Efeito da de diferentes ramos dadiferentes abóbora híbrida Atlas TERRADAS FR; SENO S; MANTES RM;condução JUNIOR MJAF. 2008. Efeito da produtivos condução de ramos produtivos da abóbora híbrida Atlas. Horticultura Brasileira 26: S4876-S4879. EFEITO DA CONDUÇÃO DE DIFERENTES RAMOS PRODUTIVOS DA ABÓBORA HÍBRIDA ATLAS 1 2 1 Fernando Roque Terradas ; Shizuo Seno ; Rafael Marangoni Mantes , Max José de 3 Araújo Faria Junior 1 2 Discente do curso de Agronomia; UNESP - Campus de Ilha Solteira, Avenida Brasil, 56. Professor Adjunto, Depto. de Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio-Economia. UNESP – Campus de Ilha Solteira. E-mail: 3 [email protected]; Professor Adjunto, UNESP- Campus de Araçatuba RESUMO ABSTRACT Com o objetivo de se determinar quais os três melhores ramos produtivos do Hibrido Atlas para obtenção da maior produtividade e qualidade os frutos, avaliou-se em Ilha Solteira (SP), de outubro a dezembro de 2006, a produção da abóbora Hibrida Atlas conduzida com diferentes ramos produtivos. Os tratamentos consistiram em conduzir somente três ramos produtivos por planta, dispostos da seguinte forma: (T1- conduzido os primeiros três ramos produtivos, sendo eliminados os demais; T2- conduzido o segundo, terceiro e quarto ramo produtivo; T3- conduzido o terceiro, quarto e quinto ramo, sendo eliminados os anteriores e posteriores e, T4- cultivo convencional, sem nenhum tipo de desbrota dos ramos produtivos). Adotou-se o delineamento em blocos ao acaso com cinco repetições, sendo cada parcela composta por dez plantas no espaçamento de 1m entre plantas e 2,0m entre linhas. Verificou-se não haver efeito significativo dos tratamentos na produtividade total, número de frutos, massa média, produção comercial e não comercial de frutos. Effect of the different productive branches in Hibrido Atlas butternut squash The objective of this experiment was to evaluate the yield of different productive branches of the Hybrid Atlas butternut squash in Ilha Solteira (SP), from October to December 2006. The branches were thinned so that only three of them were kept according to the following treatments: T1 – only the first three productive branches were kept; T2 – the second, third and fourth productive branches were kept; T3 – the third, fourth and fifth productive branches were kept; T4 – no thinning. The randomized blocks design with five replications was chosen for the experiment and there were ten plants per plot, where the planting distance in a row was 1m and 2m between the rows. No significant effect has been observed in the treatments as in regard to the final yields, number of fruits, average matter, and commercial and non-commercial yields. PALAVRAS-CHAVE: Cucurbita moschata; produtividade; desbrota. KEYWORDS: Cucurbita moschata; yield; thinning. INTRODUÇÃO A produção de abóbora (Cucurbita moschata) Hibrida Atlas, é voltada em sua totalidade para a exportação, sendo o seu destino a Argentina. Por ser uma cultura rentável foi adotada Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago. 2008 S 4876 Efeito da condução de diferentes ramos produtivos da abóbora híbrida Atlas por diversos produtores da região de Jales, (Noroeste Paulista). Em 2003, no Estado de São Paulo foram produzidas cerca de 82 mil toneladas de abóbora gerando 24,5 milhões de reais (INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA, 2004). A planta prefere formar frutos maduros da primeira flor emitida, sendo que as flores emitidas posteriormente, geralmente abortaram (Stephenson, 1980; Wyatt, 1980 e Lima et al., 2004). Segundo Stephenson & Bertin, (1983), o excesso de flores permite a planta selecionar os frutos que irão abortar, podendo aumentar a qualidade dos descendentes selecionados. Para a condução da cultura do melão rendilhado (que possui características fisiológicas semelhantes à abóbora) em ambiente protegido, tem se recomendado a retirada dos brotos laterais até o 10 ou 12º entrenó (Brandão Filho, 1998). Sabe-se também que a poda dos ramos colabora para a melhor distribuição de assimilados na planta, podendo influenciar na fixação de flores e frutos, assim como no número, tamanhos e maturação de frutos (Gómez-Guilamón, 1997). Diante disso, este trabalho teve por objetivo avaliar quais os três melhores ramos produtivos do Hibrido Atlas para obtenção da maior produtividade e qualidade os frutos. MATERIAL E METODOS O experimento foi conduzido de outubro a dezembro de 2006, na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da Faculdade de Engenharia - UNESP, no município de Ilha Solteira SP. O solo da área foi classificado como Argissolo Vermelho, Eutrófico, tendo a análise química 3 3 deste revelado os seguintes resultados: P resina= 63 mg/dm ; M.O.= 34 g/dm ; pH em CaCl = 3 3 3 3 2 5,4; K= 5,0 mmol /dm ; Ca= 72 mmol /dm ; Mg= 22 mmol /dm ; H+Al= 25 mmol /dm ; SB= 99,0 3 3c c c c mmol /dm ; CTC= 124,0 mmolc/dm e V= 80%. c Foi utilizado o Hibrido Atlas, com semeadura em bandeja de poliestireno expandido (9/ 10) e transplantado em 20/10/2006. Os tratamentos consistiram em conduzir somente três ramos produtivos por planta, dispostos da seguinte forma: (T1- conduzido os primeiros três ramos produtivos, eliminados os demais; T2- conduzido o segundo, terceiro e quarto ramo produtivo; T3- conduzido o terceiro, quarto e quinto ramo, sendo eliminados os anteriores e posteriores e, T4- testemunha, sem nenhum tipo de desbrota dos ramos). Adotou-se o delineamento em blocos ao acaso com cinco repetições, sendo cada parcela composta por dez plantas no espaçamento de 1m entre plantas e 2,0m entre linhas. A adubação de plantio foi realizada com 60g/cova da formula 4-30-10 mais 2L de composto orgânico e uma adubação nitrogenada via fertirrigação com 10g de uréia por planta. o As desbrotas dos ramos produtivos foram realizadas no 17 dia após o transplante (DAT). o A colheita foi realizada no 57 DAT, sendo os frutos classificados em comerciais e não comerciais, sendo considerados não comerciais os frutos rachados e os com crescimento irregular. Foram avaliados: produtividade, número de frutos, massa média, produção comercial e não comercial. Os dados foram submetidos á análise de variância e as médias submetidas ao teste de Tukey. Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago. 2008 S 4877 Efeito da condução de diferentes ramos produtivos da abóbora híbrida Atlas RESULTADOS E DISCUSSÃO Pelos resultados da análise de variância, verificou-se que os tratamentos não propiciaram efeito significativo em todas as características avaliadas, demonstrando que a condução dos primeiros ou últimos ramos produtivos e consequentemente uma frutificação mais precoce ou tardia não interferiram no pegamento e desenvolvimento dos frutos, concordando com Stephenson, 1980; Wyatt, 1980 e Lima et al., 2004. Isto se deve provavelmente ao curto tempo da emissão entre os primeiros cinco ramos secundários, e consequentemente pouca diferença no desenvolvimento da planta no momento da frutificação. As médias observadas encontramse na Tabela 1 sendo a média da produtividade obtida semelhante das relatadas por produtores da região Noroeste Paulista. Sendo assim, nas condições em que foi realizado o experimento, conclui-se não haver necessidade de qualquer interferência no desenvolvimento dos ramos produtivos da planta, uma vez que sua realização exigiria emprego de mão de obra aumentando o custo de produção sem garantia de retorno ao produtor. LITERATURA CITADA BRANDÃO FILHO, J.U.T.; VASCONCELOS, M.A.S. 1998. A cultura do meloeiro. In: GOTO, R., TIVELLI, S.W. Produção de hortaliças em ambiente protegido: condições subtropicais. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, p.161-194. GOMES-GUILAMÓN. M.L.; FLORES, R.C.; GONZALES-FERNANDEZ, J.J.. 1997. El melon in invernadero. In: Vallesspir, A.N. Melones. Barcelona: Ediciones de Horticultura, p.67-77. INSTITUTO DE ECONOMIA AGRICOLA. Produção dos principais produtos da agropecuária do estado de São Paulo Disponível em: <htp:www.iea.sp.gov.br>. Acesso em 24 março 2007. LIMA, G.P.; CARMONA, R.; LOPES, J.F.; NASCIMENTO, W.M. 2004. Influência da quantidade e disposição de flores polinizadas na produção e qualidade de sementes híbrida de abóbora. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 22, Suplemento CD-ROM. STEPHENSON, A. G. 1980. Fruit set, herbivory, fruit reduction, and the fruiting strategy of Catalpa speciosa (Bignoniaceae). Ecology, v.61, p.57-64,. STEPHENSON, A. G.; BERTIN, R. I. 1983. Male competition, female choice, and sexual selection in plants. In: REAL, L. Pollination biology. Real: Academic Press, Orlando, Florida, USA,. 338 p. 4 WYATT, R. 1980. The reproductive biology of Asclepias tuberosa: I. Flower number, arrangement, and fruit set. New Phytology, v.85, p.119-131. Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago. 2008 S 4878 Efeito da condução de diferentes ramos produtivos da abóbora híbrida Atlas Tabela 1. Produção total, número de frutos, massa média de fruto, produção comercial e não comercial de frutos de abóbora híbrida Atlas. Ilha Solteira (SP), UNESP, 2007. Tratamentos Produção Total 2 T1 (*) T2 T3 T4 DMS 5% Nº. Total de Frutos Massa Média de Fruto Produção Comercial 2 2 Produção Não Comercial 2 (kg/20m ) (20m ) (kg) (kg/20m ) (kg/20m ) 35,2 a 36,9 a 32,3 a 32,8 a 7,1 31,6 a 32,8 a 27,2 a 30,4 a 6,3 1,11 a 1,12 a 1,18 a 1,07 a 0,11 21,1 a 21,9 a 20,8 a 19,5 a 6,0 14,1 a 15,0 a 11,4 a 13,2 a 6,8 Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey a nível de 5% de significância. (*) T1 - conduzido os três primeiros ramos produtivos; T2 - conduzido o 2 o ; 3o e 4o ramos; T3 - conduzido o 3o, o 4 e 5º ramo produtivo e T4 - Condução normal sem nenhuma desbrota de ramo. Hortic. bras., v. 26, n. 2 (Suplemento - CD Rom), jul-ago. 2008 S 4879