Prezados alunos, O curso técnico de transações imobiliárias TOTAL, mediante sua proposta de uma formação com qualidade, busca preparar um profissional diferenciado no mercado imobiliário. Dentro desta proposta teremos na disciplina de Economia e Mercados uma das ferramentas importantes na formação dos profissionais que estarão aptos ao ingresso neste segmento que a cada dia cresce intensamente em face sem sombra de dúvidas ao bom desempenho da economia Brasileira no cenário atual. Buscaremos na nossa disciplina trazer ao conhecimento dos nossos alunos os conceitos fundamentais da ciência econômica. Desta forma dividiremos nosso módulo em duas grandes unidades, na primeira trataremos sobre os conceitos fundamentais em economia estendendo-se até os conhecimentos fundamentais de micro-economia. Na segunda unidade trataremos sobre os grandes agregados econômicos que estão contidos na macroeconomia. No conteúdo da disciplina existentes no nosso módulo teremos todas as condições de disponibilizarmos aos alunos os elementos didáticos para que o mesmo tenha uma formação consistente e segura em termos de conteúdo e com todo material necessário incluindo exercícios complementares importantes para o entendimento do assunto tratado em sala. Lembramos que todas estas condições acima expostas só terão eficiência e eficácia na formação do profissional, se o mesmo buscar interesse pela disciplina. O entendimento da disciplina de Economia pode ser muito fascinante, se você for interessado e principalmente aplicado, capacitando-o a avaliar sistematicamente a atuação de todos os agentes econômicos que participam de um sistema econômico; possibilitando um enriquecimento tanto para a sua vida profissional como pessoal, pois, estará avaliando e entendendo o seu dia-a-dia. Neste sentido a prática constante da leitura é uma ferramenta essencial para o aprendizado do aluno. Desta maneira, para a melhor assimilação dos tópicos que foram apresentados, o aluno deve reservar um tempo razoável para ler seu módulo, suas anotações e resolver os exercícios propostos e as atividades trabalhadas em sala. O modo de pensar a partir de uma perspectiva econômica pode fornecer a você vantagens que a maioria das pessoas não tem, pois o estudo da Economia nada mais é do que o estudo do homem dirigindo sua vida cotidiana. Desta forma, caro aluno, espero que tenha um ótimo estudo desta fascinante disciplina e que a mesma seja para você uma importante ferramenta na sua formação profissional e humana. Bom Estudo! economia e mercados 1 Tópico I Objeto de Estudo e definições da Economia 1. Necessidades Humanas e o conceito de Escassez A primeira idéia do que venha a ser a economia (como atividade humana e como objeto de estudo científico) pode ser facilmente apreendida a partir de duas constatações básicas, a saber: a primeira de que não é possível estabelecer ou antever um limite para as necessidades humanas, mesmo com a sociedade consumista em que vivemos. O homem sempre experimentou novas necessidades ou descobriu maneiras diferentes de atender a necessidades antigas. A diferença em relação aos dias atuais encontra-se no ritmo, que era muito mais lento. A segunda constatação está no fato de que os recursos com que conta a humanidade para satisfazer as suas necessidades são finitos e limitados. Economia É o estudo da organização social, através da qual os homens satisfazem suas necessidades por bens e serviços escassos. A palavra economia deriva do grego "aquele que administra a casa". Lares e economias têm muito em comum. Uma família se depara com muitas decisões: · Quais tarefas cabem a cada membro da família e o que cada recebe em troca? · Os economistas analisam forças e tendências que afetam a economia como um todo, incluindo o crescimento da renda média e a taxa à qual os preços aumentam. Escassez é a relação entre as necessidades humanas – infinitas, e os recursos naturais – escassos. Pensando como um Economista Os economistas tentam tratar seu campo de estudo com a objetividade de um cientista. Trabalham na formulação e no teste de teorias, aplicando a lógica da ciência ao exame do funcionamento de uma economia. Suponha que queremos estudar como o que ocorre na economia quando o governo altera a quantidade de moeda em circulação. Parte importante desta análise é saber como os preços reagirão. Os economistas utilizam modelos para examinar vários problemas econômicos, que são construídos com hipóteses. Utiliza os modelos e faz declarações positivas para tentar descrever o mundo economia e mercados 2 como ele é. Os economistas como formuladores de políticas prescrevem o mundo como ele deveria ser, fazendo declarações normativas. As Leis Econômicas As leis econômicas são mutáveis no tempo e no espaço e não atingem um rigoroso grau de precisão. As leis econômicas são leis de probabilidade e não de relações exatas. São leis hipotéticas e estatísticas especialmente porque só se verificam se reunirem as condições e hipóteses que foram previamente estabelecidas para a sua formulação. 2. Definições da Economia Economia: Do Grego Oikonomia (Oikos = Casa, Nomos=Lei) Etimologicamente, a palavra Economia significa "a lei da administração da casa", Conforme Aristóteles, o primeiro analista econômico: "A ciência da administração da comunidade doméstica. A ciência do abastecimento, que trata da arte da aquisição", A seguir, algumas definições mais correntes: · Economia, ou Economia Política, é o estudo das atividades que, com ou sem dinheiro, envolvem transações de troca entre pessoas; · Economia é o estudo da maneira pela qual a humanidade realiza a tarefa de organizar suas atividades de consumo e produção; · Economia é o estudo da riqueza; · A Economia é a ciência da escassez; · Economia é o estudo da atividade produtiva, procurando atender as crescentes necessidades humanas através de recursos escassos. Analisando o conceito acima, podemos extrair algumas conclusões importantes: · A atividade econômica se realiza em três esferas distintas e interdependentes a produção, a distribuição e o consumo de bens e de serviços; · O homem funciona como agente do processo econômico; · Os recursos ou fatores de produção são escassos; · As necessidades humanas são ilimitadas; economia e mercados 3 · O objeto da Economia é o consumo; · A Economia é uma ciência social. 3. As Necessidades Humanas A Economia é a ciência que trata da utilização com máxima eficiência dos recursos produtivos escassos para o atendimento das necessidades dos indivíduos. Todos nós queremos nos alimentar, beber, nos vestir, termos um local para morar, nos educar e ter saúde. Além destas necessidades desejamos ter outras coisas, como carros, livros, jornais, férias no campo, internet, barcos, e assim por diante, desta forma as principais necessidades humanas destacamos a alimentação, o vestuário, a saúde, a educação, o transporte, a habitação a este grupo de necessidades da-mos o nome de necessidades primárias enquanto as demais que não se enquadram nesta classificação e estão sujeitas às influências de tradições culturais, costumes, inovações tecnológicas etc. A propriedade ou capacidade que os bens de consumo têm de atender às necessidades humanas é conhecido como utilidade. Sendo assim, as necessidades podem ser classificadas em primárias e secundárias: Necessidades Primárias são aquelas cuja satisfação é indispensável à sobrevivência. Necessidades Secundárias dizem respeito ao que é supérfluo. Bens e Serviços As necessidades humanas são satisfeitas pela posse de coisas materiais Bens e imateriais os Serviços. Para estes temos uma série de classificações que podemos observar através das definições abaixo: Quanto à natureza os bens podem ser: · Bens Materiais: São todos aqueles concretos, tangíveis. Exemplos: carros, aviões, geladeiras, televisores, etc. · Bens Imateriais: São intangíveis de caráter abstrato, são os Serviços. Exemplos: Uma avaliação imobiliária, uma aula, uma consulta médica. Quanto à raridade os bens podem ser: · Bens não Econômicos ou Bens livres: São úteis, e ainda encontrados em economia e mercados 4 abundância na natureza e não têm preço no mercado. Exemplo: o ar. · Bens Econômicos: São aqueles que, face à sua relativa escassez e utilidade, possuem um preço. Exemplo: alimentos, vestuário etc. Quanto ao destino os bens podem ser: · Bens de Consumo: São aqueles que satisfazem diretamente as necessidades dos consumidores. Exemplos: um refrigerante, um sorvete etc. · Bens de produção ou Bens de Capital: São aqueles que servem para produzir outros bens. Exemplos: máquinas, equipamentos, insumos etc. 4. Os Fatores de Produção Para dar respostas à questão de quais os bens ou serviços devem ser produzidos em uma sociedade devemos avaliar a partir dos recursos econômicos que são também conhecidos como fatores ou meios de produção. Estes fatores de produção que constituem a base de qualquer economia são os meios utilizados pela sociedade para produção de bens e serviços que irão satisfazer às necessidades humanas. Eles podem ser classificados em: a) Recursos Naturais (terra): Consistem em todos os bens econômicos utilizados na produção e que são obtidos diretamente da natureza, como os solos (agrícolas), os minerais, as águas, a fauna, a flora, o sol e o vento, dentre outros. b) Recursos Humanos (mão de obra): Incluem toda atividade humana que exija esforço físico ou mental, utilizado na produção de bens e serviços, como: os serviços técnicos do advogado, do médico, do economista, do corretor imobiliário, do engenheiro, ou a mão de obra do eletricista etc. c) Capital: Conjunto de riquezas acumuladas pela sociedade, que se presta a equipar a população para atividade produtiva. Abrange todos os bens materiais produzidos pelo homem e que são utilizados na produção. O fator capital inclui o conjunto de riquezas acumuladas por uma sociedade, e é com estas riquezas que um país pode desenvolver suas atividades produtivas. Podemos exemplificar algumas destas riquezas tais como: infra-estrutura econômica, infra-estrutura social, construções e edificações, maquinas e equipamentos. d) Empreendedorismo ou Capacidade empresarial: É a capacidade de mobilizar fatores de produção (terra, capital, trabalho sob um determinado patamar tecnologico). Um empreendedor toma decisões de negócios, assume riscos, quebra paradigmas. economia e mercados 5 e) Tecnologia; Conjunto de conhecimentos e habilidades que servem como elo de ligação entre o Capital e a força de Trabalho. É um fator de natureza qualitativa. Este conjunto de conhecimentos está agrupado em 03 (três) categorias: · Capacitação Para Pesquisa P&D. · Capacitação para desenvolver e implantar projetos (invenção X inovação). · Capacitação para operar atividades de Produção. São Fatores de Produção · Recursos Naturais; · Recursos Humanos; · Capital; · Capacidade Empresarial - (Empreendedorismo). · Tecnologia. 5. O Problema Fundamental da Economia Toda e qualquer sociedade, diante da expansão de suas necessidades, e presa às limitações dos recursos e das técnicas de produção existentes, tem de enfrentar os problemas que acabam por ocorrer do processo de escolha. Independentemente do tipo de sistema econômico, qualquer economia ao alocar os seus recursos escassos, deve considerar três questões ou problemas fundamentais, que se constituem nas funções de um sistema econômico: O que e Quanto produzir? (Nível de Referência Econômico) A questão principal é que bens e serviços devem ser produzidos, uma vez que, por dispomos de recursos escassos, e nenhuma economia pode produzir todas as quantidades de todos os produtos. Ë também a adoção de opções que satisfaçam plenamente às necessidades coletivas pressupondo que as fronteiras de produção sejam atingidas. Significa avaliar quais os produtos que deverão ser produzidos e em quais quantidades serão colocados no mercado. Como produzir? (Nível de Referência Tecnológico) Esta segunda questão trata da combinação mais apropriada dos fatores de produção para obtenção de certo nível de produção ao menor custo disponível. É a obtenção da eficiência produtiva, ou seja, a combinação ótima e a alocação de recursos, para maximização dos níveis de produção pela plena mobilização dos fatores de produção. Significa saber quem produzirá os bens e serviços, com quais recursos e através economia e mercados 6 de qual processo. Para quem produzir? (Nível de Referência Social) Trata-se de uma questão que se refere à distribuição do produto, que depende do nível e da distribuição da renda pessoal. Quanto maior a renda de um indivíduo, maior a parcela de produtos da economia que ele poderá adquirir. É a busca pela obtenção da eficiência distributiva e também definição e escoamento de produtos para consumidores distintos. Pressupõe que as fronteiras do bem-estar individual e coletivo sejam alcançadas. O modo como às sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais depende da forma da organização econômica do país, ou seja, do Sistema econômico de cada nação. Os Problemas Econômicos Fundamentais são · O que e quanto produzir? · Como produzir? · Para quem produzir? 6. O Sistema Econômico Compreende-se por Sistema Econômico o conjunto de fatores, relações e instituições que, de forma organizada, empreende a produção de bens e serviços com a finalidade de satisfazer às necessidades de consumo da coletividade. É a forma como a sociedade está organizada para desenvolver as atividades econômicas de produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços. A expressão "sistema econômico" engloba todos os métodos pelos quais os recursos são alocados e os bens e serviços são distribuídos. O sistema econômico é formado por um conjunto de organizações, cujo funcionamento faz com que os recursos escassos sejam utilizados para satisfação das necessidades humanas. Desta forma os sistemas econômicos podem ser decompostos em três grupos de elementos básicos que são: · Estoque de recursos de fatores de produção. · Complexo de unidades de produção (empresas). · Conjuntos de instituições Elementos Constitutivos dos Sistemas Econômicos Os elementos básicos de qualquer sistema econômico nas suas características são economia e mercados 7 detalhadamente compostos da seguinte forma descrita abaixo: · Estoque de Fatores de Produção: Estes elementos constituem a própria base da atividade econômica incluindo ai os recursos humanos (população economicamente ativa, capacidade empresarial e tecnologia.) e patrimoniais (reservas naturais e capital). · Complexo de Unidades de Produção: Conjunto de empresas que aglutinam e processam os recursos, existentes para a produção de bens e serviços; · Conjunto de Instituições: Conjuntos de instituições Econômicas, Jur1dicas, Políticas e Sociais que disciplinam as atividades desenvolvidas. Quanto à classificação os sistemas econômicos estão classificados em: · Sistema Socialista ou Economia Planificada. Neste sistema as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento. Neste sistema predomina a propriedade pública dos fatores de produção, chamados de meios de produção. · Sistema Capitalista ou Economia de Mercado. Este sistema é regido pelas forças e mercado, onde predomina a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. No Brasil prevalece o sistema econômico capitalista com uma participação ativa do estado no setor produtivo tanto produzindo como elaborando ações econômicas que acabam por interferir na relação entre demanda e oferta. Este modelo é chamado de Economia Mista. Sistema Econômico Capitalista · Estoque de recursos de produção · Complexos de unidades de produção · Conjunto de instituições Composição do Sistema Econômico No sistema econômico de uma nação, encontramos um grande e diversificado número de unidades produtoras, cada uma delas organizando os seus fatores de produção na busca por obter um determinado produto ou serviço. No entanto, apesar da diversidade de objetivos das inúmeras unidades produtoras, as mesmas tem as suas características e a sua classificação. As unidades de produção, ou seja, as empresas, que podem ser agrícolas, industriais e comerciais, desenvolvendo as atividades produtivas em três setores distintos da atividade econômica: Os Setores Primários, Setores Secundários e Setores Terciários compondo assim a economia dos países. Setor Primário O setor primário é constituído pelas unidades produtoras que utilizam economia e mercados 8 intensamente os recursos naturais e não introduzem mudanças substanciais nos seus produtos. Neste setor estão atividades agrícolas, pecuárias, e extrativas, sejam elas minerais, animais ou vegetais. Este setor tem como características principais: · Produzir bens materiais não transformados; · As suas unidades produtivas localizam-se, geralmente, na zona rural; · A mão-de-obra que o compõem é em sua maioria, via de regra, não qualificada; · Neste setor estão inseridas as atividades de Agricultura, pesca, caça, pecuária, extração vegetal etc. Setor Secundário O setor secundário é constituído pelas unidades produtoras que atuam no segmento industrial. Neste segmento os bens sofrem o processo de transformação. Ele caracteriza-se pela intensa utilização do fator de produção capital, sob a forma de máquinas e equipamentos. Indústrias no ramo automotivo, indústrias de bebidas, e de roupas, são exemplos de unidades que estão contidas no setor secundário da economia. Este setor tem como características principais: · Este setor produz bens materiais transformados (produtos industrializados); ·As unidades produtivas, ou seja, as empresas industriais, localizam-se geralmente, na periferia dos centros urbanos; · O segmento de produção industrial no ramo de Vestuário, Calçados, Farmacêutica, Química, Bebidas, automobilística etc. são exemplos contidos nesse setor. Setor Terciário O setor terciário se diferencia dos outros setores pelo fato de seu produto não ser tangível, concreto, embora possa ser quantificado e seja de grande relevância no sistema econômico. Ë composta pelas unidades produtoras que prestam serviços, tais como instituições bancárias agências corretoras imobiliárias, empresas de transporte etc. Este setor tem como características principais: · Produzir bens imateriais, ou seja, os serviços; · Exemplos de serviços prestados: Saúde, Educação, avaliação imobiliária, Serviços Públicos etc. economia e mercados 9 7. Fluxo Real, Fluxo Monetário e Fluxo circular da Renda Durante o processo de produção, em que se obtêm bens e serviços as unidades produtoras remuneram os fatores de produção por ela empregados. Para entender o funcionamento do sistema econômico, vamos supor uma economia de mercado que não tenha interferência do governo e não tenha transações com o exterior (economia fechada). Os agentes econômicos são as famílias (unidades familiares), e as empresas (unidades produtivas). As famílias são proprietárias dos fatores produtivos e as empresas fornecem às unidades de produção no mercado de fatores de produção. As empresas, pela combinação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias no mercado de bens e serviços. A este fluxo de fatores de produção para bens e serviços denominamos Fluxo Real da Economia. O Fluxo Real descreve então as relações entre a coletividade (onde estão os proprietários dos fatores) e as unidades de produção (que mobilizam os recursos existentes). Figura 1.1 - Fluxo Real da Economia Já o Fluxo Monetário que é também chamado de Fluxo de Renda é formado pelo pagamento que os fatores de produção recebem durante o processo produtivo. Figura 1.2 - Fluxo Monetário da Economia economia e mercados 10 Interdependência dos Fluxos Real e Monetário Os dois fluxos se inter-relacionam através do mercado de fatores de produção e do mercado de bens e serviços. Estes dois fluxos tem um significado extremamente importante para a teoria econômica. O fluxo de produto, formado por bens e serviços produzidos constitui a oferta da economia. O fluxo de renda por sua vez é formado pelo total de remuneração doa fatores produtivos, constituindo o montante de que as pessoas dispõem para satisfazer as suas necessidades e desejos. Este fluxo confunde-se, em geral, com a despesa que os agentes realizam, representando a demanda, ou a procura, da economia. A oferta e a demanda são as duas funções mais importantes de um sistema econômico. Estas duas funções formam o mercado em que as pessoas querem vender se encontram com as pessoas que querem comprar. Os fluxos monetários e real do sistema econômico, e a formação do mercado podem ser sintetizados no esquema a seguir: Figura 1.3 - Fluxo Circular da Renda. economia e mercados 11 Fluxos do Sistema Econômico · Fluxo Real ou do Produto · Fluxo Monetário ou de renda · Fluxo Circular da Renda Exercícios Fundamentos Parte I 1) Responda as questões abaixo: a) Qual a diferença entre bens e entre serviços? b) O que são os fatores de produção e quais são eles? c) Quais são as três esferas da atividade econômica? d) Caracterize o que são as necessidades primárias e secundárias. e) O que você entende por sistema econômico? f) Caracterize os bens quanto à natureza e quanto a sua destinação. g) Identifique os três setores da economia e apresente as características básicas dos mesmos. h) Os países desenvolvidos apresentam maior preponderância dos setores secundário e terciário na economia. Esta afirmação é verdadeira? Justifique sua resposta. i) Apenas o fator de produção trabalho recebe, no processo produtivo, uma remuneração. Esta alternativa é verdadeira? Justifique sua resposta. 2) Complete: a) Só a limitação física não produz escassez; o ar e a água do mar são limitados em quantidade, mas não caracterizam um problema econômico, porque, em circunstâncias normais, não são _________________, porque ____________________. b) Economia e escassez estão tão interligadas que um bem escasso é chamado de __________________________, e um bem que não é escasso é denominado de ___________________________. c) Os recursos que entram no processo produtivo são chamados de ____________________. Já o resultado do processo de produção é chamado de__________________________. d) O fluxo de produto é formado por_____________e__________________ produzidos no sistema econômico, e também recebe o nome de ______________________ e) O fluxo de renda , é formado pela totalidade do pagamento que os economia e mercados 12 _____________ recebem durante o processo produtivo. 3) Classifique os itens abaixo (Recursos naturais, trabalho ou capital): a) Terra usada para uma barragem _____________________. b) Terra usada numa horta __________________________. c) Uma triturador de milho __________________________. d) Uma batedeira de bolo ___________________________. e) Os serviços de uma empregada doméstica ______________. f) A água usada por engarrafador de cerveja ______________. 4) Com relação, ainda, ao ciclo da atividade econômica, marque C (certo) ou E (errado) sentenças abaixo. a) ( ) O sistema econômico conta com dois mercados distintos: um de fatores de produção e outro de bens e serviços. b) ( ) As empresas, as unidades familiares e o governo são os agentes econômicos do sistema. c) ( ) As unidades familiares são os agentes demandantes tanto dos fatores de produção como dos bens e serviços. d) ( ) O processo produtivo dá origem a dois fluxos distintos: o da renda (pagamento aos fatores de produção) e o fluxo real (oferta e procura dos bens e serviços). e) ( ) O processo produtivo mostra que a economia sempre e obrigatoriamente estará em equilíbrio, já que o valor da renda gerada é, por definição, igual ao valor dos bens e serviços produzidos. f) ( ) Os serviços dos fatores de produção fluem das famílias para as empresas, enquanto o fluxo contrário, da renda, destina-se ao pagamento de salários, aluguéis, juros e lucros. g) ( ) A partir dos conceitos de economia podemos concluir que a mesma é a ciência da fartura. TÓPICO II Introdução à Microeconomia Após nossa primeira etapa na qual trabalhamos os conceitos fundamentais do que é o sistema econômico, e de como nele produzem e se distribuem os bens e os serviços, passaremos a estudar de forma mais aprofundada e em detalhes o funcionamento do sistema econômico. Temos a teoria econômica dividida em dois grandes ramos considerados como básicos e que servem para melhor compreender o sistema. O primeiro é a microeconomia que se preocupa em estudar os elementos considerados como mais simples do sistema econômico tais como o consumidor individual, o economia e mercados 13 mercado, e a empresa etc. Para esta compreensão avaliaremos o papel do consumidor individual aquele que se dirige ao mercado em busca da aquisição dos chamados bens e serviços, bem como também analisaremos o papel da unidade produtora tomada isoladamente a que chamamos de empresa. Sinteticamente podemos dizer que a microeconomia se preocupa em estudar a maneira como o consumidor gasta sua renda, de forma a ter o maior grau de satisfação. Analisa também a forma como as empresas (unidades produtoras), utilizam os seus fatores de produção buscando maximizar plenamente os seus lucros. Microeconomia é o estudo de como as famílias e empresas tomam decisões e de como interagem nos mercados. O segundo ramo que estaremos estudando será a Macroeconomia. Macroeconomia será estudado o conjunto dos consumidores de uma sociedade, bem como o conjunto de empresas que a compõem. Sua principal atribuição é a determinação dos fatores que influenciam o nível total de renda e do produto dentro do sistema econômico. Macroeconomia é o estudo dos fenômenos da economia como um todo, incluindo inflação, desemprego e crescimento econômico. Podemos compreender de forma melhor esta relação a partir da figura abaixo: economia e mercados 14 A Condição CETERIS PARIBUS Em economia vários fatores afetam o estudo das relações entre oferta e entre demanda, neste sentido em alguns momentos precisamos seguir em uma relação onde eventualmente ocorrerá a necessidade de descolar a variável estudada de um possível evento ou variável que interfira no objeto de analise. Desta forma acabamos por utilizar a expressão Ceteris Paribus que se trata de uma expressão de origem latina que significa, literalmente, mantidos inalterados todos os demais fatores; permanecendo iguais todos os demais elementos; ou tudo o mais permanecendo constante ou ainda " outras coisas sendo iguais ", esta expressão, é usada para lembrar que todas as variáveis, que não aquela que está sendo estudada, são mantidas constantes. · O mercado em estudo não afeta e não é afetado pelos demais. · Verifica o efeito de variáveis isoladas, independentemente dos efeitos de outras variáveis. Exemplificando: Conforme a lei da demanda, se o preço da carne aumentar, o consumo diminui. Se o preço da carne diminuir, o consumo aumenta. Para que esta lei econômica se verifique é necessário que as outras variáveis que interferem no consumo do bem, como preço dos outros bens e gosto do consumidor, por exemplo, não se modifiquem, ou seja, que a condição coeteris paribus seja observada. Imaginemos, por exemplo, que os consumidores modificam suas preferências, e por algum motivo, tornam-se vegetarianos. Se o preço da carne diminuir o consumo não aumenta necessariamente. logo, a lei da demanda foi revogada. Modelo de Demanda e Oferta O mercado de um produto é formado por todos os compradores e vendedores desse produto. O preço absoluto de um bem é a proporção em que ele é trocado por dinheiro, isto é, o número de unidades monetárias necessárias para obter uma unidade desse bem. O preço de um bem em unidades de outro bem é seu preço relativo. O propósito do modelo de oferta e demanda é prever mudanças nos preços e quantidades de mercado quando as condições da oferta e da demanda são alteradas. O modelo de oferta e demanda é usado para explicar de que maneira opera um mercado perfeitamente competitivo. Um mercado competitivo é aquele no qual economia e mercados 15 existem muitos compradores e muitos vendedores, de forma que cada um deles exerce uma influência insignificante no preço de mercado. Demanda Define-se a procura (ou demanda) como sendo a quantidade de bens que os consumidores estão aptos e dispostos a adquirir, em dado período de tempo, aos vários preços alternativos. Demanda de mercado é a soma das demandas individuais que integram tal mercado. A lei da demanda se refere à relação inversa entre o preço de um bem e a quantidade demandada: ao aumentar o preço, diminui a quantidade demandada, e o contrário ocorre quando se reduz o preço. A Demanda por um certo bem depende de vários fatores, que podem ser explicados por modelos e teorias construídos com base na observação do comportamento dos consumidores. Entre estes fatores podemos destacar. · O preço do próprio bem · A renda do consumidor · O preço dos bens relacionados — substitutos e complementares · A tradição e os hábitos culturais · Preferências do consumidor — gostos e propaganda · Expectativas do consumidor quanto aos futuros preços Devemos concordar que, de modo geral os consumidores reagem mal às quantidades demandadas quando há aumento de preço e reagem bem quando há aumento de sua renda. A Microeconomia Identifica duas razões para explicar porque o aumento de preços leva à redução nas quantidades demandadas. Essas razões são identificadas como Efeito Substitutivo e Efeito Renda. economia e mercados 16 Efeito Substitutivo O efeito substituição reflete uma mudança nos preços relativos e nos diz que, quando o preço de um bem ou serviço aumenta, a quantidade demandada desse bem diminui, pois seu consumo é substituído pelo de outros bens. Efeito Renda O efeito renda reflete uma mudança na renda real dos consumidores: quando o preço dos CDs, por exemplo, aumenta, a renda real se reduz, e o consumidor poderá comprar menos de todos os bens, inclusive do bem cujo preço subiu. Curva de Demanda A curva de demanda é negativamente inclinada (descendente para a direita), expressando uma relação inversa entre preço e quantidade procurada do bem. Supondo que os preços dos outros bens, a renda e o gosto ou preferência do consumidor, não se modifiquem, permaneçam constantes (condição "ceteris paribus"), podemos estabelecer uma relação (inversa) entre quantidade demandada e preço do bem esta é a chamada Lei da Demanda: Quando o preço do bem aumenta, a quantidade demandada diminui. (P>Qd) Quando o preço do bem diminui, a quantidade demandada aumenta. (P<Qd) Considerações importantes: A curva de demanda é a representação gráfica da relação entre o preço de um economia e mercados 17 bem e a quantidade demandada. Ao traçar tal curva, supomos que os fatores capazes de afetar a quantidade demandada, exceto o preço, permanecem constantes. A função de demanda é uma relação matemática que reflete a relação entre a quantidade demandada de um bem, seu preço e outras variáveis. A curva de demanda se desloca quando muda qualquer um dos fatores que influem na demanda, exceto o preço do bem. Oferta Define-se a oferta como sendo a quantidade de bens que os produtores (ofertadores) estão aptos e dispostos a produzir e ofertar no mercado, em dado período de tempo, aos vários preços alternativos. A quantidade ofertada de um bem é o que os vendedores querem e podem vender Existem inúmeros determinantes para a oferta no mercado, dentre estes podemos destacar que os mais importantes são: · O preço do próprio bem; · O custo de insumos (fatores de produção); · A tecnologia disponível para a produção; · O número de produtores concorrentes atuando no mercado; · As expectativas do produtor sobre os preços futuros; · Os impostos ou subsídios do governo; · Externalidades, tais como as condições climáticas; · Preço dos outros bens, substitutos ou complementares. A tabela de oferta reflete as diferentes quantidades que os produtores desejam ofertar, a cada nível de preço dado. economia e mercados 18 A lei da oferta expressa a relação direta existente entre o preço e a quantidade ofertada: à medida que o preço sobe, aumenta a quantidade ofertada. A curva de oferta é a representação gráfica da relação entre o preço de um bem e a quantidade ofertada. Para traçá-la, supomos que permanecem constantes todas as variáveis, exceto o preço, capazes de afetar a quantidade ofertada, tais como o preço dos fatores produtivos. A função de oferta reflete, ceteris paribus, a relação matemática entre a quantidade ofertada de um bem, seu preço e as demais variáveis que influenciam as decisões de produção. A curva de oferta de um bem se desloca quando muda qualquer um dos fatores que influenciam a oferta, exceto o preço do bem. Quando o preço do bem aumenta, a quantidade ofertada do bem no mercado aumenta. (P >; Qo >) Quando o preço do bem diminui, a quantidade ofertada do bem no mercado diminui. (>P; Qo <) O Equilíbrio Equilíbrio de mercado é uma situação em que, ao preço corrente de mercado, a quantidade ofertada é igual à demandada. economia e mercados 19 Quando um mercado atinge um equilíbrio, não existe pressão para mudança de preço. O preço de equilíbrio, ou 'preço que esvazia o mercado', é aquele para o qual a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada. Essa é a quantidade de equilíbrio. O equilíbrio se encontra na intersecção entre as curvas de oferta e demanda. No equilíbrio, dado que a quantidade ofertada e a demandada se igualam, não há escassez nem excedente. E = equilíbrio entre oferta e demanda (ponto de interseção das curvas) Pe = preço de equilíbrio Qe = quantidade de equilíbrio (Q ofertada é igual a Q demandada). No ponto em que ocorre o preço de equilíbrio, as quantidades procuradas igualam-se às quantidades ofertadas. No exemplo acima exposto, R$20,00 é o preço de equilíbrio, isto é, o preço pelo qual os consumidores estão dispostos a adquirir 07 unidades do bem e os ofertados (produtores) a ofertar 07 unidades. A qualquer outro preço o mercado entra em desequilíbrio. · Se o Governo interferir no mercado e tabelar o preço do bem acima do preço de equilíbrio, em R$ 25, 00. por exemplo, haverá excedente de produto, já que, a este nível de preço, os produtores ofertam 10 unidades, enquanto os consumidores demandam apenas 04 unidades. · Se o Governo interferir no mercado e tabelar o preço do bem abaixo do preço de equilíbrio, em R$ 15,00. por exemplo, haverá escassez de produto, já que, a este nível de preço, os produtores ofertam apenas 04 unidades, enquanto os economia e mercados 20 consumidores desejam adquirir 10 unidades do produto. O preço de equilíbrio, ou 'preço que esvazia o mercado', é aquele para o qual a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada. Essa é a quantidade de equilíbrio. O equilíbrio se encontra na intersecção entre as curvas de oferta e demanda. No equilíbrio, dado que a quantidade ofertada e a demandada se igualam, não há escassez nem excedente. O Mercado Um mercado é constituído de compradores e vendedores. A palavra mercado pode tanto se referir a uma economia como um todo – o mercado brasileiro ou mercado de Salvador, por exemplo – ou a um produto ou um setor específico qualquer – o mercado de trabalho, o mercado agrícola, o mercado de automóveis, de calçados ou de livros. Observa-se, de outra parte, que as relações entre compradores e vendedores seguem padrões diferentes, dependendo do tamanho desse mercado, do número de agentes econômicos (vendedores e compradores) que nele atuam e até mesmo do tipo de produto comercializado. Como resultado, a forma como os preços são determinados varia de acordo com as características de cada mercado. Essas características permitem diferenciar quatro estruturas básicas de mercado: ·Concorrência perfeita ·Monopólio · Oligopólio · Concorrência monopolística. economia e mercados 21 Geralmente, na literatura econômica, o monopólio, o oligopólio e a concorrência monopolística são chamados de mercados imperfeitos. Vejamos, então, as características distintivas de cada um desses mercados. A Concorrência Perfeita Para que um mercado seja caracterizado como de concorrência perfeita é necessário que preencha as seguintes condições básicas: a) Existência de um número elevado de vendedores e compradores independentes, cada qual muito pequeno em relação a esse mercado como um todo, sendo, em conseqüência, incapaz de afetar os níveis de oferta e procura do produto e o seu preço. A essa característica costuma-se denominar de “atomização”. b) Todas as firmas desse mercado vendem produtos homogêneos (idênticos ou substitutos próximos), de tal modo que os compradores possam comparar os preços; c) Conhecimento ou informação perfeita das condições do mercado, tanto pelos vendedores como pelos compradores, para que todos possam competir em pé de igualdade; d) Livre entrada e saída de empresas no mercado, ou seja, não há restrições para que uma empresa nova entre no mercado ou dele queira sair; e inexistência de associações de produtores visando impedir ou inibir a entrada de novas empresas. e) Perfeita mobilidade de fatores de produção, significando que a mão-de-obra e outros fatores produtivos de uma empresa para outra ou de uma região para outra. A concorrência perfeita, é o mercado que estabelece o preço do produto, eliminando toda e qualquer possível exploração do consumidor, fazendo com que os preços sejam "justos", no sentido de que sejam iguais aos custos (incluindo nesses o chamado "lucro normal"). O produtor, por ser um "átomo" nesse mercado, recebe o preço como dado, não tendo qualquer poder de alterá-lo. Você já deve ter percebido que este mercado não é facilmente encontrado na prática. Monopólio O monopólio é um tipo de mercado diametralmente oposto à concorrência perfeita. É o caso limite onde só existe um produtor ou fornecedor de um bem ou serviço. Nessa situação, o monopolista tem controle absoluto sobre o preço de seu produto. Mas, isso não significa que o monopolista fixará o preço no nível mais alto que ele puder. Na verdade, considerando que a demanda pelo seu produto pode reagir ao economia e mercados 22 aumento de preço, o monopolista irá fixá-lo no nível em que seus lucros totais sejam maximizados – o que pode ocorrer a um preço relativamente baixo Exemplos de monopólio são as empresas fornecedoras de energia elétrica, algumas de telefonia fixa e a própria Petrobrás. Uma figura de comportamento similar ao monopólio e que é pouco divulgada e conhecida é o Monopsônio – caracterizado pelo mercado onde existe um só comprador do produto considerado. Seu poder de estabelecer o preço é o mesmo do monopólio. Um exemplo comum desse tipo de mercado ocorre com os pequenos e inúmeros produtores de leite da zona oeste de Minas Gerais que, sem alternativa, se vêem obrigados a vender o produto para apenas uma grande empresa pasteurizadora sem concorrentes na região. Nesta situação, a empresa compradora (única da região) tem perfeitas condições de impor os preços para a compra do leite. Do ponto-de-vista social, o monopólio deve ser evitado como estrutura de mercado predominante. Entretanto, barreiras legais protegem determinados monopólios, os chamados "naturais", como os serviços públicos são exemplos de monopólios os setores de: · Abastecimento e saneamento de águas; · Segmento de energia elétrica etc. Oligopólio O oligopólio é a estrutura de mercado prevalecente no mundo moderno, inclusive, e, especialmente, na economia brasileira. O oligopólio é um tipo de mercado que se diferencia da concorrência perfeita pelas seguintes características principais: · O mercado é dominado por um número pequeno de grandes empresas; · Na maioria dos casos, muito embora possa haver diferenciação entre os produtos das diversas firmas, eles são perfeitos substitutos entre si, como é o caso do setor de eletrodomésticos, sabão em pó, automóveis, cimento, etc; · Como, na maioria dos casos, 80% a 90% do mercado é dominado por um pequeno número de grandes empresas existindo um relativo controle de preços por estas firmas, através de acordos ou conluios; · As empresas do setor tentam ganhar mercado através de uma massiva publicidade, e nunca através de redução de preços; economia e mercados 23 · A ação de uma firma afeta as demais, tornando-as interdependentes, apresentando, geralmente, uma firma maior que se comporta como líder das demais. São inúmeros os exemplos de mercados oligopolísticos; Aliás, a característica dominante da economia brasileira é o alto grau de oligopolização de suas indústrias, como são exemplos a indústria automobilística, a indústria de aparelhos de TV, de geladeiras, de aparelhos de som, de cimento, de sabonetes, de pasta de dente, e inúmeros outros. Concorrência Monopolística Concorrência monopolística é um mercado onde existem várias pequenas empresas disputando o mesmo tipo de cliente, caracterizando uma situação mais ou menos eqüidistante da concorrência perfeita e do monopólio. Geralmente é encontrada no mercado de varejo. Suas características principais são: a) Geralmente cada empresa tem seu próprio produto que, embora possa ser substituto próximo dos demais, apresenta característica diferenciadora de firma para firma; b) São todas as firmas de porte e poder de concorrência relativamente semelhantes, o que limita bastante seu controle sobre seu preço; Exemplos de concorrência monopolística são as butiques de um shopping, os restaurantes, as escolas privadas, as padarias, as pequenas mercearias, etc. São essas as principais estruturas de mercado existentes. Feita esta abordagem, temos, agora, condições de analisar como funcionam as forças de mercado – isto é, a oferta e a demanda - num sistema econômico capitalista, e como são determinados os preços dos bens e serviços em geral, sem que o governo interfira nesse processo. Conceitos Complementares Cartel: Um cartel é uma combinação de firmas cujo objetivo é limitar a atuação das forças competitivas dentro de um mercado. Da variedade de serviços que pode executar um cartel seus membros, dois são de importância central: (1) Fixação de preço e (2) divisão do mercado. Uma administração central determina o preço uniforme do Cartel. A exigência, obviamente, é que as empresas não reduzam o preço abaixo do preço do Cartel. economia e mercados 24 Exercícios Microeconomia Parte II 5º) Questão – Assinale a alternativa solicitada: 1. A quantidade demandada de um produto qualquer é influenciada pelos fatores abaixo, exceto: a) custo ou tecnologia de produção; b) gosto ou preferência do consumidor; c) nível de renda dos consumidores; d) preço do produto considerado; e)preço de produtos substitutos. 2. A quantidade ofertada de um produto qualquer é afetada pelos fatores abaixo, exceto: a) preço dos produtos com técnica de produção semelhante; b) renda dos consumidores; c) preço do produto considerado; d) custo ou tecnologia de produção. 3. Os fatores abaixo causam variação da demanda (deslocamento da curva), exceto: a) um aumento da renda real dos consumidores; b) mudança na preferência dos consumidores; c) mudança no preço dos produtos substitutos; d) mudança no preço do produto considerado; e) crescimento da população do mercado considerado. 4. Os fatores abaixo causam um deslocamento da curva de oferta, exceto: a) redução dos custos de produção; b) saída do mercado de diversos produtores; c) mudança do gosto ou preferência do mercado consumidor; d) variação do preço dos produtos de tecnologia similar; e) todas as alternativas anteriores. 5. Suponha que um determinado tipo de sandália feminina entrou na moda. A partir desta informação, pode-se esperar: a) um deslocamento da curva de demanda para a direita, e conseqüente redução de seu preço; b) um deslocamento da curva de oferta para a direita, e conseqüente queda no preço da sandália; c) um deslocamento tanto da curva de demanda como da curva de oferta para a direita; d) um deslocamento da curva de demanda para a direita e conseqüente aumento economia e mercados 25 do novo preço de equilíbrio; e) um deslocamento ao longo das curvas de oferta e de demanda. 6. Com relação às curvas de oferta e demanda, estão corretas as afirmativas abaixo, exceto: a) se o preço do produto considerado se alterar, as duas curvas se deslocam; b) se o preço do produto substituto se elevar a curva de demanda se desloca para a direita; c) se o custo de produção se reduzir, a curva de oferta se desloca para a direita e para baixo; d) a curva de demanda não é afetada pela tecnologia de produção; e) o preço de equilíbrio é aquele que iguala as quantidades ofertadas e demandadas. 7. Numa economia em concorrência perfeita, as curvas de oferta e procura de determinado bem são Qs = 4P + 4 e Qd = 16 – 2P, onde Qs, Qd e p são, respectivamente, quantidades ofertadas e demandadas e P o preço. Neste caso, o preço e a quantidade de equilíbrio são, respectivamente: (calcular) a) 120 e 20,00; b) indeterminados; c) 12 e 2,00; d) 10 e 15,00; e) 2,00 e 12. 8. Sabe-se que X é um bem inferior. Se ocorrer um aumento na renda dos consumidores do bem, com tudo o mais permanecendo constante, haverá repercussões no mercado de X, levando-o, num primeiro impacto, a uma situação de desequilíbrio. Caso haja tempo para que o mercado se reequilibre, deve-se esperar: a) uma elevação do preço de X, porque a curva de oferta desse bem se deslocará para a esquerda, mantendo-se fixa a posição da curva de demanda; b) uma redução do preço de X, porque a curva de oferta desse bem se deslocará para a esquerda, mantendo-se fixa a posição da curva de demanda; c) uma redução do preço de X, porque a curva de demanda desse bem se deslocará para a esquerda, mantendo-se fixa a posição da curva de oferta; d) uma elevação do preço de X, porque a curva de demanda desse bem se deslocará para a direita, mantendo-se fixa a posição da curva de oferta. economia e mercados 26 9. São características da concorrência perfeita, exceto: a) atomização de vendedores e compradores; b) livre entrada e saída de compradores e vendedores; c) perfeito conhecimento das condições do mercado (preço e quantidade) pelos agentes econômicos; d) pequeno número de grandes empresas vendendo uma grande variedade de produto; e) produtos homogêneos. 10. São características do oligopólio, exceto: a) alto grau de controle sobre os preços pelas empresas participantes; b) grande nº. de pequenas empresas vendendo produtos bastante diferenciados; c) as empresas não fazem guerra de preços; d) as empresas fazem guerra de publicidade; e) existe uma "interdependência" entre as empresas. 6ª) Com relação aos diversos tipos de mercado, marque V (verdadeiro), ou F (falso) nas afirmativas abaixo. a) ( ) Num mercado de concorrência perfeita, as firmas não têm controle sobre o preço do produto. b) ( ) Num mercado oligopolístico, as empresas têm grande controle sobre o preço do produto. c) ( ) Monopsônio é o mercado onde só há um vendedor ou produtor de determinado produto. d) ( ) A "atomização" de produtores e vendedores é uma característica do mercado de concorrência monopolística e) ( ) Por não ter concorrente, uma firma monopolística tenderá a fixar o preço no nível mais alto para aumentar seus lucros. economia e mercados 27 TÓPICO III Introdução à Macroeconomia Enquanto a Microeconomia estuda como o consumidor gasta a sua renda de forma a maximizar a sua satisfação e como a empresa emprega os fatores de produção para obtenção do maior lucro possível, a Macroeconomia preocupa-se em estudar o conjunto dos consumidores de uma sociedade. Seu interesse é determinar os fatores que podem influenciar o nível total de renda e do produto dentro do sistema econômico. Macroeconomia estuda os agregados econômicos, como produto interno bruto, (PIB), moeda, consumo nacional, investimento agtregado, exportações, nível geral de preços, inflação, crescimento econômico, nível de emprego e desemprego, etc. Principais agregados macroeconômicos Produto Interno Bruto - PIB. O PIB ou produto interno bruto é o primeiro agregado, correspondendo ao conceito de produto da economia. Sintetizando representa a soma dos valores monetários dos bens e dos serviços finais, produzidos a partir doa fatores de produção que estão contidos dentro das fronteiras geográficas do país. PIB (Produto Interno Bruto) é a expressão monetária do volume de bens e serviços finais produzidos pelo sistema econômico durante um exercício, por empresas nacionais e estrangeiras dentro de um país, sendo o principal indicador de desempenho da atividade econômica. Outros Medidores de produção da atividade econômica: PNB (Produto Nacional Bruto) corresponde ao volume de recursos produzidos economia e mercados 28 por empresas nacionais dentro e fora do país. Considerando a participação importante do estado tanto como consumidor quanto como produtor foram criadas duas maneiras de medir o PIB, a primeira que é o PIB a preços de mercado e a segunda que é o PIB a custo de fatores. PIB a preços de mercado. Corresponde a soma de valores monetários dos bens e serviços produzidos, computando-se os impostos indiretos e subtraindo-se os subsídios. PIB a custo de fatores. Soma dos valores monetários dos bens e serviços produzidos subtraindo-se os impostos indiretos e somando-se os subsídios. O PIB difere do PNB pela renda liquida enviada ao exterior. Quando o PIB é maior que o PNB significa que o volume de renda enviada ao exterior é maior que o volume recebido. Por conseguinte quando o PIB é menor que o PNB o volume de venda recebida supera o enviado. No caso do Brasil o PIB é maior que o PNB, pois o país remete anualmente para exterior mais os rendimentos do que recebe pelo uso dos seus fatores de produção. Diante disto é fácil concluir que: PIB = PNB + Renda liquida enviada ao exterior PNB = PIB – Renda liquida enviada ao exterior PNL (Produto Nacional Liquido) Subtração do PNB da parcela para a reposição ou reparo das maquinas e equipamentos desgastados no período (Depreciação). PNL = PNB – Depreciação PNB = PNL + Depreciação Conseguimos observar a importância do produto interno bruto para a economia de um país, bem como a magnitude da presença quantitativa do estado como agente do sistema econômico. Moeda Em economia a moeda é o elemento pelo qual são efetuadas as transações monetárias sendo que este meio varia em relação a uma série de fatores (tempo, cultura, etc.) Nos dias de hoje nem conseguimos imaginar uma sociedade que tenha vivido sem este elemento de intermediação das trocas entre bens e serviços. economia e mercados 29 O uso da moeda nas economias atuais é tão generalizada que se torna difícil imaginar um sistema econômico que funcione sem este instrumento. Nos sistemas econômicos primitivos a troca fazia-se diretamente era o chamado escambo. Nas economias de escambo, portanto, as trocas eram amonetárias, ou seja, sem a utilização da moeda. Trocava-se mercadoria por mercadoria. Para tanto, era necessário que as necessidades entre os permutadores fossem coincidentemente inversas. A especialização, a divisão do trabalho e o desenvolvimento do comércio tornaram evidentes as limitações do escambo. As dificuldades de realização de troca direta fizeram surgir a troca indireta. Ao instrumento de intermediação das trocas dá-se o nome de moeda. A moeda surge, pois, para facilitar a generalização das trocas. Colocamos abaixo a cronologia de instrumentos de intermediação de mercadorias e que serviram como "moeda" em épocas distintas: · Moeda como mercadoria - A moeda-mercadoria constitui, historicamente, a primeira forma de moeda. Eram mercadorias de aceitação geral nas comunidades Econômicas primitivas. Inicialmente, utilizadas apenas como medida de valor. Posteriormente, como instrumento (meio) geral de trocas. São exemplos de moeda - mercadoria: gado, sal, algodão, (cacau na Bahia), etc. Valor como mercadoria = valor como moeda · Moeda metálica – Com o desenvolvimento econômico surge a necessidade de utilização de instrumentos mais eficazes. A moeda-mercadoria apresentava uma série de dificuldades, tais como: indivisibilidade, problemas de conservação e dificuldade de transporte. Os metais, inicialmente bronze e cobre, e, posteriormente, os preciosos, ouro e prata, passaram a substituir as mercadorias na intermediação das trocas, surgindo, assim, a moeda-metálica. Principais vantagens da moeda-metálica, ouro e prata, especialmente, em relação à moedamercadoria: 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) Facilidade de transporte e entesouramento; Concentração de grande valor em pequeno volume; Durabilidade; Inalterabilidade; Manejabilidade fácil; Divisibilidade; Fácil reconhecimento e aceitação. · Moeda-Papel - Com o desenvolvimento dos mercados, o manejo e o transporte da moeda metálica começaram a apresentar uma série de riscos e dificuldades. economia e mercados 30 Era conveniente, portanto, substituir a moeda-metálica por títulos representativos dessa moeda-metálica. Assim, passou-se a confiar aos ourives (banqueiros primitivos) a guarda da moeda-metálica (ouro e prata). Em troca, os ourives emitiam certificados representativos da moeda metálica. Esses certificados, cujo valor é totalmente assegurado por metal (lastro), portanto, integralmente conversível em ouro, passa a ser trocado por bens (instrumento de troca), revelando aceitação geral, desempenhando, assim, a função de moeda. · Papel-moeda ou Moeda Fiduciária - Desde cedo, os banqueiros primitivos perceberam que parte considerável dos depósitos em ouro eram inativos, ou seja, que grande parte da moeda metálica depositada não é exigida pelos possuidores dos certificados. Assim, os banqueiros passaram a emitir títulos em valor superior ao das moedas metálicas recebidas em depósito. A este instrumento de troca que é fracionariamente (parcialmente) lastreado em ouro dá-se o nome de papelmoeda. Com o desenvolvimento da economia monetária, as notas emitidas pelos bancos comerciais tornaram-se pouco comuns, cabendo aos bancos centrais o monopólio da emissão de papel moeda. Como ao longo do tempo a relação com o ouro desapareceu, o que garante a moeda atualmente é a lei. No Brasil, por exemplo, por força de lei, a moeda de curso legal e forçado, com poder liberat6rio é o Real. · Moeda Escritural ou bancária – A moeda escritura ou bancária é representada pelos depósitos à vista do público nos bancos comerciais. Os bancos comerciais podem criar moeda, no caso moeda escritural ou bancária, na medida em que somente uma fração do total de depósitos à vista é utilizada pelo público depositante, possibilitando aos bancos realizar operações de empréstimo, as quais, por sua vez, geram novos depósitos bancários. É deste mecanismo que deriva o efeito multlp1icador da moeda Escritural. · Quase-Moeda – A moeda é a liquidez por excelência. As modernas economias desenvolveram um conjunto de ativos financeiros com elevado grau de liquidez, que podem ser rapidamente transformados em moeda. Portanto, denominam-se quase moeda os ativos financeiros não-monetários, cujos graus de liquidez se aproximam da moeda. Destacam-se: os depósitos de poupança, os certificados de Depósito bancário (CDB), títulos da divida pública (BBC, NTN, NBC) etc. · Cheque - As economias, por praticidade e segurança, costumam utilizar cheques como meio de troca. Quando uma pessoa faz um depósito à vista em um banco comercial, receberá em contrapartida o reconhecimento formal de que o banco tem um compromisso (dívida) em igual valor monetário com o depositário. Os cheques constituem ordens de pagamento à vista, aceitos pelos indivíduos como base na credibilidade criada por todo o sistema financeiro. economia e mercados 31 · Cartões de Crédito ou de Débito – Para facilitar ainda mais as transações comerciais e financeiras outras inovações tecnológica foram criadas como, por exemplo, os cartões de crédito e débito, que funcionam como "dinheiro de plástico", pois possui boa aceitação, liquidez e praticidade. Funções da Moeda Dentre as principais funções desempenhadas pela moeda destacam-se: 1. Medida de Valor: todas as mercadorias podem expressar seu valor em unidades monetárias, ou, o que é a mesma coisa, a moeda serve para medir o valor das mercadorias; 2. Reserva de Valor: o individuo não precisa gastá-la imediatamente. Pode guardá-la para uso posterior. Para desempenhar plenamente essa função a moeda deve ter um valor estável. 3. Meio de Troca: a moeda serve para comprar e vender mercadorias; 4. Meio Legal de Pagamento: através de lei o Estado garante e obriga sua aceitação como meio de pagamento; 5. Meio de Crédito: a moeda pode ser entregue por empréstimo a quem tenha qualquer tipo de necessidade. Papel do Banco Central A Política econômica é formada basicamente pelas políticas fiscais e monetária. A primeira trata da elaboração e execução do orçamento publico, e seus meios são as recitas e despesas publicas. A Segunda se refere à determinação da quantidade de moeda (R$) em circulação no país e à fixação da taxa básica de juros SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia). A política monetária busca adequar a oferta de moeda e crédito disponível às necessidades da economia. Por meio da política monetária, as autoridades determinam os mecanismo de financiamento, empréstimos e créditos para a sociedade em geral, e do financiamento do setor público. O Conselho Monetário Nacional, por meio do Comitê de política Monetária (COPOM), pode aumentar ou diminuir a oferta de moeda, bem como alterar as taxas de juros SELIC. O COPOM é formado por um grupo de Expertise, basicamente pelo presidente e demais diretores do Banco Central. Este comitê reúne-se periodicamente para avaliar o desempenho da economia e dos preços e propor correções de rumos relativos a política monetária. economia e mercados 32 São duas ações praticadas pelo COPOM: Aumento da oferta monetária - Se a autoridade monetária decidir colocar mais moeda em circulação, isto é, alem do nível ótimo que permita as transações econômicas, haverá um excesso de moeda. Nesse caso, denomina-se política monetária expansionista e tende a ser foco de inflação. São características desta política: depósitos compulsórios reduzidos, taxa de redesconto baixa, e a aquisição de títulos públicos no mercado aberto. Redução da oferta monetária - É utilizada para controlar a inflação, e ou estabilizar os níveis de preço da economia. O Brasil através da diretriz dada na política econômica a partir do plano real tem buscado cumprir metas de inflação, o que implica em severo controle de expansão monetária, denominado de política monetária contracionista. São características desta política: Depósitos compulsórios elevados, taxa de redesconto alta, venda de títulos públicos no mercado aberto. Para aumentar ou diminuir a oferta de moeda, o Banco central utiliza-se de vários instrumentos de política monetária: · Emissão primária ou retirada de moeda de circulação; · Recolhimento obrigatório (compulsório) da movimentação diária dos bancos comerciais ao banco central, denominados de reservas ou Depósitos Compulsórios; · Lançamento ou resgate de títulos públicos no mercado; · Modificação da taxa de juros das operações interbancárias que serve de balizamento para as demais taxa de juros praticadas na economia - taxa de juros SELIC. Base Monetária (BM) -Corresponde ao total de papel-moeda em circulação mais reservas bancárias dos bancos comerciais. A BM constitui a principal variável de acompanhamento da política monetária. MERCADO FINANCEIRO Dentre um dos objetivos permanentemente perseguidos pela política Econômica destaca-se a promoção do desenvolvimento econômico. Para tanto, é indispensável a existência de um sistema financeiro organizado e eficiente que realize a transformação de poupança em investimento. Em toda sociedade existem, de um lado, agentes econômicos que se encontram em posição de superávit financeiro, isto é, aqueles que pretendem gastar (em consumo e/ou investimento) menos do que sua renda. Portanto, são aqueles que poupam. São os ofertadores de recursos. economia e mercados 33 De outro lado, encontram-se os agentes econômicos em posição de déficit financeiro, isto é, aqueles que pretendem gastar (em consumo e/ou investimento) mais do que sua renda. São os tomadores de recursos. Eles precisam do complemento de poupanças de outros (dos superavitários) para executar seus planos. O sistema financeiro tem, então, a função de transferir recursos entre os agentes superavitários (detentores de poupança) e os deficitários (tomadores de crédito), transformando, desta forma, poupança em investimento, para a promoção do desenvolvimento Econômico. Isto posto, o sistema financeiro pode ser conceituado como um conjunto de instituições e instrumentos financeiros que realiza a tarefa de conectar no mercado os agentes econômicos denominados superavitários financeiros com os deficitários financeiros, criando, ainda, condições para que os diversos títulos tenham liquidez. Os mercados financeiros, conforme certas características podem ser subdivididos em quatro mercados específicos: 1) 2) 3) 4) Mercado de Crédito; Mercado de Capitais; Mercado Cambial; Mercado Monetário. Mercado de Crédito Tipo de operação: financiamento do consumo e capital de giro das empresas Prazo: Curto (até um ano) Instituições Financeiras: Banco Comercial e Companhia Financeira Mercado de Capitais Tipo de Operação: Financiamento do capital fixo (e de giro) das empresas e habitação Prazos: Médio (1 a 3 anos) ou Longo (acima de 3 anos) Indeterminado Instituições Financeiras: Financia Habitação: Caixa Econômica, Assoc. Poupança e Empréstimo, Sociedades de Crédito Imobiliário, Cooperativas Habitacionais. Financia Capital Fixo: Banco de Investimento, Banco de Desenvolvimento economia e mercados 34 BNDES, Capitalização da Empresa via Mercado de Ações:Banco de Investimento, Sociedade. Corretora,Sociedade Distribuidora, Bolsa de Valores É constituído pelas instituições financeiras públicas ou privado que atuam no mercado financeiro. Instituições do Subsistema Operativo Bancos Comerciais; Caixa Econômica Federal; Bancos de Investimento; Banco do Brasil; Bancos Estaduais de Desenvolvimento; Sociedades de Crédito Imobiliário; Associações de Poupança e Empréstimo; Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (Financeiras) - Sociedade de Arrendamento Mercantil (Leasing); Bolsas de Valores; Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários; Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários; Agentes Autônomos de Investimento; Bancos Múltiplos. INFLAÇÃO A inflação pode ser conceituada como um aumento contínuo e generalizado no nível de preços da economia. Quando elevada, a inflação produz conseqüências desastrosas sobre o sistema Econômico. Os efeitos nefastos desse fenômeno econômico podem ser resumidamente descritos: a) Efeito sobre a distribuição de renda: Um dos problemas mais sérios provocados pela inflação é a concentração da renda, ou seja, a redução relativa do poder aquisitivo das classes com rendimentos Fixos, notadamente os trabalhadores assalariados - corrosão dos salários -, e concomitante aumento relativo do poder aquisitivo das classes proprietárias do capital especialmente os empresários industriais, comerciais e financeiros. b) Efeito sobre o mercado financeiro: Em um processo inflacionário acelerado, o valor da moeda deteriora-se com muita velocidade. Ocorre, pois, um desestimulo à aplicação de recursos no mercado financeiro e um estímulo à aplicação em imóveis e terras (bens de raiz) e mesmo aplicação em moeda estrangeira (dólar) - renúncia da moeda nacional. No Brasil, essa distorção foi, economia e mercados 35 em parte, minimizada, com a instituição da correção monetária. c) Efeito sobre o balanço de pagamento: Quando a taxa de inflação interna é superior à taxa de inflação externa ocorre um estimulo às importações e um desestimulo às exportações, já que o produto nacional torna-se mais caro do que o produto estrangeiro, provocando um déficit na balança comercial Na tentativa de corrigir o déficit, o governo desvaloriza a moeda nacional em relação à estrangeira (desvalorização cambial), no sentido de estimular exportações e desestimular importações. Todavia, importações essenciais, como o petróleo, tomam-se mais caras, realimentando a inflação num circulo vicioso. d) Efeito sobre o nível de produção e emprego: Dado o ambiente de instabilidade e imprevisibilidade que a inflação acarreta e a incerteza quanto aos lucros futuros, os empresários podem adiar ou reduzir investimentos produtivos, direcionando os capitais para a especulação financeira, comprometendo, desta forma, o nível de emprego e crescimento da economia. Tipos de Inflação Os economistas geralmente discordam a respeito das causas da inflação, como corrigi-la, e, até mesmo, se ela deve ou não ser debelada. As taxas de inflação de um país são afetadas por diversos fatores, tais como, o grau de abertura ao comércio exterior, o estágio de desenvolvimento econômico, o grau de oligopolização da economia etc. Inflação de Demanda É considerado o tipo mais clássico de inflação. Ocorre quando se Verifica uma expansão da demanda total de bens e serviços em relação à oferta Total (produção disponível) de bens e serviços. Intuitivamente: "dinheiro demais à procura de poucos bens". Os fatores causais que concorrem para o excesso de demanda, conforme a teoria é: 1. Aumentos salariais; 2. Expansão da moeda e do crédito; 3. Expansão dos gastos públicos (déficit público). Medidas de Combate à inflação de Demanda A política econômica preconizada para combater a inflação de demanda assentase em instrumentos que provocam uma redução da procura agregada por bens e serviços. São medidas monetárias e fiscais que inibem o consumo e o economia e mercados 36 investimento, tais como: 1. Política de compressão salarial; 2. Política monetária que restringe a quantidade de moeda e crédito; 3. Política fiscal de elevação da carga tributária e redução dos gastos públicos. Vale salientar que este receituário ortodoxo provoca recessão e queda do nível de emprego na economia. Inflação de Custos Os preços finais dos bens e serviços gravitam em tomo dos custos de produção. Os aumentos dos custos de produção são repassados, mais cedo ou mais tarde, parcial ou integralmente, para os preços finais dos produtos. Assim sendo, os fatores causais mais comuns que concorrem para gerar inflação de custos são: 1. Aumentos salariais; 2. Elevação dos preços das matérias-primas, máquinas e equipamentos (dos fatores de produção de uma maneira geral). Medidas de Combate à inflação de Custos Normalmente, a política adotada para combater a inflação tipificada como de custos é a que se segue: 1. 2. 3. 4. Política de contenção salarial; Exame das planilhas de custos das empresas; Fiscalização sobre os lucros auferidos pelos grupos oligopolistas; Controle (tabelamento) de preços dos produtos. Inflação de Lucros Com o objetivo de manter ou expandir as margens de lucro, as empresas com poder de mercado notadamente oligopólios e monopólios - praticam elevação de preços muito acima da elevação dos custos de produção. Medidas que penalizam o abuso do poder econômico e medidas que estimulam a expansão da oferta interna de bens e, consequentemente, a concorrência (aumento das importações), é recomendada no combate à inflação de lucros. Inflação Inercial A teoria da Inflação inercial ou autônoma assinala que a inflação é resultado, sobretudo, de um conflito distributivo exacerbado entre os agentes econômicos. Para manter ou expandir a participação na renda e na riqueza, os diversos agentes economia e mercados 37 econômicos, trabalhadores, empresários e governo, aumentam (ou reajustam), periodicamente, seus próprios preços: salários, aluguéis, mensalidades, tarifas públicas, cambio, preços das mercadorias em geral etc. Portanto, o mecanismo da indexação, que tende a generalizar-se, realimenta permanentemente a inflação. Através deste fator mantenedor, ou seja, da indexação, a inflação do presente reproduz a do passado e projeta a do futuro. O sistema Econômico cria, portanto, uma memória inflacionária. O Plano Cruzado (1986) diagnosticou a inflação brasileira como predominantemente inercial. A teoria da inflação inercial recomenda que para quebrar a inércia e debelar a inflação é necessário praticar um choque heterodoxo: congelamento geral (de preços, salários, tarifas públicas, taxa de câmbio, aluguéis) e desindexação da economia. Conceitos Complementares Indexação: indexar é corrigir, periódica e regularmente, preços das mercadorias, salários, aluguéis... com base em algum índice aferido de inflação. A indexação pode ser formal (determinada por dispositivo legal - lei decreto ou medida provisória) ou informal. Estagflação: é a combinação perversa de recessão (ou estagnação econômica) com inflação. Dolarização: entende-se por dolarização da economia o processo através do qual a moeda nacional é, na prática, substituída pelo dólar. Índices de Inflação Índice é um instrumento estatístico utilizado para medir alterações entre variáveis (preços, por exemplo) em períodos de tempo distinto. A construção de números - Índices, em geral e de Índices de preços, em particular, ocupa espaço de destaque nas páginas da teoria econômica e despertam discussões acirradas. No Brasil, várias entidades medem e publicam mensalmente Índices aferidores de inflação. Esses Índices muitas vezes divergem substancialmente. Além das fórmulas de cálculo, os Índices medidores de inflação diferenciam-se quanto a abrangência geográfica, a faixa de renda, a data e a cobertura da pesquisa de Orçamentos familiares (através da qual se calculam as ponderações) e os períodos de coleta de preços. Estes fatores atuando conjuntamente explicam a maior parte dos desencontros entre os índices, principalmente em curto prazo. economia e mercados 38 Índices I – FGV M – FGV IBGE – IBGE – IBGE FIPE DIEESE Coleta de Dados Período Classe de Renda Rio de Janeiro/São Paulo 1 a 30 do mês 1 a 33 SM Igual ao IGP. (DI). 21 a 20 do mês seguinte ex. 21/01 a 21/02 Igual ao IGP(DI) 16 a 15 do mês seguinte 1 a 5 SM 1 a 30 do mês Igual ao IPC 1 a 5 SM 1 a 40 SM Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Porto alegre, Belo Horizonte, Recife, Belém, Salvador, Curitiba, Brasília Igual ao IPC Igual ao IPC Região metropolitana de São Paulo Municípios de São Paulo 1 a 30 do mês 2 a 6 SM 1 a 30 do mês 1 a 30 SM O COMÉRCIO INTERNACIONAL E O BALANÇO DE PAGAMENTOS Toda nação é co-participante da economia mundial Nenhuma nação pode sobreviver, economicamente, de forma isolada. Existe, portanto, uma relação de interdependência, e em muitos casos, de dependência, entre os diversos países. A Economia Internacional ou a Teoria do Comércio Internacional estuda as relações comerciais e Financeiras entre as nações. Basicamente, quatro fatores justificam e motivam o comércio internacional: 1) Desigual dotação de reservas naturais; 2) Diferenças de solo e clima; 3) Disponibilidades desiguais de fatores de produção, notadamente capital e trabalho; 4) Estágios diferenciados de desenvolvimento tecnológico. Balanço de Pagamentos: conceito e estrutura O Balanço de Pagamentos apresenta, de maneira sucinta, o registro contábil de todas as transações do país com outros paises do mundo. Engloba os bens e serviços exportados ou importados, os donativos recebidos ou enviados e a movimentação de capitais que vêm de fora do país ou se remetem para o exterior. Geralmente, o Balanço de Pagamentos é dividido em 3 grandes categorias relativas a 3 tipos de transações: 1) Balança Comercial; 2) Balança de Serviços; 3) Balança de Capitais. Balança Comercial Registra todas as exportações de mercadorias brasileiras e todas as importações economia e mercados 39 de mercadorias do resto do mundo. As transações que implicam na entrada de moeda estrangeira, exportações, por exemplo, levam o sinal positivo (+), representando um acréscimo nas reservas em divisas. Ao contrário, toda saída de moeda estrangeira, operações com importação, por exemplo, aparece com o sinal negativo (-), registrando uma diminuição nas reservas disponíveis. Quando as exportações forem superiores às importações, registra-se um superávit na Balança Comercial (+). Quando as exportações forem inferiores às importações registra-se um déficit na Balança Comercial (-). Balança de Serviços Registra o montante pago ou recebido por serviços recebidos ou prestados. Esta rubrica engloba viagens internacionais, serviços de transportes, royalties, juros, lucros e dividendos etc. Transferências Unilaterais Abrangem as remessas e receitas de caráter unilateral, sem qualquer outra contra prestação, como donativos aos países subdesenvolvidos, ajudas para fins militares etc. Transações Correntes Constitui a soma algébrica do saldo das três rubricas anteriores. Balança de Capitais Nesta balança são registradas todas as transações que não se referem à produção corrente de bens e serviços (compra e venda de mercadorias). São registrados, portanto, o capital das empresas estrangeiras que ingressam no país; o capital estrangeiro que ingressa sob a forma de empréstimos; os empréstimos de outros governos ao Brasil; os empréstimos do FMI; os empréstimos do Brasil a outros governos etc. Saldo do Balanço de Pagamentos O saldo do Balanço de Pagamentos é a soma algébrica dos saldos das três economia e mercados 40 balanças. A diferença entre entradas e saídas será o déficit ou o saldo positivo do Balanço que terá de ser coberto por diminuição (ou aumento) de reservas (ouro e divisas estrangeiras) ou por aumento (ou diminuição) do endividamento externo. Estrutura do Balanço de Pagamentos 1. Balança Comercial a) Exportações b) Importações SALDO 2. Balança de Serviços a) Viagens Internacionais b) Transportes c) Seguros d) Rendas de Capitais d1) Lucros e Dividendos d2) Juros SALDO 3. Transferências Unilaterais 4. Transações Correntes (1+2+3) 5. Balança de Capitais a) Investimentos Estrangeiros no Brasil b) Investimentos Brasileiros no Exterior c) Empréstimos e Financiamentos (FMI) d) Amortizações SALDO 6. Erros e Omissões 7. Saldo Global do Balanço de Pagamentos (4+5+6) Taxa Cambial: preço das transações com o exterior Toda e qualquer relação do País com o resto do mundo envolve pagamentos e recebimentos. A taxa nominal de câmbio é o preço destas transações e constitui a taxa pela qual troca-se unidades monetárias de uma moeda, no caso o Real (R$), por unidades monetárias de outro país, no caso o Dólar norte-americano (US$). A Taxa de Câmbio mais conhecida da população brasileira é a relação US$ X R$ economia e mercados 41 Exemplo: R$/US$ = 3,10, significando que precisamos de R$ 3,10 para comprar US$ 1. Fica fácil entender que a flutuação da taxa de cambio favorece, ou não, as relações com o exterior. Exemplo 01: Vendemos 220 peças de roupas no valor unitário de US$ 35,00. Se a taxa de câmbio for igual a R$/US$ = 3,00, a receita da venda será de US$ 7.700,00. Em reais, a receita será de R$ 23.100,00, ou seja, US$ 7.700,00 X 3,00 = R$ 23.100,00. Exemplo 02: Agora imagine que no momento da troca do US$ por R$, a taxa de câmbio desvalorizou 2%. A Taxa estava a R$ 3,00. Adicionando um aumento de 2%, R$ 3,00 X 0,02 = R$ 0,06, a nova taxa será de R$ 3,06. Logo, US$ 7.700,00 X 3,06 = 23.562,00, representando um ganho extra de R$ 462,00. Globalização A Facilidade de Comunicação, o barateamento dos meios de transportes e o crescente incentivo ao comercio e aos fluxos financeiros internacionais têm fortalecido o processo de integração entre os países, em direção à globalização dos mercados. A intensificação das transações mundiais e o aumento do grau de interdependência entre as economias têm trazido inúmeras conseqüências para as economias locais. Tais conseqüências podem ser analisadas em pelo menos em três aspectos que são institucionais, microeconômicos e macroeconômicos que detalhamos da seguinte forma: Institucionais: Neste aspecto em várias das questões relacionadas a aspectos econômicos o poder econômico das grandes corporações transnacionais sobrepõe-se, muitas vezes, aos interesses dos governos locais interferindo em relações de oferta e demanda de produtos no mercado internacional e afetando preços dos mesmos. Microeconômicos: No que se refere aos aspectos microeconômicos, estes estão ligados ao processo de organização da produção e da distribuição, com reflexos sobre os custos e competitividade das empresas nos mercados nacionais e externos. Macroeconômicos: Em relação aos aspectos macroeconômicos, a interdependência das economias gera impactos sobre o movimento das taxas de câmbio e juros domésticos, influenciando o nível geral de preços (inflação), o economia e mercados 42 emprego e a renda nacional. A experiência européia tem demonstrado que os interesses dos blocos econômicos estão se tornando mais fortes que os interesses individuais de cada país-membro. Por exemplo, um país isolado não deve tomar medidas protecionistas unilaterais. Além disso, as grandes transnacionais buscam bases de produção em qualquer mercado internacional, desde que esses lhes garantam vantagens comparativas. E, caso haja alguma intervenção indesejada por parte de governos locais, as mega-empresas alteram suas estratégias de negócios em direção a outros países. O caso mais emblemático ocorreu com as transnacionais norte-americanas que se transferiram do mercado mexicano para o mercado chinês. É preciso ressaltar que globalização não é um fenômeno novo. Ao contrário, é um fenômeno que teve os seus passos iniciais nos antigos navegadores (descobridores) que foram em busca de novos mercados, como ampliação de suas atividades comerciais. A busca por um novo caminho para as Índias trouxe para o lado de cá as caravelas de Pedro Álvares Cabral. Podemos dizer que a história do Brasil e a globalização estão estreitamente associadas. As queixas contra a globalização não estão centradas no baixo desenvolvimento absoluto dos países pobres, mas no aumento das diferenças relativas entre países pobres e ricos. A ampliação das comunicações e a universalização do acesso aos meios de comunicação geraram uma melhora na percepção do mundo por parte de populações até então alienadas. As pessoas estão tomando consciência da existência não só de crenças sociais mas, também, de produtos até então desconhecidos, e passaram a ser desejados em todos os cantos do mundo, quer as pessoas tenham condições de comprá-los ou não. Sempre existiram pobres ao redor do mundo, mas agora eles assistem à televisão e estão conscientes e insatisfeitos com sua situação social. É justo que eles lutem por melhores condições de vida, mas convém lembrar que ao longo da história sempre houveram ganhadores e perdedores portanto, espera-se que as lições do passado ajudem a minimizar e problemas no futuro. Críticos do fenômeno da globalização alegam que as grandes empresas transnacionais estimulam a competição perversa entre os países desenvolvimento, uma vez que elas optam por aqueles países que oferecem menores custos de produção (menores salários e tributação). Isto não é de todo verdade, porque as mega-empresas também necessitam de trabalhadores qualificados e mais produtivos, além de demandarem eficientes infra-estruturas logísticas (estradas, portos etc.), sistema de comunicação e estabilidade política, econômica e social. Se a pobreza fosse o único critério de escolha para a localização das empresas transnacionais, provavelmente muitos economia e mercados 43 países da América Central e da África seriam excelentes plataformas de exportações dos países líderes mundiais. É preciso ressaltar que as empresas exportadoras ou não necessitam de ambientes macroeconômicos propícios à realização de seus negócios. Isto não é prerrogativa de empresas estrangeiras, uma vez que a competição ocorre nos mercados locais. Além disso, a concorrência entre países funciona como um filtro contra a corrupção dos governos nacionais. Países com custos elevados têm dificuldades para atrair investimentos produtivos estrangeiros. Desta maneira, países com níveis baixos de corrupção, com boa governança e instituições democráticas consolidadas levam vantagem na alocação dos investimentos produtivos internacionais. Exercícios Macro-economia. 7º) Questão – Responda as questões abaixo. a) Toda a alta de preços significa Inflação: b) Um índice de preços é a soma de todos os preços na economia? c) A elevação do índice de preços ao consumidor significa que o poder de compra da população aumentou? d) O que significa inflação inercial? e) O que representou para a economia a abertura comercial? f) Quais as vantagens para um país de transacionar com o exterior? g) Cite três pontos negativos do comercio internacional? h) Como mensurar o processo de globalização? i) O processo de globalização traz algumas implicações macroeconômicas importantes. Destaque pelo menos duas destas implicações de caráter macroeconômico. 8ª) Para as afirmativas abaixo, marque V (verdadeiro), ou F (falso). a ( ) A moeda é uma reserva de valor. b ( ) No oligopólio O mercado é dominado por um número pequeno de grandes empresas. c ( ) No saldo da balança de pagamentos são registradas todas as transações que não se referem à pro-dução corrente de bens e serviços. d ( ) Toda e qualquer relação do País com o resto do mundo envolve pagamentos e recebimentos. A taxa nominal de câmbio é o preço destas transações e constitui a taxa pela qual se trocam as unidades monetárias de uma moeda. e ( ) Um dos aspectos institucionais da globalização está ligado ao processo de organização da produção e da distribuição. f ( ) Uma das medidas de combate à inflação de custos deverá ser uma política monetária que restrinja a quantidade de moeda e de crédito. g ( ) Alguns dos fatores que contribuem para a inflação de demanda são os aumentos salariais, e a elevação dos preços das matérias-primas, das máquinas e dos equipamentos. h ( ) A elevação da oferta monetária é utilizada para controlar a inflação, e ou estabilizar os níveis de preço da economia. economia e mercados 44