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GRAMATICA I
Coordenador(a):
Eli Nazareth Bechara
A CONCORDANCIA VERBAL "ATRATIVA"NO PORTUGUES BRASILEIRO CONTEMPoRANEO
E NO PORTUGUES ARCAICO: UM ESTUDO DIACRONICO
Mirian Santos de Cerqueira (UFAL)
Levando em considera<;:aoa seme1han<;:aque a gramatica do Portugues Brasileiro Contemponineo
(PBC)apresenta em re1a<;:aoa gramatica do Portugues Arcaico (PA)concernente a concordancia
entre
0
NP subcategorizado pela preposi<;:aodo NP sujeito e a flexao verbal (cf.Peres e Moia, 1995),
o presente estudo pretende analisar a concordancia verbal "atrativa" em senten<;:as finitas do
PBC e do PA. Para isso, utilizamos
e
0
0
modelo de Principios e Parametros (Chomsky, 1981, 1994)
quadro te6rico da Morfologia Distribuida (Halle e Marantz, 1993). Partiremos, inicialmente,
de dados de introspec<;:ao, a fim de verificar
0
fen6meno em estudo. Em seguida, faremos urn
levantamento da concordancia em senten<;:asproduzidas por falantes alagoanos, utilizando-nos,
para isso, do corpus do banco de dados do Projeto LUAL.Paralelamente, analisaremos os corpora
de diferentes bancos de dados sobre PA a fim de verificar a realiza<;:aoou nao da concordancia
em estudo em outras epocas, bem como os contextos estruturais
que a permitem. Estabelece-
remos, em seguida, a compara<;:aoquantitativa da realiza<;:aoda concordancia verbal "atrativa"
entre
0
PBC e 0 PA,confrontando os contextos estruturais que a permitem ou a restringem. Como
hip6teses, inferimos que: 1) 0 estabelecimento da concordancia estrutural parece independer da
concordancia
morfologicamente visivel que se estabelece entre
0
NP subcategorizado
pela
preposi<;:aodo NP sujeito e a flexao verbal; 2) os tra<;:osdo nucleo do NP sujeito parecem
condicionar, em algumas constru<;:6es, 0 tipo de concordancia aqui investigada e bloquear em
outras; e 3)
0
tipo de morfema associado com pluralidade parece propiciar a concordancia
morfologicamente visivel entre
0
NP subcategorizado pela preposi<;:aodo NP sujeito e a flexao
verbal.Com isso, a presente pesquisa nos da indicios de que parece haver semelhan<;:as entre
PBC e
0
PA no que diz respeito a realiza<;:aoda concordancia
Concordancia e Sintaxe Gerativa).
0
em estudo. (Palavras-chave:
ESTRUTURAS
FUNCIONAIS DE PREDICA<;:OES COM OS VERBOS EXISTIR/HAVER/TER
DO PORTUGUES
Eli Nazareth Bechara rUNESP}
Esta pesquisa mostra que, segundo a Gramatica Funcional de Hengeveld (1992), no Portugues
do Brasil (PB), em certos contextos, os verbos existir1 (em linguagem neutra), haver (em
linguagem formal) e ter (em linguagem informal) - com SN geralmente indefinido, pas-verbal,
requerendo tam bem urn locativo nao virgulado - reconhecidos par Camara Junior (1976) como
dois complementos verbais -, como em "Existem/ha/tem
le6es na Africa", representados
em
predicac;;6escomo "(ei:[(fi:existirv(fi)(xj)MetaObj(xi)Loc)](ei))"
- saD interpretados como predicados
pseudo-transitivos:
seu SN tern a func;;aosemantica Meta, a func;;aosintatica Objeto Direto, e a
func;;aopragmatica Tapico Novo.Ja, em outros contextos, existir2 - com SN geralmente definido,
pre-verbal, rejeitando locativo, como em "Deus existe" /"Deus existe *no Brasil", representado em
predicac;;6escomo "(ei:[(fi:existirv(fi)(xi)0Suj)](ei))"- nao sinanimo de haver nem ter, e entendido
como urn lexema intransitivo em uma estrutura de predicado predicativo, tendo seu SN a func;;ao
semantica
IE (entidade envolvida em urn Estado), a func;;ao sintatica
pragmatica Tapico Dado, sendo am bas as representac;;6es mutuamente
Sujeito, e a func;;ao
excludentes. Quando,
por outro lado, as falantes do PB produzem frases como "Os le6es existem, na Africa" ("na Africa"
como antitema, necessariamente
estruturas
virgulado), entende-se que houve urn cruzamento das duas
de predicac;;6es, acima, como significando: "Existem 1 le6es na Africa" e "Os le6es
existem2", dai:"Os le6es, na Africa, existem2" / "Na Africa, os le6es existem2" / "Os le6es existem2,
na Africa", podendo-se representar como "(ei:[(fi:existirv(fi)(xi)0Suj)](xi)Loc)(ei))".Observe-se que
esses cruzamentos
nao aceitam as ocorrencias: "Na Africa, as leoes *ha,*hao/*tem,*tem"/"Os
le6es *ha,*hao/*tem,*tem, na Africa"/"Os le6es, na Africa, *ha,*hao/*tem,*tem".
o
presente estudo tem por principal escopo empreender uma analise diacronica do processo de
expansao gramatical e lexical do verba ser na Lingua Portuguesa do Brasil. Apartir da proposic;;ao
de uma metodologia quantitativa de estudo da gramaticalizac;;ao numa perspectiva formalista,
busca-se estudar a processo pelo qual a verba copulativo par excelencia da Lingua Portuguesa
foi, ao longo do tempo, assumindo
gradativamente
func;;6esgramaticais, a que the permitiu
tramitar da categoria de verba pieno a verba auxiliar. Analisa-se ainda, paralelamente a esse
fenomeno, a processo de expansao semantica de ser, fato que the assegura a estatuto de verba
pleno. Para a consecuc;;ao dos objetivos propostos,
dezesseis textos de generos textuais distintos,
selecionaram-se
corpora compostos de
sendo cada periodo da Lingua Portuguesa -
arcaico, moderno e contemporaneo - representado por quatro textos de tamanhos aproximados.
Computou-se em cada texto a frequencia total de ocorrencia da forma verbal selecionada para
estudo. A seguir, procedeu-se
frequencia
gramatical
a
tabulac;;ao de sua frequencia lexical, comparando-a
ao longo dos tres periodos. Empreendeu-se,
com sua
a seguir, uma analise
semantica das ocorrencias registradas, buscando identificar as semas de ser ao longo da histaria
da lingua. 0 objetivo da analise de tais semas e verificar
0
grau de abstrac;;ao do verba
a medida
que a processo de gramaticalizacao se expande. Os resultados obtidos demonstram que a verbo
ser expandiu-se gramatical e lexicalmente na Lingua Portuguesa, alem de permitirem a identificac;;aodos diversos valores semanticos
contemporaneidade.
dessa forma verbal desde
0
period a arcaico ate a
OS VERBOS "LAVAR" E "CONSERTAR" COMO PARADIGMAS PARA UMA ANALISE LINGUiSTICA DA VOZ PASSIVA EM LiNGUA PORTUGUESA
Fernanda
o
Vicenti (UNIOESTE), Jorge Bidarra
objetivo desta comunica.;ao e apresentar urn estudo, ainda que num estagio inicial, que vem
sendo desenvolvido sobre a voz passiva da lingua portuguesa como projeto de pesquisa de
mestrado. A questao central levantada nesse estudo e que, apesar de a gramatica normativa
tradicional assumir como senten.;as em voz passiva apenas aquelas estruturadas
por meio de
urn formato canonico - uso do pronome "se" apassivador ou constituidas pela combina.;ao do
verbo "ser" + participio passado do verba principal,
0
que se nota, na realidade, e a existencia de
outras formas sentenciais que, embora fugindo a esse padrao, tambem podem ser vistas, como
vozes passivas. Seria
0
caso, por ex., dos verbos "lavar" (Acal.;a esta lavando) e "consertar" (0
carro esta consertando). Partindo dai, a nos sa proposta e investigar que caracteristicas,
especialmente semantico-lexicais, esses verbos estariam compartilhando, a ponto de estarem
sugerindo tal situa.;ao.
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