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Colocação
Pronominal
Aprenda a aplicá-la
corretamente!
Professor
Lucas gonçalves
COLOCAÇÃO
PRONOMES PESSOAIS OBLÍQUOS ÁTONOS
(sem preposição)
PRONOMINAL
A colocação pronominal está
diretamente ligada à posição
que os pronomes oblíquos átonos
ocupam em relação aos verbos,
podendo apresentar‑se em casos
de próclise, mesóclise e ênclise.
1ª
ME
NOS
2ª
TE
VOS
3ª
O, A, SE, LHE
OS, AS, SE, LHES
Agora é hora de posicionar corretamente esses pronomes:
PRÓCLISE
colocação do pronome antes do verbo.
1.(Cespe/PRF/Técnico) No período “Mas não o faça sem conhecimento de causa”, o ele‑
mento “o”, que estabelece coesão com os períodos anteriores, marca a elipse do sintagma
nominal “um carro” (R.1). TEXTO: Se você quiser, compre um carro; é um conforto admirável.
Mas não o faça sem conhecimento de causa, a fim de evitar desilusões futuras.
#REPENSE seu modo de estudar
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Comentário:
O pronome oblíquo proclítico “o” faz referência ao sintagma verbal “compre um carro”;
logo o item está incorreto.
MESÓCLISE
colocação do pronome no meio do verbo.
2.
(Cespe/STF/Superior/2008) A função sintática exercida por “a mim mesmo”, em “Tratarei a
mim mesmo” corresponde a me e, por essa razão, também seria gramaticalmente correta
a seguinte redação: Tratarei‑me. TEXTO: Tratarei a mim mesmo como um objeto.
Comentário:
Neste item, houve um erro de colocação pronominal em “tratarei‑me”; sendo assim, a al‑
ternativa está incorreta. Visto que o verbo “tratarei” está no futuro do presente, deverá,
então, ocorrer a mesóclise. A forma correta seria “tratar‑me‑ei”, pois se observa o uso do
pronome oblíquo mesoclítico “me”.
ÊNCLISE
colocação do pronome depois do verbo.
3.
(Cespe/Telebras/Superior) Estaria mantida a correção gramatical do texto caso fosse inse‑
rido, logo após a forma verbal “dizendo”, o pronome lhe ― dizendo‑lhe ―, elemento que
exerceria a função de complemento indireto do verbo, retomando, por coesão, “Marconi”.
TEXTO: Em busca de mais recursos, Marconi escreveu ao governo italiano, mas um funcio‑
nário descartou a ideia, dizendo que era melhor apresentá‑la em um manicômio.
Comentário:
Observe‑se que caberia perfeitamente o pronome “lhe” após a forma verbal “dizendo”,
retomando o termo “Marconi”; por isso o item está correto. Note‑se ainda que se tem o
uso do pronome oblíquo enclítico.
Importante!
Lembre‑se de que o pronome
pessoal oblíquo átono jamais
poderá iniciar uma frase.
O novo milênio – designado como era do conhecimento, da informação – é marcado por
mudanças de relevante importância e por impactos econômicos, políticos e sociais. Em épocas
de transformações tão radicais e abrangentes como essa, caracterizada pela transição de uma
era industrial para uma baseada no conhecimento, aumenta‑se o grau de indefinições e incer‑
tezas. Há, portanto, que se fazer esforço redobrado para identificar e compreender esses novos
processos – o que exige o desenvolvimento de um novo quadro conceitual e analítico que permita
captar, mensurar e avaliar os elementos que determinam essas mudanças – e para distinguir, entre
as características e tendências emergentes, as que são mais duradouras das que são transitórias,
ou seja, lidar com a necessidade do que Milton Santos resumiu como distinguir o modo da moda.
No novo padrão técnico‑econômico, notam‑se a crescente inovação, intensidade e
complexidade dos conhecimentos desenvolvidos e a acelerada incorporação desses nos bens
e serviços produzidos e comercializados pelas organizações e pela sociedade. Destacam‑se,
#REPENSE seu modo de estudar
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sobretudo, a maior velocidade, a confiabilidade e o baixo custo de transmissão, armazenamento
e processamento de enormes quantidades de conhecimentos codificados e de outros tipos de
informação.
Helena Maria Martins Lastres et al. Desafios e oportunidades da era do conhecimento.
In: São Paulo em Perspectiva, 16(3), 2002, p. 60-1 (com adaptações).
1.
(Cespe/Serpro/Superior) A correção gramatical do texto seria mantida, caso a mesma
forma de colocação do pronome “se” no segmento “que se fazer esforço” – anteposição
à forma verbal – fosse empregada em “aumenta‑se”, “notam‑se” e “Destacam‑se”.
Comentário:
No trecho “que se fazer esforço”, ocorre um exemplo de próclise. A alternativa propõe que,
nos sintagmas verbais “aumenta‑se”, “notam‑se” e “Destacam‑se”, desloca‑se o pronome
“se” para antes das formas verbais, colocando‑os em função proclítica. Entretanto, não
possível fazer essa inversão porque o pronome do caso oblíquo átono nunca poderá iniciar
uma frase. Logo, o item está incorreto.
Casos de Próclise Obrigatória
Será obrigatório o uso do pronome proclítico quando houver
um fator de atração, isto é, um vocábulo ou expressão que
atraia o pronome oblíquo átono para antes do verbo.
SÃO FATORES DE PRÓCLISE (ATRAÇÃO)
1. Advérbios
(Cesgranrio/Transpetro/Superior/Adaptada) Segundo a norma culta, é possível inverter a
colocação do pronome em “se sabia” por “sabia‑se”. TEXTO: Como já se sabia, o ser hu‑
mano adapta‑se rapidamente a novas condições de vida.
Comentário:
O vocábulo “já” é um advérbio de tempo, e exige que o pronome oblíquo “se” venha
obrigatoriamente antecedido do verbo; logo, o item está incorreto.
2. Palavras Negativas
A Carta de Pero Vaz de Caminha
De ponta a ponta é toda praia rasa, muito plana e bem formosa. Pelo sertão, pareceu‑nos
do mar muito grande, porque a estender a vista não podíamos ver senão terra e arvoredos, pa‑
recendo‑nos terra muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro nem prata,
nem nenhuma coisa de metal, nem de ferro; nem as vimos. Mas, a terra em si é muito boa de
ares, tão frios e temperados, como os de Entre‑Douro e Minho, porque, neste tempo de agora,
assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas e infindas. De tal maneira é graciosa que,
querendo aproveitá‑la dar‑se‑á nela tudo por bem das águas que tem.
(In: Cronistas e viajantes. São Paulo: Abril Educação, 1982. p. 12-23. Literatura Comentada.
Com adaptações)
(FGV/Detran‑RN/Analista) Uma opção correta de acordo com a norma culta seria substituir
“nem as vimos” por “nem vimos elas”.
Comentário:
O pronome pessoal do caso reto “elas” somente exercerá função sintática de sujeito ou
no máximo de predicativo do sujeito. Como complemento do verbo, deve‑se utilizar os
pronomes pessoais do caso oblíquo; logo, a substituição ocasionaria erro gramatical na
estrutura. Note‑se, ainda, que o termo “nem” é uma palavra negativa e exige a próclise.
Alternativa incorreta.
#REPENSE seu modo de estudar
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3. Pronomes Demonstrativos
(Cespe/Correios/Analista/Adaptada) No segmento “isto me obrigaria a escrever outra
mensagem para explicar a mudança”, o pronome me poderia sem prejuízo gramatical ser
escrito também após a forma verbal “obrigaria”, tendo‑se, portanto, a seguinte reescritura:
isto obrigaria‑me a escrever outra mensagem.
Comentário:
Deve‑se utilizar a próclise, pois o vocábulo “isto” é um pronome demonstrativo e atrai o
pronome para antes do verbo. Dessa forma, a alternativa está incorreta.
4. Pronomes Relativos
(Cespe/TJ‑RO/Técnico) Seria mantida a correção gramatical do texto caso o trecho “que
se acelerou” fosse substituído por que acelerou‑se. TEXTO: Os partidos de massa, vinculados
às camadas populares, com matizes ideológicos mais pronunciados, surgiram apenas em
uma fase mais recente da história do país, como consequência do processo de industria‑
lização, que se acelerou a partir dos anos 50 do século passado.
Comentário:
A partícula “que” é um pronome relativo, que exige próclise. Obrigatoriamente, o pronome
“se” deverá localizar‑se antes da forma verbal “acelerou”; portanto, o item está incorreto.
5. Pronomes Indefinidos
(Vunesp/Ministério da Defesa/Médio/Adaptada) O pronome está posicionado em con‑
formidade com a norma‑padrão da língua na expressão “ninguém recusou‑se”. TEXTO:
Ninguém recusou‑se a arrumar as malas no carro.
Comentário:
O vocábulo “ninguém” é um pronome indefinido, e exige que o pronome oblíquo “se” seja
inserido antes da forma verbal “recusou”. Sendo assim a alternativa está incorreta.
6. Conjunções Subordinativas
(Vunesp/TJ‑SP/Médio/Adaptada) A colocação do pronome no trecho “quando teme‑se”
está de acordo com o português padrão. TEXTO: O efeito ocorre sobretudo quando teme‑se
uma doença ou o tratamento a ser enfrentado.
Comentário:
O termo “quando” é uma conjunção subordinativa adverbial temporal, que exige a próclise.
O pronome “se” deve ser alocado antes da forma verbal “teme”; por isso o item está errado.
Observações Importantes!
1. Verbos no infinitivo sempre admitirão a ênclise.
(Cespe/STF/Médio) No trecho “o não importar‑se com o que ocorra”, é opcional a co‑
locação do pronome “se” antes de “importar‑se”: o não se importar com o que ocorra.
TEXTO: É o medo que engendra a omissão, o não importar‑se com o que ocorra, ou o não
assumir‑se em nada.
Comentário:
Mesmo que haja o fator de atração, ou seja, o advérbio “não”, o verbo no infinitivo sempre
admitirá a ênclise. Isto quer dizer que o pronome poderá se posicionar antes ou depois do
verbo; por isso o item está correto.
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2. Verbos no futuro e no particípio jamais admitirão a ênclise.
(Cesgranrio/Petrobras/Superior/Adaptada) A colocação do pronome átono destacado
está incorreta na sentença a seguir: “Disse que, por vezes, temos equivocado‑nos nesse
assunto”.
Comentário:
A forma verbal “equivocado” está no particípio; por isso o pronome oblíquo átono “nos”
deverá localizar‑se antes desse verbo. Portanto, a construção correta seria: Disse que, por
vezes, temos nos equivocado.
3. A expressão “em + verbo no gerúndio” exige a próclise.
(Instituto Data Rio/BRB/Médio/Adaptada) Na expressão “em se tratando”, o pronome oblí‑
quo átono “se” respeita as regras de colocação dos pronomes. TEXTO: Em se tratando de
denúncias contra funcionários do alto escalão, nada o impedia de divulgar informações
esclarecedoras.
Comentário:
Note‑se que foi usado de forma correta o pronome oblíquo átono “se”, pois, quando hou‑
ver preposição “em” com verbo no gerúndio, deve‑se utilizar a próclise. O item, portanto,
está correto.
4. Frases que exprimem desejo exigem a próclise.
Bons ventos a levem, Marta!
MESÓCLISE
1. Verbos no futuro do presente.
Dar‑te‑ei as flores quando chegares.
2. Verbos no futuro do pretérito.
Realizar‑se‑ia uma nova proposta para deixar o projeto mais claro.
APOSSÍNCLISE
Consiste na colocação do pronome oblíquo átono entre duas palavras atrativas.
(Cespe/Câmara dos Deputados/Analista) A colocação pronominal no português do Brasil é
variável, por isso, em “quase se não pode extratar nada”, estaria gramaticalmente correta
qualquer uma destas opções: quase não se pode extratar nada ou quase não pode‑se
extratar nada.
Comentário:
Note‑se que os vocábulos “quase” e “não” são palavras atrativas; neste caso, ocorre
a chamada apossínclise por haver dois fatores de atração. É possível fazer as seguintes
construções: quase não se pode extratar nada ou quase se não pode extratar nada. No
entanto, o item está incorreto por afirmar que poderia deslocar o pronome para após a
forma verbal “pode”.
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