ORIENTAÇÕES GERAIS Organize o seu tempo; estude um pouco em vários dias e não tudo de uma vez só. Procure reler os capítulos do livro e as suas anotações de aula. Elabore resumos e mapas esquemáticos (ou conceituais) para organizar as ideias. Refaça os exercícios do livro e suas provas de avaliação contínua e trimestrais, procurando compreender onde você errou anteriormente. Por fim, para garantir a eficiência de seus estudos, você deverá responder aos testes anexados a este roteiro de estudos. REVISÃO DE GENÉTICA Aqui, o seu trabalho inicia com a releitura dos capítulos 22 e 23 do livro-texto Fundamentos da Biologia Moderna. Durante a leitura, você deve atentar para os seguintes temas, vistos no 2º trimestre: Genética clássica (mendeliana): conceitos básicos de herança, de genes alelos e cromossomos homólogos, relacionando-os com os eventos meióticos. Os trabalhos de Mendel: conceitos de segregação dos fatores, dominância e recessividade, codominância, alelos letais e alelos múltiplos, por meio da análise de cruzamentos e resolução de problemas envolvendo análise de fenótipos e genótipos, heredogramas e cálculos de probabilidades. Alelos múltiplos: mecanismos envolvidos na determinação genética dos tipos sanguíneos (sistema ABO, Rh e MN) e a ocorrência de eritroblastose fetal. 2ª lei de Mendel: os casos de dois ou mais pares de alelos com segregação independente, inicialmente tratando de duas ou mais características fenotípicas diferentes e depois em interação (epistáticas, complementares e quantitativas). Mecanismos de determinação do sexo: sistema XY, XO, ZW, ZO, haplóide/diploide (abelhas); compensação de dose em mamíferos e herança de genes ligados ao sexo (no cromossomo X). As moléculas de RNA e DNA: descrever os processos de duplicação, transcrição e tradução. Mutações: aspectos negativos (deletérios) e positivos (diversidade de fenótipos). Biotecnologia: descrever o processo de elaboração de um teste de identificação por DNA e analisar resultados; analisar textos argumentativos sobre transgênicos disponíveis na página virtual do professor. Agora, você deve refazer os exercícios propostos nos capítulos 22 e 23 do livro-texto. Nos testes, mais que assinalar a alternativa correta, escreva como chegou a tal resposta. Esse procedimento é importante para localizarmos suas dificuldades. 1 REVISÃO DE EVOLUÇÃO Novamente, o seu trabalho inicia com a releitura dos capítulos 24 e 25 do livro-texto Fundamentos da Biologia Moderna atentando para os seguintes temas discutidos ao longo do 3º trimestre: Criacionismo / Fixismo: crença na qual se afirma que todos os seres vivos (assim como tudo o que existe) foram criados, da forma como os conhecemos hoje, por força divina (Atenção – o criacionismo e/ou fixismo não são teorias científicas, mas crenças dogmáticas religiosas) Transformismo / Evolucionismo: teorias que afirmam que os seres vivos de hoje são descendentes de seres primitivos que sofreram transformações ao longo do tempo. As idéias evolucionistas são antigas, remontando à Grécia antiga, porém, com alguma sistematização e importância científica, podemos destacar como pioneiras as idéias de Jean Baptiste Antoine de Monet (1744–1829), conhecido como Cavaleiro de Lamarck, ou simplesmente LAMARCK. LAMARCKISMO: as mudanças ambientais exigiriam dos seres vivos uma adaptação; essa necessidade provocaria o aparecimento de novos hábitos e o desenvolvimento de novas estruturas anatômicas, ou o seu desaparecimento (lei do uso e desuso). Essas modificações anatômicas e de hábitos seriam transmitidas aos descendentes (lei da transmissão de caracteres adquiridos) e seriam responsáveis pela transformação de uma espécie em outras. Críticas: hoje sabemos que nem todas as estruturas corporais hipertrofiam com o uso ou atrofiam com o desuso (talvez isso seja válido para músculos, mas não para órgãos complexos como os olhos ou estômago); além disso, nenhuma característica adquirida em vida poderá ser transmitida para a descendência do animal, uma vez que ela não afetaria as células reprodutivas do ser vivo (mesmo que ocorresse um “encolhimento” de patas dos ancestrais das cobras, isto não passaria a integrar o genoma desse animal e nem seria incorporado aos gametas). Méritos: Lamarck foi talvez um dos maiores naturalistas de sua época, e o fato de ter elaborado uma teoria transformista, baseada em lentas e graduais modificações, chamou a atenção de muitos outros cientistas para o assunto (inclusive Erasmus Darwin, avô de Charles Darwin, que iria propor, cinqüenta anos mais tarde, uma teoria mais consistente). DARWINISMO: 1859 foi o ano da publicação do livro de Charles Darwin (1809–1882) A Origem das Espécies, no qual ele apresenta o resultado de 28 anos de pesquisas e reflexões sobre a transmutação (como se dizia na época) das espécies. Em 1858, Darwin e Wallace, em conjunto, apresentam seus trabalhos diante da Linnean Society (a sociedade científica que reunia os maiores expoentes da ciência na Inglaterra da época), e Darwin passa a trabalhar em um livro mais curto, editado em novembro de 1859, no qual ele apresenta os seguintes princípios: 2 Todos os organismos apresentam um potencial reprodutivo para aumentar suas populações em progressão geométrica, porém isto não acontece; Se em cada geração é produzido um número maior de descendentes em relação aos ascendentes e se o número de indivíduos da espécie permanece constante, deve-se concluir que há competição pelo alimento, água, luz, espaço e todos os outros recursos ambientais; Há variações em todas as espécies, isto é, os indivíduos não são exatamente iguais uns aos outros; Os organismos que apresentem variações favoráveis devem sobreviver melhor e deixar mais descendentes, enquanto os portadores de variações desfavoráveis estão mais sujeitos à morte e a deixar prole menos numerosa; Essas variações favoráveis são transmitidas aos descendentes e, acumulando-se com o tempo (ao longo das gerações), dão origem a diferenças notáveis entre duas populações, que passam a constituir novas espécies. Esse mecanismo evolutivo, chamado por Darwin de descendência com modificação, ficou conhecido como seleção natural. Posteriormente, nas edições seguintes de A Origem das Espécies, Darwin reformulou e melhorou conceitos, rebateu críticas e acumulou material para um novo livro, publicado em 1871, chamado A Descendência do Homem e a Seleção em Relação ao Sexo, no qual, entre outras coisas, ele inclui explicitamente o Homem no conjunto das demais espécies animais (o que tinha sido evitado n’A Origem das Espécies), tendo evoluído a partir de espécies primitivas semelhantes a macacos, e acrescenta o poder da atração sexual como fator de seleção natural (seleção sexual), privilegiando variações nos indivíduos que talvez não sejam as melhores para a sua sobrevivência, mas que os tornam mais aptos a deixarem uma prole mais numerosa (caso da cauda do pavão macho, que pode torná-lo mais visível a um predador e dificultar a sua fuga em um ambiente de floresta densa, mas atrai mais fêmeas para o acasalamento). Críticas: Darwin não conseguia explicar satisfatoriamente a origem das variações nas populações pela falta de uma teoria de hereditariedade consistente. Além disso, se a evolução fosse real, diziam os seus críticos, deveria haver fósseis de espécies intermediárias (entre a “cobra” com patas e as atuais, por exemplo), o que não acontece. Méritos: o mecanismo de seleção natural é simples, pode ser observado e explica satisfatoriamente o processo de evolução; serviu de base para a elaboração da moderna teoria da evolução, mais pelos acréscimos do que por eliminação de alguns aspectos. TEORIA SINTÉTICA DA EVOLUÇÃO: quando a partir de 1900 o trabalho de Mendel sobre a hereditariedade é redescoberto e tem início a ciência da genética, vários grupos de pesquisadores, rapidamente, avançam nas descobertas desse novo campo, acumulando novos conhecimentos em um ritmo vertiginoso. Em meados dos anos 1930, esses novos conhecimentos convergem de maneira óbvia para os problemas não resolvidos pelo darwinismo, entre eles o principal: a origem das variações dentro de 3 uma população. Graças ao trabalho de um grande número de cientistas, entre eles Theodosius Dobzhanski e Ernst Mayr, até meados dos anos 1940 já podia se falar em uma nova síntese evolucionista, incorporando os avanços da genética (sobretudo os conceitos de mutações e recombinações gênicas) ao princípio da seleção natural. A esse conjunto de idéias que ainda hoje vem se desenvolvendo sobre a evolução damos o nome de Teoria Sintética da Evolução. CONCEITOS IMPORTANTES Fósseis: qualquer vestígio ou resto de seres que viveram em épocas remotas; podem ser esqueletos, dentes, pegadas impressas, fezes petrificadas, moldes do corpo, corpos conservados em resinas ou gelo. Adaptação: capacidade de um organismo ou uma espécie se ajustar em relação ao ambiente em que vive. No primeiro caso, uma adaptação individual, trata-se apenas de um mecanismo de homeostase, sem importância evolutiva; no segundo, trata-se de um ajuste por seleção natural dos indivíduos mais aptos, levando à evolução da espécie. Irradiação adaptativa e órgãos homólogos: órgãos ou estruturas corporais são considerados homólogos quando apresentam a mesma origem embrionária, isto é, compartilham semelhanças no seu processo de formação, mesmo que sejam utilizados para funções diferentes; a partir da divergência de estruturas homólogas, os organismos relacionados evolutivamente vão conquistando diferentes ambientes e se tornando cada vez mais diversificados. A isto se chama irradiação adaptativa. Convergência adaptativa e órgãos análogos: órgãos análogos são aqueles que, apesar de semelhantes na forma e/ou função, não apresentam a mesma origem embrionária, não compartilhando a mesma origem evolutiva (pode-se dizer que a semelhança apresentada é apenas uma “coincidência”); quando dois ou mais organismos apresentam estruturas análogas, fala-se em convergência adaptativa, isto é, os dois desenvolveram a “mesma” solução evolutiva para um mesmo problema ambiental, direcionados pela seleção natural, porém, de modo independente. Órgãos vestigiais: órgãos homólogos que se apresentam atrofiados em um dos organismos envolvidos na comparação anatômica. TIPOS DE SELEÇÃO NATURAL Seleção estabilizadora: ocorre principalmente em ambientes relativamente estáveis, nos quais a média dos indivíduos está bem adaptada às condições ambientais; a seleção natural favorece os indivíduos médios em detrimento dos extremos. Seleção direcional: ocorre normalmente quando há súbitas mudanças ambientais, favorecendo uma característica anteriormente desfavorável. Ex.: é o que se observa no surgimento de bactérias resistentes a um antibiótico ou de insetos resistentes a um pesticida; os mutantes já se encontram presentes em uma população, em uma freqüência muito baixa, antes mesmo do contato dos organismos com esses agentes químicos, mas em aparente desvantagem em 4 relação aos “normais”. Quando o antibiótico/pesticida entra em cena, eles passam a levar clara vantagem em relação aos demais e se multiplicam rapidamente, tornando a população resistente em questão de poucas gerações. ESPECIAÇÃO É o processo de surgimento de uma nova espécie a partir de outra espécie ancestral, pelo acúmulo sucessivo e gradual (para alguns autores nem sempre gradual) de mutações genéticas. Podemos reconhecer dois tipos básicos de processos de especiação: ESPECIAÇÃO POR ANAGÊNESE: o acúmulo de mutações em uma população ao longo do tempo faria com que, se fosse possível, a comparação genética, anatômica e comportamental de um indivíduo ancestral com um indivíduo atual indicasse a impossibilidade de ocorrência de cruzamentos férteis, caracterizando, então, a existência de duas espécies distintas. ESPECIAÇÃO POR CLADOGÊNESE: este processo envolve o surgimento de uma barreira geográfica isolando duas ou mais subpopulações em ambientes diversos. Uma vez que o fluxo de genes entre essas populações isoladas não mais ocorra, as mutações e recombinações gênicas (aleatórias) que ocorrerão em cada uma delas serão eventos únicos e a seleção natural irá agir diferentemente em cada uma. Com o passar do tempo, cada população isolada desenvolve mecanismos que atuam como barreira reprodutiva (veja adiante) em relação à outra população e, quando isso finalmente ocorrer, teremos duas espécies (se não houver isolamento reprodutivo, poderemos estar diante de duas subespécies de uma espécie única). Pode também haver a especiação por cladogênese sem o surgimento de uma barreira geográfica, nas situações em que ocorra uma súbita alteração genética em indivíduos de uma população, tornando-os reprodutivamente isolados dos demais. Isto é relativamente comum entre plantas, que podem sofrer em certas circunstâncias um processo de poliploidização (uma ou mais autoduplicações cromossômicas que não são seguidas por processos mitóticos), constituindo novas espécies com o dobro, triplo ou quádruplo dos cromossomos da espécie original, inviabilizando o cruzamento. 5 MECANISMOS DE ISOLAMENTO REPRODUTIVO Mecanismos pré-zigóticos Isolamento estacional: diferenças entre épocas reprodutivas. Impedem que haja fecundação. Isolamento de habitat ou ecológico: ocupação diferencial de habitats. Isolamento etológico ou comportamental: diferenças nos padrões de corte. Isolamento mecânico: diferenças anatômicas e/ou de tamanho nos órgãos reprodutores. Mortalidade gamética: fenômenos fisiológicos e/ou químicos que impedem a sobrevivência de um gameta no organismo do outro. Mecanismos pós-zigóticos Impedem organismo que o híbrido zigoto Mortalidade do zigoto: devida ao desenvolvimento embrionário ou formado o irregular se Inviabilidade do híbrido: incapacidade de sobrevivência em boas desenvolvam e formem uma nova condições do híbrido interespecífico. população. Esterilidade do híbrido: alguns que sobrevivem, crescem e não formam gametas viáveis, geralmente pela diferença de número cromossômico entre os parentais. 6 HISTÓRIA EVOLUTIVA DA VIDA 7