PORTUGUÊS — PROF. LUIS LADEIRA SENADO FEDERAL AULA 3 (2) No texto, os traços da cultura brasileira destacados servem de contraponto à apologia do pendor literário dos estrangeiros, sustentada nas premissas de que estes são mais sensíveis que os autores brasileiros e de que empenham plenamente sua inteligência na produção de suas obras. (3) O emprego de verbos flexionados na segunda pessoa do plural, evidência do apego do autor ao rigor do uso formal da língua escrita, destoa da impessoalidade e da objetividade que caracterizam o texto. (4) O autor do texto não se exime de emitir julgamento de valor em relação a obras literárias e a escritores, o que se conforma com o gênero do texto: a crônica. TEXTO PARA INTERPRETAÇÃO É uma tecla muito batida pelos que procuram 1 estudar o caráter dos brasileiros o gosto que estes revelam pela improvisação em todos os ramos de 4 atividade. A cada passo, se verifica o pendor deles para as tarefas improvisadas, de que, não raro, se saem com brilho e galhardia. Isso de se preparar 7 longa e pacientemente para resolver os problemas próprios a uma especialidade não vai muito com eles. 10 Improvisam-se os nossos sociólogos, improvisam-se os nossos estadistas, improvisam-se os nossos linguistas. Os nossos grandes poetas podem se contar 13 pelos dedos, e nenhum tivemos até hoje capaz de uma destas obras de fôlego, como a Divina SUBSTANTIVOS Comédia, o Fausto ou Os Lusíadas, onde, escolhido 16 o tema capital, o seu autor põe, ao lado das ideias- - São palavras que nomeiam mundo real ou imaginário. - Variam em número, ou seja, recebem desinências correspondentes a plural (-S). Vale lembrar que a marca de gênero não constitui flexão, e sim derivação. - Morfossintaticamente falando, substantivo é uma palavra que aceita ser precedida de artigo. -mestras da cultura do seu tempo, toda a sua inteligência e toda a sua sensibilidade. Agora, 19 abancai ao zinco de um bar em dias de carnaval e, aparecendo um violão, vereis com que facilidade o malandro mais desprovido de letras inventa um 22 despotismo de quadrinhas de desafio ou de elementos do embolada. Isso na cidade. No sertão, então, nem se fala. Para os matutos do Nordeste, ―poeta‖ só é o 25 sujeito capaz de improvisar na boca da viola. Não sei quem foi o literato que, de uma feita, recitou para uns cantadores do sertão algumas poesias de Bilac. 28 Os homens ouviram calados, mas depois indagaram se Bilac era ―poeta‖ mesmo. — Como poeta mesmo? 31 — Nós queremo sabê se ele é capaz mêmo de improvisá na viola... Manuel Bandeira. O dedo de Deus, o dedo do alemão e o dedo do brasileiro. In: Crônicas inéditas II, 1930-1944. São Paulo: Cosac Naify, 2009, p.16. Com relação ao texto, julgue C ou E. (1) Nesse texto, o autor considera a improvisação um traço característico da produção literária brasileira, que a distingue da literatura de outros países, bem como de outras artes e de outros ofícios nacionais. Substantivo próprio: individualmente. designa um elemento Substantivo comum: designa um elemento que faz parte de uma dada classe. Substantivo concreto: designa ser de existência independente: casa, automóvel, filho, deus. Substantivo abstrato: designa ser de existência dependente: beijo, amor, beleza, saída. Gramaticalmente falando, concreto é o substantivo que não deriva de verbo, enquanto o abstrato deriva de verbo ou, se não, de uma ideia verbal. Substantivo simples: tem apenas um termo. Substantivo composto: formado a partir de mais de um termo. Exemplos: simples: casa, carro, flor, pássaro etc. 1 IGEPP PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA compostos: singular girassol beija-flor guarda-chuva abaixo-assinado cachorro-quente salário-família salário-mínimo guarda-civil decreto-lei plural girassóis beija-flores guarda-chuvas abaixo-assinados cachorros-quentes salários-família salários-mínimos guardas-civis decretos-leis Substantivo comum de dois: apresenta a mesma forma para feminino e masculino, variando os determinantes: estudante, intérprete, ouvinte, servente, jornalista. Enquadram-se nesse grupo os epicenos: cobra-macho, jacaré-fêmea. Substantivo sobrecomum: não tem variação de gênero: a criança, a testemunha, o cônjuge, o indivíduo. (d) Agora, abancai ao zinco de um bar em dias de carnaval e, aparecendo um violão, vereis com que facilidade o malandro mais desprovido de letras inventa um despotismo de quadrinhas de desafio ou de embolada. (e) O tema capital foi escolhido. (f) A cada passo, se verifica o pendor deles para as tarefas improvisadas. . SUJEITO: - Determina a conjugação do verbo, em número, pessoa e gênero. (g) Improvisam-se os nossos sociólogos, - Pode representar o agente ou o paciente da ação verbal. improvisam-se os nossos estadistas, - Pode ou não ser o assunto central — tópico — da oração. improvisam-se os nossos linguistas. - É classificado tradicionalmente como termo essencial. - É um termo de natureza substantiva. - Não pode ser preposicionado. - Pronominalização: pronomes pessoais do caso reto. - Pontuação: não se separa o sujeito e o verbo por vírgula, ainda que estejam invertidos. (h) Os brasileiros se saem destas tarefas com brilho e galhardia. (i) Há no sertão muitos improvisadores. (j) Preparar-se longa e pacientemente para (a) Os homens ouviram calados. problemas próprios a uma especialidade não (b) Para os matutos do Nordeste, poeta só é o agrada aos brasileiros. sujeito capaz de improvisar na boca da viola. (k) Perguntou-se se Bilac era poeta mesmo. (c) É uma tecla muito batida pelos estudiosos do caráter dos brasileiros o gosto destes pela improvisação em todos os ramos de atividade. (l) Os matutos ouviram o poeta improvisar na viola. 2 IGEPP PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA . OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO: - Complementa, determina, especifica o sentido do verbo. - É um termo de caráter substantivo. - Pronominalização: pronomes pessoais do caso oblíquo. - Pontuação: não se separam os objetos entre si, nem os objetos e o verbo por vírgula, ainda que invertidos. (a) Nenhum poeta tivemos até hoje capaz de uma destas obras de fôlego, como a Divina Comédia, o Fausto ou Os Lusíadas. (b) sertanejos. (a) Esses teóricos procuram estudar o caráter dos brasileiros. (b) Um literato recitou para uns cantadores do Bilac, poeta parnasiano, recitou para os (c) Os homens, calados, ouviram os poemas. (d) O poeta Bilac sabe improvisar na viola? (e) Os sertão algumas poesias de Bilac. brasileiros são capazes de tudo: (c) O poeta respondeu à indagação dos matutos. improvisos, cantorias, poemas. (d) Aos poetas admiram os cantadores do sertão. (f) (e) Os cantadores desafiaram a mim e ao poeta. (f) O sertanejo improvisou umas poesias, coisa muito normal na região. Os poemas, eu os recitei para uns sertanejos. (g) (g) O brasileiro não gosta de se preparar para tarefas elaboradas. Temos poucas obras poéticas de fôlego, o que prova nossa pouca paciência para tarefas grandiosas. (h) O sertanejo se arrependeu da pergunta feita. (i) Durante a cantoria, a criança dormia um sono tranquilo. . APOSTO: - Explica, redefine substantivo. outra função de núcleo - Tem caráter substantivo. - É uma repetição da função sintática a que faz referência. - Pontuação: por ser uma intercalação, é isolado por vírgulas, excetuando-se o aposto especificador, que, tendo função restritiva, não se separa por vírgulas de seu referente. . ORTOGRAFIA: Ortografia se aprende escrevendo e lendo, bem como consultando dicionários. É, no entanto, importante, lembrar a ortografia de certas palavras, por serem comumente mal grafadas ou confundidas com seus parônimos. Exemplos: a) qu ou c: quatorze (ou catorze), cinquenta, quociente (ou cociente). b) ch ou x: faxina, tachar (=notar, censurar, apelidar) e taxar (impor taxa, regular), encher, enxergar, frouxo, deixar. c) g ou j: estrangeiro, viagem (viajem, quando verbo), majestade. d) ss ou c: antisséptico (cf. anticético), censual (relativo a censo), sensual (=lascivo), acertar (fazer certo), assertar (afirmar, fazer asserções). 3 IGEPP e) x ou s: espectador (testemunha), expectador (que tem esperança, que espera), experto (perito, experimentado), esperto (atento, rápido), esplêndido, exprimir, expressar, espremer. f) s ou z: anestesia, aterrissar (ou aterrizar), aterrissagem, cortês, esvaziar, improvisar, obséquio, subsídio, analisar, paralisar, cozer (cozinhar), coser (costurar). g) xc, ss ou c: exceção, excesso, obsessão, obsessivo, obcecado. h) outros erros comuns: iminente (que está para acontecer), eminente (destacado, importante), retificar (reparar, consertar), ratificar (confirmar), conserto (reparo), concerto (apresentação musical), inexorável (=z). . ACENTUAÇÃO: Regras gerais: - Palavras paroxítonas terminadas em A, E, O (seguidas ou não de S), AM, EM e ENS não recebem acento gráfico. As demais, sim. - Com essas terminações, se forem oxítonas, recebem acento. Com outras terminações, as oxítonas não são acentuadas. - Oxítonas monossilábicas terminadas em A, E, O, seguidas ou não de S, levam acento. - As proparoxítonas são todas acentuadas. Pela reforma ortográfica, diversos acentos sofreram alteração, mas vale atentar para o seguinte: 1) As regras gerais (acima descritas) não foram alteradas. 2) Só há mudança em palavras paroxítonas. Todas as outras mantém sua antiga acentuação. PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA d) Acento diferencial: há acento diferencial no verbo pôr (para diferenciar da preposição por) e na forma verbal pôde (pretérito, para diferenciar do presente pode). * Não há mais acento diferencial nas palavras paroxítonas: para, pela, pelo, coa, polo etc. * É facultativo o emprego de acento em fôrma (para diferenciar de forma), na forma verbal dêmos (imperativo, para diferenciar do pretérito perfeiro demos) e nas formas verbais de primeira conjugação, na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito (como amámos, estudámos, para diferenciar das respectivas formas de presente do indicativo). Outras mudanças do referentes à acentuação: Acordo Ortográfico a) Não se acentuam mais os hiatos em ÔO e ÊE, em paroxítonas com terminação comum: voo, enjoo, coo, veem, preveem, creem, deem. b) Não se acentuam mais formas verbais de verbos terminados em guar, guir, quar, quir: ele argui (presente), eu arguí (pretérito), que ele averigue (ou averígue), que ele apazigue (ou apazígue). c) Acaba o trema em palavras da língua portuguesa, mantendo-se apenas em estrangeirismos e derivados: Müller, mülleriano, führer etc. Casos especiais de acentuação: a) Ditongos tônicos abertos em EI, OI e EU — nas oxítonas, eles são sempre acentuados: céu, fiéis, corrói. * Nas paroxítonas, não o são mais: ideia, assembleia, heroico, adenoide. b) I e U como segunda vogal do hiato, sozinhos na sílaba ou seguidos de S — são sempre acentuados: prejuízo, saúde, hinduísmo, baú. Exceção: não há acento se a sílaba seguinte começar por NH: rainha, fuinha, tainha. * Nas paroxítonas, se o fato ocorrer após um ditongo, não há mais acento: feiura, maoismo, taoista, Sauipe. Permanece o acento das oxítonas: Piauí, tuiuiú, teiú. c) verbos ter e vir — são acentuados na 3.ª pessoal do plural, no presente do indicativo, com acento circunflexo: ele tem, eles têm, ele vem, eles vêm. Os derivados recebem acento agudo no singular e circunflexo no plural: ele mantém, eles mantêm, ele provém, eles provêm. EXERCÍCIOS QUESTÃO 1 ...algumas iniciativas inovadoras começam a apresentar resultados, o que pode motivar a reprodução dessa experiência pelo país inteiro. No trecho acima, há quantos artigos? (A) Um. (B) Nenhum. (C) Quatro. (D) Três. (E) Dois. 4 IGEPP PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA QUESTÃO 2 (SENADO 2008) QUESTÃO 4 (SENADO 2008) Foram instituídas normas para proibir o nepotismo nos tribunais e regras para a aplicação do teto remuneratório para coibir os supersalários que recorrentemente escandalizavam a opinião pública. Assinale a alternativa em que o termo indicado não tenha valor apositivo. Assinale a alternativa em que o termo indicado exerça função sintática idêntica à de regras. (A) amplo acesso Era preciso assegurar ao cidadão amplo acesso a informações sobre o desempenho da Justiça. (A) diretor-geral da FAO Devido ao aumento dos preços dos alimentos, nos últimos 12 meses, o número de famintos crônicos subiu de 854 milhões para 950 milhões, segundo Jacques Diouf, diretor-geral da FAO (Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). (B) (5% do PIB dos EUA ou o custo de todo o petróleo consumido em um ano naquele país) (B) um banco de dados Na hora da crise, apela-se ao Estado como boia de salvamento na forma de US$ 700 bilhões (5% do PIB dos EUA ou o custo de todo o petróleo consumido em um ano naquele país) a serem injetados para anabolizar o sistema financeiro. Nesse contexto, a Corregedoria Nacional de Justiça lançou em 2007 o programa Justiça Aberta, um banco de dados com informações na internet. (C) ao paradoxo Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar número excessivo de processos, a construção da jurisprudência, que é seu papel maior, ficou em segundo plano. (C) capitalista e socialista Pôs-se fim ao clichê do juiz encastelado em torre de marfim, distante da sociedade. (D) Bolsa-Fartura No próximo ano, completam-se 20 anos da queda do Muro de Berlim, símbolo da bipolaridade do mundo dividido em dois sistemas: capitalista e socialista. (D) fim O programa Bolsa-Fartura de Bush reúne quantia suficiente para erradicar a fome no mundo. (E) a razoável duração do processo A emenda constitucional 45, da reforma do Judiciário, refletiu esse anseio ao inserir entre os direitos fundamentais a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade da tramitação. (E) (real para apenas um terço da humanidade) O fracasso do socialismo real significa vitória do capitalismo virtual (real para apenas um terço da humanidade)? Também não. QUESTÃO 3 O segmento ―...deixam de ser percebidas como revoluções‖ mostra uma forma de voz passiva com auxiliar (verbo ser); a frase a seguir em que a troca de voz passiva pronominal pela passiva com auxiliar não foi corretamente feita é: (A) Os ministérios são organizados demitirem. / serem demitidos. para se (B) Nada se deve imputar aos homens dementes e aos enamorados. / deve ser imputado. (C) O diabo não é tão feio como se pinta. / é pintado. (D) O louvor e a censura fazem-se com poucas palavras. / foram feitos. (E) Para dar justificação à união dos sexos inventou-se o amor. / foi inventado. QUESTÃO 5 (SENADO 2008) Assinale a alternativa em que a palavra SE seja apassivadora. (A) Acumular fortunas tornou-se mais importante que produzir bens e serviços. (B) Na hora da crise, apela-se ao Estado como boia de salvamento. (C) Não se mede o fracasso do capitalismo por suas crises financeiras. (D) O valor da empresa deslocava-se do parque industrial para a bolsa de valores. (E) Lei e ética se antagonizam quanto mais o mercado se arvora em árbitro das relações econômicas e sociais. 5 IGEPP PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA QUESTÃO 6 (SENADO 2008) É sabido que a terra não pertence aos índios; antes, são eles que pertencem à terra. Por isso mesmo, a Carta Magna concedeu-lhes o usufruto das terras que ocupam, atribuiu o pertencimento delas à União e conferiu ao Estado o dever de zelar pela sua integridade. No texto, à União exerce a função sintática de: (A) adjunto adverbial. (B) objeto indireto. (C) adjunto adnominal. (D) complemento nominal. (E) agente da passiva. QUESTÃO 7 (SENADO 2008) Assinale a alternativa que, no texto, tenha função apositiva. (A) ainda O voto deixa claro, ainda, que o respeito ao espírito e à letra da Constituição de 1988 é o caminho. (B) de modo cada vez mais intenso Com efeito, proliferam na cultura contemporânea, de modo cada vez mais intenso, os exemplos de processos, procedimentos e produtos que recombinam o moderno e o tradicional em novas configurações. (C) das informações e dos saberes Na era da globalização, da cibernetização dos conhecimentos, das informações e dos saberes, não faz mais sentido opor o tradicional ao moderno. (D) Carlos Ayres Britto O voto do ministro Carlos Ayres Britto sobre a reserva Raposa/Serra do Sol evidencia a oportunidade de deixarmos para trás os resquícios de uma mentalidade colonial. (E) reconhecendo a anterioridade dessa relação ao regime de propriedade Por isso mesmo, a Carta Magna, reconhecendo a anterioridade dessa relação ao regime de propriedade, concedeu-lhes o usufruto das terras que ocupam, atribuiu o pertencimento delas à União e conferiu ao Estado o dever de zelar pela sua integridade. QUESTÃO 8 (SENADO 2008) Vinte anos. Congresso superlotado, emoção quase palpável, o presidente da Constituinte, deputado Ulysses Guimarães, 71, muito à vontade, no auge da glória, expressão de felicidade no rosto altivo, termina vigoroso discurso. De pé, ergue os longos braços para exibir um livro de 292 páginas, capa verdeamarela, 245 artigos e 70 disposições transitórias, que chama de Constituição Cidadã, porque acha que recuperará como cidadãos milhões de brasileiros. “Mudar para vencer! Muda, Brasil!”, grita entusiasmado. Foram 20 meses de muito poder, palco iluminado, pressão, choques, trabalho extenuante, abertura à participação popular. Esperava muito da Carta, seu maior feito. E também a Presidência da República. A respeito do trecho grifado acima, analise as afirmativas a seguir: I. O termo ―seu maior feito‖ funciona como aposto. II. O termo ―a Presidência da República‖ funciona como sujeito de um verbo elíptico. III. O termo ―muito‖ funciona como advérbio. Assinale: (A) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. (B) se nenhuma afirmativa estiver correta. (C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (D) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. QUESTÃO 9 (SENADO 2008) Descubra-se. Você pode se reconhecer. Inverta o olhar. A cronologia e o espaço pouco importam. As vidas se cruzam no acaso. A respeito das estruturas e vocábulos do trecho acima, não é correto afirmar que: (A) o sujeito da forma verbal ―inverta‖ é ―você‖. (B) se se fizesse próclise com o primeiro pronome, embora sendo caso de largo uso no português do Brasil, ainda haveria resistência por parte dos mais puristas da língua. (C) ―acaso‖ é um substantivo. (D) a forma verbal ―inverta‖ poderia ser substituída por invirta, por se tratar de verbo abundante. 6 IGEPP PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA QUESTÃO 11 QUESTÃO 10 (SENADO 2008) Portanto, trata-se de ver aquilo que é melhor ao cidadão. E, aí, basta a leitura dos indicadores. Poderiam surgir novas formas de alocação de recursos que eliminariam os déficits, não necessariamente impondo ônus adicionais às gerações futuras. exerça a mesma função sintática que a leitura dos No trecho, o termo grifado exerce a função sintática de: indicadores. (A) adjunto adverbial. (A) o dever do Estado (B) adjunto adnominal. Assinale a alternativa em que o termo indicado não Isso em nada nega os princípios propostos pelo SUS, que preconiza o direito de todos e o dever do Estado de garantir a saúde, mas não (C) complemento nominal. (D) sujeito. (E) objeto indireto. explicita quem deve prestá-la. (B) transparência No mundo corporativo, no cenário político e até nas relações pessoais pede-se, cobra-se transparência. (C) a percepção Quando São Paulo cria organizações sociais e o governo federal ecoa com propostas com fundações é porque, dentro dos grupos técnicos, com um certo e compreensível tempero político, existe a percepção de que algo tem que ser feito a mais para de fato levar a saúde a toda a população. (D) Imaginar Imaginar que a saúde pode esperar no dia a dia ou que as contratações podem se dar ao luxo de aguardar pela obsolescência quase imediata de produtos fragmentados é o mesmo que premiar a incompetência que QUESTÃO 12 Percebe-se que os dois temas (a correlação entre metas e riscos fiscais e o impacto dos déficits públicos sobre as futuras gerações) se vinculam à função prospectiva da noção de responsabilidade fiscal. Enquanto o primeiro, normalmente, se adstringe a situações futuras próximas, o segundo vincula-se a situações futuras a longo prazo. As ocorrências da palavra SE grifadas no trecho acima classificam-se, respectivamente, como: (A) indeterminador do sujeito – pronome reflexivo – parte integrante do verbo (B) indeterminador do sujeito – parte integrante do verbo – pronome reflexivo (C) partícula apassivadora – pronome reflexivo – pronome reflexivo (D) partícula apassivadora – parte integrante do verbo – parte integrante do verbo (E) parte integrante do verbo – apassivadora – partícula apassivadora partícula limita a capacidade criativa de quem deve a rigor ser monitorado dentro de indicadores de QUESTÃO 13 eficiência. Assinale a palavra que tenha sido acentuada por regra DISTINTA das demais. (E) sua natureza jurídica Discute-se sua natureza jurídica, mas não a inserção da excelência e dos benefícios do (A) relógio (B) deficiências modelo de gestão de algumas entidades (C) distância privadas na prestação dos serviços. (D) nível (E) níveis 7 IGEPP PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA QUESTÃO 14 (SENADO 2008) QUESTÃO 18 (SENADO 2008) Assinale a alternativa em que a palavra indicada Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido acentuada seguindo a mesma regra que saúde. tenha sido acentuada por regra distinta das demais. (A) indústria (A) instituídas (B) licitatória (B) transparência (C) aí (C) remuneratório (D) até (D) Judiciário (E) Ministério QUESTÃO 15 (SENADO 2008) Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido acentuada seguindo regra distinta das demais. (A) previdência (B) diária (E) têm QUESTÃO 19 Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido acentuada seguindo regra distinta das demais. (A) Amazônia (B) planetária (C) resistência (D) níveis (E) países (C) idéia (D) declínio QUESTÃO 20 (E) óbvia Julgue os itens a seguir. (1) QUESTÃO 16 (SENADO 2008) palavra com erro de grafia. (2) (A) profissionalizar – pesquisar (B) paralizar – realizar (3) (D) indenizar – inferiorizar QUESTÃO 17 (SENADO 2008) A palavra presidenciáveis, caso no singular, seria acentuada seguindo a mesma regra que: (C) diálogo (D) déficit (E) pétreas indica sujeito No trecho abaixo, o verbo concorda com ―gente‖, sujeito da oração na voz passiva. O vocábulo ―condições‖ é núcleo do complemento do verbo ―escolher‖ em suas duas ocorrências destacadas abaixo. O homem é livre, por isso escolhe (a liberdade é eleição), e jamais está pronto, porque lhe é imposto o dever de optar, de definir-se, de escolher, escolhendo a cada momento, e cada escolha é um instante de sua construção, mas não é livre para não escolher nem para escolher as condições em que essa escolha ocorre, porque o homem não é livre para deixar de ser livre. (E) informatizar – ironizar (B) difícil ―se‖ Talvez aquilo tivesse sido feito por gente. (C) hostilizar – analisar (A) glória o Para aferir a longevidade, o indicador se vale da expectativa de vida ao nascer. O vocábulo anabolizar está grafado corretamente. Assinale a alternativa em que haja pelo menos uma Em ―se vale‖, indeterminado. (4) A expressão ―outros órgãos multilaterais‖ exerce a função sintática de sujeito da forma verbal ―foi repetida‖. A mesma cantilena foi repetida por outros órgãos multilaterais. 8 IGEPP (5) PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA O trecho ―muito pouco sobre a vida em suas regiões mais recônditas‖ é complemento da forma verbal ―sabe‖. Os oceanos ocupam 70% da superfície da Terra, mas até hoje se sabe muito pouco sobre a vida em suas regiões mais recônditas. (6) As palavras ―equilíbrio‖ e ―câmbio‖ recebem acento gráfico com base na mesma regra gramatical. (7) Os vocábulos ―suíço‖, ―vários‖ e ―países‖ são acentuados de acordo com a mesma regra de acentuação. (8) A escolha das palavras e sua organização em ―ninguém apostava no seu êxito imediato e muito menos na sua permanência no mercado por muito tempo‖ conferem um traço de informalidade a esse trecho. Quando, há cerca de cinco anos, chegou ao mercado brasileiro o primeiro modelo de carro bicombustível, que pode utilizar gasolina e álcool em qualquer proporção, ninguém apostava no seu êxito imediato e muito menos na sua permanência no mercado por muito tempo. Entretanto, a indústria automobilística brasileira atingiu a marca de 5 milhões de carros bicombustíveis — flexfuel ou simplesmente flex — vendidos. Esses veículos já respondem por 88% das vendas nacionais. (9) Nas duas ocorrências, a partícula se é analisada como parte integrante do verbo. Na medida em que se escolhe, se avalia para obter a consciência do que é preferido. Ao escolher um caminho, pondera-se que, de algum modo ou sob algum prisma, é o melhor em relação a outro. (10) A forma verbal ―vê-se‖ está na voz ativa e seu sujeito recebe a classificação de sujeito indeterminado. Vê-se, pois, que o plano ético permeia todas as ações humanas. (11) O sujeito de ―pagará‖ é ―Quem‖. (senado 2008) Quem pagará a fatura do Proer usamericano? A resposta é óbvia: o contribuinte. (12) As duas ocorrências da palavra se destacadas identificam, respectivamente, a voz passiva do verbo saber e a ideia de condição nas duas orações adverbiais presentes no segmento. Não se sabe exatamente se as exigências da atualidade estão gerando esse padrão comportamental, ou se as pessoas que sofrem da pressa e afobação já nascem com essa tendência. (13) A expressão ―Algumas pessoas‖ é sujeito e o verbo ―manter‖ deveria estar no plural, em atendimento às regras das gramáticas normativas. Algumas pessoas conseguem manter um ritmo mais lento, serem mais contemplativas, e planejarem suas ações, vivendo a vida de modo bem diferente dos superapressados. (14) Há no trecho seguinte uma ocorrência de voz passiva. O Fórum Social Mundial (FSM) de Belém abre um novo ciclo do movimento altermundialista. O FSM acontecerá na Amazônia, no coração da questão ecológica planetária, e deverá colocar a grande questão sobre as contradições entre a crise ecológica e a crise social. Será marcado ainda pelo novo movimento social a favor da cidadania na América Latina, pela aliança dos povos indígenas, das mulheres, dos operários, dos camponeses e dos sem-terra, da economia social e solidária. QUESTÃO 21 (SENADO 2008) Com base no Manual de Redação da Presidência da República e no Manual de Elaboração de Textos do Senado Federal, assinale a afirmativa incorreta. (A) Devem-se escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado em todo o território nacional ou na maior parte dele, evitando o emprego de expressões regionais ou locais. (B) É necessário articular a linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da ideia veiculada no texto. (C) É necessário usar as palavras e expressões em seu sentido comum, salvo quando o assunto for de natureza técnica, hipótese em que se empregarão a nomenclatura e terminologia próprias da área. (D) Preferencialmente deve-se manifestar o pensamento ou a ideia com as mesmas palavras, podendo-se empregar a sinonímia com propósito estilístico. (E) Deve-se atentar para a construção de orações na ordem direta, evitando preciosismos, neologismos, intercalações excessivas, jargão técnico, lugares-comuns, modismos e termos coloquiais. 9 IGEPP PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA GABARITO: Primeiros 4 itens: E E E C 1. E 2. D 3. D 4. E 5. C 6. B 7. D 8. C 9. D 10. A 11. E 12. C 13. D 14. A 15. C 16. B 17. B 18. C 19. E 20: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. E E E E E C E C E E C E E C 21. D 10