COLÉGIO EVANGÉLICO DE MARINGÁ DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL LEONARDO AUGUSTO BARBOSA DE CAMARGO MARINGÁ 2012 LEONARDO AUGUSTO BARBOSA DE CAMARGO DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL Trabalho apresentado ao curso do Ensino Médio – Turma 2ºU, do Colégio Evangélico de Maringá, como requisito parcial de nota da disciplina de Geografia. Orientador: Rogener M. S. Silva MARINGÁ 2012 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 2 DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL 2.1. DOMÍNIO DA AMAZÔNIA 4 2.2. DOMÍNIO DOS CERRADOS 5 2.3. DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS 2.4. DOMÍNIO DAS CAATINGAS 6 2.5. DOMÍNIO DAS ARAUCÁRIAS 7 2.6. DOMÍNIO DOS CAMPOS 8 2.7. FAIXAS DE TRANSIÇÃO 9 3 CONCLUSÃO 10 4 REFERÊNCIAS 10 5 4 1 INTRODUÇÃO O Brasil é um país tropical de grande extensão territorial com diferentes paisagens naturais. A divisão morfoclimática do Brasil foi desenvolvida pelo geógrafo Aziz Ab’Saber no ano de 1970, ele levou em conta algumas características do espaço, tais como: clima, vegetação, relevo, solo, hidrografia e solo. Com isso o geógrafo dividiu o país em seis domínios: o domínio Amazônico, dos Cerrados, dos Mares de Morros, das Caatingas, das Araucárias, dos Campos e as Faixas de Transição. O nome, morfoclimático, se da devido às características morfológicas e climáticas encontradas nos diferentes domínios. Nesse sentido, este trabalho vem explicar e descrever as características de cada domínio morfoclimático, demonstrando sua localização, área, condições biológicas, hidrográficas, climáticas e ambientais. 2 DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL 2.1 Domínio da Amazônia Situado na região norte, parte do nordeste e centro-oeste do Brasil, o domínio Amazônico é a maior região morfoclimática do país, com uma área de aproximadamente 5 milhões de km², o que equivale a 49,29% do território nacional. Esse domínio abrange os estados do Amazonas, Amapá, Acre, Maranhão, Rondônia, Pará, Tocantins, Roraima e Mato Grosso. O domínio amazônico é formado por terras baixas, planícies aluviais e depressões, cobertos pela extensa floresta latifoliada (folhas largas) equatorial Amazônica. É banhada pela Bacia Amazônica, a maior bacia hidrográfica do mundo, que se destaca pelo grande potencial hidrelétrico. Abaixo da camada orgânica superficial, o solo é pobre e arenoso, tornando-se inadequado ao cultivo da agricultura. O solo também é orgânico, aluvial e possui um grande processo de lixiviação. O clima nesse domínio segundo as classificações de Arthur Strahler é equatorial e segundo as classificações de Vladimir Koppen é super úmido (Af), inclusive no litoral (Am) e com chuvas no outono e no inverno (Aw). A cobertura vegetal é representada por uma floresta densa, fechada e perene (o dossel das árvores sempre verde) com árvores altas, que possuem mais ou menos 60 metros, heliófila e umbrófila (sombra), heterogênea e hidrófila (vive em ambiente úmido). A degradação ambiental representada pelas queimadas e pelos desmatamentos, para a extração de madeira e avanço da agropecuária é de mais ou menos 16%. 2.2 Domínio dos Cerrados Situado na região centro-oeste, parte do nordeste e sudeste do Brasil, o domínio do cerrado é a segunda maior região morfoclimática do país, com uma área de aproximadamente 3 milhões de hectares, o que equivale a 23,92% do território nacional. Esse domínio abrange os estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, parte sul do Tocantins, parte sudoeste do Maranhão, parte oeste da Bahia e parte noroeste de Minas Gerais. O domínio do cerrado é formado por planaltos interiores e chapadas, cobertos pela própria vegetação de cerrado. É banhado pela Bacia Tocantins-Araguaia, a maior bacia hidrográfica do Brasil, que se destaca pelo grande potencial hidrelétrico. Além disso, é nessa região do cerrado que estão localizadas as três nascentes das principais bacias hidrográficas do país: a Amazônica, São Franciscana e a Paranáica. O solo desse domínio é ácido, profundo, podzólico e arenoso. O solo também é carente em nutrientes fertilizantes, necessitando de correção para compor uma terra viável à agricultura e possui características a fácil erosividade. O clima nesse domínio segundo as classificações de Arthur Strahler é tropical típico, o que condiz a uma boa formação e um ótimo crescimento das plantas e segundo as classificações de Vladimir Koppen o inverno é seco e o verão é quente e úmido (Aw). A cobertura vegetal é representada por uma floresta predominantemente rasteira com árvores e arbustos espalhados (herbácea), que possuem troncos lenhosos e sinuosos com raízes profundas (pseudoxerófila) e são caducifólios, ou seja, perdem suas folhas em uma determinada estação do ano. Além disso, o cerradão é mais úmido e o cerradinho é mais seco. A degradação ambiental representada pela agropecuária e pelo carvão vegetal é de mais ou menos 64%. 2.3 Domínio dos Mares de Morros Situado na região nordeste até o sul e no sudeste avança para o interior do Brasil, o domínio dos Mares de Morros é a terceira maior região morfoclimática do país, com uma área de aproximadamente 1 milhão de km², o que equivale a 13,04% do território nacional. Esse domínio abrange o litoral dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e o interior dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. O domínio dos Mares de Morros é formado por serras, planícies litorâneas e meias- laranjas, como o próprio nome já diz, essa região possui muitos morros, cobertos pela floresta latifoliada (folhas largas) atlântica. É banhado por bacias secundárias e pelo Oceano Atlântico, que ajudam na produção hidrelétrica. O solo desse domínio é fino, muito desgastado e orgânico, tornando-se inadequado ao cultivo da agricultura. O solo também sofre um intenso processo erosivo com deslizamentos frequentes e formação de barrancos. O clima nesse domínio segundo as classificações de Arthur Strahler é tropical litorâneo úmido e segundo as classificações de Vladimir Koppen é temperado úmido com inverno seco e verão quente (Cwa e Cfa) e tropical com estação seca (As). A cobertura vegetal é representada por uma floresta densa, fechada e perene (o dossel das árvores sempre verde) com árvores não muito altas, heliófila e umbrófila (sombra), heterogênea e hidrófila (vive em ambiente úmido). Além disso, a floresta atlântica possui uma grande biodiversidade, superando a amazônica. A degradação ambiental representada pela urbanização e pelo extrativismo vegetal é de mais ou menos 93%. O código florestal de reserva legal dessa área é de 20%. 2.4 Domínio das Caatingas Situado na região do interior do nordeste, em outras palavras, o sertão do Brasil, o domínio da caatinga é a quarta maior região morfoclimática do país, com uma área de aproximadamente 850 mil km², o que equivale a 9,92% do território nacional. Esse domínio abrange o estado do Ceará e parte dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Bahia. O domínio da caatinga é formado por depressões e planaltos interiores, que são os inselbergs, resultantes do processo de pediplanação em clima semiárido, cobertos pela própria vegetação de caatinga. É banhada pela Bacia do São Francisco, que fornece água a região o ano todo, pelo fato de ser o único rio que não seca e se destaca pelo grande potencial hidrelétrico. Os rios intermitentes são marca desse domínio. Além disso, os projetos de irrigação no seu vale propiciam um solo mais fértil, proporcionando o avanço da agricultura. O solo desse domínio é raso e pobre em matéria orgânica, necessitando de irrigação artificial para a produção agrícola. O solo também é arenoso e pedregoso. O clima nesse domínio segundo as classificações de Arthur Strahler é tropical semiárido e segundo as classificações de Vladimir Koppen o verão e o inverno são quentes com chuvas insuficientes e mal distribuídas (Bsh). A cobertura vegetal é representada por uma floresta arbustiva em associação com plantas xerófilas, ou seja, que sobrevivem a épocas de extrema estiagem e em razão disso sua casca é dura e seca, conservando a umidade existe no seu interior. Além disso, a vegetação é herbácea tortuosa possuindo espinhos, um exemplo dessa vegetação são os cactos, xiquexique e mandacarus. A degradação ambiental representada pelo avanço da agropecuária e pelo extrativismo vegetal é de mais ou menos 46%. O código florestal de reserva legal dessa área é de 20%. 2.5 Domínio das Araucárias Situado na região sul paulista até o norte gaúcho do Brasil, o domínio das araucárias é a quinta maior região morfoclimática do país, com uma área de aproximadamente 400 mil km², o que equivale a 3% do território nacional. Esse domínio abrange parte dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O domínio das Araucárias é formado por planaltos interiores elevados, que se destacam por uma forte ondulação até um montanhoso, cobertos pela mata das araucárias. É banhada pela Bacia do Paraná, que ajuda na produção hidrelétrica. O solo desse domínio é uma mescla de arenitos e terra roxa, além de profundo. O solo também detém de um alto potencial agrícola e sofre um fácil processo erosivo. Em virtude disso, surge a técnica de manejo agrícola chamado de plantio direto, que evidencia uma proteção ao solo nu em épocas de pós-safra. O clima nesse domínio segundo as classificações de Arthur Strahler é subtropical e segundo as classificações de Vladimir Koppen o verão é quente e o inverno é mais frio, com nevadas ocasionais, podendo ocorrer fortes geadas, as chuvas são bem distribuídas ao longo das estações, exemplo: Maringá (Cfa) e nas regiões com clima oceânico o verão é bastante fresco e úmido, as chuvas são abundantes e bem distribuídas ao longo de todo o ano, exemplo: Curitiba (Cfb). A cobertura vegetal é representada por uma floresta ombrófila mista, aberta, homogênea e perene (o dossel das árvores sempre verde) com árvores altas e coníferas com raízes profundas (pseudoxerófila), que possuem mais ou menos 20 metros, um exemplo são os pinheiros, que também são a vegetação predominante desse domínio. Em Maringá a mata das araucárias é uma floresta estacional semidecidual (árvores que perdem todas as suas folhas ou não dependendo da estação do ano) e em Curitiba existem campos e bosques de mata das araucárias. A degradação ambiental representada pelo avanço da agropecuária, extrativismo vegetal em busca de celulose, pela urbanização e pela substituição dos pinheiros por pinus e eucalipto é de mais ou menos 97%. Pouco resta dessa vegetação, com isso a araucária é protegida por uma lei estadual do Paraná. 2.6 Domínio dos Campos Situado na região do extremo sul, mais especificamente no estado do Rio Grande do Sul, o domínio dos campos é a sexta maior região morfoclimática do país, com uma área de aproximadamente 180 mil km², o que equivale a 2,07% do território nacional. O domínio dos Campos é formado por planaltos com suaves ondulações (coxilhas), cobertos por uma vegetação rasteira. É banhada pela Bacia do Uruguai, que ajuda na produção hidrelétrica e possui uma boa drenagem perene. O solo desse domínio é diferente de todos os outros domínios morfoclimáticos, ele é raso e jovem, devido guardar materiais ferrosos e primários e possui coloração escura. O solo também é arenoso, pouco espesso e pedregoso, limitando as praticas agrícolas, desse modo desenvolvem atividades pastoris de ovinos e bovinos. Ele ainda sofre um serio processo erosivo que formam os barrancos, em seguida, esse processo amplia-se rapidamente e origina o deserto dos pampas. O clima nesse domínio segundo as classificações de Arthur Strahler é subtropical e segundo as classificações de Vladimir Koppen o verão é bastante fresco e úmido, as chuvas são abundantes e bem distribuídas ao longo de todo o ano (Cfb). A cobertura vegetal é representada por uma floresta predominantemente rasteira com gramíneas e arbustos espalhados (herbácea) ou em tufos nos campos sujos. A degradação ambiental representada pelo avanço da pecuária intensiva e pela formação de desertificação é de mais ou menos 60%. 2.7 Faixas de Transição As faixas de transição estão localizadas entre os vários domínios morfoclimáticos do Brasil. Constituem essas áreas: a Zona dos Cocais, a Zona Costeira, o Agreste, as Dunas, o Meio-Norte, o Pantanal e os Mangues. Espalhadas por todo o território nacional possuem importantes áreas ambientais e econômicas. A zona dos cocais tem um importante papel na fonte de renda da população nordestina, pois é dessa área principalmente, que se faz a extração dos cocos. A zona costeira possui uma importante região ambiental onde esta localizada a vegetação de mangue, que constitui um bioma riquíssimo em decomposição de matéria. O agreste é responsável pela produção de alimentos para a região nordeste, tais como: sisal, leite, entre outras matérias primas para indústrias. As dunas são encontradas no litoral cearense, onde a região é composta por uma grande quantidade de areia, que são formadas pela ação dos ventos e constantes remodelações. O meio-norte esta localizado entre a caatinga do sertão e a Amazônia, nos estados do Maranhão e Piauí, ou seja, região nordeste. Suas atividades econômicas são a pecuária bovina, denominada de pé-duro, a criação de jegue e a extração da carnaúba e do óleo de babaçu, que são fontes do extrativismo. Alem disso possui uma grande diversidade de vegetação. O Pantanal é considerado uma das principais zonas de transição localizadas no país. Essa área se encontra em regiões serranas e em terras altas compreendendo uma grande biodiversidade. O pantanal possui um grande reservatório de água, devido estar localizado numa depressão entre diversas montanhas, com isso sua rede fluvial é composta por vários rios considerados perenes, tais como: o Taquari, Cuiabá, Paraguai, entre outros. Essa faixa de transição passa por duas estações climáticas durante o ano, a seca e as cheias dos rios. Dessa forma essa região possui características únicas, que são: cordilheira (áreas mais altas, onde não ocorrem pequenas elevações), salinas (áreas deprimidas que se tornam lagoas rasas e salgadas com as cheias dos rios), barreiros (depósitos de sal após a seca das salinas), caixas (canais que ligam lagoas, existindo somente durante as inundações) e vazante (cursos d’água existente durante as épocas das chuvas). Além disso, o pantanal sofre com a degradação ambiental que é representada pela exploração mineral e poluição dos rios. Os mangues são uma vegetação litorânea, inundável e de costa baixa tropical. Seu solo é muito lodoso onde existe a falta de oxigênio, nesta área predominam plantas adaptados a salinidade marinha (halófitas). Esse domínio é aproveitado economicamente pelo tanina e da madeira. Além disso, existe trem tipos de mangues, que são: o vermelho (verdadeiro com solo lodoso e raízes aéreas), a siriúba (menor inundação, ou seja, mais areia no solo) e o branco (parte mais alta, onde os solos são mais firmes e arenosos). Nesse sentido, deve haver uma preservação dessas zonas de transição, pelo fato de serem consideradas de grande importância para a existência dos outros domínios morfoclimáticos do país, pois estabelecem uma relação direta com as características do ambiente. 3 CONCLUSÃO Constata-se que o Brasil possui uma diversidade de paisagens naturais com características totalmente distintas, que são: localização, solo, relevo, bacia hidrográfica, clima e vegetação. Além disso, é divido em seis domínios (Amazônico, Cerrados, Mares de Morros, Caatingas, Araucárias e Campos) mais uma faixa de transição, composta por algumas regiões (Zona dos Cocais, Zona Costeira, Agreste, Dunas, Meio-Norte, Pantanal e Mangues). 4 REFERÊNCIAS RODRIGUES, RÉGIS. Domínios Morfoclimáticos Brasileiros. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/brasil/dominios-morfoclimaticos.htm>. Acesso em: 22 jun. 2012. SANTOS, KIKO. Domínios Morfoclimáticos Brasileiros. Disponível em: <http://pe360graus.globo.com/vestibular/educacao-ecarreiras/geografia/2009/09/11/CNT,346,35,595,VESTIBULAR,1318-DOMINIOSMORFOCLIMATICOS-BRASILEIROS.aspx >. Acesso em: 22 jun. 2012. RICHTER, DENIS. Domínios Morfoclimáticos Brasileiros. Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/geografia/dominios-morfloclimaticos-brasileiros-os-segundoaziz-ab-saber.html>. Acesso em: 22 jun. 2012. COC EDUCAÇÃO. Domínios Morfoclimáticos Brasileiros. Disponível em: <http://interna.coceducacao.com.br/ebook/pages/227.htm>. Acesso em: 22 jun. 2012. WIKIPÉDIA. Classificações Climáticas Brasileiras. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Classifica%C3%A7%C3%A3o_clim%C3%A1tica_de_K %C3%B6ppen-Geiger>. Acesso em: 22 jun. 2012.