SOCIEDADE MINEIRA DE CULTURA Mantenedora da PUC Minas e do COLÉGIO SANTA MARIA UNIDADE DATA: 02 / 05 / 2016 I ETAPA – AVALIAÇÃO ESPECIAL DE FILOSOFIA – 1.º ANO/EM ALUNO(A): PROFESSOR(A): N.º: VALOR: 8,0 MÉDIA: 4,8 TURMA: RESULTADO: % TEXTO I Ao surgir, a filosofia não é uma cosmogonia e sim, (...) uma cosmologia, ou seja, uma explicação racional sobre a origem do mundo e sobre as causas das transformações e repetições das coisas. A pergunta que os estudiosos fazem, então, é a seguinte: a cosmologia nasce de uma transformação gradual dos mitos ou de uma ruptura radical com os mitos? A filosofia continua ou rompe com a cosmogonia e a teogonia? [...] A filosofia, percebendo as contradições e limitações dos mitos, foi racionalizando as narrativas míticas, transformando-as numa outra coisa, numa explicação inteiramente nova e diferente. CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2013. p. 45. QUESTÃO 01 Com base no TEXTO I e nos seus conhecimentos sobre o surgimento da Filosofia, disserte sobre a diferença entre mito e filosofia, destacando as condições históricas para a consolidação desse saber no mundo grego antigo. 2 1 TEXTO II Por que a filosofia é uma forma diferente de ver o mundo? Em primeiro lugar porque é um olhar que pressupõe distanciamento. A excessiva proximidade de um objeto pode interferir na nossa compreensão sobre ele. Um passo para trás pode nos ajudar a ganhar uma perspectiva mais ampla. Agora imagine que a realidade é como uma parede contra a qual nossa face está colada. Tão próximos assim, torna-se difícil apreender o tamanho, extensão, espessura ou até mesmo a cor dessa parede. Olhar filosoficamente a realidade implica um certo afastamento dessa parede que está diante e em torno de nós. Infelizmente, porém, na perspectiva de quem continua com seu rosto colado na parede do real, aquele que se distancia parece ter perdido sua conexão com o mundo, soando e agindo como se fosse louco. Ao contrário, trata-se aí de um afastamento que visa a uma perspectiva mais rica e profunda da realidade. Uma das diferenças entre a loucura e a filosofia consiste justamente no fato de que a primeira é um estado de permanente desvinculação do real, ao passo que a segunda promove apenas um distanciamento provisório e estratégico. FEITOSA, Charles. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. p. 27-31. QUESTÃO 02 Com base no TEXTO II e nos seus conhecimentos sobre a finalidade da filosofia, escreva um post para a rede social “CSMplugado”, incentivando os jovens a estudar Filosofia. Em sua produção, aborde as possíveis aplicações do conhecimento filosófico no século XXI. 2 2 TEXTO III A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: “Tudo é um”. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego. Se tivesse dito: “Da água provém a terra”, teríamos apenas uma hipótese científica, falsa, mas dificilmente refutável. Mas ele foi além do científico. Ao expor essa representação da unidade através da hipótese da água, Tales não superou o estágio inferior das noções físicas da época, mas, no máximo, saltou sobre ele. As parcas e desordenadas observações de natureza empírica que Tales havia feito sobre a presença e as transformações da água ou, mais exatamente, do úmido, seriam o que menos permitiria ou mesmo aconselharia tão monstruosa generalização; o que o impeliu a esta foi um postulado metafísico, uma crença que tem sua origem em uma intuição mística e que encontramos em todos os filósofos, ao lado dos esforços sempre renovados para exprimi-la melhor — a proposição: “Tudo é um”. [...] Quando Tales diz: “Tudo é água”, o homem [...] pressente a solução última das coisas e vence, com esse pressentimento, o acanhamento dos graus inferiores do conhecimento. NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos gregos, § 3. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 16. QUESTÃO 03 Considerando o TEXTO III e os seus conhecimentos sobre os filósofos naturalistas, redija texto dissertativo-argumentativo a ser publicado no Jornal do Colégio Santa Maria, explicitando a importância da busca pela arché no desenvolvimento do pensamento filosófico grego antigo. 3 2 TEXTO IV O escopo ou fim da filosofia está no puro desejo de conhecer e contemplar a verdade. Em suma, a filosofia grega é desinteressado amor pela verdade. Conforme escreve Aristóteles, os homens, ao filosofar, “buscaram o conhecer a fim de saber e não para conseguir alguma utilidade prática”. Com efeito, a filosofia nasceu apenas depois que os homens resolveram os problemas fundamentais da subsistência e se libertaram das necessidades materiais mais urgentes. E Aristóteles conclui: “Portanto, é evidente que nós não buscamos a filosofia por nenhuma vantagem a ela estranha. Ao contrário, é evidente que, como consideramos homem livre aquele que é fim para si mesmo, sem estar submetido a outros, da mesma forma, entre todas as outras ciências, só a esta consideramos livre, pois só ela é fim a si mesma.” É fim a si mesma porque tem por objetivo a verdade, procurada, contemplada e desfrutada como tal. ANTISERI, Dario. REALE, Giovanni. História da Filosofia: Filosofia pagã antiga. São Paulo: Paulus, 2014. p. 12. QUESTÃO 04 O fim da filosofia é ela mesma. Partindo desse pressuposto e do texto motivador, elabore um trecho de entrevista com um filósofo pré-socrático. O seu texto deverá conter perguntas e respostas que estejam relacionadas à teoria do filósofo escolhido. 4 2 LHMC/vlbj 5