MARX, CONTRIBUIÇÕES RESUMO Este trabalho tem por objetivo

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MARX, WEBER E DURKHEIM:
CONTRIBUIÇÕES SOCIOLÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO
Paula Cristina Thomaz1
Christiano Ricardo dos Santos2
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo a comparação entre Marx, Weber e Durkheim na
diferença de abordagens e compreensão
c
da Educação
ducação em cada um deles. No pensamento
de Marx, a educação é um espaço de reprodução ideológica dos interesses da classe
dominante (a burguesia); na perspectiva weberiana, a educação é fonte de um novo
princípio de controle,, enquanto racionalidade instrumental
instrumental de dominação burocrática.
Em Durkheim, a educação é vista como instituição integradora essencial à ordem social.
social
Palavras-chave:: Sociologia da Educação, Durkheim, Marx, Weber
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O objetivo é o de refletir sobre os Fundamentos Sociológicos da Educação,
tendo como eixo o ensino de Sociologia
S
da Educação. A sociologia da educação
comporia o arsenal teórico que ajudaria os professores a se orientarem, juntamente com
as outras disciplinas,
nas, mas que deveria oferecer aos futuros professores instrumentos para
olhar a sociedade e a escola, as crianças, as famílias, a sua prática docente e o contexto
macro social e político. Este trabalho fará a comparação entre os três teóricos, na
diferença de abordagem e compreensão da Educação e da Sociedade
ociedade em cada um deles.
Para Marx as representações que os indivíduos elaboram são representações a
respeito de sua relação com a natureza. Segundo Marx a proposta é o materialismo
prático, sendo a superação da auto-alienação
auto alienação humana, tornando o homem social, isto é,
humano. Na visão
são de Marx a Educação
ducação é uma forma de socialização, de integração dos
indivíduos numa sociedade sem classes, no contexto do materialismo histórico.
Considerando que a sociologia é interessada na relação entre indivíduo e
sociedade, podemos concluir que o conceito de classe social é à base de explicação
desta relação. Para Weber, a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das
1
Discente do curso de Pedagogia do CESUCA. E-mail: [email protected]
Docente do curso de Pedagogia do CESUCA. Doutorando do Programa de Pós-Graduação
Pós Graduação em Geografia
– Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. E-mail:[email protected]
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ações sociais individuais. Para Weber, não existem individualidades históricas.
Considerando que a sociologia é interessada
interessada na relação entre indivíduo e sociedade,
podemos concluir que na visão de Max Weber, o conceito de ação social é a base de
explicação desta relação. A proposta weberiana possibilita a compreensão da dinâmica
(micro e macro) do fenômeno educativo, nomeadamente
nomeadamente as suas relações/conexões com
outras esferas do social, a educação, relação associativa (como qualquerrelação social),
modo de preparaçãodos
os homens para a vida social.
Nos pressupostos de Durkheim, a sociedade prevalece sobre o indivíduo e
coloca a Educação
ducação como um grande fato social. As principais categorias propostas por
Durkheim são a totalidade, expressa pela sociedade, o tempo e o espaço. As
representações são produto da ação coletiva. Considerando que a sociologia é
interessada na relação entre indivíduo e sociedade, podemos concluir que na visão de
Émile Durkheim, o conceito de fato social é a base de explicação desta relação.
A CONTRIBUIÇÃO DE MARX PARA A EDUCAÇÃO
Karl Marx nasceu em 1818 na Alemanha, nunca foi um sociólogo de carreira,
entretanto
etanto toda a sua obra é referente ao Sistema Capitalista, ou melhor, a Corrente
Sociológica conhecida como Sociologia Materialista.Marx estudou a sociedade
cuidadosamente, colaborando assim para o desenvolvimento da sociologia, sendo uma
posição crítica naa formação social capitalista. Seu estudo abrange várias áreas das
ciências como: filosofia, sociologia, economia e educação.
A ideologia de Marx está no caráter sociológico, sua intenção porém não era
apenas contribuir para o desenvolvimento da ciência, mas
mas propor uma ampla
transformação política, econômica e social. Sua obra máxima “O Capital”, destinava-se
destinava
a todos os homens, não apenas aos estudiosos da economia, da política e da sociedade.
Marx considera que o próprio Capitalismo gerou o primeiro movimento social e
também a criação do primeiro sindicato tendo de um lado a Burguesia e do outro os
Trabalhadores.
Sell (2002, p.. 147)
147) nos diz que “Além de uma vigorosa análise crítica do
sistema capitalista, Marx
rx foi um exemplo de pensador que soube unificar sua teoria com
a prática”. Pois, para Marx toda teoria precisa ser coerente para ser colocada em prática
de forma conveniente.
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Seu estudo nasceu devido às práticas e necessidades políticas da sociedade, o
qual
al foi adaptado por outros pensadores marxistas para a realidade em que a sociologia
se encontrava.Outro ponto importante em sua sociologia foi a luta de classes, com base
no Capitalismo e ascensão
nsão da Burguesia, onde o indivíduo
indivíduo não era espontâneo, a
sociedade
dade influência o indivíduo. Em sua teoria a natureza deve ser pensada junto com o
homem, o qual se utiliza da mesma para trabalhar.
Marx tem sua teoria dividida em Materialismo Dialético e Materialismo
Material
Histórico como nos diz Sell (2002, p. 150-151):
[...]] a teoria filosófica de Marx – chamada de materialismo dialético – trouxe
novos pressupostos filosóficos para a sociologia e como sua teoria de analise
da sociedade – chamada de materialismo histórico – trouxe para esta ciência
um novo método de estudo para
pa a vida social. [...]
Para entendermos seu pensamento, é necessário analisar a contribuição de dois
teóricos – Hegel e Feuerbach,
Feuerbach, o primeiro nos traz uma dialética moderna que por
possuir uma história muito longa desde Heráclico,
Heráclico, Platão, entre vários filósofos, foi
Hegel que a entendeu como movimento. Já Feuerbach,
Feuerbach, um dos críticos da teoria de
Hegel, pertencia a esquerda hegeliana, enfatizando o poder religioso sobre o indivíduo,
o qual era alienado por pela religião. A maior influência
fluência de Hegel que Marx adotou foi
o Método Dialético, todavia com uma visão crítica em relação ao mesmo.
Sell (2002, p. 152)) nos reforça:
A diferença entre a dialética de Hegel e a de Marx, portanto, diz respeito ao
seu conteúdo. Assim temos:
Em Hegel: idealismo histórico
Em Marx: materialismo dialético
•
•
Podemos
odemos definir a teoria de Hegel dessa forma:
IDEALISMO DIALÉTICO
TESE
Idéia em si
A realidade é pensamento
ANTÍTESE
Idéia fora de si
A realidade torna-se
torna matéria
SÍNTESE
Idéia em si e para si
A realidade é pensamento e
matéria
FONTE: SELL (2002)
Marx não desprezava essa teoria, porém dizia que a Dialética de Hegel estava
totalmente fora da condição normal.
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Feuerbach era o principal crítico
crítico da teoria de Hegel. Seu pensamento abordava a
questão da alienação causada pela religião, segundo Feuerbach, que defendia uma
postura materialista, eis a influência que o mesmo causou nas teorias de Marx, mas o
mesmo dizia que quem alienava o homem era
era o capitalismo, o qual causa a separação
do homem com seu próprio eu, provocando vários tipos
tipos de alienação que segundo Sell
(2002, p. 158-159)) são essas:
alienação do homem do produto do seu próprio trabalho: aquilo que o
trabalhador produz no capitalismo
capitalismo não pertence a ele. Pertence ao
proprietário capitalista, ao dono dos meios de produção. [...]
alienação
alienaçãodo
homem no ato da produção: na economia capitalista, o
trabalhador também não controla a atividade de produzir. Esta capacidade é
vendida por ele ao capitalista. [...]
alienação do homem de sua própria espécie. Com isto, Marx estava
querendo ressaltar que o homem também se achava separado
se
de seus
semelhantes.
alienação do homem de sua própria natureza humana: a principal
conseqüência da propriedade privada e do capitalismo é que o homem está
alienado de si mesmo, ou seja, daquilo que ele mesmo é. Isto acontece porque
o trabalho – que é o elemento que o diferencia das outras espécies – não está
mais a seu serviço. As coisas inverteram-se.
inverteram se. Sob a forma capitalista, o
homem tornou-se
tornou escravo do trabalho.
Contudo,, existem diversas formas de alienação sobre o homem provocado pelo
capitalismo, originado com a contribuição da Revolução Industrial, possibilitando o
aumento da economia, devido aos empregos fornecidos e os novos produtos que
surgiam facilitando a vida da sociedade, a mesma é convencida da necessidade de
determinados objetos,
etos, hábitos, costumes e uma diversidade
diversidade enorme que poderiam estar
sujeitos a serem conquistados.
Materialismo Histórico
Marx faz uma transformação
sformação na dialética de Hegel, onde a mesma tinha como
realidade o pensamento que se tornava matéria e após a realidade se unia aos dois. Já
Marx buscou transformar a dialética saindo do estudo da história para o estudo da
natureza. No quadro abaixo podemos observa-la:
observa
MATERIALISMO DIALÉTICO
TESE
Matéria (Natureza)
ANTÍTESE
Pensamento (Trabalho)
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SÍNTESE
Sociedade (História)
FONTE: SELL (2002)
Sua nova dialética possui quatro leis fundamentais, as quais são:
Ação Recíproca: para essa dialética, as coisas não são analisadas na
qualidade de objetos fixos, mas em movimento: nenhuma coisa está
“acabada”, encontrando-se
se sempre em vias de transformar, desenvolver, o
fim de um processo é sempre o começo de outro.
Lei da Passagem da Quantidade à Qualidade: o processo de transformação
das coisas se faz por “saltos”. Mudanças mínimas de quantidade vão
acrescentando e provocam, em determinado momento, a mudança qualitativa:
o ser passa a ser outro.
Lei da Interpretação dos Contrários: a dialética considera a contradição
c
inerente à realidade das coisas. E justamente a contradição é a força motriz
que provoca o movimento e a transformação. A contradição é o atrito, a luta
que surge entre os contrários.
Lei da Negação da Negação: da interação das forças contraditórias,
contraditó
em que
uma nega a outra, deriva um terceiro momento: a negação da negação, ou
seja, a síntese, que é o surgimento do novo.(KRUPPA,
KRUPPA, 1994)
Contudo, para Marx o homem é um ser totalmente influenciado pela sociedade,
reconhecendo que o real não está feito
feito de forma definitiva, e que a construção da
sociedade humana está sempre em transformação.
Materialismo Histórico
Para Marx a história
ria se constrói com o trabalho humano, e o estudo da sociedade
deve começar em sua economia.
Podemos representar o método marxista dessa forma:
• Infraestrutura: conjunto das estruturas essenciais da vida humana, se refere ao
todo.
• Estrutura: organização da sociedade, homem.
• Superestrutura: o universo da cultura, pensamento intelectual.
As três estão intimamente vinculadas entre si, podendo ser perturbadas pela
ideologia, pois a mesma, segundo Marx, ilude a humanidade não a fazendo utilizar a
realidade da estrutura.
Considerações sobre a Educação na perspectiva de Marx
O tema Educação não ocupou um lugar central na obra de Marx. Ele não
formulou uma teoria da educação, muito menos princípios metodológicos e diretrizes
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para o processo ensino-aprendizagem.
aprendizagem. Sabemos que sua principal preocupação fora o
estudo das relações sócio--econômicas
econômicas e políticas e seu desenvolvimento no processo
histórico. Existem alguns textos que Marx, juntamente com Engels, redigiu sobre a
formação e o ensino em que a concepção de educação está articulada com o horizonte
das relações sócio-econômicas
econômicas daquela época.
Para Aranha (2006), o ponto de partida da história é a existência de seres
humanos reais que vivem em sociedade e estabelecem relações. O que distingue o ser
humano dos outros animais, conforme Marx é o fato de ele, num dado momento da
história,
ória, começar a produzir os seus próprios meios de existência. Deduz-se
Deduz
desta
perspectiva que, para a compreensão do processo educativo, deve-se
deve se compreender o
processo pelo qual os seres humanos produzem a sua existência, isto é, o processo
produtivo, o mundo
ndo do trabalho e o âmbito de suas relações.
A educação, na sociedade capitalista, é, segundo Marx e Engels, um elemento de
manutenção da hierarquia social; ou o que Gramsci denominou como instrumento da
hegemonia ideológica burguesa.Assim, o ensino aparece
aparece como instrumento para o
conhecimento e também para a transformação da sociedade e do mundo. Este é o
potencial e o caráter revolucionário da educação. O proletariado, por si só, não
conquista sua consciência de classe, sua consciência política, justamente
justamente pelo fato de ter
sido privado desde o início dos meios que lhe permitiriam consegui-lo.
consegui
Marx defendeu uma educação
educaçã pública
blica e gratuita, com uma função
f
de
emancipação humana, sendo socializadora no contexto de um materialismo histórico. A
educação estava ligada ao lado intelectual,
intelectual, corporal e tecnologia fazendo parte da
dinâmica política, a qual iria colaborar para o desenvolvimento da sociedade, fugindo
do período Tradicionalista (Igreja),
(Igreja) privilegiando a razão sobre a fé, propondo uma nova
sociedade (ARANHA, 2006).
2006)
Percebe-se
se que Marx sempre procurou demonstrar que a liberdade do indivíduo
conquistada foi através do respeito pelo outro, pela razão, pela moral
moral e ética, que nos faz
precisar saber viver em sociedade, ela me dá um âmbito social, direito a educação, ao
processo político, a ser cidadão.
Na sociedade capitalista contemporânea a educação reproduz o sistema
dominante tanto ideologicamente quanto nos níveis técnico e produtivo. Na concepção
socialista, a educação assume um caráter dinâmico, transformador, tendo sempre o ser
humano e sua dignidade como ponto de referência. Uma educação omnilateral é o que
continua fazendo falta em nossa sociedade. O atual
atual sistema educativo, sobretudo no
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Brasil, vem confirmando o que se diz sobre reprodução, exclusão e dominação. Projetos
político-pedagógicos
pedagógicos até existem e são propostos, mas são postos em andamento
aqueles que legitimam o sistema e não representam para ele
ele uma ameaça.
A EDUCAÇÃO WEBERIANA
O alemão Max Weber nasceu em Erfurt, em 1864. Mesmo com a profissão
jurídica definida estudou filosofia, teologia, história e economia. Buscou um
conhecimento amplo em relações as religiões mundiais, descobrindo que a modernidade
é caracterizada pela racionalização da cultura e da sociedade. Seus pensamentos até hoje
são úteis pra se entender o mundo moderno.
O pensamento intelectual de Weber foi inspirado por outras correntes
sociológicas as quais são:
•
Filosofia Clássica: as obras de Immanuel Kant, em que o mesmo dizia
que o conhecimento não encontra a realidade, no entanto são passados
pelos sentidos. Nietszche deixou um pensamento crítico da sociedade
moderna.
•
Filósofos neo-kantianos:
neo
Wilhelm Dilthey, Wilhelm Windelband e
Heinrich Richert buscavam diferenciar as ciências sociais das outras
ciências da natureza.
•
Pensamento social alemão: Weber tem a sua teoria influenciada por
outros pensadores renomados da época como Georg Simmel, Ferdinand
Tönnies, WernwrSombardt
Wer
e Ernest Troeltsch. (KRUPPA, 1996)
Weber construiu sua teoria sociológica com base no sujeito, trabalhando o
indivíduo para o meio social, podendo ser um transformador, tomando suas próprias
decisões.
O seu método é o de compreensão chamado de “Método Compreensivo”, ou
seja, é a interpretação e o entendimento do passado e da história da sociedade em que o
comportamento social não é individual, mas pode ser espontâneo ou não em ambientes
com ou sem regras. Já na concepção marxista a sociedade não é algo exterior, superior.
Não existe oposição entre indivíduo e sociedade.
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Weber também nos traz a ação social. O que é uma ação social? Para Weber, é
qualquer ação que o indivíduo faz, orientado por outro. A escolha do mesmo só é feita
se estou motivado a fazer, com isso o autor nos apresenta alguns tipos de ação social:
•
Ação Tradicional: é aquela que determina por um costume ou hábito.
•
Ação Racional com Relação a um valor: é aquela que se deve ser fiel a
sua ideia até o fim.
•
Ação Afetiva: corresponde a emoção, sentimento, valores, amor. Utiliza
os sentimentos.
•
Ação Racional com Relação a um Fim: se refere a ser pontual, manter
sua posição, usando a razão para determinar um fim (GIDDENS, 2005).
Outro ponto interessante da teoria de Weber é a Origem da Dominação
Do
e do
Poder que foi uma elaboração conceitual para fazer uma dominação social e do poder.
Podemos destacar três tipos de dominação: Dominação Tradicional – características
Patriarcais, oriundas de uma família, costume, hábitos -;; Dominação Carismática
Carismáti –
Devoção a um líder, discurso político, orador -; Dominação Legal – têm por base leis,
lei
estatutos, regulamentações (POYER, 2007).
Weber também nos quis mostrar conceitos de Tipos Ideais, segundo WEBER
(apud SELL p. 114, 2002):
Obtém-se um tipo ideal mediante
iante a acentuação unilateral de um ou
vários pontos de vista, e mediante o encadeamento de grande quantidade de
fenômenos isolados dados, difusos e discretos, que se podem dar em maior
ou menor número ou mesmo faltar por completo, e que se ordenam segundo
os pontos de vista unilateralmente acentuados, a fim de se formar um quadro
homogêneo de pensamento.
Weber apresenta o “tipo ideal” a ser alcançado e classificado por diversas
características que são estudadas cientificamente, para entender a realidade, mas não
deve ser confundida como modelo de realidade e sim um instrumento que guia os
cientistas em seus estudos. É a forma de construção de conceitos, um quadro ideal dos
acontecimentos.
Os homens criam cultura e, assim, o conhecimento sempre será parcial e
incompleto. Como método, Weber traz o conceito de Educação baseada na razão.
Prepara o indivíduo para a vida social e enfatiza o papel do educador e do pesquisador,
já que os tipos de ações sociais são construções teóricas, que tornam compreensíveis
compreensív
ações de agentes sociais. O Diploma era algo de prestígio para a sociedade. A educação
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é socializadora, entretanto constante tanto como na escola como na família, sendo as
duas responsáveis pela mesma.
A EDUCAÇÃO DE DURKHEIM
O francês Émile Durkheim,
Durkheim é considerado um dos fundadores da sociologia
moderna, utilizou métodos científicos para realizar o estudo dos grupos sociais, pois
acreditava que os indivíduos são o produto de forças sociais complexas e não podem ser
entendidos fora do contexto social e que vivem. Seu principal trabalho é na reflexão e
no reconhecimento da existência
existência de uma “Consciência Coletiva” para descrever o
caráter de uma sociedade particular. Para Durkheim, esta consciência coletiva difere
totalmente das consciências individuais que
q a formam.
Sua teoria parte do princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que
só se tornou humano porque se tornou sociável. Este processo de aprendizagem,
Durkheim
rkheim chamou de “socialização”, ou seja, a consciência coletiva seria então formada
durante a nossa socialização e seria composta por tudo aquilo que habita nossas mentes
e que serve para nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse “tudo”
ele chamou de “Fatos Sociais”, e esses eram os verdadeiros objetos de estudo da
Sociologia.
Nem tudo que o indivíduo
indiví
faz é um fato social, para ser necessita ter três
características: generalidade, exterioridade e coercitividade. Durkheim nos chama a
atenção que as pessoas sentem, fazem, pensam independente de suas vontades, pois é
um comportamento
mportamento estabelecido pela sociedade. O importante é que o indivíduo real se
sinta parte de um todo. Para ele, todos os problemas que atingem a sociedade seria de
natureza moral, ou seja, as desigualdades sociais e econômicas não teriam origem por
meio do capitalismo.
Em seus estudos, a sociedade é vista como um objeto e o indivíduo como um
sujeito. A estrutura social era um alicerce para o sujeito estar ligado ao objeto. As
relações podem funcionar individualmente
individual
e socialmente.
Durkheim estudou o fato social que só acontece, pois o indivíduo agiu, impôs e
criou. Ao realizar o estudo sobre o mesmo, Durkheim classificou o fato social como:
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• Geral: o qual se remete em todos os indivíduos, ou na maioria deles. Pode
ocorrer na sua natureza ou da coletividade (sociedade), como as formas de habitação, de
comunicação, os sentimentos e a moral.
• Exterior: se remete aos fatos existentes, aquilo que já existem não mais criados,
no qual vai atuar o indivíduo independente de gostar ou não. As regras, os costumes, as
leis, já existem antes do nascimento das pessoas, são elas impostas por mecanismo de
coerção social, como a educação.
• Coercitivo/Coerção: é referente à força que os fatos exercem sobre nós
(indivíduo), - sanções, leis, roupas, moedas,
m
hotel – não é o que acha o que é. Durkheim
afirma que os fatos sociais são aqueles que exercem determinada força sobre os
indivíduos, adaptar-se
se às regras da sociedade e que pensamos que são escolhas pessoais.
Percebe-se
se que toda a teoria
t
de Durkheim se baseia na “Função
Função Social”, e esta
ligação existente entre o indivíduo e a sociedade, onde para ele o “Todo” condiciona a
“Parte”, ou seja, para nos socializarmos em um grupo social, precisamos nos adaptar a
realidade, costumes e regras da mesma, sem nenhuma
nenhuma influência da parte econômica.
Nesse grupo social os fatos sociais são regras coletivas que orientam o indivíduo, que é
influenciado pela sociedade.
E na fundamentação de sua teoria, o autor começou a se preocupar com fatos
que vinham ocorrendo
orrendo na sociedade,
s
os quais o mesmo julgava ser psicológico, surgiu
assim o estudo do Suicídio, ondeDurkheim
Durkheim mostrava a relação do indivíduo e a
sociedade, buscando também um caminho para solucionar os problemas que envolviam
a sociedade e o indivíduo, como nos diz Giddens (2005, pag. 512) “A
A obra se propõe a
estudar o fenômeno do suicídio, mas também aponta o caminho que Durkheim acredita
levar a uma solução para o problema das relações entre o individuo e a sociedade no
contexto moderno.”.
O suicídio é, antes de mais
mais nada, um indicador do estado moral da sociedade,
nos mostra até que ponto o indivíduo pode chegar, e salienta que causas do suicídio não
são psicológicas, mas sociais. O suicídio era visto como problema moral, após muitos
estudos passou a ser analisado como problema social. Durkheim odividiu
dividiu em três tipos:
Suicídio Egoísta, Suicídio Altruísta e o Suicídio Anômico(DURKHEIM, 1955).
O Suicídio Egoísta: os indivíduos pensam essencialmente em si
mesmos, sofrendo com depressão, melancolia e outros sentimentos. [...] é
analisado graças à correlação entre a taxa de suicídio e os contextos sociais
integradores, como a religião e a família. [...] Se manifestará
manifestar pela apatia e
pela ausência de vinculação com a vida. [...].
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O Suicídio Altruísta: é aquele em que o individuo se mata devido a
imperativos sociais, sem pensar em fazer valer seu direito à vida. [...] Se
manifestará pela energia e a paixão.
O Suicídio Anômico: se deve a um estado de desregramento social, em que
as normas estão ausentes ou perderam o sentido. [...] se manifestará pela
irritação associada às numerosas situações de decepção oferecidas pela vida
moderna, por um desgosto resultante da tomada de consciência da
desproporção entre as aspirações e as satisfações.
Durkheim evidencia a influencia que a sociedade exerce sobre o indivíduo, e
uma vez que esta se modifica o indivíduo terá de possuir os meios necessários para
poder acompanhar, ou seja, situar-se
situar se individualmente dentro do coletivo para não se
abater num estado anómico.
ico. As sociedades são de natureza diferente das dos indivíduos.
Há fenômenos sociais específicos que comandam os fenômenos individuais; o exemplo
mais notável são as correntes sociais que levam os indivíduos à morte, embora cada
uma deles pense que está obedecendo
obedecendo a si mesmo, quando na realidade é joguete
jog
das
forças coletivas. (ARON,, 2002).
O pensamento e discussão educacional de Durkheim são parte importante de
suas obras. As reflexões sobre uma sociedade acabada, a mais avançada da história,
proporcionam a elaboração de fundamentos educacionais voltados à construção de uma
moral coletiva, condição essencial para a existência da solidariedade orgânica na
sociedade. A Educação e a Sociologia de Durkheim afirma que a influência das coisas
sobre os homens é diversa
iversa daquela que provém dos próprios homens. A ação dos
membros de uma geração sobre os outros, difere da que os adultos exercem sobre as
crianças e adolescentes. É esta relação que Durkheim denomina como Educação. A sua
Sociologia Educacional durkheimianase
durkheimia se determinava em fazer reflexões sobre os fatos
educacionais com o intuito de transformar o ser social.
A Educação tem função coletiva, é um fenômeno social que consiste em
socializar os indivíduos. Educar uma criança é prepará-lo
prepará lo a participar de uma ou
o de
várias comunidades. A forma como será transmitido o conteúdo ira formar um ser
social. Defendia uma educação pública e laica e para haver uma socialização da
educação eficaz é necessário a presença de adultos e crianças para a troca de
experiências. Naa concepção durkheimiana,
d
a Educação pode ser comparada a Educação
Tradicional, devido à necessidade da presença de um adulto transmitindo o
conhecimento, costumes, crenças e regras para os mais jovens. A educação transmitida
é totalmente no contexto da sociedade,
sociedade, ou seja, é baseado no que a época da mesma
representa ou estabelece ao indivíduo.
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Por isso que Durkheim nos compara com um corpo vivo – deve funcionar – cada
um precisa estar inserido em uma função individual ou coletiva, nem tudo que
qu está na
teoria funciona na prática.
tica. A disciplina não visa estimular na criança o desejo de
instruir-se,
se, nem é um procedimento voltado para poupar forças do educador. Sua
verdadeira função é atuar como instrumento moral. Em uma classe bem disciplinada
não há nem confusão,
usão, nem o sofrimento, mas a saúde e o bom humor. Cada aluno está
em seu lugar e sente-se
se bem onde está.
Portanto, somos fruto de uma sociedade que nos condiciona a viver o momento e
as regras que a mesma possui, não havendo a possibilidade de agirmos diferentes, pois a
fé age sobre a razão, ou seja, as tradições é que irão nos tornar membros de um grupo
social ou não, as quais já são passadas na primeira escola a Família.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Oss três autores partilham umaorientação comum, apesar dassuas
das
diferentes
abordagens
teóricas.Em
comoinstituição
social,
primeiro
enão
como
lugar,
um
unanimementetrataram
amontoado
a
educação
de organizações(escolas,
faculdades,universidades) ou como um conjuntode colectividades (professores, alunos e
directores).Marx,
.Marx, Weber e Durkheimcolocaram firmemente a instituiçãoeducacional na
estrutura social. Oss três perceberam que a posiçãoda educação na estrutura sociale sua
relação com outras instituiçõeseram a chave para compreendera dinâmica da
mudançaeducacional.
Karl Marx, tranformou radicalmente a sociedade capitalista, dividindo em duas
classes: trabalhadores e capitalista. Para Marx, o trabalho é fundamental para o homem
enquanto ser social. Lutou a favor
fa
dos trabalhadores, onde surgiu
giu os sindicatos e
partidos políticos.Transformou
formou a educação, criando a educação
educação politécnica, onde incluía
incluí
a educação física.
ca. Com essa educação
educ
possibilitaria que o indivíduo
duo tivesse uma leitura
ampla e transformaria esse indivíduo crítico.
críti
Max Weber, acreditava que a família, a escola
esco tem responsabilidade
sponsabilidade de formar
os indivíduos,
duos, podendo manter a ordem social. Essa é a educação racional, onde prepara
o homem para viver em ordem dentro da sociedade. A educação para Weber não está
vinculada como formação integral, mas uma educação como treinamento
reinamento para habilitar
o indivíduo
duo a realização de cada tarefa específica.
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No pensamento de Durkheim acreditava que os indíviduos são o produto de
forças sociais complexas e não podem ser entendidos fora do contexto
contexto social em que
vivem. Formulou o termo
mo consciência coletiva para descrever o caráter
car
de uma
sociedade particular.. De acordo com Durkheim, esta consciência coletiva difere
totalmente das consciências individuais que a formam.
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http://www.slideshare.net/AntnioMartins5/apostila
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