5- Diagramação Módulo EconomiaFinal.cdr - Total

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Prezados alunos,
O curso técnico de transações imobiliárias TOTAL, mediante sua proposta de uma
formação com qualidade, busca preparar um profissional diferenciado no mercado
imobiliário.
Dentro desta proposta teremos na disciplina de Economia e Mercados uma das
ferramentas importantes na formação dos profissionais que estarão aptos ao ingresso
neste segmento que a cada dia cresce intensamente em face sem sombra de dúvidas ao
bom desempenho da economia Brasileira no cenário atual.
Buscaremos na nossa disciplina trazer ao conhecimento dos nossos alunos os conceitos
fundamentais da ciência econômica. Desta forma dividiremos nosso módulo em duas
grandes unidades, na primeira trataremos sobre os conceitos fundamentais em
economia estendendo-se até os conhecimentos fundamentais de micro-economia. Na
segunda unidade trataremos sobre os grandes agregados econômicos que estão
contidos na macroeconomia.
No conteúdo da disciplina existentes no nosso módulo teremos todas as condições de
disponibilizarmos aos alunos os elementos didáticos para que o mesmo tenha uma
formação consistente e segura em termos de conteúdo e com todo material necessário
incluindo exercícios complementares importantes para o entendimento do assunto
tratado em sala.
Lembramos que todas estas condições acima expostas só terão eficiência e eficácia na
formação do profissional, se o mesmo buscar interesse pela disciplina. O entendimento
da disciplina de Economia pode ser muito fascinante, se você for interessado e
principalmente aplicado, capacitando-o a avaliar sistematicamente a atuação de todos
os agentes econômicos que participam de um sistema econômico; possibilitando um
enriquecimento tanto para a sua vida profissional como pessoal, pois, estará avaliando
e entendendo o seu dia-a-dia.
Neste sentido a prática constante da leitura é uma ferramenta essencial para o
aprendizado do aluno. Desta maneira, para a melhor assimilação dos tópicos que foram
apresentados, o aluno deve reservar um tempo razoável para ler seu módulo, suas
anotações e resolver os exercícios propostos e as atividades trabalhadas em sala.
O modo de pensar a partir de uma perspectiva econômica pode fornecer a você
vantagens que a maioria das pessoas não tem, pois o estudo da Economia nada mais é do
que o estudo do homem dirigindo sua vida cotidiana.
Desta forma, caro aluno, espero que tenha um ótimo estudo desta fascinante disciplina e
que a mesma seja para você uma importante ferramenta na sua formação profissional e
humana.
Bom Estudo!
economia e mercados
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Tópico I
Objeto de Estudo e definições da Economia
1. Necessidades Humanas e o conceito de Escassez
A primeira idéia do que venha a ser a economia (como atividade humana e como
objeto de estudo científico) pode ser facilmente apreendida a partir de duas
constatações básicas, a saber: a primeira de que não é possível estabelecer ou
antever um limite para as necessidades humanas, mesmo com a sociedade
consumista em que vivemos.
O homem sempre experimentou novas necessidades ou descobriu maneiras
diferentes de atender a necessidades antigas. A diferença em relação aos dias
atuais encontra-se no ritmo, que era muito mais lento.
A segunda constatação está no fato de que os recursos com que conta a
humanidade para satisfazer as suas necessidades são finitos e limitados.
Economia
É o estudo da organização social, através da qual os homens satisfazem suas
necessidades por bens e serviços escassos. A palavra economia deriva do grego
"aquele que administra a casa". Lares e economias têm muito em comum. Uma
família se depara com muitas decisões:
· Quais tarefas cabem a cada membro da família e o que cada recebe em troca?
· Os economistas analisam forças e tendências que afetam a economia como um
todo, incluindo o crescimento da renda média e a taxa à qual os preços aumentam.
Escassez é a relação entre as necessidades humanas – infinitas, e os recursos
naturais – escassos.
Pensando como um Economista
Os economistas tentam tratar seu campo de estudo com a objetividade de um
cientista. Trabalham na formulação e no teste de teorias, aplicando a lógica da
ciência ao exame do funcionamento de uma economia.
Suponha que queremos estudar como o que ocorre na economia quando o
governo altera a quantidade de moeda em circulação. Parte importante desta
análise é saber como os preços reagirão. Os economistas utilizam modelos para
examinar vários problemas econômicos, que são construídos com hipóteses.
Utiliza os modelos e faz declarações positivas para tentar descrever o mundo
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como ele é. Os economistas como formuladores de políticas prescrevem o mundo
como ele deveria ser, fazendo declarações normativas.
As Leis Econômicas
As leis econômicas são mutáveis no tempo e no espaço e não atingem um rigoroso
grau de precisão. As leis econômicas são leis de probabilidade e não de relações
exatas. São leis hipotéticas e estatísticas especialmente porque só se verificam se
reunirem as condições e hipóteses que foram previamente estabelecidas para a
sua formulação.
2. Definições da Economia
Economia: Do Grego Oikonomia (Oikos = Casa, Nomos=Lei)
Etimologicamente, a palavra Economia significa "a lei da administração da
casa", Conforme Aristóteles, o primeiro analista econômico: "A ciência da administração da comunidade doméstica. A ciência do abastecimento, que trata da arte
da aquisição",
A seguir, algumas definições mais correntes:
· Economia, ou Economia Política, é o estudo das atividades que, com ou sem
dinheiro, envolvem transações de troca entre pessoas;
· Economia é o estudo da maneira pela qual a humanidade realiza a tarefa de
organizar suas atividades de consumo e produção;
· Economia é o estudo da riqueza;
· A Economia é a ciência da escassez;
· Economia é o estudo da atividade produtiva, procurando atender as crescentes
necessidades humanas através de recursos escassos.
Analisando o conceito acima, podemos extrair algumas conclusões importantes:
· A atividade econômica se realiza em três esferas distintas e interdependentes a
produção, a distribuição e o consumo de bens e de serviços;
· O homem funciona como agente do processo econômico;
· Os recursos ou fatores de produção são escassos;
· As necessidades humanas são ilimitadas;
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· O objeto da Economia é o consumo;
· A Economia é uma ciência social.
3. As Necessidades Humanas
A Economia é a ciência que trata da utilização com máxima eficiência dos
recursos produtivos escassos para o atendimento das necessidades dos
indivíduos. Todos nós queremos nos alimentar, beber, nos vestir, termos um local
para morar, nos educar e ter saúde. Além destas necessidades desejamos ter outras
coisas, como carros, livros, jornais, férias no campo, internet, barcos, e assim por
diante, desta forma as principais necessidades humanas destacamos a
alimentação, o vestuário, a saúde, a educação, o transporte, a habitação a este
grupo de necessidades da-mos o nome de necessidades primárias enquanto as
demais que não se enquadram nesta classificação e estão sujeitas às influências de
tradições culturais, costumes, inovações tecnológicas etc. A propriedade ou
capacidade que os bens de consumo têm de atender às necessidades humanas é
conhecido como utilidade.
Sendo assim, as necessidades podem ser classificadas em primárias e secundárias:
Necessidades Primárias são aquelas cuja satisfação é indispensável à sobrevivência.
Necessidades Secundárias dizem respeito ao que é supérfluo.
Bens e Serviços
As necessidades humanas são satisfeitas pela posse de coisas materiais Bens e
imateriais os Serviços. Para estes temos uma série de classificações que podemos
observar através das definições abaixo:
Quanto à natureza os bens podem ser:
· Bens Materiais: São todos aqueles concretos, tangíveis. Exemplos: carros,
aviões, geladeiras, televisores, etc.
· Bens Imateriais: São intangíveis de caráter abstrato, são os Serviços. Exemplos:
Uma avaliação imobiliária, uma aula, uma consulta médica.
Quanto à raridade os bens podem ser:
· Bens não Econômicos ou Bens livres: São úteis, e ainda encontrados em
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abundância na natureza e não têm preço no mercado. Exemplo: o ar.
· Bens Econômicos: São aqueles que, face à sua relativa escassez e utilidade,
possuem um preço. Exemplo: alimentos, vestuário etc.
Quanto ao destino os bens podem ser:
· Bens de Consumo: São aqueles que satisfazem diretamente as necessidades dos
consumidores. Exemplos: um refrigerante, um sorvete etc.
· Bens de produção ou Bens de Capital: São aqueles que servem para produzir
outros bens. Exemplos: máquinas, equipamentos, insumos etc.
4. Os Fatores de Produção
Para dar respostas à questão de quais os bens ou serviços devem ser produzidos
em uma sociedade devemos avaliar a partir dos recursos econômicos que são
também conhecidos como fatores ou meios de produção. Estes fatores de
produção que constituem a base de qualquer economia são os meios utilizados
pela sociedade para produção de bens e serviços que irão satisfazer às
necessidades humanas. Eles podem ser classificados em:
a)
Recursos Naturais (terra): Consistem em todos os bens econômicos
utilizados na produção e que são obtidos diretamente da natureza, como os solos
(agrícolas), os minerais, as águas, a fauna, a flora, o sol e o vento, dentre outros.
b)
Recursos Humanos (mão de obra): Incluem toda atividade humana que
exija esforço físico ou mental, utilizado na produção de bens e serviços, como: os
serviços técnicos do advogado, do médico, do economista, do corretor
imobiliário, do engenheiro, ou a mão de obra do eletricista etc.
c)
Capital: Conjunto de riquezas acumuladas pela sociedade, que se presta a
equipar a população para atividade produtiva. Abrange todos os bens materiais
produzidos pelo homem e que são utilizados na produção. O fator capital inclui o
conjunto de riquezas acumuladas por uma sociedade, e é com estas riquezas que
um país pode desenvolver suas atividades produtivas. Podemos exemplificar
algumas destas riquezas tais como: infra-estrutura econômica, infra-estrutura
social, construções e edificações, maquinas e equipamentos.
d)
Empreendedorismo ou Capacidade empresarial: É a capacidade de
mobilizar fatores de produção (terra, capital, trabalho sob um determinado
patamar tecnologico). Um empreendedor toma decisões de negócios, assume
riscos, quebra paradigmas.
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e)
Tecnologia; Conjunto de conhecimentos e habilidades que servem como
elo de ligação entre o Capital e a força de Trabalho. É um fator de natureza
qualitativa. Este conjunto de conhecimentos está agrupado em 03 (três)
categorias:
· Capacitação Para Pesquisa P&D.
· Capacitação para desenvolver e implantar projetos (invenção X inovação).
· Capacitação para operar atividades de Produção.
São Fatores de Produção
· Recursos Naturais;
· Recursos Humanos;
· Capital;
· Capacidade Empresarial - (Empreendedorismo).
· Tecnologia.
5. O Problema Fundamental da Economia
Toda e qualquer sociedade, diante da expansão de suas necessidades, e presa às
limitações dos recursos e das técnicas de produção existentes, tem de enfrentar os
problemas que acabam por ocorrer do processo de escolha.
Independentemente do tipo de sistema econômico, qualquer economia ao alocar
os seus recursos escassos, deve considerar três questões ou problemas
fundamentais, que se constituem nas funções de um sistema econômico:
O que e Quanto produzir? (Nível de Referência Econômico)
A questão principal é que bens e serviços devem ser produzidos, uma vez que, por
dispomos de recursos escassos, e nenhuma economia pode produzir todas as
quantidades de todos os produtos. Ë também a adoção de opções que satisfaçam
plenamente às necessidades coletivas pressupondo que as fronteiras de produção
sejam atingidas.
Significa avaliar quais os produtos que deverão ser produzidos e em quais
quantidades serão colocados no mercado.
Como produzir? (Nível de Referência Tecnológico)
Esta segunda questão trata da combinação mais apropriada dos fatores de
produção para obtenção de certo nível de produção ao menor custo disponível. É
a obtenção da eficiência produtiva, ou seja, a combinação ótima e a alocação de
recursos, para maximização dos níveis de produção pela plena mobilização dos
fatores de produção.
Significa saber quem produzirá os bens e serviços, com quais recursos e através
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de qual processo.
Para quem produzir? (Nível de Referência Social)
Trata-se de uma questão que se refere à distribuição do produto, que depende do
nível e da distribuição da renda pessoal. Quanto maior a renda de um indivíduo,
maior a parcela de produtos da economia que ele poderá adquirir.
É a busca pela obtenção da eficiência distributiva e também definição e
escoamento de produtos para consumidores distintos. Pressupõe que as fronteiras
do bem-estar individual e coletivo sejam alcançadas.
O modo como às sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais
depende da forma da organização econômica do país, ou seja, do Sistema
econômico de cada nação.
Os Problemas Econômicos Fundamentais são
· O que e quanto produzir?
· Como produzir?
· Para quem produzir?
6. O Sistema Econômico
Compreende-se por Sistema Econômico o conjunto de fatores, relações e
instituições que, de forma organizada, empreende a produção de bens e serviços
com a finalidade de satisfazer às necessidades de consumo da coletividade. É a
forma como a sociedade está organizada para desenvolver as atividades
econômicas de produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços.
A expressão "sistema econômico" engloba todos os métodos pelos quais os
recursos são alocados e os bens e serviços são distribuídos. O sistema econômico
é formado por um conjunto de organizações, cujo funcionamento faz com que os
recursos escassos sejam utilizados para satisfação das necessidades humanas.
Desta forma os sistemas econômicos podem ser decompostos em três grupos de
elementos básicos que são:
· Estoque de recursos de fatores de produção.
· Complexo de unidades de produção (empresas).
· Conjuntos de instituições
Elementos Constitutivos dos Sistemas Econômicos
Os elementos básicos de qualquer sistema econômico nas suas características são
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detalhadamente compostos da seguinte forma descrita abaixo:
· Estoque de Fatores de Produção: Estes elementos constituem a própria base da
atividade econômica incluindo ai os recursos humanos (população
economicamente ativa, capacidade empresarial e tecnologia.) e patrimoniais
(reservas naturais e capital).
· Complexo de Unidades de Produção: Conjunto de empresas que aglutinam e
processam os recursos, existentes para a produção de bens e serviços;
· Conjunto de Instituições: Conjuntos de instituições Econômicas, Jur1dicas,
Políticas e Sociais que disciplinam as atividades desenvolvidas.
Quanto à classificação os sistemas econômicos estão classificados em:
· Sistema Socialista ou Economia Planificada. Neste sistema as questões
econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento.
Neste sistema predomina a propriedade pública dos fatores de produção,
chamados de meios de produção.
· Sistema Capitalista ou Economia de Mercado. Este sistema é regido pelas forças
e mercado, onde predomina a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores
de produção. No Brasil prevalece o sistema econômico capitalista com uma
participação ativa do estado no setor produtivo tanto produzindo como
elaborando ações econômicas que acabam por interferir na relação entre
demanda e oferta. Este modelo é chamado de Economia Mista.
Sistema Econômico Capitalista
· Estoque de recursos de produção
· Complexos de unidades de produção
· Conjunto de instituições
Composição do Sistema Econômico
No sistema econômico de uma nação, encontramos um grande e diversificado
número de unidades produtoras, cada uma delas organizando os seus fatores de
produção na busca por obter um determinado produto ou serviço. No entanto,
apesar da diversidade de objetivos das inúmeras unidades produtoras, as mesmas
tem as suas características e a sua classificação.
As unidades de produção, ou seja, as empresas, que podem ser agrícolas,
industriais e comerciais, desenvolvendo as atividades produtivas em três setores
distintos da atividade econômica: Os Setores Primários, Setores Secundários e
Setores Terciários compondo assim a economia dos países.
Setor Primário
O setor primário é constituído pelas unidades produtoras que utilizam
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intensamente os recursos naturais e não introduzem mudanças substanciais nos
seus produtos. Neste setor estão atividades agrícolas, pecuárias, e extrativas,
sejam elas minerais, animais ou vegetais.
Este setor tem como características principais:
· Produzir bens materiais não transformados;
· As suas unidades produtivas localizam-se, geralmente, na zona rural;
· A mão-de-obra que o compõem é em sua maioria, via de regra, não qualificada;
· Neste setor estão inseridas as atividades de Agricultura, pesca, caça, pecuária,
extração vegetal etc.
Setor Secundário
O setor secundário é constituído pelas unidades produtoras que atuam no
segmento industrial. Neste segmento os bens sofrem o processo de
transformação. Ele caracteriza-se pela intensa utilização do fator de produção
capital, sob a forma de máquinas e equipamentos. Indústrias no ramo
automotivo, indústrias de bebidas, e de roupas, são exemplos de unidades que
estão contidas no setor secundário da economia.
Este setor tem como características principais:
· Este setor produz bens materiais transformados (produtos industrializados);
·As unidades produtivas, ou seja, as empresas industriais, localizam-se
geralmente, na periferia dos centros urbanos;
· O segmento de produção industrial no ramo de Vestuário, Calçados,
Farmacêutica, Química, Bebidas, automobilística etc. são exemplos contidos
nesse setor.
Setor Terciário
O setor terciário se diferencia dos outros setores pelo fato de seu produto não ser
tangível, concreto, embora possa ser quantificado e seja de grande relevância no
sistema econômico. Ë composta pelas unidades produtoras que prestam serviços,
tais como instituições bancárias agências corretoras imobiliárias, empresas de
transporte etc.
Este setor tem como características principais:
· Produzir bens imateriais, ou seja, os serviços;
· Exemplos de serviços prestados: Saúde, Educação, avaliação imobiliária,
Serviços Públicos etc.
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7. Fluxo Real, Fluxo Monetário e Fluxo circular da Renda
Durante o processo de produção, em que se obtêm bens e serviços as unidades
produtoras remuneram os fatores de produção por ela empregados.
Para entender o funcionamento do sistema econômico, vamos supor uma
economia de mercado que não tenha interferência do governo e não tenha
transações com o exterior (economia fechada). Os agentes econômicos são as
famílias (unidades familiares), e as empresas (unidades produtivas). As famílias
são proprietárias dos fatores produtivos e as empresas fornecem às unidades de
produção no mercado de fatores de produção. As empresas, pela combinação dos
fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias no
mercado de bens e serviços. A este fluxo de fatores de produção para bens e
serviços denominamos Fluxo Real da Economia.
O Fluxo Real descreve então as relações entre a coletividade (onde estão os proprietários dos fatores) e as unidades de produção (que mobilizam os recursos
existentes).
Figura 1.1 - Fluxo Real da Economia
Já o Fluxo Monetário que é também chamado de Fluxo de Renda é formado pelo
pagamento que os fatores de produção recebem durante o processo produtivo.
Figura 1.2 - Fluxo Monetário da Economia
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Interdependência dos Fluxos Real e Monetário
Os dois fluxos se inter-relacionam através do mercado de fatores de produção e
do mercado de bens e serviços.
Estes dois fluxos tem um significado extremamente importante para a teoria
econômica. O fluxo de produto, formado por bens e serviços produzidos constitui
a oferta da economia. O fluxo de renda por sua vez é formado pelo total de
remuneração doa fatores produtivos, constituindo o montante de que as pessoas
dispõem para satisfazer as suas necessidades e desejos. Este fluxo confunde-se,
em geral, com a despesa que os agentes realizam, representando a demanda, ou a
procura, da economia.
A oferta e a demanda são as duas funções mais importantes de um sistema
econômico. Estas duas funções formam o mercado em que as pessoas querem
vender se encontram com as pessoas que querem comprar.
Os fluxos monetários e real do sistema econômico, e a formação do mercado
podem ser sintetizados no esquema a seguir:
Figura 1.3 - Fluxo Circular da Renda.
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Fluxos do Sistema Econômico
· Fluxo Real ou do Produto
· Fluxo Monetário ou de renda
· Fluxo Circular da Renda
Exercícios
Fundamentos Parte I
1) Responda as questões abaixo:
a) Qual a diferença entre bens e entre serviços?
b) O que são os fatores de produção e quais são eles?
c) Quais são as três esferas da atividade econômica?
d) Caracterize o que são as necessidades primárias e secundárias.
e) O que você entende por sistema econômico?
f) Caracterize os bens quanto à natureza e quanto a sua destinação.
g) Identifique os três setores da economia e apresente as características básicas
dos mesmos.
h) Os países desenvolvidos apresentam maior preponderância dos setores
secundário e terciário na economia. Esta afirmação é verdadeira? Justifique sua
resposta.
i) Apenas o fator de produção trabalho recebe, no processo produtivo, uma
remuneração. Esta alternativa é verdadeira? Justifique sua resposta.
2) Complete:
a) Só a limitação física não produz escassez; o ar e a água do mar são limitados em
quantidade, mas não caracterizam um problema econômico, porque, em
circunstâncias normais, não são _________________, porque
____________________.
b) Economia e escassez estão tão interligadas que um bem escasso é chamado de
__________________________, e um bem que não é escasso é denominado de
___________________________.
c) Os recursos que entram no processo produtivo são chamados de
____________________. Já o resultado do processo de produção é chamado
de__________________________.
d) O fluxo de produto é formado por_____________e__________________
produzidos no sistema econômico, e também recebe o nome de
______________________
e) O fluxo de renda , é formado pela totalidade do pagamento que os
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_____________ recebem durante o processo produtivo.
3) Classifique os itens abaixo (Recursos naturais, trabalho ou capital):
a) Terra usada para uma barragem _____________________.
b) Terra usada numa horta __________________________.
c) Uma triturador de milho __________________________.
d) Uma batedeira de bolo ___________________________.
e) Os serviços de uma empregada doméstica ______________.
f) A água usada por engarrafador de cerveja ______________.
4) Com relação, ainda, ao ciclo da atividade econômica, marque C (certo) ou E
(errado) sentenças abaixo.
a) ( ) O sistema econômico conta com dois mercados distintos: um de fatores de
produção e outro de bens e serviços.
b) ( ) As empresas, as unidades familiares e o governo são os agentes econômicos
do sistema.
c) ( ) As unidades familiares são os agentes demandantes tanto dos fatores de
produção como dos bens e serviços.
d) ( ) O processo produtivo dá origem a dois fluxos distintos: o da renda
(pagamento aos fatores de produção) e o fluxo real (oferta e procura dos bens e
serviços).
e) ( ) O processo produtivo mostra que a economia sempre e obrigatoriamente
estará em equilíbrio, já que o valor da renda gerada é, por definição, igual ao valor
dos bens e serviços produzidos.
f) ( ) Os serviços dos fatores de produção fluem das famílias para as empresas,
enquanto o fluxo contrário, da renda, destina-se ao pagamento de salários,
aluguéis, juros e lucros.
g) ( ) A partir dos conceitos de economia podemos concluir que a mesma é a
ciência da fartura.
TÓPICO II
Introdução à Microeconomia
Após nossa primeira etapa na qual trabalhamos os conceitos fundamentais do que
é o sistema econômico, e de como nele produzem e se distribuem os bens e os
serviços, passaremos a estudar de forma mais aprofundada e em detalhes o
funcionamento do sistema econômico.
Temos a teoria econômica dividida em dois grandes ramos considerados como
básicos e que servem para melhor compreender o sistema. O primeiro é a
microeconomia que se preocupa em estudar os elementos considerados como
mais simples do sistema econômico tais como o consumidor individual, o
economia e mercados
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mercado, e a empresa etc. Para esta compreensão avaliaremos o papel do
consumidor individual aquele que se dirige ao mercado em busca da aquisição
dos chamados bens e serviços, bem como também analisaremos o papel da
unidade produtora tomada isoladamente a que chamamos de empresa.
Sinteticamente podemos dizer que a microeconomia se preocupa em estudar a
maneira como o consumidor gasta sua renda, de forma a ter o maior grau de
satisfação. Analisa também a forma como as empresas (unidades produtoras),
utilizam os seus fatores de produção buscando maximizar plenamente os seus
lucros.
Microeconomia é o estudo de como as famílias e empresas tomam decisões e de
como interagem nos mercados.
O segundo ramo que estaremos estudando será a Macroeconomia.
Macroeconomia será estudado o conjunto dos consumidores de uma sociedade,
bem como o conjunto de empresas que a compõem. Sua principal atribuição é a
determinação dos fatores que influenciam o nível total de renda e do produto
dentro do sistema econômico.
Macroeconomia é o estudo dos fenômenos da economia como um todo, incluindo
inflação, desemprego e crescimento econômico.
Podemos compreender de forma melhor esta relação a partir da figura abaixo:
economia e mercados
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A Condição CETERIS PARIBUS
Em economia vários fatores afetam o estudo das relações entre oferta e entre
demanda, neste sentido em alguns momentos precisamos seguir em uma relação
onde eventualmente ocorrerá a necessidade de descolar a variável estudada de um
possível evento ou variável que interfira no objeto de analise.
Desta forma acabamos por utilizar a expressão Ceteris Paribus que se trata de
uma expressão de origem latina que significa, literalmente, mantidos inalterados
todos os demais fatores; permanecendo iguais todos os demais elementos; ou
tudo o mais permanecendo constante ou ainda " outras coisas sendo iguais ", esta
expressão, é usada para lembrar que todas as variáveis, que não aquela que está
sendo estudada, são mantidas constantes.
· O mercado em estudo não afeta e não é afetado pelos demais.
· Verifica o efeito de variáveis isoladas, independentemente dos efeitos de outras
variáveis.
Exemplificando:
Conforme a lei da demanda, se o preço da carne aumentar, o consumo diminui. Se
o preço da carne diminuir, o consumo aumenta. Para que esta lei econômica se
verifique é necessário que as outras variáveis que interferem no consumo do bem,
como preço dos outros bens e gosto do consumidor, por exemplo, não se
modifiquem, ou seja, que a condição coeteris paribus seja observada. Imaginemos, por exemplo, que os consumidores modificam suas preferências, e por
algum motivo, tornam-se vegetarianos. Se o preço da carne diminuir o consumo
não aumenta necessariamente. logo, a lei da demanda foi revogada.
Modelo de Demanda e Oferta
O mercado de um produto é formado por todos os compradores e vendedores
desse produto.
O preço absoluto de um bem é a proporção em que ele é trocado por dinheiro, isto
é, o número de unidades monetárias necessárias para obter uma unidade desse
bem. O preço de um bem em unidades de outro bem é seu preço relativo.
O propósito do modelo de oferta e demanda é prever mudanças nos preços e
quantidades de mercado quando as condições da oferta e da demanda são
alteradas.
O modelo de oferta e demanda é usado para explicar de que maneira opera um
mercado perfeitamente competitivo. Um mercado competitivo é aquele no qual
economia e mercados
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existem muitos compradores e muitos vendedores, de forma que cada um deles
exerce uma influência insignificante no preço de mercado.
Demanda
Define-se a procura (ou demanda) como sendo a quantidade de bens que os
consumidores estão aptos e dispostos a adquirir, em dado período de tempo, aos
vários preços alternativos.
Demanda de mercado é a soma das demandas individuais que integram tal
mercado. A lei da demanda se refere à relação inversa entre o preço de um bem e a
quantidade demandada: ao aumentar o preço, diminui a quantidade demandada, e
o contrário ocorre quando se reduz o preço.
A Demanda por um certo bem depende de vários fatores, que podem ser
explicados por modelos e teorias construídos com base na observação do
comportamento dos consumidores. Entre estes fatores podemos destacar.
· O preço do próprio bem
· A renda do consumidor
· O preço dos bens relacionados — substitutos e complementares
· A tradição e os hábitos culturais
· Preferências do consumidor — gostos e propaganda
· Expectativas do consumidor quanto aos futuros preços
Devemos concordar que, de modo geral os consumidores reagem mal às
quantidades demandadas quando há aumento de preço e reagem bem quando há
aumento de sua renda. A Microeconomia Identifica duas razões para explicar
porque o aumento de preços leva à redução nas quantidades demandadas. Essas
razões são identificadas como Efeito Substitutivo e Efeito Renda.
economia e mercados
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Efeito Substitutivo
O efeito substituição reflete uma mudança nos preços relativos e nos diz que,
quando o preço de um bem ou serviço aumenta, a quantidade demandada desse
bem diminui, pois seu consumo é substituído pelo de outros bens.
Efeito Renda
O efeito renda reflete uma mudança na renda real dos consumidores: quando o
preço dos CDs, por exemplo, aumenta, a renda real se reduz, e o consumidor
poderá comprar menos de todos os bens, inclusive do bem cujo preço subiu.
Curva de Demanda
A curva de demanda é negativamente inclinada (descendente para a direita),
expressando uma relação inversa entre preço e quantidade procurada do bem.
Supondo que os preços dos outros bens, a renda e o gosto ou preferência do
consumidor, não se modifiquem, permaneçam constantes (condição "ceteris
paribus"), podemos estabelecer uma relação (inversa) entre quantidade
demandada e preço do bem esta é a chamada Lei da Demanda:
Quando o preço do bem aumenta, a quantidade demandada diminui.
(P>Qd)
Quando o preço do bem diminui, a quantidade demandada aumenta.
(P<Qd)
Considerações importantes:
A curva de demanda é a representação gráfica da relação entre o preço de um
economia e mercados
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bem e a quantidade demandada. Ao traçar tal curva, supomos que os fatores
capazes de afetar a quantidade demandada, exceto o preço, permanecem
constantes.
A função de demanda é uma relação matemática que reflete a relação entre a
quantidade demandada de um bem, seu preço e outras variáveis.
A curva de demanda se desloca quando muda qualquer um dos fatores que
influem na demanda, exceto o preço do bem.
Oferta
Define-se a oferta como sendo a quantidade de bens que os produtores (ofertadores) estão aptos e dispostos a produzir e ofertar no mercado, em dado período de tempo, aos vários preços alternativos.
A quantidade ofertada de um bem é o que os vendedores querem e podem vender
Existem inúmeros determinantes para a oferta no mercado, dentre estes podemos
destacar que os mais importantes são:
· O preço do próprio bem;
· O custo de insumos (fatores de produção);
· A tecnologia disponível para a produção;
· O número de produtores concorrentes atuando no mercado;
· As expectativas do produtor sobre os preços futuros;
· Os impostos ou subsídios do governo;
· Externalidades, tais como as condições climáticas;
· Preço dos outros bens, substitutos ou complementares.
A tabela de oferta reflete as diferentes quantidades que os produtores desejam
ofertar, a cada nível de preço dado.
economia e mercados
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A lei da oferta expressa a relação direta existente entre o preço e a quantidade
ofertada: à medida que o preço sobe, aumenta a quantidade ofertada.
A curva de oferta é a representação gráfica da relação entre o preço de um bem e
a quantidade ofertada. Para traçá-la, supomos que permanecem constantes todas
as variáveis, exceto o preço, capazes de afetar a quantidade ofertada, tais como o
preço dos fatores produtivos.
A função de oferta reflete, ceteris paribus, a relação matemática entre a
quantidade ofertada de um bem, seu preço e as demais variáveis que influenciam
as decisões de produção.
A curva de oferta de um bem se desloca quando muda qualquer um dos fatores
que influenciam a oferta, exceto o preço do bem.
Quando o preço do bem aumenta, a quantidade ofertada do bem no
mercado aumenta.
(P >; Qo >)
Quando o preço do bem diminui, a quantidade ofertada do bem no
mercado diminui.
(>P; Qo <)
O Equilíbrio
Equilíbrio de mercado é uma situação em que, ao preço corrente de mercado, a
quantidade ofertada é igual à demandada.
economia e mercados
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Quando um mercado atinge um equilíbrio, não existe pressão para mudança de
preço.
O preço de equilíbrio, ou 'preço que esvazia o mercado', é aquele para o qual a
quantidade demandada é igual à quantidade ofertada. Essa é a quantidade de
equilíbrio. O equilíbrio se encontra na intersecção entre as curvas de oferta e
demanda.
No equilíbrio, dado que a quantidade ofertada e a demandada se igualam, não há
escassez nem excedente.
E = equilíbrio entre oferta e demanda (ponto de interseção das curvas)
Pe = preço de equilíbrio
Qe = quantidade de equilíbrio (Q ofertada é igual a Q demandada).
No ponto em que ocorre o preço de equilíbrio, as quantidades procuradas
igualam-se às quantidades ofertadas.
No exemplo acima exposto, R$20,00 é o preço de equilíbrio, isto é, o preço pelo
qual os consumidores estão dispostos a adquirir 07 unidades do bem e os
ofertados (produtores) a ofertar 07 unidades. A qualquer outro preço o mercado
entra em desequilíbrio.
·
Se o Governo interferir no mercado e tabelar o preço do bem acima do preço de equilíbrio, em R$ 25, 00. por exemplo, haverá excedente de produto, já que,
a este nível de preço, os produtores ofertam 10 unidades, enquanto os
consumidores demandam apenas 04 unidades.
·
Se o Governo interferir no mercado e tabelar o preço do bem abaixo do
preço de equilíbrio, em R$ 15,00. por exemplo, haverá escassez de produto, já
que, a este nível de preço, os produtores ofertam apenas 04 unidades, enquanto os
economia e mercados
20
consumidores desejam adquirir 10 unidades do produto.
O preço de equilíbrio, ou 'preço que esvazia o mercado', é aquele para o qual a
quantidade demandada é igual à quantidade ofertada. Essa é a quantidade de
equilíbrio. O equilíbrio se encontra na intersecção entre as curvas de oferta e
demanda. No equilíbrio, dado que a quantidade ofertada e a demandada se
igualam, não há escassez nem excedente.
O Mercado
Um mercado é constituído de compradores e vendedores. A palavra mercado
pode tanto se referir a uma economia como um todo – o mercado brasileiro ou
mercado de Salvador, por exemplo – ou a um produto ou um setor específico
qualquer – o mercado de trabalho, o mercado agrícola, o mercado de automóveis,
de calçados ou de livros.
Observa-se, de outra parte, que as relações entre compradores e vendedores
seguem padrões diferentes, dependendo do tamanho desse mercado, do número
de agentes econômicos (vendedores e compradores) que nele atuam e até mesmo
do tipo de produto comercializado. Como resultado, a forma como os preços são
determinados varia de acordo com as características de cada mercado. Essas
características permitem diferenciar quatro estruturas básicas de mercado:
·Concorrência perfeita
·Monopólio
· Oligopólio
· Concorrência monopolística.
economia e mercados
21
Geralmente, na literatura econômica, o monopólio, o oligopólio e a concorrência
monopolística são chamados de mercados imperfeitos. Vejamos, então, as
características distintivas de cada um desses mercados.
A Concorrência Perfeita
Para que um mercado seja caracterizado como de concorrência perfeita é
necessário que preencha as seguintes condições básicas:
a) Existência de um número elevado de vendedores e compradores
independentes, cada qual muito pequeno em relação a esse mercado como um
todo, sendo, em conseqüência, incapaz de afetar os níveis de oferta e procura do
produto e o seu preço. A essa característica costuma-se denominar de
“atomização”.
b) Todas as firmas desse mercado vendem produtos homogêneos (idênticos ou
substitutos próximos), de tal modo que os compradores possam comparar os
preços;
c) Conhecimento ou informação perfeita das condições do mercado, tanto pelos
vendedores como pelos compradores, para que todos possam competir em pé de
igualdade;
d) Livre entrada e saída de empresas no mercado, ou seja, não há restrições para
que uma empresa nova entre no mercado ou dele queira sair; e inexistência de
associações de produtores visando impedir ou inibir a entrada de novas empresas.
e) Perfeita mobilidade de fatores de produção, significando que a mão-de-obra e
outros fatores produtivos de uma empresa para outra ou de uma região para outra.
A concorrência perfeita, é o mercado que estabelece o preço do produto,
eliminando toda e qualquer possível exploração do consumidor, fazendo com que
os preços sejam "justos", no sentido de que sejam iguais aos custos (incluindo
nesses o chamado "lucro normal"). O produtor, por ser um "átomo" nesse
mercado, recebe o preço como dado, não tendo qualquer poder de alterá-lo. Você
já deve ter percebido que este mercado não é facilmente encontrado na prática.
Monopólio
O monopólio é um tipo de mercado diametralmente oposto à concorrência
perfeita. É o caso limite onde só existe um produtor ou fornecedor de um bem ou
serviço. Nessa situação, o monopolista tem controle absoluto sobre o preço de seu
produto. Mas, isso não significa que o monopolista fixará o preço no nível mais
alto que ele puder.
Na verdade, considerando que a demanda pelo seu produto pode reagir ao
economia e mercados
22
aumento de preço, o monopolista irá fixá-lo no nível em que seus lucros totais
sejam maximizados – o que pode ocorrer a um preço relativamente baixo
Exemplos de monopólio são as empresas fornecedoras de energia elétrica,
algumas de telefonia fixa e a própria Petrobrás.
Uma figura de comportamento similar ao monopólio e que é pouco divulgada e
conhecida é o Monopsônio – caracterizado pelo mercado onde existe um só
comprador do produto considerado. Seu poder de estabelecer o preço é o mesmo
do monopólio. Um exemplo comum desse tipo de mercado ocorre com os
pequenos e inúmeros produtores de leite da zona oeste de Minas Gerais que, sem
alternativa, se vêem obrigados a vender o produto para apenas uma grande
empresa pasteurizadora sem concorrentes na região. Nesta situação, a empresa
compradora (única da região) tem perfeitas condições de impor os preços para a
compra do leite.
Do ponto-de-vista social, o monopólio deve ser evitado como estrutura de
mercado predominante.
Entretanto, barreiras legais protegem determinados monopólios, os chamados
"naturais", como os serviços públicos são exemplos de monopólios os setores de:
· Abastecimento e saneamento de águas;
· Segmento de energia elétrica etc.
Oligopólio
O oligopólio é a estrutura de mercado prevalecente no mundo moderno,
inclusive, e, especialmente, na economia brasileira.
O oligopólio é um tipo de mercado que se diferencia da concorrência perfeita
pelas seguintes características principais:
· O mercado é dominado por um número pequeno de grandes empresas;
· Na maioria dos casos, muito embora possa haver diferenciação entre os produtos
das diversas firmas, eles são perfeitos substitutos entre si, como é o caso do setor
de eletrodomésticos, sabão em pó, automóveis, cimento, etc;
· Como, na maioria dos casos, 80% a 90% do mercado é dominado por um
pequeno número de grandes empresas existindo um relativo controle de preços
por estas firmas, através de acordos ou conluios;
· As empresas do setor tentam ganhar mercado através de uma massiva
publicidade, e nunca através de redução de preços;
economia e mercados
23
· A ação de uma firma afeta as demais, tornando-as interdependentes,
apresentando, geralmente, uma firma maior que se comporta como líder das
demais. São inúmeros os exemplos de mercados oligopolísticos;
Aliás, a característica dominante da economia brasileira é o alto grau de
oligopolização de suas indústrias, como são exemplos a indústria
automobilística, a indústria de aparelhos de TV, de geladeiras, de aparelhos de
som, de cimento, de sabonetes, de pasta de dente, e inúmeros outros.
Concorrência Monopolística
Concorrência monopolística é um mercado onde existem várias pequenas
empresas disputando o mesmo tipo de cliente, caracterizando uma situação mais
ou menos eqüidistante da concorrência perfeita e do monopólio. Geralmente é
encontrada no mercado de varejo. Suas características principais são:
a) Geralmente cada empresa tem seu próprio produto que, embora possa ser
substituto próximo dos demais, apresenta característica diferenciadora de firma
para firma;
b) São todas as firmas de porte e poder de concorrência relativamente
semelhantes, o que limita bastante seu controle sobre seu preço;
Exemplos de concorrência monopolística são as butiques de um shopping, os
restaurantes, as escolas privadas, as padarias, as pequenas mercearias, etc.
São essas as principais estruturas de mercado existentes. Feita esta abordagem,
temos, agora, condições de analisar como funcionam as forças de mercado – isto
é, a oferta e a demanda - num sistema econômico capitalista, e como são
determinados os preços dos bens e serviços em geral, sem que o governo interfira
nesse processo.
Conceitos Complementares
Cartel:
Um cartel é uma combinação de firmas cujo objetivo é limitar a atuação das
forças competitivas dentro de um mercado.
Da variedade de serviços que pode executar um cartel seus membros, dois são de
importância central: (1) Fixação de preço e (2) divisão do mercado.
Uma administração central determina o preço uniforme do Cartel. A exigência,
obviamente, é que as empresas não reduzam o preço abaixo do preço do Cartel.
economia e mercados
24
Exercícios
Microeconomia Parte II
5º) Questão – Assinale a alternativa solicitada:
1. A quantidade demandada de um produto qualquer é influenciada pelos fatores
abaixo, exceto:
a) custo ou tecnologia de produção;
b) gosto ou preferência do consumidor;
c) nível de renda dos consumidores;
d) preço do produto considerado;
e)preço de produtos substitutos.
2. A quantidade ofertada de um produto qualquer é afetada pelos fatores abaixo,
exceto:
a) preço dos produtos com técnica de produção semelhante;
b) renda dos consumidores;
c) preço do produto considerado;
d) custo ou tecnologia de produção.
3. Os fatores abaixo causam variação da demanda (deslocamento da curva),
exceto:
a) um aumento da renda real dos consumidores;
b) mudança na preferência dos consumidores;
c) mudança no preço dos produtos substitutos;
d) mudança no preço do produto considerado;
e) crescimento da população do mercado considerado.
4. Os fatores abaixo causam um deslocamento da curva de oferta, exceto:
a) redução dos custos de produção;
b) saída do mercado de diversos produtores;
c) mudança do gosto ou preferência do mercado consumidor;
d) variação do preço dos produtos de tecnologia similar;
e) todas as alternativas anteriores.
5. Suponha que um determinado tipo de sandália feminina entrou na moda. A
partir desta informação, pode-se esperar:
a) um deslocamento da curva de demanda para a direita, e conseqüente redução
de seu preço;
b) um deslocamento da curva de oferta para a direita, e conseqüente queda no
preço da sandália;
c) um deslocamento tanto da curva de demanda como da curva de oferta para a
direita;
d) um deslocamento da curva de demanda para a direita e conseqüente aumento
economia e mercados
25
do novo preço de equilíbrio;
e) um deslocamento ao longo das curvas de oferta e de demanda.
6. Com relação às curvas de oferta e demanda, estão corretas as afirmativas
abaixo, exceto:
a) se o preço do produto considerado se alterar, as duas curvas se deslocam;
b) se o preço do produto substituto se elevar a curva de demanda se desloca para a
direita;
c) se o custo de produção se reduzir, a curva de oferta se desloca para a direita e
para baixo;
d) a curva de demanda não é afetada pela tecnologia de produção;
e) o preço de equilíbrio é aquele que iguala as quantidades ofertadas e
demandadas.
7. Numa economia em concorrência perfeita, as curvas de oferta e procura de
determinado bem são Qs = 4P + 4 e Qd = 16 – 2P, onde Qs, Qd e p são,
respectivamente, quantidades ofertadas e demandadas e P o preço. Neste caso, o
preço e a quantidade de equilíbrio são, respectivamente: (calcular)
a) 120 e 20,00;
b) indeterminados;
c) 12 e 2,00;
d) 10 e 15,00;
e) 2,00 e 12.
8. Sabe-se que X é um bem inferior. Se ocorrer um aumento na renda dos
consumidores do bem, com tudo o mais permanecendo constante, haverá
repercussões no mercado de X, levando-o, num primeiro impacto, a uma situação
de desequilíbrio. Caso haja tempo para que o mercado se reequilibre, deve-se
esperar:
a) uma elevação do preço de X, porque a curva de oferta desse bem se deslocará
para a esquerda, mantendo-se fixa a posição da curva de demanda;
b) uma redução do preço de X, porque a curva de oferta desse bem se deslocará
para a esquerda, mantendo-se fixa a posição da curva de demanda;
c) uma redução do preço de X, porque a curva de demanda desse bem se deslocará
para a esquerda, mantendo-se fixa a posição da curva de oferta;
d) uma elevação do preço de X, porque a curva de demanda desse bem se
deslocará para a direita, mantendo-se fixa a posição da curva de oferta.
economia e mercados
26
9. São características da concorrência perfeita, exceto:
a) atomização de vendedores e compradores;
b) livre entrada e saída de compradores e vendedores;
c) perfeito conhecimento das condições do mercado (preço e quantidade) pelos
agentes econômicos;
d) pequeno número de grandes empresas vendendo uma grande variedade de
produto;
e) produtos homogêneos.
10. São características do oligopólio, exceto:
a) alto grau de controle sobre os preços pelas empresas participantes;
b) grande nº. de pequenas empresas vendendo produtos bastante diferenciados;
c) as empresas não fazem guerra de preços;
d) as empresas fazem guerra de publicidade;
e) existe uma "interdependência" entre as empresas.
6ª) Com relação aos diversos tipos de mercado, marque V (verdadeiro), ou F
(falso) nas afirmativas abaixo.
a) ( ) Num mercado de concorrência perfeita, as firmas não têm controle sobre o
preço do produto.
b) ( ) Num mercado oligopolístico, as empresas têm grande controle sobre o
preço do produto.
c) ( ) Monopsônio é o mercado onde só há um vendedor ou produtor de
determinado produto.
d) ( ) A "atomização" de produtores e vendedores é uma característica do
mercado de concorrência monopolística
e) ( ) Por não ter concorrente, uma firma monopolística tenderá a fixar o preço no
nível mais alto para aumentar seus lucros.
economia e mercados
27
TÓPICO III
Introdução à Macroeconomia
Enquanto a Microeconomia estuda como o consumidor gasta a sua renda de
forma a maximizar a sua satisfação e como a empresa emprega os fatores de
produção para obtenção do maior lucro possível, a Macroeconomia preocupa-se
em estudar o conjunto dos consumidores de uma sociedade. Seu interesse é
determinar os fatores que podem influenciar o nível total de renda e do produto
dentro do sistema econômico.
Macroeconomia estuda os agregados econômicos, como produto interno bruto,
(PIB), moeda, consumo nacional, investimento agtregado, exportações, nível
geral de preços, inflação, crescimento econômico, nível de emprego e
desemprego, etc.
Principais agregados macroeconômicos
Produto Interno Bruto - PIB.
O PIB ou produto interno bruto é o primeiro agregado, correspondendo ao
conceito de produto da economia. Sintetizando representa a soma dos valores
monetários dos bens e dos serviços finais, produzidos a partir doa fatores de
produção que estão contidos dentro das fronteiras geográficas do país.
PIB (Produto Interno Bruto) é a expressão monetária do volume de bens e
serviços finais produzidos pelo sistema econômico durante um exercício, por
empresas nacionais e estrangeiras dentro de um país, sendo o principal indicador
de desempenho da atividade econômica.
Outros Medidores de produção da atividade econômica:
PNB (Produto Nacional Bruto) corresponde ao volume de recursos produzidos
economia e mercados
28
por empresas nacionais dentro e fora do país.
Considerando a participação importante do estado tanto como consumidor
quanto como produtor foram criadas duas maneiras de medir o PIB, a primeira
que é o PIB a preços de mercado e a segunda que é o PIB a custo de fatores.
PIB a preços de mercado. Corresponde a soma de valores monetários dos bens e
serviços produzidos, computando-se os impostos indiretos e subtraindo-se os
subsídios.
PIB a custo de fatores. Soma dos valores monetários dos bens e serviços
produzidos subtraindo-se os impostos indiretos e somando-se os subsídios.
O PIB difere do PNB pela renda liquida enviada ao exterior. Quando o PIB é
maior que o PNB significa que o volume de renda enviada ao exterior é maior que
o volume recebido. Por conseguinte quando o PIB é menor que o PNB o volume
de venda recebida supera o enviado.
No caso do Brasil o PIB é maior que o PNB, pois o país remete anualmente para
exterior mais os rendimentos do que recebe pelo uso dos seus fatores de
produção.
Diante disto é fácil concluir que:
PIB = PNB + Renda liquida enviada ao exterior
PNB = PIB – Renda liquida enviada ao exterior
PNL (Produto Nacional Liquido) Subtração do PNB da parcela para a
reposição ou reparo das maquinas e equipamentos desgastados no período
(Depreciação).
PNL = PNB – Depreciação
PNB = PNL + Depreciação
Conseguimos observar a importância do produto interno bruto para a economia
de um país, bem como a magnitude da presença quantitativa do estado como
agente do sistema econômico.
Moeda
Em economia a moeda é o elemento pelo qual são efetuadas as transações
monetárias sendo que este meio varia em relação a uma série de fatores (tempo,
cultura, etc.) Nos dias de hoje nem conseguimos imaginar uma sociedade que
tenha vivido sem este elemento de intermediação das trocas entre bens e serviços.
economia e mercados
29
O uso da moeda nas economias atuais é tão generalizada que se torna difícil
imaginar um sistema econômico que funcione sem este instrumento.
Nos sistemas econômicos primitivos a troca fazia-se diretamente era o chamado
escambo. Nas economias de escambo, portanto, as trocas eram amonetárias, ou
seja, sem a utilização da moeda. Trocava-se mercadoria por mercadoria. Para
tanto, era necessário que as necessidades entre os permutadores fossem
coincidentemente inversas. A especialização, a divisão do trabalho e o
desenvolvimento do comércio tornaram evidentes as limitações do escambo. As
dificuldades de realização de troca direta fizeram surgir a troca indireta.
Ao instrumento de intermediação das trocas dá-se o nome de moeda. A moeda
surge, pois, para facilitar a generalização das trocas.
Colocamos abaixo a cronologia de instrumentos de intermediação de
mercadorias e que serviram como "moeda" em épocas distintas:
· Moeda como mercadoria - A moeda-mercadoria constitui, historicamente, a
primeira forma de moeda. Eram mercadorias de aceitação geral nas comunidades
Econômicas primitivas. Inicialmente, utilizadas apenas como medida de valor.
Posteriormente, como instrumento (meio) geral de trocas. São exemplos de
moeda - mercadoria: gado, sal, algodão, (cacau na Bahia), etc.
Valor como mercadoria = valor como moeda
· Moeda metálica – Com o desenvolvimento econômico surge a necessidade de
utilização de instrumentos mais eficazes. A moeda-mercadoria apresentava uma
série de dificuldades, tais como: indivisibilidade, problemas de conservação e
dificuldade de transporte. Os metais, inicialmente bronze e cobre, e,
posteriormente, os preciosos, ouro e prata, passaram a substituir as mercadorias
na intermediação das trocas, surgindo, assim, a moeda-metálica. Principais
vantagens da moeda-metálica, ouro e prata, especialmente, em relação à moedamercadoria:
1)
2)
3)
4)
5)
6)
7)
Facilidade de transporte e entesouramento;
Concentração de grande valor em pequeno volume;
Durabilidade;
Inalterabilidade;
Manejabilidade fácil;
Divisibilidade;
Fácil reconhecimento e aceitação.
· Moeda-Papel - Com o desenvolvimento dos mercados, o manejo e o transporte
da moeda metálica começaram a apresentar uma série de riscos e dificuldades.
economia e mercados
30
Era conveniente, portanto, substituir a moeda-metálica por títulos
representativos dessa moeda-metálica. Assim, passou-se a confiar aos ourives
(banqueiros primitivos) a guarda da moeda-metálica (ouro e prata). Em troca, os
ourives emitiam certificados representativos da moeda metálica. Esses
certificados, cujo valor é totalmente assegurado por metal (lastro), portanto,
integralmente conversível em ouro, passa a ser trocado por bens (instrumento de
troca), revelando aceitação geral, desempenhando, assim, a função de moeda.
· Papel-moeda ou Moeda Fiduciária - Desde cedo, os banqueiros primitivos
perceberam que parte considerável dos depósitos em ouro eram inativos, ou seja,
que grande parte da moeda metálica depositada não é exigida pelos possuidores
dos certificados. Assim, os banqueiros passaram a emitir títulos em valor superior
ao das moedas metálicas recebidas em depósito. A este instrumento de troca que é
fracionariamente (parcialmente) lastreado em ouro dá-se o nome de papelmoeda.
Com o desenvolvimento da economia monetária, as notas emitidas pelos bancos
comerciais tornaram-se pouco comuns, cabendo aos bancos centrais o monopólio
da emissão de papel moeda. Como ao longo do tempo a relação com o ouro
desapareceu, o que garante a moeda atualmente é a lei. No Brasil, por exemplo,
por força de lei, a moeda de curso legal e forçado, com poder liberat6rio é o Real.
· Moeda Escritural ou bancária – A moeda escritura ou bancária é representada
pelos depósitos à vista do público nos bancos comerciais. Os bancos comerciais
podem criar moeda, no caso moeda escritural ou bancária, na medida em que
somente uma fração do total de depósitos à vista é utilizada pelo público
depositante, possibilitando aos bancos realizar operações de empréstimo, as
quais, por sua vez, geram novos depósitos bancários. É deste mecanismo que
deriva o efeito multlp1icador da moeda Escritural.
· Quase-Moeda – A moeda é a liquidez por excelência. As modernas economias
desenvolveram um conjunto de ativos financeiros com elevado grau de liquidez,
que podem ser rapidamente transformados em moeda. Portanto, denominam-se
quase moeda os ativos financeiros não-monetários, cujos graus de liquidez se
aproximam da moeda. Destacam-se: os depósitos de poupança, os certificados de
Depósito bancário (CDB), títulos da divida pública (BBC, NTN, NBC) etc.
· Cheque - As economias, por praticidade e segurança, costumam utilizar
cheques como meio de troca. Quando uma pessoa faz um depósito à vista em um
banco comercial, receberá em contrapartida o reconhecimento formal de que o
banco tem um compromisso (dívida) em igual valor monetário com o depositário.
Os cheques constituem ordens de pagamento à vista, aceitos pelos indivíduos
como base na credibilidade criada por todo o sistema financeiro.
economia e mercados
31
· Cartões de Crédito ou de Débito – Para facilitar ainda mais as transações
comerciais e financeiras outras inovações tecnológica foram criadas como, por
exemplo, os cartões de crédito e débito, que funcionam como "dinheiro de
plástico", pois possui boa aceitação, liquidez e praticidade.
Funções da Moeda
Dentre as principais funções desempenhadas pela moeda destacam-se:
1.
Medida de Valor: todas as mercadorias podem expressar seu valor em
unidades monetárias, ou, o que é a mesma coisa, a moeda serve para medir o valor
das mercadorias;
2.
Reserva de Valor: o individuo não precisa gastá-la imediatamente. Pode
guardá-la para uso posterior. Para desempenhar plenamente essa função a moeda
deve ter um valor estável.
3.
Meio de Troca: a moeda serve para comprar e vender mercadorias;
4.
Meio Legal de Pagamento: através de lei o Estado garante e obriga sua
aceitação como meio de pagamento;
5.
Meio de Crédito: a moeda pode ser entregue por empréstimo a quem
tenha qualquer tipo de necessidade.
Papel do Banco Central
A Política econômica é formada basicamente pelas políticas fiscais e monetária.
A primeira trata da elaboração e execução do orçamento publico, e seus meios são
as recitas e despesas publicas. A Segunda se refere à determinação da quantidade
de moeda (R$) em circulação no país e à fixação da taxa básica de juros SELIC
(Sistema Especial de Liquidação e Custódia).
A política monetária busca adequar a oferta de moeda e crédito disponível às
necessidades da economia.
Por meio da política monetária, as autoridades determinam os mecanismo de
financiamento, empréstimos e créditos para a sociedade em geral, e do
financiamento do setor público. O Conselho Monetário Nacional, por meio do
Comitê de política Monetária (COPOM), pode aumentar ou diminuir a oferta de
moeda, bem como alterar as taxas de juros SELIC. O COPOM é formado por um
grupo de Expertise, basicamente pelo presidente e demais diretores do Banco
Central. Este comitê reúne-se periodicamente para avaliar o desempenho da
economia e dos preços e propor correções de rumos relativos a política monetária.
economia e mercados
32
São duas ações praticadas pelo COPOM:
Aumento da oferta monetária - Se a autoridade monetária decidir colocar mais
moeda em circulação, isto é, alem do nível ótimo que permita as transações
econômicas, haverá um excesso de moeda. Nesse caso, denomina-se política
monetária expansionista e tende a ser foco de inflação. São características desta
política: depósitos compulsórios reduzidos, taxa de redesconto baixa, e a
aquisição de títulos públicos no mercado aberto.
Redução da oferta monetária - É utilizada para controlar a inflação, e ou
estabilizar os níveis de preço da economia. O Brasil através da diretriz dada na
política econômica a partir do plano real tem buscado cumprir metas de inflação,
o que implica em severo controle de expansão monetária, denominado de política
monetária contracionista. São características desta política: Depósitos
compulsórios elevados, taxa de redesconto alta, venda de títulos públicos no
mercado aberto.
Para aumentar ou diminuir a oferta de moeda, o Banco central utiliza-se de vários
instrumentos de política monetária:
· Emissão primária ou retirada de moeda de circulação;
· Recolhimento obrigatório (compulsório) da movimentação diária dos bancos
comerciais ao banco central, denominados de reservas ou Depósitos
Compulsórios;
· Lançamento ou resgate de títulos públicos no mercado;
· Modificação da taxa de juros das operações interbancárias que serve de
balizamento para as demais taxa de juros praticadas na economia - taxa de juros
SELIC.
Base Monetária (BM) -Corresponde ao total de papel-moeda em circulação
mais reservas bancárias dos bancos comerciais. A BM constitui a principal
variável de acompanhamento da política monetária.
MERCADO FINANCEIRO
Dentre um dos objetivos permanentemente perseguidos pela política Econômica
destaca-se a promoção do desenvolvimento econômico. Para tanto, é
indispensável a existência de um sistema financeiro organizado e eficiente que
realize a transformação de poupança em investimento.
Em toda sociedade existem, de um lado, agentes econômicos que se encontram
em posição de superávit financeiro, isto é, aqueles que pretendem gastar (em
consumo e/ou investimento) menos do que sua renda. Portanto, são aqueles que
poupam. São os ofertadores de recursos.
economia e mercados
33
De outro lado, encontram-se os agentes econômicos em posição de déficit
financeiro, isto é, aqueles que pretendem gastar (em consumo e/ou investimento)
mais do que sua renda. São os tomadores de recursos. Eles precisam do complemento de poupanças de outros (dos superavitários) para executar seus planos.
O sistema financeiro tem, então, a função de transferir recursos entre os agentes
superavitários (detentores de poupança) e os deficitários (tomadores de crédito),
transformando, desta forma, poupança em investimento, para a promoção do
desenvolvimento Econômico.
Isto posto, o sistema financeiro pode ser conceituado como um conjunto de
instituições e instrumentos financeiros que realiza a tarefa de conectar no mercado os agentes econômicos denominados superavitários financeiros com os
deficitários financeiros, criando, ainda, condições para que os diversos títulos
tenham liquidez.
Os mercados financeiros, conforme certas características podem ser
subdivididos em quatro mercados específicos:
1)
2)
3)
4)
Mercado de Crédito;
Mercado de Capitais;
Mercado Cambial;
Mercado Monetário.
Mercado de Crédito
Tipo de operação: financiamento do consumo e capital de giro das empresas
Prazo: Curto (até um ano)
Instituições Financeiras: Banco Comercial e Companhia Financeira
Mercado de Capitais
Tipo de Operação: Financiamento do capital fixo (e de giro) das empresas e
habitação
Prazos: Médio (1 a 3 anos) ou Longo (acima de 3 anos) Indeterminado
Instituições Financeiras:
Financia Habitação: Caixa Econômica, Assoc. Poupança e Empréstimo,
Sociedades de Crédito Imobiliário, Cooperativas Habitacionais.
Financia Capital Fixo: Banco de Investimento, Banco de Desenvolvimento
economia e mercados
34
BNDES,
Capitalização da Empresa via Mercado de Ações:Banco de Investimento,
Sociedade. Corretora,Sociedade Distribuidora, Bolsa de Valores
É constituído pelas instituições financeiras públicas ou privado que atuam no
mercado financeiro.
Instituições do Subsistema Operativo
Bancos Comerciais;
Caixa Econômica Federal;
Bancos de Investimento;
Banco do Brasil;
Bancos Estaduais de Desenvolvimento;
Sociedades de Crédito Imobiliário;
Associações de Poupança e Empréstimo;
Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (Financeiras) - Sociedade
de Arrendamento Mercantil (Leasing);
Bolsas de Valores;
Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários;
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários;
Agentes Autônomos de Investimento;
Bancos Múltiplos.
INFLAÇÃO
A inflação pode ser conceituada como um aumento contínuo e generalizado no
nível de preços da economia. Quando elevada, a inflação produz conseqüências
desastrosas sobre o sistema Econômico. Os efeitos nefastos desse fenômeno
econômico podem ser resumidamente descritos:
a)
Efeito sobre a distribuição de renda: Um dos problemas mais sérios
provocados pela inflação é a concentração da renda, ou seja, a redução relativa do
poder aquisitivo das classes com rendimentos Fixos, notadamente os
trabalhadores assalariados - corrosão dos salários -, e concomitante aumento
relativo do poder aquisitivo das classes proprietárias do capital especialmente os
empresários industriais, comerciais e financeiros.
b)
Efeito sobre o mercado financeiro: Em um processo inflacionário
acelerado, o valor da moeda deteriora-se com muita velocidade. Ocorre, pois, um
desestimulo à aplicação de recursos no mercado financeiro e um estímulo à
aplicação em imóveis e terras (bens de raiz) e mesmo aplicação em moeda
estrangeira (dólar) - renúncia da moeda nacional. No Brasil, essa distorção foi,
economia e mercados
35
em parte, minimizada, com a instituição da correção monetária.
c)
Efeito sobre o balanço de pagamento: Quando a taxa de inflação interna é
superior à taxa de inflação externa ocorre um estimulo às importações e um
desestimulo às exportações, já que o produto nacional torna-se mais caro do que o
produto estrangeiro, provocando um déficit na balança comercial Na tentativa de
corrigir o déficit, o governo desvaloriza a moeda nacional em relação à
estrangeira (desvalorização cambial), no sentido de estimular exportações e
desestimular importações. Todavia, importações essenciais, como o petróleo,
tomam-se mais caras, realimentando a inflação num circulo vicioso.
d)
Efeito sobre o nível de produção e emprego: Dado o ambiente de
instabilidade e imprevisibilidade que a inflação acarreta e a incerteza quanto aos
lucros futuros, os empresários podem adiar ou reduzir investimentos produtivos,
direcionando os capitais para a especulação financeira, comprometendo, desta
forma, o nível de emprego e crescimento da economia.
Tipos de Inflação
Os economistas geralmente discordam a respeito das causas da inflação, como
corrigi-la, e, até mesmo, se ela deve ou não ser debelada.
As taxas de inflação de um país são afetadas por diversos fatores, tais como, o
grau de abertura ao comércio exterior, o estágio de desenvolvimento econômico,
o grau de oligopolização da economia etc.
Inflação de Demanda
É considerado o tipo mais clássico de inflação. Ocorre quando se Verifica uma
expansão da demanda total de bens e serviços em relação à oferta Total (produção
disponível) de bens e serviços. Intuitivamente: "dinheiro demais à procura de
poucos bens".
Os fatores causais que concorrem para o excesso de demanda, conforme a teoria
é:
1.
Aumentos salariais;
2.
Expansão da moeda e do crédito;
3.
Expansão dos gastos públicos (déficit público).
Medidas de Combate à inflação de Demanda
A política econômica preconizada para combater a inflação de demanda assentase em instrumentos que provocam uma redução da procura agregada por bens e
serviços. São medidas monetárias e fiscais que inibem o consumo e o
economia e mercados
36
investimento, tais como:
1.
Política de compressão salarial;
2.
Política monetária que restringe a quantidade de moeda e crédito;
3.
Política fiscal de elevação da carga tributária e redução dos gastos
públicos.
Vale salientar que este receituário ortodoxo provoca recessão e queda do nível de
emprego na economia.
Inflação de Custos
Os preços finais dos bens e serviços gravitam em tomo dos custos de produção.
Os aumentos dos custos de produção são repassados, mais cedo ou mais tarde,
parcial ou integralmente, para os preços finais dos produtos.
Assim sendo, os fatores causais mais comuns que concorrem para gerar inflação
de custos são:
1.
Aumentos salariais;
2.
Elevação dos preços das matérias-primas, máquinas e equipamentos (dos
fatores de produção de uma maneira geral).
Medidas de Combate à inflação de Custos
Normalmente, a política adotada para combater a inflação tipificada como de
custos é a que se segue:
1.
2.
3.
4.
Política de contenção salarial;
Exame das planilhas de custos das empresas;
Fiscalização sobre os lucros auferidos pelos grupos oligopolistas;
Controle (tabelamento) de preços dos produtos.
Inflação de Lucros
Com o objetivo de manter ou expandir as margens de lucro, as empresas com
poder de mercado notadamente oligopólios e monopólios - praticam elevação de
preços muito acima da elevação dos custos de produção.
Medidas que penalizam o abuso do poder econômico e medidas que estimulam a
expansão da oferta interna de bens e, consequentemente, a concorrência
(aumento das importações), é recomendada no combate à inflação de lucros.
Inflação Inercial
A teoria da Inflação inercial ou autônoma assinala que a inflação é resultado,
sobretudo, de um conflito distributivo exacerbado entre os agentes econômicos.
Para manter ou expandir a participação na renda e na riqueza, os diversos agentes
economia e mercados
37
econômicos, trabalhadores, empresários e governo, aumentam (ou reajustam),
periodicamente, seus próprios preços: salários, aluguéis, mensalidades, tarifas
públicas, cambio, preços das mercadorias em geral etc. Portanto, o mecanismo da
indexação, que tende a generalizar-se, realimenta permanentemente a inflação.
Através deste fator mantenedor, ou seja, da indexação, a inflação do presente
reproduz a do passado e projeta a do futuro. O sistema Econômico cria, portanto,
uma memória inflacionária.
O Plano Cruzado (1986) diagnosticou a inflação brasileira como
predominantemente inercial. A teoria da inflação inercial recomenda que para
quebrar a inércia e debelar a inflação é necessário praticar um choque
heterodoxo: congelamento geral (de preços, salários, tarifas públicas, taxa de
câmbio, aluguéis) e desindexação da economia.
Conceitos Complementares
Indexação: indexar é corrigir, periódica e regularmente, preços das mercadorias,
salários, aluguéis... com base em algum índice aferido de inflação. A indexação
pode ser formal (determinada por dispositivo legal - lei decreto ou medida
provisória) ou informal.
Estagflação: é a combinação perversa de recessão (ou estagnação econômica)
com inflação.
Dolarização: entende-se por dolarização da economia o processo através do qual
a moeda nacional é, na prática, substituída pelo dólar.
Índices de Inflação
Índice é um instrumento estatístico utilizado para medir alterações entre
variáveis (preços, por exemplo) em períodos de tempo distinto.
A construção de números - Índices, em geral e de Índices de preços, em particular,
ocupa espaço de destaque nas páginas da teoria econômica e despertam
discussões acirradas.
No Brasil, várias entidades medem e publicam mensalmente Índices aferidores
de inflação. Esses Índices muitas vezes divergem substancialmente. Além das
fórmulas de cálculo, os Índices medidores de inflação diferenciam-se quanto a
abrangência geográfica, a faixa de renda, a data e a cobertura da pesquisa de
Orçamentos familiares (através da qual se calculam as ponderações) e os
períodos de coleta de preços. Estes fatores atuando conjuntamente explicam a
maior parte dos desencontros entre os índices, principalmente em curto prazo.
economia e mercados
38
Índices
I – FGV
M – FGV
IBGE
– IBGE
– IBGE
FIPE
DIEESE
Coleta de Dados
Período
Classe de Renda
Rio de Janeiro/São Paulo
1 a 30 do mês
1 a 33 SM
Igual ao IGP. (DI).
21 a 20 do mês seguinte
ex. 21/01 a 21/02
Igual ao IGP(DI)
16 a 15 do mês seguinte
1 a 5 SM
1 a 30 do mês
Igual ao IPC
1 a 5 SM
1 a 40 SM
Rio de Janeiro, São Paulo,
Fortaleza, Porto alegre, Belo
Horizonte, Recife, Belém,
Salvador, Curitiba, Brasília
Igual ao IPC
Igual ao IPC
Região metropolitana de São
Paulo
Municípios de São Paulo
1 a 30 do mês
2 a 6 SM
1 a 30 do mês
1 a 30 SM
O COMÉRCIO INTERNACIONAL E O BALANÇO DE PAGAMENTOS
Toda nação é co-participante da economia mundial Nenhuma nação pode
sobreviver, economicamente, de forma isolada. Existe, portanto, uma relação de
interdependência, e em muitos casos, de dependência, entre os diversos países.
A Economia Internacional ou a Teoria do Comércio Internacional estuda as
relações comerciais e Financeiras entre as nações.
Basicamente, quatro fatores justificam e motivam o comércio internacional:
1)
Desigual dotação de reservas naturais;
2)
Diferenças de solo e clima;
3)
Disponibilidades desiguais de fatores de produção, notadamente capital e
trabalho;
4)
Estágios diferenciados de desenvolvimento tecnológico.
Balanço de Pagamentos: conceito e estrutura
O Balanço de Pagamentos apresenta, de maneira sucinta, o registro contábil de
todas as transações do país com outros paises do mundo. Engloba os bens e
serviços exportados ou importados, os donativos recebidos ou enviados e a movimentação de capitais que vêm de fora do país ou se remetem para o exterior.
Geralmente, o Balanço de Pagamentos é dividido em 3 grandes categorias
relativas a 3 tipos de transações:
1)
Balança Comercial;
2)
Balança de Serviços;
3)
Balança de Capitais.
Balança Comercial
Registra todas as exportações de mercadorias brasileiras e todas as importações
economia e mercados
39
de mercadorias do resto do mundo.
As transações que implicam na entrada de moeda estrangeira, exportações, por
exemplo, levam o sinal positivo (+), representando um acréscimo nas reservas em
divisas.
Ao contrário, toda saída de moeda estrangeira, operações com importação, por
exemplo, aparece com o sinal negativo (-), registrando uma diminuição nas
reservas disponíveis.
Quando as exportações forem superiores às importações, registra-se um superávit na Balança Comercial (+).
Quando as exportações forem inferiores às importações registra-se um déficit na
Balança Comercial (-).
Balança de Serviços
Registra o montante pago ou recebido por serviços recebidos ou prestados. Esta
rubrica engloba viagens internacionais, serviços de transportes, royalties, juros,
lucros e dividendos etc.
Transferências Unilaterais
Abrangem as remessas e receitas de caráter unilateral, sem qualquer outra contra
prestação, como donativos aos países subdesenvolvidos, ajudas para fins
militares etc.
Transações Correntes
Constitui a soma algébrica do saldo das três rubricas anteriores.
Balança de Capitais
Nesta balança são registradas todas as transações que não se referem à produção
corrente de bens e serviços (compra e venda de mercadorias). São registrados,
portanto, o capital das empresas estrangeiras que ingressam no país; o capital
estrangeiro que ingressa sob a forma de empréstimos; os empréstimos de outros
governos ao Brasil; os empréstimos do FMI; os empréstimos do Brasil a outros
governos etc.
Saldo do Balanço de Pagamentos
O saldo do Balanço de Pagamentos é a soma algébrica dos saldos das três
economia e mercados
40
balanças.
A diferença entre entradas e saídas será o déficit ou o saldo positivo do Balanço
que terá de ser coberto por diminuição (ou aumento) de reservas (ouro e divisas
estrangeiras) ou por aumento (ou diminuição) do endividamento externo.
Estrutura do Balanço de Pagamentos
1. Balança Comercial
a) Exportações
b) Importações
SALDO
2. Balança de Serviços
a) Viagens Internacionais
b) Transportes
c) Seguros
d) Rendas de Capitais
d1) Lucros e Dividendos
d2) Juros
SALDO
3. Transferências Unilaterais
4. Transações Correntes (1+2+3)
5. Balança de Capitais
a) Investimentos Estrangeiros no Brasil
b) Investimentos Brasileiros no Exterior
c) Empréstimos e Financiamentos (FMI)
d) Amortizações
SALDO
6. Erros e Omissões
7. Saldo Global do Balanço de Pagamentos (4+5+6)
Taxa Cambial: preço das transações com o exterior
Toda e qualquer relação do País com o resto do mundo envolve pagamentos e
recebimentos. A taxa nominal de câmbio é o preço destas transações e constitui a
taxa pela qual troca-se unidades monetárias de uma moeda, no caso o Real (R$),
por unidades monetárias de outro país, no caso o Dólar norte-americano (US$).
A Taxa de Câmbio mais conhecida da população brasileira é a relação US$ X R$
economia e mercados
41
Exemplo: R$/US$ = 3,10, significando que precisamos de R$ 3,10 para comprar
US$ 1.
Fica fácil entender que a flutuação da taxa de cambio favorece, ou não, as relações
com o exterior.
Exemplo 01:
Vendemos 220 peças de roupas no valor unitário de US$ 35,00. Se a taxa de
câmbio for igual a R$/US$ = 3,00, a receita da venda será de US$ 7.700,00. Em
reais, a receita será de R$ 23.100,00, ou seja, US$ 7.700,00 X 3,00 = R$
23.100,00.
Exemplo 02:
Agora imagine que no momento da troca do US$ por R$, a taxa de câmbio
desvalorizou 2%. A Taxa estava a R$ 3,00. Adicionando um aumento de 2%, R$
3,00 X 0,02 = R$ 0,06, a nova taxa será de R$ 3,06. Logo, US$ 7.700,00 X 3,06 =
23.562,00, representando um ganho extra de R$ 462,00.
Globalização
A Facilidade de Comunicação, o barateamento dos meios de transportes e o
crescente incentivo ao comercio e aos fluxos financeiros internacionais têm
fortalecido o processo de integração entre os países, em direção à globalização
dos mercados.
A intensificação das transações mundiais e o aumento do grau de
interdependência entre as economias têm trazido inúmeras conseqüências para as
economias locais. Tais conseqüências podem ser analisadas em pelo menos em
três aspectos que são institucionais, microeconômicos e macroeconômicos que
detalhamos da seguinte forma:
Institucionais: Neste aspecto em várias das questões relacionadas a aspectos
econômicos o poder econômico das grandes corporações transnacionais
sobrepõe-se, muitas vezes, aos interesses dos governos locais interferindo em
relações de oferta e demanda de produtos no mercado internacional e afetando
preços dos mesmos.
Microeconômicos: No que se refere aos aspectos microeconômicos, estes estão
ligados ao processo de organização da produção e da distribuição, com reflexos
sobre os custos e competitividade das empresas nos mercados nacionais e
externos.
Macroeconômicos: Em relação aos aspectos macroeconômicos, a
interdependência das economias gera impactos sobre o movimento das taxas de
câmbio e juros domésticos, influenciando o nível geral de preços (inflação), o
economia e mercados
42
emprego e a renda nacional.
A experiência européia tem demonstrado que os interesses dos blocos
econômicos estão se tornando mais fortes que os interesses individuais de cada
país-membro. Por exemplo, um país isolado não deve tomar medidas
protecionistas unilaterais. Além disso, as grandes transnacionais buscam bases de
produção em qualquer mercado internacional, desde que esses lhes garantam
vantagens comparativas. E, caso haja alguma intervenção indesejada por parte de
governos locais, as mega-empresas alteram suas estratégias de negócios em
direção a outros países. O caso mais emblemático ocorreu com as transnacionais
norte-americanas que se transferiram do mercado mexicano para o mercado
chinês.
É preciso ressaltar que globalização não é um fenômeno novo. Ao contrário, é um
fenômeno que teve os seus passos iniciais nos antigos navegadores
(descobridores) que foram em busca de novos mercados, como ampliação de suas
atividades comerciais. A busca por um novo caminho para as Índias trouxe para o
lado de cá as caravelas de Pedro Álvares Cabral. Podemos dizer que a história do
Brasil e a globalização estão estreitamente associadas.
As queixas contra a globalização não estão centradas no baixo desenvolvimento
absoluto dos países pobres, mas no aumento das diferenças relativas entre países
pobres e ricos. A ampliação das comunicações e a universalização do acesso aos
meios de comunicação geraram uma melhora na percepção do mundo por parte
de populações até então alienadas. As pessoas estão tomando consciência da
existência não só de crenças sociais mas, também, de produtos até então
desconhecidos, e passaram a ser desejados em todos os cantos do mundo, quer as
pessoas tenham condições de comprá-los ou não.
Sempre existiram pobres ao redor do mundo, mas agora eles assistem à televisão
e estão conscientes e insatisfeitos com sua situação social. É justo que eles lutem
por melhores condições de vida, mas convém lembrar que ao longo da história
sempre houveram ganhadores e perdedores portanto, espera-se que as lições do
passado ajudem a minimizar e problemas no futuro.
Críticos do fenômeno da globalização alegam que as grandes empresas
transnacionais estimulam a competição perversa entre os países
desenvolvimento, uma vez que elas optam por aqueles países que oferecem
menores custos de produção (menores salários e tributação).
Isto não é de todo verdade, porque as mega-empresas também necessitam de
trabalhadores qualificados e mais produtivos, além de demandarem eficientes
infra-estruturas logísticas (estradas, portos etc.), sistema de comunicação e
estabilidade política, econômica e social. Se a pobreza fosse o único critério de
escolha para a localização das empresas transnacionais, provavelmente muitos
economia e mercados
43
países da América Central e da África seriam excelentes plataformas de
exportações dos países líderes mundiais. É preciso ressaltar que as empresas
exportadoras ou não necessitam de ambientes macroeconômicos propícios à
realização de seus negócios. Isto não é prerrogativa de empresas estrangeiras,
uma vez que a competição ocorre nos mercados locais.
Além disso, a concorrência entre países funciona como um filtro contra a
corrupção dos governos nacionais. Países com custos elevados têm dificuldades
para atrair investimentos produtivos estrangeiros. Desta maneira, países com
níveis baixos de corrupção, com boa governança e instituições democráticas
consolidadas levam vantagem na alocação dos investimentos produtivos
internacionais.
Exercícios Macro-economia.
7º) Questão – Responda as questões abaixo.
a)
Toda a alta de preços significa Inflação:
b)
Um índice de preços é a soma de todos os preços na economia?
c)
A elevação do índice de preços ao consumidor significa que o poder de
compra da população aumentou?
d)
O que significa inflação inercial?
e)
O que representou para a economia a abertura comercial?
f)
Quais as vantagens para um país de transacionar com o exterior?
g)
Cite três pontos negativos do comercio internacional?
h)
Como mensurar o processo de globalização?
i)
O processo de globalização traz algumas implicações macroeconômicas
importantes. Destaque pelo menos duas destas implicações de caráter
macroeconômico.
8ª) Para as afirmativas abaixo, marque V (verdadeiro), ou F (falso).
a
( ) A moeda é uma reserva de valor.
b
( ) No oligopólio O mercado é dominado por um número pequeno de
grandes empresas.
c
( ) No saldo da balança de pagamentos são registradas todas as
transações que não se referem à pro-dução corrente de bens e serviços.
d
( ) Toda e qualquer relação do País com o resto do mundo envolve
pagamentos e recebimentos. A taxa nominal de câmbio é o preço destas
transações e constitui a taxa pela qual se trocam as unidades monetárias de uma
moeda.
e
( ) Um dos aspectos institucionais da globalização está ligado ao
processo de organização da produção e da distribuição.
f
( ) Uma das medidas de combate à inflação de custos deverá ser uma
política monetária que restrinja a quantidade de moeda e de crédito.
g
( ) Alguns dos fatores que contribuem para a inflação de demanda
são os aumentos salariais, e a elevação dos preços das matérias-primas, das
máquinas e dos equipamentos.
h
( ) A elevação da oferta monetária é utilizada para controlar a
inflação, e ou estabilizar os níveis de preço da economia.
economia e mercados
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