português — prof. luis ladeira senado federal

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PORTUGUÊS — PROF. LUIS LADEIRA
SENADO FEDERAL
AULA 3
(2)
No texto, os traços da cultura brasileira
destacados servem de contraponto à apologia
do pendor literário dos estrangeiros, sustentada
nas premissas de que estes são mais sensíveis
que os autores brasileiros e de que empenham
plenamente sua inteligência na produção de
suas obras.
(3)
O emprego de verbos flexionados na segunda
pessoa do plural, evidência do apego do autor
ao rigor do uso formal da língua escrita, destoa
da impessoalidade e da objetividade que
caracterizam o texto.
(4)
O autor do texto não se exime de emitir
julgamento de valor em relação a obras
literárias e a escritores, o que se conforma com o
gênero do texto: a crônica.
TEXTO PARA INTERPRETAÇÃO
É uma tecla muito batida pelos que procuram
1
estudar o caráter dos brasileiros o gosto que estes
revelam pela improvisação em todos os ramos de
4
atividade. A cada passo, se verifica o pendor deles
para as tarefas improvisadas, de que, não raro, se
saem com brilho e galhardia. Isso de se preparar
7
longa e pacientemente para resolver os problemas
próprios a uma especialidade não vai muito com
eles.
10
Improvisam-se
os
nossos
sociólogos,
improvisam-se os nossos estadistas, improvisam-se
os nossos linguistas.
Os nossos grandes poetas podem se contar
13
pelos dedos, e nenhum tivemos até hoje capaz de
uma destas obras de fôlego, como a Divina
SUBSTANTIVOS
Comédia, o Fausto ou Os Lusíadas, onde, escolhido
16
o tema capital, o seu autor põe, ao lado das ideias-
-
São palavras que nomeiam
mundo real ou imaginário.
-
Variam em número, ou seja, recebem
desinências correspondentes a plural (-S). Vale
lembrar que a marca de gênero não constitui
flexão, e sim derivação.
-
Morfossintaticamente falando, substantivo é
uma palavra que aceita ser precedida de artigo.
-mestras da cultura do seu tempo, toda a sua
inteligência e toda a sua sensibilidade. Agora,
19
abancai ao zinco de um bar em dias de carnaval e,
aparecendo um violão, vereis com que facilidade o
malandro mais desprovido de letras inventa um
22
despotismo de quadrinhas de desafio ou de
elementos
do
embolada. Isso na cidade. No sertão, então, nem se
fala. Para os matutos do Nordeste, ―poeta‖ só é o
25
sujeito capaz de improvisar na boca da viola. Não sei
quem foi o literato que, de uma feita, recitou para
uns cantadores do sertão algumas poesias de Bilac.
28
Os homens ouviram calados, mas depois indagaram
se Bilac era ―poeta‖ mesmo.
— Como poeta mesmo?
31
— Nós queremo sabê se ele é capaz mêmo de
improvisá na viola...
Manuel Bandeira. O dedo de Deus, o dedo do alemão e o dedo do brasileiro.
In: Crônicas inéditas II, 1930-1944. São Paulo: Cosac Naify, 2009, p.16.
Com relação ao texto, julgue C ou E.
(1)
Nesse texto, o autor considera a improvisação
um traço característico da produção literária
brasileira, que a distingue da literatura de
outros países, bem como de outras artes e de
outros ofícios nacionais.
Substantivo
próprio:
individualmente.
designa
um
elemento
Substantivo comum: designa um elemento que faz
parte de uma dada classe.
Substantivo concreto: designa ser de existência
independente: casa, automóvel, filho, deus.
Substantivo abstrato: designa ser de existência
dependente: beijo, amor, beleza, saída.
Gramaticalmente falando, concreto é o substantivo
que não deriva de verbo, enquanto o abstrato
deriva de verbo ou, se não, de uma ideia verbal.
Substantivo simples: tem apenas um termo.
Substantivo composto: formado a partir de mais de
um termo.
Exemplos:
simples: casa, carro, flor, pássaro etc.
1
IGEPP
PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA
compostos:
singular
girassol
beija-flor
guarda-chuva
abaixo-assinado
cachorro-quente
salário-família
salário-mínimo
guarda-civil
decreto-lei
plural
girassóis
beija-flores
guarda-chuvas
abaixo-assinados
cachorros-quentes
salários-família
salários-mínimos
guardas-civis
decretos-leis
Substantivo comum de dois: apresenta a mesma
forma para feminino e masculino, variando os
determinantes: estudante, intérprete, ouvinte,
servente, jornalista. Enquadram-se nesse grupo os
epicenos: cobra-macho, jacaré-fêmea.
Substantivo sobrecomum: não tem variação de
gênero: a criança, a testemunha, o cônjuge, o
indivíduo.
(d) Agora, abancai ao zinco de um bar em dias de
carnaval e, aparecendo um violão, vereis com
que facilidade o malandro mais desprovido de
letras inventa um despotismo de quadrinhas
de desafio ou de embolada.
(e) O tema capital foi escolhido.
(f)
A cada passo, se verifica o pendor deles para
as tarefas improvisadas.
. SUJEITO:
-
Determina a conjugação do verbo, em número,
pessoa e gênero.
(g) Improvisam-se
os
nossos
sociólogos,
-
Pode representar o agente ou o paciente da
ação verbal.
improvisam-se
os
nossos
estadistas,
-
Pode ou não ser o assunto central — tópico —
da oração.
improvisam-se os nossos linguistas.
-
É classificado tradicionalmente como termo
essencial.
-
É um termo de natureza substantiva.
-
Não pode ser preposicionado.
-
Pronominalização: pronomes pessoais do caso
reto.
-
Pontuação: não se separa o sujeito e o verbo
por vírgula, ainda que estejam invertidos.
(h) Os brasileiros se saem destas tarefas com
brilho e galhardia.
(i)
Há no sertão muitos improvisadores.
(j)
Preparar-se
longa
e
pacientemente
para
(a) Os homens ouviram calados.
problemas próprios a uma especialidade não
(b) Para os matutos do Nordeste, poeta só é o
agrada aos brasileiros.
sujeito capaz de improvisar na boca da viola.
(k) Perguntou-se se Bilac era poeta mesmo.
(c) É uma tecla muito batida pelos estudiosos do
caráter dos brasileiros o gosto destes pela
improvisação em todos os ramos de atividade.
(l)
Os matutos ouviram o poeta improvisar na
viola.
2
IGEPP
PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA
. OBJETO DIRETO E OBJETO INDIRETO:
-
Complementa, determina, especifica o sentido
do verbo.
-
É um termo de caráter substantivo.
-
Pronominalização: pronomes pessoais do caso
oblíquo.
-
Pontuação: não se separam os objetos entre si,
nem os objetos e o verbo por vírgula, ainda que
invertidos.
(a)
Nenhum poeta tivemos até hoje capaz de
uma destas obras de fôlego, como a Divina
Comédia, o Fausto ou Os Lusíadas.
(b)
sertanejos.
(a) Esses teóricos procuram estudar o caráter dos
brasileiros.
(b) Um literato recitou para uns cantadores do
Bilac, poeta parnasiano, recitou para os
(c)
Os homens, calados, ouviram os poemas.
(d)
O poeta Bilac sabe improvisar na viola?
(e)
Os
sertão algumas poesias de Bilac.
brasileiros
são
capazes
de
tudo:
(c) O poeta respondeu à indagação dos matutos.
improvisos, cantorias, poemas.
(d) Aos poetas admiram os cantadores do sertão.
(f)
(e) Os cantadores desafiaram a mim e ao poeta.
(f)
O sertanejo improvisou umas poesias, coisa
muito normal na região.
Os poemas, eu os recitei para uns sertanejos.
(g)
(g) O brasileiro não gosta de se preparar para
tarefas elaboradas.
Temos poucas obras poéticas de fôlego, o que
prova nossa pouca paciência para tarefas
grandiosas.
(h) O sertanejo se arrependeu da pergunta feita.
(i)
Durante a cantoria, a criança dormia um sono
tranquilo.
. APOSTO:
-
Explica, redefine
substantivo.
outra
função
de
núcleo
-
Tem caráter substantivo.
-
É uma repetição da função sintática a que faz
referência.
-
Pontuação: por ser uma intercalação, é isolado
por
vírgulas,
excetuando-se
o
aposto
especificador, que, tendo função restritiva, não
se separa por vírgulas de seu referente.
. ORTOGRAFIA:
Ortografia se aprende escrevendo e lendo, bem
como consultando dicionários. É, no entanto,
importante, lembrar a ortografia de certas palavras,
por
serem
comumente
mal
grafadas
ou
confundidas com seus parônimos.
Exemplos:
a) qu ou c: quatorze (ou catorze), cinquenta,
quociente (ou cociente).
b) ch ou x: faxina, tachar (=notar, censurar,
apelidar) e taxar (impor taxa, regular), encher,
enxergar, frouxo, deixar.
c) g ou j: estrangeiro, viagem (viajem, quando
verbo), majestade.
d) ss ou c: antisséptico (cf. anticético), censual
(relativo a censo), sensual (=lascivo), acertar
(fazer certo), assertar (afirmar, fazer asserções).
3
IGEPP
e) x ou s: espectador (testemunha), expectador
(que tem esperança, que espera), experto
(perito,
experimentado),
esperto
(atento,
rápido),
esplêndido,
exprimir,
expressar,
espremer.
f) s ou z: anestesia, aterrissar (ou aterrizar),
aterrissagem, cortês, esvaziar, improvisar,
obséquio, subsídio, analisar, paralisar, cozer
(cozinhar), coser (costurar).
g) xc, ss ou c: exceção, excesso, obsessão,
obsessivo, obcecado.
h) outros erros comuns: iminente (que está para
acontecer), eminente (destacado, importante),
retificar
(reparar,
consertar),
ratificar
(confirmar),
conserto
(reparo),
concerto
(apresentação musical), inexorável (=z).
. ACENTUAÇÃO:
Regras gerais:
- Palavras paroxítonas terminadas em A, E, O
(seguidas ou não de S), AM, EM e ENS não recebem
acento gráfico. As demais, sim.
- Com essas terminações, se forem oxítonas,
recebem acento. Com outras terminações, as
oxítonas não são acentuadas.
- Oxítonas monossilábicas terminadas em A, E, O,
seguidas ou não de S, levam acento.
- As proparoxítonas são todas acentuadas.
Pela reforma ortográfica, diversos acentos sofreram
alteração, mas vale atentar para o seguinte:
1) As regras gerais (acima descritas) não foram
alteradas.
2) Só há mudança em palavras paroxítonas.
Todas as outras mantém sua antiga
acentuação.
PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA
d) Acento diferencial: há acento diferencial no
verbo pôr (para diferenciar da preposição por) e na
forma verbal pôde (pretérito, para diferenciar do
presente pode).
* Não há mais acento diferencial nas palavras
paroxítonas: para, pela, pelo, coa, polo etc.
* É facultativo o emprego de acento em fôrma (para
diferenciar de forma), na forma verbal dêmos
(imperativo, para diferenciar do pretérito perfeiro
demos) e nas formas verbais de primeira
conjugação, na primeira pessoa do plural do
pretérito perfeito (como amámos, estudámos, para
diferenciar das respectivas formas de presente do
indicativo).
Outras mudanças do
referentes à acentuação:
Acordo
Ortográfico
a) Não se acentuam mais os hiatos em ÔO e ÊE, em
paroxítonas com terminação comum: voo, enjoo,
coo, veem, preveem, creem, deem.
b) Não se acentuam mais formas verbais de verbos
terminados em guar, guir, quar, quir: ele argui
(presente), eu arguí (pretérito), que ele averigue (ou
averígue), que ele apazigue (ou apazígue).
c) Acaba o trema em palavras da língua portuguesa,
mantendo-se apenas em estrangeirismos e
derivados: Müller, mülleriano, führer etc.
Casos especiais de acentuação:
a) Ditongos tônicos abertos em EI, OI e EU — nas
oxítonas, eles são sempre acentuados: céu, fiéis,
corrói.
* Nas paroxítonas, não o são mais: ideia, assembleia,
heroico, adenoide.
b) I e U como segunda vogal do hiato, sozinhos na
sílaba ou seguidos de S — são sempre acentuados:
prejuízo, saúde, hinduísmo, baú. Exceção: não há
acento se a sílaba seguinte começar por NH: rainha,
fuinha, tainha.
* Nas paroxítonas, se o fato ocorrer após um
ditongo, não há mais acento: feiura, maoismo,
taoista, Sauipe. Permanece o acento das oxítonas:
Piauí, tuiuiú, teiú.
c) verbos ter e vir — são acentuados na 3.ª pessoal
do plural, no presente do indicativo, com acento
circunflexo: ele tem, eles têm, ele vem, eles vêm. Os
derivados recebem acento agudo no singular e
circunflexo no plural: ele mantém, eles mantêm, ele
provém, eles provêm.
EXERCÍCIOS
QUESTÃO 1
...algumas iniciativas inovadoras começam a apresentar
resultados, o que pode motivar a reprodução dessa
experiência pelo país inteiro.
No trecho acima, há quantos artigos?
(A) Um.
(B) Nenhum.
(C) Quatro.
(D) Três.
(E) Dois.
4
IGEPP
PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA
QUESTÃO 2 (SENADO 2008)
QUESTÃO 4 (SENADO 2008)
Foram instituídas normas para proibir o nepotismo nos
tribunais e regras para a aplicação do teto remuneratório
para coibir os supersalários que recorrentemente
escandalizavam a opinião pública.
Assinale a alternativa em que o termo indicado não
tenha valor apositivo.
Assinale a alternativa em que o termo indicado exerça
função sintática idêntica à de regras.
(A)
amplo acesso
Era preciso assegurar ao cidadão amplo
acesso a informações sobre o desempenho da
Justiça.
(A) diretor-geral da FAO
Devido ao aumento dos preços dos alimentos,
nos últimos 12 meses, o número de famintos
crônicos subiu de 854 milhões para 950
milhões, segundo Jacques Diouf, diretor-geral
da FAO (Fundo das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação).
(B) (5% do PIB dos EUA ou o custo de todo o
petróleo consumido em um ano naquele país)
(B) um banco de dados
Na hora da crise, apela-se ao Estado como
boia de salvamento na forma de US$ 700
bilhões (5% do PIB dos EUA ou o custo de
todo o petróleo consumido em um ano
naquele país) a serem injetados para
anabolizar o sistema financeiro.
Nesse contexto, a Corregedoria Nacional de
Justiça lançou em 2007 o programa Justiça
Aberta, um banco de dados com informações
na internet.
(C) ao paradoxo
Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar
número excessivo de processos, a construção
da jurisprudência, que é seu papel maior,
ficou em segundo plano.
(C) capitalista e socialista
Pôs-se fim ao clichê do juiz encastelado em
torre de marfim, distante da sociedade.
(D) Bolsa-Fartura
No próximo ano, completam-se 20 anos da
queda do Muro de Berlim, símbolo da
bipolaridade do mundo dividido em dois
sistemas: capitalista e socialista.
(D) fim
O programa Bolsa-Fartura de Bush reúne
quantia suficiente para erradicar a fome no
mundo.
(E) a razoável duração do processo
A emenda constitucional 45, da reforma do
Judiciário, refletiu esse anseio ao inserir entre
os direitos fundamentais a razoável duração
do processo e os meios que garantam a
celeridade da tramitação.
(E) (real para apenas um terço da humanidade)
O fracasso do socialismo real significa vitória
do capitalismo virtual (real para apenas um
terço da humanidade)? Também não.
QUESTÃO 3
O segmento ―...deixam de ser percebidas como revoluções‖
mostra uma forma de voz passiva com auxiliar (verbo
ser); a frase a seguir em que a troca de voz passiva
pronominal pela passiva com auxiliar não foi
corretamente feita é:
(A) Os ministérios são organizados
demitirem. / serem demitidos.
para
se
(B) Nada se deve imputar aos homens dementes e
aos enamorados. / deve ser imputado.
(C) O diabo não é tão feio como se pinta. / é pintado.
(D) O louvor e a censura fazem-se com poucas
palavras. / foram feitos.
(E) Para dar justificação à união dos sexos inventou-se o amor. / foi inventado.
QUESTÃO 5 (SENADO 2008)
Assinale a alternativa em que a palavra SE seja
apassivadora.
(A) Acumular fortunas tornou-se mais importante
que produzir bens e serviços.
(B) Na hora da crise, apela-se ao Estado como boia de
salvamento.
(C) Não se mede o fracasso do capitalismo por suas
crises financeiras.
(D) O valor da empresa deslocava-se do parque
industrial para a bolsa de valores.
(E) Lei e ética se antagonizam quanto mais o mercado
se arvora em árbitro das relações econômicas e
sociais.
5
IGEPP
PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA
QUESTÃO 6 (SENADO 2008)
É sabido que a terra não pertence aos índios; antes, são eles
que pertencem à terra. Por isso mesmo, a Carta Magna
concedeu-lhes o usufruto das terras que ocupam, atribuiu o
pertencimento delas à União e conferiu ao Estado o dever de
zelar pela sua integridade.
No texto, à União exerce a função sintática de:
(A) adjunto adverbial.
(B) objeto indireto.
(C) adjunto adnominal.
(D) complemento nominal.
(E) agente da passiva.
QUESTÃO 7 (SENADO 2008)
Assinale a alternativa que, no texto, tenha função
apositiva.
(A) ainda
O voto deixa claro, ainda, que o respeito ao
espírito e à letra da Constituição de 1988 é o
caminho.
(B) de modo cada vez mais intenso
Com efeito, proliferam na cultura
contemporânea, de modo cada vez mais
intenso, os exemplos de processos,
procedimentos e produtos que recombinam o
moderno e o tradicional em novas
configurações.
(C) das informações e dos saberes
Na era da globalização, da cibernetização dos
conhecimentos, das informações e dos saberes,
não faz mais sentido opor o tradicional ao
moderno.
(D) Carlos Ayres Britto
O voto do ministro Carlos Ayres Britto sobre
a reserva Raposa/Serra do Sol evidencia a
oportunidade de deixarmos para trás os
resquícios de uma mentalidade colonial.
(E) reconhecendo a anterioridade dessa relação ao
regime de propriedade
Por isso mesmo, a Carta Magna,
reconhecendo a anterioridade dessa relação ao
regime de propriedade, concedeu-lhes o
usufruto das terras que ocupam, atribuiu o
pertencimento delas à União e conferiu ao
Estado o dever de zelar pela sua integridade.
QUESTÃO 8 (SENADO 2008)
Vinte anos. Congresso superlotado, emoção
quase palpável, o presidente da Constituinte,
deputado Ulysses Guimarães, 71, muito à
vontade, no auge da glória, expressão de
felicidade no rosto altivo, termina vigoroso
discurso. De pé, ergue os longos braços para
exibir um livro de 292 páginas, capa verdeamarela, 245 artigos e 70 disposições
transitórias, que chama de Constituição
Cidadã, porque acha que recuperará como
cidadãos milhões de brasileiros. “Mudar para
vencer! Muda, Brasil!”, grita entusiasmado.
Foram 20 meses de muito poder, palco
iluminado, pressão, choques, trabalho
extenuante, abertura à participação popular.
Esperava muito da Carta, seu maior feito. E
também a Presidência da República.
A respeito do trecho grifado acima, analise as
afirmativas a seguir:
I. O termo ―seu maior feito‖ funciona como aposto.
II. O termo ―a Presidência da República‖ funciona
como sujeito de um verbo elíptico.
III. O termo ―muito‖ funciona como advérbio.
Assinale:
(A) se apenas as afirmativas II e III estiverem
corretas.
(B) se nenhuma afirmativa estiver correta.
(C) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(D) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
QUESTÃO 9 (SENADO 2008)
Descubra-se. Você pode se reconhecer. Inverta o olhar. A
cronologia e o espaço pouco importam. As vidas se cruzam
no acaso.
A respeito das estruturas e vocábulos do trecho
acima, não é correto afirmar que:
(A) o sujeito da forma verbal ―inverta‖ é ―você‖.
(B) se se fizesse próclise com o primeiro pronome,
embora sendo caso de largo uso no português do
Brasil, ainda haveria resistência por parte dos
mais puristas da língua.
(C) ―acaso‖ é um substantivo.
(D) a forma verbal ―inverta‖ poderia ser substituída
por invirta, por se tratar de verbo abundante.
6
IGEPP
PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA
QUESTÃO 11
QUESTÃO 10 (SENADO 2008)
Portanto, trata-se de ver aquilo que é melhor ao cidadão. E,
aí, basta a leitura dos indicadores.
Poderiam surgir novas formas de alocação de recursos que
eliminariam os déficits, não necessariamente impondo ônus
adicionais às gerações futuras.
exerça a mesma função sintática que a leitura dos
No trecho, o termo grifado exerce a função sintática
de:
indicadores.
(A) adjunto adverbial.
(A) o dever do Estado
(B) adjunto adnominal.
Assinale a alternativa em que o termo indicado não
Isso em nada nega os princípios propostos
pelo SUS, que preconiza o direito de todos e o
dever do Estado de garantir a saúde, mas não
(C) complemento nominal.
(D) sujeito.
(E) objeto indireto.
explicita quem deve prestá-la.
(B) transparência
No mundo corporativo, no cenário político e
até nas relações pessoais pede-se, cobra-se
transparência.
(C) a percepção
Quando São Paulo cria organizações sociais e
o governo federal ecoa com propostas com
fundações é porque, dentro dos grupos
técnicos, com um certo e compreensível
tempero político, existe a percepção de que
algo tem que ser feito a mais para de fato
levar a saúde a toda a população.
(D) Imaginar
Imaginar que a saúde pode esperar no dia a
dia ou que as contratações podem se dar ao
luxo de aguardar pela obsolescência quase
imediata de produtos fragmentados é o
mesmo que premiar a incompetência que
QUESTÃO 12
Percebe-se que os dois temas (a correlação entre metas e
riscos fiscais e o impacto dos déficits públicos sobre as
futuras gerações) se vinculam à função prospectiva da
noção de responsabilidade fiscal. Enquanto o primeiro,
normalmente, se adstringe a situações futuras próximas, o
segundo vincula-se a situações futuras a longo prazo.
As ocorrências da palavra SE grifadas no trecho acima
classificam-se, respectivamente, como:
(A) indeterminador do sujeito – pronome reflexivo –
parte integrante do verbo
(B) indeterminador do sujeito – parte integrante do
verbo – pronome reflexivo
(C) partícula apassivadora – pronome reflexivo –
pronome reflexivo
(D) partícula apassivadora – parte integrante do
verbo – parte integrante do verbo
(E) parte integrante do verbo –
apassivadora – partícula apassivadora
partícula
limita a capacidade criativa de quem deve a
rigor ser monitorado dentro de indicadores de
QUESTÃO 13
eficiência.
Assinale a palavra que tenha sido acentuada por regra
DISTINTA das demais.
(E) sua natureza jurídica
Discute-se sua natureza jurídica, mas não a
inserção da excelência e dos benefícios do
(A) relógio
(B) deficiências
modelo de gestão de algumas entidades
(C) distância
privadas na prestação dos serviços.
(D) nível
(E) níveis
7
IGEPP
PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA
QUESTÃO 14 (SENADO 2008)
QUESTÃO 18 (SENADO 2008)
Assinale a alternativa em que a palavra indicada
Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido
acentuada seguindo a mesma regra que saúde.
tenha sido acentuada por regra distinta das demais.
(A) indústria
(A) instituídas
(B) licitatória
(B) transparência
(C) aí
(C) remuneratório
(D) até
(D) Judiciário
(E) Ministério
QUESTÃO 15 (SENADO 2008)
Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido
acentuada seguindo regra distinta das demais.
(A) previdência
(B) diária
(E) têm
QUESTÃO 19
Assinale a alternativa em que a palavra tenha sido
acentuada seguindo regra distinta das demais.
(A) Amazônia
(B) planetária
(C) resistência
(D) níveis
(E) países
(C) idéia
(D) declínio
QUESTÃO 20
(E) óbvia
Julgue os itens a seguir.
(1)
QUESTÃO 16 (SENADO 2008)
palavra com erro de grafia.
(2)
(A) profissionalizar – pesquisar
(B) paralizar – realizar
(3)
(D) indenizar – inferiorizar
QUESTÃO 17 (SENADO 2008)
A palavra presidenciáveis, caso no singular, seria
acentuada seguindo a mesma regra que:
(C) diálogo
(D) déficit
(E) pétreas
indica
sujeito
No trecho abaixo, o verbo concorda com
―gente‖, sujeito da oração na voz passiva.
O vocábulo ―condições‖ é núcleo do
complemento do verbo ―escolher‖ em suas
duas ocorrências destacadas abaixo.
O homem é livre, por isso escolhe (a liberdade é
eleição), e jamais está pronto, porque lhe é
imposto o dever de optar, de definir-se, de
escolher, escolhendo a cada momento, e cada
escolha é um instante de sua construção, mas
não é livre para não escolher nem para escolher
as condições em que essa escolha ocorre, porque
o homem não é livre para deixar de ser livre.
(E) informatizar – ironizar
(B) difícil
―se‖
Talvez aquilo tivesse sido feito por gente.
(C) hostilizar – analisar
(A) glória
o
Para aferir a longevidade, o indicador se vale
da expectativa de vida ao nascer.
O vocábulo anabolizar está grafado corretamente.
Assinale a alternativa em que haja pelo menos uma
Em ―se vale‖,
indeterminado.
(4)
A expressão ―outros órgãos multilaterais‖
exerce a função sintática de sujeito da forma
verbal ―foi repetida‖.
A mesma cantilena foi repetida por outros
órgãos multilaterais.
8
IGEPP
(5)
PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA
O trecho ―muito pouco sobre a vida em suas
regiões mais recônditas‖ é complemento da
forma verbal ―sabe‖.
Os oceanos ocupam 70% da superfície da
Terra, mas até hoje se sabe muito pouco sobre
a vida em suas regiões mais recônditas.
(6)
As palavras ―equilíbrio‖ e ―câmbio‖ recebem
acento gráfico com base na mesma regra
gramatical.
(7)
Os vocábulos ―suíço‖, ―vários‖ e ―países‖ são
acentuados de acordo com a mesma regra de
acentuação.
(8)
A escolha das palavras e sua organização em
―ninguém apostava no seu êxito imediato e
muito menos na sua permanência no mercado
por muito tempo‖ conferem um traço de
informalidade a esse trecho.
Quando, há cerca de cinco anos, chegou ao
mercado brasileiro o primeiro modelo de carro
bicombustível, que pode utilizar gasolina e
álcool em qualquer proporção, ninguém
apostava no seu êxito imediato e muito menos
na sua permanência no mercado por muito
tempo.
Entretanto,
a
indústria
automobilística brasileira atingiu a marca de
5 milhões de carros bicombustíveis —
flexfuel ou simplesmente flex — vendidos.
Esses veículos já respondem por 88% das
vendas nacionais.
(9)
Nas duas ocorrências, a partícula se é analisada
como parte integrante do verbo.
Na medida em que se escolhe, se avalia para
obter a consciência do que é preferido. Ao
escolher um caminho, pondera-se que, de
algum modo ou sob algum prisma, é o melhor
em relação a outro.
(10)
A forma verbal ―vê-se‖ está na voz ativa e seu
sujeito recebe a classificação de sujeito
indeterminado.
Vê-se, pois, que o plano ético permeia todas
as ações humanas.
(11)
O sujeito de ―pagará‖ é ―Quem‖. (senado 2008)
Quem pagará a fatura do Proer usamericano?
A resposta é óbvia: o contribuinte.
(12)
As duas ocorrências da palavra se destacadas
identificam, respectivamente, a voz passiva do
verbo saber e a ideia de condição nas duas
orações adverbiais presentes no segmento.
Não se sabe exatamente se as exigências da
atualidade estão gerando esse padrão
comportamental, ou se as pessoas que sofrem
da pressa e afobação já nascem com essa
tendência.
(13)
A expressão ―Algumas pessoas‖ é sujeito e o
verbo ―manter‖ deveria estar no plural, em
atendimento às regras das gramáticas
normativas.
Algumas pessoas conseguem manter um
ritmo mais lento, serem mais contemplativas,
e planejarem suas ações, vivendo a vida de
modo bem diferente dos superapressados.
(14)
Há no trecho seguinte uma ocorrência de voz
passiva.
O Fórum Social Mundial (FSM) de Belém
abre um novo ciclo do movimento
altermundialista. O FSM acontecerá na
Amazônia, no coração da questão ecológica
planetária, e deverá colocar a grande questão
sobre as contradições entre a crise ecológica e
a crise social. Será marcado ainda pelo novo
movimento social a favor da cidadania na
América Latina, pela aliança dos povos
indígenas, das mulheres, dos operários, dos
camponeses e dos sem-terra, da economia
social e solidária.
QUESTÃO 21 (SENADO 2008)
Com base no Manual de Redação da Presidência da
República e no Manual de Elaboração de Textos do Senado
Federal, assinale a afirmativa incorreta.
(A) Devem-se escolher termos que tenham o mesmo
sentido e significado em todo o território
nacional ou na maior parte dele, evitando o
emprego de expressões regionais ou locais.
(B) É necessário articular a linguagem comum ou
técnica para a perfeita compreensão da ideia
veiculada no texto.
(C) É necessário usar as palavras e expressões em seu
sentido comum, salvo quando o assunto for de
natureza técnica, hipótese em que se empregarão
a nomenclatura e terminologia próprias da área.
(D) Preferencialmente
deve-se
manifestar
o
pensamento ou a ideia com as mesmas palavras,
podendo-se empregar a sinonímia com propósito
estilístico.
(E) Deve-se atentar para a construção de orações na
ordem
direta,
evitando
preciosismos,
neologismos, intercalações excessivas, jargão
técnico, lugares-comuns, modismos e termos
coloquiais.
9
IGEPP
PORTUGUÊS — LUIS LADEIRA
GABARITO:
Primeiros 4 itens: E E E C
1. E
2. D
3. D
4. E
5. C
6. B
7. D
8. C
9. D
10. A
11. E
12. C
13. D
14. A
15. C
16. B
17. B
18. C
19. E
20:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
E
E
E
E
E
C
E
C
E
E
C
E
E
C
21. D
10
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