02/23/2008 Os Órgãos dos Sentidos Os cinco sentidos fundamentais do corpo humano - tato, gustação ou paladar, olfato, audição e visão - constituem um conjunto de funções que propicia o seu relacionamento com o ambiente. Visão = Olhos Audição = Ouvidos Olfato = Nariz URI – Curso de Psicologia Anatomofisiologia Prof. Claudio Alfredo Konrat Tato = Pele Paladar = Língua Os Sentidos • Todas as sensações são interpretadas no cérebro. • Os órgãos dos sentidos recebem os estímulos (luz, som, gosto, cheiro, temperatura, dor, pressão, etc.) e os transmitem ao cérebro, através de nervos sensoriais. • O cérebro, então, "entende" a mensagem, produzindo a sensação. Por meio dos sentidos, o nosso corpo pode perceber tudo o que nos rodeia; e, de acordo com as sensações, decide o que lhe assegura a sobrevivência e a integração com o ambiente. O Olho Consta de três membranas concêntricas, chamadas esclerótica, coróide e retina e de três corpos transparentes denominados: humor aquoso, cristalino e vítreo. O Olho A esclerótica é designada "branco do olho" por ser dessa cor; em sua parte anterior tem a córnea transparente. A coróide está situada debaixo da anterior e é de cor escura. Possui um disco vertical a íris, de cor variável, o qual tem um pequeno buraco chamado pupila. A retina é a membrana mais interna e está debaixo da coróide. O humor aquoso é um líquido incolor que enche o espaço compreendido entre a córnea e o cristalino, espécie de lente biconvexa disposta depois da Íris e que tem a propriedade de contrair-se buscando a perfeita visão. A câmara posterior do olho, situado entre o cristalino e a retina, está recheada por uma substância consistente, que tem aspecto gelatinoso, e que se denomina humor vítreo. Os raios luminosos penetram na córnea e no humor aquoso, passando pela pupila. Ao chegar ao cristalino e seguindo as leis da refração o raio luminoso atravessa as lentes biconvexas dando uma imagem invertida, enquanto o cristalino se acomoda enfocando a imagem na retina e conseguindo-se uma clara visão. O Nervo Óptico O nervo óptico (segundo par craniano), ao atravessar a esclerótica e a coróide na sua parte posterior, se ramifica em numerosas fibras que contribuem para formar esta membrana. A entrada deste nervo na retina se chama "ponto cego" e é insensível à luz; todas as demais partes gozam de grande sensibilidade sobretudo na mancha amarela. 1 02/23/2008 Princípios Físicos da Óptica Princípios de Refração A lente convexa focaliza os raios luminosos (os raios convergem). A lente côncava faz os raios divergirem A luz trafega através dos objetos transparentes com uma velocidade mais lenta que através do ar. O índice de refração de uma substância é a relação entre sua velocidade no ar e sua velocidade no objeto transparente. O comprimento focal da lente é a distância além da lente convexa na qual os raios paralelos de luz convergem sobre um único ponto Cada fonte puntiforme em frente à lente convexa é focalizada do lado oposto da lente, alinhada com o centro da lente (aparece de cabeça para baixo e invertido da esquerda para a direita). Quanto mais a lente inclina os raios de luz, maior é seu poder de refração. A unidade de medida do poder de refração é a dioptria A direção em que a luz viaja é sempre perpendicular ao plano frontal da onda. Se os índices de refração de dois meios forem diferentes, quando a onda luminosa passa através de uma superfície angulada sofrerá uma angulação. O olho é opticamente equivalente a uma câmera fotográfica (a imagem é registrada na retina, que funciona como “filme” – invertida; o cérebro apenas “aprendeu” qual é a orientação correta e isso faz que vejamos a imagem de forma normal) A acomodação depende da alteração da forma do cristalino e permite que o olho focalize um objeto próximo. A presbiopia é a perda de acomodação do cristalino (no idoso, perda da capacidade de focalizar objetos próximos) O diâmetro da pupila (íris) também é fator na acomodação (quanto maior o diâmetro, mais luz entra no olho – apertar o olho, melhora a nitidez da imagem ao aumentar o plano focal) Erros de Refração Acuidade Visual Correção por vários tipos de lentes A emetropia se refere ao olho normal A hipermetropia (ou hiperopia) é a vista cansada – o globo ocular fica curto demais e o foco fica atrás da retina (correção com lente convexa) A miopia (incapacidade de ver longe) é causada pelo alongamento do olho – o foco fica à frente da retina (correção com lente côncava) O astigmatismo é causado por diferenças substanciais da curvatura em diferentes planos por todo o olho (o plano vertical pode ser menor que o plano horizontal, p.e.); correção com lente cilíndrica A catarata é causada por opacificação que se forma em parte do cristalino correção com lente artificial O ceratocone é a condição que resulta do formato anômalo da córnea – correção com lente de contato escavada O Ouvido O ouvido humano é um órgão sensível capaz de perceber e interpretar ondas sonoras em uma gama de freqüências de 20 a 20.000 Hz. A captação do som até sua percepção e interpretação é uma seqüência de transformações de energia iniciando pela sonora, passando pela mecânica, hidráulica e finalizando com a energia elétrica dos impulsos nervosos que chegam ao cérebro. Maior na Região Foveal da Retina A fóvea é inteiramente constituída por fotorreceptores do tipo cone. A acuidade visual normal, na espécie humana, permite a discriminação de dois pontos de luz, como sendo distintos quando estão separados por, pelo menos, 25 segundos de arco na retina Quando a luz passa através do sistema de lentes do olho, encontra, primeiro, a camada limitante interna, as fibras do nervo óptico e camada de células ganglionares – até atingir os receptores, cones e bastonetes A fóvea, região especializada, 1 mm. de diâmetro – na região central da retina – no centro da qual há uma área chamada fóvea central, é a região de máxima acuidade visual. Aí a camada de fotorreceptores contém somente cones Os receptores são chamados de bastonetes ou cones, dependendo, primariamente, da forma do seu aspecto externo Fisiologia O som tem a capacidade de afetar uma série aspectos psicológicos, fisiológicos e físicos Os sinais nervosos levados pelo nervo auditivo ao cérebro já contêm as informações das freqüências que compõem o som que está sendo recebido pelo ouvido. O Som da Membrana Timpânica até a Cóclea A membrana timpânica tem a forma de um cone: preso ao seu centro está o cabo do martelo (primeiro osso do sistema ossicular); a bigorna fica presa ao martelo e se articula com o estribo que, por sua vez, fica preso à janela oval do labirinto membranoso O ajuste da impedância entre as ondas sonoras no ar e as ondas sonoras no líquido coclear é mediado pela cadeia ossicular A contração dos músculos que suportam o sistema ossicular atenua a condução do som O som é transmitido através da condução óssea 2 02/23/2008 Anormalidades Auditivas Os Sentidos Químicos Gustação A perda de audição é ocasionada principalmente por dois fatores: o envelhecimento natural do ouvido com a idade, denominada de presbiacusia e a exposição prolongada em níveis superiores a 90 dBA. A PRESBIACUSIA: ocorre mesmo para as pessoas que não se expõem ao ruído prejudicial e aumenta com a idade, sendo esse aumento mais pronunciado para as freqüências mais altas. EXPOSIÇAO AO RUÍDO: exposição prolongada a ruídos acima de 90 dB; quanto maior o nível do ruído, maior será o grau de perda de audição e quanto maior o tempo de exposição do ruído, também maior será o grau perda de audição. As sensações primárias Até o presente, estão identificados receptores para 13 diferentes substâncias químicas. Para fins práticos, as atividades desses receptores foram agrupadas em quatro categorias, chamadas de sensações primárias de gustação: azedo, salgado, doce e amargo. O estudo anatômico do sistema sensorial digestivo compreende três partes: Os órgãos receptores - as papilas linguais contém os botões gustativos; estes botões (ou corpúsculos) também existem na mucosa do véu do paladar, nos capilares do véu, na epiglote etc. Os centros gustativos do sistema nervoso central O centro principal se assenta no úncus do hipocampo, com a área gustativa próxima aos centros de olfação. Olfação No homem, o sentido do olfato é, provavelmente, o sentido menos compreendido – talvez porque seja, em grande parte, um fenômeno subjetivo. Comparado com certos animais, na espécie humana, ele é bastante mal desenvolvido. Epitélio Olfativo A superfície receptora para os odores está localizada na parte superior da cavidade nasal e, tipicamente, tem área de superfície de apenas 2,4 cm quadrados. As células olfatórias são neurônios bipolares derivados do sistema nervoso central. A superfície apical de cada célula receptora tem extremidade arredondada, emitindo 6 a 12 pêlos ou cílios olfatórios, que contém os verdadeiros receptores e se projetam para o muco (secretado por glândulas de Bowman), presente na superfície epitelial. Assim, o órgão olfativo do sentido do olfato é a mucosa que forra a parte superior das fossas nasais, chamada mucosa amarela, para distingui-la da vermelha, que é a que cobre a parte inferior. O Tato As Sensações Somáticas Os sentidos somáticos podem ser divididos em três componentes principais: 1. A mecanorrecepção inclui as sensações (proprioceptivas) tanto do tato quanto de posição. Transmissão das Sensações Apesar de o tato, a pressão e a vibração serem classificadas como sensações separadas e distintas, elas são detectadas pela mesma classe de receptores táteis: os mecanorreceptores. Identificam-se seis tipos. As terminações nervosas livres (encontradas em todas as áreas da pele, bem como na córnea do olho) 2. A termorrecepção detecta aumentos ou diminuições da temperatura. 3. A nocicepção detecta lesão tecidual, ou liberação de moléculas específicas mediadoras da dor. 4. As modalidades sensoriais conduzidas pelos sistemas sensoriais incluem o tato discriminativo (precisamente localizado), o tato grosseiro (mal localizado), a pressão, a vibração e os sentidos da posição estática e do movimento do corpo, que são chamados, coletivamente, propriocepção. 5. As sensações esteroceptivas são as que se originam a partir de estimulação das estruturas da superfície do corpo, tais como a pele e os tecidos subcutâneos. Em contraste, os sinais sensoriais que surgem a partir de órgãos internos (estruturas derivadas do endoderma) são chamados sensações viscerais. O corpúsculo de Meissner (receptor encapsulado, áreas não pilosas – particularmente sensíveis: pontas dos dedos e lábios) Os discos de Merkel (receptores de extremidades expandidas, superfícies pilosas, adaptação relativamente lenta: sinalizam contato contínuo com a pele) Os órgãos terminais do pêlo (emaranhados em torno da base do pêlo – adaptação rápida, detectam o movimento dos objetos sobre a superfície da pele que desloca os pêlos) Os órgãos terminais de Ruffini (terminações encapsuladas na pele, tecidos profundos e cápsulas articulares: pouca adaptação, sinalizam tato e pressão) Os corpúsculos de Pacini (pele e tecidos profundos: rápida adaptação) Vias Somatossensoriais As principais vias para a transmissão dos sinais somatossensoriais são os sistemas da coluna dorsal-lemnisco medial e o ântero-lateral. As informações sensoriais provindas da superfície do corpo (excluindo-se a face) entram na medula espinhal pelas raízes dorsais. Uma vez no SNC, os sinais são segregados em uma de duas vias. Os sinais que se originam nos termorreceptores e nociceptores são processados ao longo do sistema ântero-lateral. Os sinais que surgem dos mecanorreceptores trafegam pelo sistema da coluna dorsallemnisco medial. Essas modalidades incluem o tato discriminativo, a vibração e a propriocepção. As sensações provindas da face são conduzidas, principalmente, pelo n. trigêmeo, também se agregando em duas vias no tronco cerebral: uma é responsável pelo processamento da dor, da temperatura e do tato grosseiro, e a outra conduz o tato discriminativo, a vibração e a propriocepção. 3