ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac MARX, WEBER E DURKHEIM: CONTRIBUIÇÕES SOCIOLÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO Paula Cristina Thomaz1 Christiano Ricardo dos Santos2 RESUMO Este trabalho tem por objetivo a comparação entre Marx, Weber e Durkheim na diferença de abordagens e compreensão c da Educação ducação em cada um deles. No pensamento de Marx, a educação é um espaço de reprodução ideológica dos interesses da classe dominante (a burguesia); na perspectiva weberiana, a educação é fonte de um novo princípio de controle,, enquanto racionalidade instrumental instrumental de dominação burocrática. Em Durkheim, a educação é vista como instituição integradora essencial à ordem social. social Palavras-chave:: Sociologia da Educação, Durkheim, Marx, Weber CONSIDERAÇÕES INICIAIS O objetivo é o de refletir sobre os Fundamentos Sociológicos da Educação, tendo como eixo o ensino de Sociologia S da Educação. A sociologia da educação comporia o arsenal teórico que ajudaria os professores a se orientarem, juntamente com as outras disciplinas, nas, mas que deveria oferecer aos futuros professores instrumentos para olhar a sociedade e a escola, as crianças, as famílias, a sua prática docente e o contexto macro social e político. Este trabalho fará a comparação entre os três teóricos, na diferença de abordagem e compreensão da Educação e da Sociedade ociedade em cada um deles. Para Marx as representações que os indivíduos elaboram são representações a respeito de sua relação com a natureza. Segundo Marx a proposta é o materialismo prático, sendo a superação da auto-alienação auto alienação humana, tornando o homem social, isto é, humano. Na visão são de Marx a Educação ducação é uma forma de socialização, de integração dos indivíduos numa sociedade sem classes, no contexto do materialismo histórico. Considerando que a sociologia é interessada na relação entre indivíduo e sociedade, podemos concluir que o conceito de classe social é à base de explicação desta relação. Para Weber, a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das 1 Discente do curso de Pedagogia do CESUCA. E-mail: [email protected] Docente do curso de Pedagogia do CESUCA. Doutorando do Programa de Pós-Graduação Pós Graduação em Geografia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. E-mail:[email protected] [email protected] 2 Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCAv.1, CESUCA n. 6 (2012) 1 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac ações sociais individuais. Para Weber, não existem individualidades históricas. Considerando que a sociologia é interessada interessada na relação entre indivíduo e sociedade, podemos concluir que na visão de Max Weber, o conceito de ação social é a base de explicação desta relação. A proposta weberiana possibilita a compreensão da dinâmica (micro e macro) do fenômeno educativo, nomeadamente nomeadamente as suas relações/conexões com outras esferas do social, a educação, relação associativa (como qualquerrelação social), modo de preparaçãodos os homens para a vida social. Nos pressupostos de Durkheim, a sociedade prevalece sobre o indivíduo e coloca a Educação ducação como um grande fato social. As principais categorias propostas por Durkheim são a totalidade, expressa pela sociedade, o tempo e o espaço. As representações são produto da ação coletiva. Considerando que a sociologia é interessada na relação entre indivíduo e sociedade, podemos concluir que na visão de Émile Durkheim, o conceito de fato social é a base de explicação desta relação. A CONTRIBUIÇÃO DE MARX PARA A EDUCAÇÃO Karl Marx nasceu em 1818 na Alemanha, nunca foi um sociólogo de carreira, entretanto etanto toda a sua obra é referente ao Sistema Capitalista, ou melhor, a Corrente Sociológica conhecida como Sociologia Materialista.Marx estudou a sociedade cuidadosamente, colaborando assim para o desenvolvimento da sociologia, sendo uma posição crítica naa formação social capitalista. Seu estudo abrange várias áreas das ciências como: filosofia, sociologia, economia e educação. A ideologia de Marx está no caráter sociológico, sua intenção porém não era apenas contribuir para o desenvolvimento da ciência, mas mas propor uma ampla transformação política, econômica e social. Sua obra máxima “O Capital”, destinava-se destinava a todos os homens, não apenas aos estudiosos da economia, da política e da sociedade. Marx considera que o próprio Capitalismo gerou o primeiro movimento social e também a criação do primeiro sindicato tendo de um lado a Burguesia e do outro os Trabalhadores. Sell (2002, p.. 147) 147) nos diz que “Além de uma vigorosa análise crítica do sistema capitalista, Marx rx foi um exemplo de pensador que soube unificar sua teoria com a prática”. Pois, para Marx toda teoria precisa ser coerente para ser colocada em prática de forma conveniente. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCAv.1, CESUCA n. 6 (2012) 2 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Seu estudo nasceu devido às práticas e necessidades políticas da sociedade, o qual al foi adaptado por outros pensadores marxistas para a realidade em que a sociologia se encontrava.Outro ponto importante em sua sociologia foi a luta de classes, com base no Capitalismo e ascensão nsão da Burguesia, onde o indivíduo indivíduo não era espontâneo, a sociedade dade influência o indivíduo. Em sua teoria a natureza deve ser pensada junto com o homem, o qual se utiliza da mesma para trabalhar. Marx tem sua teoria dividida em Materialismo Dialético e Materialismo Material Histórico como nos diz Sell (2002, p. 150-151): [...]] a teoria filosófica de Marx – chamada de materialismo dialético – trouxe novos pressupostos filosóficos para a sociologia e como sua teoria de analise da sociedade – chamada de materialismo histórico – trouxe para esta ciência um novo método de estudo para pa a vida social. [...] Para entendermos seu pensamento, é necessário analisar a contribuição de dois teóricos – Hegel e Feuerbach, Feuerbach, o primeiro nos traz uma dialética moderna que por possuir uma história muito longa desde Heráclico, Heráclico, Platão, entre vários filósofos, foi Hegel que a entendeu como movimento. Já Feuerbach, Feuerbach, um dos críticos da teoria de Hegel, pertencia a esquerda hegeliana, enfatizando o poder religioso sobre o indivíduo, o qual era alienado por pela religião. A maior influência fluência de Hegel que Marx adotou foi o Método Dialético, todavia com uma visão crítica em relação ao mesmo. Sell (2002, p. 152)) nos reforça: A diferença entre a dialética de Hegel e a de Marx, portanto, diz respeito ao seu conteúdo. Assim temos: Em Hegel: idealismo histórico Em Marx: materialismo dialético • • Podemos odemos definir a teoria de Hegel dessa forma: IDEALISMO DIALÉTICO TESE Idéia em si A realidade é pensamento ANTÍTESE Idéia fora de si A realidade torna-se torna matéria SÍNTESE Idéia em si e para si A realidade é pensamento e matéria FONTE: SELL (2002) Marx não desprezava essa teoria, porém dizia que a Dialética de Hegel estava totalmente fora da condição normal. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCAv.1, CESUCA n. 6 (2012) 3 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Feuerbach era o principal crítico crítico da teoria de Hegel. Seu pensamento abordava a questão da alienação causada pela religião, segundo Feuerbach, que defendia uma postura materialista, eis a influência que o mesmo causou nas teorias de Marx, mas o mesmo dizia que quem alienava o homem era era o capitalismo, o qual causa a separação do homem com seu próprio eu, provocando vários tipos tipos de alienação que segundo Sell (2002, p. 158-159)) são essas: alienação do homem do produto do seu próprio trabalho: aquilo que o trabalhador produz no capitalismo capitalismo não pertence a ele. Pertence ao proprietário capitalista, ao dono dos meios de produção. [...] alienação alienaçãodo homem no ato da produção: na economia capitalista, o trabalhador também não controla a atividade de produzir. Esta capacidade é vendida por ele ao capitalista. [...] alienação do homem de sua própria espécie. Com isto, Marx estava querendo ressaltar que o homem também se achava separado se de seus semelhantes. alienação do homem de sua própria natureza humana: a principal conseqüência da propriedade privada e do capitalismo é que o homem está alienado de si mesmo, ou seja, daquilo que ele mesmo é. Isto acontece porque o trabalho – que é o elemento que o diferencia das outras espécies – não está mais a seu serviço. As coisas inverteram-se. inverteram se. Sob a forma capitalista, o homem tornou-se tornou escravo do trabalho. Contudo,, existem diversas formas de alienação sobre o homem provocado pelo capitalismo, originado com a contribuição da Revolução Industrial, possibilitando o aumento da economia, devido aos empregos fornecidos e os novos produtos que surgiam facilitando a vida da sociedade, a mesma é convencida da necessidade de determinados objetos, etos, hábitos, costumes e uma diversidade diversidade enorme que poderiam estar sujeitos a serem conquistados. Materialismo Histórico Marx faz uma transformação sformação na dialética de Hegel, onde a mesma tinha como realidade o pensamento que se tornava matéria e após a realidade se unia aos dois. Já Marx buscou transformar a dialética saindo do estudo da história para o estudo da natureza. No quadro abaixo podemos observa-la: observa MATERIALISMO DIALÉTICO TESE Matéria (Natureza) ANTÍTESE Pensamento (Trabalho) Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCAv.1, CESUCA n. 6 (2012) 4 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac SÍNTESE Sociedade (História) FONTE: SELL (2002) Sua nova dialética possui quatro leis fundamentais, as quais são: Ação Recíproca: para essa dialética, as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos, mas em movimento: nenhuma coisa está “acabada”, encontrando-se se sempre em vias de transformar, desenvolver, o fim de um processo é sempre o começo de outro. Lei da Passagem da Quantidade à Qualidade: o processo de transformação das coisas se faz por “saltos”. Mudanças mínimas de quantidade vão acrescentando e provocam, em determinado momento, a mudança qualitativa: o ser passa a ser outro. Lei da Interpretação dos Contrários: a dialética considera a contradição c inerente à realidade das coisas. E justamente a contradição é a força motriz que provoca o movimento e a transformação. A contradição é o atrito, a luta que surge entre os contrários. Lei da Negação da Negação: da interação das forças contraditórias, contraditó em que uma nega a outra, deriva um terceiro momento: a negação da negação, ou seja, a síntese, que é o surgimento do novo.(KRUPPA, KRUPPA, 1994) Contudo, para Marx o homem é um ser totalmente influenciado pela sociedade, reconhecendo que o real não está feito feito de forma definitiva, e que a construção da sociedade humana está sempre em transformação. Materialismo Histórico Para Marx a história ria se constrói com o trabalho humano, e o estudo da sociedade deve começar em sua economia. Podemos representar o método marxista dessa forma: • Infraestrutura: conjunto das estruturas essenciais da vida humana, se refere ao todo. • Estrutura: organização da sociedade, homem. • Superestrutura: o universo da cultura, pensamento intelectual. As três estão intimamente vinculadas entre si, podendo ser perturbadas pela ideologia, pois a mesma, segundo Marx, ilude a humanidade não a fazendo utilizar a realidade da estrutura. Considerações sobre a Educação na perspectiva de Marx O tema Educação não ocupou um lugar central na obra de Marx. Ele não formulou uma teoria da educação, muito menos princípios metodológicos e diretrizes Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCAv.1, CESUCA n. 6 (2012) 5 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac para o processo ensino-aprendizagem. aprendizagem. Sabemos que sua principal preocupação fora o estudo das relações sócio--econômicas econômicas e políticas e seu desenvolvimento no processo histórico. Existem alguns textos que Marx, juntamente com Engels, redigiu sobre a formação e o ensino em que a concepção de educação está articulada com o horizonte das relações sócio-econômicas econômicas daquela época. Para Aranha (2006), o ponto de partida da história é a existência de seres humanos reais que vivem em sociedade e estabelecem relações. O que distingue o ser humano dos outros animais, conforme Marx é o fato de ele, num dado momento da história, ória, começar a produzir os seus próprios meios de existência. Deduz-se Deduz desta perspectiva que, para a compreensão do processo educativo, deve-se deve se compreender o processo pelo qual os seres humanos produzem a sua existência, isto é, o processo produtivo, o mundo ndo do trabalho e o âmbito de suas relações. A educação, na sociedade capitalista, é, segundo Marx e Engels, um elemento de manutenção da hierarquia social; ou o que Gramsci denominou como instrumento da hegemonia ideológica burguesa.Assim, o ensino aparece aparece como instrumento para o conhecimento e também para a transformação da sociedade e do mundo. Este é o potencial e o caráter revolucionário da educação. O proletariado, por si só, não conquista sua consciência de classe, sua consciência política, justamente justamente pelo fato de ter sido privado desde o início dos meios que lhe permitiriam consegui-lo. consegui Marx defendeu uma educação educaçã pública blica e gratuita, com uma função f de emancipação humana, sendo socializadora no contexto de um materialismo histórico. A educação estava ligada ao lado intelectual, intelectual, corporal e tecnologia fazendo parte da dinâmica política, a qual iria colaborar para o desenvolvimento da sociedade, fugindo do período Tradicionalista (Igreja), (Igreja) privilegiando a razão sobre a fé, propondo uma nova sociedade (ARANHA, 2006). 2006) Percebe-se se que Marx sempre procurou demonstrar que a liberdade do indivíduo conquistada foi através do respeito pelo outro, pela razão, pela moral moral e ética, que nos faz precisar saber viver em sociedade, ela me dá um âmbito social, direito a educação, ao processo político, a ser cidadão. Na sociedade capitalista contemporânea a educação reproduz o sistema dominante tanto ideologicamente quanto nos níveis técnico e produtivo. Na concepção socialista, a educação assume um caráter dinâmico, transformador, tendo sempre o ser humano e sua dignidade como ponto de referência. Uma educação omnilateral é o que continua fazendo falta em nossa sociedade. O atual atual sistema educativo, sobretudo no Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCAv.1, CESUCA n. 6 (2012) 6 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Brasil, vem confirmando o que se diz sobre reprodução, exclusão e dominação. Projetos político-pedagógicos pedagógicos até existem e são propostos, mas são postos em andamento aqueles que legitimam o sistema e não representam para ele ele uma ameaça. A EDUCAÇÃO WEBERIANA O alemão Max Weber nasceu em Erfurt, em 1864. Mesmo com a profissão jurídica definida estudou filosofia, teologia, história e economia. Buscou um conhecimento amplo em relações as religiões mundiais, descobrindo que a modernidade é caracterizada pela racionalização da cultura e da sociedade. Seus pensamentos até hoje são úteis pra se entender o mundo moderno. O pensamento intelectual de Weber foi inspirado por outras correntes sociológicas as quais são: • Filosofia Clássica: as obras de Immanuel Kant, em que o mesmo dizia que o conhecimento não encontra a realidade, no entanto são passados pelos sentidos. Nietszche deixou um pensamento crítico da sociedade moderna. • Filósofos neo-kantianos: neo Wilhelm Dilthey, Wilhelm Windelband e Heinrich Richert buscavam diferenciar as ciências sociais das outras ciências da natureza. • Pensamento social alemão: Weber tem a sua teoria influenciada por outros pensadores renomados da época como Georg Simmel, Ferdinand Tönnies, WernwrSombardt Wer e Ernest Troeltsch. (KRUPPA, 1996) Weber construiu sua teoria sociológica com base no sujeito, trabalhando o indivíduo para o meio social, podendo ser um transformador, tomando suas próprias decisões. O seu método é o de compreensão chamado de “Método Compreensivo”, ou seja, é a interpretação e o entendimento do passado e da história da sociedade em que o comportamento social não é individual, mas pode ser espontâneo ou não em ambientes com ou sem regras. Já na concepção marxista a sociedade não é algo exterior, superior. Não existe oposição entre indivíduo e sociedade. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCAv.1, CESUCA n. 6 (2012) 7 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Weber também nos traz a ação social. O que é uma ação social? Para Weber, é qualquer ação que o indivíduo faz, orientado por outro. A escolha do mesmo só é feita se estou motivado a fazer, com isso o autor nos apresenta alguns tipos de ação social: • Ação Tradicional: é aquela que determina por um costume ou hábito. • Ação Racional com Relação a um valor: é aquela que se deve ser fiel a sua ideia até o fim. • Ação Afetiva: corresponde a emoção, sentimento, valores, amor. Utiliza os sentimentos. • Ação Racional com Relação a um Fim: se refere a ser pontual, manter sua posição, usando a razão para determinar um fim (GIDDENS, 2005). Outro ponto interessante da teoria de Weber é a Origem da Dominação Do e do Poder que foi uma elaboração conceitual para fazer uma dominação social e do poder. Podemos destacar três tipos de dominação: Dominação Tradicional – características Patriarcais, oriundas de uma família, costume, hábitos -;; Dominação Carismática Carismáti – Devoção a um líder, discurso político, orador -; Dominação Legal – têm por base leis, lei estatutos, regulamentações (POYER, 2007). Weber também nos quis mostrar conceitos de Tipos Ideais, segundo WEBER (apud SELL p. 114, 2002): Obtém-se um tipo ideal mediante iante a acentuação unilateral de um ou vários pontos de vista, e mediante o encadeamento de grande quantidade de fenômenos isolados dados, difusos e discretos, que se podem dar em maior ou menor número ou mesmo faltar por completo, e que se ordenam segundo os pontos de vista unilateralmente acentuados, a fim de se formar um quadro homogêneo de pensamento. Weber apresenta o “tipo ideal” a ser alcançado e classificado por diversas características que são estudadas cientificamente, para entender a realidade, mas não deve ser confundida como modelo de realidade e sim um instrumento que guia os cientistas em seus estudos. É a forma de construção de conceitos, um quadro ideal dos acontecimentos. Os homens criam cultura e, assim, o conhecimento sempre será parcial e incompleto. Como método, Weber traz o conceito de Educação baseada na razão. Prepara o indivíduo para a vida social e enfatiza o papel do educador e do pesquisador, já que os tipos de ações sociais são construções teóricas, que tornam compreensíveis compreensív ações de agentes sociais. O Diploma era algo de prestígio para a sociedade. A educação Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCAv.1, CESUCA n. 6 (2012) 8 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac é socializadora, entretanto constante tanto como na escola como na família, sendo as duas responsáveis pela mesma. A EDUCAÇÃO DE DURKHEIM O francês Émile Durkheim, Durkheim é considerado um dos fundadores da sociologia moderna, utilizou métodos científicos para realizar o estudo dos grupos sociais, pois acreditava que os indivíduos são o produto de forças sociais complexas e não podem ser entendidos fora do contexto social e que vivem. Seu principal trabalho é na reflexão e no reconhecimento da existência existência de uma “Consciência Coletiva” para descrever o caráter de uma sociedade particular. Para Durkheim, esta consciência coletiva difere totalmente das consciências individuais que q a formam. Sua teoria parte do princípio que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou humano porque se tornou sociável. Este processo de aprendizagem, Durkheim rkheim chamou de “socialização”, ou seja, a consciência coletiva seria então formada durante a nossa socialização e seria composta por tudo aquilo que habita nossas mentes e que serve para nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse “tudo” ele chamou de “Fatos Sociais”, e esses eram os verdadeiros objetos de estudo da Sociologia. Nem tudo que o indivíduo indiví faz é um fato social, para ser necessita ter três características: generalidade, exterioridade e coercitividade. Durkheim nos chama a atenção que as pessoas sentem, fazem, pensam independente de suas vontades, pois é um comportamento mportamento estabelecido pela sociedade. O importante é que o indivíduo real se sinta parte de um todo. Para ele, todos os problemas que atingem a sociedade seria de natureza moral, ou seja, as desigualdades sociais e econômicas não teriam origem por meio do capitalismo. Em seus estudos, a sociedade é vista como um objeto e o indivíduo como um sujeito. A estrutura social era um alicerce para o sujeito estar ligado ao objeto. As relações podem funcionar individualmente individual e socialmente. Durkheim estudou o fato social que só acontece, pois o indivíduo agiu, impôs e criou. Ao realizar o estudo sobre o mesmo, Durkheim classificou o fato social como: Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCAv.1, CESUCA n. 6 (2012) 9 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac • Geral: o qual se remete em todos os indivíduos, ou na maioria deles. Pode ocorrer na sua natureza ou da coletividade (sociedade), como as formas de habitação, de comunicação, os sentimentos e a moral. • Exterior: se remete aos fatos existentes, aquilo que já existem não mais criados, no qual vai atuar o indivíduo independente de gostar ou não. As regras, os costumes, as leis, já existem antes do nascimento das pessoas, são elas impostas por mecanismo de coerção social, como a educação. • Coercitivo/Coerção: é referente à força que os fatos exercem sobre nós (indivíduo), - sanções, leis, roupas, moedas, m hotel – não é o que acha o que é. Durkheim afirma que os fatos sociais são aqueles que exercem determinada força sobre os indivíduos, adaptar-se se às regras da sociedade e que pensamos que são escolhas pessoais. Percebe-se se que toda a teoria t de Durkheim se baseia na “Função Função Social”, e esta ligação existente entre o indivíduo e a sociedade, onde para ele o “Todo” condiciona a “Parte”, ou seja, para nos socializarmos em um grupo social, precisamos nos adaptar a realidade, costumes e regras da mesma, sem nenhuma nenhuma influência da parte econômica. Nesse grupo social os fatos sociais são regras coletivas que orientam o indivíduo, que é influenciado pela sociedade. E na fundamentação de sua teoria, o autor começou a se preocupar com fatos que vinham ocorrendo orrendo na sociedade, s os quais o mesmo julgava ser psicológico, surgiu assim o estudo do Suicídio, ondeDurkheim Durkheim mostrava a relação do indivíduo e a sociedade, buscando também um caminho para solucionar os problemas que envolviam a sociedade e o indivíduo, como nos diz Giddens (2005, pag. 512) “A A obra se propõe a estudar o fenômeno do suicídio, mas também aponta o caminho que Durkheim acredita levar a uma solução para o problema das relações entre o individuo e a sociedade no contexto moderno.”. O suicídio é, antes de mais mais nada, um indicador do estado moral da sociedade, nos mostra até que ponto o indivíduo pode chegar, e salienta que causas do suicídio não são psicológicas, mas sociais. O suicídio era visto como problema moral, após muitos estudos passou a ser analisado como problema social. Durkheim odividiu dividiu em três tipos: Suicídio Egoísta, Suicídio Altruísta e o Suicídio Anômico(DURKHEIM, 1955). O Suicídio Egoísta: os indivíduos pensam essencialmente em si mesmos, sofrendo com depressão, melancolia e outros sentimentos. [...] é analisado graças à correlação entre a taxa de suicídio e os contextos sociais integradores, como a religião e a família. [...] Se manifestará manifestar pela apatia e pela ausência de vinculação com a vida. [...]. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCAv.1, CESUCA n. 6 (2012) 10 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac O Suicídio Altruísta: é aquele em que o individuo se mata devido a imperativos sociais, sem pensar em fazer valer seu direito à vida. [...] Se manifestará pela energia e a paixão. O Suicídio Anômico: se deve a um estado de desregramento social, em que as normas estão ausentes ou perderam o sentido. [...] se manifestará pela irritação associada às numerosas situações de decepção oferecidas pela vida moderna, por um desgosto resultante da tomada de consciência da desproporção entre as aspirações e as satisfações. Durkheim evidencia a influencia que a sociedade exerce sobre o indivíduo, e uma vez que esta se modifica o indivíduo terá de possuir os meios necessários para poder acompanhar, ou seja, situar-se situar se individualmente dentro do coletivo para não se abater num estado anómico. ico. As sociedades são de natureza diferente das dos indivíduos. Há fenômenos sociais específicos que comandam os fenômenos individuais; o exemplo mais notável são as correntes sociais que levam os indivíduos à morte, embora cada uma deles pense que está obedecendo obedecendo a si mesmo, quando na realidade é joguete jog das forças coletivas. (ARON,, 2002). O pensamento e discussão educacional de Durkheim são parte importante de suas obras. As reflexões sobre uma sociedade acabada, a mais avançada da história, proporcionam a elaboração de fundamentos educacionais voltados à construção de uma moral coletiva, condição essencial para a existência da solidariedade orgânica na sociedade. A Educação e a Sociologia de Durkheim afirma que a influência das coisas sobre os homens é diversa iversa daquela que provém dos próprios homens. A ação dos membros de uma geração sobre os outros, difere da que os adultos exercem sobre as crianças e adolescentes. É esta relação que Durkheim denomina como Educação. A sua Sociologia Educacional durkheimianase durkheimia se determinava em fazer reflexões sobre os fatos educacionais com o intuito de transformar o ser social. A Educação tem função coletiva, é um fenômeno social que consiste em socializar os indivíduos. Educar uma criança é prepará-lo prepará lo a participar de uma ou o de várias comunidades. A forma como será transmitido o conteúdo ira formar um ser social. Defendia uma educação pública e laica e para haver uma socialização da educação eficaz é necessário a presença de adultos e crianças para a troca de experiências. Naa concepção durkheimiana, d a Educação pode ser comparada a Educação Tradicional, devido à necessidade da presença de um adulto transmitindo o conhecimento, costumes, crenças e regras para os mais jovens. A educação transmitida é totalmente no contexto da sociedade, sociedade, ou seja, é baseado no que a época da mesma representa ou estabelece ao indivíduo. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCAv.1, CESUCA n. 6 (2012) 11 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac Por isso que Durkheim nos compara com um corpo vivo – deve funcionar – cada um precisa estar inserido em uma função individual ou coletiva, nem tudo que qu está na teoria funciona na prática. tica. A disciplina não visa estimular na criança o desejo de instruir-se, se, nem é um procedimento voltado para poupar forças do educador. Sua verdadeira função é atuar como instrumento moral. Em uma classe bem disciplinada não há nem confusão, usão, nem o sofrimento, mas a saúde e o bom humor. Cada aluno está em seu lugar e sente-se se bem onde está. Portanto, somos fruto de uma sociedade que nos condiciona a viver o momento e as regras que a mesma possui, não havendo a possibilidade de agirmos diferentes, pois a fé age sobre a razão, ou seja, as tradições é que irão nos tornar membros de um grupo social ou não, as quais já são passadas na primeira escola a Família. CONSIDERAÇÕES FINAIS Oss três autores partilham umaorientação comum, apesar dassuas das diferentes abordagens teóricas.Em comoinstituição social, primeiro enão como lugar, um unanimementetrataram amontoado a educação de organizações(escolas, faculdades,universidades) ou como um conjuntode colectividades (professores, alunos e directores).Marx, .Marx, Weber e Durkheimcolocaram firmemente a instituiçãoeducacional na estrutura social. Oss três perceberam que a posiçãoda educação na estrutura sociale sua relação com outras instituiçõeseram a chave para compreendera dinâmica da mudançaeducacional. Karl Marx, tranformou radicalmente a sociedade capitalista, dividindo em duas classes: trabalhadores e capitalista. Para Marx, o trabalho é fundamental para o homem enquanto ser social. Lutou a favor fa dos trabalhadores, onde surgiu giu os sindicatos e partidos políticos.Transformou formou a educação, criando a educação educação politécnica, onde incluía incluí a educação física. ca. Com essa educação educ possibilitaria que o indivíduo duo tivesse uma leitura ampla e transformaria esse indivíduo crítico. críti Max Weber, acreditava que a família, a escola esco tem responsabilidade sponsabilidade de formar os indivíduos, duos, podendo manter a ordem social. Essa é a educação racional, onde prepara o homem para viver em ordem dentro da sociedade. A educação para Weber não está vinculada como formação integral, mas uma educação como treinamento reinamento para habilitar o indivíduo duo a realização de cada tarefa específica. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCAv.1, CESUCA n. 6 (2012) 12 ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA TÍFICA DO CESUCA http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac No pensamento de Durkheim acreditava que os indíviduos são o produto de forças sociais complexas e não podem ser entendidos fora do contexto contexto social em que vivem. Formulou o termo mo consciência coletiva para descrever o caráter car de uma sociedade particular.. De acordo com Durkheim, esta consciência coletiva difere totalmente das consciências individuais que a formam. REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia: Pedagogia Geral e Brasil. 3ed. Revisada e ampliada. São Paulo: Moderna, 2006. CABRAL, Rosangela Rocha de Almeida. Sociologia da Educação.. MineirolÂndia, Pedra Branca. Jul. 2011. Disponível: http://www.slideshare.net/AntnioMartins5/apostila http://www.slideshare.net/AntnioMartins5/apostila-sociologia-da-educao educao-fak. Acesso em: 07 de setembro de 2012, as 12:30. DURKHEIM, Émile. Educação e sociologia, trad. EdiçõesMelhoramentos, São Paulo, 4ª ed., 1955, pp. 25.56. Lourenço Filho, Sociologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005, p. 512). Disponível GIDDENS, A. Sociologia. em:http://www.cursoacesso.com.br/wp http://www.cursoacesso.com.br/wp-content/uploads/SUPER2_SOCIOLOGIA.pdf content/uploads/SUPER2_SOCIOLOGIA.pdf. Acesso em: 07 de setembro de 2012, as 15:00. KRUPPA, Sonia M. Portella. Sociologia da Educação.. São Paulo: Cortez, 1994 POYER, Viviane. Sociologia da Educação: livro didático. didático. Palhoça: Unisul Virtual, 2007. Disponível em: http://busca.unisul.br/pdf/89245_Viviani.pdf. http://busca.unisul.br/pdf/89245_Viviani.pdf. Acesso em: 08 de setembro de 2012, as 8:00. SELL, Carlos Eduardo. Sociologia Clássica:: Durkheim, Weber e Marx. Ed. 2. revisada e ampliada. Itajaí: editora edito UNIVALI, 2002. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000| e-mail: mail: [email protected] ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCAv.1, CESUCA n. 6 (2012) 13