4 – Fixação do Nitrogênio 1 4.1 - Introdução Nitrogênio: requerido em grande quantidade pelas plantas Nitrogênio do solo Fertilizantes Fontes FBN Nitrogênio: abundante na natureza (Fonte: Hungria et al., 1994) 2 Ciclo do Nitrogênio (Fonte: Adaptado de www.ciagri.usp.br) 3 Ar atmosférico Forma amoniacal N2 utilizável pelas plantas Microorganismos fixadores De maneira geral a fixação simbiótica supre de 40 a 85% das necessidades das plantas em NITROGÊNIO Quantidades desprezíveis até 150 a 200 kg/ha 4 Gêneros importantes: - Allorhizobium; - Azorhizobium; - Bradyrhizobium**; ** Mais importantes para a fixação de nitrogênio. - Mesorhizobium; - Rhizobium**; - Sinorhizobium 5 1ª Fábrica de inoculantes no Brasil 1956 em Pelotas (RS) Produção de inoculantes Assistência Técnica do Grupo da Secretaria da Agricultura do RS Fonte: Cardoso et al. (1992) 6 4.2 – Formação e funcionamento dos nódulos - Desenvolvimento dos pelos radiculares; - Eliminação de exudatos atração das bactérias - Encurvamento dos pelos radiculares; - Formação do filamento de infecção; - Penetração das bactérias; - Desenvolvimento e crescimento dos nódulos. 7 Figura: Início da formação de nódulo radicular em uma planta leguminosa 8 Figura: Nódulos já formados 9 Figura: Nódulos já formados 10 Nódulos ativos Vermelha - Coloração interna do nódulo Leghemoblobina - Bactérias através da NITROGENASE Quebram a tripla ligação do N2 até reduzí-lo a NH3 - Incorporados íons H+ NH4 Incorporados às proteínas 11 4.3 – Fatores que interferem na associação 4.3.1 – Fatores do solo - Acidez do solo -- A maioria das bactérias fixadoras de N são pouco tolerantes a acidez do solo; -- A simbiose das leguminosas é mais sensível à acidez do solo que a planta ou a bactéria individualmente. 12 própria acidez -- A falta de nodulação: acidez falta de cálcio -- É interessante ressaltar que muitos nutrientes têm sua disponibilidade diminuída em condições de elevada acidez ou baixo pH. 13 14 - Cálcio e Magnésio -- O teor de cálcio está relacionado com o encurvamento dos pelos radiculares; -- Crescimento celular: a lamela média é constituída por pectatos de cálcio e magnésio. 15 - Nitrogênio mineral disponível -- A presença de N mineral no solo pode interferir na iniciação e desenvolvimento dos nódulos; -- Excesso de Nitrato pode: Diminuir a intensidade na deformação dos pêlos radiculares; Diminuir a adesão do rizóbio às paredes dos pêlos; Diminuir o número de cordões de infecção e aumentando o número de abortos dos eventos iniciais de infecção. Fonte: Franco e Dobereiner (1988). 16 Figura: Efeito de N mineral (sulfato de amônio) na nodulação do feijoeiro em Siqueira Campos (PR). (IAPAR, 1989). 17 - Micronutrientes Ferro e Molibdênio -- Constituintes da enzima NITROGENASE Redução do N2 -- Menor síntese de nitrogenase Redução na fixação biológica do N2 18 Aumento na produtividade com Em Minas Gerais aplicações foliares de Mo em doses de 70 a 80 g/ha em feijão Cobalto Está associado ao funcionamento da LEGHEMOGLOBINA Transporte de O2 19 - Outros Nutrientes Fósforo, potássio e outros são importantes para a fixação simbiótica. Figura: Efeito de doses de fósforo na nodulação do feijão IAPAR (1989). 20 Figura: Desenvolvimento de nódulo junto aos grânulos de superfosfato triplo em raízes de feijão (IAPAR, 1989). 21 4.3.2 - Temperatura -- Os microrganismos que realizam a fixação são denominados mesófilos 10 oC < T oC < 37 oC -- Temperaturas ótimas ao redor de 30 oC -- Alguns toleram temperaturas mais altas como é o caso do Rhizobium tropici para o feijão em relação ao Rhizobium leguminosarum bv. phaseoli. 22 4.3.3 - Umidade e aeração A deficiência hídrica ou falta de aeração pode interferir provocando: - Diminuição da infecção dos pêlos radiculares pelo rizóbio; - Redução no crescimento podendo até inibir por completo a produção de nódulos. 23 4.4 - Especificidade Existe especificidade entre planta e bactéria. - Soja: Rhizobium japonicum - Feijão: Rhizobium leguminosarum bv. Phaseoli Rhizobium tropici - Tremoço: Rhizobium lupim - Alfafa: Rhizobium melioti 90% da produção brasileira de inoculantes é destinado para a cultura da soja. 24 Figura: Potencial de fixação de N de estirpes de rizóbio em feijoeiro cv. Carioca (IAPAR, 1989). 25 4.5 – Inoculantes e Inoculação Inoculante: veículo contendo grande quantidade de bactérias normalmente 108 ou 109 rizóbios/g do produto. Veículo: turfa ou líquido Inoculação: é a prática que permite a colocação das bactérias em contato com as sementes. 26 Tabela: Início da fixação de N em alguns cultivares de feijão inoculados com mistura de cinco estirpes de Rhizobium leguminosarum bv phaseoli. (IAPAR, 1989). 27 Inoculantes Hungria e Campos (2000) - Turfosos ----------------- 55,6% - Líquidos ------------------ 41,5% - Pó molhável ------------ 2,9% Nos últimos anos parece existir preferência por parte do agricultor na utilização de inoculante na forma líquida. Turfoso maior proteção para as bactérias 28 http://www.anpii.org.br/a-evolucao-da-producao-de-inoculantes-no-brasil/ 29 http://bs.sede.embrapa.br/2014/relatorios/cerrados_2014_fixacao-nitrogenio.pdf Página 23 do arquivo 30 Tipos de inoculação - No solo Pouco usado em função das dificuldades práticas de realização. - Na semente É a maneira mais utilizada em função da praticidade. tambor giratório Inoculante sementes betoneira 31 Turfoso Líquido 32 33 Cuidados - Adquirir o inoculante de Laboratórios registrados no Ministério da Agricultura; - Deve ser verificado o prazo de validade do produto; - Conservar o inoculante em local de baixa luminosidade; - Entre a produção e a utilização o inoculante deve ser conservado em temperaturas entre 5 e 10 oC; - No caso do tratamento de sementes, realizar a inoculação como última operação. 34 4.6 – Avaliação da eficiência da inoculação Pode ser feita através: - Contagem do número de nódulos; - Peso dos nódulos secos; - Coloração dos nódulos; - Teores de N nas folhas; - Produtividade da cultura. 35 Inoculação de Sementes em Gramíneas Estudos estão sendo realizados Viabilidade 36 Azospirillum brasilense 37 Bactérias Azospirillum lipoferum Azospirillum brasilense Azospirillum fluminensis e outros As bactérias ocupam o espaço intercelular, não penetrando no interior das células; Em cana a contribuição média é de 40% em termos de fornecimento de N na fixação; 38 Além da fixação de N existe também o efeito de fitohormônios e aumento na absorção de água e nutrientes; Dependendo da quantidade de N disponível no solo existe diferença na resposta à inoculação semelhante ao que ocorre com as leguminosas. 39 Em Ponta Grossa – PR, a contribuição do Azospirillum brasilense foi de 30% a mais de grãos de milho; Em Botucatu – SP a inoculação da bactéria + 40 kg/ha de N produziu o equivalente a aplicação de 80 kg/ha de N em milho. 40 Em milho, o Azospirillum seropedicum aumentou em 400 kg/ha a produção de grãos em relação ao tratamento testemunha se igualando à utilização de 40 kg/ha de N; Existem 5 estirpes de bactérias sendo produzidas em laboratórios, que deverão disponibilizar inoculante para Cana-de-açucar e outras culturas. 41 Sem Com Selvíria – MS (2010/11) 42 Sem Com 43 Produtividade: 26% superior ao não inoculado Com Azospirillum Sem Azospirillum (3.056 kg/ha) (3.839 kg/ha) 44