DINÂMICA DE MONTAGEM SOBRE ÁCIDOS NUCLEICOS PARA O ENSINO DE GENÉTICA Marcela Moraes de Oliveira1, Maressa Albuquerque Cortelete1, João Ricardo de Almeida Ferreira1, Samira Polegario de Oliveira1, Lucas Mendes Barreto1, Jheniffer Abeldt Christ 1, Érika Aparecida Silva de Freitas², Carolina Demetrio Ferreira³ 1 Graduando em Ciências Biológicas Licenciatura, Universidade Federal do Espírito Santo/Departamento de Biologia/ Alto Universitário S/N – Caixa postal 16, CEP: 29500-000 Alegre-ES, Brasil/ [email protected] ²Secretaria do estado da Educação, EEEFM Aristeu Aguiar, Rua Dr. Wanderley S/N, [email protected] ³Universidade Federal do Espírito Santo/Departamento de Biologia/ Alto Universitário S/N – Caixa postal 16 CEP: 29500-000 Alegre-ES, Brasil/ [email protected] Resumo- O ensino de genética é de extrema importância para a formação dos alunos no ensino médio, porém vem enfrentando muitas dificuldades. Além de ser considerada uma disciplina complexa, o seu ensino tem sido feito apenas através da memorização, o que por muitas vezes, acaba levando a certo desinteresse por parte dos alunos. A dinâmica de montagem sobre ácidos nucléicos foi uma forma lúdica de aprendizagem encontrada para poder despertar maior interesse pela genética e desenvolver melhor aprendizagem dos alunos. Os alunos do primeiro ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Aristeu Aguiar desenvolveram a dinâmica de ácidos nucleicos, a fim de se testar a eficiência deste método de ensino no processo de ensino aprendizagem. Palavras-chave: abstrato, dinâmica, aprendizagem, dificuldade, genética. Área do Conhecimento: Biologia Introdução O ensino de genética deve propiciar aos alunos o desenvolvimento do pensamento crítico e a capacidade de se posicionar e opinar sobre temas polêmicos como clonagem, transgênicos e reprodução assistida,bem como permitir que o aluno aplique os conhecimentos adquiridos no cotidiano e entenda os princípios básicos que norteiam a hereditariedade para que saibam como são transmitidas as características, compreendendo melhor a biodiversidade.(AGAMME, 2010,p.8). Sobretudo no Ensino Médio, quando o indivíduo está prestes a concluir uma etapa consideravelmente relevante de sua vida na educação básica, é muito importante que haja uma construção do conhecimento de qualidade e, sobretudo, proporcionando uma fundamentação teórico-prática mais consistente. É nesse momento escolar do ensino que os alunos terão uma estruturação preparatória para prosseguir na convivência em sociedade, especialmente no que se refere à sequência dos estudos, de forma que o embasamento construído ao longo do processo de ensino possibilite o pleno aprendizado dos principais fundamentos de Genética, e, atualmente, pode-se incluir a Biologia Molecular, pelos discentes (BRASIL, 2000,apud MELO; CARMO,2009). Na atualidade é perceptível,em salas de aula,que os conteúdos, quando apresentados de forma totalmente abstrata, extrapolam os limites da maturidade cognitiva dos estudantes dessas etapas de escolaridade, principalmente os relativos a conteúdos bioquímicos e processos moleculares relativos à nova ciência, principalmente no ensino fundamental, e escapam à compreensão dos adolescentes, no ensino médio.(PAULINO, 2005, apud BARBOSA;COSTA, 2011, p.6). Entre os grandes desafios que se coloca ao professor,um é o de ajudar o aluno a tonar-se consciente das estratégias de aprendizagem que usa para construir (reconstruir) conceitos, outro é o de propiciar situações de ensino que contemplem o uso dessas estratégias.[...] (LEWIS, 2000, apud PAIVA; MARTINS,p.14). No ensino fundamental e médio,para os alunos compreenderem a importância dos ácidos nucleicos no funcionamento da célula é de extrema relevância a criação e aplicação de XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XIII Encontro Latino Americano de Pós Graduação e III Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba 1 novas metodologias e recursos didáticos para auxiliar na prática docente. (LEWIS et al., 2000, apud BARBOSA; COSTA, 2011, p.6). O trabalho teve como objetivo,proporcionar uma aula prática através de uma dinâmica de montagem das estruturas de ácidos nucleicos,a fim de permirtir ao aluno melhor compreensão do conteúdo,além de estimular a um maior interesse pela disciplina de genética. aprendizagem dos alunos no que se refere à estrutura dos ácidos nucléicos, do que são formados e suas funções através das notas obtidas nas atividades que variaram entre 7,2 e 9,3 no total. Metodologia A dinâmica de montagem sobre ácidos nucleicos foi aplicada nas turmas de primeiro ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Aristeu Aguiar em Alegre–ES pelos alunos do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), sob a supervisão da professora da disciplina.Um roteiro da prática foi elaborado para ser seguido em laboratório. O procedimento da prática foi dividido em 3 etapas, sendo estas: 1-Os alunos se reuniram em oito grupos, onde cada grupo recebeu as partes que constituem o DNA e o RNA, que estavam desmontados. 2-Cada grupo montou uma molécula de DNA e outra de RNA, completando suas estruturas, encaixando corretamente com a outra estrutura correspondente e as suas ligações através dos fragmentos de barbante. 3- Cada aluno montou um esquema da molécula de DNA e RNA que confeccionaram no caderno. Para finalizar, logo após a realização da prática, os alunos responderam a um questionário sobre a atividade para avaliação da mesma. Figura 1. Alunos montando o modelo de DNA. Figura 2. Grupo organizando as peças. Resultados No inicio da dinâmica houve uma certa dificuldade por parte dos alunos para associar as estruturas de cada tipo de ácido nucleico, acredita-se que tal dificuldade se deu por ser uma forma nova de contato com o tema que até então era tão abstrato. Após a análise das estruturas de DNA e RNA prontas e das atividades realizadas, os alunos tiveram a visualização da estrutura da molécula e puderam ainda entender que a mesma era numa dimensão muitas vezes maior que a real. Em seguida a atividade, foram aplicados testes avaliativos e outras atividades para nota podendo perceber que a dinâmica foi de grande eficiência no processo de ensino Figura 3. Alunos no desenvolvimento da dinâmica utilizando o livro didático como base. XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XIII Encontro Latino Americano de Pós Graduação e III Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba 2 Figura 4. Modelo de DNA pronto. Discussão As atividades práticas são uma forma de trabalho do professor, e querer utilizá-las, ou não, é uma decisão pedagógica que não depende apenas da boa vontade do docente, seu preparo ou condições dadas pela escola. Os professores, ao decidirem como desenvolver suas aulas, realizam julgamentos pessoais sobre como devem agir, avaliando crenças, valores e conhecimentos adquiridos na formação e no exercício profissional. Se o professor valoriza as atividades práticas e acredita que elas são determinantes para a aprendizagem de Ciências, possivelmente buscará meios de desenvolvê-las na escola e de superar eventuais obstáculos. As atividades práticas permitem aprendizagens que a aula teórica, apenas, não permite, sendo compromisso do professor, e também da escola, dar esta oportunidade para a formação do aluno.[..] (ANDRADE; MASSABNI, 2011). Outro ponto fundamental é que, apesar de os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) enfatizarem a importância do ensino construtivista, aprendizagem centrada no aluno, desenvolvimento de capacidade de investigação, etc. e muitos professores saberem discursarem sobre, a maioria demonstra dificuldade para materializar tais noções em sala de aula (Cerri e Tomazello, 2008 apud FALA; CORREIA; PEREIRA, 2010, p.138). Portanto, é necessário elaborar propostas de aulas experimentais ou adaptar algumas metodologias já existentes, porém pouco utilizadas, que, além de causarem inquietações e reflexões, possam instigar os alunos e, principalmente, ampliar e/ou modificar suas explicações iniciais para os fatos e fenômenos que fazem parte do seu cotidiano. (FALA; CORREIA; PEREIRA, 2010, p.138). A genética é parte integrante da grade curricular do ensino médio e, no entanto, é lecionada na quase totalidade como aula expositiva, limitando-se ao conteúdo baseado apenas nos livros e apostilas. Em adição, em algumas situações, só se exploram exemplos distantes da realidade dos estudantes [...] fatos estes que, somados à dificuldade natural de compreensão de todo o processo que envolve a genética, contribuem para o desestímulo e perda de interesse por essa área do saber. (FALA; CORREIA; PEREIRA, 2010, p.138). As aulas práticas podem ajudar no desenvolvimento de conceitos científicos, além de permitir que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos (LUNETTA, 1991 apud LEITE; SILVA; VAZ, p.3). Conclusão A atividade repercutiu em resultados positivos, mesmo que não imediatos, foram observados ao longo do desenvolvimento da disciplina. Notou-se que as avaliações e atividades desenvolvidas após a realização da dinâmica foram melhor executadas pelos alunos,além de se observar maior facilidade no compreendimento do conteúdo de ácidos nucleicos. Observou-se também a importância de seguir um roteiro com as etapas a serem desenvolvidas, o que proporcionou melhor organização e eficiência da atividade. Desse modo, pode-se afirmar que as aulas práticas são de relevante importância para o processo de construção do conhecimento dos alunos, uma vez que o conteúdo foi explicado de maneira diferente da que costuma ser passada em sala de aula. Agradecimentos A CAPES, pelo apoio financeiro. Referências AGAMME A. L. D. A. O lúdico no ensino de genética: a utilização de um jogo para entender a meiose. São Paulo, 2010. Disponível em: http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/ CCBS/Cursos/Ciencias_Biologicas/1o_2012/Bi blioteca_TCC_Lic/2010/2o_2010/ANA_LUIZA_ ABDO.pdf. Acesso em: 12 de Setembro de 2013. XVII Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XIII Encontro Latino Americano de Pós Graduação e III Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba 3 ANDRADE, M. L. F.; MASSABNI V. G. 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