O Concerto Europeu no Século XIX IERI – 2012 Profa. Danielly S. Ramos Becard Sistema Europeu se afasta da extremidade imperial. Aproximação da extremidade da escala onde se situam as independências IMPERIALISMO>>>>>>>>>>>>INDEPENDÊNCIAS Mudanças nas estruturas sociais da Europa Ocidental e Central. Alteração permanente nas idéias dos homens sobre o que era desejável e atingível Características do Sistema - Sistema Europeu situa-se mais ou menos eqüidistante do sistema napoleônico e daquele do século XVIII no espectro. IMPERIALISMO >>HEGEMONIA COLETIVA<<INDEPENDÊNCIAS Posição da Áustria - Restauração da Áustria após derrota de Napoleão na Rússia. Metternich como arquiteto da política austríaca. Equilíbrio pensado somente em termos europeus e otomanos. Posição da Grã-Bretanha – desenvolvimentos industrial e financeiro reforçados. Preparados para se oporem individualmente a qualquer potência. Domínio de possessões ultramarinas. Interesses para além da Europa, incluindo Américas e Oceano Índico. Potência dominante nas extensões ultramarinas da Europa. Necessidade de equilíbrio e paz na própria Europa. Posição da Rússia – interessada na expansão fora da área do que havia sido a cristandade latina (Império Otomano e Oriente). Opção pela estabilidade a oeste do império russo. Acordo entre Rússia e Grã-Bretanha – suas políticas no âmbito da grande republique exigiam limitações que não se aplicavam fora dela. Objetivos comuns – restabelecer a Áustria e a Prússia como grandes potências independentes nominalmente iguais a eles próprios e também dar a mesma posição para a França Bourbon restaurada. Era necessária uma Europa estável e equilibrada. Respeito à ordem e tranqüilidade no interior do sistema internacional. Busca do equilíbrio de poder entre os cinco grandes países. Não interferência nos assuntos internos uns dos outros, de forma a evitar a eclosão de revoluções, consideradas fontes de instabilidade no sistema internacional. Declaração de intenção de manter união íntima de consultas regulares para a preservação da paz com base no respeito dos tratados. Hegemonia difusa – potências concordam em agir juntas. Nenhuma concordaria em que outra exercesse sozinha a sua hegemonia. Harmonia orquestraria um concerto da Europa. Interesses divergentes – arranjos territoriais não eram considerados imutáveis. A raison de système não excluía conflitos de interesses. Princípios conflitantes – comprometimento britânico e francês para com o liberalismo e a constitucionalidade. Três monarquias da Europa Oriental (Áustria, Prússia e Rússia) apoiavam autoridade absoluta. Conciliação – divergências de interesses e princípios não deveriam prejudicar as vantagens que todas as cinco potências extraíam da manutenção de uma sociedade internacional ordeira. Os demais países da Europa – desrespeito ao princípio anti-hegemônico vigente desde Vestfália. Prejuízo para interesses dos soberanos menores. Apesar de todos os Estados serem considerados juridicamente iguais, não possuíam representação na instituição internacional informal mas decisiva da nova sociedade. Autoridade difusa – não era praticável coalizão anti-hegemônica contra cinco potências. Cinco potências possuíam três quartos da população da sociedade européia de Estados e três quartos do poder efetivo, possibilitando acordo de regras e sua legitimação na sociedade. Estados europeus menores não davam seu consentimento, embora aquiescessem. Hegemonia coletiva / difusa – grandes potências mantiveram controle sobre a quarta parte fragmentada da sociedade européia fora de sua administração. Desacordos entre cinco potências – por questões administrativas mais do que conflitos de interesse. Solidariedade de fins – riscos internacionais comuns. Não temiam uns aos outros. Liderança – Metternich, da Áustria. Sentido de raison de système – Meu país é a Europa inteira. Período de reação – instabilidade ligada ao nacionalismo e à democracia populares e à necessidade de manutenção do status quo. Ajustes na Europa – Independência do Reino da Bélgica. Governos liberais instalados na Espanha e Portugal com intervenção das grandes potências. Ação fora da Europa – expansão russa e britânica, superpotências da época. Uso da força – Uso da força mediante acordo ou por aquiescência. “Sistema Europeu próximo à extremidade onde se situam as independências” Concerto em risco - divergência de interesses e princípios entre as cinco grandes potências. Preparação das potências para o uso da força – Nacionalismo popular em crescimento – descontentamento da classe média com o ‘sistema Metternich’ e com a legitimidade dinástica. Guerras - Breves e de pouca monta. Nova legitimidade – o direito dos ‘povos’ a determinar por si mesmos a que Estado deveriam pertencer, e como tal Estado deveria ser governado. Nacionalismo, democracia e interesse popular influenciam no funcionamento do sistema europeu de Estados. Demos – vontade geral / do povo. Democracia – Demos deveria governar, ou pelo menos eleger seus governantes. Legitimidade – mais do que consentimento dos governados, significava periódico exercício da escolha livre por parte do demos. Estado – expressão constitucional e política de suas nações, mais do que meramente como os statos institucionalizados de uma família de príncipes. Composto por um único povo, com um único caráter nacional. Nacionalidade – questão lingüística e cultural. Pertencimento a um demos nacional poderia ser fruto de escolha individual. Nação – entidade soberana e com direito de agir como lhe aprouvesse. A nação deve ter seu próprio Estado independente. Modificações – Clube de soberanos deveria ser transformado em Família de nações independentes.. Ameaça ao equilíbrio europeu – Panitalianismo. Pan-eslavismo (Rússia e outros povos eslavos). Pangermanismo. Contestação da ordem estabelecida. Povo alemão – mais numeroso e em rápido desenvolvimento. Aversão para com sua competência. Posição central no continente. Posição hegemônica. Objetivo dos nacionalistas e liberais – enfraquecer Império Austríaco Habsburgo, multinacional e absolutista. Napoleão III – defensor das aspirações nacionais. Ausência de plano alternativo para o ordenamento da grande republique. Intervenção militar contra a Áustria para unificar a Itália num Estado Nacional. Prússia – desconfiança com relação ao nacionalismo popular alemão que objetivava desestabilizar as monarquias prussiana e austríaca e criar um novo Superestado. Áustria – aliança com a nova Alemanha. Novos Estados – Alemanha e Itália adotam muitas características ocidentais, especialmente a monarquia constitucional. Coroa simbolizava a nação soberana e dividia poder político com seus súditos-cidadãos. Recursos à força – nacionalistas e democráticos, inspirados pela classe média e dirigidos contra governantes que queriam atrelar e controlar as emoções dessa classe. Características do Sistema – afrouxamento. Estados membros menos conscientes da raison de système. O Concerto continua, porém, a funcionar, frente ao perigo do exercício irresponsável da vontade. Administração equilibrada - Busca de soluções de compromisso aceitáveis para os cinco grandes Estados e outros diretamente envolvidos. Rússia em defesa da monarquia austríaca. Grã-Bretanha e Rússia com menos controle sobre o sistema do que em 1815. Desenvolvimento econômico, político e técnico da França, Inglaterra, Alemanha, as quais ficam à frente da Rússia. Período de paz, sucesso e prosperidade. Equilíbrio instável – Surgimento do novo estado alemão, potência mais forte do continente europeu. Ordem através do controle de Bismarck. Aumento de pressão na Europa – revolução industrial e nacionalismo popular. Expansão econômica e territorial para fora da Europa, longe das pressões do centro. Administração da competição por meio de acordos. Alemanha depois de Bismarck – comportamento nacionalista e afirmativa, negligenciando relações com a Rússia e Grã-Bretanha. Perda de Elasticidade do Concerto – Hegemonia, equilíbrio do poder, rivalidades nacionalistas, capacidade industrial crescente. Liberdade limitada - Estados com liberdade de ação limitada, tanto interna quanto externamente. Liberdade limitada por acordos, alianças e pela hegemonia. Aceitação da Ordem – ordem para aumentar independência e poder dos Estados. Promoção da ordem – estabelecimento de acordos e regras gerais voluntários transformam sistema em sociedade. Sistema dominado pelas independências IERI – 2012 Liberdade na América com exemplo europeu – legitimidade das independências múltiplas na Europa inspirava assentados europeus nas Américas. Vontade de cuidar de seus próprios interesses como membros independentes da sociedade européia. Estados Unidos como nova potência – potência do sistema internacional mundial em 1900. Responsabilidade compartilhada com a Grã-Bretanha de assegurar posição especial das Américas. Independência na América Latina - Apoio da Grã-Bretanha à independência e abertura das portas para a economia inglesa. Independência na América como contrapeso para tendências reacionárias (autoritárias) da Santa Aliança. Ampliação da Sociedade internacional com inclusão de latinoamericanos – vinte países latino-americanos independentes. Possibilidade de manter o hemisfério ocidental isolado do colonialismo e da política de poder europeus. Direcionamento da expansão européia para o Oriente. Estado-nação na América – adesão de cidadãos com mentalidade semelhante por meio de ato de escolha individual e voluntário. Baixo poder dos novos membros da Sociedade Internacional – novos estados americanos com pouco ou nenhum papel na política européia. Elo de ligação entre antigos e novos membros – Estados criados segundo modelo europeu, habitados ou dominados por povos de cultura e descendência européia. Hegemonia coletiva no mundo – responsabilidade coletiva na Ásia e África através da expansão européia. Poder de encantamento da tecnologia européia Venda de bens e uso da superioridade para europeizar e modernizar o mundo não europeu. Presença européia no Império Otomano – desacordo entre europeus sobre forma de trazer progresso à área otomana. Rússia e Áustria – fim do governo otomano como oportunidade e obrigação de expandir sua autoridade imperial. Posição da Grã-Bretanha e da França ambivalente. Indiferença da Prússia. Império Otomano não era considerado europeu. Equilíbrio de poder entre potências européias – ajustes necessários entre os grandes para o exercício do poder. Expansão da Rússia pela Sibéria e Ásia Central. Expansão britânica para a Ásia ao longo das rotas marítimas. Posição da Grã-Bretanha – ligação marítima tênue. Assentamento possível em algumas localidades. Ausência de tentativa de assimilação de súditos asiáticos e africanos. Apenas elite seria educada e treinada. Dependências tornaram-se mais autônomas com o tempo. Regras e instituições com caráter prático e regulatório – concebidas para dar ordem e previsibilidade ao sistema composto por Estados de diferentes culturas. (Europa e Império Otomano). Grande Republique, mas européia – somente para Estados europeus. Presença na África – Estabelecimento de acordos de partição no Congresso de Berlim de 1884. Presença na China – 1900 – todas as grandes potências da Europa presentes na intervenção coletiva, em nome da comunidade internacional (semelhança com intervenções da ONU). Hegemonia difusa das grandes potências agindo juntas para realizar o que nenhuma delas confiaria nas outras ao ponto de deixá-las realizar sozinhas. Segurança comercial como objetivo das potências – aumentar segurança para comércio. Facilitar aquisição de matérias-primas e produtos tropicais para economias desenvolvidas. Funcionamento do Sistema Internacional – insistência no cumprimento de regras normativas e respeito por instituições desenvolvidas com base na matriz de cultura européia. Ampliação do Sistema Internacional e Posição dos Europeus – submissão do mundo inteiro ao conjunto de relações econômicas e estratégicas europeu. Imperialismo cultural – imposição de regras, valores e códigos éticos. Imposição de padrão de civilização europeu. Membros para a sociedade, mas não para a grande republique. Observação de regras econômicas e práticas comerciais européias. Custos para as sociedades não européias – reivindicação de tratamento igualitário e de voz ativa para não europeus. Relaxamento do Concerto Europeu – a partir do início do século XX. Nacionalismo, democracia e importância dos membros não europeus separam Estados-nações europeus. Interdependência na Sociedade Mundial – Integração econômica através do jogo livre dos mercados cada vez mais mundiais em sua abrangência. Estados Unidos, Japão e novos países latinoamericanos – recusa de alianças criadoras de vínculos complexos e envolvimento nos assuntos europeus. Passagem do Sistema Europeu para o Sistema global IERI – 2012 Passagem do Sistema Europeu para o Sistema global movimento natural, gradual e constante, sem linha divisória revolucionária. Presença européia no mundo desde o século XVI (América, Império Otomano, Ásia, África). Composição da Sociedade Mundial Minoria da população é européia. Regras e instituições são herdadas da Europa. Partilha de poder e dominação entre Europa, EUA e Japão. (Oceano Pacífico). Interesses e pressões são globais (e não mais europeus). 1ª - Destruição da sociedade européia de Estados (após 1 GM) 2ª - Intervalo entre 1GM e 2GM – Vigência do Acordo de Versalhes e da Liga das Nações. 3ª - Reorganização do sistema global e da nova sociedade internacional pós 2ª GM. 4ª – Descolonização Incapacidade de ajuste ao crescimento do poder alemão (capacidade industrial e militar, com população mais numerosa, afora a russa, e superior em matéria de educação e habilidades). Passagem do concerto elástico a uma confrontação rígida entre dois blocos rivais (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália, novos Estadosnações oriundos da cristandade latina x França e Rússia, duas potências insatisfeitas). Novo balanço de poder na Europa Movimentos - repulsa e aproximação perante a nova potência. Falta de espaço para Alemanha dentro da Europa – Nova potência atrelada ao centro da Europa. Alemães limitados do ponto de vista espacial – um povo sem espaço. Busca de Espaço para Alemanha fora da Europa – pressão dos alemães sobre outras potências para que criem espaços para absorver as energias do novo Reich. Conquistas alemãs – posição dominante no decadente Império Otomano (contra interesses russos e britânicos). Colonialismo ultramarino (contra britânicos e franceses). Questão hegemônica No momento em que o poder alemão estava crescendo, a idéia da hegemonia na Europa era menos aceitável que no passado. Aumento do conflito entre Estados como conseqüência do movimento de ajuste na nova balança de poder. Formação de coalizão (entente / entendimento) França, Rússia e Grã-Bretanha (coalizão antihegemônica). Fim do concerto europeu Não se podiam mais negociar com freqüência meios-termos mutuamente toleráveis. Possibilidade de guerra havia perdido seus terrores. Instabilidade - modernização e ocidentalização do Japão geram dinamismo expansionista (e instabilidade) semelhante ao da Alemanha na Europa. Busca de espaço para Japão na Ásia – atitudes imperialistas européia influenciam Japão. Aliança com britânicos permite expansão japonesa na Manchúria (expulsão russa) e na China Setentrional. Europeus na Ásia - desmoronamento da autoridade do governo chinês e da política britânica de porta aberta para o comércio. Criação de protetorados de potências imperiais individuais na China. Oposição dos EUA à expansão japonesa. Expansão mundial da sociedade européia - não permite inclusão adequada das duas novas potências: Japão e Alemanha. Características da Iª. Guerra Mundial Guerra européia, lutada por razões européias, alimentada por paixões européias. Hegemonia - Natureza genuinamente anti-hegemônica da guerra na Europa. Demonstração de força dos EUA – peso decisivo na dominação alemã. Sistema Europeu - Destruição definitiva do sistema europeu de Estados. Acordo de Versalhes – Alcance global - Primeiro ato constituinte de auto-regulação global da sociedade global. Autoria da pequena sociedade européia - Ausência da Rússia e da Alemanha. Busca de ordem e paz - Objetivo de produzir acerto para a Europa. Gerar regras e instituições para manter ordem e evitar guerra na sociedade global Não conseguiu nem manter a ordem, nem evitar a guerra. Santa aliança de potências vitoriosas e virtuosas determinadas a tornar o mundo seguro para a democracia. Falta de elasticidade – renúncia ao conceito de equilíbrio de poder. A favor da idéia mais rígida da segurança coletiva. Fronteiras frágeis – Mecanismos rígidos para restabelecimento de fronteiras. Impossibilidade de mudanças – regras rígidas impossibilitam mudanças / ajustes no sistema. Manutenção do status quo – interesse das potências vencedoras em manter status quo e evitar mudanças. Precipitação da Revolução Russa. – impacto negativo sobre sociedade de Estados. Rússia permaneceu como membro formador do sistema de Estados, mas retirou-se para dentro de si mesma, permanecendo fora da sociedade internacional de Estados. Manutenção da tradição européia – criação de obrigações de acordo com tradição européia. Clube dos cinco - Perpetuação da prática de ‘cinco grandes potências’ Manutenção das regras - Incorporação de regras e práticas desenvolvidas na grande republique européia (direito internacional, diplomacia, respeito à soberania, igualdade jurídica dos Estados, reconhecidos como membros independentes da sociedade). Imperialismo – manutenção de estruturas imperiais de Estados dependentes controladas pelos vencedores e por alguns países neutros. Nova regra – declaração da guerra como ‘fora da lei’. Necessidade de se desviar dos riscos das independências múltiplas não controladas. Máquina superior de controle – Liga de Estados deve evitar perturbações da paz. Grandes potências ditam regras e promovem seu cumprimento através de instituições comuns. Princípio básico – legitimidade anti-hegemônica. Aceitação de disposições relativas à segurança coletiva impostas pelas grandes potências ocidentais vencedoras. IERI – 2012 Período de Ordem e Autoridade 1945-1985 – Período de mais ordem e autoridade. Novos líderes do Sistema - Fim da capacidade dos Europeus de controlar o Sistema Internacional. O lugar central dos EUA e a URSS no Sistema Internacional. Novas pressões - 1ª questão – Como reagir às novas pressões internacionais? Novas regras - 2ª questão – Quais eram as novas regras e instituições da Sociedade Internacional. Dois pólos - Reorganização do poder no sistema global em torno de dois pólos opostos: URSS e EUA. A Divisão da Sociedade Internacional - Duas potências geraram centros em torno dos quais se desenvolveram sociedades muito separadas, estrategicamente presas uma contra a outra e isoladas pela geografia e pela ideologia. Influência européia - Dois centros de origem européia, mas situados fora da Europa. Regras e práticas do período anterior deveriam permanecer temporariamente em vigor, com pequenas modificações. Criação da ONU – influência do passado. Instituição internacional serve de congresso diplomático permanente. Liga das nações como modelo. Reprodução da fórmula baseada na experiência do Concerto Europeu. Objetivos da ONU – universalidade, mais que a eficácia. Mecanismo de inclusão na Sociedade Internacional. Votos de natureza consultiva. ONU e Poder de veto – exigência de acordo entre grandes potências. Válvula de segurança, diminuindo tensão dentro da instituição. Críticas à ONU – inadequada para resolver problemas entre grandes potências. Poder de veto inaceitável para países que não podem exercê-lo. ONU na prática – mais do que concerto entre grandes potências, serviu ao interesse de potências menores. Organização do sistema - Fim da hegemonia difusa de da anarquia de independências múltiplas. Perfil dos EUA – metade da indústria mundial, único detentor da bomba atômica, ainda com traços de isolacionismo. Regras dos EUA para o Sistema – democracia, império da lei, descolonização, abertura para empresas norte-americanas. Objetivos da URSS – expansão e defesa de seu império. Esperava, por meio da influência de partidos comunistas, estabelecer hegemonia sobre a Europa ocidental e sobre partes da Ásia, bloqueando tendências hostis. Objetivo dos EUA – estabelecimento de política de contenção contra URSS. Conceito – luta global, porém contida, marcada dos dois lados por estratégia defensiva e por competição pela lealdade ou pela simpatia das pessoas no mundo inteiro. As armas nucleares - efeito de dissuasão. Opção por conflitos de baixa intensidade e por operações de guerrilha, que não perturbavam o curso da civilização. Autoridade soviética – recurso às doutrinas do marxismo-leninismo, que eram autoritárias, moscou-cêntricas e universalistas. Hegemonia norte-americana – mais relaxada, permitindo a outros Estados maior liberdade de ação. Formação de cadeia de alianças. Hegemonia ao mesmo tempo negociada e imposta. Reação anti-hegemônica – França, Grã-Bretanha, Alemanha e adaptação aos padrões de poder. A Sociedade Internacional – estrutura comum de direito internacional, de representação diplomática e de outras regras e instituições comuns, herdadas da sociedade européia. Continuação da legitimidade teórica das soberanias múltiplas absolutas. Moderação – idéia de entendimento amplo através do controle da corrida armamentista. Continuação do processo de desintegração da dominância européia. Desobrigação européia quanto ao bem-estar dos povos dependentes. Conceito de tutela e abertura para o fim da colonização. Autodeterminação substitui imperialismo como doutrina da moda. Aquisição de colônias vista como ilegítima. Criação de sistema de mandatos – responsabilização internacional das potências mandatárias, que tinham que submeter relatórios anuais sobre como estavam se desempenhando em sua “missão de civilização”. Disseminação do conceito de descolonização. Imperialismo – exploração econômica racista. Inclusão dos novos membros – assimilação de súditos em seus impérios ultramarinos para torná-los cidadãos franceses, portugueses ou britânicos. EUA e URSS – incentivo / pressão à descolonização. Possibilidade de expansão das novas potências. Perfil dos novos membros da sociedade internacional – Heterogêneo. Capacidade de independência. Mistura das culturas e tradições. Vontade de estar livres e de evitar tornar-se Estados clientes das superpotências imperiais. O Não - alinhamento – criação do grupo face a profundos ressentimentos contra superioridade racial e cultural presumida pelos “homens brancos”. Descolonização – movimento em direção às independências múltiplas. Igualdade entre todos os Estados soberanos. Aceitação de arranjos internacionais para mitigar pobreza e dificuldades administrativas. Estabilidade – traço marcante do sistema internacional (40 anos), garantida pelo controle hegemônico e domínio exercido pelas duas potências, junto com o equilíbrio do terror nuclear. Policentrismo – enfraquecimento das duas potências e recuperação das potências menores. Integração – força das redes econômicas. IERI – 2012 Interesses e pressões comuns - Continuação de rede mundial de interesses e pressões integrando o planeta em um único sistema, organizado por uma única sociedade. Diminuição do controle europeu - Natureza global do sistema, de características européias, continua. Integração do mundo aumenta – avanço tecnológico, novos padrões de pressão e interesse. Ausência de quadro cultural dominante – Estados não se sentem ligados por valores e códigos de conduta derivados da Europa. Persistência de organização e conceitos europeus – não houve ruptura radical com o passado. Aumento de Estados soberanos – aumento do número de países soberanos independentes e juridicamente iguais. Valorização da Independência – colocação do uso da força fora da lei (inibição da tendência de impor vontade dos fortes). Países Não alinhamento – valorização da independência externa e interna. Ex-colônias – países politicamente, mas não economicamente independentes. Membros da Sociedade Internacional – dependência dos benefícios que a SI proporciona aos Estados pequenos e pobres. Herança européia – atitudes de elites governantes ocidentalizadas de antigos Estados dependentes refletem aquelas dos liberais da Europa. Imposição de modelo europeu – membros de outras culturas consideram modelo ocidental de Estado pouco adequado ou conveniente para suas sociedades. Status reconhecido – independência readquirida é simbolizada pela participação nas instituições da sociedade internacional. Países trocam representantes diplomáticos e são aceitos como membros da ONU. Participação aceita – possibilidade de participar da reformulação das regras e das instituições da ONU e proclamar valores da sociedade internacional mundial. Apoio internacional – agências da ONU disponibilizam conhecimentos técnicos de Estados mais desenvolvidos para os mais fracos sem amarras políticas. Papel da ONU – voz da comunidade mundial. Princípio internacional – Direito legítimo de todos os Estados de escolher sua própria forma de governo, livres de interferência externa. Reconhece-se a responsabilidade dos fortes de proteger os fracos. Persistência da hegemonia – países fortes continuam a determinar regras para condução das RI (inclusive no campo econômico). Proteção e assistência utilizadas como moedas em troca de comportamentos aceitáveis. Principais centros de poder no sistema do século XX – EUA, Rússia, Alemanha e Japão. URSS e EUA nos Anos 1980 – fracasso do marxismo-leninismo e desintegração da URSS. EUA em posição de liderança ou hegemonia exclusiva. União Européia – integração como forma de aumentar força econômica e política. Organização Internacional – obtenção de mais autoridade e ordem no SI. Estruturas de aliança – indefinição sobre funções das novas estruturas de alianças. Formação de novo concerto de potências mundiais – Rússia, Europa Ocidental (Alemanha na liderança), Japão, China e EUA. Novas normas – prática baseada no acordo e na aquiescência, sob liderança relutante dos EUA. Papel da ONU – patrocínio de forças de manutenção da paz. Novas práticas e instituições - Integração econômica exige novas práticas e instituições internacionais. Papel das grandes potências – diretoria administra e mantém integrado o sistema internacional. Fontes de suprimento – busca de concentração de conhecimentos e habilidades tecnológicas numa pequena área, de suprimentos de alimentos, matérias-primas e mercados. Raison de sistème econômica – necessidade de orientar e alimentar o desenvolvimento econômico ordenado no mundo inteiro de forma proporcional à capacidade dos principais Estados. Instrumentos do sistema econômico internacional – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD / Banco Mundial; Fundo Monetário Internacional – FMI. Países da Ásia-Pacífico – atingimento de níveis políticos e econômicos das sociedades mais desenvolvidas e recuperação de posições no âmbito econômico. G7 / Hegemonia econômica difusa – Fórum de discussão e coordenação econômica das principais potências mundiais. Coordenação econômica – peso dos países ligado à contribuição econômica (diálogo econômico vinculado ao poder dos Estados envolvidos). Coalizão anti-hegemônica – Terceiro Mundo e coordenação de políticas da maioria mais fraca. Busca de independência e segurança econômica coletiva (assistência, investimentos e mercados de exportação). Diálogo Norte-Sul e Hegemonia – Imposição de normas externas que regulam serviço da dívida, política cambial, comércio exterior e normas para administração de suas economias externas aceitáveis para os doadores. As pressões do sistema mais estrito – mercado global e velocidade das comunicações. Os novos agrupamentos – confederações regionais refletem afinidades culturais, proximidade geográfica e complementaridade econômica. A Soberania estatal – liberdades de ação interna e externa ligadas a Estados independentes não estão unidas num todo monolítico. Liberdade simbólica mantida. Cultura dominante – normas éticas colocadas por líderes ocidentais e não ocidentais derivam de valores ocidentais. Tecnologia e contato contínuo criam nova cultura moderna global, que determina o estilo de vida e valores de praticamente todos os estadistas de elite que tomam decisões internacionais. Reafirmação regional de normas híbridas. Integração econômica internacional e agrupamentos regionais – menor independência para os países. Busca de princípios, interesses e valores comuns, assim como regras regulatórias. Normas éticas e códigos de conduta que vão além do quadro cultural de cada um como contrapeso aos valores ocidentais. Independências múltiplas Fontes reais de autoridade hegemônica Sistema integrado por pressões tecnológicas e de comunicação. Instituições e legitimidade herdadas da Europa Aceitação de arranjos hegemônicos e factíveis, tacitamente aceitos pela maioria. Sociedade global e multicultural, que ainda não encontrou uma forma que se ajuste adequadamente às realidades do sistema.