando a
redução do peso e a prática de atividade
física.
Dr. Adolpho: Concordo que o uso do
medicamento, mesmo que para prevenção, não deve ser interrompido.
Existem controvérsias e estudos mais
antigos que afirmam que se deve optar entre o medicamento e a mudança
do estilo de vida e estudos de menor
porte que propõem a retirada do medicamento. Mas o tempo destes estudos
é curto, o que dificulta a conclusão sobre interrupção. De qualquer forma,
no tratamento de doenças crônicas é
possível interromper a utilização de
um medicamento quando não se torna
necessário. Porém o diabetes não tem
cura e é uma doença remissiva.
Dra. Marília: Defendo a mudança de
hábitos como primeiro passo. Em 2030,
teremos cerca de 500 mil novos diabéticos. Todos os estudos mostram que a
mudança de hábitos (alimentação balanceada e exercícios físicos) melhora a
qualidade de vida e reduz a necessidade
de medicamentos. Mas a manutenção
do peso é a parte mais difícil. É fundamental atividade física intensa de uma
hora por dia. A caminhada por menor
tempo é válida apenas para a prevenção dos riscos cardiovasculares, mas não
para manutenção do peso.
Dra. Melanie: O índice HOMA-IR avalia
o grau de sensibilidade à insulina, porém
apresenta limitações. Quando devemos pedir o índice HOMA na prática clínica?
Como investigar clinicamente resistência à
insulina, em pacientes com e sem diabetes?
Dr. Adolpho: Nunca devemos utilizar o
índice HOMA na prática. Em primeiro
lugar, todo paciente com diabetes tipo
2 tem resistência à insulina, já comprovado por diversos estudos. Entretanto,
o resultado do exame não vai mudar o
tratamento nem que tenha hipertensão.
Dr. Egídio: O HOMA-IR não é um exame do especialista clínico.
Dr. Leão: Independente do índice apresentado é necessário conversar com o
paciente e convencê-lo de que aquele
resultado não é o motivo de preocupa-
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Vol. 21 - nº 01 - março 2014
17
Dr. Leão Zagury
Dr. Adolpho Millech
ção. Mas, em determinados casos, trato
o excesso de peso e, ao fazer isso, a tendência é que o paciente se acalme.
Dra. Marília: Os pacientes não entendem os resultados apresentados, interpretam à sua maneira e correm para
buscar informações conosco.
Dra. Melanie: As insulinas pré-misturas
permitem administração simultânea de insulina de ação intermediária e de ação rápida em uma única injeção. Entretanto, não
permitem ajuste fino da dose de insulina e
podem aumentar o risco de hipoglicemia.
Quando e como devemos usar as insulinas
pré-misturas?
Dr. Egídio: No início, tentamos restaurar a fisiologia no paciente e o tratamento deve ser pensado com o auxílio das
insulinas basal e prandial. A maior parte dos pacientes tem diabetes tipo 2 e,
na maioria das vezes, já tomam muitos
medicamentos e não gostariam de usar
insulina. Para um paciente que nunca
usou insulina será mais difícil começar
utilizando duas insulinas diferentes em
comparação com uma pré-mistura. Não
podemos esquecer que o desejo do paciente é um ponto muito importante,
porque se não houver a aceitação, ele
não vai seguir corretamente o tratamento. O diferencial é que com a pré-mistura você consegue reduzir o número de
injeções por dia, com nível de controle
desejável no DM2.
Dra. Marília: As pré-misturas auxiliam
no tratamento do paciente com diabetes tipo 2, mas para os do tipo 1 não há
diferença.
Dr. Leão: Eu não prescrevo pré-misturas. Acredito que é preciso investir na
educação do paciente e explicar todas
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Dra. Marilia Brito
as necessidades do tratamento. Prefiro
as insulinas análogas. Se o paciente tem
condição de pagar pela consulta, tem
possibilidade de investir no tratamento
que vai responder melhor.
Dra. Melanie: Com o surgimento de novos
agentes antidiabéticos, ainda há lugares
para as sulfoniluréias? As sulfoniluréias
trazem prejuízos cardiovasculares? Quando estas drogas devem ser usadas?
Dr. Adolpho: As sulfoniluréias são medicamentos de baixo custo e se mantém
como opção de tratamento em todos
os consensos internacionais. Mesmo
sabendo que grande parte das pessoas
para de responder ao tratamento por
volta do sexto ou sétimo ano, é uma boa
opção para a fase inicial. Tenho casos de
pacientes que, com mais de 20 anos de
tratamento com as sulfoniluréias, continuam a responder bem. Todas as drogas
possuem alguma limitação.
Dr. Egidio: Sou a favor de todos os agentes terapêuticos liberados para o tratamento do diabetes. Diabetes é uma síndrome muito democrática neste sentido
terapêutico, pois todos os medicamentos irão encontrar pacientes responsivos
e bem adaptados ao seu uso diário.
Dra. Melanie: Quando devemos associar
agonistas do receptor GLP1 com insulina?
Dr. Leão: Uma opção é acrescentar insulina a uma terapêutica antiglicemiante,
que já inclua o GLP1, mas é preciso pensar nos efeitos no paciente. É uma droga
nova e ainda em testes. Precisamos saber o que queremos. Já receitei, mas não
para muitos pacientes e as reações foram
diversas. Por exemplo, em paciente em
tratamento de ganhando peso, acho que
Dr. José Egidio
vale usar, mas é preciso individualizar o
tratamento com muita segurança.
Dra. Melanie: Levando em consideração
os riscos, glitazonas e insulina devem ser
associadas?
Dr. Egídio: Tem algumas restrições nesta associação e desta forma devemos avaliar bem o perfil clínico do nosso paciente. Sobrepeso e obesidade, presença
de insuficiência cardíaca, osteoporose
entre outras condições poderão alterar
a conduta. Mas, devemos lembrar que
em casos de insulino-resistência grave é
uma combinação a ser pensada.
Dr. Adolpho: Não prescrevo. Está escrito
em bula que se associados causam males
e para evitar um possível processo jurídico, não uso.
Dra. Melanie: Em pacientes com DM1 em
uso de insulina NPH, como efetuar a troca
por insulina glargina ou detemir na prática
clínica?
Dra. Marília: Temos que diminuir a dose
da insulina glargina na troca das insulinas, em geral em torno de 30%. Mas, precisamos analisar caso a caso, pois estas
isnulinas são muito caras e é preciso avaliar a relação custo-benefício. Temos um
compromisso a firmar com o paciente. É
uma via de mão dupla. De que adianta
passar um tratamento caro a um paciente que por algum motivo não vai segui-lo?
Dr. Leão: O uso dessas insulinas não
garante o resultado de tanta melhora.
Com exceção da qualidade de vida, pois
reduz a unidade necessária de uso.
Dr. Egidio: Nos pacientes tipo 1, que terão
que usar a insulina para o resto da vida,
começar com os análogos pode ser mais
seguro. Já no DM2, uso primeiro a NPH. n
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Bastidores
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Desafios da Medicina
durante a Ditadura
E
m 2014, o Golpe Militar de 64 completa 50 anos e centenas de manifestações e atividades estão acontecendo
pelo país para lembrar a data. Pouca gente sabe, mas
um dos primeiros endocrinologistas da cidade de Florianópolis, o Dr. Luiz Carlos Espíndola, viveu momentos difíceis nesta época e teve que superar muitos obstáculos no início de sua carreira. Veto para cursar pós-graduação no IEDE
(Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia), demissão
de cargo em hospitais e até proibição em participar de projetos da área de saúde tiveram que ser encarados pelo médico.
Hora de conhecer alguns bastidores da história política e
da medicina durante a Ditadura Militar no Brasil.
Ilustração: jcgwakefield
Repressão e Perseguições - Foram anos difíceis de esquecer
e não foi diferente para o Dr. Espíndola, que lembra tudo o
que passou como se fosse hoje.
“Tinha muitos planos naquela época, entre eles, o de fazer
a pós-graduação no Rio de Janeiro, no IEDE, onde estavam
grandes professores como os doutores Jaime Rodrigues, José
Scherman, Francisco Arduíno, Luiz César Póvoa e Maurício
Barbosa Lima. Em 1968, fui para o Rio, mas, dois dias depois
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de entregar meus documentos na secretaria do Instituto, para
pleitear a bolsa para a Residência, fui informado que havia
um problema: um veto militar”, recorda o Dr. Espíndola.
Mas como um veto militar? A história, na realidade, havia
começado quatro anos antes.
Em 1964, o então jovem médico de Florianópolis, participava ativamente dos movimentos estudantis em Santa Catarina, “Era um ritmo intenso”. Dentro de um grupo onde o
Dr. Espíndola atuava estavam diversos líderes nacionais que
depois se tornaram personalidades históricas, entre eles, José
Serra e Agostinho Neto, um líder estudantil angolano que,
posteriormente, se tornou presidente de Angola.
Ele lembra bem que tudo mudou a partir do dia 1 de abril.
O Dr. Espíndola conta que o seu grupo em Florianópolis tinha uma Kombi, que era usada, para atendimento itinerante
de adultos carentes tanto na área de saúde quanto para a
alfabetização. “Fui acordado, ainda de madrugada, no dia 1
de abril, com a informação da existência de um movimento
militar para derrubar o Governo. Pegamos a Kombi e fomos
para a frente do Quartel da Polícia Militar. Fizemos um discurso para os militares para que se mantivessem fiéis ao Governo. Até aquele momento, eles não haviam optado a quem
apoiariam. Lá pelas nove da manhã, escolheram ficar do lado
dos miliares e a primeira ordem que veio foi: prendam a turma da Kombi”.
Ele conta que entre os que decidiram estava Luiz Octavio
Pires e Albuquerque Gallotti, graduado em Direito, e que 20
anos depois de ser um preso político (em 1984) assumiu o
cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal.
“Isso ficou marcado na minha vida”, afirma o Dr. Espíndola, “e o efeito desse episódio seria sentido anos mais tarde”.
Aquele veto para a Residência no IEDE foi apenas o primeiro que o médico recebeu.
Outros Desafios – Dois ou três dias depois, do veto para a Residência no IEDE, o Dr. Jaime Rodrigues entrou em contato
com o Dr. Espíndola pedindo que o mesmo fosse ao Ministério do Interior, que ainda era no Rio de Janeiro, falar com
o Coronel Rodrigues, idealizador do Projeto Rondon e que
havia sido Secretário de Segurança do Rio Grande do Sul.
Naquele momento, a intenção era implantar o projeto em
Santa Catarina. “O Coronel me recebeu, explicou o plano e,
na verdade, o que ele queria era a indicação de alguns nomes
que seriam bem aceitos pelo movimento estudantil para implantar o projeto. Como achei o projeto interessante, passei a
ele alguns nomes e, na sequência, um dos fatos interessantes
foi que ele me convidou para voltar a Florianópolis com ele.
Imagina, eu, recém preso político, chegando na cidade com
um Coronel do Exército. Foi então que dei a ele a minha
condição: ‘vou, desde que tudo fique na surdina’. Com isso,
depois de concordar com a viagem ganhei a bolsa e conclui
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o curso no Rio de Janeiro”, relatou o
endocrinologista.
Ao voltar para sua cidade natal, tornou-se o primeiro endocrinologista da
região, dentre os 80 médicos em atividade na época. Como sempre visou a
área acadêmica, e somando seus conhecimentos adquiridos durante no Rio de
Janeiro, o Dr. Espíndola ministrou um
curso extracurricular de endocrinologia
para alunos de medicina de Florianópolis. O médico relata que logo após este
curso foi contratado pela Universidade
local para dar aulas dentro da grade curricular da Faculdade de Medicina.
“Trinta dias depois o comando do
Terceiro Exército mandou me demitir. O Heitor Lacerda me chamou – na
época eu tratava da mãe dele – e, com
muito desconforto, disse que não podia
me manter na universidade, pois eu havia sido demitido por uma ordem das
Forças de Segurança”, lembra o médico
afirmando que cerca de um ano e meio
depois foi aberto um concurso para professor de endocrinologia na Universidade e ele se inscreveu. “Na época, os
concursos não classificavam os candidatos, simplesmente aprovavam ou reprovavam. Dentro desse sistema e de acordo com os interesses deles, escolhiam
quem era aprovado. Mas, pela primeira
vez, este concurso do qual eu participei,
incluiu a classificação e, quando a banca
emitiu os resultados aos participantes,
classificou os aprovados por nota e eu
fui o primeiro colocado”, afirma.
Eram os primeiros anos da década de
70 e, na ocasião, a história do Dr. Espíndola foi repercutida na mídia local,
mesmo de forma camuflada, já que a
própria imprensa estava amordaçada,
como ele mesmo descreve. Foi então
que devido ao veto militar divulgado, o
Reitor da instituição de ensino negou-se
a contratar o médico como professor.
Surgiu, então, outro apoio. “Havia
um deputado e advogado, muito bom,
Leoberto Caon, que entrou na justiça
e conseguiu uma liminar a meu favor,
obrigando a Universidade a me entregar o cargo. Foi a primeira liminar contra a Constituição, em Santa Catarina”.
Ao receber a sua grade de trabalho,
mais uma surpresa. “Eles me deram um
horário no qual eu trabalharia das cinco da tarde às oito da noite, lecionando
Semiologia Digestiva. O que não tinha
nada a ver comigo. Mas, fui para minis-
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trar as aulas até que, no terceiro dia, recebi a comunicação de que eu estava excluído da instituição de ensino”, conta o
médico afirmando que neste momento
fechou-se a porta para a carreira acadêmica para a qual ele havia se preparado.
Mas o endocrinologista nunca deixou de lado sua luta e sua carreira acadêmica. Seu envolvimento na política
médica aumentou ainda mais. “Fui vice-presidente da Associação Médica Brasileira, quatro anos Diretor Científico
desta Associação e, também, Diretor de
Relações Internacionais. Além disso, em
dois períodos presidi a Associação Catarinense de Medicina e fundei o Sindicato dos Médicos de Santa Catarina.
Fui também fundador da Unimed Santa Catarina e Unicred”, conta. Em 2005
ampliou seu contato e envolvimento
com a SBEM, fazendo parte de uma das
diretorias da entidade a nível nacional.
Sobre o atual momento político e as
manifestações que acontecem no país,
desde 2013, o médico afirma que o que
está acontecendo, cerca de cinco décadas depois do Golpe Militar, é bem diferente daquela época. “A geração ativa da década de 60 teve um movimento
muito humanístico, do ponto de vista
social e democrático. Mas nesses últimos anos, o que se vê foi uma explosão, sem qualquer organização, a luta
do poder pelo poder. E, normalmente,
quando isso acontece os movimentos
se extinguem”, completa.
Em relação às recentes lutas políticas por parte dos
médicos, o Dr. Espíndola
acredita que um dos grandes responsáveis pela luta
da categoria foi o Programa Mais Médicos. “É um
movimento eleitoreiro
transitório, que não dá resposta nenhuma às necessidades da população e que
fez com que o Governo,
de uma maneira ostensiva,
desse à categoria médica
uma conotação de elite social, desvinculada das realidades brasileiras. Isso não
é real já que, em qualquer
categoria profissional,
você tem todos os tipos de
pessoas. Milhares de médicos são extremamente envolvidos e comprometidos
com as questões de saúde impostas na
atualidade. Notamos um inconformismo muito grande da categoria como um
todo”, ressalta.
Deixando um conselho para o jovem médico, o Dr. Espíndola acredita
ser fundamental que se estabeleça uma
luta, diante da consciência de que saúde
é uma necessidade de todos, de forma
que seja criada no país uma carreira de
estado para o médico brasileiro. “Esta
é a única forma de resolver a atual situação. As pessoas que desconhecem
os fatos acham que está tudo bem, mas
tem colegas que estão trabalhando muito para exercer a profissão e sem condições para tal”, finaliza ele. n
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Colunista Convidado
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Vol. 21 - nº 01 - março 2014
ADB: Será o Fim
de um Sonho?
Dra. Hermelinda Pedrosa
Vice-presidente da SBD e coordenadora do
Projeto Step by Step e do Programa Salvando
o Pé Diabético.
R
ecentemente tivemos a informação do encerramento das atividades da Associação de Diabético de
Brasília. A notícia soa para nós como
uma grande derrota dos pacientes e entristece todos que batalhamos há tanto
tempo pela melhoria da qualidade de
vida e educação em diabetes.
A ADB foi fundada em 9 de março
de 1987 por um grupo de voluntários
da Cruz Vermelha e tinha como missão
promover educação entre pacientes e
familiares e atualizar profissionais de
saúde. Tivemos grandes nomes envolvidos em todo o processo, como a nossa saudosa e querida Laurenice Pereira
Lima, Dr. José Bernardo Peniche, Dra.
Maria Stela Dias, Dra. Nailee Montechi, Dra. Nely Calegaro, Nutricionista
Anelena Seyfath, Maria Irene Monteiro,
Geraldina Simão, Jussara Helou de Mesquita (in memorian), Aluisio Medeiros
Tavares e Maria de Faria, entre outros.
Durante os últimos 13 anos realizou
diversas atividades entre Simpósios e
Seminários anuais, além de encontros
com diabéticos e ações pelo Dia Mundial do Diabetes.
Até o final de 2010 ocupou parte do
Centro de Saúde nº 6, onde mantinha sua
sede provisória, concedida pela Secretaria
Estadual de Saúde do Distrito Federal, até
que uma resolução problemática provocou a desocupação. Em 2010, foi liberada a Emenda Parlamentar do Deputado
Augusto Carvalho, com a liberação de
uma verba de R$ 500 mil para o início da
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construção de um Centro de Referência
de Diabetes. Em junho do mesmo ano,
um novo projeto atualizado com base no
anterior, que coordenei com a assessoria
das doutoras Eliziane Leite, Lilian Paes
Leme e Mariana Batista, iniciou.
Em 2011, o Governo considerou a
construção como prioridade, junto ao
CS da Regional de Taguatinga e, a partir desse momento, começava um longo
caminho para liberação ambiental e demais providências, que não combinava
com a expressão usada “prioridade”. Ao
longo desse período, a ADB e a SBD tiveram participação importante junto à
primeira dama, Dra. Ilza Queiroz, para
acompanhar e acelerar a liberação e
construção do Centro. Vale salientar
que a verba do Ministério da Saúde foi
renovada por três vezes para que não
ocorresse perda da Emenda Parlamentar, sabidamente suficiente para iniciar
o processo de construção, cabendo ao
GDF a contrapartida do custo da obra.
Em dezembro de 2013, o projeto do
Centro de Referência de Diabetes estava aprovado pela Caixa Econômica, no
entanto, o Fundo de Saúde da SES-DF
não havia alocado a verba de contrapartida exigida pela CEF no valor de R$
3.373.668,82.
A relação da ADB com o citado Centro se dá nos seguintes pontos:
• A ADB recebeu um valioso terreno
localizado no Sudoeste, porém não tinha recursos para a sua manutenção.
O terreno foi cedido à NOVACAP
para a construção do Centro ao participar do Grupo de Trabalho entre
2004 e 2005 à SES-DF, com a garantia
de que teria o espaço necessário para
as suas atividades.
• Com as mudanças na SES-DF, o Projeto sofreu solução de continuidade.
• Em 2009 a ADB foi convidada a se retirar do CS No 4, onde funcionava, e
desde então não recebeu outro local
para atuar como sede.
• O Conselho Regional de Nutrição DF
(CRN-DF) cedeu a sua sede sem ônus
cabendo à ADB arcar com as despesas.
• A saída do CS deflagrou um processo
de esvaziamento natural de sócios e
até da diretoria voluntária e a ADB
atuou como captadora de recursos
para os eventos de Educação Continuada em parceria com o Programa
de Educação e Controle de Diabetes
(atual Coordenação Central de Diabetes) da SES-DF e da Sociedade Brasileira de Diabetes – DF.
• Os estudos realizados pela Unidade
de Endocrinologia e o compartilhamento das arrecadações dos eventos
constituíram a fonte de recursos que
foram insuficientes para manter as
despesas na sede do CRN-DF, inviabilizando a sua existência como ONG.
Em suma, a leitura é a de que as soluções de continuidade típicas que ocorrem com mudanças de governos se refletem em todos os cenários no Brasil.
Enquanto há uma concessão de espaços
para várias outras entidades, a ADB foi
alijada do trabalho de parceria ocorrida
ao longo de 27 anos.
São as idiossincrasias do Brasil. Enquanto a Educação e Saúde não foram
consideradas prioridades de fato, trabalhos como esses estão em condições de
vulnerabilidade e a sua continuidade
comprometida.
A SBD-DF e todos os profissionais que
participaram dos vários eventos organizados em parceria com a ADB se solidarizam com essa triste realidade. A busca
agora é de efetuar uma saída honrosa
para a associação: arcar com os custos de
sua desativação.
Um momento lamentável para a Diabetologia do DF. n
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Ponto de Vista
Foto: Ricardo Oliveira
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Dr. Ney Cavalcanti
Foto: sarra22
Maconha:
Descriminação ou Não?
H
á séculos as plantas canabis, que
contém a maconha, também chamada de marijuana são conhecidas pelo homem.
Suas folhas produzem substâncias
químicas, as chamadas canabinóides.
Os dois principais grupos são conhecidos pelas siglas inglesas THC e CBD.
O grupo dos CBD tem pouca ou nenhuma ação sobre o sistema nervoso. Já o
THC é responsável por diversas ações,
fazendo com que os seus consumidores,
a maioria deles, experimente sensações
diferentes e agradáveis, vulgarmente
chamadas de “barato”.
Já existem medicamentos há muito
anos aprovados em vários países, inclusive nos Estados Unidos, que utilizam
a canabis, que produz principalmente
o CBD. São indicados para várias condições clínicas como náuseas, vômitos,
epilepsia etc.
O consumo das marijuanas foi progressivamente aumentando, não como
medicamento, mas pelas suas ações psicotrópicas, euforizantes. Isto foi relacionado com o aumento da criminalidade
e também por seus usuários acarretarem acidentes de trânsito. Por conta
disso, e também por se temerem pelos seus possíveis efeitos colaterais, ela foi
proibida, na maioria dos países no início do século XX.
Passou a ser crime plantar, conduzi-la ou usá-la.
O Governo Federal Americano pune,
até hoje, com multa de 100 mil dólares e
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vários anos de prisão quem assim procede. O objetivo era evitar ou pelo menos
diminuir substancialmente o seu consumo. Aconteceu exatamente o contrário.
Cada vez existem mais usuários dela.
Por ter sido considerado ilegal a maconha passou a ser comercializada pelo
crime organizado. Os chamados cartéis
fizeram e fazem fortuna com o seu comércio. Assim, a criminalidade com ela
relacionada aumentou extraordinariamente.
Por conta disso, o debate para a sua
liberação é um assunto dos dias atuais.
Vinte estados americanos já permitem
o seu uso em determinadas condições.
Apesar de o Governo Central permanecer contrário. Uruguai também liberou,
recentemente, o seu uso.
A Holanda já tomou esta medida há
vários anos.
No Brasil, várias passeatas têm sido realizadas, defendendo a sua liberação. Os
que defendem esta tese afirmam que o
seu consumo iria diminuir. O contestado por muitos é que a ação dos grupos
criminosos, que operam o seu comércio, seria suprimida. Como consequência a criminalidade, relacionada ao seu
consumo, iria reduzir-se acentuadamente. E ainda, ao contrário que acontece
com outras drogas, atualmente liberadas
como o álcool e o cigarro, a maconha
não causa sérios danos à saúde humana.
Muito pelo contrário, ela tem ação
benéfica, comprovada cientificamente
em várias patologias. Artrite reumatói-
de, epilepsia, demência, fibromialgia,
esclerose múltipla entre elas.
A ação sobre o peso corporal da marijuana é paradoxal. O estabelecido é que
a maconha faz as pessoas aumentarem
suas dimensões ponderais.
Sobre a ação da marijuana muitos
usuários apresentam a chamada “Larica”. Palavra da língua portuguesa antiga, e que quer dizer fome abrupta e
intensa, resultando em grande ingesta
de alimentos. Ela inclusive usada em situações de desnutrição como nos aidéticos e nos cancerosos. Nestes últimos,
além de minimizar os efeitos negativos
da quimioterapia (náuseas e vômitos)
ela ajudaria na melhoria nutricional.
Porém, hoje se sabe que o uso crônico desta droga leva a perda de peso.
Por conta disso, e, além disso, atuam beneficiando e até mesmo prevenindo o
surgimento do diabetes e das doenças
cardiovasculares. Os efeitos colaterais
do seu uso são bronquite, diminuição
da memória recente, desencadeamento
de psicoses em propensos e alteração da coordenação motora, entre outras.
A probabilidade que os usuários venham utilizar outra droga ilegal é pequena, cerca de 15%. Outro risco seria
desenvolver dependência a ela, essa possibilidade não é grande. Muito menor
do que com o crack (90%), nicotina (80
%), cocaína (13%). Quanto à maconha,
menos de 10%.
Aguardo a sua opinião, para que possamos decidir: Criminalizá-la ou não? n
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Pelo Brasil
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
22
GEMD 2014
F
ormado por integrantes da SBD
Rio de Janeiro, o Grupo de Estudo Multidisciplinar em Diabetes (GEMD) marcou seu primeiro
encontro de 2014 para a manhã do
dia 22 de março. Com o tema “Debatendo sobre Controvérsias no Manejo
do Diabetes Mellitus”, o evento teve
quatro ex-presidentes da SBD Nacional como palestrantes. Foram eles:
Dr. Adolpho Millech, Dr. José Egídio
Oliveira, Dr. Leão Zagury e Dra. Marília Brito Gomes.
Os próximos GEMD estão marcados para os dias 24 de maio, 19 de
julho e 27 de setembro, todos ainda
sem programação confirmada. A presidente da Regional, Dra. Anna Gabriela Fuks, é também responsável
pela realização destes eventos. Veja,
nas páginas 16 e 17, a cobertura do
evento. n
Diabetes em Pauta
D
e 4 a 6 de abril acontece a 16ª
edição do Curso Avançado em
Tratamento do Diabetes, na
cidade de São Paulo, no Hotel Sheraton. O curso é presidido pelo Dr.
Antonio Roberto Chacra.
De acordo com o Dr. Chacra, o
curso tem caráter eminentemente clínico, especialmente preparado para
todos os profissionais relacionados à
prática clínica diária e em aspectos
de fisiopatologia focados para novas
estratégias terapêuticas.
“Tratamento do Diabetes: State of
the Art”, “Desafios no Tratamento do
Diabetes Tipo 2”, “Insulinoterapia Basal”, “Biotecnologia e Endocrinologia”
são alguns dos assuntos levados ao público durante o curso. A programação
completa encontra-se disponível no
site dos organizadores do evento (www.
fernandapresteseventos.com.br).n
Atualização no Tratamento
N
os dias 9 e 10 de maio acontecerá a oitava edição do Curso de Atualização no Tratamento do Diabetes (CATD 2014). O evento é organizado
pelos doutores Leão Zagury e Roberto Zagury e será realizado no Windsor Atlântica Hotel, em Copacabana (RJ).
Segundo o Dr. Leão, a ideia é apresentar novas informações sobre diferentes formas de tratamento do diabetes, a partir de estudos realizados, revendo
aspectos fisiopatológicos, controvérsias e levando a experiência adquirida
com a tecnologia disponível, além de informações sobre novos exames. “O
curso procura passar o máximo de informações no mínimo de tempo. Nossos pacientes estão cada vez mais informados e altamente questionadores. É
absolutamente necessário estar atualizado”, afirma.
Dentre os temas a serem debatidos estão: grandes estudos, insulinas e outras drogas injetáveis, drogas novas e drogas orais, novidades em geral, bomba
de infusão, gestação, neuropatia e obesidade.
As inscrições devem ser feitas até o dia 6 de maio, pelo site www.acfarmaceutica.com.br/catd2014. O valor das taxas é de R$550 para médicos, R$385
para residentes e R$385 para Sócio SBD. Na mesma página encontra-se disponível a programação do curso. n
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EndoRecife 2014
A
edição do EndoRecife de 2014
acontece, mais uma vez, na cidade de Porto de Galinhas. Presidido pelo Dr. Lúcio Villar, será realizado entre os dias 5 e 7 de junho no
Hotel Summerville. De acordo com o
médico, o Congresso terá inovações
na programação científica com o intuito de melhorar o aproveitamento
das informações sobre os avanços no
diagnóstico e tratamento dos distúrbios endócrinos mais relevantes. Segundo ele, são esperadas cerca de 700
pessoas.
As inscrições para o evento podem
ser feitas pelo site oficial. Os valores
são: R$545 para médicos sócios quites
da SBEM; R$650 para médicos não
quites ou não sócios da SBEM; R$335
para residentes e outros profissionais;
e R$265 estudantes, até o dia 20 de
maio.
A programação científica pode ser
acessada no site do evento. Dentre os
palestrantes serão 30 convidados nacionais e, já estão confirmados, quatro nomes internacionais. São eles:
Adrian F. Daly (Bélgica), John Bilezikian (EUA), Sara Cassibba (Itália) e
Vivian A. Fonseco (EUA). Para outras
informações, acesse: www.endocrinologiape.com.br/endorecife2014. n
Brasileiro de Endocrinologia
P
rofissionais de todo país tem compromisso marcado para setembro, no Sul do Brasil. A cidade de
Curitiba, capital do estado do Paraná,
considerada uma das cidades brasileiras mais sofisticadas e padronizadas em
qualidade de vida, receberá a 31ª edição
do Congresso Brasileiro de Endocrinologia (CBEM). Presidido pelo Dr. Cesar
Luiz Boguszewski, será realizado entre
os dias 5 e 9 de setembro.
Interessados em participar do
CBEM 2014 podem efetuar a inscrição no site oficial do Congresso. As
taxas de pagamento até dia 6 de julho
são: R$650 para Sócios SBEM, SBD,
ABESO, Abrasso; R$1.100 para Não
sócios, R$350 para Residentes/Pós-graduandos/ Sócios da SBEM; R$600
para Residentes/Pós-Graduandos/
Não Sócios da SBEM; R$350 para Estudantes de graduação; e R$150 para
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Acompanhantes. O prazo de envio de
trabalho será até dia 21 de abril. De
acordo com o Dr. Cesar, o objetivo é
atingir mil trabalhos inscritos.
O evento tem como tema central
“Endocrinologista e Sustentabilidade”.
Para compor a programação, haverá
um simpósio com a Sociedade Internacional de Hormônio de Crescimento.
Além disso, acontecerá um highlights
em conjunto com a Endocrine Society,
o SBEM-ESE Summit com a European
Society of Endocrinology, e o SBEM GHRS Workshop com a Growth Hormone Research Society.
Para os amantes do futebol, está rolando o “EndoBolão”, no qual os inscritos podem fazer suas apostas para os
resultados dos jogos da Copa do Mundo
de 2014, o vencedor receberá o reembolso de sua taxa de inscrição, passagem
e diárias, durante o CBEM 2014. n
Congresso
Regional de
Diabetes
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
23
D
e 13 a 15 de novembro, a
SBD Regional Rio de Janeiro realizará seu primeiro Congresso. A presidente do
evento e da regional, Dra. Anna
Gabriela Fuks, afirma que a data
foi escolhida especialmente para
que o evento seja realizado junto com as comemorações do Dia
Mundial do Diabetes (14 de novembro). A expectativa é de receber mais de 600 congressistas já
nesta primeira edição. “O Congresso começou a ser elaborado
em 2013. Pensamos em fazer no
ano passado, mas optamos por
deixar para 2014, ano em que
não temos o Congresso Brasileiro
de Diabetes e nem o EndoRio”,
completa.
Os preços das inscrições são:
R$240 para associados SBD,
SBEM e Abeso; R$190 para Residentes/Pós-graduados/Mestrandos/Doutorandos associados SBD, SBEM e Abeso; R$360
para médicos não sócios; R$285
para Residentes/Pós-graduados/
Mestrandos/Doutorandos não
sócios; R$225 para profissionais
de saúde não sócios; e R$180
para acadêmicos em formação e
técnicos não sócios. A inscrição
deve ser feita pelo site oficial do
evento (www.diabetesrio2014.
com.br).
Além disso, os interessados já
podem enviar seus trabalhos científicos, também pelo site, com
data limite marcada para 18 de
agosto.
Para manterem-se atualizados
sobre os preparativos para o primeiro congresso da SBD-RJ, os interessados podem ler as notícias
e informações publicadas no site
da Regional e curtir a Fan Page
no Facebook (https://www.facebook.com/diabetesrio). n
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São Paulo
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
24
C
Minha Cidade:
Campinas
Por Tainá Oliveira
O
encontro entre belas árvores e
prédios típicos de cidade grande é
a principal característica de Campinas, em São Paulo, que faz com que
ela tenha um contraste entre o interior
e os ares urbanos. Responsável por 15%
de toda a produção científica nacional,
é a décima quinta cidade mais rica do
país, sendo o terceiro maior polo de
pesquisa e desenvolvimento brasileiro.
Com seu jeito aconchegante e simples,
o local proporciona aos seus moradores
um laço forte de afinidade e a vontade
de não querer sair de lá.
A cidade surgiu na primeira metade
do século XVIII como um bairro rural
da Vila de Jundiaí (conhecido nos dias
atuais, apenas como Jundiaí). Naquele
período, o local era formado por largas
faixas de campos naturais, denominadas
campinas, com áreas de mata atlântica
fechadas ao redor de regiões montanhosas.
No começo, o local foi denominado
Bairro Rural do Mato Grosso e ficava
próximo a uma trilha usada por Bandeirantes do “Planalto de Piratininga”.
Este percurso era conhecido como “Trilha dos Goiases” e tinha como destino
a recém-descoberta Minas de Goiases,
hoje o Estado de Goiás. O povoamento
teve início a partir das instalações de um
pouso de tropeiros.
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Na segunda metade do século XVIII,
o local evoluiu na área econômica, política e social. A chegada de fazendeiros
procedentes de Itu, Porto Feliz, Taubaté, entre outros lugares, foi importante
para o desenvolvimento da cidade. Através deles, e do interesse do Governo da
Capitania de São Paulo, o então Bairro
Rural do Mato Grosso se transformou
em Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso
(1774); depois, em Vila de São Carlos (1797); e em Cidade de Campinas
(1842); período no qual as plantações
de café já lotavam as lavouras de cana e
dominavam a paisagem da região.
Nos dias de hoje, Campinas ocupa
uma área de 801 km² e conta com uma
população aproximada em 1 milhão de
habitantes, distribuída por quatro distritos (Joaquim Egídio, Sousas, Barão
Geraldo e Nova Aparecida) e centenas
de bairros. É a décima cidade mais rica
do Brasil e responsável por pelo menos
15% de toda produção científica nacional, sendo o terceiro maior polo de pesquisa e desenvolvimento brasileiro. Os
fatores econômicos e sociais, em especial, geraram um crescimento populacional, permitindo à cidade constituir-se
como um dos polos da região metropolitana de São Paulo.
Nascida na cidade de Goiânia, a endocrinologista Dra. Sylka Rodovalho se
mudou para a cidade de Campinas em
1990 para fazer residência. O que era
para ser uma passagem para seu crescimento profissional, acabou virando escolha de vida. “Eu cheguei a Campinas
para fazer residência na Universidade
Estadual de Campinas (UniCamp) e
acabei ficando. Foi aqui que meus filhos nasceram, foi aqui que eu cresci
profissionalmente. É um lugar pelo
qual eu tenho um carinho enorme”,
declarou.
Quando questionada sobre os pontos positivos do local, a Dra. Sylka não
poupou elogios à cidade paulista, porém pontuou uma questão negativa:
“Campinas é especial, pois aqui nós temos diversas opções de transporte rodoviário e aeroviário. Temos pessoas de
diversos lugares do país que buscam a
cidade para crescer profissionalmente
ou em busca de emprego. Além disso,
vale ressaltar que temos diversos pontos
culturais e turísticos que fazem da nossa
cidade ainda mais especial. Porém, infelizmente ainda somos vitimas da violência, e isso é algo que deixa a desejar”,
relatou.
Para a endocrinologista um dos lugares mais importantes na cidade é
Distrito de Barão Geraldo, onde fica a
UniCamp. “Barão Geraldo é um lugar
maravilhoso. Tem uma geografia diferente. Perto da Universidade estão barzinhos, lojas e outros lugares onde as
histórias se misturam. É um ótimo am-
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Vol. 21 - nº 01 - março 2014
25
Campinas
biente para fazer novas amizades e trocar experiências”, afirmou.
Parar e observar a vegetação da região é um prazer especial. O carinho é
tanto que para a Dra. Sylka as árvores de
Campinas são as mais bonitas do país.
Entre tantos fatos que marcaram sua
vida pessoal, ela se orgulha de poder
ter acompanhando a expansão da UniCamp, tornando-se uma das mais importantes do Brasil.
Para os interessados em conhecerem
a cidade a Dra. Sylka deixa o recado:
“Quando você vier à Campinas vai encontrar um lugar aconchegante e muito
agradável. A fama de ter grupos fechados não é verdade. Recebemos pessoas
dos mais variadas locais do país e com
culturas diferentes. Dessa forma, todo
mundo acha seu próprio espaço”.
Pontos Turísticos – Campinas oferece ótimas opções de passeios ao ar livre e excelentes restaurantes. Confira abaixo algumas opções de locais que podem ser
visitados quando estiverem pela cidade.
• Bosques dos Jequitibás: Criado em
1880, o Bosque dos Jequitibás é um
famoso local para passeios familiares
na cidade de Campinas e uma ótima
pedida para todos aqueles que gostam de estar em contato com a natureza. Localizado na região central da
cidade, tem uma das maiores e mais
antigas áreas de lazer. Recebe aproximadamente 1 milhão de visitantes
por ano. Seu endereço é: Rua Coronel Quirino, 02.
• Lagoa do Taquaral: Conhecida popularmente como Lagoa do Taquaral
está localizada no Parque Portugal.
Possui 165.830 metros quadrados de
área e volume de água estimado em
994.000 metros cúbicos. Seu nome
é uma homenagem à esposa de um
fazendeiro que doou a área para for-
1683_Revista_SBD_v21n01_online.indd 27
Lagoa do Taquaral
Observatório Municipal de Campinas
Bosque dos Jequitibás
Cidade de Campinas
mação do parque. No local, os visitantes encontrarão opções como pedalinhos, e conhecer diversas espécies de
peixes de água doce, como tilápia e
tucunaré. É um ótimo programa para
quem gosta de caminhar e desfrutar
de uma bela paisagem. Atualmente,
é realizado o torneio de pesca esportiva Tucunacamp. A Lagoa fica na Av.
Heitor Penteado, s/n, Taquaral.
• Restaurante Fellini: É uma das cantinas mais requisitadas e tradicionais
da cidade. Boa parte de sua clientela
opta pelo antepasto variado, com jamón serrano, alcachofra, parmesão
em lascas, tomate seco, lâminas de
berinjela no azeite e abobrinha curtida no balsâmico. Está localizado na
Avenida Coronel Silva Telles, 514, no
bairro Cambuí.
• Seo Rosa: Um dos bares mais conhecidos da cidade de Campinas. Já foi
quatro vezes premiado pela Revista
Veja nas categorias: “Melhor Sanduíche», «Melhor Petisco», «Melhor Happy Hour” e “Melhor para Paquerar”.
Seu ambiente alternativo e “descolado” atrai, principalmente, o público
jovem. Tem duas filiais: Rua Emílio
Ribas 567 e Rua Alameda dos Vidoeiros 455, Gramado.
• Observatório Municipal de Campinas: Um ótimo programa para quem
curte astronomia. Inaugurado no dia
15 de janeiro de 1977, é o primeiro
Observatório Municipal do país e foi
uma iniciativa da Prefeitura Municipal da cidade. Ele está localizado na
zona rural, a 32km do Centro, e a
17km do Distrito de Joaquim Egídio.
Funciona aos domingos no horário
das 17h às 21h. Para visitar é necessário pagar uma taxa de R$ 4,00 (quatro reais) por pessoa e meio-ingresso
a R$ 2,00 (dois reais). Situa-se no
Monte Urânia, Serra das Cabras. n
06/10/14 14:20
Pelo Mundo
ADA em São Francisco
A
74th Scientific Sessions da American
Diabetes Association será realizada
na cidade de São Francisco, nos
Estados Unidos, de 13 a 17 de junho.
Para a edição de 2014 são esperados 14
mil participantes, dos mais variados lugares do mundo, entre médicos, enfermeiros, nutricionistas e outros profissionais
da área de saúde. As sessões serão realizadas no Moscone Center, 747, Howard
Street. O evento apresentará os avanços
na ciência básica, prevenção, diagnóstico
e tratamento do diabetes.
Dentre os tópicos da programação científica estão: Acute and Chronic
Complications, Behavioral Medicine,
Clinical Nutrition, Education and Exercise,
Foto: JSFisher
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
26
Clinical Diabetes/Therapeutics, Epidemiology
Genetics, Immunology/Transplantation,
Insulin Action/Molecular Metabolism,
Integrated Physiology Obesity, Islet Biology/
Insulin Secretion.
As taxas de inscrição, até o dia 1º de
maio, são de $490 para membros da ADA,
$800 para não membros, $290 para Estudantes, Residentes e Pós Graduados, e
$100 para acompanhantes. Existe ainda
a possibilidade de se inscrever em apenas
um dia de Congresso. Para tal opção, os
interessados podem escolher a data de participação e as inscrições custam $285 para
membros da ADA e $375 não membros.
Todas as inscrições podem ser realizadas
no site oficial da ADA até 5 de junho.
Durante o evento os participantes terão acesso à Expert Session, uma sessão
projetada para interação entre participantes e líderes mundiais com experiência na área de diabetes.
No total, são 380 apresentações orais
e 1.600 pôsteres interativos e informativos.
O Guided Audio Posters Tours é outra atração confirmada no evento. O
salão proporciona visitas guiadas para
os congressistas que poderão debater
diversos os mais variados tópicos.
Outro atrativo é o Exibit Hall, a
maior exposição mundial de produtos
e relacionados ao diabetes. É importante ficar atento quanto às restrições do
local. No domingo dia 15, será realizado
o Together we can stop diabetes. Um movimento da ADA onde os participantes
usam alguma roupa na cor vermelha
com o objetivo de chamar a atenção sobre o problema. No mesmo dia também
acontecerá a corrida 5K Fun Run/Walk
apoiada pela Novo Nordisk. O evento
é gratuito para todos os cadastrados na
74th Scientific Sessions.
Quem puder separar um tempo para
um passeio, vale a pena conhecer a cidade. São Francisco é conhecida como
“a cidade favorita” dos americanos. O
título foi concedido por conta de sua
beleza cênica, atrações culturais, teleféricos, entre outras atrações coisas. Possui atrações como: o Ghirardelli Square,
Golden Gate Bridge, e a maior Chinatown dos Estados Unidos. n
U
ma das principais a cidades dos
Estados Unidos, Chicago, será
a sede da 96ª edição do 96 th
Annual Meeting & Expo, o congresso
da Endocrine Society. O evento acontece
no período do dia 21 a 24 de junho,
na semana seguinte ao da ADA. A exposição tem como objetivo conectar-se com especialistas de diversos lugares do mundo que buscam participar
de várias pesquisas e sessões clínicas,
atualizar informações com especialistas de ponta e acompanhar de perto os
lançamentos mais recentes da indústria
farmacêutica.
1683_Revista_SBD_v21n01_online.indd 28
A programação científica do ICE/
ENDO 2014 está constituída com
cerca de 88 simpósios e mais de 72
sessões clínicas apresentadas por especialistas em endocrinologia. Nesta edição, serão acolhidas mais de
70 sociedades internacionais e serão
destacados os mais recentes avanços
na pesquisa de hormônio e prática
clínica.
As inscrições podem ser efetuadas
no site oficial do ICE/ENDO 2014.
A programação completa do evento
também já se encontra online na página. n
Foto: Fenykepez
Chicago Receberá ENDO 2014
06/10/14 14:20
Comunicados da SBD
Anuidade 2014 Novo Site da SBD
A
nova diretoria da SBD, liderada
pelo Dr. Walter Miniccuci, se reuniu recentemente para definir a
anuidade de 2014. Os valores são: R$260
para médicos, R$160 para profissionais
de saúde, e R$80 para estudantes e residentes. n
Foto: Elena Itsenko
O
SBD Nas
Redes Sociais
A
lém do site da entidade, a
SBD está presente em algumas Redes Sociais para que
a interação com o internauta seja
ainda melhor. A rede mais popular, o Facebook, conta com cerca
de 24 mil seguidores na página
da entidade (www.facebook.com/
SBD.Diabetes) e mais 14.500 pessoas na Fan Page do Dia Mundial
do Diabetes (www.facebook.com/
diamundialdodiabetes).
Outras redes usadas pela Sociedade são o Twitter, com a conta
da Sociedade (www. twitter.com/
Diabetes_SBD) com mais de 3.600
seguidores e a conta do Dia Mundial (www.twitter.com/wdd_brasil) com mais de 2.900, e o Youtube. O canal de vídeos (www.
youtube.com/socbrasdiabetes)
possui 92 publicações, com entrevistas sobre os Congressos da
SBD, eventos internacionais, entrevistas, entre outros. Uma ótima
chance de assistir pela primeira
vez ou rever alguns momentos
importantes para a Sociedade. O
responsável pelas redes sociais é o
Dr. Laerte Damaceno n
1683_Revista_SBD_v21n01_online.indd 29
Site da SBD teve seu layout modificado. No ar desde o dia da posse
do Dr. Walter Minicucci, a página
está com um visual mais “clean”, totalmente renovada e reformulada para facilitar ainda mais o acesso do internauta. Em breve, a Revista da SBD fará uma
reportagem contando os detalhes desta
modificação.
Com o novo site no ar, a Sociedade,
preparou, uma reportagem temática
para o carnaval, com o nome de “Folia
com Saúde”. Nela, o internauta tinha
acesso a sete práticas básicas que uma
pessoa com diabetes precisa se recordar
para que possa aproveitar as festividades
sem problemas. O novo espaço foi dividido nos seguintes temas: Glicose, Medicamentos, Alimentação, Roupas, Hidratação, Bebidas Alcoólicas e Pé Diabético.
A página fornece, ainda, um “Cartão
do Paciente Diabético” para download,
para que a pessoa possa se identificar e
ter nele uma série de procedimentos em
caso de acidentes, como hipoglicemia,
em que pode ocorrer a perda de consciência. Além desta reportagem, outros
temas como festa junina, páscoa, natal,
entre outras estarão presentes na página
da entidade.
Outro ponto diferenciado e importante do novo site da SBD é a área abaixo das
Notícias, onde as informações são dividias
entre público e os profissionais de saúde.
Para o público, são quatro áreas destacadas: Alimentação e Nutrição, com dicas e
receitas saudáveis; Atividade Física, sobre
como fazer exercício regularmente é essencial e trás benefícios à saúde; Manual
Oficial de Contagem de Carboidratos; e
a área de Perguntas e Respostas, onde os
internautas tiram suas dúvidas.
Já para o profissional de saúde, os
destaques são: as Dizetrizes 2013/2014;
os Highlights do Congresso da SBD
2013; o e-Book; a Revista Diabetology &
Metabolic Syndrome; e os colunistas, com
suas últimas publicações feitas no site. n
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
27
25
Alimentação e Nutrição
A
SBD disponibiliza em seu site artigos e notícias sobre alimentação e nutrição
para os profissionais de saúde e para o público em geral. As últimas publicações são: Artigo comentado: Progression to microalbuminúria in patients with
type 1 diabetes: a seven-year prospective study; Oleaginosas, inflamação e resistência à
insulina; Ingestão de chá verde, oxidação de gordura e tolerância à glicose em
humanos saudáveis; e Cremes Vegetais e Margarinas: diferenças, semelhanças e
seu papel na alimentação.
Para acessar esta área, basta achar, no menu horizontal do portal da entidade, o item “Nutrição” e logo após selecionar o sub-menu “Notícias e Artigos”. n
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Agenda
Vol. 21 - nº 01 - março 2014
28
Foto: PerseoMedusa
Abril 2014
11º Encontro de Endocrinologia Feminina
||
||
||
4e5
Porto Alegre, RS
Informações: www.endofeminina.com.br
Data:
Local:
16º Curso Avançado em Tratamento do
Diabetes
Setembro 2014
a6
|| 4São
Paulo, SP
||
(11)
5084-4246 / 5081-7028
|| www.fernandapresteseventos.com.
||br/eventos_16diabetes.html
||
||
||
||
International Diabetes Forum
96th Annual Meeting & Expo – Endo 2014 –
Data:
74th Scientific Session – American Diabetes
31º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e
Local:
Association
Metabologia
Informações:
13 a 17
Local: SãoFrancisco, EUA
Informações: professional.diabetes.org/
Data:
|| 5 a 9
PR
|| Curitiba,
(51) 3086 9100
|| www.cbem2014.com.br
||
Data:
Local:
Informações:
26
|| 24Foza do
Iguaçu, PR
||
(51)
3086-9100
||www.idf2014.com
||
||
||
||
||
||
||
Maio 2014
Julho 2014
Outubro 2014
8ª CATD – Curso de Atualização no
19º Congresso Brasileiro Multidisciplinar em
TODDA – Curso Avançado no Tratamento da
Tratamento do Diabetes
Diabetes
Obesidade, Diabetes e Doenças Associadas
Data:
Local:
Informações:
Endocrine Society
21 a 24
Chicago, EUA
Informações: www.endocrine.org
Data:
Local:
50th EASD Annual Meeting 2014
15 a 19
Viena, Austria
Informações: www.easd.org/
Data:
Local:
||
||
||
||
||
||
||
||
||
||
18
|| 17Rioe de
Janeiro, RJ
||
3543-0770 / (11) 5641||1870, (21)
www.acfarmaceutica.com.br/
||
||todda2014
Encontro Brasileiro de Endocrinologia
Agosto 2014
Novembro 2014
Data:
CODDHI 2014 - Controvérsias em Obesidade,
1º Congresso Regional de Diabetes do Rio de
Local:
Diabetes, Dislipidemias e Hipertensão
Janeiro
9 e 10
Local: Rio de Janeiro, RJ
Informações: (21) 3543-0770 / (11) 5641 1870 / www.acfarmaceutica.com.
br/catd2014
Data:
Pediátrica (EBEP)
a 17
|| 15Florianópolis,
SC
||
(11)
3849-0099
|| www.ebep.com.br
||
Informações:
Junho 2014
EndoRecife 2014
a7
|| 5Porto
de Galinhas, PE
||
www.endocrinologiape.com.
||br/endorecife2014
||
Data:
Local:
Informações:
1683_Revista_SBD_v21n01_online.indd 30
24 a 27
Local: São Paulo, SP
Informações: (11) 5572-6559 ramais
11, 12 e 19, www.anad.org.br/
congresso/19_Congresso_Site/
Data:
||
||
||
14 a 16
Local: Rio de Janeiro, RJ
Informações: em breve
Data:
Diacor 2014 – 10ª Atualização em Diabetes
na Cardiologia
23
|| 22Sãoe Paulo,
SP
||
(11)
3849-0099
|| www.diacor.com.br
||
Data:
Local:
Informações:
Data:
Local:
Informações:
15
|| 13Rioa de
Janeiro, RJ
||
(21)
2548-5141
|| www.diabetesrio2014.com.br
||
Data:
Local:
Informações:
9º Congresso de Endocrinologia e
Metabologia da Região Sul (ENDOSUL)
e 22
|| 21Florianópolis,
SC
||
(48)
3322-1021
|| www.endosul2014.com.br
||
Data:
Local:
Informações:
06/10/14 14:20
Download