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Propaganda
PEDRO UGARTE, afp
ADRIAN DENNIS, afp
de mídia já contratado, mais oneroso do que a produção em si.
Para Bernardi, apesar da imagem momentaneamente atrelada
ao vexame, os principais garotospropaganda do Brasil seguem tendo empatia com o consumidor e
não devem prejudicar as marcas:
Neymar passou ileso dessa (salvo a
fratura na coluna), e a forma como
David Luiz saiu de campo preservou a identificação com o torcedor.
O especialista em marketing
esportivo Fernando Trein vê um
aprendizado para a Olimpíada:
“não ser positivo demais”.
– Explicar uma derrota dessas
será um desafio para os publicitários – projeta o diretor do curso
de Publicidade e Propaganda da
ESPM-Sul, Alessandro Souza.
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IMAGEM INTERNA
Foi o início do fim de uma ilha
de excelência formada pelo futebol. Para o antropólogo Roberto
DaMatta, o massacre é a sacudidela que faltava para o Brasil acordar.
– Todas as vezes que a população se sentia mal com política,
com corrupção, corria para esta
ilha. Afinal de contas, o futebol foi
uma coisa que nós domesticamos.
Agora, o futebol faz parte da paisagem simbólica brasileira, e os seus
resultados influenciam, sim, em
todos os contextos do país, não só
na partida em si – avalia DaMatta.
A forma como o time se comportou em campo, o choro, a fragilidade dos jogadores remetem DaMatta a uma cena de família, imagem
forte no Brasil. São valores que
ultrapassam o lar e que baseiam as
IMAGEM EXTERNA
ECONOMIA
Com a imagem externa ameaçada por dúvidas quanto à conclusão
de obras atrasadas e superfaturadas, o Brasil parecia ter afastado
o perigo de críticas à organização
da Copa, assim como Julio César
parecia ter afastado o segundo gol
alemão ao defender o chute de
Klose. Só que teve rebote. A boa
notícia é que o escandaloso 7 a 1
nas quatro linhas não deve abalar a
imagem externa do Brasil.
– O que afastaria investidores
não seria uma derrota do Brasil, e
sim um caos aeroportuário, rodoviário. Nesse ponto, a expectativa
era tão ruim no ano passado, com
os protestos, que todos foram positivamente surpreendidos – avalia o
economista Samy Dana, professor
Fernandinho foi parar na rede,
com a bola, quando Kross derrubou o barraco brasileiro pela quarta vez em menos de 30 minutos.
Mais de R$ 30 bilhões é o que a
Copa injetou na economia brasileira, conforme a Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas. O resultado é três vezes maior do que o
impacto econômico da Copa das
Confederações. Por isso, a ausência da Seleção na final não deve ser
impedimento a lucros do comércio
e dos serviços, ainda que o clima
não seja propício ao consumo.
– Pessoas cabisbaixas não fazem compras. Acho que niguém
vai querer comprar uma TV agora
– comenta o economista e professor da FGV-SP Samy Dana.
da Fundação Getúlio Vargas (SP).
A opinião é compartilhada por
Rodrigo Stumpf González, professor de Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. González considera improvável que haja um impacto negativo na política internacional por
conta do Mineirazo. Entende que
melhor seria se Messi erguesse a
taça, já que a Argentina é um dos
principais parceiros comerciais do
Brasil e uma crise comprometeria
o segundo semestre da economia.
– Daria estabilidade momentânea ao governo de Cristina Kirchner. Mas se não tiver sucesso na
renegociação da dívida externa,
nem ganhando a Copa a Argentina
se salva – alfineta o professor.
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O economista Tiago Alves concorda que o balanço é positivo,
mesmo para o pequeno comércio:
como a euforia em torno da Seleção estava obscurecida pelo temor
do caos, a produção ficou no banco
de reservas e foi ganhando confiança no decorrer da competição,
conforme o interesse do torcedor
aumentava. Numa perspectiva macroeconômica, tampouco deve haver reflexos significativos para as
finanças do país.
– Embora o ganho com a Copa
tenha sido muito importante em
alguns setores, como comércio,
serviços e restaurantes, outros ficaram em marcha lenta e agora
devem acelerar – observa Alves,
professor da Unisinos.
relações na intimidade, na troca de
favores. É um jeitinho, uma arrogância calcada na certeza de ser o
país do futebol, que não funcionou.
Aos 90 anos, o psiquiatra Marcello Blaya Perez viveu a derrota
para o Uruguai em 1950. Ele lembra do complexo de vira-lata – termo cunhado por Nelson Rodrigues
para designar a população que
se sentiu humilhada e rebaixada
– que dominou os brasileiros. Não
duvida que o sentimento retorne.
Rodrigo de Azevedo, coordenador do programa de pós graduação
em Ciências Sociais da Pontifícia
Universidade Católica (PUCRS),
diz que o fato de ter sediado a Copa com sucesso pode amenizar este sofrimento e que o trauma já foi
superado, com cinco Copas.
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PEDRO UGARTE, afp
Guilherme Mazui
[email protected]
Kamila Almeida
[email protected]
Taís Seibt
[email protected]
Tal como David Luiz, que correu
para alcançar Müller, mas chegou
atrasado para evitar o primeiro gol
alemão, a propaganda demorou
para reagir à goleada histórica. Os
comerciais estavam descontextualizados desde o intervalo – quando
o placar já era 5 a 0 – e teve anunciante que entrou no ar, ao fim da
partida, com um protagonista do
fiasco épico falando em vitória.
O problema, segundo o presidente da Associação Riograndense
de Propaganda, Fábio Bernardi, é
que nem os vídeos planejados para
derrota tinham o tom adequado:
– As marcas até tinham plano A
e plano B, mas não F, de fiasco.
A saída de muitos anunciantes
foi tirar o time de campo e veicular
propagandas genéricas no espaço
FRANCOIS XAVIER MARIT, afp
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