NOTA PARA A PALAVRA Temos ciência que em função do tamanho do esboço o qual orientamos a ser compartilhado, e do curto período que nos é disponibilizado para a realização da reunião, não será possível compartilhar todo ele. Por esse motivo, orientamos que a pessoa responsável pelo compartilhamento use o texto base e no máximo três parágrafos, os quais contém a essência da palavra. Por quê então compartilhar um esboço desse tamanho? Cremos que o restante que não for utilizado, concederá uma base sólida para discorrer com liberdade a respeito do assunto. Dessa forma, mesmo que não tenhamos tanto tempo, conseguiremos produzir algo significativo. SEMANA 01 (26 Setembro – 02 de Outubro) A ninguém conhecemos segundo a carne Pr. Aluízio A. Silva Paulo diz que não devemos conhecer Jesus segundo a carne, isso significa que não conhecemos o Senhor de forma natural. Alguns conhecem apenas o Jesus histórico, mas precisamos conhecer o Filho de Deus pelo espírito. Não devemos conhecer nem mesmo a nós mesmos segundo a carne. Quando olhamos para a realidade da nossa carne, ficamos deprimidos e desanimados. A introspecção é carnal e perigosa, pois ela gera em nós autocondenação ou autopiedade. Hoje, gostaria de mostrar a glória de nos vermos segundo o Espírito. É uma perspectiva completamente revolucionária, pois ela é segundo a verdade de Deus. 1. Não devemos nos ver segundo a carne Sempre que nós olhamos de forma natural, a nossa tendência é ficar deprimidos e desanimados. A realidade é que nós somos novas criaturas, mas é somente a verdade colocada no verso 16 que nos permite apropriar da realidade do verso 17. Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo. E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (2Co 5.16-17) Paulo diz que, depois que nos convertemos, ganhamos uma nova forma de enxergar as pessoas e até a nós mesmos. Hoje, nós devemos ver todas as coisas pelo Espírito. As coisas do Espírito, porém, são percebidas pela fé. E a fé é a convicção de fatos que nós não vemos com os olhos naturais. Infelizmente, muitos falam de ver pela fé como se fosse algum tipo de faz de conta. “Então, irmã, o seu marido já se converteu?” “Ah! Pela fé, né?” Ou seja, é um tipo de faz de conta. Mas aquele que confessa e crê vai começar a ver as circunstâncias de outro modo. Quem crê sabe que já é um fato o que espera, mas que ainda não vê. É pela fé que nos vemos como nova criatura. Não devemos mais nos ver na carne, mas segundo a realidade do Espírito. Assim, cada vez mais nos tornamos como Jesus. Paulo diz que precisamos contemplar o Senhor como por espelho. Por que espelho? Naturalmente, o que contemplamos no espelho é a nós mesmos. Nós somos esse espelho onde o Senhor reflete a sua glória. E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito. (2Co 3.18) Jesus está em nós e Ele é a esperança da glória. A Glória de Deus está em nós e precisamos contemplá-la em nós mesmos. Aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória. (Cl 1.27) Para contemplarmos o Senhor em nós, precisamos deixar de nos ver segundo a carne. Não podemos ver o Senhor em nós segundo a nossa visão natural, somente segundo a descrição que a Palavra de Deus faz de nós. Tiago diz que feliz é aquele que não se esquece de como é a sua aparência, ou seja, a sua identidade. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelhase ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. (Tg 1.23-24) A intenção do diabo é que tiremos os nossos olhos da realidade espiritual e olhemos para nós mesmos segundo a carne. Se olharmos no espelho da palavra e não nos esquecermos da nossa identidade espiritual, nós veremos a manifestação da glória. João chega a dizer que nós somos como Cristo já neste mundo. Não vemos isso com os nossos olhos naturais. Mas a realidade mais impressionante é que nós já somos como Jesus neste mundo. Olhando de forma natural e carnal, não podemos ver esta realidade, mas para percebê-la, precisamos de revelação no espírito. O alvo da maligno sempre é impedirnos de ver essa realidade. Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. (1Jo 4.17) Evidentemente, quando pecamos, não podemos negar o nosso erro. Nós confessamos o pecado. Mas é completamente diferente a confissão de alguém que se vê segundo a carne daquela de alguém que se vê no Espírito. O que se vê segundo a carne vai dizer: “Senhor, eu pequei. Mas é isso que eu sempre faço. Eu não consigo vencer. Eu sou um caso perdido, vivo repetindo o mesmo erro”. Mas aquele que se vê no espírito vai confessar dizendo: “Senhor, eu confesso que pequei, mas eu sei que sou justiça de Deus em Cristo! Eu já fui redimido! Na verdade, o meu pecado foi esquecer-me por um momento de quem eu sou no Senhor”. Este vai se levantar com o espírito cheio de fé, mas aquele se sentirá infeliz e incapaz. O problema é que eventualmente nós passamos a acreditar em algo que é constantemente repetido, mesmo que não seja verdade. Esta é a tática maligna, a repetição exaustiva da mentira em nossa mente. Ele faz isso nos mostrando as coisas na ótica natural. O pior é que a mentira do diabo é como um ilusionismo, podemos ouvir, ver e até sentir a mentira. A vida cristã vitoriosa é resultado de vermos o que somos em Cristo. Assim, precisamos rejeitar as mentiras que o diabo nos mostra em nossa carne, assumindo o que já somos em Cristo pela fé. 2. É pecado ver os irmãos de maneira natural, de forma carnal E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (2Co 5.17) Além de não nos enxergarmos segundo a carne, precisamos ter cuidado para não enxergar a ninguém segundo a carne. Paulo disse que agora ele não conhece a ninguém segundo a carne. Uma das coisas mais desanimadoras é olhar os irmãos segundo a visão carnal ou natural. Aquele que só vê defeitos nos outros é doente espiritualmente. Infelizmente, muitos líderes veem seu povo como infiéis e derrotados. Por causa disso, eles acabam gerando um rebanho conforme seu conceito carnal. A maneira certa de exortar um irmão é dizendo: “Você não está agindo de acordo com o que você é. Você é santo, cheio do amor e do Espírito de Deus, e suas ações não se harmonizam com isso”. Esta foi a forma como Paulo exortou a igreja de Corinto. Ele os tratou de forma espiritual, pois os via em Cristo. Ele via os irmãos como Deus os vê. Todos nós precisamos ver como Deus vê. A realidade espiritual deve ter primazia sobre a realidade natural. Observe a condição da igreja de Corinto: A igreja estava cheia de divisões. Nas refeições os ricos se mantinham separados dos pobres. Era comum ficarem embriagados durante a ceia. Havia muita imoralidade na igreja. Um irmão costumava levar o outro aos tribunais. Eles rejeitavam a autoridade espiritual, inclusive a de Paulo. Eram fascinados pelos dons mais espetaculares e o culto era bagunçado. Mas ainda assim Paulo tinha uma atitude profética de ver como Deus vê. E como Deus via os coríntios? Paulo diz uma série de coisas sobre eles: Eram santos (v. 2). Eram ricos na palavra e no conhecimento (v. 5). O testemunho de Cristo era confirmado entre eles (v. 6). Não lhes faltava nenhum dom (v. 7). No fim, seriam apresentados irrepreensíveis diante de Deus (v. 9). Por que Paulo pôde ter uma visão de fé? Paulo não era um louco ou ingênuo. Ele não ignorava a realidade natural dos coríntios, mas conhecia também os recursos de Deus para mudar as circunstâncias. 3. Não devemos ver as pessoas que ainda não se converteram segundo a carne Creio que ninguém será enviado ao inferno por causa dos seus pecados como mentira, adultério ou roubo. Deus seria injusto em punir os pecados mais de uma vez. Todos os pecados dos homens já foram punidos na cruz de Cristo. Então, por que alguns homens serão condenados? Os homens serão condenados por não receberem a Cristo, por rejeitarem a graça da salvação de Deus revelada na cruz. Deus não está imputando o pecado aos homens. Deus já deu a salvação em Cristo segundo a sua graça, mas agora o homem deve se apropriar pela fé. A melhor maneira de a mulher ganhar o marido ou a mãe ganhar o filho é vendo-o como já tendo sido salvo. Recuse-se a ver seus familiares de forma natural. Veja-os pelo espírito em fé já salvos. A unidade da salvação é a casa. Noé foi salvo com a sua casa, as famílias no Egito comeram juntos o cordeiro dentro de casa e Raabe foi salva com a sua família. Precisamos crer que Deus já fez a obra e eles agora precisam apenas se apropriar. Não adianta orar pela conversão de alguém vendo-o de forma natural. Se você o vê como um condenado, não poderá crer em perdão. Quando vemos as pessoas pela ótica da cruz, percebemos que cada pessoa tem o potencial de vir a ter a realidade espiritual, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação (2Co 5.19). Perguntas para compartilhar: - O que acontece quando nós olhamos de forma carnal? - Com qual ótica você tem olhado para si mesmo e para os outros? - Como Deus nos vê? SEMANA 02 (03 - 09 de Outubro) Faça com que cada dia conte Pr. Aluízio A. Silva Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio. (Sl 90.12) Remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. (Ef 5.16-17) Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador, o meu grande exército que enviei contra vós outros. (Jl 2.25) No salmo 90.12, lemos que, quando aprendemos a contar os nossos dias, então alcançamos um coração sábio. Contar os dias no calendário é algo bastante simples. A forma de Deus contar é diferente da nossa. Alguns dias são contados por Ele e outros não. Os dias contados são apenas os aprovados por Ele ou vividos diante d'Ele. 1. Deus não conta os dias de pecado No capítulo 4 de Gênesis, diz-se o que os homens fizeram e das suas invenções e obras. Mas nada se diz de suas idades. Para Deus, eles nunca viveram. Não houve vida diante de Deus, portanto não houve dias para serem contados. Ao contrário disso, os homens do capítulo 5 viveram diante de Deus, e por isso suas idades são mencionadas. Deus não conta os dias do tempo em que ainda não o conhecíamos. Antes de nascermos de novo, os nossos dias não existem. Em Êxodo 12.2, Deus estabeleceu o mês da Páscoa como o primeiro mês do ano. O dia da nossa salvação é o primeiro dia de nossas vidas para Deus. 2. Deus não conta o tempo em que não o servimos A partir do dia em que Israel saiu do Egito até o começo da edificação do Templo, passaram-se 480 anos. No ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito, Salomão, no ano quarto do seu reinado sobre Israel, no mês de zive (este é o mês segundo), começou a edificar a Casa do SENHOR. (1Rs 6.1) Todavia, em Atos 13, quando Paulo estava pregando numa sinagoga em Antioquia da Psídia, ele nos dá uma conta bem diferente. Ele diz ali que se passaram pelo menos 573 anos desde a saída do povo do Egito até o início da construção do Templo. [...] E suportou-lhes os maus costumes por cerca de quarenta anos no deserto; e, havendo destruído sete nações na terra de Canaã, deulhes essa terra por herança, vencidos cerca de quatrocentos e cinquenta anos. Depois disto, lhes deu juízes, até o profeta Samuel. Então, eles pediram um rei, e Deus lhes deparou Saul, filho de Quis, da tribo de Benjamim, e isto pelo espaço de quarenta anos. E, tendo tirado a este, levantou-lhes o rei Davi, do qual também, dando testemunho, disse: Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade. (At 13.18 a 22) A descrição de Paulo é bem clara. Ele diz que foram: 40 anos de deserto; 450 anos até Samuel; 40 anos de reinado de Saul; 40 anos de reinado de Davi; 3 anos até começar a construção do templo por Salomão. A soma desses anos totaliza 573 anos. Mas, em 1 Reis 6.1, a soma é de 480 anos. Há uma diferença de 93 anos entre as duas contagens. Como podemos explicar essa diferença? Paulo faz uma contagem estritamente histórica. O fato histórico é que se passaram 573 anos. Mas a narração de 1 Reis mostra a maneira como Deus vê a história. Em Atos, Paulo coloca a perspectiva humana; mas, em Reis, temos a perspectiva divina. Por que Deus deixou de contar 93 anos? Creio que a resposta a essa pergunta tem poder para mudar nossas vidas. A diferença de 93 anos pode ser encontrada no livro de Juízes. No tempo dos juízes, temos o relato de cinco ocasiões em que o povo de Israel se desviou do Senhor e começou a adorar ídolos, e por causa disso caíram debaixo de opressão: 8 anos serviram a Cusã-Risataim (Jz 3.8); 18 anos serviram a Eglom (Jz 3.14); 20 anos serviram a Jabim (Jz 4.2-3); 7 anos serviram aos midianitas (Jz 6.1); 40 anos serviram aos filisteus (Jz 13.1). A soma total desses anos dá exatamente 93 anos. São os mesmos 93 anos que não são computados na data da construção do Templo. Todos aqueles dias que nos rebelamos contra Deus, todo aquele tempo que gastamos com o pecado não tendo um coração para Deus são dias e anos perdidos. 3. Deus não conta o tempo que lhe resistimos O tempo de jornada era para ser rápido, mas levou 40 anos. Existe muito desperdício de dias em nossa vida espiritual. Tempo resistindo a Deus é tempo perdido. No terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no primeiro dia desse mês, vieram ao deserto do Sinai. (Êx 19.1) Jornada de onze dias há desde Horebe, pelo caminho da montanha de Seir, até Cades-Barnéia. (Dt 1.2) Israel gastou dois anos do Egito até Cades, conforme registrado de Êxodo 12 a Números 13. Naquela ocasião, por não terem crido em Deus, não entraram em Canaã, e somente depois de terem caminhado por outros 38 anos é que entraram na boa terra. Quando deveriam levar apenas dois anos, gastaram 38 anos. Isso é muito triste! Deuteronômio 1.2 diz que, do monte Horebe até Cades-Barnéia, é uma jornada de aproximadamente 11 dias. No entanto, eles andaram por 38 anos. Para uma jornada de 11 dias, foram gastos 38 anos. Esta é a experiência de muitos cristãos: algumas questões que poderiam ser resolvidas em três ou cinco dias não são resolvidas nem mesmo após três ou cinco anos. 4. Deus não conta os anos vividos na carne Depois que Abraão resolveu gerar um filho de Hagar, Deus ficou 13 anos sem falar com ele. Ismael simboliza a carne. Agar deu à luz um filho a Abrão; e Abrão, a seu filho que lhe dera Agar, chamou-lhe Ismael. Era Abrão de oitenta e seis anos, quando Agar lhe deu à luz Ismael. (Gn 16.15) Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceulhe o SENHOR e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito. (Gn 17.1) Entretanto, o que Abraão perdeu não foram apenas dias, pois algo mais aconteceu no capítulo 16. No capítulo 15 de Gênesis, Deus fizera a Abraão a promessa de lhe dar um filho. No 16, ele aceitou a sugestão da esposa. A intenção de sua esposa era boa: ela queria ajudar Deus a atingir o seu objetivo. Sara trouxe a Abraão sua serva Hagar, que gerou um filho, obtido pela força da carne, e não dado por Deus. Por essa razão, no fim do capítulo 16, foi registrado que Abraão tinha 86 anos e, curiosamente, logo no primeiro versículo do capítulo 17, diz-se que Abraão tinha 99 anos. Houve um lapso de 13 anos. Nesses 13 anos, não foi registrado nenhum acontecimento, não houve aparição de Deus, nenhuma nova revelação nem qualquer nova promessa. Aqueles foram os dias em que Ismael crescia. Nunca se esqueça disso: tudo o que fazemos segundo a nossa própria vontade e segundo a carne não é válido para Deus e se perderá. Na segunda vez em que apareceu a Abraão, Deus contou sua idade a partir de 99 anos. Os 13 anos que se passaram nesse intervalo Abraão os viveu em vão, foram esquecidos por Deus, perdidos e não contabilizados. Os anos vividos na carne são anos que Deus não conta. Nem mesmo os aparentes frutos Deus conta. Deus disse que Isaque era o único filho de Abraão (Gn 22.2,12 e 16). 5. O exemplo dos trabalhadores da vinha Em Mateus 20.1-16, o Senhor nos contou a parábola dos trabalhadores da vinha. Nessa parábola, aqueles que trabalharam apenas uma hora receberam o mesmo que aqueles que trabalharam oito horas. Isso mostra que tudo o que fazemos para o Senhor tem o poder de multiplicar nossos dias e nossas horas. Mas há algo muito sério também nessa parábola. Nela, o Senhor saiu várias vezes para procurar trabalhadores. “Saindo pela terceira hora, viu outros que estavam ociosos na praça, e disse-lhes: Ide vós também para a vinha”. Quando Ele saiu à hora undécima, ou seja, entre quatro e cinco da tarde, Ele viu que havia mais pessoas paradas e disse-lhes: “Por que estivestes aqui ociosos o dia todo?” Essa passagem nos diz que Deus tem uma esfera, um limite determinado de trabalho: a vinha. Todos os que estão do lado de fora são ociosos. Não importa o que você esteja fazendo lá, o simples fato de estar do lado de fora significa que você está ocioso. Para Ele, todos os que trabalham fora da vinha são desocupados. Toda a obra, atividade e labor fora da vontade de Deus são vãos! Isso não quer dizer que todos devem demitir-se do emprego para pregar a Palavra, pois Deus não ordenou que fizéssemos isso. A questão toda está em seu coração e na vontade de Deus. Desse modo, a consagração é imprescindível. Se você foi salvo pelo Senhor e não se consagrou a Ele, ao final da vida, não será considerado como quem trabalhou para Ele. Se, do dia da sua salvação até hoje, no tocante a conduzir pessoas para Deus, você não moveu um dedo, então, é um desocupado. Esta é a maneira certa de contar o tempo, pois todos os dias que vivemos para nós mesmos, os dias em cativeiros e pecados, Deus não contabiliza. 6. Mas há uma promessa de restituição Os anos podem ser roubados. Se caímos no pecado, os anos anteriores de ministério podem ser perdidos. Afasta o teu caminho da mulher adúltera e não te aproximes da porta da sua casa; para que não dês a outrem a tua honra, nem os teus anos, a cruéis. (Pv 5.8-9) Mas há uma promessa de que o Senhor nos restituirá os anos roubados pelo inimigo. Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador, o meu grande exército que enviei contra vós outros. (Jl 2.25) Deus vai restituir os anos roubados. A maneira como Deus nos restitui os anos roubados é pela sua presença. Quando investimos tempo diante do Senhor, a sua luz tem o poder de restituir. É como se a presença de Deus fosse uma luz que tem o poder de fazer a planta crescer muito mais do que se ela tivesse apenas a luz natural. Deus pode fazer com que um dia tenha o valor de mil anos. Nossos dias são multiplicados por mil de duas formas: através de nossas obras e de nossos discípulos. Pois um dia nos teus átrios vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade. (Sl 84.10) Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia. (2 Pe 3.8) Quando a mulher colocou o perfume sobre Jesus, Ele disse que aquilo seria lembrado onde quer que fosse pregado o evangelho. Os dias dela foram multiplicados mesmo depois de sua morte. Nossos dias se multiplicam na vida de nossos discípulos. Nossos dias se perpetuam quando somos lembrados por nossas obras e feitos. Olho: “Deus pode fazer com que um dia tenha o valor de mil anos. Nossos dias são multiplicados por mil de duas formas: através de nossas obras e de nossos discípulos” Olho 2: “Nossos dias se perpetuam quando somos lembrados por nossas obras e feitos” Para compartilhar: - Como alcançar um coração sábio? - De que forma o Senhor restitui os anos perdidos? - Como nossos dias são multiplicados por Deus? SEMANA 03 (10 - 16 de Outubro) O poder da confissão Pr. Aluízio A. Silva Você nunca alcançará o palácio falando como camponês, você nunca será reconhecido como um príncipe falando como um camponês. Você nunca será reconhecido como filho de Deus falando como mero filho do homem. O primeiro passo para mudar sua vida é: mude seu discurso, mude aquilo que você fala. Provérbios 18.21 diz que na sua boca está o poder da vida e da morte. Você vai ter vida ou morte, tudo depende daquilo que você diz. Não pense que suas palavras têm o poder de realizar o extraordinário só porque você disse algo. A palavra do homem tem pouco valor, mas a palavra de Deus é eterna. E, se a palavra de Deus for liberada na sua boca com autoridade, as montanhas se moverão do seu lugar e se lançarão no mar. Você pode fazer isso porque você é filho. Como filho, você recebeu autoridade para mandar que as montanhas se lancem no mar, você tem autoridade. O mundo espiritual vai respeitá-lo se você respeitar o que Deus diz a seu respeito. O diabo vai respeitá-lo quando você concordar com o que Deus diz a seu respeito. Confesse o que você é nele. Tudo depende do que você fala. Eu falo de mim aquilo que Deus diz a meu respeito. Quando vou orar com as pessoas, eu digo sempre que estou ali para orar como ungido de Deus; e, como ungido de Deus, eu repreendo toda obra do diabo. Eu sempre me coloco na posição em que Deus me levantou. Eu sou nobre, eu faço parte da nobreza, eu me assento à mesa do Rei, eu como da comida do Rei, eu e o Rei, na verdade, somos um, Ele é meu Pai. Eu tenho o seu nome, eu sou parte da sua família, eu carrego sua autoridade. Eu ando de cabeça erguida, pois sou seu filho. Você pode dizer o mesmo a respeito da sua vida. É um fato espiritual. Cremos e falamos (Rm 10.9) Não há salvação sem confissão. É sempre “confissão para a salvação”, nunca possessão antes da confissão. Nossa confissão leva o Senhor Jesus a nos conceder o que cremos com o coração, e isso nos leva à apropriação. Isso é fé. Deus é um Deus de fé. Isso significa que Ele é um Deus que exige fé. Recebemos de Deus apenas aquilo em que cremos (Mc 11.24). A nossa maneira de pensar é que primeiro precisamos ver algo para crer que Deus fez. Se estamos doentes, nós checamos se ainda temos os sintomas e concluímos que ainda não fomos curados. Mas o sistema de Deus é diferente, nós cremos que já recebemos e assim será conosco. A Palavra de Deus não diz “sinta que recebeu”, mas “creia que recebeu” e assim será convosco. Deus age por meio da nossa fé. Quando o Senhor nos olha, Ele procura pela nossa fé. Em Marcos 2.5, alguns amigos trouxeram um paralítico para ser curado. Eles o desceram pelo telhado até o lugar onde o Senhor estava ensinando. Antes mesmo de ver o paralítico, a Bíblia diz que o Senhor viu a fé deles. A fé sempre atrai a atenção do Senhor. Veja que o verbo “recebestes” (Mc 11:24) está no tempo passado, portanto isso significa que Ele já nos deu imediatamente, no mesmo momento em que cremos no nosso coração. É por isso que nós não devemos ter esperança de receber o que pedimos, pois se cremos no nosso coração, a resposta é para o presente, e não para o futuro. Isso é fé. É lembrar que, no reino de Deus, tudo se baseia em promessas, e não em emoções. O diabo sempre quer mantê-lo no nível das sensações e emoções, porque ele sabe que assim pode derrotá-lo. Mas as coisas de Deus são recebidas pela fé. No momento em que toma posse, você pode não estar sentindo nada, emoção nenhuma, os sintomas da doença ainda estão em você, mas a sua atitude é de cura, é de certeza que obteve a sua resposta e que, acima de tudo, confia em Deus e em sua palavra. O que é confissão A confissão é o testemunho da fé em nossa boca. A confissão é simplesmente concordar com Deus, dizendo as Palavras de Deus, usando as expressões de Deus, declarando o que Deus declara, reconhecendo a Palavra de Deus. A confissão é o único meio de a fé se expressar como nosso testemunho. Paulo declarou que a “palavra da fé” deve estar “no nosso coração” e “em nossa boca”. A única maneira de ter a palavra da fé em nossa boca é falar a palavra de Deus. Isso é confissão – é fazer com que os nossos lábios concordem com Deus, declarando a palavra de Deus com a nossa boca (Rm 10.8). Apocalipse 12.11 nos diz que aqueles que venceram o diabo o fizeram “pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho”, isto é, pelas Escrituras que citavam ao dar seu testemunho. A importância da confissão (Pv 6.2) Poucos reconhecem a importância da confissão e o seu valor em nossas vidas. No entanto, nada é mais importante que a nossa confissão, apesar de quase nunca a mencionarmos nos cultos. A vida cristã é chamada de “confissão” (no grego, “reconhecimento” ou “admissão”) em Hebreus 3.1. A palavra grega da qual se traduz “confissão" quer dizer “falar o mesmo”, isto é, “dizer o que Deus diz” ou “concordar com Deus em nosso testemunho”. Confessar é dizer o que Deus diz na sua Palavra acerca de nossos pecados, nossas enfermidades, nossos fracassos, nossa saúde, nossa salvação, nossas vitórias, ou acerca de qualquer outra coisa da nossa vida. Em outras palavras, a confissão é testificar ou “admitir” o que Deus diz. A confissão nas provações Por exemplo, uma doença ameaça abalar a sua saúde. Satanás quer tirar a sua saúde e assim torná-lo infrutífero no serviço de Cristo. Mas Deus já fez provisão para nossa saúde. Deus já fez com você uma aliança de cura (Êx 23.25; 15.26; Sl 103.3; Mt 8.17; 1Pe 2.24). Precisamos confessar a nossa fé na palavra de Deus e n'Ele próprio. A confissão é o testemunho da fé em nossa boca, é simplesmente concordar com Deus. É dizer a palavra de Deus. Apocalipse 12.11 diz que aqueles que venceram o diabo o fizeram “pelo sangue do Cordeiro e pela palavra de seu testemunho”. Confessar a palavra é testemunhar ou testificar aquilo em que cremos. Que Deus é poderoso para cumprir o que prometeu (Rm 4.21). Confessar ativa a fé, mas não devemos confessar qualquer coisa ou qualquer pensamento. Devemos ter pensamentos corretos, pois quem pensa corretamente, crê corretamente e age corretamente. A palavra grega traduzida por “confissão” em nossas Bíblias quer dizer “falar a mesma coisa”, isto é, “dizer o que Deus diz” ou “concordar com Deus em nossa conversação”, “reconhecer a Palavra”. Um amigo lhe diz durante uma provação da sua fé: “Cuidado! Um conhecido meu morreu dessa doença! É melhor mandar chamar o médico!” Mas você fala a linguagem de Deus, porque crê no que Deus diz. Suas palavras estão nos seus lábios – na sua conversação. Então, confesse abertamente: “O Senhor é a força da minha vida, a quem temerei? Cristo já levou as minhas doenças e pelas suas feridas estou sarado”. Em todas as circunstâncias e em todas as ocasiões, fale a linguagem de Deus. A confissão é afirmar aquilo em que cremos. A confissão é testificar o que sabemos. É declarar a verdade que abraçamos. Jesus planejou que essa mensagem da vida cristã fosse dada ao mundo por meio do nosso testemunho, isto é, pela nossa confissão. Testificadores, testemunhas e confessores têm sido os grandes líderes e representantes da vida nova e revolucionária de Jesus Cristo neste mundo. O que confessar Simplesmente confesse a Palavra de Deus, em todas as ocasiões, em face de todas as circunstâncias. Confissão é “afirmar verdades bíblicas”. Confissão é “repetir com os nossos lábios a partir do coração as coisas que Deus diz na sua Palavra. Você não pode confessar nem testificar as coisas que ignora. Tem de confessar o que sabe pessoalmente acerca do Senhor Jesus Cristo e da sua obra consumada na cruz. O segredo da confissão e da fé é entender verdadeiramente o que Jesus Cristo realmente nos fez e o que somos n'Ele como resultado da sua obra consumada. Esse conhecimento, junto com a confissão desses fatos, libera fé em nosso espírito. Como será grande a sua transformação quando você subir ao lugar que Deus lhe deu e começar a falar a linguagem que Deus deseja que você fale como filho! Não faz muito tempo que, se um crente declarasse abertamente que era salvo, sua confissão seria vista quase como sacrilégio. Hoje, porém, a luz de Deus tem brilhado e muitos têm confessado ousadamente que são salvos em Cristo. Mas quantos de nós temos coragem de confessar abertamente ao mundo o que a Palavra declara que somos em Cristo? Vamos tomar 2 Coríntios 5.17 como exemplo: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura”. Isso quer dizer que não somos apenas pecadores perdoados – pobres membros da igreja, fracos, vacilantes e incapazes de vencer o pecado. Significa que fomos criados em Cristo Jesus, com a vida de Deus, a natureza de Deus e o poder de Deus dentro de nós. “As coisas velhas já passaram: eis que tudo se fez novo”. Você confessa isso? Crê nisso? Estas palavras querem dizer exatamente o que dizem. Somos novos. Tudo é novo. As coisas velhas não existem mais. Todos os velhos marcos de pecado, de enfermidade, de doença, de fracasso, de fraqueza e de temor já passaram. Agora temos a natureza de Deus – sua vida, sua força, sua saúde, sua glória, seu poder. Temos tudo isso agora mesmo. Sua vida será totalmente transformada quando começar a falar dessa maneira, a viver dessa forma e a agir assim. Vamos ver outro exemplo, Colossenses 1.13-14: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados”. Isso quer dizer que o domínio de Satanás acabou e que começou o domínio de Cristo Jesus. O domínio de satanás sobre a sua vida cessou no mesmo momento em que você nasceu de novo. Você recebeu outro Senhor para governar a sua vida. Os hábitos antigos não mais governarão a sua vida. Você está redimido. Você está salvo. No meio da luta, confesse ousadamente: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça” (Is 41.10). “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31). Precisamos confessar essas verdades ao enfrentar o mundo. Fale ousadamente: “Deus está em mim agora; Aquele que governa a criação está comigo”. Quão grande é essa confissão! Encare a vida sem temor. Você sabe que é maior Aquele que está em você do que todas as forças que possam vir contra você. Grite triunfalmente: “Ele prepara para mim uma mesa na presença dos meus inimigos!” Você está cheio de alegria e de vitória, pois Deus mesmo luta as suas batalhas. Não tema as circunstâncias porque você tudo pode naquele que o fortalece. O Senhor é a força da sua vida; a quem temerá? Nada tema. Não receie coisa alguma, pois Deus está ao seu lado. Esta é a sua confissão. A sua confissão libera a fé e a fé traz o mover de Deus. Perguntas para compartilhar: - Diante das circunstâncias, você declara aquilo que Deus diz ou o que vê ou sente? - O que você tem falado a seu respeito? - Por que devemos confessar a Palavra o tempo todo? SEMANA 04 (17 - 23 de Outubro) Senta, anda e permanece Pr. Aluízio A. Silva As Escrituras declaram que o reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito. Isso significa que o grande sinal de que pregamos o evangelho corretamente é quando sentimos alegria e paz ao receber a palavra de Deus (Rm 14.17). Mas e quanto à justiça? Essa justiça não seria as nossas obras de obediência? No Novo Testamento, duas justiças são mencionadas. Em Filipenses 3.9, Paulo diz que quer ser achado em Cristo, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a justiça que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé. Quando o Senhor Jesus disse que devemos buscar o reino de Deus e a sua justiça, Ele estava se referindo a esse tipo de justiça, aquela que procede de Deus, baseada na fé (Mt 6.33). Não estamos mais debaixo da lei em forma de ordenanças. Fomos libertos da lei. Mas isso significa que não existem mandamentos no Novo Testamento? Certamente eles existem, mas não são como os mandamentos da lei. É como se o Senhor dissesse: “Ordene ao homem faminto que coma”. "Eu ordeno ao cansado que descanse”. No meio teológico, isso é chamado de imperativos. Todavia, antes de enfatizarmos os imperativos, precisamos entender os indicativos. Você certamente deve se lembrar das aulas de gramática. Todo verbo possui um tempo e um modo. O tempo é presente, passado ou futuro, mas o modo pode ser indicativo ou imperativo (é claro que existe também o subjuntivo, mas não vamos falar dele). Os imperativos de Deus são baseados nos seus indicativos. Os indicativos nos dizem o que somos, o que temos e o que podemos fazer em Cristo. É somente em função disso que somos capazes de obedecer aos imperativos. Porque Cristo nos amou, devemos amar a nossa esposa como Ele nos amou. Porque fomos ricamente perdoados, devemos perdoar livremente a quem nos ofende. Porque somos uma nova criação, já não viveremos como os ímpios. Porque o Espírito Santo agora habita em nós, já não usaremos o nosso corpo para a impureza e a prostituição. Nossa obediência aos imperativos divinos é apenas uma consequência do poder dos indicativos da cruz. Precisamos crer e confessar que fomos feitos justiça de Deus em Cristo. Mandamentos são para ímpios e profanos, mas os justos precisam apenas crer na verdade da Palavra de Deus (2Tm 1.9). Não é possível crer na coisa certa e não viver da maneira certa. A sua conduta é sempre o resultado de sua crença. Se vivemos errado, é porque cremos errado. Evidentemente, o comportamento é importante, mas a ênfase maior é sempre sobre o que cremos. Os indicativos sempre apontam para Cristo. Quanto mais você contempla Cristo, mais se torna como Ele. Em todas as epístolas do Novo Testamento, Paulo começa ensinando o indicativo de nossa posição em Cristo. Os mestres chamam isso de Kerigma. Somente depois disso, ele expõe os imperativos de Deus, também chamados de Didaquê. Toda epístola é dividida em duas partes: Kerigma e Didaquê. Vamos tomar a epístola aos efésios e observar mais atentamente esse princípio. Podemos dividir a epístola em três partes usando três palavras: “senta, anda e permanece”. O sentar é o Kerigma, enquanto o andar e o permanecer são o Didaquê. 1. Senta A primeira parte de Efésios vai do capítulo 1 ao 3. A palavra-chave dessa primeira parte é “senta”. Nós estamos assentados com Cristo nos lugares celestiais (Ef 2.6). Estar assentado significa que tudo está terminado. Como tudo está terminado, eu posso me sentar e descansar. O Senhor disse: “Está consumado!” Isso significa que eu sou convidado a participar de uma obra que já está terminada. No Cristianismo, somos convidados a participar de uma obra que já está pronta. Na sua morte e ressurreição, Cristo já nos fez justos e santos. Isso significa que, em Cristo, já estamos prontos. Já somos filhos de Deus, justos, santos, habitação do Espírito, coerdeiros e muitos mais. A partir do conhecimento de tudo isso que já somos, podemos começar nossa vida cristã. Com base nessa obra consumada, não oramos para ter a vitória, mas oramos porque Cristo já venceu e agora podemos experimentar essa vitória. É por isso que Paulo diz que já fomos abençoados com toda sorte de bênção espiritual. Nós começamos como abençoados, e não como quem ainda vai receber a bênção (Ef 1.3). Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados. (Hb 10.12-14) No Velho Testamento, o sacerdote ficava o tempo todo de pé ministrando diariamente e oferecendo os mesmos sacrifícios que não podiam retirar o pecado. No Tabernáculo, não havia nenhum móvel preparado para que o sacerdote se assentasse. Não havia nenhuma cadeira no santo lugar. É assim porque a obra do sacerdote nunca era consumada. Mas a obra do Senhor Jesus foi consumada, por isso Ele se assentou. E também nos fez assentar junto com Ele. Assentar-se na Bíblia simboliza descanso. Isso significa que Ele consumou a obra para que pudéssemos sentar com Ele. Pare de depender de seus esforços para se qualificar e obter as bênçãos de Deus em sua vida. 2. Anda A segunda parte de Efésios inclui os capítulos 4 e 5. A palavra-chave dessa parte é “anda” (Ef 4.1 e 17, 5.2, 8 e 15). A ideia é bem clara, uma vez que entendemos a nossa posição em Cristo e tudo o que nos foi dado por meio da obra consumada, podemos agora andar. O sentar-se é a base do andar. É somente porque entendemos a nossa vocação que somos capazes de andar de modo digno. Efésios 4.25 começa com a expressão: “Por isso [...]”. Isso significa que todas as exortações à santidade são baseadas nos versos anteriores. Nossa santificação, antes de ser uma separação de algo, é uma separação para alguém. É possível ser separado do Egito, mas ainda assim morrer no deserto. Santificação é ser separado para Deus, mas ser separado para Deus significa desfrutar de todos os indicativos do que somos em Cristo. A verdadeira santificação é entender o que somos, temos e podemos fazer n'Ele. 3. Permanece Nós estamos envolvidos numa verdadeira guerra espiritual. Por isso, na terceira parte de Efésios, a palavra-chave é “permanece” (Ef 6.13). O inimigo vai nos atacar com enfermidades e problemas financeiros, pessoas se levantarão contra nós e teremos pressões de todos os lados. Mas ainda assim podemos ser inabaláveis em nossa fé até ver todas as obras do diabo debaixo de nossos pés. O inimigo, porém, não se importa com aqueles que mentem e enganam nos seus negócios, vivem debaixo de impureza e sensualidade ou levam uma vida profana. O diabo simplesmente os deixa em paz. Ele quer que tais pessoas até prosperem porque são um mal testemunho para o reino de Deus. Mas o inimigo odeia aqueles que aprenderam a descansar, que possuem uma vida cheia de alegria, com o brilho do Espírito nos olhos e um testemunho cheio de vida. Quando essas pessoas chegam, o ambiente se torna cheio da presença de Deus. São elas que enfrentarão a batalha espiritual. Permanecer significa estar firme numa posição de vitória. O inimigo está tentando tirar a bênção, a cura, a prosperidade, a glória, mas você simplesmente permanece no terreno firme da vitória já conquistada na cruz. Não oramos para alcançar uma posição de vitória, nós já estamos nessa posição. Não oramos por vitória, mas nós oramos na posição de vencedor. Já vencemos, por isso permanecemos. Alguns oram para ficarem mais perto de Deus, mas nós oramos porque já fomos aproximados pelo sangue. Alguns clamam para que Deus venha, mas nós sabemos que Ele já está em nós. Mude a sua abordagem e perspectiva. Permaneça na posição que Cristo nos conquistou. Perguntas para compartilhar: O que significa assentar-se na Bíblia? Como deve ser a separação? Existem mandamentos no Novo Testamento? SEMANA 04 (14 - 30 de Outubro) Você é como Abraão ou como Ló Pr. Aluízio A. Silva A partir do capítulo 13 de Gênesis, encontramos a história de dois homens, Abraão e Ló. Esses dois homens apontam para dois estilos de vida que caminham por toda a Bíblia, o homem carnal e o espiritual, o crente vencedor e o crente derrotado. Todos os crentes são vencedores; na verdade, mais que vencedores, mas muitos vivem como derrotados. Legalmente donos de uma grande herança, mas sem usufruir de sua posse. Tanto Abraão como Ló eram homens de Deus, mas suas vidas são grandes sinais proféticos para os nossos dias. Muitos crentes vivem uma vida cristã sem compromisso com o reino de Deus e mesmo assim se declaram vencedores. O fato de sermos salvos nos faz legalmente vencedores. Tanto Abraão como Ló são chamados de justos no Novo Testamento (2Pe 2.7-8). Ambos foram justificados pela fé. Mas um crente justificado pela fé ainda pode viver como derrotado. Vamos fazer um paralelo entre a vida de Abraão e Ló e observar o padrão de Deus para o crente vencedor. Podemos realçar na vida de Abraão e de Ló pelo menos sete aspectos importantes. 1. Abraão ouviu de Deus; Ló seguiu Abraão No capítulo 12 de Gênesis, vemos Deus chamando Abraão e lhe prometendo grandes coisas. Abraão ouviu o chamado de Deus e obedeceu. Quanto a Ló, não há menção de que Deus o tenha chamado, ele seguiu a Abraão. Muitos de nós caminhamos em nossa vida cristã ouvindo a Deus por tabela, ou seja, Deus fala com o irmão abençoado e nós seguimos o irmão. Não procuramos ouvir de Deus, é mais cômodo seguir o líder, o profeta ou o irmãozinho mais experiente. Não estou dizendo que não devemos ouvir de Deus através de nossos líderes, mas os líderes deveriam apenas confirmar aquilo que Deus já tenha falado conosco. O crente vitorioso é aquele que aprendeu a ouvir de Deus e a seguir as suas direções. O derrotado segue o líder, a multidão, a onda, a moda. Evidentemente, eu creio em profecia, mas não creio que um crente deva ir atrás de um profeta para ouvir de Deus. Se agimos assim, estamos apenas espiritualizando o antigo costume de procurar adivinhos e cartomantes. Se Deus quer falar com você através de um profeta, Ele vai mandá-lo até a sua casa. E caso isso aconteça, o profeta vai apenas confirmar algo que Deus já falou no seu íntimo. 2. Abraão andou por fé; Ló andou por vista Gênesis 13.1-10 diz que houve problemas entre os pastores de gado de Abraão e os de Ló. Ambos eram muito ricos e o pasto era pequeno para tanto gado. Abrão propõe a Ló dizendo: “Pode escolher para onde você quer ir, se for para a direita, irei para a esquerda, e vice-versa”. Ló não foi ouvir de Deus, não foi buscar orientação sobre a melhor direção, preferiu confiar no seu bom senso. Olhou para as campinas verdejantes de um lado e a terra esturricada de seca do outro. Qual você acha que ele escolheu? Aquilo que pareceu melhor do ponto de vista natural. Isso é andar por vista sem depender de Deus. Não podemos condená-lo por sua escolha. Muitos de nós temos tomado decisões simplesmente olhando o campo mais verde. Ser crente não é ser bobo e inconsequente, sempre escolhendo a pior opção, mas os espertinhos não são mais fiéis por causa de sua esperteza. Tenha cuidado para não seguir sua visão natural. Mesmo que as circunstâncias pareçam óbvias, é preciso orar. Mesmo que pareça completa estupidez não fazer aquele negócio lucrativo, é preciso ouvir de Deus. Não confie na sua capacidade, não confie no natural, não confie na lógica humana. Ló andou por vista, e o resultado desse andar é que ele foi parar em Sodoma. Não de uma vez, mas aos poucos. Gênesis 13.12 diz que ele foi armando tendas até ir morar em Sodoma. Tomamos uma decisão aparentemente inteligente hoje, uma mais esperta amanhã e aos poucos estamos direcionando nossas vidas para Sodoma. O resultado de confiar na força e no entendimento próprio é o pecado de Sodoma. Um grande problema do cristianismo em nossos dias é transformar a vida cristã numa questão meramente moral. Deus não quer fazer de nós homens bons simplesmente, Ele quer fazer de nós homens que tragam a sua natureza divina dentro de si. Não é uma questão de certo e de errado, mas de saber qual é a vontade de Deus. Diante de uma situação, podemos avaliar e concluir que não é pecado, não é crime, não é antiético, e ainda assim estarmos errados por não ser da vontade de Deus. O entendimento próprio é um grande empecilho a uma vida de vitória. Não podemos ter vitória confiando unicamente em nosso bom senso e inteligência. 3. Abraão habitou em tendas; Ló, na cidade de Sodoma Talvez, em um certo momento, Ló tenha pensado consigo: “Porque morar em tendas com uma cidade tão confortável aqui tão perto? Isso não é lógico. Na cidade, eu tenho mais proteção, conforto e diversão. O que há de errado em morar em uma cidade?” O entendimento próprio é carne, e o que nasce da carne nunca pode virar algo do espírito. O problema é que, naqueles dias, habitar em tendas fazia parte do mover de Deus, da contracultura do sistema vigente, da disposição de agradar a Deus. Nada de errado, criminoso ou antiético morar, em Sodoma, mas estava fora da vontade e do mover de Deus. Porque Abraão habitava em tendas? Hebreus 11.9-10 nos dá a resposta: “Pela fé, Abraão peregrinou na terra da promessa, [...] habitando em tendas [...] porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e fundador”. A atitude de Abraão de morar em tendas era profética, indicava sua fé e esperança em Deus e também era a forma de não se contaminar com o mundo naqueles dias. Recentemente, a arqueologia descobriu que, naqueles dias, cada cidade era consagrada a um deus e os seus habitantes eram obrigados a adorá-lo. Talvez seja esse o motivo pelo qual os patriarcas habitavam em tendas, era uma forma de testemunhar de Deus e rejeitar a idolatria. Se desejamos ser crentes vencedores, precisamos, como Abraão, estar em harmonia com o mover de Deus em nossos dias, mesmo que pareça algo ilógico para os padrões do mundo. 4. Ló foi levado cativo; Abraão teve de libertá-lo No capítulo 14, vemos ló envolvido em uma guerra e sendo levado cativo. Isso faz com que Abraão tenha de se envolver para libertar o sobrinho. O crente carnal sempre dá trabalho aos espirituais. Os espirituais têm problemas, mas os carnais são um problema ambulante. Tudo aconteceu porque Ló estava no lugar errado na hora errada. O entendimento próprio nos leva para fora da vontade de Deus e, nessas circunstâncias, podemos sofrer perdas desnecessárias. O mais interessante é que não vemos Ló agradecendo a Abraão como fazem os outros reis ímpios. E o pior, Ló volta a morar em Sodoma. Aquela situação não serviu como advertência para ele, estava acostumado com o pecado da cidade. 5. Deus falou com Abraão; Ló não conheceu o mover de Deus No capítulo 18, Deus resolve destruir Sodoma, e qual a sua atitude em relação a Abraão? Em 18.17, Deus disse: “Ocultarei a Abraão o que estou para fazer?” Antes de Deus agir, Ele compartilha os seus planos, mas com quem? Somente com o crente espiritual. Deus não fará coisa alguma sem antes revelar os seus planos aos seus servos (Am 3.7). Mas enquanto Abraão compartilhava do coração de Deus, Ló estava completamente alheio e não se diz que Deus tenha compartilhado seus planos com ele. Deus tem agido, mas quantos percebem o mover do seu braço em nossos dias? Há uma intensa agitação no mundo espiritual, mas muitos de nós dormimos tranquilamente como Ló em Sodoma à beira da destruição. 6. Ló foi salvo pela intercessão de Abraão No capítulo 19.16, lemos que Ló foi como que arrastado de dentro de Sodoma. Mesmo depois de ouvir o que Deus faria, demorou em obedecer a Deus. Muitos crentes também são assim, tardios em obedecer a Deus. Ló foi salvo da destruição, mas qual o testemunho que se pode dar a seu respeito? Quase nenhum. O mais interessante é que, em Gênesis 19.29, lemos que, quando Deus ia destruir Sodoma, Ele se lembrou de Abraão e salvou Ló. Que coisa impressionante! Salvo pela intercessão do homem espiritual. Deus salvou Ló por causa de Abraão. 7. Abraão gerou Isaque, Ló gerou a Amon e Moabe No fim da vida desses dois homens, vemos os frutos finais. Abraão gerou Isaque, que simboliza Cristo e o propósito final de Deus para a sua vida. O alvo de Deus é que, ao final, cada um de nós expresse a Cristo em nossas vidas para que o mundo veja. Isaque aponta também para o fruto do Espírito. Por outro lado, em Gênesis 19.30-38, lemos que Ló gerou a Amon e Moabe. Dispensa comentários a forma como Ló gerou os seus filhos, por meio de um incesto com as suas próprias filhas. Mais importante é o fato de que tanto a Amon quanto a Moabe era vedado o direito de fazerem parte da congregação de Israel (leia Deuteronômio 23.3). Foram inimigos do povo de Deus por todos os seus dias. Apontam para o fruto da carne, podre e vergonhoso. Que fim melancólico para um servo de Deus! Todos temos diante de nós dois caminhos: o da carne e o do Espírito. A carne é derrota, o Espírito é vitória. Ouço alguns dizerem entre nós: "Já sou justo pela fé, não preciso me preocupar com coisa alguma". Não tenho dúvida de que você é um justo, mas você é um justo como Abraão ou um justo como Ló? Minha oração é para que você seja um vencedor como Abraão. Perguntas para compartilhar: - Quais têm sido os empecilhos em sua caminhada cristã que o tem impedido de alcançar a vitória? - Você tem buscado discernir a voz de Deus? De que maneira? - Tem sido como Ló ou como Abraão?