1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ TOMAS ALEJANDRO FOLATELLI UNIRUGBY: o surgimento de uma micro-empresa entre os gigantes do mercado. Balneário Camboriú 2010 2 TOMAS ALEJANDRO FOLATELLI UNIRUGBY: o surgimento de uma micro-empresa entre os gigantes do mercado. Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – ênfase em Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Prof. Aloisio Vicente Salomon Balneário Camboriú 2010 3 TOMAS ALEJANDRO FOLATELLI UNIRUGBY: o surgimento de uma micro-empresa entre os gigantes do mercado. Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração – ênfase em Marketing da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú. Área de Concentração: Plano de marketing Balneário Camboriú, 29 de Novembro de 2010. _________________________________ Prof. MSc. Aloisio Vicente Salomon Orientador(a) ___________________________________ Prof. MSc. Robson Freire Avaliador(a) ___________________________________ Prof. MSc. Sônia Regina de Oliveira Santos Luna Avaliador(a) 4 EQUIPE TÉCNICA Estagiário(a): Tomas Alejandro Folatelli Área de Estágio: Marketing Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa: Sebastian Luca Folatelli Professor(a) orientador(a): Aloisio Vicente Salomon 5 DADOS DA EMPRESA Razão Social: Tomas Alejandro Folatelli 01123071918 - Unirugby Endereço: Rua 800, n° 50, Balneário Camboriú, Centro, Santa C atarina Setor de Desenvolvimento do Estágio: Marketing Duração do Estágio: 240 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Sebastian Luca Folatelli Carimbo do CNPJ da Empresa: 12.288.729/0001-94 6 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA Balneário Camboriú, 29 de outubro de 2010. A Empresa Tomas Alejandro Folatelli 01123071918 - Unirugby, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pelo acadêmico Tomas Alejandro Folatelli. ___________________________________ Responsável pela Empresa 7 DEDICATÓRIA Àqueles que contribuíram para a realização deste trabalho e aos que me ajudaram a extrair da vida as melhores lições. Em especial: À minha mãe, que sem ela eu não estaria aqui, fez sacrifícios e me indicou o caminho certo para dar sempre o melhor na minha vida. A meu pai, que a partir deste ano não está mais presente entre nós, ele que foi um grande inspirador do rugby e me estimulou para praticar este maravilhoso esporte. À meu irmão Sebastian, que foi meu melhor amigo e superamos juntos qualquer dificuldade. À toda minha família e minha namorada, que me deram força em todas as etapas da minha vida. Ao meu sobrinho Nahuel, que nos momentos mais difíceis conseguia me fazer rir e encontrar as forças para continuar. À Prof. Lorena, principalmente, pela sua paciência e por me ajudar sempre que preciso. Ao Prof. Márcio Kiesel, pela sua grande disponibilidade e por ter me ajudado a superar as dificuldades finais do curso. 8 RESUMO O presente trabalho de conclusão teve por objetivo aplicar os conceitos que o acadêmico adquiriu em todo o curso da faculdade e utilizá-los para realizar o sonho de ter um negócio próprio. O Rugby é um esporte coletivo originário da Inglaterra de intenso contato físico, chamado anteriormente de futebol-rugby, atualmente é o segundo esporte de equipe mais praticado no mundo, sendo superado apenas pelo futebol. Desde a década de 80, a modalidade ganhou cada vez mais espaço na mídia e no mercado mundial. A recente inclusão do esporte nos jogos olímpico de 2016, no Rio de Janeiro, fez aumentar o interesse do público brasileiro pelo esporte. A copa do mundo de rugby é o terceiro evento mais assistido no mundo. A modalidade, nos últimos dois anos, vem se estruturando no Brasil e captando sempre mais novos praticantes, e o interesse da mídia. Desta forma, identificou-se um novo nicho de mercado, até agora mal atendido: os jogadores de rugby. O número de praticantes deste esporte está crescendo continuamente e o mercado tende a crescer a um forte ritmo. Devido à necessidade dos jogadores de rugby comprarem indumentária específica do esporte, idealiza-se a marca Unirugby, pensada para atender e superar as expectativas dos jogadores e consumidores de rugby no Brasil. Em face deste pressuposto, o objetivo geral que norteou este estudo foi implantar um plano de marketing na micro-empresa Unirugby de roupa e acessórios de rugby, tendo em vista o posicionamento favorável da marca na percepção dos jogadores de rugby. Procurou-se desenvolver um plano de marketing para a Unirugby seguindo os seguintes objetivos específicos: analisar a situação atual da empresa (seu macro e micro ambiente); identificar os concorrentes e analisar os pontos fracos e fortes, as ameaças e oportunidades; definir o público-alvo e identificar seus hábitos, valores e comportamento; estabelecer objetivos de marketing; montar um plano de ação; e definir um programa de avaliação e controle dos resultados. Este trabalho classifica-se como qualitativo e quantitativo e a coleta de dados primários foi realizada por meio de questionários com os jogadores de rugby em Santa Catarina. Os principais resultados sugerem um perfil introvertido dos atletas, equilibrado e disciplinado, porém, preocupando-se com o status social, querendo enriquecer adquirindo bens materiais. Além disso, destaca-se a importância do justo equilíbrio entre qualidade e preço dos produtos. Embora o mercado seja altamente segmentado, o assunto é interessante quando se trata de estruturar uma empresa nova para competir com organizações multinacionais. Palavras-chave: Marketing Esportivo; Plano de Marketing; Posicionamento, Rugby. 9 ABSTRACT This conclusion work aimed to apply the concepts that the student acquired in any college course and to use them to accomplish the dream of owning his own business. Rugby is a team sport originating in England of intense physical contact, formerly called football-rugby, it is currently the second most played team sport in the world, surpassed only by soccer. Since the 80s, the sport has gained increasing attention in the media and world markets. The recent inclusion of this sport in the Olympic Games 2016 in Rio de Janeiro, has increased brazilian public interest in this sport . The rugby world cup is the third most watched event in the world. The mode in the last two years, is being structured in Brazil , attracting more and more new players, and media interest. Thus, it has been identified a new market niche, also if poorly serviced: rugby players. The number of practitioners of this sport is growing steadily and the market tends to grow at a strong pace. Due to the need for rugby players to buy specific clothing sport , it was idealized a Unirugby brand, designed to meet and exceed the expectations of consumers and rugby players in Brazil. Given this assumption, the general goal that guided this study was to implement a marketing plan in micro-enterprise Unirugby of rugby clothing and accessories, in view of the favorable position of the mark in the perception of rugby players. It attempted to develop a marketing plan for Unirugby by following specific objectives: to analyze the company's current situation (macro and micro environment), to identify the competitors and to analyze the strengths and weaknesses, threats and opportunities, defining the public target and identifying the habits, values and behavior, to establish marketing objectives, to build a plan of action, and to establish a program for evaluating and tracking results. This work is classified as a qualitative and quantitative primary data collection and was conducted through questionnaires with rugby players in Santa Catarina. The main results suggest an introvert profile athletes, balanced and disciplined, however, concerned with social status, wanting to get rich buying property. It also highlights the importance of the right balance between quality and price of products. Although the market is highly segmented, the subject is interesting when the idea is to structure a new company to compete with multinational organizations. Keywords: Sports Marketing, Marketing Plan; Positioning Brand, Rugby. 10 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Dimensão do campo de rugby...................................................... 21 Figura 2 Formação de scrum...................................................................... 23 Figura 3 O modelo de administração do marketing esportivo..................... 30 Figura 4 Logo Kipsta................................................................................... Figura 5 Logo Topper.................................................................................. 71 Figura 6 Logo Slav Rugby........................................................................... 73 Figura 7 Organograma Unirugby................................................................. 93 Figura 8 Modelos camisetas Unirugby........................................................ Figura 9 Logo Unirugby............................................................................... 95 67 94 Figura 10 Comparação logo Ralph Lauren e Unirugby................................. 104 Figura 11 Modelo de camiseta Pólo............................................................. 105 Figura 12 Modelo de camiseta jogo e treino................................................. 106 Figura 13 Apresentação da camiseta de jogo Blumenau Rugby.................. 107 Figura 14 Modelo de etiqueta de papel (TAG).............................................. 107 Figura 15 Site Unirugby................................................................................. 108 Figura 16 Modelo de sacola de papel........................................................... 109 Figura 17 Modelo de caixa............................................................................ 109 Figura 18 Modelo de mini-loja Unirugby........................................................ 110 Figura 19 Modelo do adesivo fundo transparente......................................... 110 Figura 20 Modelo do chaveiro....................................................................... 111 11 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Número de questões no instrumento de coleta de dados............. 52 Tabela 2 Pesquisa Decathlon em todos site da empresa............................ 66 Tabela 3 Participação do mercado Slav Rugby........................................... 75 12 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Modelo Kotler, Plano de Marketing............................................. 37 Quadro 2 Modelo de plano de marketing.................................................... 38 Quadro 3 Estrutura geral da pesquisa........................................................ 48 Quadro 4 Legenda do cálculo do erro amostral.......................................... 48 Quadro 5 Cálculo da amostra com erro amostral do 6%............................ 49 Quadro 6 Pesquisa Decathlon em todos site da empresa.......................... 65 Quadro 7 Formas de financiamento da Decathlon...................................... 67 Quadro 8 Financiamento Exclusivos........................................................... 67 Quadro 9 Análise SWOT da Unirugby........................................................ 96 Quadro 10 Cenário de atuação da empresa................................................. 97 Quadro 11 Análise SWOT dos concorrentes................................................ 98 Quadro 12 Matriz SWOT da empresa Unirugby........................................... 100 Quadro 13 Ação 01 relacionada á estratégia 01........................................... 102 Quadro 14 Ação 02 relacionada á estratégia 02........................................... 102 Quadro 15 Ação 03 relacionada á estratégia 03........................................... 103 Quadro 16 Ação 04 relacionada á estratégia 04........................................... 103 Quadro 17 Ação 05 relacionada á estratégia 05........................................... 103 Quadro 18 Ação 06 relacionada á estratégia 06........................................... 105 Quadro 19 Plano de ação Unirugby.............................................................. 111 Quadro 20 Demostrativo resultado............................................................... 112 13 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Tipo de valores.............................................................................. 77 Gráfico 2 Personalidade dos jogadores de rugby......................................... 78 Gráfico 3 Interesse do público-alvo.............................................................. 79 Gráfico 4 Conforto material do público-alvo................................................. 79 Gráfico 5 Relacionamento afetivo do público-alvo....................................... 80 Gráfico 6 Escolaridade do público-alvo........................................................ 81 Gráfico 7 Renda familiar do público-alvo...................................................... 81 Gráfico 8 Análise do perfil psicográfico........................................................ 89 14 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 16 1.1 Tema de pesquisa............................................................................... 17 1.2 Problema de pesquisa ........................................................................ 18 1.3 Objetivos da pesquisa ........................................................................ 18 1.3.1 Obejtivo geral ..................................................................................... 18 1.3.2 Objetivos específicos ......................................................................... 19 1.4 Justificativa da pesquisa .................................................................... 19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................... 21 2.1 Rugby.................................................................................................. 21 2.1.1 Historia do rugby................................................................................. 24 2.1.2 Rugby no Brasil................................................................................... 25 2.2 Marketing............................................................................................. 27 2.3 Marketing esportivo............................................................................. 29 2.4 Composto de marketing..................................................................... 31 2.5 Posicionamento e imagem................................................................. 32 2.6 Plano de marketing............................................................................. 35 2.6.1 Conteúdos do plano de marketing...................................................... 39 2.6.1.1 Análise ambiental................................................................................ 39 2.6.1.2 Análise do ambiente interno................................................................ 39 2.6.1.3 Análise do ambiente externo............................................................... 40 2.6.1.4 Objetivos e metas de marketing.......................................................... 42 2.6.1.5 Estratégias de marketing..................................................................... 43 2.6.1.6 Plano de ação..................................................................................... 44 2.6.1.7 Avaliação e controle............................................................................ 44 3 METODOLOGIA CIENTÍFICA ............................................................ 46 3.1 Características da pesquisa ............................................................... 46 3.2 Procedimentos e instrumentos de pesquisa....................................... 48 4 RESULTADOS ................................................................................... 55 4.1 Análise ambiental ............................................................................... 55 15 4.2 Análise do ambiente externo.............................................................. 55 4.2.1 Analise do macroambiente................................................................ 56 4.2.1.1 Ambiente demográfico........................................................................ 56 4.2.1.2 Ambiente social/cultural...................................................................... 57 4.2.1.3 Ambiente tecnológico.......................................................................... 58 4.2.1.4 Ambiente político/legal........................................................................ 59 4.2.1.5 Ambiente ecológico............................................................................. 60 4.2.1.6 Ambiente econômico........................................................................... 60 4.2.2 Análise do microambiente................................................................... 62 4.2.2.1 Concorrência....................................................................................... 62 4.2.2.2 Clientes............................................................................................... 75 4.2.2.2.1 Análise psicográfica do público-alvo................................................... 76 4.2.2.3 Fornecedores...................................................................................... 91 4.3 Análise do ambiente interno................................................................ 92 4.4 Análise SWOT..................................................................................... 96 4.5 Objetivos de marketing........................................................................ 100 4.6 Estratégias de marketing..................................................................... 101 4.7 Plano de ação..................................................................................... 4.8 Avaliação e controle............................................................................ 112 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................... 114 REFERÊNCIAS.................................................................................. 119 APÊNDICES ...................................................................................... 124 102 16 1 INTRODUÇÃO Muitas empresas internacionais já perceberam o esporte como um grande cenário para divulgar a própria marca. Empresas como Nike, Adidas, Puma e marcas mais específicas do rugby já patrocinam eventos mundiais. Algumas organizações internacionais já deram certo no rugby, não só no esporte, mas também com a comercialização de roupa e acessórios específicos para o esporte. Muitas empresas fracassaram por tentar vender um produto bom, mas que não tem mercado ou não foi bem comercializado. Não adianta ter somente um produto bom. É preciso ainda uma boa comercialização e pensar como vai posicionar o produto no mercado, analisando todos os fatores que podem afetar o negócio, e prestar atenção nas tendências. Por conseguinte, no mercado é preciso escolher se quer ser o líder ou o liderado. Hoje em dia, cada vez mais, cada ano mais, surgem empresas novas que buscam encontrar um espaço no mercado, e que procuram nichos não atendidos ou diferenciados. O grande desafio no mundo dos negócios, atualmente, é diferenciarse dos concorrentes para ser lembrado no momento da compra, ser preferido, e estar posicionado na mente do consumidor. Se uma empresa quer continuar existindo, se quer vender mais ou vender menos, pouco importa, é necessário ter um posicionamento definido na mente do consumidor. Diante disso, a empresa precisa desenvolver um plano de marketing e estabelecer controles de forma contínua, realizando um aprofundado monitoramento do ambiente que a circunda. É preciso saber tudo sobre o ambiente e os fatores que os influenciam. É claro que para uma empresa nova, que está tentado entrar no mercado, a tarefa de conhecer seu ambiente é muito importante, este é a chave do sucesso, é o fator que vai dar ás empresas entrantes no mercado as ferramentas essenciais para a consecução dos objetivos da empresa. O momento de entrada no mercado é a fase mais importante de uma nova empresa. Nesta, vale a primeira impressão dos clientes, o primeiro posicionamento dos consumidores diante do produto. Por isso, é uma situação muito delicada, e a organização precisa tomar cuidado para que não prejudique seu produto no começo e consiga transmitir uma imagem positiva para o cliente. Diante de várias alternativas de produtos que o cliente possui, a empresa que recém entrou no mercado precisa diferenciar-se, e um produto ou serviço, algo 17 novo, que o cliente aprecie, com mais valor. Por isso, o estudo do cliente é de fundamental importância. É necessário conhecer o consumidor para-se conhecer a marca. É preciso conhecer o cliente, para saber como gravar a marca permanentemente. Ser lembrado pelos clientes é um luxo que poucas empresas tem. Isso porque, na mente do consumidor, só tem espaço para poucas organizações do mesmo segmento, sendo esta guerra muito competitiva. Principalmente com o advento das empresas multinacionais, que não tem problemas financeiros para investir em publicidade e forçar o cliente a lembrar da sua marca. Sendo assim, as organizações que pretendem conquistar o próprio espaço no mercado, devem estar cientes das variáveis ambientais para não perder de vista o objetivo, que é o cliente, sendo que sem eles, organizações e mercado não existiriam. As empresas precisam saber transformar os próprios defeitos em qualidades, transformando assim as qualidades dos concorrentes em defeitos, conseguindo ser uma alternativa válida para os clientes e penetrar na mente do consumidor. Isto é só um começo, sucessivamente a empresa deve conseguir se manter e aumentar sua participação da marca. Uma vez que se está na mente do cliente, tudo é possível. 1.1 Tema de pesquisa Um plano de marketing é, em geral, um documento escrito que estabelece os objetivos de uma organização, referentes a um período de atividades, e define os programas de ação necessários para o alcance desses objetivos (CAMPOMAR E IKEDA, 2006). Dessa forma, o plano de marketing desempenha um papel importante quanto à definição de atividades, aos papéis e às responsabilidades dos participantes, evidenciando os obstáculos potenciais a serem superados. Este trabalho tem como área o marketing, e como tema de pesquisa o plano de marketing focado no posicionamento. Esta temática foi estabelecida para proporcionar informações valiosas para uma micro-empresa de confecção e acessórios esportivos que pretende entrar no mercado regional e nacional. 18 1.2 Problema de pesquisa O número de jogadores de rugby no Brasil vem crescendo a cada ano, e junto crescem também os simpatizantes deste esporte. O crescimento deste esporte implica um crescimento do interesse das empresas patrocinadoras, que assim poderão associar suas marcas ao esporte em geral e ao espírito do rugby. Grandes empresas como a Topper/Alpargatas e o Bradesco, já identificaram no rugby uma oportunidade de mercado, entrando como entidades patrocinadoras da seleção masculina e feminina de rugby. Isto tende a proporcionar uma divulgação ainda maior deste esporte, com diversos comerciais na televisão nacional já veiculados, fomentando o crescimento desta modalidade no Brasil. Aumentando o número de interessados pelo rugby, aumentam o interesses das empresas, e cria-se oportunidade de mercado para este segmento, para organizações novas que desejam satisfazer a necessidades dos rugbiers1. Por este motivo, com o propósito de coletar o maior número de informações e estudar o mercado interno e externo, define-se como problema de pesquisa a seguinte questão: quais estrégias de marketing devem ser desenvolvidas pela Unirugby, a fim de possibilitar o seu ajuste no mercado em que está inserida? 1.3 Objetivos de Pesquisa Com o propósito de atender ao problema de pesquisa indicado no item anterior, a seguir são apresentados o objetivo geral e os específicos que guiaram este estudo. 1.3.1 Objetivo Geral O presente projeto de estágio tem como objetivo geral propor um plano de marketing para a empresa Unirugby de Balneário Camboriú. 1 Pessoas que praticam rugby. 19 1.3.2 Objetivos Específicos Considerando o objetivo geral apresentado no item anterior, definem-se os seguintes objetivos específicos: Analisar a situação atual da empresa (seu macro e micro ambiente); Identificar os concorrentes e analisar os pontos fracos e fortes, e as ameaças e oportunidades; Definir o público-alvo e identificar seus hábitos, valores e comportamento; Estabelecer objetivos de marketing; Elaborar uma estratégia de marketing; Montar um plano de ação; Definir um programa de avaliação e controle dos resultados. 1.4 Justificativa Antigamente, no início da formação das empresas, dentro do que se convencionou chamar de sistema capitalista, a marca tinha um valor muito baixo, ou seja, a marca era apenas o logotipo no produto que identificava a sua origem. O que importava no produto não era o nome, mas o seu desempenho quanto à sua funcionalidade e ao preço compatível com seu nível de renda e a sua utilidade para o consumidor. Com o surgimento do mercado competitivo, ou seja, com a entrada livre de concorrentes no mercado, que passam a comercializar similares ou substitutos, a dinâmica muda radicalmente. Neste tipo de mercado, quando surge a concorrência, o objetivo da empresa, além de vender, é conquistar uma parte do mercado em que atua. Com isso, a empresa passa a competir com seus concorrentes pela preferência do cliente. Além da capacidade de produzir e distribuir, as organizações devem ter essencialmente habilidade de “marketing” de seus produtos, deve ser capaz de fazer comprar aos consumidores seus produtos e não os dos concorrentes, sendo assim o início do marketing nas empresas. Nota-se que a preocupação com o consumidor está fundamentada pelo aparecimento dos concorrentes e não pelo consumidor em si. Cada vez mais, 20 surgem marcas e empresas que pretendem penetrar no mercado por meio de estratégias de marketing, determinando quais objetivos devem ser alcançados para chegar a uma determinada situação no ambiente. Atualmente o mercado está voltado para os consumidores, desta forma as empresas precisam deter o maior market share possível, dependendo do consumidor escolher determinada marca e não seu concorrente no momento da compra do produto. Então desta forma, a organização precisa conhecer seu consumidor, qual sua decisão de escolha; e só após ter entendido isso poderá influenciar uma decisão de compra do consumidor. Em função destes cuidados, criou-se a pesquisa de mercado aplicada a consumidores atuais e potenciais, sendo esta uma ferramenta valiosa que pode compreender o processo de decisão de compra, por meio de estudos sobre hábitos e atitudes de consumo. A pesquisa de mercado tem como objetivo melhorar a performance de seu produto antes e melhor dos concorrentes (NUNES E HAIGH, 2002). Além disso, outra ferramenta se tornou importante nas empresas para entender melhor a si mesma e seus clientes, que é a pesquisa de marketing. Segundo Kotler (2003, p.170), no começo as pesquisas de marketing destinavam-se mais ao descobrimento da técnica para o aumento das vendas do que conhecer os clientes. Hoje, os profissionais de marketing utilizam todo um conjunto de técnicas de pesquisa de marketing para compreender os clientes e os mercados e avaliar a eficácia de suas próprias práticas de marketing. Levando em consideração o mercado do rugby no país neste 2010, é importante para uma empresa que quer entrar no mercado, analisar a situação e identificar qual é a melhor estratégia de penetração no mercado. Para isto, a presente investigação irá estudar e analisar o micro e macro ambiente e identificar oportunidades para identificar uma situação favorável para a empresa, propondo sugestões e melhorias, para que esta marca, seja referência de produto vinculado ao rugby no Brasil. A importância do presente trabalho reside no estabelecimento de uma ponte entre o meio acadêmico e a prática profissional. A pesquisa visa a identificar o nível de conhecimento do mercado, fornecendo assim, um diagnóstico que contribua ao direcionamento de ações para melhorias em todos os aspectos da empresa, e para a identificação de estratégias que possam proporcionar à empresa a posição que pretende atingir, bem como a oportunidade de aprendizado do acadêmico pesquisador e seu futuro profissional na empresa. 21 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo apresenta uma revisão da literatura sobre temas importantes, que darão continuidade ao desenvolvimento do trabalho e que servirá como base para o desenvolvimento do plano de marketing, com ênfase no posicionamento para uma empresa no ramo de confecções e acessórios esportivos. De acordo com Vergara (2003), o referencial teórico nada mais é do que um capítulo do projeto ou de um trabalho de conclusão de estágio, que tem por objetivo apresentar os estudos sobre o tema, ou especificamente sobre o problema, que já foram realizados por outros autores. 2.1 Rugby O Rugby é o segundo esporte de equipe mais praticado no mundo, sendo superado apenas pelo futebol (RUGBYMANIA, 2010). É disputado em mais de 100 paises, sendo extremamente popular no Reino Unido, na Austrália, na Nova Zelândia e na África do Sul, sendo essas as grandes forças do esporte. É também bastante popular na França, Itália e Argentina. O campo de rugby é de formato retangular, parecido com o de futebol, e pode ter um cumprimento máximo de 144 metros e uma largura máxima de 70 metros. As divisões do campo são bem diferentes, como mostra a Figura 1. Figura 1: Dimensões do campo de Rugby Fonte: Wikipedia, 2010. Cada time possui 15 jogadores no campo, divididos por posição em 8 forward (jogadores mais pesados) e 7 três-quartos (jogadores mais leves). O objetivo do jogo consiste em apoiar a bola oval na área além da linha do gol. Cada vez que um 22 time consegue apanhar a bola, chama-se de try, valendo 5 pontos. Após a marcação de um try, a equipe pode tentar a conversão de mais dois pontos chutando a bola sobre o travessão e entre os postes, a partir de um ponto na linha que passa pelo local onde o try foi marcado. É possível marcar pontos em mais duas situações: quando é concedida uma penalidade após ocorrer uma infração dos adversários, a equipe pode optar por chutar para os postes (vale três pontos), e também com o chamado Drop goal, que é marcado quando um atleta chuta para o gol (entre os postes) durante o jogo aberto imediatamente após a bola cair e tocar o solo (vale três pontos). A bola entra em jogo de distintas maneiras. Quando se inicia o jogo, realiza-se o Drop desde a metade do campo de jogo até o campo do adversário. Este é usado também depois de apoiar a bola dentro da área do gol (try). Quando a bola sai pela lateral (do campo de jogo), se faz o line-out, que consiste em formar duas fileiras de jogadores (foward) a um metro de distância entre eles e perpendicular a linha lateral. O time que obteve a posse de bola arremessa no corredor formato, e quem conseguir ganhar a disputa de bola no ar, ataca. Sendo este o único esporte que se corre para frente e se passa a bola para trás, cada vez que um jogador passa a bola para frente ou derruba para frente comete uma infração. Nestes casos cometem-se infrações leves e se reinicia o jogo formando um scrum. O scrum serve para concentrar todos os forwards em um local do campo, proporcionando a oportunidade para os três-quartos prepararem um ataque usando o espaço criado em outro lugar. Para fazer o scrum se faz uma formação de 8 jogadores (forwards) por cada time, abraçados entre si em três fileiras, e cada time tenta empurrar o outro no momento que a bola é introduzida no meio, conforme ilustra a Figura 2. 23 Figura 2: Formação do scrum. Fonte: Wikipedia, 2010. Para obstacular o outro time, só é permitido usar as mãos respeitando uma regulamentação muito rígida, para evitar possíveis danos que se podem ocasionar a um jogador. No final do jogo ganha o time que tiver conseguido fazer o maior número de pontos (IBR; RUGBY READY, 2010). A bola pode ser chutada para frente, mas os atletas da equipe que têm o posse da bola necessitam estar atrás da mesma no momento em que ela é chutada. Esta aparente contradição cria a necessidade de um bom trabalho de equipe e uma enorme disciplina, uma vez que pouco resultado pode ser obtido por um atleta individualmente. Somente trabalhando em equipe os atletas conseguem mover a bola para frente na direção da linha de gol dos adversários e eventualmente vencer o jogo. O Rugby tem suas características ímpares, mas como muitos outros esportes trata essencialmente da criação e utilização do espaço. Os vencedores de um jogo de Rugby serão os atletas da equipe que conseguir colocá-los no espaço criado e utilizá-lo com sabedoria, e que consigam também negar aos seus adversários tanto a posse da bola quanto o espaço para utilizar essa posse. No rugby, diferentemente de outros esportes, existe o primeiro tempo, o segundo tempo e o terceiro tempo. Os primeiros dois tempos são de jogo e o terceiro tempo consiste na reunião das duas equipes para comemorar o jogo e comentar lances e expectativas dos dois times. No terceiro tempo é esquecida a possível rivalidade existente entre as duas equipes, o que resulta numa das melhores características do esporte, que é a camaradagem entre os jogadores e 24 entre as torcidas. É de costume que terceiro tempo seja bancado pelo time da casa e oferecido ao time visitante. Este, evidentemente, não é oficial e não há referências a ele nas regras da International Rugby Board (IRB). 2.1.1 História do rugby no mundo O Rugby surgiu em 1823, durante uma partida de futebol na The Close at Rugby School, na cidade de Rugby, na Inglaterra. Diversas testemunhas relatam que o ex-goleiro de Futebol William Webb Ellis, sem ter muita habilidade com os pés, ficou nervoso ao ver sua equipe perder, recolheu a bola com as mãos e partiu em direção ao gol adversário. Alguns destes, vendo a cena, tentaram impedi-lo de correr, enquanto outros falavam mal. O que para alguns pareceu inusitado, para outros pareceu um ato fantástico. A partir deste episódio, nos anos seguintes começaram a surgir regras para este esporte que acabou ganhando o nome da cidade. O rugby foi divulgado muito rápido para outros países, principalmente para as colônias inglesas graças aos súditos da Rainha Vitória que espalharam o esporte pelo mundo. Sua difusão, encontrava imediata aceitação entre as escolas, universidades e forças armadas. Os soldados que eram enviados em missões para outros países acabavam promovendo este esporte, com a finalidade de desenvolver o físico, a mente e o espírito de grupo. Na África do Sul, este esporte foi praticado para aproximarem os britânicos e africanos, onde o presidente Mandela, utilizou o rugby com a finalidade de romper barreiras raciais, e unir os brancos e negros africanos em uma única nação. Na Irlanda, serviu para reconciliar católicos do sul e protestantes do norte. Graças à atitude irreverente de William Webb Ellis, o Rugby tornou-se um esporte que tem a capacidade de unir as pessoas. A Copa do Mundo de Rugby é o principal evento entre seleções. Disputada a cada quatro anos desde 1987, trata-se do terceiro evento desportivo mais visto no planeta (atrás apenas da Copa do Mundo de Futebol e dos Jogos Olímpicos). A última edição do evento, ocorrida em 2007, foi assistida por mais de 4,2 bilhões de pessoas (conforme informação do site Rugby Football History). Esta edição, ocorrida na França, foi vencida pela seleção da África do Sul que, com essa vitória, igualou à Austrália, ambas agora com dois títulos. 25 Disputado em mais de 120 países, o rugby é extremamente popular, sobretudo nas partes do mundo de forte influência inglesa, como nas Ilhas Britânicas, na Austrália (chamados de Wallabies), na Nova Zelândia (All Blacks) e na África do Sul (Springboks), além da França (Les Bleus), sendo essas as grandes forças do esporte. É também popular na Itália (Gli Azzurri), na Argentina (Los Pumas) e no Uruguai (Los Teros). Fora dos Jogos Olímpicos desde 1928, o Comitê Olímpico Internacional confirmou a volta do desporto na família olímpica nos jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro (mas com a sua versão reduzida, o rugby de sete jogadores, conhecida como Rugby Sevens). De acordo a Confederação Brasileira de Rugby (CBRU, 2010), “o espírito do rúgby é uma doutrina para seus praticantes. Prega-se que o esporte é praticado por um grupo de trinta pessoas, que somente no momento do jogo divide-se em dois grupos de quinze.” Portanto, fora do campo, não há lugar para rivalidades e atitudes antiesportivas. Prova disso é que após as partidas, os jogadores tradicionalmente reúnem-se no chamado "terceiro tempo" em que, comendo e bebendo em alegria, cantam, socializam e comentam os principais lances da partida (CBRU, 2010). 2.1.2 Rugby no Brasil O Rugby chegou ao Brasil no Século XIX, em São Paulo, trazido por Charles Miller, que também apresentou o futebol aos brasileiros. O primeiro clube a praticar o esporte, o “Clube Brasileiro de Futebol Rugby”, foi fundado em 1891. Apesar de caminhar paralelamente ao futebol, até o começo dos anos 1960 o Rugby era um esporte de elite. Só com a realização do Campeonato Sul-Americano, em São Paulo (SP), em 1964, começou a ser mais difundido no país. Em 6 de outubro de 1963, foi fundada, com sede em São Paulo, a União de Rugby do Brasil, com a finalidade de organizar e dirigir o Rugby brasileiro. No ano seguinte a entidade patrocinava o III Campeonato Sul-Americano de Rugby, quando o Brasil sagrou-se Vice-Campeão. Em 1972, foi fundada a Associação Brasileira de Rugby, em substituição à União de Rugby do Brasil, sendo reconhecida pelo Conselho Nacional de Desportos (CND). Atualmente, o rugby no Brasil tem o maior contingente em São Paulo representando 42% dos times no pais (CBRu, 2009). Mas muitos outros Estados 26 Brasileiros possuem clubes de Rugby. O Sul do país é responsável por 22% do times de rugby (CBRu, 2009). Apesar de ser um esporte considerado bruto e masculino, as mulheres estão ganhando cada vez mais espaço, sendo que em Janeiro de 2007, a equipe feminina brasileira tornou-se tri-campeã invicta do campeonato Sulamericano de Rugby Feminino da modalidade Seven-a-side. O time mostrou-se um dos mais desenvolvidos, com uma qualidade técnica superior a de países já tradicionais no jogo masculino, como Argentina, Chile e Uruguai. Destaca-se que o Brasil vive sua melhor fase no Rugby em toda a sua hístoria. Do início de 2008 até o final de 2009, o número de jogadores cresceu aproximadamente o 79,18% (CBRu;RUGBIER, 2009), esses dados mostram o grande crescimento do esporte em um ano. As maiores dificuldades desta modalidade no Brasil é a falta de divulgação, por isso, com a atual confirmação da participação do rugby nas olimpíadas 2016 em Rio de Janeiro, estima-se um aumento ainda maior visto a sua maior divulgação da modalidade no país. Junto ao crescimento exponencial da modalidade no país, cresce o interesse de empresas patrocinadoras, proporcionando uma visibilidade ainda maior (CBRu, 2010). Assim como faz o Banco Bradesco agora e a Topper desde dezembro do 2009, esta última foi a primeira empresa a patrocinar a equipe brasileira de rugby, produzindo e veiculando comerciais na televisão, que deram mais visibilidade ao esporte. 2.2 Marketing A tradução do marketing para o português é mercadologia, embora muitos dicionários já contemplaram este neologismo, a terminologia grega “logia” se refere especificamente à idéia de “estudo”, “ciência”, isso reforça a tematica de um novo campo de estudos. Mercado é o local no qual agentes econômicos procedem a troca de bens e serviços por uma unidade monetária ou por outros bens. Então, analisando o significado de mercado com a terminologia “logia”, pode-se afirmar que o significado literal da palavra mercadologia (marketing) é o estudo do mercado (AURÉLIO, 2010). Existem muitas noções equivocadas de marketing que restringem sua aplicação nas empresas. No Brasil, o termo é muito utilizado, mas na realidade 27 pouco compreendido. Para muitas pessoas o marketing pode parecer enganação ou enrolação. Este tipo de preconceito se deve a uma série de fatores. Uma das razões é a confusão que se tem entre marketing, publicidade, propaganda e vendas. Conforme comentado anteriormente, entende-se o marketing como o estudo de mercado, ou seja, conhecer o mercado de atuação da organização, para oferecer com inovação e criatividade os produtos e serviços que o mercado deseja. Em uma abordagem operacional, Richers (2000) afirma que marketing é simplesmente entender para atender o mercado. Portanto, considera o marketing como operação, tendo que conhecer o consumidor para depois saber o que oferecer para ele e atender seus desejos. Para Kotler e Keller (2006), marketing “envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais.” Resumidamente, o autor define o marketing como sendo a satisfação das necessidades lucrativamente, isto é, saber fazer marketing é saber transformar uma necessidade particular ou social em uma oportunidade de negócio lucrativa. A American Marketing Association no seu próprio site, oferece uma definição de marketing traduzida por Kotler e Keller (2006, p.22): “o marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado”. Seguindo o raciocínio de Kotler e Keller (2006), existem diversas definições e conceitos diferentes de marketing na perspectiva social e gerencial: Uma definição social mostra o papel do marketing na sociedade. Certo empresário disse que o papel do marketing é “fornecer um padrão de vida mais alto”. Eis uma definição social que aténde ao nosso objetivo: marketing é um processo social pelo qual indivíduos e grupos obtém o que necessitam e desejam por meio da criação, da oferta e da livre troca de produtos e serviços de valor com outros. Como definição gerencial, o marketing muitas vezes é descrito como “a arte de vender produtos”. De fato, as pessoas se surpreendem quando ouvem que a parte mais importante do marketing não é vender! Vendas são a ponta do iceberg do marketing. (grifo do autor) Acompanhando o pensamento, o que é importante no marketing não é vender, mas sim, conforme o conceito de marketing original, é estudar os consumidores, entendê-los de maneira tão profunda para saber perfeitamente o que eles desejam, e tornar o produto ou serviço disponível, e assim este se venderá 28 sozinho. Com isso, é importante ressaltar que o marketing “anseia conhecer tão bem o cliente-alvo a ponto de dispensar o esforço de vendas” (KOTLER e KELLER, 2006, p.121). Druker (apud KOTLER, 2003, p.10) sustentou que “o propósito do marketing é tornar supérfluas as atividades de vendas”. Mark-eting é a capacidade de atingir o alvo (mark)’ (Kotler 2003, p.10-11, grifo do autor). Mesmo assim, líderes de negócios ainda não percebem a importância do marketing, achando que é supérfluo, que é caro e recorrem ao marketing especialmente quando os negócios estão em baixa. Os líderes precisam entender a importância do marketing, não confundi-lo com vendas ou publicidade, mas entendê-lo como uma ferramenta que engloba todas as partes da empresa, eis uma definição completa: O marketing é uma função empresarial que identifica necessidades e desejos insatisfeitos, define e mede sua magnitude e seu potencial de rentabilidade, especifica que mercados-alvos serão mais bem aténdidos pela empresa, decide sobre produtos, serviços e programas adequados para servir a esses mercados selecionados e convoca a todos na organização para pensar no cliente e aténder ao cliente. (KOTLER, 2003, p.11, grifo do autor) Desta forma, o trabalho de marketing é identificar as necessidades, em contínua evolução, das pessoas e convertê-las em oportunidades lucrativas para as empresas. O marketing vai além da simples realização de transações, o objetivo dos profissionais de marketing é construir relacionamento a longo prazo com os consumidores, e não focar em somente uma venda (KOTLER, 2003). Entende-se que o marketing foca os clientes porque são eles que dão vida a uma organização, no entanto, assim como dão vida podem tirá-la, se não cuidar bem deles e de suas necessidades. Por isso, o marketing é muito importante nas organizações deste século. De forma geral, a função do marketing dentro de uma empresa é desenvolvida somente de outro seu departamento específico, isso tem um lado positivo e negativo. É positivo porque dentro do departamento se reúnem pessoas qualificadas, com habilidades específicas para conhecer os clientes, prestar-lhes serviços e atender as suas necessidades. Por outro lado, é ruim porque leva a acreditar que as atividades de marketing competem a uma única área dentro da empresa, não envolvendo toda a empresa, “numa organização de marketing 29 verdadeiramente eficaz, não se consegue identificar o departamento de marketing” (KOTLER, 2003,p.12). Desta forma, entende-se a importância das funções do marketing para as empresas. No próximo capitulo será abordado o tema do marketing esportivo, e sua similaridade com o marketing tradicional. 2.3 Marketing esportivo O termo “marketing esportivo” começou a ser usado pela Advertising Age em 1978, como descrição de atividades desenvolvidas por profissionais de marketing ,que utilizavam cada vez mais o esporte como meio para a divulgação de seus produtos e serviços (MULLIM, HARDY, SUTTON, 2004). O marketing esportivo é ainda um campo novo se for comparado com outros campos de estudo como a Medicina, o Direito, a Administração ou o Marketing. Por isso, ainda não envolve um campo de conhecimento substancial, por exemplo, ao se levantar livros para o estudo deste tema, nota-se que poucos autores abordam a temática, e isso acontece de forma sucinta. Ao passo que, existem centenas de livros sobre administração, por sua vez também entre os acadêmicos parece não existir consenso em relação a definição de marketing esportivo. Alguns acreditam que a atividade envolve apenas a venda de eventos esportivos, sendo que outros, acreditam que é a aplicação dos princípios de marketing a qualquer produto da indústria do esporte. Embora o marketing esportivo seja um campo de estudo em crescimento, as práticas e os princípios de marketing têm sido aplicados em muitos segmentos da indústria do esporte ao longo da sua história (PITTS e STOTLAR, 2002). A definição de marketing esportivo conforme sua atividade, não pode ser diferente do conceito do marketing propriamente dito, ela somente deve ser relacionada a disciplina do esporte. Conforme Mullin, Hardy e Sutton (2004, p. 18) “o marketing esportivo consiste em todas as atividades designadas a satisfazer as necessidades e os desejos dos consumidores esportivos através de processos de troca.” O marketing esportivo atualmente é a função mais importante de um negócio esportivo, isso porque a indústria do esporte não dá sinais de esgotamento e 30 continua crescendo sem parar. Este contínuo crescimento sugere um número cada vez maior de empresas e produtos esportivos, e com isso, de concorrentes. Neste sentido, as empresas da indústria do esporte devem empregar as ferramentas do marketing esportivo como guia para seguir atuando no mercado, é de extrema importância que estas organizações exerçam as funções principais do marketing, como a análise externa e interna, analise SWOT e mix de marketing. Toda atividade de marketing começa com o entendimento profundo da missão e da situação da empresa. Desta forma, os profissionais de marketing esportivos poderão tomar decisões e elaborar estratégias. Após ter, definido a missão da empresa, identificam-se os objetivos específicos e geral, assim como nas atividades de marketing. A Figura 3 mostra por meio de um fluxograma os passos para a elaboração de uma estratégia de marketing eficiente. MISSÃO DA EMPRESA ESPORTIVA E ANÁLISE DE SITUAÇÃO PESQUISA DE MARKETING ESPORTIVO E SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DE INFORMAÇÕES ANÁLISE DO CONSUMIDOR DA INDÚSTRIA DO ESPORTE ANÁLISE DA INDÚSTRIA DO ESPORTE LIGADOS SEGMENTAÇÃO DO CONSUMIDOR SEGMENTAÇÃO DA INDÚSTRIA DO ESPORTE DESIÇÕES DE MERCADO-ALVO DESIÇÕES/ESTRATÉGIA DE COMPOSIÇÃO DE MARKETING ESPORTIVO PRODUTO PREÇO PONTO PROMOÇÃO ESTRATÉGIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Administração – Implementação – Avaliação de todos os elementos do marketing AJUSTES DA ESTRATÉGIA DE MARKETING Figura 3: O modelo de administração do marketing esportivo Fonte: Pitts e Stotlar (2002, p.91) 31 Se tirarmos da definição de marketing esportivo, a palavra esporte ou esportivo, o conceito vai ficar idêntico às definições clássicas de marketing (CONTURSI, 2000). Isso indica que a única diferença está, na verdade, no públicoalvo, que no marketing esportivo já é definido, referindo-se ao consumidor esportivo, e no caso do marketing clássico se refere ao mercado como um todo. Ambos os profissionais de marketing precisam conhecer profundamente o perfil psicológico das pessoas, que podem estar interessadas na compra de seus produtos. Por tanto, conhecer os consumidores é sempre uma tarefa difícil, principalmente o consumidor esportivo, que é muito diferenciado, e pode até declarar seus desejos e necessidades, mas age de maneira diferente, e manifesta suas motivações e reagendo às influências que mudam sua mente durante um espetáculo esportivo (CONTURSI, 2000). Neste caso, se torna importante conhecer não somente o público-alvo, mas também o ambiente que o circunda. O profissional que atua na indústria do esporte, deve buscar informações que o ajudem a entender a situação na qual se encontra, o que influencia o consumidor no momento da compra, o que pode afetar a indústria para poder reagir rapidamente às mudanças e se adaptar. Enfim, é preciso planejar seus negócios, a fim de reduzir o risco, controlando as ferramentas de marketing, com a finalidade de manter e conquistar novos clientes. No capitulo a seguir, para entender melhor do assunto será abordado o composto de marketing e suas características operacionais. 2.4 Composto de marketing De acordo com Campomar e Ikeda (2006, p.19), os 4 P’s, ou seja, produto, promoção, praça e preço “são as quatros variáveis controláveis de marketing” , isso porque o composto de marketing ou mais comunemente chamado marketing mix “são consideradas controláveis porque cada variável pode ser modificada, ajustada e adaptada por decisões gerenciais”. Entende-se que o profissional de marketing, deve gerenciar essas variáveis de maneira equilibrada, a fim de conseguir seus objetivos. Kotler (2006) tem a mesma definição de composto de marketing, mas levanta diversos pontos para serem discutidos, as quais muitas vezes são ignorados pelas organizações. O outor critica os 4 P’s, sendo que estes 32 representam a mentalidade do vendedor e não a mentalidade do cliente. Kotler e Keller (2006) alegam que, antes de definir os 4Ps os vendedores deveriam primeiro trabalhar com os 4Cs, assim sendo são: valor para o cliente (customer value), em vez de produto; custos para o cliente (customer cost), em vez de apenas preço; conveniência (convenience), em vez de ponto; e comunicação (communication), em vez de promoção. Quando os profissionais de marketing raciocinam sob a abordagem dos 4Cs para os clientes-alvos, fica muito mais fácil definir os 4Ps. (KOTLER e KELLER, 2006,p.152). Os autores oferecem uma visão interessante, sendo que o motivo para uma empresa existir é satisfazer as necessidade dos clientes. Em vista disso, o marketing vai além dos 4P’s, e dependendo do produto ou serviço que a empresa vende é preciso ter outros Ps, como por exemplo: política, relações públicas (politic e public relations) mas também pessoal, procedimentos e peculiaridades físicas (personnel, procedures e physical evidence) (KOTLER E KELLER, 2006). Segundo Hooley e Saunders (1996, p.7) “o mix de marketing, são os meios pelos quais a empresa traduz sua estratégia de uma declaração de intenção em um esforço no mercado”. Diante deste cenário, os profissionais de marketing deveriam usar estes meios de maneira equilibrada, porém na visão de Campomar e Ikeda (2006, p.19), em uma realidade como o Brasil isso é difícil de acontecer, visto que a maioria do produtos são produzidos por multinacionais, o preço, devido à legislação e aos impostos muito altos, é uma variável de difícil administração, a praça (distribuição) está dominada por poucos atacadistas e varejistas. “Restou apenas a promoção para os administradores de marketing no Brasil gerenciarem – o que fez que essa variável ganhasse uma importância muito grande no processo” (CAMPOMAR e IKEDA, 2006, p. 18). Os profissionais de marketing, no Brasil, usam toda sua criatividade na variável de promoção para atingir seus objetivos, inclusive o Pais é bastante reconhecido no exterior pelos seus anúncios publicitários, provavelmente é por isso, que a propaganda muitas vezes é confundida, sendo entendida como sinônimo de marketing. 2.5 Posicionamento e imagem A variável promoção é a mais usada no composto de marketing, isso porque as empresas pretendem resolver seus problemas sempre fazendo mais publicidade. 33 Conforme Ries e Trout (2002), o mundo hoje vive uma situação de excesso de comunicação, as grandes corporações gastam milhões de dólares por ano para bombardear o consumidor com sua marca. Por onde as pessoas andam sempre está cheio de publicidades e campanhas que tentam atrair a aténção do consumidor ao consumo de uma determinada marca. Na estrada está cheio de publicidade como outdors, placas, panfletagem, agora com a internet ainda mais, porque as pessoas passam mais tempo na internet e isso se tornou mais uma ferramenta de divulgação. Em uma sociedade com excesso de comunicação, a mente do consumidor se comporta como uma defesa contra o volume desproporcional de comunicação, é como se fizesse uma triagem e rejeitasse grande parte das informações que lhe são oferecidas. “Em geral, a mente aceita somente aquilo que se enquadra previamente com um conhecimento ou uma experiência anterior” (RIES e TROUT, 2002, p.21). Vários milhões de dólares foram desperdiçados tentando mudar as mentes das pessoas por meio da propaganda: Quando uma mente chega a uma conclusão é quase impossível demovela. E, certamente, isso não se realizara por meio de uma força fraca como a propaganda. […] A pessoa comum pode tolerar ser informada a respeito de algo sobre o qual nada conhece a respeito (por esse motivo as noticias representam um método eficaz de propaganda.) Mas essa mesma pessoa não tolera ser notificada de que esta errada. Mudar a mente dos indivíduos é o caminho para o fracasso da propaganda. (RIES e TROUT, 2002, p. 67). Em uma sociedade com excesso de comunicação, o posicionamento assume um papel de sistema organizado para encontrar janelas na mente do consumidor. Os autores Ries e Trout (2002) explicam que existem dois modos para entrar na mente do consumidor: o modo fácil e o modo difícil. O modo fácil de entrar na mente de uma pessoa consiste em ser o primeiro. “A primeira coisa que você precisa pra ‘fixar sua mensagem indelevelmente na mente’ simplesmente não é uma mensagem. Uma mente inocente. Uma mente que não tenha sido trabalhada por terceiros” (RIES e TROUT, 2002). Se a empresa chega primeiro, na mente ainda inexplorada do consumidor, esta terá grande chances de sucesso, porque foi a primeira a penetrar a mente daquele cliente, será a primeira a ser lembrada no momento da compra. A maneira difícil de penetrar na mente é ser o segundo. Em competições físicas, as probabilidades de sucesso são maiores para o time mais forte, o melhor 34 jogador, mas isso não acontece nas competições mentais. Em uma batalha mental “as chances favorecem a primeira pessoa, o primeiro produto, o primeiro político a penetrar na mente de um interlocutor potencial” (RIES e TROUT, 2002, p.34). As pessoas são bombardeadas pelas marcas com imagens publicitárias para entender, e absorver conceitos que enfatizam a necessidade de fixar atributos da marca na mente do consumidor. De acordo com Kotler ( 2003, p.177) “se o produto não for identificado como o melhor sob algum aspecto significativo para um conjunto de clientes, estará mal posicionado e será mal lembrado. Referindo-se sobre o assunto lembra-se das marcas que se destacam como superiores ou melhores sob algum critério”, como por exemplo a marca Volvo, que consegue fixar um conceito de “segurança”, posicionando um valor claro envolvendo a “alma” da empresa sob uns aspectos que estabelecem clima de seguridade para o cliente. Por outro lado, se a Volvo, por exemplo afirma Kotler (2003, p.179), “desse menos ênfase à segurança e mais importância ao estilo, os aficionados 2 de mentalidade mais prática talvez optassem por outras marcas”. O valor do posicionamento é essêncial para as empresas que visam o sucesso cuja foco é reconhecimento e expansão do mercado no qual atua, sendo assim, seus valores e objetivos convergirão para o conceito estabelecido, como por exemplo: a Apple desde o começo, afirmou-se e apontou todas as forças em criar seus produtos, com caráter “inovador” alinhando suas produções e pesquisas para a “busca do novo”, acelerando seu ritmo de descobertas; afirma Thompson (1995, p. 114). “Os executivos da Apple visualizam como será a indústria, o que os clientes estarão exigindo, o que os concorrentes estarão fazendo” projetando o próprio conceito para o futuro, alcançando objetivos definidos que apresentam produtos inovadores. A importância da imagem, na visão dos autores, é essêncial para a alma do negócio, e determina o sucesso ou fracasso de uma empresa exibindo a essência dos objetivos. O principal foco, é transmitir essa imagem e trabalhar para reforçar conhecimento e a intimidade na mente do consumidor com a finalidade de estabelecer liderança de marca. As marcas líderes são aquelas que souberam afirmar qual era o principal foco da empresa, reforçar seu diferencial para orientar as decisões de marketing, 2 Fanático. 35 evidenciando os benefícios funcionais e psicológicos relevantes do produtos: isto é um esforço direcionado que caminha em uma única direção: o conceito de liderança (KOTLER, 2003). De acordo com Ries e Trout (1993, p. 20), “a empresa alcança um sucesso incrível se descobre um meio de representar uma palavra na mente do cliente em perspectiva. Não uma palavra complicada. Não uma palavra inventada. As palavras simples são as melhores, palavras tiradas diretamente do dicionário”. Por isso identifica-se: Mercedes - Engenharia, BMW - Direção, Volvo – Segurança, PepsiCola - Juventude. É neste contexto que nasce a necessidade de planejar para posicionar a marca no mercado, para obter um posicionamento favorável na mente do consumidor é preciso planejar as estratégias da empresa para chegar a seus objetivos. 2.6 Plano de marketing Segundo Las Casas (2001), ainda existe certa resistência quanto à aceitação do planejamento para os proprietários de micro e pequenos empreendimentos. Muitos empresários acham que o planejamento é para grandes corporações, porque as pequenas empresas estão muito ocupadas com a produção. Existe também uma concepção diferente do que é planejamento entre aqueles que fazem planejamento, portanto, vale explicar e simplificar o assunto. “Planeja-se quando há um objetivo a alcançar, delineando-se as formas de alcançá-lo. Quando não se pensa no que será feito, há ausência de planejamento. Nesse caso, as atividades são do tipo ‘apagar o fogo’” (LAS CASAS, 2001, p. 12). O planejamento para Campomar e Ikeda (2006) é o processo de antecipar eventos e condições futuras e determinar os cursos de ação necessários para alcançar os objetivos organizacionais. Segundo os autores, o planejamento ocorre de duas maneiras: informal e formal. Informal é quando se estabelecem o objetivo e os possíveis caminhos para chegar a tal objetivo, tendo sempre uma reação programada para os acontecimentos. O formal, em geral tem uma metodologia e geralmente é por escrito. Para que seja elaborado, precisa ter o conhecimento de algumas técnicas e conceitos que levam a melhores resultados. Este planejamento é feito nos 36 departamentos de uma empresa, que se unem para fazer um único planejamento tendo em vista os objetivos da organização, para a qual se da o nome de planejamento estratégico ”é o processo gerencial de desenvolver e manter uma direção estratégica que alinhe as metas e os recursos da organização com suas mutantes oportunidades de mercado” (LAS CASAS, 2001, p. 13). Campomar e Ikeda (2006, p.2003) elaboram um conceito um pouco mais complexo e afirmam que planejamento estratégico: […] é o processo de determinar os objetivos principais da organização, alocar fundos e iniciar ações designadas para alcançar esses objetivos. É o processo de desenvolvimento e manutenção de uma adequação estratégica entre os objetivos e as capacidades da organização e suas oportunidades de marketing em constante mudança. De acordo com os autores, afirma-se que planejar é de extrema importância para as empresas, o planejamento tem por finalidade definir o posicionamento da empresa em relação ao seu meio ambiente futuro assim, como as operações de negócio atual, para decisões de longo e curto prazo. Ter um planejamento de marketing é a base e o fim da estratégia de negócios. De acordo com Campomar e Ikeda (2006, p.83) “proporciona uma estrutura analítica, bem como os meios de identificar uma forma efetiva de diferenciação”. Como filosofia, a muito tempo o marketing foi considerado uma “pedra fundamental efetiva da estratégia de negócio”. O marketing como conjunto de técnicas, “identifica percepções e preferências dos consumidores como base na estratégia – o que é vital” (CAMPOMAR e IKEDA, 2006). Como função tem um papel importante na implementação de estratégia de negócios. O plano de marketing, para Kotler e Keller (2006), é o instrumento central para direcionamento e coordenação dos esforços de marketing. Para Campomar e Ikeda (2006), é, em geral, um documento que estabelece os objetivos de uma organização, referente a um período de atividades, e que define programas de ação necessários para atingir esses objetivos. Las Casas (1997, p.27) afirma que: O plano de marketing vem a ser, a parte escrita do planejamento. É o documento que contem todos os detalhes para a ação a ser desenvolvida pelos administradores responsáveis. Como ele deve ser um documento operacional, ele deve ser simples, de forma que todos o entendam bem, deve também ser prático e flexível (LAS CASAS, 1997, p.27). 37 Hisrich e Peters (2004) reforçam que, o plano de marketing é uma parte importante do plano de negócio, descrevendo como os produtos e serviços serão distribuídos e quais as condições de mercado. Na visão de Dolabela (1999, p.149, grifo do autor): O Plano de Marketing é constituído pela Análise de Mercado, voltada para o conhecimento dos clientes, dos concorrentes, dos fornecedores e do ambiente, para saber se o negócio é realmente viável, e pela Estratégia de Marketing, em que se faz o planejamento da forma como a empresa oferecerá seus produtos ao mercado, visando otimizar suas potencialidades de sucesso (DOLABELA, 1999, p.149, grifo do autor). No entendimento de Kotler (2003, p.174), o desenvolvimento e detalhamento de um plano de marketing são imprescindíveis para o sucesso da organização. O autor afirma que o plano de marketing é composto de seis passos: análise situacional, objetivos, estratégia, tática, orçamento e controles. Sendo assim, foi simplificado no Quadro 1 as fases que segundo a opinião de Kotler (2003) um plano de marketing deve englobar. 1. Análise situacional A empresa examina as forças macro e os atores, em seu ambiente. Análise SWOT. 2. Objetivos Oportunidades identificadas por meio da análise situacional, fixam-se metas e elaboram-se cronogramas para a sua consecução. 3. Estratégia Escolha do curso de ação mais eficaz para alcançar os objetivos. 4. Táticas A estratégia deve ser descrita minuciosamente quanta às ações, aos prazos e aos responsáveis, com vista a execução do plano 5. Orçamento Cálculo dos custos para captação da verba. 6. Controles A empresa deve programar revisões periódicas e definir indicadores que possibilitem a avaliação do progresso. Quadro 1 – Modelo Kotler, plano de marketing Fonte: Kotler (2003). Já Campomar e Ikeda (2006, p.123) conceituam o plano de marketing como sendo uma comunicação organizada, documentada e formal, é um documento que estabelece os objetivos de uma organização e, define programas de ação necessários para atingir estes objetivos. Existem diversas formas de apresentar um plano de marketing, mas existe um modelo padrão que pode ser modificado e adaptado conforme as exigências da empresa. O modelo de plano de marketing padrão engloba 4 fases. O Quadro 2 a seguir mostra como é dividido um plano de marketing. 38 1. Análise da situação: - Análise interna Análise externa Situações favoráveis e desfavoráveis e pontos fortes e fracos 2. Objetivos 3. Programa de ação 4. Controle Quadro 2 – Modelo de plano de marketing Fonte: Campomar e Ikeda (2006) Entender a importância de um plano de marketing faz parte da aprendizagem de um bom profissional, assim como conseguir compreender as variáveis que influenciam toda a organização, estabelecer metas, para a consecução de objetivos organizacionais. O plano de marketing é importante para as empresas, uma vez que é resultado de um processo de planejamento. O processo de planejamento toma forma no momento em que o administrador escreve o plano. Por isso mesmo se diz que um bom plano não valida uma idéia de marketing, mas uma boa idéia de marketing é validade com um bom plano. Ele é usado para concretizar a criatividade, a imaginação e a inovação (LAS CASAS, 2001, p.31). Portanto, fazer planos de marketing formais é sempre recomendado em qualquer situação, porém, como uma estratégia depende das condições do mercado, é aceitável pensar que uma maior ou menor necessidade de planejamento dependa das condições do ambiente no qual a empresa se encontra. Geralmente, quanto mais complexo e incerto for o mercado, maior é a necessidade de planejamento. Em mercados previsíveis e estáveis, a necessidade de planejamento é menor e a empresa pode até dispensá-lo, mas nunca é recomendado (LAS CASAS, 2001). Na seção a seguir aborda-se separadamente, as diversas partes que constituem o plano de marketing desta investigação. 2.6.1 Conteúdos do plano de marketing: Existem diversos modelos de plano de marketing, que podem ser ou não eficientes para as empresas, por isso, é muito difícil construir um modelo perfeito a 39 ser seguido. Nesta seção, serão abordados, passo a passo, as diversas etapas que serão desenvolvidas para o plano de marketing desta investigação, tais como: análise ambiental, objetivos e metas de marketing, estratégia para chegar a estes objetivos, plano de ação, avaliação e controle. 2.6.1.1 Analise ambiental Conforme Kotler e Keller (2006), Las Casas (2001), Mattar (2009), a análise ambiental no processo de planejamento de marketing é muito importante. Para Las Casas (2001, p.48) “o primeiro passo para realizar um plano de marketing é fazer uma análise ambiental”. Neste contexto, Mattar (2009, p. 63) afirma que: Muitos executivos de marketing, […] tendem a não efetuar a análise da situação para a elaboração do plano de marketing. Essa situação pode ser considerada similar aquela do engenheiro que constrói um prédio sem se preocupar com a construção das fundamentações e alicerces que possam suportá-lo. Por isso entende-se a importância da análise ambiental no processo de planejamento de marketing, conforme Campomar e Ikeda (2006, p.127) “esta análise deve ser feita com base em informações internas e externas a organização. […] Deve ser a mais completa possível”. Depois de analisar a situação e conhecer as ameaças e as oportunidades que a organização tem, pode-se fixar: os objetivos, as estratégias para chegar nestes objetivos, o plano de ação para identificar as prioridades e responsabilidades, a avaliação do resultado e o controle. 2.6.1.2 Análise do ambiente interno A primeira parte de um plano de marketing é a análise da situação, este tipo de avaliação é fundamental para entender até que ponto uma organização pode chegar. Em uma análise situacional minuciosa é possível identificar os pontos fortes e fracos da empresa em relação aos concorrentes (análise interna), e as oportunidades e ameaças que o ambiente pode criar (análise externa). A análise ambiental interna, trata dos pontos fortes e fracos da empresa e segundo Las Casas (2001, p.68): 40 Pontos fortes são todos os fatores que apresentam vantagem competitiva da empresa em relação aos concorrentes ou ao exercício de qualquer atividade. Um ponto forte pode ser a capacidade administrativa deferenciada, muitos recursos financeiros ou humanos, domínio de tecnologia etc. Ponto fracos são todos os aspectos que interferem negativamente nessa capacidade (LAS CASAS, 2001, p. 68). Na opinião de Oliveira (2001, p.83), “os pontos fortes são variáveis internas e controláveis, que fornecem uma condição favorável para a empresa, em relação ao seu ambiente”. Entende-se com isso, que os pontos fracos são as fraquezas da organização que, após serem identificadas, podem ser amenizadas ou eliminadas. Então os pontos fortes, representam todos os aspectos positivos de uma empresa que podem gerar uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes e que então podem ser utilizados como estratégias, enquanto “os pontos fracos são vistos como as variáveis internas e controláveis, que provocam uma situação desfavorável para a empresa, em relação ao meio ambiente” (OLIVEIRA, 2001, p.83), e que então devem ser trabalhados e resolvidos para aumentar a competitividade da empresa no mercado. 2.6.1.3 Analise do ambiente externo Afirma Hitt (2002, p.52), que “para enfrentar o problema de informações geralmente ambíguas e incompletas sobre o setor e para aumentar o grau de compreensão do ambiente geral, é adotado o processo denominado análise do ambiente externo”. Entender o ambiente externo é muito importante para todas as empresas, pois assim estarão preparadas quando algum fato ocorrer. O ambiente externo se divide em macroambiente e microambiente. O Macroambiente engloba todas as variáveis que afetam as empresas, são elas: variáveis econômicas, variáveis tecnológicas, variáveis culturais, dentre outras. O microambiente compreende todas as variáveis que afetam uma determinada empresa, ou seja, as forças que afetam imediatamente a organização, são os concorrentes, clientes e fornecedores, ect. “Um importante objetivo do estudo do ambiente é a identificação das oportunidades e ameaças” (HITT, 2002, p.52), o estudo do ambiente externo permite identificar as oportunidade e ameaças de um determinado ambiente. Então, as empresas precisam entender todas as forças que influenciam seu 41 ambiente externo: “Em um cenário global em rápida alteração, a empresa deve monitorar seis forças importantes: a demográfica, a econômica, a natural, a tecnológica, a política-legal e a sociocultural. Essas forças serão descritas separadamente, embora os profissionais e marketing, devam prestar aténção a suas interações causais, porque elas preparam o palco para novas oportunidades – e também para novas ameaças. O explosivo crescimento populacional (força demográfica), por exemplo, leva ao esgotamento mais rápido de recursos e a níveis mais elevados de poluição (ambiente natural), o que faz os consumidores existem mais leis (força político-legal). As restrições estimulam novos produtos e soluções tecnológicos (força tecnológica) que, se forem acessíveis (força econômica), podem mudar atitudes e comportamento (força sociocultural).” (KOTLER, 2000, p.162) Conforme o autor, todas as variáveis são importantes no processo de estudo do ambiente externo, os profissionais de marketing ao analisar as forças podem descobrir oportunidade e ameaças no mercado. Segundo Churchill Jr. e Peter (2000, p. 26): Os profissionais de marketing devem examinar todas as dimensões do ambiente externo. As informações resultantes podem ajudá-los a identificar as oportunidades para servir melhor seus mercados, criando valor superior. A análise também pode ajudar a identificar ameaças a capacidade de uma organização em manter suas vantagens competitivas, sobreviver e prosperar (CHURCHILL E PETER, 2000, p. 26). De acordo com esta visão, os profissionais de marketing precisam identificar os fatores que interferem na empresa e tentar gerar vantagens competitivas para satisfazer os clientes da melhor maneira. Para Kotler e Armstrong (1998) às organizações e todos os fatores operam em um macroambiente maior de forças, com isso surgem oportunidades e impõem-se ameaças para a empresa. Para identificar as oportunidade e ameaças que o mercado oferece a uma empresa no estudo do seu ambiente externo, é necessário fazer um estudo das forças que influenciam diretamente o ambiente no qual a empresa se encontra. Na visão de Hitt (2002, p. 52), “a oportunidade é representada por uma condição no ambiente geral que pode ajudar a empresa a alcançar a competitividade estratégica”, enquanto “a ameaça é representada por qualquer condição no ambiente geral que possa vir a prejudicar os esforços da empresa para alcançar a competitividade estratégica.” Desta forma, identificar oportunidades e ameaças pode ser fundamental para estabelecer um resultado final para todas as organizações. Exemplifica Kotler (2000, p.158): 42 As empresas bem-sucedidas têm visões do ambiente interno e externo de seus negócios. Elas reconhecem que o ambiente de marketing está constantemente apresentando novas oportunidades e ameaças e compreendem a importância de continuamente monitorar e se adaptar ao ambiente (KOTLER, 2000, p.158). No ponto de vista de Kotler (2000, p.157, grifo do autor), “hoje é necessário correr mais rápido para se continuar no mesmo lugar.” Todas as grandes corporações já entenderam o quanto estes fatores podem resultar decisivos nos negócios da empresa, e as empresas de todos os tamanhos precisam compreender também. Enfim, as ameaças e oportunidades do ambiente externo são variáveis incontroláveis, que não dependem diretamente da empresa mas do ambiente que o circunda. 2.6.1.4 Objetivos e metas de marketing Após ter analisado o ambiente interno da organização, sendo possível: identificar seus pontos fortes e fracos em relação aos concorrentes, analisar a situação do ambiente externo e conhecer as ameaças e oportunidades, podem-se fixar os objetivos de marketing. Para Las Casas (2001, p.52), os objetivos de marketing são “como uma bússola para o administrador”, e estes podem ser responsáveis pelo sucesso ou pelo fracasso de uma estratégia de marketing. Os objetivos ajudam a direcionar o esforço da empresa, e não desperdiçar tempo e dinheiro em coisas inúteis, Yogi Berra (apud KOTLER, 2003, p.146, grifo do autor) advertem que “quando você não sabe para onde está indo, é provável que acabe em outro lugar”. Utiliza-se o termo objetivo e metas como sinônimos, mas para Jain (apud MATTAR, 2009, p. 158) os objetivos são ”uma proposta de longo prazo, não quantificada nem definida para um período de tempo específico” enquanto as metas “dizem respeito a um objetivo mensurável em um horizonte de tempo bem definido”. Na visão de Mattar (2009, p.158) objetivo “é a manifestação de intenção a ser alcançada e pode ser estabelecido para qualquer período de tempo.” E meta “é a quantificação dos objetivos em períodos de tempo bem definidos.” De acordo com Campomar e Ikeda (2006, p.132), “os objetivos devem ser específicos, mensuráveis, realistas, desafiadores, harmoniosos e estabelecidos de comum acordo entre a administração e os responsáveis por seu atingimento.” Os 43 autores ainda reforçam dizendo que é preciso “abranger todos os aspectos da atividade de marketing que podem ser controlados. Os objetivos de marketing devem ser compatíveis com os objetivos estratégicos da organização” (CAMPOMAR e IKEDA, 2006, p. 154) Em síntese, direcionar um plano de marketing de acordo com os objetivos, é uma etapa muito importante, saber quais serão os objetivos é fundamental para traçar o caminho para não se perder direcionando o esforço em ações inúteis para a empresa. 2.6.1.5 Estratégias de marketing Conhecendo os objetivos, a próxima etapa procura determinar qual caminho a ser percorrido para alcançá-los e quais, as estratégias, que representam o meio para atingir esses objetivos nos prazos estipulados na elaboração de um plano. Conforme Kotler (apud MATTAR 2009, p.177), “as metas indicam o que se deseja atingir; a estratégia responde como chegar lá’”. Na visão de Mattar (2009), para que as estratégias de marketing sejam bem sucedidas precisam ser estabelecidas de forma que atendam alguns pontos básicos: - Assumir e praticar estratégias orientadas para os desejos e as necessidades dos consumidores. - Definir estratégias de forma que gerem vantagem competitiva do produto/serviço no mercado, quando comparado com os concorrentes. - Assegurar a integração e o funcionamento eficaz de todas as atividades da empresa que tenham ou possam ter conseqüências sobre o marketing. - Reconhecer a importância da prática da análise, do planejamento e do controle de marketing e da utilização das técnicas de marketing como forma de solução de problemas na gestão dos esforços de marketing. - Definir as estratégias, objetivando gerar volumes crescentes de receitas lucrativas. 2.6.1.6 Plano de ação O próximo passo procura realizar um plano de ação, ou seja, definir “o que” 44 será implementado, as responsabilidades de cada departamento e de cada pessoa, a forma como deve ser executado, os custos associados as ações, os prazos de início e conclusão a serem cumpridos e os motivos pelos quais executa-se às ações. Para Campomar e Ikeda (2006, p.132) “é indispensável indicar, sempre, com clareza, quem vai fazer o que, quando e quanto vai custar.” Conforme Westwood (1997, p.26), “ são os planos de ação que lhe permitirão executar a estratégia de marketing definida e atingir seus objetivos de marketing”. Na visão de Las Casas (2001) o plano de ação corresponde as atividades operacionais de uma empresa, é onde vem explicado detalhamente o que se deve fazer, quando fazer e quem deverá fazer. Este tipo de plano distribuído entre os vários participantes ajuda a entender qual é a sua participação no plano geral. A propósito do que fora descrito pelos autores, o plano de ação é parte integrante do processo operacional, este se ocupa de dividir as atividades e ordenalas para cada setor responsável. Com a identificação das oportunidades para melhoria, estabelecem-se as pessoas responsáveis por implementá-las. O passo seguinte é a verificação da eficácia das melhorias propostas, que é registrada em uma tabela no formato 5W2H. O 5W2H é uma ferramenta prática utilizada para montar um plano de ação baseado em sete perguntas essenciais para analisar o objeto de estudo em questão, sendo elas: − What: O que será implementado? (Ações propostas) − Why: Porque implementar as ações propostas? − How: Como elas serão implementadas? − Where: Onde serão implementadas? − Who: Quem implementará as propostas? − When: Quando e até quando será implementada? (Prazo para implementação) − How much: Quanto custará a implementação? (Esforço para implementação) A técnica 5W2H é chamada de plano de ação, sendo capaz de orientar as diversas ações que deverão ser implementados. Uma ferramenta de caráter gerencial, que se aplica à realidade das equipes de aprimoramento no planejamento e condução de suas atividades identificando as ações e as responsabilidades de forma organizada para sua execução (OLIVEIRA, 1996, p. 113). Entende-se que o 45 plano de ação permite considerar todas as tarefas que deverão ser executadas ou selecionada, de maneira objetiva e cuidadosa, podendo assegurar uma implementação de forma organizada. 2.6.1.7 Avalição e controle Como caracteriza Campomar e Ikeda (2006, p.134), “o plano deve conter as condições para o seu controle por meio de parâmetros que servirão para comparar os objetivos pretendidos com os realizados.” Mattar (2009, p.294) alega que “a avaliação está associada ao controle, uma das atividades essenciais da administração: planejar, liderar, executar e controlar.” Ainda continua o autor: De nada adianta planejar se não houver controle. O controle começa com o esquema de expectativas representado pelos padrões e consiste em uma serie de passos que visam fazer com que o desempenho real se amolde ao planejado. A decisão começa com a implementação do plano e é revista a partir das informações geradas pelos controles (MATTAR, 2009, p.294). Na visão de Westwood (1997), controlar, representa um processo fundamental em marketing, pois permite que o responsáveis identifiquem, por meio das comparações, os fatos ocorrido com os fatos desejados no planejamento de marketing. Para qualquer plano é necessário determinar os indicadores que serão considerados para comparar os resultados obtidos com os esperados, com isso, algumas informações internas da empresa devem ser analisadas, como por exemplo: total das vendas, receita bruta, total de acessos ao site, ect. 46 3 METODOLOGIA O presente capítulo tem como finalidade apresentar as definições metodológicas utilizadas no desenvolvimento do trabalho. A metodologia, segundo Roesch (2005) trata-se do trabalho que será realizado, partindo dos objetivos para verificar que tipo de projeto é mais apropriado. Neste capítulo serão descritos os aspectos referentes ao levantamento das informações: método da pesquisa; definição da área ou população alvo do estudo; plano de amostragem; plano e técnicas de coleta de dados e outras informações julgadas relevantes. 3.1 Características da pesquisa De acordo com os objetivos traçados neste trabalho, o tipo de pesquisa a ser utilizado será do tipo exploratório, descritivo onde serão abordadas as informações de forma quantitativa e qualitativa. Inicialmente a pesquisa é do tipo exploratória, que de acordo com Mattar (2005, p.86) “a pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva.” Este tipo de pesquisa é usada quando se busca uma maior compreensão do problema de pesquisa, as possíveis hipóteses alternativas e as várias variáveis que precisam ser consideradas (AEKER, 2004). Para Malhotra (2006, p.100), ”o objetivo da pesquisa exploratória é explorar ou fazer uma busca em um problema ou em uma situação para prover critérios e maior compreensão”. Conforme Mattar (2005, p.85): Este tipo de pesquisa é particularmente útil quando se tem noção muito vaga do problema de pesquisa. Será preciso conhecer de maneira mais profunda o assunto para estabelecer melhor o problema de pesquisa através da elaboração de questões de pesquisa e do desenvolvimento ou criação de hipóteses explicativas para os fatos e fenômenos a serem estudados (MATTAR, 2005, p.85). Os profissionais de marketing e os pesquisadores, devem sempre fazer uma investigação exploratória prévia, para estudar o assunto mais profundamente e conseguir identificar as possíveis causas dos problemas (MALHOTRA, 2006). 47 Mattar (2005) afirma que, “a pesquisa exploratória utiliza métodos bastantes amplos e versáteis.”, e como conseqüência aos métodos empregados na pesquisa exploratória compreende o levantamento em fontes secundárias, levantamentos de experiências, estudo de casos selecionados e observação informal (MATTAR, 2005). Na prática, a pesquisa exploratória neste contexto, foi aplicada por meio de levantamento de fontes secundárias, levantamento de experiência e observação informal. Neste trabalho, pode-se identificar também sua natureza conclusiva descritiva, por possuir, de acordo com Mattar (2005, p.90), “objetivos bem definidos, procedimento formais, e bem estruturados e dirigidos para a solução de problemas ou avaliação de alternativas de cursos de ação”. Quanto à sua finalidade, este trabalho é classificado como conclusivo descritivo, pois a pesquisa de dados primários foi aplicada a um público-alvo determinado, a fim de traçar um perfil psicográfico dos mesmos, identificando um estilo de vida comum para melhor direcionar a marca. Quanto ao tipo esta pesquisa classifica-se como quantitativa e qualitativa, para Denzin (2006, p.23): Os pesquisadores qualitativos ressaltam a natureza socialmente construída da realidade, a intima relação entre o pesquisador e o que é estudado, e as limitações situacionais que influenciam a investigação. Esses pesquisadores enfatizam a natureza repleta de valores da investigação. Buscam soluções para as questões que realçam o modo como a experiência social é criada e adquire significado. Já os estudos quantitativos enfatizam o ato de medir e de analisar as relações causais entre variáveis, e não processos (DENZIN, 2006, p.23). Além do estudo qualitativo, a tipologia de pesquisa será de caráter predominantemente quantitativo, com perguntas estruturadas formulando resultados estatísticos, apresentando a quantificação dos dados; em um segundo momento será incorporada uma tipologia qualitativa para entender a situação do universo pesquisado em relação do impacto da entrada no mercado de uma empresa especializada em confecções para rugby. O Quadro 3 a seguir, mostra em maneira simplificada a metodologia de pesquisa utlizada em toda a investigação. 48 Classificações da Pesquisa Catégoria Quanto à abordagem do problema Pesquisa Qualitativa e Quantitativa Quanto aos objetivos Pesquisa descritiva, exploratória Análise interna e externa, análise SWOT, Quanto aos procedimentos técnicos questionário semi-estruturado (apêndice). Quadro 3: Estrutura Geral da Pesquisa Fonte: próprio autor 3.2 Procedimentos e instrumentos de Pesquisa Na visão de Malhotra (2006, p.24), os dados secundários são aqueles “que já foram coletados para objetivos que não os do problema em pauta. Eles podem ser localizado de forma rápida e barata”. Com a difusão da Internet, criou-se uma nova ferramenta tecnológica que facilita a pesquisa de dados secundários. Mattar (2005, p. 101) afirma que, com um computador e a Internet em casa é possível “ter acesso a um universo jamais imaginado de informações de todo o mundo”, por isso, neste estudo, visto o custo e a quantidade de informação, foi priorizado o levantamento de dados secundários por meio da rede. O mercado potencial é de aproximadamente de 5.017 jogadores, sendo 4.427 do sexo masculino e 489 do sexo feminino, entre eles divide-se por idade: adulto masculino, adulto feminino, M19 (menor de 19 anos) feminino, M19 masculino, M17 masculino, M15 masculino, M13 masculino, conforme Censo Nacional da Associação Brasileira de Rugby (ABR, 2009). Como universo de pesquisa, foram considerados os jogadores de Santa Catarina, representando o 5% dos jogadores de rugby no Brasil. O questionário foi aplicado aos jogadores diretamente ligados ao ambiente do rugby, para o cálculo da amostra foi utilizada a fórmula de Barbetta (1998, p.58), descrita a seguir: N = tamanho de elementos da população; n = tamanho de elementos da amostra; n0 = primeira aproximação para o tamanho da amostra e E0 = erro amostral tolerável. Quadro 4: Legenda do calculo do erro amostral Fonte: Barbetta (1998) O cálculo retratado no Quadro 5 possui um erro amostral de 6% e considera uma população de 239 jogadores, segundo o censo ABR (2009). 49 n0 = 1 / E², n0 = 1/0,06² n0 = 277,78 n = N.n0 / (N + n0) n = 239 * 277,78/ 239+ 277,78 n = 128,47 Quadro 5: Cálculo da amostra com erro amostral do 6%. Fonte: Barbetta (1998). Conforme cálculo demonstrado no Quadro 5, o questionário foi aplicado a 128 jogadores de rugby em Santa Catarina, em um período máximo de 20 dias, no mês de outubro 2010. Para Kotler (1998, p.122), “grandes amostras fornecem resultados mais confiáveis do que amostras menores. Entretanto, não é necessário amostrar toda a população-alvo ou mesmo uma parte substancial para obter resultados confiáveis”. Mesmo assim, foi feito o cálculo amostral para ter um número mínimo confiável para o desenvolvimento do trabalho. Quanto mais questionários respondidos mais confiável é a resposta e mais precisas são as informações coletadas. No entanto, o número de 128 questionários respondidos não foi alcançado por dois motivos; falta de interesse dos entrevistados em participar do estudo e prazo de resposta curto. Assim, o número total da amostra dos jogadores de rugby em Santa Catarina resultou em 70, o que significa o 54,7% do planejado. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi de fontes primárias por meio de questionário. Para Marconi e Lakatos (2001, p. 107) “o questionário é constituído por uma série de perguntas que devem ser respondidos por escrito e sem a presença do pesquisador”. O questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas pré-elaboradas, sistemáticas e seqüencialmente dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa, que devem ser respondidas por escrito. Neste tipo de instrumento, denominado questionário, para Mattar (2005, p.174): [...] as perguntas são apresentadas exatamente com as mesmas palavras, sempre na mesma ordem e com as mesmas opções de resposta a todos os respondentes. O Objetivo desta extrema padronização é ter certeza de que todos responderam exatamente a mesma pergunta. 50 Este tipo de levantamento, conforme Malhotra (2006, p. 290) é uma “ técnica estruturada para coleta de dados que consiste em uma série de perguntas, escritas ou orais, que um entrevistado deve responder”. Na prática do trabalho, o questionário foi composto de questões estruturadas e não-estruturadas. As perguntas não-estruturadas são aquelas em que o entrevistado responde com suas próprias palavras enquanto as estruturadas apresentam um conjunto de respostas alternativas e o formato dessas respostas (MALHOTRA, 2006). A fim de construir um questionário que permitisse a coleta de dados qualidade e confiabilidade, a estrutura e as perguntas foram inspiradas a um estudo de mestrado de autoria de Bruno Portela de Lima Fernandes da Universidade de Belo Horizonte (FUMEC, 2007). O trabalho do autor baseia-se na segmentação psicográfica de consumidores do Brasil, no mercado automotivo. A pesquisa realizada aborda de maneira clara e simples os principais aspectos que deveriam ser considerados para o estudo psicográficos dos jogadores de rugby neste contexto. Por isso, buscou-se esse estudo, de mestrado para garantir assim uma confiabilidade maior das perguntas e da análise. O questionário foi composto por perguntas semi-estruturadas não disfarçadas, utilizando a escala Likert, múltipla escolha e perguntas abertas para os jogadores de rugby dos times de Santa Catarina. A escala Likert foi proposta por Rensis Likert em 1932 e serve para medir atitudes, compreendendo uma série de afirmações relacionadas ao objeto pesquisado (MATTAR, 1996). Esta escala é muito utilizada e baseia-se no grau de concordância dos entrevistados nas questões por meio de respostas que vão de “discordo totalmente” a “concordo totalmente” (MALHOTRA, 2006). Segundo Malhotra (2006) a escala Likert possui varias vantagens, entre elas ser de fácil construção, aplicação e compreensão por parte dos entrevistados. Para este estudo optou-se por este método, para conseguir as informações necessária e permitir respostas rápidas em função da extensão do questionário. Já as perguntas de múltipla escolha, são aquelas na qual são apresentadas várias respostas para o entrevistados responderem, as quais deverão escolher uma ou mais alternativas. Nas alternativas deverá constar todas as respostas possíveis, podendo ser a última “outros” para o respondente citar sua resposta, caso não esteja na lista (MALHOTRA, 2006). Conforme o autor, este método de respostas 51 supera muitas desvantagens das questões abertas, pois as questões são respondidas facilmente, economizando tempo e podem ser auto-aplicadas. As perguntas abertas são aquelas que não oferecem alternativas ao entrevistado, estando este livre para responder o que lhe foi perguntado (MATTAR, 2005). Na prática este tipo de pergunta foi aplicado para permitir aos entrevistados identificarem-se, sendo não obrigatório para algumas respostas e obrigatório para outras. Além disso, o questionário foi dividido em blocos orientados pela pesquisa de mestrado da Universidade de Belo Horizonte para determinar o perfil psicográfico dos atletas de rugby, assim determinados: a) Bloco 1: Valores que considera importantes para a vida diária; b) Bloco 2: Características dos entrevistados; c) Bloco 3: Frases que tém importancia na sua vida; d) Bloco 4: Fatores de satisfação; e) Bloco 5: Hábitos que melhor representam sua opinião; f) Bloco 6: Perfil sócio demográfico; O instrumento de pesquisa aplicado aos jogadores de rugby de Santa Catarina foi composto por 132 questões, sendo que o número de questões em cada bloco varia como demonstra a Tabela 1. Bloco 1 Público Jogadores Público Jogadores Nº de questões 27 Bloco 2 Nº de questões 15 Tipo de Questões Abertas Fechadas 0 27 Tipo de Questões Abertas Fechadas 0 15 Bloco 3 Público Jogadores Nº de questões 43 Tipo de Questões Abertas Fechadas 0 43 Bloco 4 Público Jogadores Nº de questões 13 Tipo de Questões Abertas Fechadas 0 13 Bloco 5 Público Jogadores Público Jogadores Nº de questões 24 Bloco 6 Nº de questões 8 Tabela 1: Numero de questões no instrumento de coleta de dados. Tipo de Questões Abertas Fechadas 0 24 Tipo de Questões Abertas Fechadas 2 6 52 Vale ressaltar que antes de aplicar o questionário foi feito um pré-teste que, conforme Malhotra (2006, p.308), tem como finalidade testar o ”questionário com uma pequena amostra de entrevistados, com o objetivo de identificar e eliminar problemas potenciais”, a fim de identificar e corrigir possíveis falhas ou dúvidas no momento da aplicação do instrumento de pesquisa e tornar a pesquisa mais válida. Com a contribuição de 7 colaboradores no pré-teste, foram identificadas algumas inconsistências no questionário. Como por exemplo, os entrevistados identificaram problemas de compreensão em algumas questões e notaram falhas que poderiam induzir a interpretações ambíguas das perguntas. Desta forma as questões foram modificadas, a fim de evitar o comprometimento dos dados coletados. Como resultado, as respostas em escala Likert de “pouco importante” e “extremamente importante”, de 44 a 86 foram substituídas por “nunca” e “sempre”. No primeiro bloco também foram identificadas duas questões semelhantes, assim como no bloco 5, resultando na exclusão de uma questão. Após terem sido feitas as alterações no questionário, o instrumento de coleta de dados foi aplicado para os jogadores de rugby em Santa, por meio de um sistema de Internet Google, denominado Google Spreadsheet, no período de 10 a 26 de outubro. Para acessar ao questionário e responder as questões, os entrevistados precisaram acessar a um endereço Web. Para Malhotra (2006), esse tipo de levantamento oferece vantagens em relação ao e-mail, já que é possível construir botões e caixas para marcar as respostas, não permitindo ao pesquisado adicionar algo que não está nas questões. Uma vez que as respostas são introduzidas, estas já são validadas e coletadas em uma base de dados, e todos esses fatores contribuem para uma melhor qualidade dos dados (MALHOTRA, 2006). Este questionário foi distribuído principalmente por meio de e-mail aos dirigentes de todos os times de Santa Catarina, reforçado depois com uma divulgação por meio de redes sociais na Internet, por intermédio do Orkut. Como forma de incentivar a resposta dos questionários, a Unirugby disponibilizou 15 shorts pretos de jogo. Assim sendo, foi definido um sorteio para os times que participarem com pelo menos 10 questionários respondidos. Conforme Bacon (1994, p.203): Oferecer brindes de pequeno valor ou prêmios pode aumentar substancialmente a resposta. Se você estiver realizando um concurso, 53 pode oferecer um sorteio adicional para os clientes potenciais que responderam até determinada data. Ou, como incentivo geral, você pode oferecer um premio às primeiras xis pessoas que responderam a uma oferta. A fim de estudar o comportamento da concorrência e do mercado, suas estratégias, seus pontos fracos, pontos fortes, ameaças e oportunidades do ambiente externo, foi feito um estudo exploratório por meio das informações obtidas através de um profundo estudo na Internet, utilizando ferramentas que simplifiquem e esquematizem a situação atual do mercado com seus respetivos líderes. Em prática, será utilizado um instrumento denominado análise “SWOT”. Este termo é uma sigla das palavras em inglês de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). Não se tem a certeza absoluta sobre a origem deste tipo de análise, porém, segundo Públio (2008), a análise SWOT foi criada por dois professores da Harvard Business School: Kenneth Andrews e Roland Christensen. Por outro lado, Tarapanoff (2001) indica que a idéia da análise SWOT já era utilizada há mais de três mil anos, quando cita em uma epígrafe um conselho de Sun Tzu: "Concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as oportunidades e proteja-se contra as ameaças" (SUN TZU apud TARAPANOFF, 2001, p.209). Apesar de bastante divulgada e citada por autores, é difícil encontrar uma literatura que aborde diretamente esse tema. De acordo com Kotler e Keller (2006), a análise SWOT subdivide-se em análise do ambiente interno (forças e fraquezas) e externo (oportunidades e ameaças). A análise do ambiente externo é composta pelo monitoramento de forças macroambientais (exemplos são o cenário econômicodemográfico, o contexto sociocultural e as modificações tecnológicas) e de agentes econômicos importantes para a organização (como os clientes, competidores, fornecedores e distribuidores). A análise do ambiente interno refere-se à performance de fatores controláveis pela organização, relativamente aos seus competidores diretos, como produtividade da mão-de-obra, inovação tecnológica, capacidade de autofinanciamento das operações, imagem, amplitude da distribuição, localização, entre outros (CAMPOMAR e IKEDA, 2006). Para a apresentação dos dados foi utilizado o Google Docs, aplicativo do Google, este foi escolhido como ambiente para diponibilizar o questionário para os 54 jogadores. Para analisar as respostas foi utilizado o recurso do editor de planilhas Google Spreadsheets para visualisar os resultados, o qual possibilita um processamento estatístico de dados de maneira mais eficaz do que a manual. Embora o Google Docs tenha como benefício a tabulação das respostas de maneira automática em tempo real, para facilitar o tratamento dos dados, visando uma melhor comparação entre eles, todos os dados foram tratados manualmente utilizando o método da média ponderada estatística descritiva, o que facilitou a compreensão dos resultados resaltando os fatores máximos e mínimos de cada pergunta. A fase qualitativa da pesquisa, foi analisada por meio de cliente espião, observação informal e experiença do pesquisador que, em conjunto com os dados quantitativos obtidos, resulta uma analise aprofundata e satisfatória do público-alvo. 55 4 RESULTADOS: Este capítulo apresenta os resultados do trabalho, com a análise de todas as informações relevantes para o estudo. Aqui segue a análise interna da empresa, do seu micro e macro ambiente, seus pontos fortes e fracos, e o estudo psicográfico do público-alvo. 4.1 Análise Ambiental O presente item foca a identificação das atuais condições externas e internas da organização. A análise ambiental é a primeira etapa do planejamento estratégico, tem como objetivo avaliar os recursos disponíveis internamente na empresa, sendo eles: financeiros, humanos e materiais, além das possibilidades disponíveis no mercado. Conforme Campomar e Ikeda (2006, p.127) “é o diagnóstico do que está acontecendo e o prognóstico de situações futuras. Esta análise deve ser feita com base em informações internas e externas a organização”, por isso as informações obtidas devem ser a mais completa possível. A análise ambiental divide-se então em duas partes, a análise do ambiente externo (microambiente e macroambiente) e a análise do ambiente interno (recursos existentes na organização). 4.2 Análise do ambiente externo O estudo da análise do ambiente externo permite a uma empresa identificar possíveis oportunidades, ameaças e questões estratégicas que poderão afetar as estratégias da organização. Depois de ter identificadas as forças ambientais que poderão afetar o desempenho da organização, será mais fácil minimizar ou prevenir os danos e direcionar os esforços nos objetivos da empresa. Este estudo tem por finalidade identificar a relação existente entre a empresa e seu ambiente em termos de oportunidades e ameaças, bem como a sua atual posição produto-mercado e, também, quanto à sua posição desejada no futuro. O estudo do ambiente externo divide-se em macro e microambiente. 56 4.2.1 Análise do macroambiente A análise do macro-ambiente de uma empresa compreende todos os agentes internos e externos que influenciam, direta ou indiretamente, o desempenho e a capacidade da organização no mercado. O ambiente que envolve uma organização pode propiciar oportunidades e ameaças. Todas as empresas bem sucedidas conhecem a importância da observação, do controle e da adaptação constante destas variáveis que mudam continuamente. O papel principal do marketing da empresa é monitorar o ambiente em seu redor, para poder anticipar-se às mudanças contínuas que ocorrem. Só desse jeito as organizações poderão transformar as ameaças presentes no ambiente em oportunidade de negócio. Os fatores envolventes do marketing podem ser divididos em micro-ambiente e macro-ambiente, como foi explicado no capítulo antecedente. Sendo o micro-ambiente constituído pelo estudo da própria empresa, os fornecedores, os clientes e os concorrentes, enquanto o macro-ambiente é o ambiente no qual a organização está inserida, isto é, o ambiente demográfico, social/cultural, tecnológico, político/legal, ecológico e econômico. 4.2.1.1 Ambiente demográfico Conforme a estimativa de 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2009), o Brasil possui aproximadamente uma população de 191 milhões de pessoas, e é o quinto maior país do mundo nessa categoria, atrás apenas da China, da Índia, dos Estados Unidos e da Indonésia. Considerando a taxa média de fecundidade entre 2002 e 2006, que foi de 1,5 filho por mulher, acredita-se que no ano de 2020, o Brasil chegará a uma população de 207 milhões de pessoas, segundo estimativas. Apesar da tendência de queda, a parcela dos jovens no país ainda é importante, com cerca de 32,8% da população formada por pessoas com até 19 anos de idade. Vale ressaltar que, considerando a década passada, esta mesma parcela representava 40%. Entende-se que esse crescimento impõe uma série de desafios ao país, dentre eles uma melhor estrutura em transporte e moradia. De acordo com a Oganizações das Nações Unidas (ONU, 2009), o Brasil tem 55 milhões de pessoas vivendo em favelas ou em outros tipos de moradias 57 inadequadas. 4.2.1.2 Ambiente social/cultural: Os brasileiros não formam um grupo étnico homogêneo. O país possui características de Novo Mundo, sendo constituído por sua maioria de imigrante de outras nacionalidades. Devido a diversos grupos de imigrantes, os brasileiros possuem muitas diversidades de cultura. Essa junção de todas as etnias forma o povo brasileiro. É notório que depois de quase três séculos de colonização portuguesa, a cultura brasileira se constituiu a partir das heranças portuguesas. A herança principal foi do idioma, pois todos falam a mesma língua (o português) e a maioria, são cristãos, com um predomínio de católicos. Embora seja predominante a influência portuguesa na cultura brasileira, outras etnias no curso dos anos influenciaram a cultura nacional, destacando-se os povos indígenas, os africanos, os alemães e os italianos. A distribuição geográfica das diversas etnias não foi homogênea. Por isso, em estados do norte do país encontram-se influências de culturas indígenas e africanas. Enquanto que, quanto mais a sul do Brasil nos encontramos, mais européia a cultura se torna. O sul do país recebe fortes influências de imigrantes italianos e alemães, entre outros, na minoria. Entende-se com isso, que a falta de influências da cultura inglesa no povo brasileiro, fez com que, de alguma maneira, impedisse o desenvolvimento do rugby no Brasil. Embora o rugby seja hoje, novamente, um esporte praticado em mais de 150 países, este teve desenvolvimento mais rápido em países com colonização inglesa, como Argentina, África do Sul e Nova Zelândia, que são hoje grandes potências do rugby mundial. Como já mencionado na história do rugby, no começo do estudo, as colônias inglesas foram grandes divulgadores do esporte no mundo, devido à origem da modalidade. Acredita-se que exista ainda alguma resistência quanto ao esporte no Brasil, pela sua pouca divulgação, o esporte é muitas vezes confundido com o mais famoso Futebol Americano. A relação existe, pois este último se originou do rugby. Mas mesmo assim, a sua aceitação está crescendo. No entanto ainda ocorrem comparações com o popular futebol. O rugby é considerado um esporte violento, 58 mas este fator se deve a relação com o Futebol Americano conhecido pela sua modalidade de contato físico. Nas pessoas que entenderam o espírito do rugby, que é de união e respeito, nota-se grande aceitação da modalidade e a demonstração, do grande desenvolvimento do rugby e sua integração constante na cultura nos últimos anos. 4.2.1.3 Ambiente tecnológico Para Churchill Jr. e Peter (2000), o conhecimento científico, a pesquisa, as invenções e as inovações que resultam em bens e serviços novos ou aperfeiçoados constituem o ambiente tecnológico. As pesquisas tecnológicas vem criando diferentes tipos de tecidos e costuras. Entre os tecidos, como o fio poliamida, com proteção contra raios solares, ação antibacteriana, ou fios que permitem que o suor atravesse o tecido e deixe o esportista mais seco, entre outros tantos benefícios. A poliamida pode ser associada a outras fibras, como o elastano, que confere ao tecido maior elasticidade. Os tecidos em poliamida têm a vantagem de secar mais rápido e serem mais macios; o tecido é transpirante e mantém a temperatura do corpo estável. O Poliéster é o tecido que mais se usa para confecções esportivas, é uma fibra artificial sintética, obtida de processos químicos, derivada do petróleo. Pode ser utilizada pura ou em mistura com algodão, viscose, nylon, linho ou lã, em proporções variadas. O poliéster é a mais barata das fibras têxteis, sejam químicas ou naturais. Possui boa resistência à luz e ao uso; não enruga; tem boa elasticidade; resiste a maior parte dos produtos químicos; de fácil tratamento; seca rapidamente; áspero; tem tendência a formar bolinhas com o uso; desbota quando exposto ao sol; encolhe como calor (SEBRAE, 2004). A automação do processo de produção de roupas esportivas ocorre nas fases de design, corte e montagem das peças: design e modelagem - uso de sistemas CAD - Computer Aided DesignCorte – Uso de máquinas operatrizes automatizadas para corte (sistemas CAM, Computer Aided Manufacturing). A área de maquinários para costura de roupas esportivas vem merecendo constantes aperfeiçoamentos, com a introdução de novas técnicas para redução de custo na produção de peças. Dentre elas, a tecnologia Dynamic Function Cut, que consiste em cortar as roupas a 59 laser em vez de costurá-las, elas são fusionadas por meio de calor. Além de eliminar grande parte dos custos da produção, eliminam as costuras que podem incomodar os esportistas. Atualmente já existe um maquinário que elimina duas etapas do processo atual de produção sem costura, utilizando-se uma película elástica termo-adesiva, não existindo a necessidade de elásticos nas peças (SEBRAE, 2004). 4.2.1.4 Ambiente político/legal Conforme Chourchill Jr. e Peter (2003, p. 31), “uma organização não funciona estritamente de acordo com seu próprio conjunto de regras. Ela deve servir seus clientes, atender aos governos federal, estaduais e municipais, assim como a grupos de interesses especiais”. As leis e regulamentações são parte integrante de muitas atividades de marketing, como por exemplo, política de preços, propaganda, produtos, embalagens. Entende-se que respeitar as leis transmite confiança aos clientes, além de evitar desnecessárias multas e processos. Um dos papéis importantes dos profissionais de marketing é estar sempre atualizado sobre leis e regulamentações internacionais, nacionais, estaduais e municipais da sua área de atuação. Quanto a empresa, é importante que respeite todas as regulamentações que diz respeito a embalagem, etiquetagem e impostos vários. O monitoramento contínuo deste fatores podem levar o encontro de oportunidades, como também podem identificar ameaças, evitando a empresa tome qualquer atitude que a prejudique. O ano de 2010 foi marcado pelas eleições no Brasil, e sabe-se que a chegada de um novo líder no governo trará muitas mudanças, para a nação e para o mundo, em função do importante papel que o Brasil vem desenvolvendo na última década. O futuro é ainda incerto pelo Brasil, mas visto o crescimento econômico que o país fez nos últimos dois mandatos, entende-se um potencial enorme de crescimento ainda não explorado. O Brasil hospedará nos próximos 6 anos os dois maiores eventos esportivos do mundo: a copa do mundo do 2014 e as Olimpíadas de Rio de Janeiro no 2016. Os dois eventos trarão muitos investimentos em infra-estruturas e segurança pública, além de incentivar o turismo, a economia e a visibilidade da nação no 60 mundo. As Olimpíadas de 2016 trarão muitos benefícios para o esporte no Brasil, já foram estimuladas leis de incentivo ao esporte, projetos de patrocínios. Visto o incentivo e a visibilidade que está conquistando o rugby no Brasil, acredita-se que o número de praticantes tende a crescer ainda mais. 4.2.1.5 Ambiente ecológico Atualmente a preocupação com o meio ambiente é cada vez mais um fator de qualidade de vida. Conforme o Instituto Ambientalista Reviverde (2009), o Brasil já é o maior produtor mundial de alumínio reciclado e está seguindo a mesma tendência e preocupação com a reutilização nobre do PET, material utilizado pela industria Têxtil. O fio poliéster, originado a partir do PET reciclado, está se tornando uma tendência mundial, em virtude da maior preocupação com o meio ambiente. Atualmente, o fio poliéster convencional tem uma participação expressiva na indústria têxtil no Brasil, com a descoberta desta fibra derivada da reciclagem do PET, presente em quase todos os produtos, com isso entende-se um consumo superior deste tecido que satisfaz as necessidade umanas cuidando do ambiente. O PET que é usado em embalagens, é o melhor e mais puro material obtido no craqueamento do petróleo. Este materiál vem sendo muito utilizado e está substituindo grande parte das embalagens de PVC (Cloreto Polivinilico). O fio de poliéster reciclado é uma grande descoberta, para extrusão de fios, sendo de alta tecnologia. Este grande avanço tecnológico permitiu produzir material com uma qualidade do poliéster igual a da diretamente obtida do petróleo. E vai ser uma grande tendência mundial nos próximos anos, como foi este ano a camiseta da seleção Brasileira de futebol, produzida com material reciclado PET. 4.2.1.6 Ambiente econômico: De acordo com Chourchill Jr. e Peter (2003), para determinar se os clientes estarão dispostos a gastar dinheiro com produtos e serviços, realiza-se a análise do 61 ambiente economico. Conforme Peixotos (2010), poucos países deixaram a crise financeira internacional para trás de forma tão rápida quanto o Brasil. “O Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer perto de 7,5% este ano, após uma retração de 0,2% em 2009, resultado que apesar de negativo ficou acima da média, considerando as principais economias do mundo.” A rápida recuperação não é a única causa que vem atraindo investidores estrangeiros, o Brasil tem conseguido aliar a expansão econômica com a inflação sob controle, tendo um crescimento médio de 4,8% de 2002 a 2008. O resultado é uma crescente classe média com apetite para o consumo, que tem sido o principal motor da economia do país. Somente no primeiro semestre de 2010, a demanda interna cresceu 8% em relação ao mesmo período do ano anterior. O mandato do próximo governo deverá enfrentar também alguns desafios como: a taxa de juros do país, descontada a inflação, é uma das maiores do mundo. “A carga tributária chega a 36% do PIB, a maior da América Latina, e o país investe pouco, o equivalente a 17,9% do PIB – quando na China e na Índia chega-se a 43% e 34%, respectivamente” (PEIXOTOS, 2010). Mas o ambiente macroeconômico favorável, somado a projetos vultuosos (dentre eles a exploração de petróleo em camadas profundas e a realização da Copa do Mundo em 2014) deixam os investidores otimistas em relação ao Brasil. Muitos deles, inclusive, já vêem o país entre as cinco maiores economias do mundo em um prazo de 15 anos. Para não esquecer, também o segundo maior evento esportivo do mundo que o Brasil hospedará em 2016, em Rio de Janeiro, as olimpíadas são um atrativo incrível para o mundo inteiro, isso comporta muitos investimentos para o governo brasileiro mas a economia do país está destinada a crescer muito nos próximos anos. A maior preocupação que ameaça a Unirugby é a taxa de juros e a carga tributária complicando a atuação da empresa no mercado devido também às limitações de micro-crédito e patrimônio pessoal. Uma das oportunidades identificadas é a localização da empresa, no pólo de indústria têxtil do país, nas vicinancias de cidades como Brusque (SC), Blumenau (SC) e Joinville (SC) reconhecidas nacionalmente como cidades da indústria têxtil. Conforme Mariano (TEXTILIA, 2010), o Brasil é o sexto maior produtor têxtil do 62 mundo, tendo faturado, em 2008, US$ 46 bilhões. São 30 mil empresas que representam 17,5% do PIB da indústria de transformação e cerca de 3,5% do PIB total brasileiro. A indústria é pujante e qualificada, e tem investido fortemente no desenvolvimento de suas técnicas de produção. O Brasil é um país emergente e tem na indústria têxtil forte aliado para o crescimento econômico. A indústria de transformação deverá alcançar 6% de crescimento no ano. Para o setor têxtil, a expectativa é crescer 4%, enquanto as confecções deverão atingir 3,7%. O faturamento da cadeia têxtil deverá atingir US$ 50 bilhões e gerar mais Indústria de confecção e deverá ter crescimento em 2010. 4.2.2 Análise do microambiente No topicos anterior foram identificados os fatores externos que envolvem a empresa e seu ambiente. Neste item será abordado o microambiente da empresa, que é constituído pela própria organização, os fornecedores, os consumidores e seus concorrentes. A seguir, serão avaliados de forma sucinta cada um destes fatores, tratados separadamente nos próximos tópicos. A confecção de roupa específica para rugby explora um mercado ainda pouco praticado pelas empresas, visto a escassa demanda. As empresas que se ocupam em atender este público são na maioria multinacionais, que já possuem uma produção destes artigos no exterior e vendem no Brasil. Empresas como Topper e Declathon foram identificadas como possíveis concorrentes por terem na sua organização produtos de qualidade e distribuição no território nacional. Outro concorrente identificado foi a Slav Rugby, que é a empresa brasileira que produz uniformes desde 2000. Os possíveis clientes identificados são os próprios jogadores de rugby. Pela posição na qual se encontra o esporte agora, os próprios atletas estão adquirindo autonomamente os próprios uniformes. A Unirugby, por estar situada em Balneário Camboriú, possui grandes possibilidades de fornecedores. Santa Catarina é considerada um pólo da indústria têxtil no Brasil pela concentração de produção de tecidos e confecções que é muito ampla. Isso favorece a qualidade da terceirização, que é um fator que a empresa considera muito, visto a redução de custos e investimentos. 63 4.2.2.1 Concorrência No Brasil existem poucas alternativas para os jogadores de rugby que quiserem ter uniforme personalizado para o seu time. Atualmente, os atletas de rugby que querem comprar acessórios ou roupas de times de seleções famosas no ambiente, possuem três revendedores: Soul Rugby, Lojaderugby, Rugby Megastore. As três empresas se ocupam em importar produtos de fora e revender no Brasil, com o melhor preço. Porém, os preços são altos, especialmente o das camisetas. Para o estudo dos concorrentes, foram consideradas as empresas que atuam no mesmo mercado da Unirugby, por isso os revendedores não foram considerados como concorrentes, mas como possíveis parceiros para a venda de artigos futuramente. A empresa, por entrar em um mercado novo em expansão, apresenta três concorrentes principais, sendo duas empresas multinacionais e uma nacional: - Kipsta (Decathlon); - Topper (Alpargatas); - Slav Rugby; O estudo a seguir, que visa analisar os concorrentes diretos, apresenta uma descrição detalhada das informações coletadas por meio de dados secundários. Este estudo tem como objetivo estudar profundamente os concorrentes, seu histórico, produtos, preços e suas ações atuais e futuras. A seguir, apresenta-se um estudo profundo de cada um dos concorrentes, englobando todas as informações disponíveis em forma sucinta, sobre cada um delas. A primeira concorrente estuda foi a Kipsta, marca registrada da multinacional Declathol. Sediada na cidade de Lilly, a Decathlon é uma gigante que conta com 503 filiais, fatura mais de US$ 3,5 bilhões ao ano e pertence ao Grupo Leroy Merlin (especializada no segmento faça-você-mesmo). Nasceu em 1976 com a ambição de ser uma rede diferente. A começar pelo formato das lojas, que medem até 12 mil metros quadrados. Cada uma das unidades vende acessórios para no mínimo 50 modalidades. Todos os 27 mil funcionários praticam algum tipo esporte e nenhum deles ganha 64 comissão individual por venda. Na loja, é proibido empurrar mercadorias “goela abaixo” do cliente. Nota-se com isso, uma preocupação real com as necessidades dos clientes. Conforme site da empresa (DECATHLON, 2010), A missão da Decathlon é “tornar desejável e acessível ao maior número de pessoas a prática do desporto”. O mais importante atributo da empresa é a sua política agressiva de preços. Para conceder descontos entre 20% e 40% a companhia criou sete famílias de produtos (Quechua, Tribord, Kipsta, Domyos, Inesis, Geologic e Decathlon Cycle). Estas cobrem desde artigos para fitness (Domyos) até caça submarina (Tribord). A produção fica a cargo de empresas terceirizadas em 18 países, incluindo Japão, França, Espanha, México e Brasil. As primeiras encomendas às fabricantes brasileiros ocorreram em 1996, quando a Decathlon nem pensava em fincar a bandeira por aqui. As marcas próprias respondem por metade das vendas e convivem em harmonia com grifes como Nike, Adidas, Reebok e Puma. Uma boa mostra disso foi dada por Luciano Kleiman, diretor da Adidas do Brasil, que saudou a expansão da Decathlon: “é uma boa notícia para o mercado”, disse ele. Quem não deverá gostar muito é a mineira rede de lojas Centauro, pioneira no conceito de megaloja de esportes. Diferente também é o processo de concepção e aprovação dos produtos. A primeira etapa é o desenho e a escolha do material, a cargo de uma equipe de 250 engenheiros e designers. Adaptações e possíveis correções são feitas durante as missões-teste, que englobam atletas, funcionários e clientes, enviados para ecossistemas propriados para a avaliação de cada item. São feitas 100 expedições desse tipo por ano, envolvendo nomes como Karine Ruby, medalhista olímpica de snowboard, e os integrantes da Equipe AG2R de Ciclismo, campeã de várias etapas do circuito profissional na Europa. Os brasileiros também já deram sua contribuição. A linha de chuteiras Kipsta ficou mais leve para atender às sugestões dos clientes locais. A Dacathlon, além de caracteriza-se por suas lojas enormes, com no mínimo dois mil metros quadrados de área de vendas, localiza seus pontos de venda às margens de rodovias e quando possível em proximidade de Shopping Centers. A escolha justifica-se pelo aproveitamento do fluxo de pessoas que o shopping 65 garante e pelo tamanho das lojas, que demandam área total de pelo menos seis mil metros quadrados. A amplitude é necessária, porque a rede tem no catálogo cerca de 35 mil artigos e possibilita que o cliente os manipulem, imitando o uso, o que pode exigir muito espaço, pois a empresa procura oferecer em cada loja roupas e equipamentos para 65 modalidades esportivas (50 no Brasil). A Kipsta é uma marca Decathlon de esportes coletivos: futebol, basketball, handball, voleibol, rugby, futebol americano, baseball, lacrasse, hockey. Fundada em 1998, Kipsta é a marca “paixão” do Grupo Oxylane para os esportes de equipe. Destaque-se no cenário mundial do esporte por ser considerada uma marca que fábrica produtos acessíveis e inovadores, para todos os públicos que variam entre as categorias de novatos a profissionais, juniores e adultos. Atualmente, a marca Kipsta está presente para venda somente nas lojas Decathlon, no Brasil são 10 lojas atualmente estabelecidas, prevalentemente na região sudeste com 9 lojas em São Paulo nas cidades de: Campinas, Morumbi, Raposo Tavares, Praia Grande, Lar Center (Vila Guilherme), Aricanduva, Sorocaba, Ribeirão Preto, São Bernardo. Em 10 maio 2010 inaugurou sua última loja na cidade de Curitiba (PR) contratando cerca de 45 empregados, necessários para atender a estrutura de quatro mil metros quadrados localizada ao lado do Parque Bariguí. De acordo com o diretor da loja de Curitiba, Leonardo Falco, (GAZETA DO POVO, 2010), a nova filial da multinacional francesa faz parte de um “processo de expansão que prevê um total de 50 lojas no Brasil até o fim de 2015. Dez delas devem ficar na Região Sul – sendo que Curitiba tem potencial para mais de uma filial, enquanto Maringá e Londrina (PR) também são cidades alvo da rede.” Os valores de investimento não foram informados. A primeira Decathlon no país foi aberta em 2001, e três lojas foram inauguradas no ultimo semestre de 2009. 66 País Número de lojas França 252 Espanha Itália Alémanha RU Bélgica China Portugal Hungria Polônia Holanda Romênia Reino Unido India Turquia Brasil TOTAL Tabela 2: Pesquisa Decathlon em todos site da empresa; acessado em 01/07/2010 75 59 10 6 11 23 16 12 16 2 1 8 1 1 10 503 A empresa Decathlon se destaca no mercado por seus produtos denominados “produtos azuis”, são os produtos com melhor custo benefício em cada seção da loja. São produtos de marcas próprias, produzidos em grandes quantidades para todas as lojas, no mundo todo, o que garante um custo menor, sem abrir mão da qualidade. O grande centro de distribuição da loja permite ter uma variedade de produtos muito grande, conseguindo ter para cada produto variações de cores e desenhos. A marca Kipsta se ocupa da fabricação e desenvolvimento para produtos de esportes de grupo, sendo assim, inclui entre outros o rugby. Por meio de uma pesquisa exploratória, feita em todos os sites da empresa, consegue-se identificar os principais produtos da modalidade de rugby trabalhados pela Kipsta, sendo eles: Chuteiras; Travas para chuteiras; Meião; Short; Camisetas; Leg curta/cumprida; Camisola interior; Agasalhos para treino; Agasalhos para treino impermeável; Scrum cap; Ombreira; Bolas; Tee; Protetor bucal; Colete; Pólos; Assim sendo, identifica-se um mix de produtos da empresa muito abrangente, que veste completamente o atleta. Porém, devido a pouca prática do rugby no Brasil, todos estes produtos ainda não estão disponíveis nas lojas no território brasileiro, apresentando um mix de produtos da modalidade reduzido, que compreende: bolas, scrum cap, chuteiras, travas, ombreira, proteção bucal, tee, short’s e camisetas. Analisando os produtos disponíveis, identifica-se uma escolha de produtos por parte do cliente é reduzidas, sendo que os produtos não tem a mesma variedade que outros paises onde o rugby é mais praticado tem. 67 Figura 4: Logo Kipsta Fonte: Site da própria empresa Os produtos denominados como “produto azul” compreende somente: bola (R$ 25,00) e short (R$ 39,90), os outros produtos tem preço de: protetor bucal (R$19,90), travas (R$12,90), scrum cap (R$ 99,90), camiseta (R$ 44,90), ombreira (R$ 99,90), chuteira liquidação (R$ 44,90), tee liquidação (R$ 9,95). Apresenta-se a seguir as formas financiamento que a empresa disponibiliza, sendo elas: - Parcela mínima de R$ 30,00 Em 2, 3 ou 6 vezes sem juros somente no cartão Aura. - Parcela mínima de R$ 50,00 Em 2, 3 ou 6 vezes sem juros nos cartões Mastercard, Visa, Diners, Amex e Hipercard. - Parcela mínima de R$ 100,00 Em 10 vezes sem juros somente no cartão Aura. Quadro 7: Formas de financiamento da Decatlhon. Fonte: Site da empresa. Além disso, dependendo da loja onde o cliente compra, apresentam-se financiamentos exclusivos: Loja São Bernardo: Parcela mínima de R$ 100,00 Em 10 vezes sem juros nos cartões Mastercard, Visa, Diners, Amex, Aura e Hipercard. Loja Aricanduva: Parcela mínima de R$ 30,00 Em 2, 3, 6 ou 10 vezes sem juros nos cartões Mastercard, Visa, Diners, Amex, Aura e Hipercard. Loja Sorocaba e Ribeirão Preto: Parcela mínima de R$ 50,00 Quadro 8: Financiamentos exclusivos. Fonte: Site da empresa. Em 2, 3, 6 ou 10 vezes sem juros nos cartões Mastercard, Visa, Diners, Amex e Hipercard. As lojas fazem uso da estratégia de “satisfeito ou satisfeito”, comprometendo-se a trocar o produto adquirido em qualquer uma das lojas, em até 30 dias com a apresentação da nota fiscal do produto. 68 Com base no presente estudo, foi identificado o uso por parte da empresa de uma estratégia de custo, com produção em grande volume, o que implica em um menor custo, e um preço baixo no mercado. A Decathlon, com seus 503 centros de distribuição espalhados pelo mundo, consegue produzir uma grande quantidade de um certo produto e distribuí-lo em todas as suas lojas com um custo muito baixo. Além de desenvolver tecnologias próprias com centros de pesquisas, o que favorece a criação de produtos inovadores, com um design muito competitivo. Porém a percepção dos consumidores em relação à marca reflete a estratégia da empresa, sendo de custo e não de valor da marca. A segunda concorrente direta identifica é a Topper. Com sede no Brasil, na cidade de São Paulo, a Topper é uma empresa brasileira fornecedora de materiais esportivos fundada pela São Paulo Alpargatas, em 1975. Atualmente, a Alpargatas é uma empresa de marcas desejadas. Atua, com operações próprias em seis países e exportações para 80 nações, nos segmentos de sandálias e artigos esportivos. Seu portfólio abriga a Havaianas (líder brasileira em sandálias e marca que é paixão nacional) Topper (com 32% de market share na Argentina), Rainha, Mizuno, Timberland e Sete Léguas. Para dar suporte aos negócios e visibilidade às suas suas marcas, atua no varejo, com lojas Havaianas, Topper, Timberland, Mizuno e Meggashop, no Brasil e na Argentina. A empresa possui 70,3% do capital da Alpargatas Argentina, líder na fabricação e na comercialização de calçados e têxteis; 18,7% do capital da Tavex Corporation, uma das maiores fabricantes mundiais de tecidos Denim, além de subsidiárias nos Estados Unidos e na Europa. Sob essa estrutura, mantém 14 fábricas no Brasil, na Argentina e no Uruguai e emprega 15,5 mil funcionários. A Companhia encerrou 2009 com uma receita bruta consolidada de R$ 2,4 bilhões. Esse desempenho foi resultado da comercialização de 210 milhões de pares de calçados e 8,5 milhões de peças de vestuário e acessórios. Com capital aberto desde 1913 na Bolsa de Valores de São Paulo, a Alpargatas é controlada pela Camargo Corrêa, um dos maiores grupos privados do País, possui cerca de cinco mil acionistas e integra a relação de empresas com níveis diferenciados de governança corporativa. Conforme Clayton Netz (PORTAL DO BRANDING, 2010), a história da marca começou no início da década de 1970 quando a empresa São Paulo Alpargatas, estimulada por um momento de glórias sucessivas no esporte brasileiro, 69 especialmente no futebol, automobilismo e atletismo, resolveu lançar no mercado a marca de material esportivo TOPPER em 1975. O sucesso inicial da marca, que atuava basicamente no segmento de calçados esportivos, deu-se em função do período coincidir com o momento inicial da preocupação com a saúde corporal e a boa forma por parte da população brasileira. Rapidamente, a TOPPER ampliou sua linha de produtos, passando a produzir bolas voltadas para a prática do futebol, basquete e voleibol. Em 1979, a empresa passou a produzir também chuteiras, posteriormente entre as décadas de 1980 e 1990, a empresa patrocinou diversos eventos esportivos, atletas e times de futebol, como a Seleção Brasileira de Futebol, o Corinthians/SP, Botafogo/RJ, São Paulo, Internacional/RS, Cruzeiro/MG, Sport/PE, Vitória/BA, Goiás, entre outros. A Topper foi a fornecedora de materiais esportivos de dois clubes campeões do Mundial de Clubes FIFA, o Corinthians/SP em 2000 e o São Paulo em 2005. Na década de 1990, a TOPPER iniciou seus primeiros passos no Futsal, quando ampliou sua linha de produtos para esta modalidade e apoiou atletas de destaque da categoria como o atacante Schumacher. Durante estes anos, ganhou visibilidade como uma marca que transpira futebol e sempre buscou trazer para o mercado as mais avançadas tecnologias em artigos esportivos para praticar o esporte. Porém, nos últimos anos a TOPPER se transformou em uma marca de pouca expressão, ofuscada pelas grandes grifes esportivas globais e mesmo pelas rivais brasileiras mais agressivas. Com isso a marca precisou reagir. Durante toda a sua história a TOPPER sempre esteve fortemente relacionada à trajetória de glórias do futebol brasileiro, sendo reconhecida pelo público como uma marca que entende do esporte mais popular do país. E era preciso resgatar essa relação através do lançamento de produtos com alta tecnologia de ponta, como os tênis e as chuteiras Dynatéch Visible, que contam com o mais avançado sistema de anti-impacto em calçados para prática de futebol; a bola KV Carbon, a primeira com um substrato de microfibras de kevlar e carbono perfeitamente entrelaçados, uma mistura que resultou na redonda mais resistente, estável e precisa do planeta; e o tecido Maxi Dry, que possui a mais alta tecnologia em microfibra, proporcionando melhor controle da umidade produzida pelo suor, mantendo assim o corpo mais seco e a temperatura estável. 70 Produtos como estes, aos poucos, estão recolocando a marca definitivamente entre as melhores do mercado nacional. Além disso, de olho tanto no consumidor que pratica esportes, como no que busca uma linha mais despojada e casual, a TOPPER também reforçou sua estratégia de lançar produtos que associem moda com tecnologia, design arrojados e diferenciais tecnológicos voltados para a melhoria da performance dos atletas nos campos e nas quadras de society e futsal. Recentemente, em 2009, a TOPPER iniciou uma nova fase em sua história, com a mudança da sua identidade visual; a adoção de um novo posicionamento de mercado (a TOPPER deixa de ser uma marca segmentada para os praticantes de futebol para se tornar poliesportiva e unissex, aumentando a oferta de produtos relacionados ao esporte); além do lançamento de produtos mais tecnológicos, como a chuteira One Professional, feita de couro de canguru, usada pelo goleiro Marcos do Palmeiras e o meia Jorge Wagner do São Paulo; e o tênis Royal, do tenista Thomaz Belucci, primeiro colocado no ranking brasileiro. Também está investindo em patrocínios de grande visibilidade como o torneio de tênis Brasil Open (ATP 250) e inaugurou sua primeira loja em São Paulo, onde vende também roupas para ginástica e tênis femininos. Com mais de 30 anos de tradição no mercado esportivo da América do Sul, a Topper protagonizou alguns dos mais importantes momentos do esporte no mundo. Patrocinou a Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo FIFA de 1982 e, na mesma década, os craques Sócratés, Zico, Falcão e Júnior. Hoje patrocina o Club Estudiantes de La Plata da Argentina, atual campeão da Copa Libertadores e é a marca oficial da Seleção Brasileira de futsal hexacampeã do mundo. A Topper é a marca que pertence ao grupo Alpargatas, assim como as marcas Havaianas, Mizuno, Timberland. Líder em esportes da América do Sul a partir de 2009, após um completo trabalho de branding3, a Topper passa a ter uma nova e única identidade visual, com atuação global e multiesportiva. Além disso, a marca se consolida como líder em participação no mercado sul-americano de calçados esportivos. 3 Conceito de marca. 71 Figura 5: Logo Topper Fonte: Google imagens. O reposicionamento da Topper é um item prioritário do planejamento da Alpargatas, que faturou R$ 2 bilhões no ano passado. O processo tomou corpo com a integração da Alpargatas da Argentina, comprada por US$ 84 milhões, em 2008. Um time misto de executivos brasileiros e argentinos tratou de desenhar a estratégia de valorização da marca, a partir de trajetórias desiguais: enquanto na Argentina a Topper é líder de mercado, com 32% de participação, no Brasil, a despeito de ter sido lançada há 36 anos, mal ultrapassa os 7%. Além disso, a Topper argentina e a Topper brasileira pouco tinham em comum, além do nome: logotipo, cores, produtos, marketing, tudo era diferente. Independente disso os direitos da marca eram da Alpargatas da Argentina, com os brasileiros que pagavam royalties para eles, segundo o executivo Márcio Utsch4, que comanda a Alpargatas desde 2003. Com esse trabalho de reposicionamento, ademais da unificação do visual e da linha de produtos, nasceu também o slogan "o coração manda", comum aos dois países "é a fusão do conceito argentino de raça com o talento e a emoção do brasileiro”. Naturalmente, o principal mercado a ser trabalhado é o do Brasil, onde a distância que separa a Topper das marcas líderes é enorme. Uma das decisões de Utsch e sua equipe foi estender a marca, até então restrita a artigos para futebol, como bolas e chuteiras, para outros esportes, visando não apenas a copa do Mundo de 2014, mas também a Olimpíada de 2016. Um deles é o rugby, muito popular na Argentina, por sinal. Além de patrocinar um dos melhores clube de rugby do país, o Bandeirante Rugby Clube, em 4 Atual presidente da Alpargatas. 72 dezembro de 2009, a Topper passou a ser patrocinadora da Associação Brasileira de Rugby (CBRu, 2010), fornecendo uniformes para as seleções masculina e feminina, além de capitalizar o apoio à seleção brasileira da modalidade, Utsch antevê grandes chances de que ela ganhe espaço no País. "Em 2016, o rugby pela primeira vez será disputado numa Olimpíada", lembra. Ao mesmo tempo, a Topper reforçará sua atuação em outros esportes, como o futsal, cuja seleção já patrocina no Brasil, e o futebol profissional. Ao transformar a Topper numa marca poliesportiva, embora há alguns anos exporte para o Japão, sua ambição internacional é, ao contrário do que ocorreu com a Havaianas, mais limitada. Em seus planos, estará de bom tamanho se a Topper vier a se transformar numa marca regional forte, no âmbito da América Latina, capaz de batér localmente gigantes como a Nike e a Adidas. Como modelo de marca a Topper inspira-se a marcas como as chinesas Anta e Li Ning e a francesa Le Coq. A revitalização da Topper não será feita em detrimento das outras marcas da Alpargatas, como a Havaianas, Dupé, Rainha e Timberland, por isso, destinará em torno de 13% das receitas da Alpargatas para as campanhas de propaganda e promoção neste ano. A empresa encontra-se em uma situação favorável para os investimentos.Como parte da campanha de reposicionamento, a marca lançou este ano, em rede nacional, cinco novos filmes publicitários, a campanha tem como tema uma das características do povo latino quando o assunto é esporte: “o coração manda”. Como esporte para ser abordado foi escolhido o rugby, de forma divertida, a marca explora o fato da modalidade ser ainda pouco conhecida do público brasileiro. Até hoje, a estratégia de gestão do portfólio de marcas da Alpargatas tem sido sancionada pelos investidores. Nos últimos 18 meses, o valor de mercado da companhia quase dobrou, passando de R$ 1,2 bilhão, de setembro de 2008, para os R$ 2,2 bilhões registrados no pregão da Bovespa na última sexta feira. Até este momento foram estudas duas empresas concorrentes multinacionais presentes no mercado, no qual a Unirugby quer atuar: Kipsta e Topper. A terceira empresa concorrente é Slav Rugby Uniformes. Este concorrente é uma empresa brasileira especializada em uniformes de Rugby e atua no mercado nacional desde o ano 2000. Conforme informações 73 obtidas por meio de redes sociais, a empresa com sede em São Paulo, nestes 10 anos uniformizou cerca de 30 times brasileiros, principalmente os times da região de São Paulo (20 uniformes), mas também em Rio do Janeiro (6 uniformes) e Rio Grande do Sul (4 uniformes). O mercado da Slav Rugby se concentra no publico de times de rugby, fabricando uniformes a preço baratos, tendo, em grande consideração, a resistência do tecido. A missão da empresa é: desenvolver e fabricar os melhores e mais resistentes uniformes de Rugby do planeta com preços extremamente baratos. Figura 6: Logo Slav Rugby Fonte: Google imagens. Geralmente o preço de um uniforme simples com duas cores, sendo uma predominante, com logotipo do time e numeração fica em torno de um preço de R$ 50,00 , o short para jogo fica na faixa de R$ 25,00. A empresa faz entrega através do correio ou rodoviário, e o prazo de entrega é geralmente de 30 dias. Em seus 10 anos no mercado, a empresa escolheu a internet como principal ferramenta de divulgação de seus produtos, considerando que esta ferramenta é a mais barata e vem sendo usada entre os times para manter contato. No ano de 2008 a empresa criou uma promoção e mandou e-mail a todos os times de rugby do Brasil. O time que quisesse participar da promoção, deveria mandar a pesquisa (desenvolvida própria empresa) preenchida individualmente por cada jogador, e quem ordenava um mínimo de 25 uniformes até o dia estabelecido, obteria um preço promocional de: R$ 35,00 a camiseta (uma cor, com numeração e bordados), R$ 15 o short (com bolso) e meião a R$ 5,00. Muitos times participaram desta promoção em todo o Brasil, obtendo-se uma participação alta, porém não se tem um dado certo do retorno de investimento, mas acredita-se que com isso a marca ficou ainda mais conhecida. O canal de vendas da empresa é por meio de telefone, e-mail, MSN e Orkut, no site da rede de relacionamento incorporou também uma loja on-line onde está presente a venda somente o short confeccionado por eles, esta função do Orkut disponibiliza várias formas de pagamento e parcelamento. 74 O vendedor no telefone resultou ser agradável, e disponível para qualquer explicação, distingue-se por ser conhecedor do esporte transmitindo segurança aos clientes. A escolha do modelo de uniforme se faz por meio de um site (TRANSFER PAULISTA, 2010), possuindo uma grande variedade de modelos e cores personalizáveis, o pedido se faz 2 de um número do modelo, e entrando em contato com o vendedor é possível ter o uniforme personalizado. Os tecidos usados pela empresa tem como principal qualidade a resistência, levando pouco em conta fatores como clima, desenho e qualidade da marca. Os tecidos são 50% algodão (na parte interna) e 50% poliéster (na parte externa), o que cria um conforto maior no contato da pele com o tecido, não levando em conta, porém, a temperatura do corpo no esforço físico, podendo criar uma sensação desconfortável no momento do jogo. Tendo em conta a resistência, as costuras são muito bem feitas, a tripla costura com reforço que a empresa usa em todos seus produtos significariam a importância da resistência do tecido neste tipo de esporte, esforçando-se para melhorar a durabilidade do produto na prática do rugby. A empresa não parece ter uma estratégia de mercado definida, limitando-se em produzir quando é contatada pelos times, sua estratégia baseia-se na grande procura de seus produtos com preço barato (liderança de custo). Tendo como base o Censo Nacional 2009 feito pela (ABR) Associação Brasileira de Rugby, os times presentes em São Paulo (compreendendo São Paulo interior, capital e litoral) são 44 regularmente cadastrados, representando no Brasil uma concentração dos 42% dos times, Rio do Janeiro com 15 times (14%), e Rio Grande do Sul com 11 times (11%). Supondo que isso significaria o mercado potencial, a Slav Rugby tem um market share de 44% no estado de São Paulo, 40% no Rio de Janeiro e 36% no Rio Grande do Sul. Estes dados são ilustrativos, porque a empresa confeccionou também para alguns times que não estão cadastrados no censo, mas demonstram a grande participação que tem a empresa na vida dos jogadores de rugby. 75 Estado Times/clientes Rio de Janeiro Guanabara Rugby, Rio Rugby, Rio Rugby Feminino, Patriotas Rugby, Maxambomba-Nova Iguaçu, Villa Real-Niteroi Tornados Indaiatuba Rugby Clube, Fea Rugby Clube, Tornados Indaiatuba, Tornados Indaiatuba feminino, USP Feminino, IBMEC Rugby, ITU Rugby, Templários Jundiaí, Mackenzie Direito, Piratas Americana, Pitangueiras Rugby, Puma, Carajas, Alphaville, Jaws Mackenzie, Bandeirantes, Pasteur Rugby, Atibaia Rugby, Pirituba Rugby, Atibaia Rugby Torres Rugby, Pampas Rugby, Serra Rugby, Guaíba São Paulo Rio Grande do Sul Time/clientes por estado Mercado times p/região 6 14% Mark Share 36% 20 42% 40% 4 11% 36% Tabela 3: Participação do mercado Slav Rugby Fonte: Do próprio Autor. 4.2.2.2 Clientes Atualmente, o Brasil está vivendo o pleno desenvolvimento do rugby devido a sua participação nas Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. Muito mais times estão sendo montados no Brasil e no estado, o esporte está ganhando cada vez mais adeptos. Caso os jogadores de rugby quiserem comprar material para usar nos treinos e jogos, devem recorrer a marcas já famosas no mercado como Adidas, Nike, Flash. Para comprar estes produtos é por meio dos revendedores brasileiro como a Soul Rugby ou Lojaderugby, onde encontrarão os melhores preços de produtos importados, ou quando tem a possibilidade de comprar no exterior, como por exemplo, na Argentina, Inglaterra onde o rugby é mais praticado. Para os times fazerem seus uniformes a situação é mais complicada. Para comprar os uniformes, os times devem recorrer a uma empresa no exterior, como por exemplo, na Argentina onde o câmbio favorece o valor das camisetas, ou mandar fazer na Slav Rugby que trabalha somente com times. Nota-se que os clientes da empresa são muito sensíveis ao preço, uma pequena variação do preço pode determinar a compra, isso porque, quem banca os uniformes são, na maioria das vezes, os próprios jogadores por paixão pelo esporte. Percebe-se com isso, que existem dois tipos de clientes: o “cliente jogador” e o 76 “cliente time”. O “cliente time” sempre deve pedir mais de 10 uniformes iguais, entende-se que este cliente é do tipo cauteloso no momento da compra, analisa bem todas as possibilidades antes de finalizar a compra, por representar mais pessoas, tende a dar preferência para marcas conhecidas no mercado, isso proporciona status, e confiança na durabilidade do produto. Ao contrário do “cliente jogador”, que é mais descontraído, podendo não ter sensibilidade em relação ao preço, sendo apaixonado pelo esporte. No item a seguir, serão tratados os dados primários, a fim de determinar atitudes, comportamentos e hábitos comuns dos clientes jogadores. Estudar a fundo o cliente ajuda a entender suas necessidades, ajuda a dar a identidade certa à marca direcionando-a direitamente para o cliente. 4.2.2.2.1 Análise psicográfica do público-alvo Nesse Tópico serão apresentado os resultados da pesquisa psicográfica dos jogadores de rugby em Santa Catarina, referente ao terceiro objetivo específico deste trabalho. A seguir serão analisados os dados primários, coletados por meio de questionário aplicados aos jogadores de rugby. Para um melhor entendimento serão analisados os dados separadamente por blocos, sendo: a) Bloco 1: Valores que consideram importantes para a vida diária; b) Bloco 2: Características dos entrevistados; c) Bloco 3: Frases que consideram em suas vidas; d) Bloco 4: Fatores de satisfação; e) Bloco 5: Hábitos que melhor representam as opiniões dos entrevistados; f) Bloco 6: Perfil sócio demográfico; Depois da análise separada dos dados, será analisado o conjunto dos dados com a finalidade de determinar um perfil de cliente comum, que possa auxiliar o posicionamento da marca no mercado. Com relação ao primeiro bloco referente aos valores importante da vida diária dos atletas, podem-se dividir estes atributos em dois tipos de valores: valores pessoais e valores sociais. 77 Grafico 1: Tipo de valores Fonte: Questionario Por meio deste bloco de perguntas pode-se definir os valores importantes na vida diária dos atletas, nota-se uma indiferença de importância no dinheiro, pelo resto, os outros fatores resultam de extrema importância pelos jogadores. No Bloco 2 procurou-se identificar a personalidade predominante do públicoalvo, no questionário o entrevistado encontrava-se com uma série de avaliações devididas por grau de concordância, com isso em uma escala Likert represtada pelo numero 1 que corresponde a “discreto e o numero 5 que corresponde a “expansivo”, deveriam marcar o parâmetro que melhor representava a sua característica. Por meio desta seqüência de perguntas podem-se identificar vários fatores: introversão/extroversão,praticidade/abertura às experiências, neuroticismo/neurose, amabilidade e inteligência. O Gráfico 2 mostra de maneira simplificada a maior pendência das características dos entrevistados. 78 Gráfico 2: Personalidade dos jogadores de rugby Fonte: Questionário. Nota-se uma grande característica em comum, símbolo do rugby que é o espírito de equipe com 68%, além disso os atletas investigados resultam serem bastante práticos e abertos às experiências, seguros e rudes nos seus comportamentos. Porém, entende-se também certo grau de inteligência, estabilidade mental e disciplina, esses são os fatores que mais capturaram o interesse do pesquisador. O Bloco 3 foi representado por 42 questões as quais tinham o objetivo de identificar: influencia social, propensão à economia e percepção de valor e consumo consciente. Com esta série de perguntas pode-se mensurar as atividades, os interesses e as opiniões dos entrevistados, conforme o Gráfico 3 que ilustra as principais perguntas deste bloco, medidas a partir do grau de importância com a escala Likert de 1 a 5. 79 Gráfico 3: Interesses do público-alvo. Fonte: Questionário. A partir das respostas do bloco inteiro de perguntas consegue-se extrair oito fatores: busca por status, desenvolvimento intelectual, valorização da família, grau de otimismo dos indivíduos, liderança, conservadorismo, desejo de viver o presente e por último o grau de ligação ao trabalho. O próximo bloco de perguntas, o número 4, visou identificar o grau de importância entre: valores profissionais, aspectos ligados à carreira e aos rendimentos e valores sociais do público-alvo. Por intermédio deste bloco, se entendem um pouco mais dos valores, dos interesses e da personalidade dos jogadores de rugby. Neste grupo de perguntas questionou-se a satisfação quanto a nível de rendimento financeiro, relacionamento familiar, reconhecimento social entre outros. O fator que mais chama a atenção foi o relacionamento afetivo que ressaltase que é um fator importante para os jogadores de rugby representando o 32% com totalmente satisfeito e 23% satisfeito, assim como o conforto material com 42% dos atletas satisfeitos. 1 2 3 4 5 - Gráfico 4: Conforto material do público-alvo Fonte: Questionario Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Neutro Satisfeito Totalmente Satisfeito 2 3% 2 3% 20 29% 30 43% 16 23% 80 12345- Totalmente Insatisfeito Insatisfeito Neutro Satisfeito Totalmente Satisfeito 6 8 17 16 23 9% 11% 24% 23% 33% Gráfico 5: Relacionamento afetivo do público-alvo Fonte: Questionario O quinto bloco visava a identificação dos hábitos e opiniões dos entrevistados. Esta parte da pesquisa foi constituída por 23 perguntas utilizando o método escala Likert de 1 até 5, representando “nunca” com o número 1; “raramente” com 2, “às vezes” com 3; “quase sempre” com 4; e “sempre” com o número 5. Por intermédio deste bloco procedeu-se a avaliação da escala de hábitos de lazer e de mídia dos atletas de rugby em Santa Catarina. Podem-se identificar diversos fatores a serem analisados. As perguntas foram direcionadas para identificar: os hábitos típicos dos indivíduos do interior; hábitos culturais e de leitura; hábitos caseiros; práticas esportivas; e por último hábitos de viagem. Conforme análise do bloco foi identificada três fatores que subdividem para um melhor estudo dos hábitos dos clientes, sendo: a busca ativa da informação; a atenção que prestam os clientes a mídia de massa em forma geral; e tendência a atender a mídia de massa. Por último o sexto bloco, visava analisar o perfil sócio demográfico do público-alvo. Para este grupo de perguntas, a fim de facilitar a coleta e a análise dos dados, foi utilizado o método de múltipla escolha e resposta aberta. Este último foi usado para coletar informações adicionais não obrigatórias, como por exemplo, mail e nome do entrevistado. Para as outras perguntas, optou-se pela utilização o método de múltipla escolha. O primeiro dado significativo foi a identificação do sexo, que foi 100% masculino, mas este é um dado pouco relevante visto que o único time a possuir um time feminino é o Desterro, e este não participou da pesquisa. O primeiro impacto nota-se que o perfil dos atletas é jovem, com escolaridade de ensino superior incompleto e ensino médio, representando juntos o 75% da amostra pesquisada, conforme Gráfico 6. 81 0 Não possui 0% 2 3% Ensino médio 22 31% Superior incompleto 31 44% Superior completo 9 13% Especialização 3 4% Mestrado/ doutorado 3 4% Primário Gráfico 6: Escolaridade do público-alvo Fonte: Questionário Até 1.000,00 R$ 1.001,00 a 2.000,00 R$ 2.001,00 a 3.000,00 4 8 11 6% 11% 16% R$ 3.001,00 a 4.000,00 R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00 R$ 5.001,00 a 6.000,00 R$ 6.001,00 a 7.000,00 R$ 7.001,00 a R$8.000,00 R$ 8.001,00 a 9.000,00 Acima de 9.000,00 14 7 3 4 7 3 8 20% 10% 4% 6% 10% 4% 11% Gráfico 7: Renda familiar do público-alvo Fonte: Questionario Os possíveis clientes da Unirugby pertencem à categoria de consumidores classe A2 que de acordo com o Critério Brasil (2010), tem uma renda média mensal de R$ 4.345,00. Após a análise individual dos blocos, a seguir foram avaliadas as perguntas como um todo, dividindo-as nos fatores anteriormente identificados nos blocos. Com isso pretende-se cruzar os dados, a fim de revelar um perfil psicográfico que represente a maioria do público pesquisado. 82 83 84 85 86 87 88 89 O Grafico 8 mostra em maneira simplicada os resultados do questionário aplicado, conforme comentado anteriormente, cada bloco subdivide-se em fatores, por intermédio da média ponderada, consegue-se identificar os fatores que mais determinam um perfil psicográfico em comum do público-alvo. O público que a Unirugby irá atender é um público de altos valores pessoais e sociais, que valoriza relacionamentos afetuosos com outras pessoas, uma vida excitante, o auto-respeito e o sentimento de realização, entre outros. Porém, a maioria dos entrevistados dificilmente se deixa influenciar pela sociedade ao seu redor, identificam-se também como indivíduos propensos à economia, mostrando uma sensibilidade ao preço em relação à concorrência. Este fator vem reforçado também pela percepção de valor do público-alvo, que relaciona a qualidade do produto ao seu preço comprando na maioria das vezes mais do qeu planejado. A respeito dos valores profissionais nas condições atuais, mostram a extrema insatisfação dos jogadores quanto a sua situação profissional, quanto ao nível de lucro, trabalho e reconhecimento profissional. Porém, mostram-se satisfeitos em sua formação cultural, divertimento e conforto material e em geral nos valores de bemestar. Identifica-se também o relacionamento familiar como fator de satisfação, com 70% dos entervistados satisfeitos. Quanto à personalidade, os jogadores de rugby mostram-se introvertidos, pouco abertos a experiências e equilibrados, dificilmente estressam-se e mostram-se 90 pessoas amáveis, disciplinadas, educadas e respeitosas. Os jogadores de rugby são pessoas inteligentes e sua lealdade é tão alta que às vezes podem ser crédulos em algumas situações. O público pesquisado encontra no status um fator muito importante para a sua situação social, visto a sua grande preocupação com aparência e a sua vontade de enriquecer, acumulando bens materiais. Valorizam a família e são pessoas extremamentes otimistas, 76% da amostra pesquisada presenta um grau de importância muito elevado tendo, esperança de melhorias pelos anos futuros em relação a situação atual. São individuos que se procupam com as consequências das suas ações que sabem que cada coisa feita pode ter repercussões no futuro. Identifica-se um perfil profissional preocupando-se com os estudos e buscando sempre novos desafios. Evitam também ter rotina estabelecida no dia-a-dia, tem um perfil de liderança em seu comportamento dentro do grupo, muitas vezes dão o exemplo e se encarregam das responsabilidades pelo bem do grupo. Quanto aos interesses do público alvo, identificam-se uma preocupação com a esfera pública em relação ao país, o desemprego, a segurança pública e principalmente, a saúde pública, são fatores de grande interesse. Referente à esfera individual, o grau de importância dos jogadores aumenta muito, chegando a 89,25% de importância na sua vida. Eles valorizam fatores como o amor, a felicidade, a saúde física e a psicológica. Alto é também a preocupação com a esfera social referente à comunidade, ao lazer e aos amigos, com 78,33% de satisfação, valorizam muito estes três fatores e consideram importante na cultura deles. Por isso, nota-se também um índice fraco de importância da esfera financeira, preocupando-se pouco com seu patrimônio e com dinheiro, sendo pessoas com perfil mais direcionado à sociedade que ao dinheiro. Os jogadores de rugby têm hábitos, atividade e interesses bem pouco interioranos, pois 20,67% frequentam clubes, igrejas e áreas de recreação pública. Não costumam ter habitos de leitura, poucos leem livros e frequentam teatro, enquanto é muito comum a assistirem filmes em casa (76%). Os 94% dos entervistados tem acesso contínuo à Internet, porém passam a maior parte do tempo fora de casa. Como comentado anteriormente os jogadores de rugby são pessoas na maioria introvertidas, raramente eles costumam freqüentar bares, boates e restaurantes. 91 Geralmente os entrevistados jogadores de rugby possuem o habito esportivo, mesmo não frequentando muito a academia é constante a sua participação em atividade física. Em relação aos hábitos de mídia, 36,67% de indivíduos afimam assistir tv a cabo e leer joinais e revistas. Não são muito ouvintes de rádio ou tv aberta, a maioria dos entrevistados presta atenção nos anúncios de rua e em lugares públicos. No capitulo a seguir será estudado todo o sistema de fornecedores. 4.2.2.3 Fornecedores A empresa possui vários fornecedores, principalmente nas cidades de Brusque (SC) e Joinville (SC). Antes de abrir a empresa foi feito um estudo prévio para identificar possíveis fornecedores para começar a produção. Para a compra dos tecidos em pouca quantidade, encontrou-se em Brusque (SC) três empresas fornecedoras que possuem tecido com as características desejadas. A produção do tecido e a confecção das peças da Unirugby são terceirizadas por outras empresas já consolidadas no mercado. O tecido e a qualidade das costuras são muito importantes para se posicionar perante à concorrência, e para isso, o tecido é fornecido por uma empresa de grande porte especializada em tecido tecnológico com ação antibacteriana específica para esportes, que fornece tecido para empresas multinacionais como Nike, Umbro, Adidas. Para comprar o tecido nesta empresa é preciso uma ordem mínima de 15 quilos do mesmo tecido e cor, e o prazo de pagamento é de 30, 60 e 90 dias. Possui uma imensa carteira de produtos, vários tipos de tecidos e tecnologias, fornece matéria-prima para empresas multinacionais e possui especializados em estudar e melhorar seus produtos. Parte de costura é também terceirizada por uma empresa de médio porte que confecciona material esportivo ha mais de 10 anos no mercado, tem qualidade na costura e preocupação na tecnologia, visto a recente aquisição de um maquinário para estampa serigráfica importando da Itália. O tempo de entrega da mercadoria pronta é de 18 dias, com pagamento a vista. O serviço de bordado e estampas é fornecido por uma empresa localizada em Brusque (SC), muito bem equiparada, possui uma grande gama de produtos, 92 estampa em vários materiais e técnicas, atende em grandes e pequenas quantidades, em um prazo de uma semana as mercadorias ficam prontas. 4.3 Análise do ambiente interno A Unirugby é uma empresa nova em um mercado igualmente novo, encontrase na fase de definição e desenvolvimento de seus objetivos organizacionais, sua idealização teve início no final de 2009, e até sua formalização conseguiu fabricar produtos afirmando-se como uma organização, capaz de atuar no mercado de forma descontraida. A filosofia da empresa é de terceirizar boa parte de seus produtos para reduzir os custos internos, sendo assim, o departamento de produção é na maioria terceirizado. Após ter feito uma pesquisa prévia, a Unirugby conseguiu uma empresa que pudesse confeccionar seus produtos com a qualidade exigida. Outra empresa de bordados e outra de estampas, porém vista a importância do tecido e do design, estas atividades são desenvolvidas pelo próprio proprietário, a fim de garantir produtos com as características básicas essenciais. Atualmente, por meio de uma pesquisa realizada por meio de testes a empresa conseguiu apurar a satisfação do cliente em relação aos seus produtos, tendo um resultado positivo que possibilitou a venda de seus itens. A Unirugby conta com a venda direta ao cliente, com transações realizadas nos treinos ou jogos em que seu proprietário participa. A empresa está contratando um programador para desenvolver seu próprio site podendo assim, atender e vender seus produtos on-line. A Unirugby está sempre pesquisando e procurando novas parcerias para aumentar seu mix de produtos. Assim sendo, as principais funções da empresa são desenvolvidas pelo próprio proprietário ao suporte de seu irmão gráfico publicitário. O organograma da Unirugby ilustra como a empresa é estruturada, e evidencia, porém, que a maior parte das funções são desenvolvidas pelo próprio proprietário, conforme pode ser observado na Figura 7. Administrador Produção Financeiro Marketing Pesquisa e desenvolvimento 93 Figura 7: Organograma Unirugby. Fonte: Próprio Autor. Os produtos oferecidos pela empresa são camiseta treino, camiseta jogo, short, e camisetas casuais. São produtos básicos para a prática do esporte. A organização tem vários fornecedores de tecidos principalmente em Brusque (SC) e Joinville (SC). Seu serviço de corte e costura é terceirizado para uma empresa de Joinville (SC), o serviço de bordado e estampas por uma empresa em Brusque (SC). Por escolher esta política de terceirização a Unirugby consegue grande qualidade nos seus produtos, sendo que as empresas escolhidas são especializadas e já atuam no mercado. O tecido e o desenho é a grande preocupação da Unirugby, seus tecidos incorporam uma tecnologia que aumenta a durabilidade do tecido, evitando maus odores, e o desenho de seus produtos permite a facilitação da transpiração, e moda. Os desenhos das peças da Unirugby são concebidos para permitir ao atleta as melhores condições nos seus máximos esforços físicos, as peças distinguem-se por seu desenho que contempla resistência (Poliéster) e conforto (Dry-fit). Atualmente a empresa possui quatro modelos de camisetas diferentes, e um modelo de short. Os modelos são bastante detalhados, com muitos recortes, isso para evidenciar a preocupação com os detalhes que a marca tem e para garantir conforto e design. 94 Figura 8: Modelos Camisetas Unirugby Os tecidos utilizados foram escolhidos pelo proprietário, devido a experiência de 12 anos de rugby na Itália e pelo fato de o Brasil ser um país mais quente o tecido deve garantir: resistência, na prática do rugby os jogadores utilizam as camisetas dos colegas ou dos adversário para tacklear ou fazer formações de scrum, maul e ruck, por isso o tecido e as costuras procuram ser resistentes e não rasgar facilmente; clima, visto a temperatura mais quente no Brasil as camisetas importadas de países como Argentina, Inglaterra e França são concebidas para um público que mora preferencialmente nestas areas ou perto delas. Estas camisetas são produzidas com um tecido mais grosso, para proporcionar aos atletas uma temperatura corpórea adequada em um clima frio, enquanto no Brasil para atletas brasileiros o fator climático pode resultar devastante para a prática do esporte. 95 A Unirugby acredita que devido o desinteresse parcial das multinacionais em adequar seus produtos ao público brasileiro, o fato de ser um empresa nacional e conhecer as necessidades deste público, seja o momento ideal para entrar no mercado e atender esta demanda antes que se instalem as multinacionais. Devido à necessidade de implantar na mente do consumidor a marca da empresa, foi dato muito cuidado na sua criação. A logomarca da empresa (figura 9) foi concebida para que identificasse o rugby, e seja reconhecida como marca específica para a pratica do rugby no Brasil. Figura 9: Logo Unirugby Nota-se na Figura 9 que a logo e o nome da marca significam sua plena atuação no mercado desta modalidade. A posição do homem na logomarca simboliza o try (marcação do ponto), o nome Unirugby, foi composto pela junção das palavras “uni” e “rugby” e significa, na percepção dos criadores, a sua ocupação somente do rugby, o qual deve transmitir confiança aos clientes. As empresas concorrentes possuem produtos similares. A preocupação principal dos produtos dos concorrentes é resistência e design, os preços são ainda muito altos para o público brasileiro. Marcas específicas do rugby, importadas no Brasil chegam a custar 250 reais e 90 reais as mais baratas no mercado. Enquanto uma camiseta Unirugby para o próprio jogador chega a custar no máximo 64 reais, e para os times pode chegar a custar R$ 50,00. 4.4 Análise SWOT Após ter desenvolvido ao longo desta investigação o diagnóstico da situação que engloba todo o estudo desenvolvido até agora no item quatro, é extremamente importante sintetizar a informação para facilitar a compreensão e a sua utilização. Como citado anteriormente de acordo com Kotler (2006), a análise SWOT 96 subdivide-se em análise do ambiente interno (forças e fraquezas) e externo (oportunidades e ameaças). Entende-se que a análise SWOT tem o intuito de identificar e facilitar a compreensão dos: pontos fortes, pontos fracos (relativos à empresa), oportunidades e ameaças (relativos ao meio envolvente à empresa). O objetivo desta análise é relacionar os pontos fortes e fracos internos da empresa com as oportunidades e ameaças externas do mercado e da concorrência. No Quadro 9 serão identificados os pontos e as situações favoráveis e desfavoráveis para a organização, após a identificação, será feita uma análise do cenário atual da empresa, seguindo com uma comparação com os concorrentes e, enfim, serão discutidos cada um destes pontos. Pontos Fortes • • • • • • • • • • • Entrega Rápida; Preço; Localização estratégica; Marca Brasileira; Design e qualidade de produtos competitiva; Atuação em um único ramo; Oportunidades Crescimento constante da modalidade no Brasil; Crescimento constante da modalidade em Santa Catarina; Vendas on-line por meio de site; Poucos concorrentes; Aumento da procura por parte de novos times; • • • • • • • Pontos Fracos Pouco poder Financeiro; Margem de lucro baixa; Pouco mix de produto; Distribuição de produtos limitada; Força de vendas fraca; Dependência do serviço de terceiros; A empresa ainda não possui um posicionamento consolidado; Ameaças • • • • Marcas já fortes no mercado; Impostos altos; Chegadas de multinacionais; Falta de uma cultura e prática do rugby no país; Quadro 9: Análise SWOT da Unirugby A análise SWOT acima apresenta a situação do cenário no qual a empresa Unirugby se encontra atualmente. Conforme o quadro a seguir, pode-se identificar em “que” cenário a empresa Unirugby se encontra neste momento tendo como base o Quadro 8 e visualizando onde tem mais fatores que influenciam o cenário da empresa. 97 Quadro 10: Cenário de atuação da empresa; Fonte: Cláudio Faria Guimarães (OGERENTE, 2010) Analisando a análise SWOT da empresa Unirugby, nota-se que apresenta vários pontos fortes, porém possui mais pontos fracos, o que significa uma leve desvantagem em relação aos seus concorrêntes. No estudo do ambiente que circunda a empresa encontramos uma situação muito favorável a empresa, com mais oportunidades que ameaças, o que posiciona a empresa em um cenário de crescimento. Entende-se com isso que neste cenário a empresa ainda deve se preparar bem para entrar definitivamente no mercado, mas que este apresenta muitos fatores favoráveis para o sucesso, portanto cabe à empresa se preparar para aproveitar estas oportunidades. Forças Kipsta Topper Slav Rugby - - - Grande centro de distribuição; Pesquisa e Desenvolvimento; Produtos de qualidade; Produtos Azuis; Atuação mundial; Grande poder financeiro; - Multinacional brasileira; Experiência no mercado Argentino; Grande poder financeiro; Patrocinador oficial da seleção Brasileira de rugby; Marca consolidada no mercado esportivo; Marketing forte; Vendas em lojas de esportes; Foco nos clientes times; Grande mark share; Experiência comprovada; Tripla costura reforçada; Localização na região com maior cultura de rugby; 98 Fraquezas - Falta de foco para clientes times; Vendas exclusiva em lojas Declathon; - Marca associada ao futebol; Preço elevado; - Tecidos pesados; Entrega em 40 dias; Falta de preocupação dos tecidos com clima e design; Não tem site próprio; Vendas por meio de contato telefônico; Falta de posicionamento no mercado; - Falta de foco no cliente jogador; Quadro 11: Análise SWOT dos concorrentes; Fazendo uma comparação dos pontos fortes e fracos dos concorrentes, notase que a duas multinacionais (Kipsta e Topper) possuem muitos pontos fortes e poucos pontos fracos em relação ao estudo feito anteriormente, enquanto a Slav Rugby destaca-se pelo contrário. A marca Kipsta, é uma marca do grupo Decathlon que está presente no território mundial com 503 centros de distribuição, é uma empresa que investe muito nos seus produtos, financiando pesquisas e desenvolvendo novas tecnologias, isso somado a sua experiência na produção, faz com que desenvolva produtos de altíssima qualidade a um preço competitivo para o mercado brasileiro. A presença dos produtos etiquetados como “azul”, faz com que os clientes jogadores optem para seus produtos, de boa qualidade e design competitivo. Seu grande crescimento nos últimos anos faz entender que a empresa disponibiliza de um grande poder financeiro, podendo investir tanto em publicidade quanto na inauguração de novos centros de distribuição Declathlon. Seus produtos são voltados para a massa, com foco nos clientes jogadores que precisam de artigos para treino ou moda. A venda exclusiva nas lojas faz com que o crescimento da marca dependa da loja Decathlon. A Topper tem também, com a Kipsta muitos pontos fortes, entre eles a sua atuação no cenário mundial faz com que seja uma multinacional brasileira muito bem sucedida na Argentina como marca de rugby. Em 2009 realizou e veiculou 5 comerciais-comédia para divulgar seu patrocínio da seleção brasileira. Tem um posicionamento de marca bem definido, porém no mercado brasileiro a organização focou-se no futebol, por isso, entende-se que sua marca está associada a este esporte, despertando a desconfiança dos clientes, quanto a sua qualidade nos produtos para o rugby. Seu centro de distribuição é variado, vendendo para lojas esportivas sua atuação no mercado acontece de maneira rápida e fácil, seus produtos estão a venda em lojas de varejo em todo o território nacional, porém posiciona-se no mercado por diferenciação, com preços elevados limitando a venda para um público 99 mais nobre. A Slav Rugby uniformes, é uma empresa brasileira com 10 anos de experiência na confecção de uniformes específicos para rugby, nesses anos conseguiu uniformizar mais de 30 times especialmente no estado de São Paulo, seus produtos são bem aceitos pelo público brasileiro, podendo contar com vários times uniformizados. Tem uma grande consideração da resistência das costuras e localizase na região com maior número de time, o que favorece a logística, a comunicação e a imagem da marca. Entre os pontos fracos, a organização apresenta uma dificuldade da empresa em entregas rápidas, seu período de espera vai de 30 a 40 dias, os uniformes sao simples, utiliza muito a serigrafía para estampas e desenhos. Seu processo de venda é principalmente por meio do Orkut e telefone, o principal foco da empresa são os clientes times, seus preços são competitivos, porém, a empresa não tem um posicionamento definido no mercado, e o valor da marca é muito fraco. O Quadro 12 mostra os mesmos pontos tratados no Quadro 8 da análise SWOT da empresa Unirugby, com esta matriz SWOT é possível visualizar melhor para encontrar soluções para transformar os pontos fracos em fortes e prevenir as ameaças aproveitando-se das oportunidades. Fatores Externos Fatores Internos Ameaças: Oportunidades: 1. Crescimento constante da modalidade no 1. Marcas já fortes no mercado; 2. Impostos altos; Brasil; 2. Crescimento constante da modalidade 3. Chegadas de multinacionais; 4. Falta de uma cultura e pratica do rugby em Santa Catarina; 3. Vendas On-line por meio de site; no pais; 4. Poucos concorrentes; 5. Aumento da procura por parte de novos times; 100 Forças: • 1. Entrega Rápida; 2. Preço: 3. Localização estratégica; • 4. Marca Brasileira; 5. Design e qualidade de produtos competitiva; 6. Atuação em um único ramo; Promover eventos de rugby na região e em projetos sociais (O1, O2, O5, F6, F4); Aumentar a capacidade de produção (F1,F2, F3, O3, O4, O5); Fraquezas: • 1. Pouco poder Financeiro; 2. Margem de lucro baixa; • 3. Pouco mix de produto; 4. Distribuição de produtos limitada; • 5. Força de venda fraca; 6. Dependência do serviço de terceiros; Desenvolver site Professional (F1, F2, F4, F5, O5, O4, O3); Desenvolver as competências de vendedor (F1, F5, F7); Fazer novas parcerias com fornecedores, ampliando a linha de produto (F3, F1, F5, O5). • • • • • Reforçar a imagem do rugby em Santa Catarina (A4, F6). Reforçar os relacionamentos com empresas do serviço terceirizado na região (F3, A3). Vender a empresa (F1, F7 ) Procurar novos sócios (F1, F2, A3, A2). Abandonar a empresa(A1, A2, A3, F3, F7, F4); 7. A empresa ainda não possui um posicionamento consolidado; Quadro 12: Matriz SWOT empresa Unirugby. O estudo da situação do cenário no qual a empresa se encontra apresenta uma prevalência de pontos fracos e oportunidade do ambiente externo. A Unirugby deverá se preparar adequadamente para se estruturar em um cenário de crescimento, onde tem um maior número de oportunidades no ambiente, que ameaças, mas a empresa precisa crescer e aproveitar das oportunidades que se apresentam, para isso a empresa deverá ser capaz de diminuir seus pontos fracos, contornar as ameaças que o ambiente apresenta e aproveitar as oportunidades. 4.5 Objetivos de marketing Após analisar a situação e conhecer as ameaças e as oportunidades da organização, podem-se fixar os objetivos que, conforme Campomar e Ikeda (2006, p.131), “ devem ser específicos, mensuráveis, realistas, desafiadores, harmoniosos”. A seguir este trabalho procura estabelecer os objetivos da Unirugby para o curto prazo referente ao ano 2011: - Consolidar-se no mercado de Santa Catarina em 30% até dezembro 2011; - Aumentar a seleção de fornecedores dos 20% até dezembro 2011; - Aumentar o mix de produtos para 10 itens até dezembro 2011; - Melhorar a força de vendas e os canais de distribuição; - Faturar R$ 13.000,00 no primeiro ano de operações; - Criar um posicionamento de marca bem definido até dezembro 2011; 101 4.6 Estratégias de marketing Por meio dos objetivos listados pela empresa Unirugby, ficam definidas as seguintes estratégias de marketing para a conclusão das metas da empresa: 1) Consolidar-se no mercado de Santa Catarina onde estão presentes 13 times de rugby, organizando e patrocinando eventos, como por exemplo, amistosos e torneios presentes em todo o território regional. 2) Fazer pesquisas e negociar parcerias com empresas já consolidadas no setor, tendo mais opções de produção de artigos esportivos de rugby. 3) Procurar fornecedores de vários artigos relacionados ao esporte onde a Unirugby possa colocar sua marca e vender ao seu público aumentando seu mix de produtos e satisfação dos clientes e consumidores. 4) Contratar um vendedor com experiência que possa auxiliar a força de venda da empresa, priorizar a criação do site para a venda direta e estar sempre presentes em eventos de rugby na região. 5) Ser patrocinadora oficial de 5 times na região e estar sempre presente nos eventos que acontecem na região, para vender direitamente ao consumidor final os produtos destinados ao cliente jogador com artigos referente a treino e moda Unirugby. 6) A partir da analise psicográfica do público-alvo, definir um posicionamento da marca que identifique a personalidade dos atletas de rugby transmitindo a imagem de marca esportiva/elegante, confiável, visual clean, que provoque a sensação de status as pessoas que a usam. 4.7 Plano de ação 1) O quê: Consolidar-se no mercado de Santa Catarina onde estão presentes 13 times de rugby, organizando e patrocinando eventos, como por exemplo, amistosos e torneios presentes em todo o território regional. 102 COMO ONDE POR QUÊ RESPONSÁVEL QUANDO QUANTO Estar sempre presente na internet, por meio de redes sociais e contatos. Pesquisar os eventos que se terão na região de Santa Catarina como etapas do Circuito Catarinense, Torneio de seven e seven’s beach. Comprar uma tenda 3x3 e preparar uma mini loja para levar em todos os eventos, vendendo artigos da Unirugby, como por exemplo: camisetas de treino, short e camiseta dos times patrocinados. Será pesquisado por internet na casa do proprietário os eventos que se terão em Santa Catarina, será comprada uma tenda no supermercado, Big de Balneario Camború. Para consolidarse no estado de Sana Catarina a empresa precisa estar presente na vida dos jogadores de rugby, e por isso o lugar onde tem maior concentração é nos eventos onde participam. Departamento de Marketing. Até março de 2011. Investimento para mini-loja Unirugby: 01 tenda R$ 200,00; 03 lonas Unirugby para cobrir três lados da tenda, R$ 250,00 Estoque inicial, R$ 500,00; 01 Arara simples altura regulável R$ 90,00; 02 manequins inteiros R$ 300,00; 01 mesa doblavel e 02 cadeiras R$ 200,00; 50 cabides R$ 65,00; Contratação de vendedor por evento, 20% do lucro líquido; Custo médio de R$ 100,00 por evento; Total R$ 1.705,00 Quadro 13: Ação 01 relacionado a estratégia 01 2) O quê: Fazer pesquisas e negociar parcerias com empresas já consolidadas no setor, tendo mais opções de produção de artigos esportivos de rugby. COMO Pesquisar especialmente na região de Brusque, Joinville e Blumenau empresas de confecção esportivas tendo pelo menos 3 alternativas para as funções de: Costura, Estampas e tecido. ONDE Será pesquisado por internet na casa do proprietário e nas próprias cidades de Brusque, Joinville e Blumenau. POR QUE Para encontrar novas parcerias com empresa já consolidadas no setor precisa-se buscar alternativas aos fornecer que já se tem para não ser muito dependendo ao ritmo dos fornecedores e poder negociar os preços. RESPONSAVEL Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento. QUANDO QUANTO Ate maio Investimento de para 2011. pesquisa de fornecedores alternativos da Unirugby: Despesas várias (gasolina e amostras) R$ 300,00; Total R$ 300,00 Quadro 14: Ação 02 relacionado a estratégia 02 3) O quê: Procurar fornecedores de vários artigos relacionados ao esporte onde a Unirugby possa colocar sua marca e vender ao seu publico aumentando a satisfação dos clientes e consumidores. COMO ONDE POR QUE RESPONSAVEL QUANDO QUANTO 103 Pesquisar especialmente na região de Brusque, Joinville e Blumenau empresas de confecção esportivas e acessórios como: bolsas, roupão, toalha, agasalhos, pólo, camisetas de passeio, agasalho de chuva e chuteiras. Será pesquisado por internet na casa do proprietário e nas próprias cidades de Brusque, Joinville e Bluemenau. Para encontrar novas parcerias com empresa já consolidadas no setor para aumenta o mix de produtos da Unirugby. Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento. Ate Setembro de 2011. Total Investimento para pesquisa de outros fornecedores da Unirugby: Despesas várias (gasolina e amostras) R$ 500,00; R$ 500,00 Quadro 15: Ação 03 relacionado a estratégia 03 4) O quê: Contratar um vendedor com experiência que possa auxiliar a força de venda da empresa, priorizar a criação do site para a venda direta e estar sempre presentes em eventos de rugby na região. COMO Contratar um vendedor experiente que possa acompanhar as vendas por contato telefônico e presencial nos eventos onde participará a miniloja Unirugby. Contratar um programador para se ocupar do desenvolvimento do site. ONDE Em Balneário Camboriu. POR QUE Para poder aproveitar de um professional de vendas. Fazer um site para o lançamento dos produtos a nível nacional e poder atender vários mostrando confiabilidade, RESPONSAVEL Departamento de Marketing. QUANDO QUANTO Ate Abril Investimento de para contratação de 2011. vendedor e programador: da Unirugby: Contratação de vendedor por evento, 20% do lucro liquido da vendas; Despesas gasolina R$ 150,00; Desenvolvimento do site, R$ 4.000,00; Total R$ 4.150,00 Quadro 16: Ação 04 relacionado a estratégia 04 5) O quê: Ser patrocinadora oficial de cinco times na região e estar sempre presente nos eventos que acontecem na região, para vender direitamente ao consumidor final os produtos destinados ao cliente jogador com artigos referente a treino e moda Unirugby. COMO Patrocinar 5 times na região de Santa Catarina vendendo a mercadoria com 20% de desconto. ONDE Em Santa Catarina POR QUE Para ser conhecida e lembrada para os jogadores de rugby, quam usará as camisetas estaá divulgando a marca e dando confiabilidade para os futuros consumidores RESPONSAVEL QUANDO Departamento Ate Dezembro de Marketing. de 2011. Total QUANTO Investimento para patrocínio de time de rugby: 20% de desconto sobre as vendas. - 20% sobre a venda Quadro 17: Ação 05 relacionado a estratégia 05 6) O quê: A partir da análise psicográfica do público-alvo, definir um posicionamento da marca que identifique a personalidade dos atletas de rugby transmitindo a imagem de marca esportiva/elegante, confiável, visual clean, que provoque a sensação de status às pessoas que a usam. 104 Por intermédio da pesquisa psicográfica anteriormente analisada, identificou se alguns fatores chaves comuns dos atletas de rugby. O principal fator de importância está na busca continua por status e o caráter introverso dos jogadores que faz com que se identifiquem em uma imagem elegante, que mostre os seus cuidados com a aparência, mas contemporaneamente, algo de discreto, sem cores fortes, que sejam diferenciados nos detalhes. O cuidado importante também com o preços dos produtos, os atletas têm uma grande sensibilidade aos preços e relacionam a qualidade do produto ao preço, com isso entende-se que produtos muito baratos passam a percepção de baixa qualidade, e este público encontra-se disposto a pagar um pouco mais caro por produtos que tragam maior conforto. Por meio destes dados, interpreta-se que sendo uma marca nova no mercado que procura conquistar a confiabilidade dos clientes, o principal fator a ser analisado é o visual com a qual a marca será exposta aos próprios clientes. A logomarca, como comentado anteriormente, foi concebida para que seja idenficada a sua forte relação com rugby desde a primeira impressão, com isso teve-se grande cuidado em manter um visual limpo e que seja centrado a dar valor à marca. As cores definidas são o preto e branco, foram escolhida por representarem tecnologia, inovação, visual clean e elegância. A marca inspirou-se a uma marca de sucesso no mundo, a “Ralph Lauren”, que com as suas tradicionais camisetas pólo fez com que sua marca fosse lembrada e valorizado ao longo de seus anos, junto a uma forte estratégia de marketing e posicionamento. Figura 10: Comparação logo Ralph Lauren e Unirugby. Como a Ralph Lauren com o Pólo, a Unirugby representa o rugby na sua imagem da marca, o visual é clean, com a imagem preta no fundo branco. Para criar um posicionamento e imagem que transmita seriedade, confiabilidade, design 105 e status optou-se caracterizar os produtos da Unirugby com visual limpo e não poluído. Todos os produtos Unirugby respeitam a identidade visual da marca para padronizar a estética. COMO Padronizar e caracterizar os produtos com a marca Uniugby, posicionando a marca e utilizando uma identidade visual elegante, limpo, confiável e que trasmita status. ONDE No site, nas embalagens e na mini-loja. POR QUE Transmitir a imagem e posicionamento de marca com visual limpo, seriedade, confiabilidade e design. RESPONSÁVEL Departamento de Marketing. QUANDO Ate Dezembro de 2011. Total Quadro 18: Ação 06 relacionado a estratégia 06 Camiseta pólo Figura 11: Modelo de camiseta Pólo. Camisetas jogo/treino QUANTO Investimento variável dependendo da padronização. - Sacolas de papel personalizada 400 und. X 1,22 cada, R$ 480,00; - Caixa preta personalizada media 100 und, x 1,50 cada, R$ 150,00; - Adesivos R$ 0,80x200 unid, R$ 160,00; - Chaveiros R$ 0,40x200 unid., R$ 80,00; R$ 870,00 106 Figura 12: Modelos de camiseta jogo e treino. Camiseta de jogo Blumenau 107 Figura 13: Apresentação da camiseta de jogo Blumenau Rugby Etiqueta Figura 14: Modelo de etiqueta de papel (TAG) Site Unirugby 108 Figura 15: Site Unirugby. Sacola de papel 109 Figura 16: Modelo de sacola de papel Caixa Figura 17: Modelo de caixa. Mini-loja Unirugby 110 Figura 18: Modelo de mini-loja Unirugby. Adesivo Figura 19: Modelo adesivo fundo transparente. 111 Chaveiro Figura 20: Modelo chaveiro Plano de Ações para o ano 2010 Ação Custo (R$) Prazo/execução Responsável Estratégia 1 1.705,00 Janeiro a Março Proprietário Estratégia 2 300,00 Fevereiro a Maio Proprietário Estratégia 3 500,00 Maio a Setembro Proprietário Estratégia 4 4.150,00 Março a Setembro Proprietário Estratégia 5 20% das vendas Janeiro a Dezembro Vendedor Estratégia 6 870,00 Janeiro a Dezembro Proprietário Custo total das ações 7.525,00 --------------------------------------- -------------------- Quadro 19: Plano de ação para Unirugby Fonte: Dados Primários Por meio das estratégias e ações citadas anteriormente que a empresa procurará alcançar os seus objetivos traçados. Com o plano de marketing a Unirugby pretende alcançar um faturamento bruto de R$ 13.000,00 até o final de 2011. Contudo, antes da implementação de tais ações é preciso conferir se as possibilidades financeiras da empresa podem bancar os custos das ações programadas no plano de marketing, pois, caso contrário, tornará a realização do mesmo inviável ou, antes da sua implementação deverão ser adaptados a verba disponível. 112 Demonstrativo de resultado do exercício (DRE) projetado: 1. Receita Bruta 2. Custo dos produtos e serviços 3. Lucro Bruto (1-2) 4. Despesas Fixas e variáveis Gastos com Marketing Investimentos estratégicos Total das despesas (=) Lucro líquido (3-4) Jan/Dez 2010 (R$) 1000,00 700,00 Jan/Dez 2011 (R$) 13.000,00 4.500,00 300,00 8.500,00 150,00 100,00 500,00 100,00 7.525,00 250,00 50,00 8.125,00 375,00 Quadro 20: Demonstrativo de resultado De acordo com o Quadro 20, pode-se observar que a empresa obterá no ano de 2011 um faturamento de R$ 13.000,00 na receita. Pode-se notar um grande aumento das despesas devido ao investimento em marketing que a empresa deverá fazer para garantir um retorno favorável. Nota-se que estes investimento são de longo prazo, pois são todos bens que durarão também para os anos sucessivos. No entanto, devido aos investimentos estratégicos a empresa poderá se beneficiar devido ao retorno de imagem e posicionamento que a marca irá ter a causa dos investimentos calculados. Terá uma presença muito mais constante na vida dos atletas e nos times de rugby, com isso poderá conquistar novos clientes e aumentar as vendas. Presume-se que no médio prazo o resultado do demonstrativo seja positivo para a empresa. 4.8 Avaliação e controle O plano de marketing deve integrar instrumentos e padrões que serão utilizados como base para o controle das ações propostas e realizadas. Entre os instrumentos, precisa-se utilizar as informações obtidas como feedback, assim como a freqüência com que serão fornecidas, formas e datas de apresentação (CAMPOMAR e IKEDA, 2006). Depois da análise das estratégias de marketing e a sua aplicação no ambiente mercadológico, nota-se que se insere em um contexto muito amplo de todo o processo mercadológico de uma empresa. Pode-se concluir que as estratégias e ações de marketing presentes neste plano foram analisadas e selecionadas de acordo com o perfil de uma micro empresa. 113 O acompanhamento será feito periodicamente para que se possa analisar o andamento do projeto, os fatores positivos e negativos que poderão aparecer e com monitoramento contínuo, fazendo ajustes quando necessário para o certo percurso do projeto. O controle será feito pelo proprietário da empresa. A avaliação e controle das ações implementadas permitem que a empresa monitore os resultados e obtenha informações necessárias para que possa ter a flexibilidade de adaptar-se e corrigir possíveis fatores que possam interferir a consecução dos objetivos estabelecidos pela organização. 114 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho focalizou atenção na temática do plano de markerting e do rugby. A importância do planejamento e de todas as atividades que a empresa deve se preocupar e os fatores que influenciam seu ambiente interno e externo. Perante à importância da elaboração de um plano de marketing para uma empresa que pretende entrar no mercado, este trabalho tem como área o marketing e como tema de pesquisa o plano de marketing focando o posicionamento. A temática foi estabelecida para avaliar a entrada em um mercado novo no Brasil para uma micro-empresa de roupas e acessórios de Rugby em território nacional. O estudo desenvolvido representa para a Unirugby todo o planejamento da empresa. Com este foi possível organizar as informações do seu ambiente interno e externo, e foram traçados os objetivos a serem alcançados. Este estudo demonstrou a importância de elaborar um plano de marketing e que, este seja flexível a novas realidades, adaptado a novos paradigmas e constantemente atualizado para que o instrumento não se torne obsoleto. Esta investigação demonstrou também a importância de elaborar um planejamento voltado para a Unirugby, como forma de conquistar novos clientes, satisfazer melhor os atuais, o que conseqüentemente implica em aumento da taxa de vendas e lucro da empresa. No sentido de compreender melhor a atual relevância do tema central deste trabalho, foram abordados alguns assuntos, entre os principais tópicos cita-se o jogo do rugby e suas regras, história do rugby no mundo, e do rugby no Brasil, focalizando a compreensão sobre o assunto e as perspectivas complementares envolvendo a temática. No campo do marketing, foram abordados assuntos relativos às definições e nos conceitos do marketing, marketing esportivo, composto de marketing, posicionamento, imagem e por fim, o plano de marketing, analisando o ambiente interno e externo da empresa. Com base nesses pressupostos, o objetivo geral que orientou este estudo foi propor um plano de marketing para a empresa Unirugby. A empresa é nova no mercado, não possue experiência, mas conhece bem o público e suas necessidades. Com este estudo, buscou-se levantar as informações do públicoalvo, ambiente interno e externo para poder determinar a melhor estratégia de entrada no mercado. 115 Para operacionalizar o objetivo geral mencionado acima, buscou-se: 1) Analisar a situação atual da empresa (seu macro e micro ambiente); 2) Identificar os concorrentes e analisar os pontos fracos e fortes, ameaças e oportunidades; 3) Definir o público-alvo e identificar seus hábitos, valores e comportamento; 4) Estabelecer objetivos de marketing; 5) Elaborar uma estratégia de marketing; 6) Montar um plano de ação; 7) Definir um programa de avaliação e controle dos resultados. Em relação ao primeiro objetivo específico, identificou-se a origem da empresa, seu processo de produção, seus produtos, conseguiu-se identificar ameaças e oportunidades do micro e macro ambiente. Campomar e Ikeda (2006) acreditam que a análise da situação é um diagnóstico do que está acontecendo e um prognóstico de situações futuras que podem acontecer. Esta análise deve ser feita com base em informações interna e externa da organização e as informações obtidas devem ser o mais confiável e completa possível. O segundo objetivo específico consistiu em identificar os concorrentes e fazer uma análise SWOT identificando pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças. Nesse sentido, foram identificados os concorrentes que mais se aproximam do mercado no qual a empresa quer atuar. Das três empresas analisadas, somente uma é nacional, sendo as outras duas multinacionais. Por meio de uma análise profunda de fontes secundárias, conseguiu-se identificar os pontos fortes e fracos dos concorrentes em relação à empresa. Ressalta-se, no entanto, que os concorrentes multinacionais possuem mais pontos fortes e menos fraquezas que os posicionam em vantagem em relação à Unirugby. No entanto, a empresa nacional apresenta a mesma quantidade de pontos fortes e fracos, porém, pontos diferentes em relação à Unirugby. Em relação ao terceiro objetivo específico, seu intuito foi definir o público-alvo e identificar seus hábitos, valores e comportamentos. Em tal caso, considerou-se como público-alvo os jogadores de rugby, que jogam nos vários times no estado de Santa Catarina. As informações básicas deste público foram obtidas por meio do censo 2009, feito pela Associação Brasileira de Rugby (ABR). Foi definida uma amostra e aplicado um questionário para identificar o perfil psicográfico comum dos atletas de rugby. Constatou-se, entre os jogadores, que estes apresentam grande importância para os valores sociais (77,33%), pessoais (85%), valores de bem-estar (66,67%), enquanto apresentaram pouca importância para valores profissionais 116 (31,67%). Buscou-se identificar uma personalidade comum do público-alvo e constatou-se que a maioria do público apresenta um perfil introvertido, pouco aberto a experiências novas. Foi possível identificar um comportamento equilibrado, com personalidade amável, sendo os jogadores de rugby muito disciplinados. Um fator encontrado, interessante, é a busca contínua por status, querendo em sua maioria adquirir bens materiais e cuidar da aparência pessoal. Em relação aos hábitos, os jogadores não costumam ter hábitos de leitura, poucos leem livros e frequentam teatro, enquanto é muito comum que assistirem filmes em casa (76%). Os 94% dos entrevistados tem acesso contínuo à internet. Porém, passam a maior parte do tempo fora de casa. Considerando o quarto objetivo específico deste trabalho, buscou-se estabelecer objetivos de marketing para a empresa alcançar em 2011. Foram estabelecidos 6 objetivos de marketing, e com estes procurou-se para o ano de 2011: 1) Consolidar-se no mercado de Santa Catarina em 30%; 2) Aumentar a seleção de fornecedores em 20%; 3) Aumentar o mix de produtos para 10 itens; 4) Melhorar a força de venda e canais de distribuição; 5) Faturar R$ 13.000,00 no primeiro ano de operações; 6) Criar um posicionamento de marca bem definido. Os objetivos foram estabelecidos considerando a situação da empresa e seu capital de micro-empresa, a fim de conseguir o maior retorno com o menor investimento. Em relação ao sexto objetivo de marketing, buscou-se informações psicográficas dos possíveis clientes, para identificar a imagem e posicionamento que a empresa deverá ter no mercado. Quanto ao quinto objetivo específico, foram elaboradas estratégias para conseguir alcançar os objetivos de marketing anteriormente descritos. Para cada objetivo de marketing corresponde uma estratégia. A principal estratégia da empresa está em se estruturar e conseguir capital para estar presente em todos os eventos de rugby na região e fazer um site por meio do qual serão centralizadas as vendas e o contato direto com os consumidores. Em relação ao sexto objetivo específico do trabalho foi montado um plano de ação, a fim de determinar onde, quando, como, o que, porque e como serão aplicadas as estratégias de marketing definidas no objetivo específico anterior. Todas as estratégias serão aplicadas em um prazo de um ano. O objetivo é ter um controle sobre quem vai fazer qual estratégia e avaliar o quanto já foi executada. Nota-se que sendo uma empresa de pequeno porte, todas as 117 estratégias serão executadas pelo proprietário, que deverá se dedicar totalmente ao desenvolvimento de tais ações. Quanto ao sétimo objetivo específico, foi definido um programa de avaliação e controle dos resultados. O acompanhamento das ações desenvolvidas será feito periodicamente, para que se possa analisar o andamento do projeto, os fatores positivos e negativos que poderão aparecer e monitoramento contínuo, fazendo ajustes quando necessário, para a correta execução do projeto. O controle será feito pelo proprietário da empresa. A avaliação e o controle das ações implementadas permitem a empresa monitorar os resultados e obter informações necessárias para que possa ter a flexibilidade de adaptar-se e corrigir possíveis fatores que possam interferir na consecução dos objetivos estabelecidos pela organização. Com base nas informações acima, define-se que para uma empresa que está ou que pretende entrar no mercado, é de extrema importância ter um planejamento formal bem definido. Para que todo tipo de negócio dê certo, se faz planejamento, se planeja tudo o que pode acontecer ao negócio, estabelecendo objetivos e definindo metas para alcançar estes objetivos. Esta etapa do negócio deve ser feita com toda calma, deve ser estudada e planejada, deve se conhecer o máximo possível sobre o ramo do seu negócio antes mesmo de começar. Com isso, procura-se buscar as maiores informações, para reduzir o risco na tomada de decisão. Todo negócio pode ou não pode dar certo, tudo depende da concepção que você dá a seu negócio, qual rumo vai percorrer. O complicado no processo de produzir um produto ou serviço é saber comercializá-lo. Qualquer produto que seja bom ou ruim, útil ou inútil, pode ser vendido e ter o maior sucesso, isso porque seu idealizador conseguiu entender como comercializar o produto ou serviço, e sabe como fazer para que ele seja vendido o máximo possível. Em se tratando das limitações desse trabalho, pode-se mencionar restrições relacionada à amostra e ao levantamento de dados. Ao se considerar a amostra, enfatiza-se que em relação aos jogadores de rugby, a idéia inicial era pesquisar o perfil psicográfico dos jogadores de rugby de todo o Brasil, o que não foi possível devido à falta de recursos financeiros por parte da empresa de aproveitar essas informações. Por isso, optou-se por estudar uma amostra de um público menor. Outra restrição foi relacionada aos jogadores da região de Santa Catarina, os quais, principalmente os times mais importantes da região, não deram o apoio 118 esperado para responder os questionários, resultando em 55% da amostra disponível para a análise dos dados. A contribuição desta pesquisa está em fomentar a discussão sobre a elaboração de um plano de marketing para as empresas de qualquer porte. Além disso, aumenta o conhecimento sobre o posicionamento da marca e o comportamento dos consumidores de um mercado altamente segmentado. No campo empresarial, para a empresa o trabalho representa o plano de marketing de um ano, no qual a empresa deverá se basear em suas ações presentes e futuras. Este estudo será o início do que se tornará procedimento para cada período na empresa antes de iniciar novas atividades. Pretende-se realizar este plano de marketing anualmente, a fim de programar e planejar com antecedência as estratégias e os comportamentos que a empresa deverá ter em sua atuação no mercado. Como sugestão para trabalhos futuros, recomenda-se para outros acadêmicos desenvolver estudos na empresa sobre planejamento financeiro, planejamento de comunicação e campanha de marketing. 119 REFERÊNCIAS 120 AAKER, A. David. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 2004. ABR. Censo Nacional 2009. Disponível em: <http://blogdorugby.wordpress.com/2009/11/09/censo-nacional-resultados-eanalise/> Acesso em 6 Agosto 2010. AURELIO. Significado de Mercado. 2010. Disponível em: <http://www. 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Estou realizando uma pesquisa acadêmica de graduação para conhecer melhor sobre os perfis de jogadores de rugby. Sua participação é muito importante para o êxito do nosso trabalho. Cabe ressaltar que o sigilo das informações será plenamente preservado. Por sua especial colaboração, antecipamos nossos mais sinceros agradecimentos! 2) Entrevistado(a): _____________________________3) E-Mail: ______________ 4) Nome do time:____________________________ Com relação aos valores que você considera importantes para a sua vida diária, favor marca com X nas opções que melhor representem a sua opinião, sendo 1 para SEM IMPORTANCIA e 5 para EXTREMAMENTE IMPORTANTE. Atributos Sem Extremamente Importância Importante 1. Reconhecimento Social 1 2 3 4 5 2. Uma vida excitante 1 2 3 4 5 3. Relacionamento afetuosos com outras 1 2 3 4 5 pessoas 4. Auto-relação 5. Ser respeitado 6. Aproveitar a vida 7. Segurança 8. Auto-respeito 9. Sentimento de realização 10 Sua família 11. Sua (seu) esposa(o) 12. Seus filhos 13. Seu emprego/ trabalho 14. Sua comunidade 15. Seu lazer 16. Seus amigos 17. Seu patrimônio 18. Sua Educação Formal 19. Situação econômica do país 20. Desemprego 21. Segurança Pública 22. Saúde Publica 23. Amor 24. Felicidade 25. Dinheiro 26. Saúde Física 27. Saúde Psicológica 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 126 Em cada linha da tabela abaixo encontramos duas características opostas. Assinale com um X uma das casas numeradas, de acordo com o que mais se aproxima do que você considera suas características. Por exemplo, marque 1 se vocês for DISCRETO e 5 se você for EXPANSIVO. 29. Discreto Expansivo 1 2 3 4 5 30. Pouco inteligente Muito inteligente 1 2 3 4 5 31. Volúvel Estável 1 2 3 4 5 32. Dócil Agressivo 1 2 3 4 5 33. Sério Alegre 1 2 3 4 5 34. Oportunista Consciencioso 1 2 3 4 5 35. Tímido Desinibido 1 2 3 4 5 36. Frio Caloroso 1 2 3 4 5 37. Crédulo Desconfiado 1 2 3 4 5 38. Prático Sonhador 1 2 3 4 5 39. Rude/Grosseiro Educado/Polido 1 2 3 4 5 40. Seguro Inseguro 1 2 3 4 5 41. Conservador Inovador 1 2 3 4 5 42. Faz parte do time Joga sozinho 1 2 3 4 5 43. Indisciplinado Disciplinado 1 2 3 4 5 FRASES Sem Importância 44. Quero apenas viver, sem se preocupar 1 2 demais com o dia de a manhã. 46. Quero enriquecer acumulando bens materiais. 46. É importante para mime star sempre em boa forma fisica. 48. Quero ser uma pessoa culta e com sensibilidade artística. 49. Quero ser útil à sociedade 50. Quero ser admirado pelos outros. 51. Quero ser famoso, conhecido. 52. Quero ter sempre novas experiências para tornar a vida mais emocionante. 53. Quero ter um negócio próprio. 54. Quero ter uma carreira profissional bem sucedida em uma grande empresa. 55. Quero ser um bom marido (boa esposa) e bom pai (boa mãe). 56. Quero viajar pelo Brasil e pelo Mundo. 57. Quero estar sempre atualizado em relação às novidades de nosso tempo. 58. Eu prefiro um trabalho que seja sempre desafiador a um trabalho que eu tenho certeza que possa executar. 59. Eu encaro o estudo como um investimento de longo prazo 3 Extremamente Importante 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 4 4 4 4 5 5 5 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 2 3 4 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 127 60. No meu dia- a- dia, tenho uma rotina já estabelecida. 61. Eu tenho gostos e hábitos conservadores. 62. Eu sou um formador de opinião nos grupos que freqüento. 63. Eu me preocupo muito com a minha aparência pessoal. 64. Eu gosto de me sentir atraente para as pessoas do sexo oposto. 65. Eu deixo as coisas acontecerem, não me preocupo. 66. Eu planejo antes de fazer alguma coisa. 67. Eu tomo iniciativa e responsabilidade nos grupos que participo. 68. Eu gosto de organizar e dirigir as pessoas persuadindo- as a fazer coisas. 69. Eu prefiro que outras pessoas decidam o que eu tenho que fazer. 70. Eu acho que a minha situação vai ser melhor no ano que vem do que é hoje. 71. Eu acho que a minha situação vai ser melhor daqui a cinco anos do que é hoje. 72. Eu acho que ter status é importante. 73. Existe muito amor e união na minha família. 74. Eu sempre checo e comparo os preços quando compro alguma coisa. 75. Uma pessoa pode fazer economias substanciais procurando ofertas. 76. Eu sempre peço por descontos. 77. Eu não ligo para marcas, o importante é a qualidade do produto. 78. Eu, por várias vezes, já comprei produtos pensando no que meus amigos iriam achar. 79. Eu sempre compro produtos que meus amigos também têm. 80. Eu prefiro pagar à vista. 81. Eu sempre que vejo novos produtos/ marcas quero experimentar. 82. Eu sempre peço conselhos para meus amigos e conhecidos antes de comprar um produto/ marca nova. 83. Eu sempre compro produtos que me diferenciam das pessoas de meu grupo. 84. Eu não me importo de pagar mais caro por produtos que me tragam maior conforto 85. Produtos mais caros sempre têm melhor qualidade. 86. Às vezes compro mais do que o planejado. FATORES 87. Nível de ganho (salário) 88. Relacionamento pessoal (amigos) 89. Relacionamento familiar 90. Relacionamento afetivo 91. Relacionamento com os filhos 1 2 3 4 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 3 3 3 3 3 Totalmente Satisfeito 4 5 4 5 4 5 4 5 4 5 Totalmente Insatisfeito 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 128 92. Trabalho 93. Formação cultural (estudo) 94. Lazer pessoal (divertimento) 95. Conforto material 96. Poupança realizada/ patrimônio acumulado 97. Realizações pessoais 98. Reconhecimento social 99. Reconhecimento profissional 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 Com relação a seus hábitos, favor marcar um X nas opções que melhor representem a sua opinião, sendo 0 para NUNCA e 5 para SEMPRE. HÄBITOS NUNCA SEMPRE 100. Freqüento Bares e Boates 1 2 3 4 5 101. Freqüento restaurantes para almoçar/ 1 2 3 4 5 jantar 102. Freqüento cinemas 103. Leio livros 104. Assisto filmes em casa 105. Pratico atividades físicas 106. Freqüento academia 107. Vou ao clube 108. Vou à igreja 109. Freqüento parques / praças / áreas de recreação públicas 110. Viajo para a praia. 111. Viajo para o campo 112. Viajo a negócios 113. Freqüento teatros 114. Acesso a Internet 115. Passo a maior parte do dia em casa 117. Ouço Rádio 118. Vejo TV Aberta 119. Vejo TV a Cabo 120. Leio Jornais 121. Leio Revistas 123. Vejo anúncios na rua 124. Vejo anúncios em lugares fechados 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 129 Informações pessoais 125. Sexo: 1. Masculino 2. Feminino 127. Renda familiar 1. Até 2.000,00 4. R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00 7. R$ 7.001,00 a R$8.000,00 2. R$ 2.001,00 a 3.000,00 5. R$ 5.001,00 a 6.000,00 8. R$ 8.001,00 a 9.000,00 3. R$ 3.001,00 a 4.000,00 6. R$ 6.001,00 a 7.000,00 9. Acima de 9.000,00 129. Estado Civil 128. Escolaridade 1. Não possui 6. Especialização 1. Casado / Amigado 2. Primário 7. 2. Solteiro 3. Ensino médio 5. Mestrado/ doutorado Superior completo 3. Divorciado / Separado 4. Superior incompleto 4. Viúvo (a) 130 APÊNDICE B Resultados em gráfico do questionário aplicado aos jogadores de Rugby em Santa Catarina 131 132 Auto-respeito 133 134 135 Amor 136 137 138 139 140 141 142 143 144 65. Eu deixo as coisas acontecerem, não me preocupo. 145 146 147 80. Eu prefiro pagar a vista. 148 149 90. Relacionamento afetivo 150 151 152 105. Pratico atividades físicas 153 154 155 156 157