APOSTILA ELETRÔNICA GERAL AULA 12 MÓDULO - 3 TRANSMISSÃO-RECEPÇÃO FM FM - Frequência Modulada A modulação FM - faixa ocupada pela emissora A transmissão estereofônica - sinal multiplex Emissora de rádio FM - diversos projetos Receptor FM monofônico - demodulação FM - FREQUÊNCIA MODULADA Depois de estudarmos o rádio AM, onde o sinal modulante fazia a portadora variar em amplitude, vamos ver agora, a modulação em frequência ou FM. Esta modulação ganhou força devido ao problema enfrentado pela modulação AM, que dependia da amplitude do sinal, e portanto durante a transmissão, era normal sofrer alterações em sua amplitude, já que ele tinha que percorrer muitos quilômetros e muitas vezes sofrer reflexões ou refrações, fazendo com que a amplitude do sinal sofresse varias distorções alterando assim o sinal demodulado no aparelho receptor. Na modulação em FM a amplitude do sinal é constante e caso ela sofra distorções durante sua transmissão, não alterará o sinal demodulado no receptor, trazendo assim uma melhor qualidade no som. A modulação em frequência consiste basicamente em modular uma portadora através de um sinal de baixa frequência, geralmente áudio, fazendo com que a portadora altere sua frequência através das variações de amplitude do sinal modulante. O resultado será uma portadora de amplitude fixa, mas com frequência variando proporcionalmente às variações do sinal modulante. Veja a comparação entre a modulação em amplitude (forma de onda a) e a modulação em frequência (forma de onda b) que mostramos na figura 1. figura 1 SINAL MODULADO EM AM-RF SINAL MODULADO EM FM-RF Nesta figura, vemos em tracejado, o sinal de áudio ou sinal modulante, que na modulação AM, faz variar a portadora em amplitude. Na figura de baixo, vemos o mesmo sinal de áudio (tracejado) que faz ELETRÔNICA variar a portadora em frequência. Na verdade, o que realmente existe, quando falamos em sinal é o desenho em traço cheio, sendo o tracejado utilizado para mostrar onde estaria o sinal de áudio, atuando sobre a portadora. Mas voltando ao processo de FM, para entende-lo melhor, vamos tomar como exemplo, um modulador de FM baseado em um oscilador Hartley com diodo varicap, como mostra a figura 2. MODULADOR DE FM figura 2 FM (RF) +Vcc +Vcc OUT L3 R4 C3 R1 L4 C2 T1 R3 L1 R5 C1 C4 R2 L2 D1 IN AUDIO Este oscilador foi montado usando um diodo varicap (D1) junto ao tanque ressonante, onde dependendo da tensão aplicado sobre ele, teremos variação na frequência de ressonância. Então, aplicando um sinal de áudio na entrada (IN) faremos a tensão sobre D1 variar de acordo com a amplitude do sinal de áudio, gerando na saída (OUT) uma portadora variando sua frequência constantemente de acordo com o sinal de áudio. A portadora modulada em FM terá sua frequência variando exatamente igual à amplitude do sinal de áudio: se a amplitude do áudio aumentar, a frequência da portadora também aumenta; se a amplitude do sinal de áudio diminuir a frequência também diminui; quando o sinal de áudio estiver no nível zero de referência, a portadora terá sua frequência central, como ilustra o gráfico da figura 3. Na parte de cima temos a portadora sem modulação com sua frequência central constante; na parte central o sinal de áudio que irá entrar no modulador e na parte de baixo, a portadora já modulada com sua frequência variando de acordo com as amplitudes do sinal de áudio. Observando em AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 121 APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 MODULADOR FM DIGITAL PORTADORA RF +5V +5V T4 +5V R5 T3 R6 R3 R4 C1 C2 AF SINAL DE AUDIO +5V _ Q Q SINAL MODULADO EM FREQÜÊNCIA (FM) T2 SINAL MODULADO EM FM-RF T1 ENTRADA DE SINAL DE AUDIO figura 3 detalhes a figura, vemos que o sinal de áudio, possui uma porção inicial que não varia, o que mantém a frequência da portadora de FM constante. Logo em seguida, o sinal de áudio começa a variar para nível positivo; acompanhando a frequência da portadora, vemos que vai aumentando à medida que o sinal de áudio aumenta sua amplitude; logo, o áudio começa a diminuir sua tensão, fazendo a portadora começar a diminuir sua frequência, até que o áudio chega à sua menor amplitude, diminuindo a frequência da portadora de FM ao seu valor mínimo. A variação entre a maior frequência (dada pela maior amplitude do áudio) e a menor frequência (dada pela menor amplitude do áudio) é chamada de DESVIO. Assim, nosso modulador de FM (figura 2) alterará sua frequência como foi dito acima. Na aula 8 (M3), tínhamos visto um modulador FM digital formado por um astável, transformado em VCO (voltage controlled oscilator), ou seja, oscilador controlador por tensão, que não usa um oscilador senoidal, como vimos na figura 2, e sim um circuito digital para obter a modulação ou variação na frequência. A tendência atual é de cada vez mais utilizar circuitos digitais que de alguma forma criem as condições ou frequências que anteriormente eram obtidas com circuitos analógicos. O circuito do modulador de FM digital, analisado na aula 8 pode ser visto na figura 4. A FAIXA DE FM E TOTAL DE EMISSORAS A faixa de frequência modulada para transmissões radiofônicas, situa-se na faixa de VHF, ou Very High Frequency, mais especificamente entre 88 à 108MHz, ou seja, 20MHz dedicados somente à transmissão de sinais de áudio. Inicialmente, a padronização acabou permitindo que cada emissora pudesse ter cerca de 50kHz de banda total, permitindo que na faixa de 88 à 108 MHz coubessem cerca de 400 emissoras em uma determinada região (dividimos o total da faixa que é de 20MHz pelo espaço ocupado pelo que seria utilizado por cada emissora que é de 50kHz, resultando em 400 emissoras). Utilizar-se do espaço de 50kHz para cada emissora é muito mais do que os 10kHz para as emissoras de AM, visto que em FM podemos utilizar toda a faixa de frequência audível: 20Hz à 20kHz. Assim, modulando uma portadora, haveria um mínimo de 40kHz de banda lateral inferior ou superior, e considerando o desvio que ocorre na frequência (cerca de 10kHz) resultará em 50kHz de faixa total ocupada para cada emissora. Veja a figura 5. Escolhemos uma emissora com portadora de 100MHz, onde vemos que as variações de amplitude do sinal de áudio, produzirá um desvio na portadora de +5kHz e -5kHz (10kHz no total). Este é apenas o desvio que corresponde às variações de amplitude do áudio. O problema é que sobre o desvio ainda teremos a geração da banda lateral superior e também da inferior, ou seja, 20kHz a mais para a banda lateral superior, à partir da frequência máxima do desvio e 20kHz a menos para a banda lateral inferior, à partir da frequência mínima do desvio. Assim, somado o desvio às bandas laterais, teremos um total de faixa ocupada de 50kHz, que passaria a ser o padrão de canaletas (áreas onde são colocados os canais). desvio = 10kHz figura 5 AUDIO BLI sinal de áudio mono 0Hz 20Hz figura 4 DESVIO FM 20Hz a 20kHz 20kHz DESVIO + BLI = 25kHz AUDIO BLS 20Hz a 20kHz DESVIO + BLS = 25kHz 99,975MHz 100,025MHz 100MHz faixa de frequência utilizada pela emissora = 50kHz 122 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ELETRÔNICA APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 O SINAL MONO E O SINAL STEREO (canal direito). Considerando que todos os receptores estavam Já havíamos comentado sobre o sinal estéreo preparados para utilizar o sinal MONO (L+R), tinha (stereo), na matéria sobre os amplificadores de que ser criado algum outro sinal para que fosse áudio com dois canais, onde afirmamos que é levado por este (L+R) em um sistema de mistura possível entre o espaço entre as duas caixas L (Left) que chamaram de multiplexação. e R (right), conseguir uma sensação de que o som Na figura 7, podemos ver como os sinais L e R, são provém de várias direções. enviados até um bloco chamado de multiplex, onde tem que sair em uma única via, que figura 6 além dos sinais para formação estéreo, devem também excitar os canal esquerdo receptores de FM monofônicos. Após L (Left) CIRCUITO DE esse sinal complexo vai modular a MODULAÇÃO E portadora de FM, sendo amplificado TRANSMISSÃO canal SINAL em potência indo a etapa de potência e DA PORTADORA direito MONO R (Right) (também DE FM antena. chamado L+R) A figura 8, mostra como os sinais L+R e L-R são criados. Após os préamplificadores, os sinais L e R acabam Mas, apesar de termos há décadas a reprodução se encontrando através de dois resistores onde estereofônica, proveniente dos discos de vinil, este somam-se. Ao mesmo tempo, o sinal ( R ) passará sinal era pré-amplificado e em uma somatória por um inversor, tornando-se invertido, ou seja, ( -R simples, criava-se o sinal L+R, que nada mais é do ). Este sinal somar-se-a ao sinal L, também através que um único sinal levando misturados dos dois de dois resistores, criando o sinal L-R. Notem que canais de áudio (veja a figura 6). Este sinal também figura 8 é chamado de monaural ou simplesmente MONO, canal ou sinal proveniente de uma única fonte. Mesmo L L+R esquerdo L (Left) que esse sinal seja reproduzido por duas caixas, a sensação para o ouvido, será que o sinal provém L+R L-R do centro, ou seja, de uma única direção. canal Após, este sinal MONO, ou sinal L+R , irá até o direito R (Right) R circuito de modulação, onde o sinal de áudio -R modulará uma portadora em frequência e após haverá a amplificação de RF para excitar uma antena transmissora. O ADVENTO DA TRANSMISSÃO ESTEREOFÔNICA Na década de 50 nos Estados Unidos, começaram as pesquisas para a criação de uma nova modulação em amplitude, chamada de portadora suprimida que abriu espaço para a transmissão dos sinais em cores para a TV (sistema NTSC) com a criação dos sinais R-Y e B-Y, que iam modular uma portadora de frequência de 3,58MHz. Como tínhamos os rádio receptores de FM definidos com determinada faixa de sintonia, era necessário criar uma multiplicação de sinais que levassem tanto o sinal L (canal esquerdo) como o R figura 7 SINAL MULTIPLEXADO STEREO canal esquerdo L (Left) CANAL L canal direito R (Right) ELETRÔNICA se os sinais L e R, forem exatamente iguais, na primeira somatória haverá a somatória destes e ganho em tensão. Após o sinal R ser invertido, e somado ao sinal L, como tem a mesma amplitude e estão invertidos, haverá o cancelamento dos sinais, não gerando o sinal L-R. Nas gravações, normalmente o áudio do cantor ou do narrador é gravado com o mesmo nível nos dois canais. Já a trilha sonora possui diferenças entre o canal L e R. Assim, o sinal L-R não terá voz do cantor, mas terá os instrumentos que possuem níveis diferentes entre os canais L e R. Podemos dizer então que o sinal L-R pode ser usado como um efeito de karaokê, desde que seja amplificado e vá para as caixas acústicas. CANAL R FORMAÇÃO DO SINAL MULTIPLEX PARA STEREO CIRCUITO DE MODULAÇÃO E TRANSMISSÃO DA PORTADORA DE FM AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 123 APOSTILA ELETRÔNICA GERAL figura 9 a + b MODULADOR BALANCEADO DO SINAL L-R e a) sinal de áudio L+R h + f OSCILADOR 38kHz figura 10 j L+R L-R MÓDULO - 3 b) sinal de áudio L-R ÷2 c A FORMAÇÃO DO SINAL MULTIPLEX Para a transmissão estereofônica, necessitaremos do sinal L+R (mono) para excitação dos receptores monofônicos, como já falamos anteriormente, como mostra o sinal presente no ponto [a] do circuito da figura 9. O aluno deverá acompanhar toda a explicação com as formas de ondas da figura 10. Comparando o sinal L+R (forma de onda [a]), com o sinal L-R (forma de onda [b]), podemos afirmar que possuem diferenças de frequências entre eles. Como vemos na figura 9, o sinal L+R segue pelo lado de cima da figura, indo diretamente até um somador. Antes de sabermos o que acontecerá neste somador, vamos verificar o processamento do sinal L-R [b]. O sinal L-R [b] entrará em um modulador balanceado, que necessitará de uma portadora, que no caso será de 38kHz (mostrada na figura [c]). Nos semi-ciclos positivos desta portadora, levará para a saída do modulador variações em fase do sinal L-R e nos semi-ciclos negativos as variações em contra-fase do sinal L-R, formando a onda mostrada em [d]. Esta onda, mostra a amplitude do sinal L-R em tracejado, ocorrendo tanto para cima como para baixo de um eixo zero (central). Já a forma de onda [e], passa a resultante do sinal sem o tracejado, ou seja, real. Chamamos esta técnica de modulação de “portadora suprimida”, pois somente aparecem variações de 38kHz na saída do modulador balanceado, caso haja sinal na entrada deste mesmo modulador. Caso não haja sinal L-R, nada portanto sairá do modulador. Como este sinal será misturado a outro, esta técnica reduz enormemente a interferência deste sinal de 38kHz sobre o outro (que no caso será o sinal L+R). O problema encontrado por esta técnica é que ela necessita de um oscilador no receptor de rádio, para conseguir-se a demodulação do sinal L-R, pois não consegue-se fazer com diodo convencional. Além disso, este oscilador deverá ter a mesma frequência e fase, ou seja, comandar o demodulador sincronizadamente com o oscilador da emissora. Para isso, necessitaremos de um sinal que sincronizará o oscilador de 38kHz do receptor. Este sinal é chamado de PILOTO e pode ser visto na forma de onda [f]. Para não se misturar com a portadora de 38kHz que leva variações em amplitude, o sinal PILOTO deve ser dividido por 2, tornando-se portanto, uma portadora de nível constante em 19kHz. c) sinal do oscilador de 38kHz d) sinal L-R modulado com portadora suprimida 38kHz e) sinal L-R modulado com portadora suprimida 38kHz f) sinal de 19kHz (38kHz dividido por 2) g) sinal 38kHz, variando com o sinal de 19kHz e sinal L-R h) sinal 38kHz, variando com o sinal de 19kHz e sinal L-R i) sinal 38kHz, variando com o sinal de 19kHz e sinal L-R com ondulação de menor frequência do sinal L+R j) sinal 38kHz, variando com o sinal de 19kHz e sinal L-R com ondulação de menor frequência do sinal L+R 124 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ELETRÔNICA APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 Quando este sinal soma-se ao sinal L-R, sinal [e] com o sinal [f], surge um novo sinal, com algumas variações estranhas de amplitude (veja a forma de onda em [g]). Quando retiramos o tracejado que representa as variações de áudio do sinal L-R, ficamos com a forma de onda mostrada em [h]. Assim, até aqui, já temos o sinal L-R, modulado com uma portadora suprimida de 38kHz, que chamaremos de (L-R)rf, e contendo ainda variações de 19kHz, que dizem respeito ao sinal PILOTO para sincronização do oscilador no receptor. Faltará somente somar o sinal [h] ao sinal L+R (forma de onda [a]). As somatórias que estamos nos referindo, são somente somatórias de dois sinais encontrando-se após dois resistores, não sendo um circuito complexo. Voltando ao sinal [h] e [a], podemos observar que são bem diferentes, sendo um de frequência um pouco mais baixa (20Hz à 18kHz), que é o sinal L+R, e o outro sinal uma combinação de modulação em portadora suprimida, com bandas laterais variando de 38kHz até próximo a 20kHz (banda lateral inferior) e também até cerca de 56kHz (banda lateral superior), além claro do sinal piloto. Quando os sinais [a] e [h] são somados , gerará a variação mostrada em [ i ] que mostra uma ondulação no sinal de alta frequência (piloto em 19kHz e a modulação centrada em 38kHz). 11, ou seja: a) sinal de áudio L+R (monofônico) que levará as informações tanto do canal L, quanto do canal R. b) sinal PILOTO com frequência de 19kHz, que será utilizado para sincronizar a portadora de 38kHz que deverá ser criada no receptor, para a demodulação do sinal L-R. c) sinal L-R que modula uma portadora de 38kHz e que gera duas bandas laterais de 18kHz para cada lado, sendo que a banda lateral inferior (BLI) começa em 20kHz, indo até a frequência de portadora de 38kHz; logo acima desta começará a banda lateral superior (BLS) que terminará em 56kHz. Apesar dos sinais serem de frequências diferentes, eles serão transportados da mesma forma que o sinal L+R era transportado anteriormente: modulando em frequência uma dada portadora. Assim, se o sinal multiplex vai modular em frequência a portadora da emissora, haverá a geração de resultantes das bandas laterais tanto para cima como para baixo, como mostra a figura 12. Isto significa que ao modular uma portadora de 100MHz, haverá o desvio de 10kHz na portadora (variações da amplitude do áudio) e além disso, uma somatória da portadora com a banda lateral superior (sinal multiplex) com 56kHz para cima, e o mesmo na banda lateral inferior com 56kHz. Isto gerará uma banda utilizada de 112kHz e somando a isso o desvio, teremos uma ocupação de 122kHz. Dissemos anteriormente que a modulação em FM, utilizando somente do sinal de áudio variando de 20Hz à 20kHz, geraria uma ocupação de banda para cada canal de 50kHz. Já para transmitir e reproduzir o sinal estéreo, devemos utilizar uma banda mínima de 122kHz. Considerando agora que a faixa de FM, que vai de 88MHz até 108MHz, ou seja, 20MHz, resultaria em uma quantidade de 164 emissoras para essa faixa, considerando o cálculo de 122kHz de faixa para cada emissora. Agora, com o cálculo feito à partir de uma faixa de proteção entre emissoras, com cerca de 25kHz, teríamos uma faixa de aproximadamente 150kHz para cada emissor, permitindo 133 emissoras para cada região, na faixa de FM. figura 11 L+R áudio de 20Hz à 18kHz L-R BLI L-R BLS áudio de 20Hz à 18kHz áudio de 20Hz à 18kHz 38kHz 19kHz Na verdade, a forma de onda final, do sinal multiplex, é vista na onda [j] , onde não vemos o tracejado, mas o efeito que ele causa na onda. Desta forma, temos os sinais necessários para a transmissão estereofônica, como mostra a figura FAIXA TOTAL OCUPADA POR UMA EMISSORA QUE TRANSMITIRIA O SINAL ESTÉREO BANDA LATERAL INFERIOR COM 56kHz +DESVIO DE 5kHz BANDA LATERAL SUPERIOR COM 56kHz +DESVIO DE 5kHz figura 12 L+R L-R BLS L-R BLI áudio de 20Hz à 18kHz áudio de 20Hz à 18kHz 38kHz ELETRÔNICA áudio de 20Hz à 18kHz 19kHz DESVIO DE FM L+R áudio de 20Hz à 18kHz PORTADORA DA EMISSORA EM 100MHz L-R BLI L-R BLS áudio de 20Hz à 18kHz áudio de 20Hz à 18kHz 19kHz 38kHz AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 125 76kHz L-R BLS SCA - BLI 38kHz SCA - BLS 76kHz 19kHz 38kHz 19kHz áudio de 20Hz à 18kHz áudio de 20Hz à 18kHz áudio de 20Hz à 18kHz SCA - BLI L+R 19kHz áudio de 20Hz à 18kHz figura 16 figura 15 L-R BLI áudio de 20Hz à 18kHz SCA - BLI L-R BLS L-R BLI 38kHz Na figura 13, podemos ver que o sinal de áudio proveniente de uma fonte completamente independente dos sinais estereofônicos comentados anteriormente, cria dois novos sinais L e R, que são pré-amplificados e depois somados, formando outro sinal L+R. Após o sinal MONO, vai modular uma portadora de FM com frequência de 76kHz, saindo uma modulação em FM, como apresentada na figura 14, formando a partir de 76kHz um desvio que será de 10kHz mais as bandas laterais SCA - BLI SCA - BLS superior e inferior, ocupando uma faixa de cerca de 40kHz. 76kHz DESVIO NA PORTADORA SCA (FM) Essas variações em FM, figura 14 somar-se-ão ao sinal multiplex (analisado anteriormente), como mostramos na figura 15, sendo após estes sinais levados ao modulador de FM da emissora (em nosso exemplo 100MHz), onde todos serão transmitidos. Finalmente teremos a faixa verdadeira ocupado pelo sinal estereofônico mais o sinal SCA (Segundo Canal de Áudio). Em relação à portadora de FM do canal que é de 100MHz, serão formadas bandas laterais que ocuparão de 99,8MHz até 100,2MHz, ficando assim definido 200kHz de banda para cada emissora, como podemos ver na figura 16. DESVIO NA PORTADORA SCA (FM)de 20Hz à 18kHz áudio R 76kHz canal direito R (Right) SCA - BLS DE FM 76kHz L+R L+R MODULADOR L-R BLI L L-R BLS canal esquerdo L (Left) DESVIO DE FM + SINAL MULTIPLEX JÁ COM SCA L+R SINAL MULTIPLEX BANDA LATERAL SUPERIOR COM 56kHz +DESVIO DE 5kHz + SCA com 40kHz = 96kHz figura 13 BANDA LATERAL INFERIOR COM 56kHz +DESVIO DE 5kHz + SCA com 40kHz = 96kHz Pesquisas foram feitas durante a década de 50 e 60 e notaram que seria possível colocar mais um sinal misturado (multiplexado), ao sinal multiplex. A idéia seria transmitir um sinal de áudio completamente independente, para prestar um serviço às empresas, oferecendo um SEGUNDO CANAL DE ÁUDIO, sem interrupções com propagandas. Como esse segundo sinal tem como objetivo criar um sistema de SOM AMBIENTE, não se aplica o efeito estereofônico, sendo um sinal sendo os canais L e R, somados para gerar o sinal MONOFÔNICO, mas com resposta de 20Hz à 15kHz e qualidade no som. FAIXA TOTAL OCUPADA POR UMA EMISSORA QUE TRANSMITIRIA O SINAL ESTÉREO (192kHz de ocupação dos sinais e bandas laterais, ficando definido um total de 200kHz para cada emissora SCA - BLS O SEGUNDO CANAL DE AUDIO - SCA DESVIO NA PORTADORA SCA (FM) MÓDULO - 3 PORTADORA DA EMISSORA EM 100MHz APOSTILA ELETRÔNICA GERAL DESVIO NA PORTADORA SCA (FM) 126 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ELETRÔNICA APOSTILA ELETRÔNICA GERAL CANALIZAÇÃO DAS EMISSORAS DE FM Após todo o estudo feito sobre estereofonia e SCA, que ocupam uma faixa de quase 100kHz (96kHz) e após a modulação em frequência na portadora do canal, acabam ocupando uma faixa de quase 200kHz, devido às bandas laterais, podemos ver na tabela ao lado todos os canais da faixa de 88MHz até 108MHz, totalizando 100 canais ou emissoras de rádio. Notem também que a frequência central do canal 201 está especificada como sendo em 88,1MHz, que significará que este canal ocupará a faixa que vai de 88MHz até 88,2MHz, tendo sua frequência de portadora centrada em 88,1MHz. Assim, o canal ou emissora 245, possui uma faixa ocupada que vai de 96,8MHz até 97MHz (totalizando 0,2MHz ou 200kHz), tendo sua frequência de portadora em 96,9MHz. Apesar do Brasil, as frequências que terminam em .1, em .3, em .5, em .7, e em .9, alguns usam também .0, .2, .4, .6, e .8. Ainda outros usam também .05, .15, .25, .35, .45, .55, .65, .75, .85, e .95, não permitindo nesse caso a transmissão estereofônica. MÓDULO - 3 CANALIZAÇÃO DA FAIXA DE FM CANAL FREQ. CANAL FREQ. CANAL FREQ. Plano para a Região I - América do Norte: O plano original de faixa de frequência para a América do Norte, usou inicialmente 42MHz até 50 MHz, que foi alterado em 1945. Atualmente, no Canadá e Estados Unidos, cada canal é numerado de 200 (87,9 MHz) a 300 (107,9 MHz) com incrementos de 200kHz. Nos Estados Unidos, as frequências entre 87,9MHz até 91.9MHz são reservadas para estações não comerciais, como por exemplo ensino religioso ou educacional. As frequências de 92,1MHz até 107,9MHz, podem conter estações comerciais ou não comerciais (Canadá e México não observam esta especificação). Inicialmente os países da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, utilizaram uma faixa de FM de 65,8MHz a 74 MHz, com exceção das antigas Alemanha Oriental e iugoslávia, que sempre usaram as frequência de 87,5MHz a 108MHz, na mesma linha a europa ocidental. Depois do colapso dos governos comunistas na Europa Oriental, a faixa de 87,5MHz a 108MHz, começou a ser adotada e atualmente é usada em todos os países, visto que este processo favoreceu a padronização entre os países europeus. Plano de canalização japonês: A faixa de FM no Japão vai de 76MHz à 90MHz. A faixa que vai de 90MHz até 108MHz é usada para o áudio da tevê para os canais 1, 2 e 3 da faixa de VHF. Como a faixa de FM, comporta comente 80 emissoras, muitas estações de rádio comerciais são forçadas a usar a faixa de AM. Muitos rádios japoneses são projetados para serem capaz de receber de 76MHz a 108MHz, permitindo a eles, não somente funcionar no Japão, mas serem exportados para quase todos países. Na década de 80 até final de 90, os automóveis importados do Japão, continham um rádio projetado para a faixa japonesa de FM, sendo que os importadores adaptaram conversores para baixo, permitindo captar emissoras de 87,5MHz até 109,9MHz. Apesar deste conversor permitir a sintonia de todas as emissoras nacionais, a indicação no display era errada, e quanto a isso nada foi feito. Logo, ou o usuário trocava o auto-rádio ou adaptava-se a esta deficiência. ELETRÔNICA AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 127 APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 EMISSORA DE RÁDIO FM No rádio AM, vimos que a emissora produzia o sinal AF (áudio frequência), sendo que este iria modular uma frequência de portadora, fazendo-a variar em amplitude (AM) em determinada faixa de frequências (Ondas Longas, Ondas Tropicais, Ondas Média, Ondas Curtas), sendo estes sinais transmitidos via antena, através de ondas eletromagnéticas. Nas emissoras de rádio FM far-se-á a mesma coisa, tendo como diferença básica que a portadora receberá modulação em frequência (FM). Existem algumas emissoras de rádio que transmitem o mesmo sinal em AM e FM e por isso precisam de 2 sistemas diferentes de modulação e transmissão. Outras emissoras transmitem uma programação diferente em AM e outra programação em FM e ainda existem emissoras que só transmitem em AM e outras só em FM. Na figura 17, temos o diagrama em blocos simplificado de uma emissora de rádio que transmite seu sinal em FM. Podemos perceber que a diagramação em blocos de uma emissora de FM, difere em muito uma emissora AM, pois tem mais blocos, onde temos a destacar o bloco formador stereo-SCA, que já foi analisado anteriormente: AMPLIFICADOR DE AF: A função deste bloco é de amplificar o sinal de áudio captado por microfones ou reproduzido por playback (fita, CD, MP3, etc.), deixando-o em bom nível de tensão e corrente para ser processado sem sofrer distorções. Todo o sinal que não é gerado ao vivo, é chamado de PLAYBACK, ou seja, tocar ou reproduzir o que já se passou, e que de alguma forma foi gravado, podendo ser reproduzido posteriormente. Os primeiros meios de gravação foram feitos em dispositivos mecânicos do tipo disco de vinil, passando após para fitas ou rolos magnéticos (pesquise na internet mais detalhes). Na década de 80 (século passado), os sinais começaram a ser figura 17 gravados e reproduzidos por meios ópticos (CD´s e CD ROM) e finalmente, nos dias de hoje, faz-se memorização digital, gravando em HD´s ou memórias flash. Logo, o computador já é parte integrante de todo o processo de gravação e reprodução de áudio nas emissoras. Como podemos ver, temos dois processamentos de áudio, para os canais L e R e outro processamento de áudio, para o sinal MONO (L+R) proveniente de uma fonte independente que é processamento SCA (Segundo Canal de Áudio). ÊNFASE: Vimos anteriormente, que o sinal de áudio transmitido pelas emissoras de AM, não podem ter mais que 5kHz, o que representa um sinal de áudio sem agudos, mas que reproduz satisfatoriamente a faixa da voz humana. Com esta frequência máxima de áudio, a emissora ocupará um espectro de frequência não poderá ultrapassar a 10kHz em relação à portadora (5kHz para cima BLS e 5kHz para baixo - BLI). Já para as emissoras em FM, foi reservado uma faixa de 200kHz (100kHz acima - BLS e 100kHz abaixo - LBI) em relação à portadora. Isso será necessário devido aos sinais em FM, não somente possuirem somente uma resposta entre 20Hz e 18kHz, mas a composição de todo o sinal estereofônico e SCA. Assim, como uma reposta de frequência bem maior, estaremos entrando numa região próxima aos ruídos, que geralmente tem frequência alta (acima de 10kHz ). Como a incidência do ruído é certa, devemos antes de transmitir o áudio, enfatir as altas frequências dele, ou seja, dar maior nível em tensão ao sinal nesta faixa. Um exemplo de circuito de ênfase pode ser visto na figura 18. Este circuito é um amplificador onde o sinal de áudio está entrando na base de Q1; no emissor temos um capacitor C1 paralelo a R2. Para as baixas frequências, C1 será uma chave aberta não alterando o ganho do transistor, mas para as altas frequências C1 se comporta como um resistor de baixo valor, ficando em paralelo à R2, tornando a resistência de emissor mais baixa e com isso EMISSORA DE RÁDIO FM ANTENA AF L AMPLIF. AF ENFASE BLOCO MODULADOR FM AMPLIF. RF FM CODIFICADOR STEREO-SCA AF R AMPLIF. AF ENFASE ENFASE AMPLIF. AF AF SCA 128 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ELETRÔNICA APOSTILA ELETRÔNICA GERAL cada emissora de FM é de 100kHz para acima e abaixo de sua portadora (veja a figura 16). figura 18 ESTRUTURA DE UMA EMISSORA DE RÁDIO Podemos ver na figura 20, uma estrutura básica de OUT IN Q1 R2 C1 aumentando o ganho do amplificador para as altas frequências. Como resultado, o sinal que sairá no coletor de Q1 terá uma ênfase (maior amplitude) nas altas frequências, como pode ser visto na figura. CODIFICADOR ESTÉREO-SCA: Este bloco tem a função de multiplexar os sinais L e R do canal principal, bem como o SCA (Segundo Canal de Áudio) de forma a excitar o modulador de FM com um único sinal, e claro, ficar compatível com os receptores de FM MONO. Uma emissora de FM monofônica, é muita mais simples que uma estereofônica (figura 17) e pode ser vista na figura 19. MODULADOR DE FM: Este bloco será figura 19 EMISSORA DE RÁDIO FM ANTENA AMPLIF. AF ENFASE MODULADOR FM AMPLIF. RF FM AF L+R responsável por fazer variar uma frequência constante, proveniente de um oscilador interno ao modulador, de acordo com a amplitude do sinal de áudio ou sinal multiplex que está presente em sua entrada. Este circuito é basicamente um modulador de FM comum, visto na figura 2 ou um modulador digital, visto na figura 4, desta aula. AMPLIFICADOR DE RF: Este é o ultimo bloco, que irá aumentar a potência do sinal da portadora (RF) para excitar a antena de transmissão, transformando as variações de tensão da portadora em ondas eletromagnéticas que serão levadas via ar até os rádios receptores de FM das nossas residências. O sinal de FM, além do desvio que sofre referente às variações de tensão do sinal modulante, também terá as bandas laterais sendo transmitido em DSB, duas bandas laterais que foram criadas a partir da modulação, sendo que o espaço reservado para ELETRÔNICA MÓDULO - 3 figura 20 um processamento de sinais deste sua captação até a transmissão final. Tomando como base uma transmissão ao vivo de uma partida de futebol, necessitaremos ter os microfones que farão a captação do áudio do locutor, bem como outros que captarão o sinal do pessoal de campo. Estes sinais entrarão em uma pequena mesa que fará a mixagem destes, sendo que este sinal poderá ser transmitido via terrestre, ou ainda satélite, utilizando frequências altas, em torno de 1 GHz (como as usadas em WI-FI), até chegar aos estúdios da FM da emissora, que sintonizará este áudio, e introduzindo trilhas sonoras, comerciais, etc. Após todo o trabalho de mixagem, os sinais de áudio L e R específicos da emissora, serão levados ao codificador estéreo. também no estúdio, será escolhida a trilha sonora que será enviada no canal SCA, que também entrará no codificador SCA, sendo que o sinal multiplex receberá o sinal SCA, sendo que estes irão ao modulador de FM específico da emissora sofrendo as variações de frequência para a transmissão. Apesar do processo estar finalizado, a portadora ainda não está amplificada em alta potência, mas será transmitida em curta distância (1 ou 2 km no máximo) até o alto de um morro ou prédios, para que daí possa ganhar alta potência para ser definitivamente transmitida para toda a região, onde o sinal de RF poderá alcançar um raio de até 100km de distância. Na figura 21, podemos ver o aspecto de uma antena transmissora. ATENÇÃO: este tipo de transmissão chamada de figura 21 comercial, somente poderá ser feita por emissoras que possuem o que se chama C O N C E S S Ã O D O GOVERNO. São também permitidas transmissões de AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 129 APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 baixa potência, com alcance ce 1 ou 2 km para as chamadas rádios comunitárias, mas também elas devem ter autorização para transmissão. Toda forma de transmissão utilizando faixas comercias em AM ou FM, sem autorização dos orgãos competentes, além de poderem causar sérios prejuízos à segurança aérea e às telecomunicações em geral, são chamadas de PIRATA e estão sujeitas às penas da lei. Apesar disto, existem pequenos transmissores chamados de VIDEO LINK, que alcançam uma distância de 5 a 10 metros, e são utilizados para transmitir um sinal de vídeo e áudio em AM no padrão de televisão, como mostra a figura 22. Para os alunos interessados em transmissão de figura 22 figura 22 FM, há um projeto COMPLETO DE TRANSMISSOR DE FM DE 80 WATTS, que pode ser visto no link: http://ludens.cl/Electron/fmtx/fmtx.html RECEPTOR DE FM Passaremos agora á análise de um radio-receptor de FM, sendo que este possui muitas semelhanças ao receptor de AM. Podemos ver o diagrama de blocos do receptor de FM mono na figura 23. SINTONIZADOR: Este circuito é idêntico ao circuito sintonizador dos rádios AM, com diferença apenas nas frequências das portadoras de FM que serão mais altas, podendo variar sua portadora de 88 MHz a 108 MHz (emissoras comercias de FM). Outra diferença está no oscilador local, que agora deverá variar sua frequência sempre 10,7 MHz acima da frequência da portadora sintonizada, já que a Frequência Intermediária padrão dos rádios FM será de 10,7 MHz e não 455 kHz como era nos rádios AM. Portanto, o BPF da saída do sintonizador, também deverá ter sua atuação centrada em 10,7 MHZ, tornando-se esta portadora de FI comum a todas as emissoras. AMPLIFICADOR DE FI: Temos aqui, como nos rádios AM, um circuito formado por 2 ou 3 transistores como amplificadores sintonizados na Frequência Intermediária de 10,7 MHz (FI), que terão como função dar ganho em tensão e corrente aos sinais de RF, para poderem ser demodulados. Na etapa de FI dos rádios FM não temos um controle de ganho do 1°amplificador, como o circuito de CAG, utilizado para os receptores AM, já que variações na amplitude do sinal, não relevantes, pois as informações de áudio estão contidas nas variações da frequência da portadora e não na sua amplitude. Mesmo que o sinal na antena seja forte, o que cause a saturação e corte dos amplificadores posteriores, não haverá problema, pois as variações de frequência, relativas aos áudio ou sinal multiplex, continuarão acontecendo, permitindo portanto, a demodulação dos sinais nos final do amplificador de FI. LIMITADOR: Como a amplitude da portadora não tem um controle de ganho (CAG) podemos ter portadoras 130 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO ELETRÔNICA APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 RF AF ANTENA AMPLIF. RF BPF MIX BPF 10,7MHz FI LIMITADOR FI DEMODULADOR DE FM DE ENFASE PRÉ POTÊNCIA VOLUME FM OSCILADOR LOCAL SINTONIZADOR AFC figura 23 SINTONIA RECEPTOR DE RÁDIO FM (mono) com grandes amplitudes, podendo gerar distorções no circuito demodulador e com, isso temos um circuito que irá limitar a máxima amplitude da portadora antes de ser demodulada; isto não irá alterar o sinal de áudio que não depende da amplitude da portadora e sim de sua frequência. AFC: O circuito de AFC (Automatic Frequency Control) também é conhecido como CAF Controle Automático de Frequência, sua função é manter a frequência sintonizada exatamente igual a frequência central da emissora, pois agora qualquer erro na frequência sintonizada poderá alterar o sinal de áudio demodulado que depende diretamente dos valores das frequência da portadora. Como a amplitude do sinal da portadora depende de circuitos sintonizados (BPF e amplificadores), caso a frequência sintonizada não seja exatamente a mesma da portadora da emissora teremos um sinal com amplitude menor quanto mais distante está a frequência sintonizada, caso a frequência sintonizada seja exatamente a frequência da portadora teremos a máxima amplitude para o sinal de FI. Logo, após o sinal de áudio ou multiplex ser demodulado, este áudio terá uma tensão dc, que dependerá da sintonia da portadora de FI, sendo esta tensão realimentada ao sintonizador; se a tensão de AFC cair ou subir, indicando que a emissora está fora de sintonia, obrigará o sintonizador a corrigir sua frequência (oscilador local) para que acerte a frequência sintonizada. DEMODULADOR DE FM: A função deste circuito, como no rádio AM, será recuperar o sinal de áudio eliminando as variações de alta frequência da portadora de FI. Existem vários tipos de demoduladores, sendo que mais adiante veremos alguns exemplos de demoduladores analógicos. Atualmente os demoduladores mais usados são os digitais, implementados à partir de portas lógicas, que serão estudadas detalhadamente no módulo 4 e 5. A função básica do demodulador é recuperar o sinal de áudio ou ainda o sinal multiplex, transformado as variações de frequência em amplitude. DE-ÊNFASE: Este circuito tem a função de retirar o ganho nas altas frequências, ganho este criado nos circuitos de PRÉ-ÊNFASE dos transmissores, e com ELETRÔNICA isso deixar o sinal de áudio equalizado da mesma forma original. Para isso, geralmente usamos um amplificador que atenua o ganho nas altas frequências, fazendo o oposto do amplificador de ênfase da emissora. AMPLIFICADOR: Este circuito é subdividido em dois: pré-amplificador e amplificação de potência. O pré-amplificador possui controle de volume, e geralmente é formado a partir de um transistor configurado em classe A, tendo um potenciômetro de volume; o segundo circuito é a saída de potência que geralmente é formada por um estágio DRIVE e uma saída em classe AB que dará ganho suficiente para excitar o alto-falante, gerando o som mecânico do sinal de áudio, permitndo a excitação do ouvido humano, fechando assim, o ciclo da transmissão e recepção, da mesma forma que foi visto nos rádios receptores de AM. O RÁDIO RECEPTOR ESTEREOFÔNICO A grande diferença entre um receptor de FM mono e o stereo, está encontra-se após o demoulador do sinal de FM. Podemos que que o sinal multiplex, entrará no bloco do DECODIFICADOR STEREO, sendo que passará por um processo de filtro e demodulação do sinal L-R, até que consiga recuperar os sinais L e R, que acabam indo aos pré-amplificadores e amplificadores de potência. Veremos detalhes nas aulas à frente. AF L DEMODULADOR DE FM PRÉ POTÊNCIA DECODIFICADOR VOLUME STEREO PRÉ figura 24 POTÊNCIA AF R VOLUME ANTENA RECEPTORA DE FM Existem basicamente 2 tipos de antenas para ondas de rádio FM: antena externa e a antena interna que vem presa no rádio receptor AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO 131 APOSTILA ELETRÔNICA GERAL MÓDULO - 3 ANTENA INTERNA: A antena que vem presa no rádio, geralmente é do tipo telescópica, igual a do rádio AM (OC), que geralmente é uma haste metálica que pode ser movimentada em várias direções e que normalmente é retrátil, permitindo auto-proteção quando não estiver sendo usada. Sua impedância é de 75W, o que facilita o casamento com a entrada do circuito sintonizador, que também é de 75W. um circuito demodulador como exemplo. Este circuito é um Detetor de Inclinação Balanceado, e é um dos métodos mais simples de recuperação do sinal de áudio, à partir de uma portadora modulada em FM. A função básica dos demoduladores de FM é converter as variações de frequência em variações de amplitude. D1 T1 ANTENA EXTERNA: Temos vários tipos de antenas receptoras fora do aparelho, sendo a mais básica é um pedaço de fio, tipo fita, com extremidades separadas, podendo ser pendurado atrás do aparelho ou na parede próxima. Através da abertura das extremidades forma um dipolo (dois pólos) receptor magnético, que captará o sinal de FM com uma impedância de 300W. Outro tipo usado, são as antenas externas de FM ou VHS (para TV) que são instaladas no telhado da residência, algumas dessas antenas já tem saída para cabos de conexão de 75W, mas outras, somente conexão para cabos de 300W, e neste caso, devemos instalar na entrada do rádio FM um circuito casador de impedância de 300W para 75W. Esses “circuitos” são na realidade pequenos transformadores acoplados por capacitores e em muitos aparelhos eles já estão incorporados. figura 25 300W FI C5 L1 C3 L2 C2 R2 C4 figura 26 SAÍDA DE AUDIO D2 Podemos observar que o circuito da figura 26 é um detetor de AM duplo, pois uma das funções deste circuito é detectar as variações de amplitude (envoltória) do sinal. Mas, como isso seria possível se o sinal de FM não tem variações de amplitude? Se dividirmos este circuito em 2 partes, teremos 2 detetores de envoltória acoplados por um transformador (T1) sintonizado pelos valores de C5 e L3 no primário e L2 e C2 num circuito e L1 t C1 no outro circuito. Vamos pegar só o primeiro circuito e verificar seu funcionamento, como mostra a figura 27. SAÍDA 75W BALUN L3 C1 R1 figura 27 D1 T1 C5 L3 L1 FI C1 R1 C3 Região de atuação 75W Estes transformadores casadores de impedância são chamados de BALUN, do inglês “ BALanced UNbalanced”, que significa balanceado para desbalanceado. Isto é assim, porque a entrada de 300W é balanceada, onde cada fio (dois no total) traz um sinal em fase e outro em contra-fase, sem referência ao “terra”. Já os cabos de 75W, geralmente são blindados com apenas um fio com o sinal, sendo o outro terminal a própria malha de aterramento, onde o sinal será transmitido desbalanceado. Na figura 25 temos o circuito de um “balun”. Nesta figura o “balun” já é incorporado ao aparelho receptor de rádio, onde temos duas entradas: uma de 75W, que está ligada diretamente à saída do balun, e outra de 300W que passará por um transformador casador de impedância antes de sair para o circuito sintonizador do rádio. O conjunto sintonizado por L1 e C1 tem uma frequência acima de 10,7 MHz (em torno de 10,8 MHz) com isso teremos a amplitude do sinal induzido em L1 aumentando, quanto mais próximo da frequência do filtro (10,8MHz) ela chegar. Então teremos em L1 um sinal variando em amplitude proporcionalmente a sua frequência, como mostra o gráfico de saída do sinal mostrado na direita da figura. O segundo circuito debaixo tem um funcionamento oposto ao da figura 24, pois o o conjunto sintonizado formado por L2 e C2 tem uma frequência abaixo de 10,7 MHz (10,6 MHz) então esta parte do circuito detectará a queda de amplitude devido a menor frequência do sinal, que serão integradas em C3 e C4, gerando um sinal de áudio com amplitude variando de acordo com as variações de frequência em torno de 10,7 MHz, que é a frequência central de FI (portadora). figura 28 DEMODULADOR DE FM T1 C5 Existem vários tipos de demoduladores de FM, desde os mais simples até os digitais, estes últimos mais utilizados nos aparelhos modernos, na figura 26 temos FI L3 L2 C2 R2 C4 D2 132 AMPLIFICADORES A, B, C, AB - OSCILADORES - SISTEMAS DE TRANSMISSÃO E RECEPÇÃO Região de atuação ELETRÔNICA