Gêneros musicais

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Gêneros musicais brasileiros
SAMBA
O samba é um gênero musical, do qual deriva um tipo de dança, de raízes africanas surgido no Brasil. É
considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras.
Revelado na segunda metade do século XIX, para a cidade do Rio de Janeiro pelos negros que trazidos da África e
se instalaram na então capital do Império.
Um marco dentro da história moderna e urbana do samba ocorreu em 1917, no próprio Rio de Janeiro, com a
gravação em disco de "Pelo Telefone", considerado o primeiro samba a ser gravado na Brasil (segundo os registros
da Biblioteca Nacional). A canção tem a autoria reivindicada por Ernesto dos Santos, mais conhecido como Donga,
com coautoria atribuída a Mauro de Almeida, um então conhecido cronista carnavalesco. Na verdade, "Pelo
Telefone" era uma criação coletiva de músicos que participavam das festas da casa de tia Ciata, mas acabou
registrada por Donga e Almeida na Biblioteca Nacional. "Pelo Telefone" foi a primeira composição a alcançar
sucesso com a marca de samba e contribuiria para a divulgação e popularização do gênero. A partir daquele
momento, esse samba urbano carioca começou a ser difundido pelo país, inicialmente associado ao carnaval e
posteriormente adquirindo um lugar próprio no mercado musical. Surgiram muitos compositores como Heitor dos
Prazeres, João da Baiana, Pixinguinha e Sinhô, mas os sambas destes compositores eram amaxixados, conhecidos
como sambas-maxixe.
Samba-canção
Samba-canção é um subgênero musical originário do samba, que surgiu no final da década de 1920 no seio da
modernização do samba urbano do Rio de Janeiro, quando este iniciava seu processo de distanciamento do
maxixe.
Também chamado de "samba de meio de ano" (ou seja, sambas feitos fora da época de Carnaval), em linhas
gerais, o samba-canção faz uma releitura mais elaborada na melodia - enfatizando-a - e possui um andamento
moderado (o mais lento dentro das vertentes do moderno samba urbano), centrado em temáticas de amor, solidão e
na chamada "dor-de-cotovelo". O samba-canção desenvolveu-se a partir de músicos profissionais que tocavam em
teatros de revista cariocas. "Linda Flor (Ai, Ioiô)", do compositor Henrique Vogeler e dos letristas Marques Porto e
Luís Peixoto, é considerado o marco inaugural desse estilo de samba.
Praticado por autores tão diversificados, o samba-canção teria seu apogeu nas décadas de 1940 e 1950. Entre
intérpretes que se destacaram nesse estilo, estão Jamelão e Elizeth Cardoso, que gravaram canções de Lupicínio
Rodrigues. Outros grandes compositores de samba escreveram samba-canção, como Noel Rosa ("Pra que mentir"),
Cartola ("As rosas não falam"), Nelson Cavaquinho ("A flor e o espinho", com Guilherme de Brito), Ataulfo Alves
("Boêmios").
O ambiente da década de 1950 estimulou a expansão desse gênero no mercado nacional, mas com transformações
dentro do estilo - o que levou alguns estudiosos a marcar uma diferenciação do samba-canção clássico, expressas
nos termos (que podem ou não ser considerados como subgêneros, de acordo com cada autor) sambalada e
sambolero durante os anos cinquenta. As melodias eram marcadas por influências de gêneros musicais
estrangeiros - como a balada estadunidense e o bolero cubano, especialmente enfatizado por orquestras. No que
diz respeito às letras, uma interpretação pessimista das propostas ligadas à filosofia existencialista (que traduzem
um forte desencanto com o mundo). Esse conteúdo melancólico mais tarde incorporaria a palavra "fossa" para o
subgênero.
Com o surgimento da Bossa Nova, no final da década de 1950, o samba-canção perderia terrreno dentro da música
brasileira, mas manteria um vasto e rico acervo de obras em permanente processo de regravações.
Maxixe
O Maxixe (também conhecido como Tango brasileiro) é um tipo de dança de salão brasileira criada pelos negros
que esteve em moda entre o fim do século XIX e o início do século XX. Dançava-se acompanhada da forma musical
do mesmo nome, contemporânea da polca e dos princípios do choro e que contou com compositores como Ernesto
Nazareth e Patápio Silva. Mas o maior nome na composição de maxixes foi, sem dúvida, o da maestrina Chiquinha
Gonzaga.
Teve a sua origem no Rio de Janeiro na década de 1870, mais ou menos quando o tango também dava os seus
primeiros passos na Argentina e no Uruguai, do qual sofreria algumas influências. Dançada a um ritmo rápido de
2/4, notam-se também influências do lundu, das polcas e das habaneras.
Hoje, o gênero musical chamado maxixe ou tango brasileiro é considerado um subgênero do choro. Porém, no fim
do século XIX e começo do XX, a palavra "choro" designava não um gênero, mas certos conjuntos musicais
(compostos de flauta, cavaquinho e violôes) que animavam festas (forrobodós) tocando polcas, lundus, habaneras e
mazurcas e outros gêneros estrangeiros de uma maneira sincopada (que acabou sendo nomeado como gênero, o
"choro"). O tango Brasileiro foi criado pelos chorões como uma variante altamente sincopada da habanera, gênero
cubano que também era chamado tango-habanera, e que na sua variante brasileira passou a ser chamado tango
brasileiro. Na sua forma de música de dança passou a ser chamado de maxixe, que era alvo de fortes preconceitos
das elites da época, porque consideravam-no indecente, chegando mesmo a proibí-lo. Dava-se o nome de "Tango
Brasileiro" para se esconder a relação com o maxixe dessas composições. Alguns relatos afirmam também uma
diferença com relação a harmonia, sendo a do Tango Brasileiro (como os de Ernesto Nazareth) um pouco mais
complexa do que de seu "irmão", o Maxixe.
Na atualidade, o maxixe, enquanto dança, ainda existe nos passos do samba de gafieira, cuja música (que é um tipo
de samba extremamente sincopado, por exemplo, o samba de breque e o samba-choro) também preserva muitas
estruturas rítmicas do maxixe.
Tal como o tango argentino, este estilo foi também exportado para a Europa e Estados Unidos da América, no início
do século XX.
O samba e a lambada são dois exemplos de danças que devem algumas contribuições de estilo ao Maxixe.
Samba de partido-alto,
partido-alto ou simplesmente partido, é um estilo de samba, surgido no início do século XX dentro do processo de
modernização do samba urbano do Rio de Janeiro. Tem suas origens nas umbigadas africanas e é a forma de
samba que mais se aproxima da origem do batuque angolano, do Congo e regiões próximas. Apesar de ser um dos
subgêneros de samba mais tradicionais, não existe um consenso entre praticantes e estudiosos, menos ou mais
eruditos, para definir o que seria essa derivação do samba, muito também pelas mudanças pelo qual ele passou de
sua origem até os dias atuais.
Em linhas gerais, o partido-alto do passado seria uma espécie de samba instrumental e ocasionalmente vocal (feito
para dançar e cantar), constante de uma parte solada, chamada "chula" (que dava a ele também o nome de samba
raiado ou chula-raiada), e de um refrão (que o diferenciava do samba corrido). Já o partido-alto moderno seria uma
espécie de samba cantado em forma de desafio por dois ou mais contendores e que se compõe de uma parte de
coral (refrão ou "primeira") e uma parte solada com versos improvisados ou do repertório tradicional, os quais
podem ou não se referir ao assunto do refrão. Atualmente, costuma ser acompanhado violão, cavaquinho, pandeiro,
surdo, agogô e outros instrumentos de percussão.
Na década de 1980, o movimento musical do pagode deu alento ao samba carioca e revelou, inicialmente para o
grande público e mais tarde para a indústria cultural, sambistas que também valorizavam a tradição do partido-alto,
como eram os casos de Almir de Souza Serra, o Almir Guineto, Arlindo Domingos da Cruz Filho, o Arlindo Cruz,
Jessé Gomes da Silva, o Zeca Pagodinho, Jovelina Faria Belfort, a Jovelina Pérola Negra, e Montgomery Ferreira
Nunis, o Sombrinha.[1] Na década de 1990, Dudu Nobre foi um dos poucos sambistas de sua geração a também
utilizar a técnica do partido-alto. Em turnês junto com Zeca Pagodinho, os dois chegavam "a versar durante horas
nos ônibus". Zeca, por sua vez, é considerado um grande improvisador.
Influências
A gênese do chamado samba de morro e do partido-alto em particular se encontram nas canções improvisadas dos
diversos tipos de batuques angolanos. "A estrofe solista improvisada, acompanhada de refrão coral fixo, e a
disposição coro-solo são características estruturais de origem africana e correntes na música afro-brasileira. Tanto
elas quanto a coreografia revelam no samba urbano dos morros do Rio de Janeiro a permanência de afinidades
básicas com o samba rural brasileiro".
Além do batuque, há diversas outras manifestações musicais e coreografias brasileiras que contribuíram para a
formação do samba de morro e do partido-alto. Entre elas estão o baiano (também chamado de "chorado"), a
batucada (ou também "pernada carioca"), o cateretê, o coco, o calango, a chula, a tirana, os cantos de trabalho, as
cantigas de capoeira e de roda, as cantorias de viola, o jogo de caipira, os sambas rurais baiano e paulista e,
principalmente, o lundu que da segunda metade do século XIX em diante deixou se ser dança (salvo no interior da
Bahia, onde sobrevive até hoje um lundu dançado) para ser canção solada de cárater principalmente cômico.
Choro
Instrumentos musicais típicos do choro brasileiro: Violão de 7 cordas, violão, bandolim, flauta, cavaquinho e
pandeiro .
O Choro, popularmente chamado de chorinho, é um gênero musical, uma música popular e instrumental brasileira,
com mais de 130 anos de existência. Os conjuntos que o executam são chamados de rodas de choro ou regionais
e os músicos, compositores ou instrumentistas, são chamados de chorões. Apesar do nome, o gênero é em geral
de ritmo agitado, alegre e ricamente sincopado, caracterizado por sutis modulações e pelo virtuosismo e improviso
dos participantes, que precisam ter muito estudo e técnica, ou pleno domínio de seu instrumento. O choro é
considerado a primeira música popular urbana típica do Brasil e difícil de ser executado.
O conjunto regional é geralmente formado por um ou mais instrumentos de solo, como flauta, bandolim e
cavaquinho, que executam a melodia, o cavaquinho faz o centro do ritmo e um ou mais violões e o violão de 7
cordas formam a base do conjunto, além do pandeiro como marcador de ritmo.
Surgiu provavelmente em meados de 1870, no Rio de Janeiro, e nesse início era considerado apenas uma forma
abrasileirada dos músicos da época tocarem os ritmos estrangeiros, que eram populares naquele tempo, como os
europeus xote, valsa e principalmente polca, além dos africanos como o lundu. O flautista Joaquim Calado é
considerado um dos criadores do Choro, ou pelo menos um dos principais colaboradores para a fixação do gênero,
quando incorporou ao solo de flauta, dois violões e um cavaquinho, que improvisavam livremente em torno da
melodia, uma característica do Choro moderno, que recebeu forte influência dos ritmos que no início eram somente
interpretados, demorando algumas décadas para ser considerado um gênero musical.
Alguns dos chorões mais conhecidos são Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha. Alguns dos choros
mais famosos são
 "Tico-Tico no Fubá", de Zequinha de Abreu
 "Brasileirinho", de Waldir Azevedo
 "Noites Cariocas", de Jacob do Bandolim
 "Carinhoso" e "Lamento" de Pixinguinha
 "Odeon", de Ernesto Nazareth
Dentre as composições de Heitor Villa-Lobos, o ciclo dos Choros é considerado a mais significativa. O chorão mais
conhecido e ativo na atualidade é o virtuoso flautista e compositor Altamiro Carrilho, que já se apresentou em mais
de 40 países difundindo o gênero.
Pagode dos anos 1990
No final da década de 1980, o pagode enchia salões e, no início dos anos noventa. A indústria fonográfica, já
amplamente orientada para a globalização pop, usurpou o termo pagode, batizando com ele uma forma diferente de
fazer samba que guardava poucos elementos com o samba inovador da década anterior, massificando-o de forma
enganosa. Essa diluição partia majoritariamente da cidade de São Paulo, o que engendrou o rótulo equivocado de
"pagode paulista".Assim, as grandes gravadoras criaram um novo tipo de pagode, que muitos chamariam de
"pagode-romântico", "pagode comercial", ou simplesmente tachado de "pagode".
Vertente mais distanciada do pagode "de raiz" do final dos anos setenta, esse pagode "romântico" se tornaria um
fenômeno comercial, com o lançamento de dezenas de artistas e grupos paulistas, mineiro e carioca, entre os
quais,Katinguelê,Art Popular, Exaltasamba, Harmonia do Samba, Irradia Samba e Kaô do Samba, Só Pra
Contrariar, Os Travessos, entre outros.
Suingueira
Em meados dos anos noventa surgiu no Estado da Bahia o que se chamava "Samba da Bahia", que mais tarde
ficou conhecido como Suingueira. Este estilo é caracterizado como uma mistura de Pagode e rítmos regionais da
Bahia, principalmente com os tocados durante o carnaval e o que se intitula, popularmente, como Axé Music. Este
tipo de música ficou famosa pela intensa vendagem de discos de grupos como É o Tchan, Harmonia do Samba,
Patrulha do Samba, Psirico e muitos outros que se destacara na cena musical baiana. Tendo como apelo musical
em suas composições o sexo, a vulgarização da figura feminina, entre outros aspectos palavras de baixo calão e a
dança extremamente sensual, pois é executada com a revelação e uso das partes intimas para causar furor durante
a execução da música.
Axé (gênero musical)
O axé é um gênero musical surgido no estado da Bahia na década de 1980 durante as manifestações populares do
carnaval de Salvador, que mistura frevo pernambucano, forró, maracatu, reggae e calipso.
No entanto, o termo Axé Music é utilizado erroneamente para designar todos os ritmos de raízes africanas ou o
estilo de música de qualquer banda ou artista que provém da Bahia. Sabe-se hoje, que nem toda música baiana é
Axé, pois lá há o Olodum, um ritmo da África do Sul, Samba de Roda e Pagode produzidos por algumas bandas,
Calipso (gênero muscial), um ritmo de Trinidad & Tobago e Samba-reggae, uma novidade.
A palavra "axé" é uma saudação religiosa usada no candomblé e na umbanda, que significa energia positiva.
Expressão corrente no circuito musical soteropolitano, ela foi anexada à palavra da língua inglesa music pelo
jornalista Hagamenon Brito para formar um termo que designaria pejorativamente aquela música dançante com
aspirações internacionais.
Com o impulso da mídia, o axé music rapidamente se espalhou pelo país todo (com a realização de carnavais fora
de época, as micaretas), e fortaleceu-se como indústria, produzindo sucessos durante todo o ano.
Samba no século XXI
A partir do ano 2000, surgiram alguns artistas que buscavam se reaproximar do samba mais vinculado à estilo
consolidado nos morros cariocas, muitas vezes chamado "samba de raiz". Foram os casos de Marquinhos de
Oswaldo Cruz, Teresa Cristina e Grupo Semente, entre outros, que contribuíram para a reabilitação da região da
Lapa, no Rio de Janeiro. Outros nomes surgiram nesse tradicional reduto do samba, como o compositor Edu
Krieger, que foi gravado por nomes como Roberta Sá e Maria Rita, a cantora Manu Santos, novata revelada no
festival mais importante da Lapa nos dias atuais, a Mostra de Talentos do Carioca da Gema - que também trouxe
nomes como Eliza Ador, Roberta Espinosa, Moyseis Marques entre vários outros. Em São Paulo, o grupo Quinteto
em Branco e Preto desenvolve o evento (no bairro de Santo Amaro) "Samba da Vela" - no qual seus participantes
só cantam sambas inéditos de compositores desconhecidos da indústria musical.
Frevo
O frevo é um ritmo musical e uma dança brasileiros com origens no estado de Pernambuco[1][2][3], misturando
marcha, maxixe e elementos da capoeira.
Surgido na cidade do Recife no fim do século XIX, o frevo caracteriza-se pelo ritmo extremamente acelerado. Muito
executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que saíam à frente dos seus blocos
para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte.
Pode-se afirmar que o frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval. Os músicos
pensavam em dar ao povo mais animação nos folguedos. No decorrer do tempo, a música ganhou características
próprias.
A palavra frevo vem de ferver, por corruptela, frever, que passou a designar: efervescência, agitação, confusão,
rebuliço; apertão nas reuniões de grande massa popular no seu vai-e-vem em direções opostas, como o Carnaval,
de acordo com o Vocabulário Pernambucano, de Pereira da Costa.
Maracatu (ritmo)
Maracatu é um ritmo musical, conhecido como Baque virado, utilizado pelo Maracatu Nação.
É caracterizado principalmente pela percussão forte, em ritmo frenético, que teve origem nas congadas, cerimônias
de coroação dos reis e rainhas da Nação negra.
A percussão é baseada em tambores grandes, chamados alfaias, caixas, taróis, ganzás e um gonguê. Maracatu é
uma manifestação cultural da música folclórica pernambucana afro-brasileira. É formada por uma percussão que
acompanha um cortejo real. Como a maioria das manifestações populares do Brasil, é uma mistura das culturas
indígena, africana e européia. Surgiu em meados do século XVIII.
Bossa Nova
Bossa Nova é um subgênero musical derivado do samba e com forte influência do jazz estadunidense, surgido no
final da década de 1950 no Rio de Janeiro. De início, o termo era apenas relativo a um novo modo de cantar e tocar
samba naquela época, ou seja, a uma reformulação estética dentro do moderno samba carioca urbano. Com o
passar dos anos, a Bossa Nova tornar-se-ia um dos movimentos mais influentes da história da música popular
brasileira, conhecido em todo o mundo e, especialmente, associado a João Gilberto, Vinicius de Moraes, Antonio
Carlos Jobim, Baden Powell e Luiz Bonfá.
A palavra bossa apareceu pela primeira vez na década de 1930, em Coisas Nossas, samba do popular cantor Noel
Rosa: O samba, a prontidão/e outras bossas,/são nossas coisas(...). A expressão bossa nova passou a ser utilizada
também na década seguinte para aqueles sambas de breque, baseado no talento de improvisar paradas súbitas
durante a música para encaixar falas.
Alguns críticos musicais destacam a grande influência que a cultura americana do Pós-Guerra, de músicos como
Stan Kenton, combinada ao impressionismo erudito, de Debussy e Ravel, teve na bossa nova, especialmente do
cool jazz e bebop. Embora tenha influência de música estrangeira, possui elementos de samba sincopado. Além
disso, havia um fundamental inconformismo com o formato musical de época. Os cantores Dick Farney e Lúcio
Alves, que fizeram sucesso nos anos da década de 1950 com um jeito suave e minimalista (em oposição a cantores
de grande potência sonora) também são considerados influências positivas sobre os garotos que fizeram a Bossa
Nova.
Primeiro movimento musical brasileiro egresso das faculdades, já que os primeiros concertos foram realizados em
âmbito universitário, pouco a pouco aquilo que se tornaria a bossa nova foi ocupando bares do circuito de
Copacabana, no chamado Beco das Garrafas.
Fim do movimento, da bossa à MPB
Um dos maiores expoentes da bossa nova comporia um dos marcos do fim do movimento. Em 1965, Vinícius de
Moraes compôs, com Edu Lobo, Arrastão. A canção seria defendida por Elis Regina no I Festival de Música Popular
Brasileira (da extinta TV Excelsior), realizado no Guarujá naquele mesmo ano. Era o fim da bossa nova e o início do
que se rotularia MPB, gênero difuso que abarcaria diversas tendências da música brasileira até o início da década
de 1980 - época em que surgiu um pop rock nacional renovado.
A MPB nascia com artistas novatos, da segunda geração da bossa nova, como Geraldo Vandré, Edu Lobo e Chico
Buarque de Holanda, que apareciam com freqüência em festivais de música popular. Bem-sucedidos como artistas,
eles tinham pouco ou quase nada de bossa nova. Vencedoras do II Festival de Música Popular Brasileira, realizado
em São Paulo em 1966, Disparada, de Geraldo, e A Banda, de Chico, podem ser consideradas marcos desta
ruptura e mutação da bossa em
Grandes nomes
 Tom Jobim
 Vinicius de Moraes
 Alaíde Costa
 Antônio Carlos Jobim
 Astrud Gilberto
 Baden Powell
 Carlos Lyra
 Claudette Soares
 Danilo Caymmi
 Elizeth Cardoso
 Johnny Alf
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João Donato
João Gilberto
Luís Bonfá
Luiz Eça
Marcos Valle
Maysa
Miúcha
Nara Leão
Newton Mendonça
Elis Regina
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Os Cariocas
Oscar Castro Neves
Roberto Menescal
Ronaldo Bôscoli
Sergio Mendes
Sylvia Telles
Stan Getz
Toquinho
Zimbo trio
Wilson Simonal
Forró
O forró tornou-se um fenômeno pop em princípios da década de 1950. Em 1949, Luiz Gonzaga gravou "Forró de
Mané Vito", de sua autoria em parceria com Zé Dantas e em 1958, "Forró no escuro". No entanto, o forró
popularizou-se em todo o Brasil com a intensa imigração dos nordestinos para outras regiões do país,
especialmente, para as capitais: Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
Nos anos 1970, surgiram, nessas e noutras cidades brasileiras, "casas de forró". Artistas nordestinos que já faziam
sucesso tornaram-se consagrados (Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino, Genival Lacerda) e outros
surgiram.
Modernização do Forró
A partir de meados da década de 80, com a saturação do forró tradicional (Conhecido como pé-de serra), surgiu no
Céará um novo meio de fazer forró, com a introdução de instrumentos eletrônicos (tais como guitarra, bateria e
baixo). Também as letras deixaram de ter como o foco a seca e sofrimento dos nordestinos, e passaram a abordar
conteúdos que atraíssem os jovens. O precursor do movimento foi o ex-árbitro de futebol, produtor músical e
empresário Emanuel Gurgel, responsável pelo sucesso de bandas como Mastruz com Leite, Cavalo de Pau, Alegria
do Forró e Catuaba com Amendoim. O principal instrumento de divulgação do forró na década de 90, a rádio Som
Zoom Sat, e a principal gravadora, a Som Zoom Estúdio também pertencem a Gurgel. Tal pioneirismo não ficou
imune de críticas dos ditos tradicionalistas que o acusaram de transformar o forró num produto. Em entrevista à
revista Época, declarou Gurgel: "Mudamos a filosofia do forró: Luiz Gonzaga só falava de fome, seca e Nordeste
independente. Agora a línguagem é romântica, enfocada no cotidiano, nas raízes nordestinas, nas belezas naturais
e no Nordeste menos sofrido, mais alegre e moderno(...)".
Coco
O coco é um ritmo que vem da divisa de Alagoas com Pernambuco. O nome refere-se também à dança ao som
deste ritmo.
Coco significa cabeça, de onde vêm as músicas, de letras simples. Com influência africana e indígena, é uma dança
de roda acompanhada de cantoria e executada em pares, fileiras ou círculos durante festas populares do litoral e do
sertão nordestino. Recebe várias nomenclaturas diferentes, como coco-de-roda, coco-de-embolada, coco-de-praia,
coco-do-sertão, coco-de-umbigada, e ainda outros o nominam com o instrumento mais característico da região em
que é desenvolvido, como coco-de-ganzá e coco de zambê. Cada grupo recria a dança e a transforma ao gosto da
população local.
O som característico do coco vem de quatro instrumentos (ganzá, surdo, pandeiro e triângulo), mas o que marca
mesmo a cadência desse ritmo é o repicar acelerado dos tamancos. A sandália de madeira é quase como um quinto
instrumento, se duvidar, o mais importante deles. Além disso, a sonoridade é completada com as palmas.
Existe uma hipótese que o diz que o surgimento do coco se deu pela necessidade de concluir o piso das casas no
interior, que antigamente era feito de barro. Existem também hipóteses que a dança surgiu nos engenhos ou nas
comunidades de catadores de coco.
Xaxado é uma dança popular Brasileira originada nas regiões do Agreste e do Sertão do estado Pernambuco, muito
praticada no passado pelos cangaceiros da região, em celebração às suas vitórias.
A palavra xaxado é uma onomatopeia do barulho xa-xa-xa, que os dançarinos fazem ao arrastar as alpargatas no
chão durante a dança.
Originalmente a estrutura básica do xaxado é da seguinte forma: avança o pé direito em três e quatro movimentos
laterais e puxa o pé esquerdo, num rápido e deslizado sapateado. Os passos estão relacionados com gestos de
guerra, são graciosos porém firmes. A presença feminina apareceu depois da inclusão de Maria Bonita e outras
mulheres ao bando de Lampião. A palavra do xaxado não era só por causa dos barulhos das sandálias. O xaxado
pode ser visto de varias maneiras de acordo com o seu ponto de vista por exemplo: A dança do xaxado é vista uma
dança rica em sua cultura e extremamente folclórica que tem seus estilos naturais e sem alterações. Porém a sua
música seja agresiva e satiricas ,motivos pelo qual a Câmara Cascudo considerou o xaxado com uma variante do
parraxaxá, um canto de insulto dos cangaceiros, executados nos intervalos das descargas de seus fuzis contra a
polícia. O rifle na época substituia a mulher, como dizia o cantor e compositor Luiz Gonzaga, um dos grandes
divulgadores
do
xaxado.
Orifle
é
a
dama.
E
seus
instrumentos
eram
o
pífano,zabumba,Triângulo_(instrumento_musical) e a sanfona.
Baião (música)
Segundo informa Câmara Cascudo, foi gênero de dança popular bastante comum durante o século XIX. Baião é um
ritmo de dança popular da região Nordeste do Brasil, derivado de um tipo de lundu, denominado "baiano", de cujo
nome é corruptela. Câmara Cascudo registra ainda a sua popularização no país, a partir de 1946, com Luiz
Gonzaga, em forma modificada pela "inconsciente influência local do samba e das congas cubanas" - sendo o ritmo
de sucesso, vencendo o espaço então dominado pelo bolero.
O primeiro sucesso veio com a música homônima - Baião - de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, cuja letra diz: "Eu
vou mostrar pra vocês / Como se dança o baião / E quem quiser aprender / É favor prestar atenção." e "(…) o baião
tem um quê / Que as outras danças não têm".
Gonzaga logo passou a dominar o gosto popular com outros sucessos no estilo do baião, a ponto de jornais da
época registrarem que o ritmo tornara-se a "coqueluche nacional de 1949" (segundo a revista Radar) e era decisiva
sua influência "na predileção do povo" (jornal Diário Carioca).
A partir da década de 1950, o gênero passou a ser gravado por diversos outros artistas, dentre os quais Marlene,
Emilinha Borba, Ivon Curi, Carolina Cardoso de Menezes, Carmem Miranda, Isaura Garcia, Ademilde Fonseca,
Dircinha Batista, Jamelão, dentre outros. Se Gonzaga era o "Rei do Baião", Carmélia Alves era tida como a
"Rainha", Claudete Soares a "princesa" e Luiz Vieira o "príncipe". Após um período de relativo esquecimento,
durante a década de 1960 e a seguinte, no final dos anos 70 ressurgiu com Dominguinhos, Zito Borborema, João do
Vale, Quinteto Violado, Jorge de Altinho e outros.
O ritmo influenciou ainda o tropicalismo de Gilberto Gil e o rock'n roll de outro baiano - Raul Seixas. Este último
fundiu os dois ritmos, criando aquilo que chamou de "Baioque".
Principais músicos do Baião
 Luiz Gonzaga - O Rei do baião.
 Hermeto Pascoal
 Humberto Teixeira - o "Doutor do baião".
 Carmélia Alves - a "Rainha do Baião"
 Dominguinhos
 Claudete Soares, que no início da carreira foi chamada de "Princesa do Baião"
 Jackson do Pandeiro
Xote (também escrito xótis, chóte ou chótis) é um ritmo musical binário ou quaternário e uma dança de salão de
origem centro europeu. É um ritmo/dança muito executado no forró.
De origem alemã, a palavra "xote" é corruptela de "schottisch", uma palavra alemã que significa "escocesa", em
referência à polca escocesa, tal como conhecida pelos alemães.[1] Conhecido atualmente em Portugal como chotiça,
o Schottisch foi levado para o Brasil por José Maria Toussaint, em 1851 e tornou-se apreciado como dança da elite
no período do Segundo Reinado. Daí, quando os escravos negros aprenderam alguns passos da dança,
acrescentado sua maneira peculiar de bailado, o Schottisch caiu no gosto popular, com o nome de "xótis" ou
simplesmente 'xote'.
É uma dança muito versátil e pode ser encontrada, com variações rítmicas, desde o extremo sul do Brasil (o xote
gaúcho), até o extremo norte, nos forrós nordestinos. Diversos outros ritmos possuem uma marcação semelhante,
podendo ser usados para dançar o xote, que tem incorporado também diversos passos de dança e elementos da
música latino-americana, como, por exemplo, alguns passos de salsa, de rumba e mambo.
Hoje em dia, o xote é um dos ritmos mais tocados e dançados em todo o Brasil.
Algumas músicas consideradas xote:
 Xote das meninas (Luiz Gonzaga e Zé
Dantas)
 Espumas ao vento (Raimundo Fagner)
 Bate Coração (Elba Ramalho)
 Regresso (Elba Ramalho)
 Nosso xote (Bicho de Pé)
 Xote da alegria (Falamansa)
 Xote dos milagres (Falamansa)

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

Colo de menina (Rastapé)
Xote laranjeira
Querência amada (Teixeirinha)
Panelha velha (Pedro Raimundo)
Baile da serra (Os Bertussi)
Outro baile na serra (Porca Véia)
Xote
no
sul
(Mário
Barbará
Forró universitário
O Forró universitário é um gênero musical surgido no estado brasileiro de São Paulo sendo uma herança trazida
do Nordeste, principalmente do estado do Ceará e da cidade de Itaúnas no Espírito Santo, revivendo o forró estilo
pé de Serra de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.
Enquanto dança o forró universitário foi inventado e difundido a partir da cidade de São Paulo, tem três passos
basicos, sendo um deles o 2 para lá 2 para cá que veio da polca.
O sucesso deste estilo musical deve-se principalmente à força da dança, alavancando vendas de discos, a
promoção de shows e a realização de grandes festivais.
O auge do estilo se deu na virada século XXI com a chegada de grupos como o Falamansa - além, é claro, dos
tradicionais trios que ganharam mais espaço com a grande exposição.
Atualmente o ritmo se apresenta largamente difundido por todo o Brasil.
Outros grupos musicais também merecem destaque como o Trio Virgulino, o Rastapé, a Estakazero, Circuladô de
fulô e Bicho de Pé.
Outra versão
No início dos anos 90, universitários da USP (Universidade de S. Paulo) começaram a fazer festas e contratar
bandas de forró original, ou seja: zabumba, triângulo e sanfona - forró pé-de-serra - uma delas, o trio virgulino, foi
um dos principais precursores deste forró. A partir daí começaram a introduzir passos de rock anos 50, ou rockabilly
na dança, que até então, era uma coisa bem básica - 2 p/ lá 2 p/ cá seguido de poucas variações de passos. Como
a USP é muito próxima do Bairro de Pinheiros e lá existia - e ainda existe - o Remelexo, uma casa que toca forró, na
Rua Paes Leme, os alunos da USP começaram a frequentar a casa, disseminando esta forma de dançar e não um
ritmo, como muita gente acha, principalmente com músicas lentas (xote). Portanto, Forró Universitário é uma forma
de dançar o forró mais lento.
Forró pé-de-serra
Dizem os estudiosos, que foi Manuel Queirós e Xerém os autores do primeiro forró que se tem conhecimento na
música brasileira. Foi em 1937, com a gravação fonográfica de "Forró na roça".
Origem do termo "Forró"
Na etimologia popular é freqüente associar a origem da palavra forró à expressão da língua inglesa for all ("para
todos"). Para essa versão, foi construída, no início do século XX, a ferrovia Great Western. Os engenheiros
britânicos, instalados em Pernambuco, promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, for all passaria a
ser, no vocabulário do povo nordestino, forró (a pronúncia mais próxima). Outra versão da mesma história substitui
os ingleses pelos estadunidenses e Pernambuco do início do século XX pela Natal do período da Segunda Guerra
Mundial, quando uma base militar dos Estados Unidos foi instalada na cidade.
Verdade ou não, o certo é que o termo forró passou a caracterizar uma das maiores manifestações musicais do
Nordeste brasileiro. Um ritmo que aglutina diversos outros ritmos, como o baião, o coco, o xaxado e o xote.
Carimbó
O Carimbó é considerado um gênero musical de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações
culturais brasileiras, miscigenou-se e recebeu outras influências, principalmente negra. Seu nome, em tupi, refere-se
ao tambor com o qual se marca o ritmo, o curimbó. Surgida em torno de Belém na zona do Salgado (Marapanim,
Curuçá, Algodoal) e na Ilha de Marajó, passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, influenciando a
lambada e o zouk.
Na forma tradicional, é acompanhada por tambores feitos com troncos de árvores. Aos tambores se dá o nome de
"curimbó", uma corruptela da palavra Carimbó. Costumam estar presentes também os maracás.
Nos anos 60 e 70, adicionaram-se ao carimbó instrumentos elétricos (como guitarras) e influências do merengue e
da cúmbia. O ritmo tornou-se popular no Norte do Brasil e gerou a lambada, que espalhou-se para o resto do mundo
(que ironicamente foi popularizada por um grupo boliviano, Los Kjarkas).
A formação instrumental original do carimbó era composta por dois curimbós: um alto e outro baixo, em referência
aos timbres (agudo e grave) dos instrumentos; uma flauta de madeira (geralmente de ébano ou acapú, aparentadas
ao pife do nordeste), maracás e uma viola cabocla de quatro cordas, posteriormente substituída pelo banjo
artesanal, feito com madeira, cordas de náilon e couro de veado. Hoje o instrumental incorpora outros instrumentos
de sopro, como flautas, clarinetes e saxofones.
Sendo a música preferida pelos pescadores marajoaras, embora não conhecida como carimbó até então, o ritmo
atravessou a baía de Guajará com esses pescadores e veio dar em praias do Salgado paraense. Em alguma região
próxima às cidades de Marapanim e Curuçá, o gênero se solidificou, ganhando o nome que tem hoje.
Maranhãozinho, no município de Marapanim; e Araquaim, em Curuçá, são dois dos sítios que reivindicam hoje a
paternidade do gênero, sendo o primeiro o mais provável deles. Em Marapanim, na região do Salgado, nordeste
paraense, o gênero é bastante cultivado, acontecendo anualmente o "Festival de Carimbó de Marapanim — O
Canto Mágico da Amazônia", no mês de novembro.
Forró eletrônico
O Forró eletrônico' é uma variação errônea, estilizada e moderna do Forró que utiliza elementos eletrônicos em
sua execução, como o teclado, o contrabaixo e a guitarra elétrica.
O Forró eletrônico está para o Forró, como a Música Sertaneja está para a Música Caipira (ou Música de Raiz).
Outra característica que o Forró Eletrônico compartilha com a Música Sertaneja é o fato de serem consideradas um
estilo brega por muitos admiradores dos estilos tradicionais de que se derivaram, os mais tradicionalistas não
consideram o ritmo um gênero do forró e outros até preferem a extinção das bandas.
Em meados da década de 90 o movimento surgiu com força total com surgimento de bandas como Mastruz com
Leite, Cavalo de Pau, Noda de Cajú, Mel com Terra e outras. Essas bandas caíram no gosto dos jovens pois suas
canções falavam de amor e coisas do cotidiano enquanto o forró tradicional tratava de temas (coisa que até hoje
muitos forrozeiros ainda insistem) muito distantes da realidade da juventude. Esse movimento trouxe além da
renovação do forró, profissionalização para os eventos nos quais tinham shows de forró, crescimento do mercado
de eventos de todo o nordeste além de maior propagação do ritmo.
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