Êoen AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESTUDO DE INTERAÇÕES HIPERFINAS MAGNÉTICAS EM SISTEMAS INTERMETÁLICOS DO TIPO RAg (R = TERRA RARA) FABIO HENRIQUE DE MORAES CAVALCANTE Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Mestre em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear-Aplicações. Orientador: Dr. Artur Wilson Carbonari São Paulo 2004 INSTITUTO DE PESQUISAS E N E R G É T I C A S E NUCLEARES Autarquia associada à Universidade de São Paulo ESTUDO DE I N T E R 4 Ç Õ E S HIPERFINAS M A G N É T I C A S EM SISTEMAS I N T E R M E T Á L I C O S DO T I P O RAg (R = T E R R A RARA) FABIO HENRIQUE DE MOR.AES CAVALCANTE \ y u < o\ Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Mestre em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear Aplicações. Orientador: Dr. Artur Wilson Carbonari SAO PAULO 2004 Comissão Examinador Dr. Artur Wilson Carbonari (orientador) Dr. Rajendra Narain Saxena Dra. Maristela Olzon M. Dionvsio de Souza A Deus Aos meus Pais À Danielle AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer a todos que participaram de uma maneira direta ou indireta na elaboração deste trabalho. Em especial, agradeço: Ao Dr. Artur Wilson Carbonari pela amizade, grande paciência e dedicação prestada na minha orientação, visando sempre o meu aprendizado. Ao Dr. José Mestnik Filho pelas valiosas discussões sobre os problemas que. surgiram no decorrer do trabalho. Ao Dr. Rajendra Narain Saxena pelas importantes sugestões e informações. Ao CNPq pelo apoio financeiro o qual permitiu a realização deste trabalho. Ao Dr. Adilson J. A. Oliveira (GSM - DF - UFSCar) pelas medidas de magnetizaçào e valiosas discussões. Ao Mst. Adenilson Oliveira dos Santos (LDR-X - IFGW - UNICAMP) pelas medidas de difração de raios-X e pela amizade. Ao Dr. Astrogildo Junqueira pela amizade, auxílio nos ajustes dos difratogramas de Raios-X, medidas CAP. muitas discussões e esclarecimentos sobre os problemas encontrados no decorrer deste trabalho. Ao Luciano Fabrício Dias Pereira pela amizade e boas conversas nos fins do expediente. Aos amigos do Grupo de Interações Hiperfinas pelo apoio e bons momentos juntos. Aos amigos do IPEN pelo incentivo e amizade. À minha família pelo apoio, incentivo, paciência, carinho e dedicação fundamentais na minha formação pessoal e profissional. À Danielle pelo amor e paciência indispensáveis principalmente nos momentos finais deste trabalho. Fabio ESTUDO DE INTERAÇÕES HIPERFINAS MAGNÉTICAS EM SISTEMAS INTERMETÁLICOS DO TIPO RAg (R = TERRA RARA) Fabio Henrique de Moraes Cavalcante RESUMO Neste trabalho foram realizadas medidas do campo hiperfmo magnético (CHM) nos compostos intermetálicos RAg (Dy, Gd, Ho, Nd e Tb) por meio da técnica de Correlação Angular Perturbada Diferencial em Tempo (PAC) com o objetivo de fazer um estudo sistemático do comportamento do CHM com a variação do número de elétrons da camada 4 f das terras raras. A ponta de prova radioativa utilizada neste experimento foi o '"*'^Ce. As medidas foram realizadas na faixa de temperaturas de 10 K a 300 K. Foram realizadas também medidas de magnetizaçào por meio de um Superconducting Quantum Interference Device (SQUID) para a caracterização magnética das amostras. Os resultados da dependência com a temperatura do campo hiperfmo magnético mostram um comportamento padrão para sistemas ordenados antiferromagneticamente, abaixo da temperatura de transição magnética. Porém, para temperaturas mais baixas, foi observado um desvio da curva padrão com um acentuado aumento nos valores do CHM. Esse comportamento foi observado para todos os compostos estudados nesse trabalho. O aumento do CHM é explicado por uma polarização dos spins eletrônicos do átomo do núcleo de prova de '^^'Ce induzida pelo campo magnético originado nos átomos de terras raras. Uma análise comparativa dos valores do campo hiperfmo magnético e do momento magnético localizado no sítio da terra rara em função da projeção do spin J da terra rara mostra que ambos tem o mesmo comportamento. STUDY OF MAGNETIC HIPERFINE INTERACTIONS IN INTERMETALIC SISTEMS RAg (R = RARE EARTH) Fabio Henrique de Moraes Cavalcante ABSTRACT In the present work, the Time Differential Perturbed Angular Correlation (TDPAC) was used to measure the magnetic hyperfme field (mhf) at the rare earth sites in intermetallic compounds RAg (Dy, Gd, Ho, Nd and Tb) in order to study the behavior of the mhf with the variation 4f electrons density. '•*°Ce was used as probe nuclei in the TDPAC measurements carried out in the temperature range of 10 K to 300 K. The results of the temperature dependence of the mhf show a standard antiferromagnetic behavior below the magnetic order temperature. However, for lower temperatures, it was observed a sharp deviation from the expected Brillouin-Uke behavior with an increase of the mhf values. This behavior was observed for all the compounds studied in this work The explanation for the additional magnetic interaction is believed to result from the polarization of 140Ce spin moments induced by the magnetic field from rare earth moments. A comparative analysis of the mhf and the magnetic moment at rare earth sites as a function of the rare earth J spin projection shows that both have the same behavior. Id SUMARIO Página 1 INTRODUÇÃO 1 2 NOÇÕES DE INTERAÇÕES HIPERFINAS 11 2.1 2.2 2.3 2.4 Spin e Momentos Nucleares Efeitos dos íons Livres Contribuições para o Campo Hiperfmo Magnético Campos Hiperfmos nos Sólidos 11 18 21 23 3 CORRELAÇÃO ANGULAR GAMA-GAMA 24 3.1 3.2 3.3 Correlação Angular Gama-Gama não Perturbada Correlação Angular Perturbada Interação Magnética Estática 25 28 31 4 MATERIAIS MAGNÉTICOS 35 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 Preparação das Amostras Núcleo Radioativo (Ponta de Prova) Confecção das Amostras Arranjo Experimental Sistema para Medidas a Baixa Temperatura Caracterização das Estruturas dos Compostos por Difração de Raios-X Tratamento dos Dados CAP Calibração do Espectrómetro Gama Medidas de Magnetização 35 36 37 39 43 43 46 48 49 5 RESULTADOS 50 5.1 Resultados Experimentais das Medidas CAP 50 6 DISCUSSÃO 61 6.1 6.2 6.3 Difração de Raios-X Medidas de Magnetização Campo Hiperfmo Magnético (CHM) 61 61 65 1 CONCLUSÕES REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 73 75 1 INTRODUÇÃO Há algum tempo existe um grande interesse em investigar o magnetismo em compostos com elementos da família das terras raras (R) devido as suas aplicações na industna, medicina, assim como na pesquisa cientifica básica, graças as suas propnedades elétricas e magnéticas e suas estruturas nào usuais. Por outro íado, o estudo da origem do magnetismo e da íbrmaçào dos momentos magnéticos nos átomos de terras raras e as interações com. seus vizinhos vêm sendo um dos principais objetivos da pesquisa em magnetismo destes compostos. Dentro deste contexto, a investigação sistemática nestes compostos, onde o átomo de terra rara varia desde o La ate Lu, e de grande interesse, pois pode fornecer valiosas informações sobre as origens das interações magnéticas. No final do século X'yTII, descobnu-se na Suécia uma sene de minerais, denominadas terras raras (R), que compreendiam elementos químicos de características peculiares. A estrutura atômica desses elementos, depois chamados de lantanideos, toi explicada apos a descoberta do conceito de orbitais. Embora chamados terras-raras, os lantanideos, na verdade, nào são escassos na nanireza. Calcula-se que a crosta terrestre seja tormada por 0,02% de iantanideos e 0,00002% de prata, que tem, portanto, ocorrência mil vezes menor que os Iantanideos. Lantanideos, lantánios ou terras-raras sào os elementos químicos da ftimília que compreende o escandio (Sc), de numero atômico 2 1 ; o itrio (Y) de numero atômico 39, e a sene de i 5 elementos encabeçados peio iantànio (La), de números atômicos entre 57 e 71. O tato de suas propnedades tísicas e químicas serem semelhantes as do lantanio justitica o nome iantanideos com que sào designados. Os Iantanideos, quando puros, sào bnihantes e de coloração prateada. Possuem em alguns casos uma atividade química tão acentuada que em contato com o oxigênio do ar reduzem a po em poucos dias. Suas propriedades físicas e químicas variam significativamente quando apresentam impurezas combmadas com outros elementos, pnncipalmente no que se retere a seus pontos de tiisào e ebulição. o campo cie aplicações das ierras raras é ampio, apresentando muitas áreas que vém sendo desenvolvidas día a d¡a nos países indusmaíizados, com destaque paraos Estados Unidos, França, Japão, .AJemanha e China, que já dominam a tecnología de separação dos elementos das terras raras. Dentre essas àre^is pode-se enfatizar; químicíi de coordenação, compostos organo-m.etalicos, compostos iuminesconíes, catálise, química do estado solido, química analítica e ambiental, aplicações industriais, biologia e medicina. Laseres, fósforos, lentes de vidro, absorvedores de ultravioleta, magnetos permanentes, m.icroondas, sensores, poíim.ento de vidro, corantes de viciro, descolorantes dc vidro, revestimentos de proteção, armazenadores de infonnação, condutores eletrônicos, catalizador de craqueamento e catalizador de ox.idaçáo consntuem-se em algumas aplicações destes elementos. Ü íantanideo que apresenta apiicação mais difundida c o ceno, utilizado na preparação de ligas pirofóricas para isqueiros, dispositivos dc iluminação a gás e na íabncação de vidros especiais que absorvem as radiações tcrm-cas e ultravioleta. Entre os outros elementos, o gadolinio forma um oxido que e usado como substancia fluorescente nos mbos de televisão a cores. Ü óxido de terbio também e usado nos tubos de televisores em. cores, para dar tluorescência verde. As íerr.as-rar.?,s e seus compostos tém uma estniíura eletrônica peculiar, pois seus estados de valência 5d, ós sempre são energetícam.ente degenerados. Isso leva a um fenômeno interessante que e a mistura de valencias em muitos compostos com R e estruturas magnéticas complexas em. metais com R. .Ma tabela 1 são apresentadas as propnedades tísicas e químicas dos iantanideos. (3s iantanideos comporram-se como elementos trivalentes por possuírem três elétrons nos níveis mais externos dos átomos que participam em iigaçòes de valência. Devido a sua estnjtura, todos têm propnedades semelhantes. O ceno, o praseodimio e o terbio existem também no estado monovalente. O samano, o europio c o iterbio formam compostos divalentes. facilmente oxidáveis. Uma propnedade cunosa dos iantanideos e a redução do raio dos ions com o aumento do número atômico, efeito denominado contração iantanídíca. A medida que aumenta o numero atômico, aumenta a carga nuciear e o numero de elétrons. .Assim, com o aumento do numero atômico, cresce a atração efetiva do nucieo sobre os elétrons f, o que reduz o tamanho do lon. Esse fenômeno causa uma diferença de 1 % a 2% nos raios atÔm.iGos dos lons Iantanideos trivalentes, de um elemento para o outro. cmssko r??<:ío?#.L D€ EMERSA NUCLB-R/SP-IPEN Símbolo Nome atômico Cério 58 59 Praseodimio 60 Neodimio 61 Promécio 62 SãiViário 63 Europio 64 Gadolinio 65 Térbio 66 Disprósio 67 Kólmio 68 Erbio 69 Tuüo 70 Iterbio 71 LüleciO Propriedades fis¡cas e químicas dos lantanideos Densidade 25^' Configuração Ponto de Ponto de Peso C {o/cnr) eletrônica atómico fusão r C) ebulição (° C) 3.426 6,672 (Xe) 4 f 6 s ' 140,12 799 1 4r\ / i m 3.512 6,773 (Xe) 4 f 6s931 7,007 3.068 (Xe) 4f*6s1 144,24 1 1.021 2.700 7,264 1.168 (Xe) 4 f 6s(145)* 1.077 1.791 7,520 (Xe) 4 f 6s' 150,35 1.597 5,2434 822 (Xe) 4f 6s151.96 7,9004 1.313 3.266 (Xe) 4 f 5d'6s157,25 1.356 8,2294 (Xe) 4f6s^ 158,8254 3.123 8.5500 1.412 2.262 (Xe) 4f "65' 162,5 1 -4^4 8,7947 2.695 164,93 1 /-+ 1.529 2.863 9,006 (Xe) 4f-6s167.26 1.545 1.947 9,3208 (Xe) 4f'6s-^ 168.934 0 1 <-\ 6,9654 173.04 1.1 ;'-+ (Xe)4f'6s' 1 01 /-" y '> 3.395 9.8404 (Xe) 4f •'5d'65'' 174.97 i AULiLA 1 - rropneaades íisicas c químicas dos iamaiiideos Todos os lantanideos exibem propnedades metálicas: sào bons condutores de calor e eletricidade, tem brilho metálico e pontos de fusão e ebulição elevados. .Além disso, os Iantanideos transformam-se com íàcilidade em íons positivos e são muito reativos. Perdem o bniho se expostos ao ar e formam o oxido correspondente quando calcinados na presença de oxigênio (Arbiila et ai., 1996). ü íenomeno de magnetismo acontece devido ao movimento dos elétrons. .A.s propriedades magnéticas existentes nas substancias tem ongcmi no momento magnético dos eietrons e seus átomos. Os elétrons apresentam dois tipos de movimento; o orbitai e o de spin, cada um possuindo um momento magnético associado, sendo o momento m.agnetico do átomo originado nos momentos magnéticos orbitais e de spins dos elétrons desemparelhados. .Assim, vsmos ter umi miomento magnético alto nestes compostos, devido à camada 4f estar incompleta. Logo acreditamos que esse comportamento seja predominante. O que distingue o comportamiento miagnctico de uma espécie lônica de outra é o númicro dc elétrons 4f compactados na camada interna com um raio de aproximadamente 0,3 A (íCittel, 1978). Como os elementos terras raras são caracterizados pela camada 4f ser parcialmente cheia, os elétrons 4f desemparelhados produzem campos magnéticos que agem no nucleo R. Decorrente a pequena extensão radial da camada 4f, esses campos são de magnitude considerável, e os acoplamentos dos momentos magnéticos individuais podem ser tais que originam um ordenamiento antiierromagnetico ou térromagneíico. Nas fases ordenadas, todos os momentos normais ao piano são aimhados com o eixo-c, como mostra a FIG. i, mas as orientações relativas podemi mudar de plano para plano. Podemos ter um ordenamento dos spins helicoidalmente ou em estruturas mais complicadas (Forker, 1985). A estrutura helicoidal e formada a temperatura de Neel em Tb, Dy, e Ho (Cullity, 1972). Para o £r e Tm vamos ter a estninira de onda longitudinal. Em Tb e Dy a bai.xas temperaniras, a direção de fácil magnetizaçào permanece no plano, enquanto em Gd que tem. uma amsotropia magnética muito pequena, so esta ao longo do eixo-c abai.xo da temperatura de Cune. C.3 ( o o r í i '3 FIGURA 1 - Esüiitiiras magnéticas das terras raras pesadas. Os momentos em uma camada nexagonai parucuiar são paraieias e os aimíiamentos relauvos dos planos dilerentes e ilustrado. Ue esquerda para direita; o pi.;mo-ba.sa] íèrromagnetico, helicoidal, o cone e a estranira de onda iongitudmal. txistem modelos que tentam explicar os mecanismos de acoplamento dos elétrons 4í\ como a teoria RKKY, que assume um acoplamento proveniente dos elétrons de condução s, os quais são polarizados por troc-a comi os spms 4f. Outro modelo sugere um acoplamento alternativo, resultante da troca dos spins 4f com os elétrons 5d do mesm.o átomo, originando a mteraçáo d-d, que por sua vez leva ao acoplamento indireto f-f. Üs elétrons í d sào conhecidos como sendo uma das pnncipais origens da polanzação dos elétrons de condução. Nestes compostos os elétrons têm a possibilidade de interagirem com os elétrons de condução por meio de hibndação dos estados locahzados no íon 4f e a banda de condução do metal, e isso ateta diretamente a intensidade dos momentos magnéticos. Esta hibridação pode dar origem, a uma blindagem do momento magnético localizado e a um aum.ento no parâmetro de troca entre os sítios magnéticos por m.eio da banda de condução, o que caractenza o fenômeno denominado efeito Kondo. Ainda não existe um entendimento detalhado desses mecanismos. íVbaixo seguem ;is tabelas 2 e 3 com as propnedades das terras raras (Jensen e Mackiníosh, ¡991). ion Nd f L > S J g 3/2 9,/2 8/11 Gd-'^ / 0 7.''O 7/0 Tb-'^ 8 3 3 6 3/2 Dy" 9 5 5,'2 15/2 4/3 Ho'' 10 6 2 8 5/4 ! .ABEL.A. 2 - Propneduucs do ions terras rara.s Metal Moni niag (^) Moni Sai IgJ) Raio iónico (A) Nd 3.62 3,27 0,995 Gd 7,94 7,0 0,938 Tb 9.72 9,0 0,923 1U,U Dy 10,0 10.51 Ho 0.894 l .'Vi.'íi.i /\ -> - ! ii.'pncuadc-s niagjicucas dos meiais icnas ^a]"a^ No presente trabalho estud.inios os compostos m.termetalicos RX (K = Dy, Gd, Ho, Nd e Tb e X - Ag e um metal de transição não magnético), que sao otim.as ferramentas de csmdo do magnetismo da banda de condução f f-sses compostos cristalizam numa mesma estrutura cristalina, possibilitando o esmdo do m.agnetismo da banda f e.m varias condições dependendo da terra nini (magnética ou nào magnética). Os compostos iniennetaucüs RX possuem estruturas crisuiiugiatlcas cubicas de corpo centrado (BGC, sigla om mgiès) cP2 do tipo GsCi, pertencentes ao guipo espacial Pm 3 íYi, rnosíiada na FIG. 2. (.>nde: Cs I!Ç' ; Cl Z - [ sirulura d o (\( Os compostos mtermetalicos do tipo RX apresentam propnedades magnéticas uiteressantes (Chao, 1971; Walline, 1964; Sekizawa, ¡966 e Burzo. 1972). Estes compostos tem ordenamento antiferromagnetico (no caso de NdAg ordenamento terromagnético) abauío de T>; (Koben 1981 e Yagasaki, 1978), e nao apresentam momento de quadrupolo e efeito de campo cristalino presente em outros compostos. O comportamento magneuco e determinado pela camada 4f parcialmente cheia, onde mom.entos localizados interagem por mieio dc troca indireta (RKKY). Esta interação é mediada por elétrons de condução (5d6s''), onde os elétrons 5à tem um papel importante nesse processo de interação magnética. O grande excesso de .momento magnético efetivo .relativo ao momento do íon livre, observado em muitos compostos intermetalicos RX, parece estar relacionado principalmente com elétrons 5d po lanzados. No caso dc RAg temios a possibilidade dc hibndizaçáo dos estados 4f de R e 4d da Ag. Embora a distancia espacial entre os elétrons 4f do caroço e dos eietrons iocalizados 4d da Aü pareça muito grande para o aparecimento deste efeho, esse efeito afeta o momento de spin da camada 4f(Szade et. al, 1999) Deste modo. medidas sistemáticas de Campo Hiperfmo ÍViagnetico (CHM) em sistemas RX senam de grande importância. Ao se variarem os elementos R e X e suas estequiometrias, o efeito em importantes parámetros como densidade de eleuons de condução na interação de troca pode se tomar visível e ajudar a distinguir entre as interações de longo alcance s-f e as mais localizadas d-d (Oizon-Dionysio et al,, 1992), Na tabela 4 sào mostradas as características dos compostos estudados, íaBELA 4 - Dados dos aiiiipostos esmdados Composto TN (K)" NdAg Parâmetro de rede (  ) " 3,714 ^^ÍÍ^B)" N° elétrons 4 f 3,64 4 8,57 7 Gd.Ag 132 ib.Ag 1U6 3,62.5 9,40 9 Dy.Ag 56 3,ò08 10,58 lü HoAg 32 3,592 9,93 11 " (Chao, i 963)," (Walline, i 964)," (Arbiila, 1996), *Tempen«ura de Cune (. l c) An técnicas de medidas de interações hiperfinas, em especial a técnica de correlação angular perturbada, sao muito adequadas para o estudo do magnetismo em compostos de terras raras, devido ao seu caráter local de investigação, pois miédem diretamente o cam.po hiperfíno m.agnetico (CHM) num determinado sítio do matenal O CHIVI pode ''sentir" tanto interações de longo alcance tipo RKKY, mediada por elétrons de condução quanto as contribuições orbitais devidas aos elétrons de valência do íon. A técnica de correlação angular perturbada pode também fornecer informações sobre a direção dos momentos magnéticos nestes compostos. Os compostos intennetalicos RX com estmmra CsCi apresentam estrutura magnética do tipo antifêrromagnetica (TI, TI, 0) e X e monovalente, O comportamento antiferromagnetico nestes compostos pode ser complexo devido as interações dos vanos parâmetros, como a possibilidade de haver vetores magnéticos incomensuráveis, interações quadrupolares, splitting de campo cnstalino e efeito de íluuiaçào de spin proximo ao ponto de Néel. Em Th.Ag vamos ter transições do tipo para-antiferromagnetica de pnmeira ordem e de segunda ordem em. i3yAg, neste caso com duas transições de primeira ordem a baixa temperamra. No caso do NdAg temos ordenamento ferromagnético, Existem alguns estudos dos compostos do tipo RAg, que, devido ao seu comportamento magnético e por constituírem sistemas de estruturas bastante simples despertam interesse ate hoje Wallme e Wallace (1964) estudaram estes compostos através de medidas de magnetizaçào e susceptibilidade magnética em ftmção da temperatura e obteveram os valores das temperaturas de magnetização de dez dos quatorze elementos da serie dos Lantanideos Sekizawa e Yasukochi (1966) estudaram os compostos GdAg, GdCu, Gdln, GdAgi-xIn^, GdAgi-yAuv, usando também medidas de magnetizaçào para determinação de tipo de ordenamento magnético e a relação com o numero de elétrons de condução, e observaram uma mudança no ordenamento dos spins de anti ferromagnético para ferromagnético em GdAgo,síno.2 e de ferromagnético para antiterromagnetico em GdAgojilnos, sendo que os compostos Gd(Cu,Ag,.\u) apresentaram comportamento antiferromagnenco, tato este que ocorte devido a mudança do numero de elétrons de condução. Burzo et ai. (1972) fizeram medidas de susceptibilidade magnética através da técnica de Electron Spin Resonance (ESR) para os compostos GdCu e GdAg, e os resultados obtidos contirmaram resultados anteriores. .Akselrod et al. (1986) realizaram medidas de interações hiperfinas por meio do uso da técnica de Correlação Angular Perturbada Diferenciai no Tempo (CAP) nos compostos de GdAg, usando o "^Cd como ponta de prova; eles nào observaram interações, o que foi atribuido ao íáto de a ponta de prova estar localizada no sitio da Ag. Neste sítio, o gradiente de campo eletnco deve ser nulo devido à simetria do sitio e pela mesma razão nào há campo hiperfíno m.agnetico Sinharoy et al. (1995) esmdaram a estrutura eletrônica do composto NdAg, por meio de cálculos pelo método linear muffin-tin orbital (LMTO), chegando a conclusão de que o momento magnético no estado fundamental do NdAg e essencialm.ente devido aos elétrons £ Chattopadhyay et al. (1996) ñzeram estudos da transição de tase em GdAg por intermédio da técnica de difração de neutrons, obtendo o valor do momento magnético para o Gd (7,6)IB) que é maior do que o Gd^^ (7,0PB). Este aumento foi atribuído à polarização do momento magnético dos elétrons de condução. Neste trabalho, também foi feita uma análise do comportamento da curva de magnetizaçào próxima da temperatura crítica por meio do ajuste da curva experimental ao modelo B = B(0)(1- T/Tx)'^, sendo que o resultado fornece um valor para \i ~ 0,33 e um valor mais preciso para a temperatura de Neel (T\;=i 32,74+0,08). Szade e Neumann (1999) estudaram a estrutura eletrônica de compostos de Gd mtermetalicos usando a técnica dc espectroscopia de raios-X fotoeletrônico (XPS), e obtivcrami resultados de momentos magnéticos efetivos bastante precisos. A tecmca de correlação angular gama-gama perturbada (C\'\P) tem sido utilizada para a investigação de campos hipertlnos magnéticos em compostos intennetalicos binarios onde um dos elementos e uma terra rara. Müller et al. (2001), por exemplo, investigaram o campo hipertíno m.agnetico em ftmção da temperatura em sistemias GdNi; e SmNíj com auxílio da técnica CAP usando o ' ' ' C d como ponta de prova e observaram uma forte interação quadrupolar elétrica na íáse paramiagnética a T < 300 K, mesmo a ponta de prova estando no sitio da terra rara, fato este devido a instabilidade estrutural do sistema RNÍ2 (R = Gd e Sm). Neste trabalho, fôi encontrada uma relação linear dos valores do campo hiperfmo magnético com a temperatura de transição, Tc, dada por BhfTo = 0,116(4) T/K. De acordo com a teoria RKKY de acoplamento indireto 4f-4f, a razão entre a polanzação de spin dos elétrons de condução (CEP) ou Bi^ e a temperatura de ordenamento tii^T^ deve seguir um.a proporcionalidade com [Jsi(g-l)(J+l)]"*, onde J,f é a constante de acoplamento s-f, g o fator de 10 Landé e J o momento angijlar total. A relação Imear encontrada entre Bhf e Tc miplica que a constante de acoplamento J,f tem um mesmo valor para o Gd e os compostos GdAlj e GdNii, usados para comparaçào. Neste caso o núcleo de prova, ^''Cd, é um núcleo de camada fechada e o campo hipertino magnético e proporcional à polarização de spin dos elétrons de condução. Müller et al (2002) tizeram um estudo sistemático do comportamento do campo hiperfíno mi3gnético em função da temperatura em sistemas R C 0 2 (R = Gd, Tb, Dy, Ho, Er, Tm, R 181 pesadas e Sm, Nd, Pr, R leves) por meio do uso da técnica CAP usando o Ta como ponta de prova e obse.rvaram que há um aumento do Bhf com o numero atômico para os compostos com R pesadas e a variação do Bbj com o numero atômico para as R leves e duas vezes maior que nas R pesadas, o qual ocorre devido provavclmicntc a forte interação d-f relacionada á grande extensão radial da função de onde 4f das R leves. As técnicas microscópicas como as que utilizam interações hipcríinas sào ótimas ferram.entas para estudar compostos R.Ag com o objetivo de investigar o comportamento local do m-agncíismiO devido a elétrons 4f e entender a sua origem. Em geral estes compostos possuem simetria cubica, o que diminui o efeito da interação de quadrupolo eletnco sobre o campo hiperfino m.agnetico em um determinado sitio cristalino do composto. Outro aspecto é que tais compostos permitem a troca de um dos elementos, o que possibilita um estudo sistemático do efeito da quantidade de elétrons no magnetismo local. 11 2 NOÇÕES DE INTERAÇÕES HIPERFINAS Entende-se por mterações hiperfinas aquelas interações entre os canipos externos ao núcleo e momentos multipolares do núcleo. No caso do átomo livre temos, mteraçáo fina (elétrons) que e a interação spinorbita (1-s) e a interação hiperfma (elétrons -r- núcleo) que é a interação do m.om.ento angular (e) e spin do nucleo (I), o efeito da interação hiperfína se dá entre os momentos nucleares (quadrupolo elétrico e dipolo magnético) com o gradiente de cam,po eleínco no primeiro caso e c-ampo hiperfmo magnético, no segundo Existe desdobramento dos níveis de energia do nucieo, que, so no caso magnético, e de 21 -i- 1 sub-niveis. 2.1 Spin e Momentos Nucleares O momento angular total do núcleo (I) é a soma de todos os momentos nucleares, isto é, (orbital, ík, e de spin, Sk), de cada nucleón Cada nucleón tem um j = I + s e a soma dosj de cada nucleo e que dá o momento angular total do nucleo I. Para o nucleo usamos a notação (I). O vetor í pode ser escrito como (Oliveira, 20ÜÜ): Í«.^s,)=V j, (1) Este modo de somar momentos angulares do nucleo e chamado de acoplamento (j-j), é indicado quando o nucieo não tem caráter coletivo, e cada nucieo e tratado independentemente. Existe outro procedmiento para encontrar o mom.ento angular total do núcleo: 12 L=£/, ; S - T j , ; J-L +S (2) é o chamado acopiamento sprn-órbita (L-$). onde: A e o numero de massa do nucleo. Verifica-se que 1 será inteiro sempre que A for par e semi-inteiro quando A for impar. Então; i={j^m' (3) projetando na direção z, temos; U = miñ onde: m-, = (4) ., , !; substituindo os vaioies de 1. temos o numero de componentes (2!-rl). Exisíemi algum.as regras que determinam o spin do estado ñindamental do nucleo. 1) Todo nucleo Z (n-' de protons) par e N (n- de neutrons) par possui spin 1 = 0. Esta propnedade decorre da tendência dos nucleons se acoplarem aos pares em um estado com spin zero. 2) O spm de núcleos com A impar e quase sempre determinado pelo spin do nucleón desemparelhado, pois os outros A - i acoplam-se de acordo com a regra acima. 3) Em núcleos com Z e N impares o spm e determinado pela soma dos spins totais do proton e do neutron desemparelhado: jp + j,,. Distnbüiçòes de c:irg;is imomentos elétricos) e correntes (mom.entos magneucos) geram momentos multipolares. que interagem com campos eletromagnéticos, quer gerados dentro da matéria ou aplicados externamente Esta interação é conhecida como interação hiperfina. i 13 A ordem multipolar é dada por: 2'', distribuições mais simples geram ordens muitipoiares mais baixas. O nucleo tem distribuição esférica ou elipsoidal de cargas com uma seqüência alternada de momentos multipolares (momentos magnéticos impares e elétricos pares), esta restrição vem da simetria (paridade) do nucieo. A paridade dos mom.entos m.ulíipolares segue as seguintes regras: 1) Momentos elétricos: iz - i-lT. notação E l . 2) Momentos m a g n é t i c o s : = (-1 )^~'. notação Ml,. As ordens multipolares determinam as ordens das transições eletromagnéticas entre os estados excitados do núcleo. Podemos obter os momentos nucleares considerando os potenciais gerados pelas distribuições de cargas e correntes em. um. nucleo qualquer, Se a distnbuiçào de carga de um nucieo for p(r'), o potencial eletrostático gerado em um ponto r do espaço sera: (5) Para a obtenção do gradiente de campo elétrico (GC'E), podemos usar a distribuição de cargas nuclear p(r) num potenciai externo ip(r). A energia de interação desta distribuição de cargas neste potenciai sera dada, classicamente por: F cor = p(r)-ç{r)d'r (6) 14 p{r)d^r = Ze (7) a carga nuciear. Expandindo-se o potencial elétrico em sene de Taylor ao redor de r = O, temos: (8) Com o termo F"'. dado por E'*" = cpo í pírl.d'V, representa a energia de Coulomb do núcleo representado por uma carga pontual Ze, é igual para qualquer isótopo E'"', e só haverá contnbuição para a energia total da rede cristalina, não havendo assim contnbuição para a interação hipertma . Para E'", temos: =^ '••=1 V^-'^">' { p{^)-^r^^^ , representando a interação Jõ' dipolar eiétnca entre um campo eletnco E = -V(p em r ^ O e o momento de dipolo eletnco da distribuição de cargas Ü valor quadratico medio do momento de dipolo eletnco nuclear e zero, devido aos estados nucleares terem paridade definida, logo, E''' = 0. Finalmente, temos; E'^- = -V! da matriz sim.etnca 3x3: í f /,i{r).v„.v„</7-. que é dado em função 2 Tt;' cx„cx_, j , - ' O <p (9) diagonalizada porum.3 rotação apropnada do sistema dc coordenadas, resultando: (10) 15 em que foi usada a relação o primeiro termo da equação (8) é chamado de termo de Monopolo, representa uma interação de monopolo elétrico o qual descreve a interação do nucleo (não pontual), com densidade eletrônica na posição r = 0. Esse termo dá origem a um deslocamento nos níveis de energia do núcleo (interação Couiombiana), mas não causa um desdobram.enío (spliííing) dos níveis de energia Esse termo, na física atômica, e o responsável pelo efeito de deslocamento isotópico, que da ongem às limhas espectrais diferentes para isótopos de raios nucleares distintos e na espectroscopia Mòssbauer peio deslocamento isomérico, O segundo termo da equação e chamado de Interação Quadrupolar Elétrica e pode ser escrito como: ^0=~y^^,m,Q„m (II) com e é o momento de Quadrupolo Elétrico. Definindo o termo (pnm da equação (1 I) como: (13) onde: Vnn, é uma matriz de traço nulo, e substituindo na equação (11), o termo - ( A ^ ) n ã o 3 contribuí para Eq, porque E Qnm = 0. 16 hntào, a equação (11) toma-se; ^o^-YK^O^ (14) O onde o termo e o Gradiente de Campo Elétrico (GC^E). Apenas as cargas fora do sitio nuclear contribuem para Vr,m. No caso de uma distribuição esténca e sim.etria de cargas temos que: Vxx = V Y Y = Vzz e como temos que obedecer a condição: T V,ui = 0. logo; V,,^, = O Assim, nào teremos contribuição para a energia % Então, poderemos descrever o CKJE por meio do dois parámetros: V77 {(p^ = V„„,), na equação (9) na direção principal escolhida e pelo parámetro de assimetria n dado por: V - V o qual em sistemas axialmente simétricos (Vxx = V w ) , anuía-se. iiste parámetro está relacionado com a simetna da distnbuição de cargas ao redor do núcleo de prova. A distnbuição de correntes íbr J(r ), o potencial vetor em um ponto r do espaço será: 17 Para o vetor A, temos: A(r).^M^ 4/T r (.7) onde: |i é o momento de dipolo magnético do núcleo O miomicnío miagnético é direramente proporcional ao spin do núcleo: IA = gi. (19) LI,, onde: gn e o tàtor g nuclear e }in é o magneton nuclear. A razão gnomagnetica de um nucleo (Yn) se relaciona com o tátor g e o magneton nuclear segundo a relação: (20) V = Assim como g„, o fator giromagnetico (Y„) e a "identidade'' do isótopo. 18 2.2 Efeitos dos Ions livres Vamos considerar um núcleo em um íon livre. Os elétrons das camadas incompletas produzirão um campo magnético B no nucleo que interagira com o seu momento magnético (u), de acordo com: H,„ = -W.B = -g,.M.I.B (21) onde: B está na direção de J. .A energia de interação magnética (Karlsson. ! 9 9 5 ) : E^3g = AI. J (22) para átomos livres (fator dc Landé); E^,g = A.[F(F+! ).I (í-l ).J(J+1 )j/2 (23) onde: A e a constante liiperfina, F = J + I , F e o numero quántico hiperfmo e J = L + S. Mesmo as camadas fechadas dos átomos possuem uma contribuição importante para o cam.po hiperílno do ion livre, chamada de polanzação do caroço, que tem origem na interação de troca entre os elétrons destas camadas e os das camadas inco.mpletas. E,„«g - -yhBzM (24) 19 Neste caso temos um desdobramemo do nível de energia do nucieo (efeito Zeeman) mostrado na fitíura abaixo. T 2 1 + ! States 1 .,.,™_Â. V FÍGUPJÀ 3 - Mostra o desdobramento do nivei de energia do nucieo O efeito Zeeman ocorre quando um átomo é submetido a um campo magnético externo, então ocorre a separação (desdobramento) dos níveis de energia A diferença de energia entre 2 sub-estados adjacentes, gera uma dependia temporal dos valores esperados das propriedades magnéticas. A E = - gUvB.y (25) Assim, vamos ter uma precessào do spin nuclear, mostrada na figura abaixo. FIGURA 4 - Precessão do spin nuclear 20 Temos, ^(t) = ^.(tj'í'CO) (26) onde. A(t) = e.>íp(-iHt'h) e o operador evolução temporal e H = -ylzBz é o operador Hamütoniano Substituindo essa expres.são na eq. 26, temos: A(t) = exp [-i(-y!zBz)t/1i] - exp [-i(-YBzt)lz/tiJ (27) A(t) na eq. (27) tem a forma de um operador rotação em tomo do eixo z e pode ser escrito como A(t) = exp (-lalz/h) Substituindo A(t) na (26), temos um operador de rotação ao redor do eixo z. 4^(t) = exp [- laíz/hjH'ít) onde; a ^ -yB^t e o ângulo de rotação. Logo. a freqüência de Larmor é dada por: (28) 21 23 Contribuições para o Campo Hiperfino Magnético Existem três contribuições para o campo hiperfino magnético, são elas: contribuição orbitai, spin intrínseco (dipolar) e densidade de spin no nucleo (contato de Femii). A principal contribuição é a orbital que provém do momento orbital dos elétrons das camadas incompletas. A lei de Biot-Savart deduz o campo devido a uma carga movendose com uma velocidade numa órbita de raio r, descrita como: hf. - rx p — rx mv (30) onde: m é a massa do elétron, v é a velocidade. Mr. - e r x v ^¥ = M-, , r-=ir 4t r ,,,, ^'"^^ ~ 4t ^-^ ^) r onde: L é o momento angular orbital, e < r > = <vj/j r ' | \ | / > é o valor esperado de r. Outra contribuição é a dipolar (FIG 5) (Karlsson, 1995), ongmada a partir do potencial vetor (A) do momento de dipoio magnético (u?) associado ao spin s do elétron a uma distancia r do nucleo, dada por: ft, 2 ^ , „ ¿ U ^ I X S - J ) - 3 ( L . J X L ^ S ) , " " = 5 7 ( 7 ) ^ _ J Ü T Õ onde J = L -i- S é o momento total e C, (33) ^ ~òt2/-lX2/ + 3X2L-i) onde: i é o momento angular do elétron, L e o momento orbital e S e o momento de spm ^1 • Us l'IGLIRA 5 - Diagrama esquemático das contnhuiçôes orbitai e dipoiar para a o campo hipeifmo (Bhf) com s e i paralelos e antiparalelos. Temos mais uma cotunbuiçáo do spin, essa é o campo de contato de Fenni (FLG.ò) (Karlsson, 1995), que surge da densidade de spin no nucleo (r=Ü), elétrons s e p-^n relativisticos, e dada por; (34) 4/T 3 onde: s é o spin do elétron e i \j/(0) i ' é a amplitude da fianção de onda no sitio do núcleo. J'ÎC'LiRA 6 - Üiagram.a esquemático da ongem do contato de Fermi. Estas Seio as pnncípaiG c o n í n b m ç o e s d o camapo hipertíno nos íons livres, e todas contnbuições superpostas, darão um timco campo, que é dado por (Gurmaràes et a i , 1998): (35) 2.4 Campos tíipeiilnos nos Sólidos Em um sólido não vamos tratar mais um íon, e sim vários (da ordem de 10*^ íons por centímetro cíibico), isto vai gerar campos hiperíinos, e suas principais origens seguem abaixo: 1) iVíomcnío Angular Orbiía!: Para elementos de transição 3d (Fe, iVlg, Ni, etc.) esta contribuição é pequena (~ IT), ocorre atenuação do momento angular orbitai pelo Ciimpo cristalino Devido ao acoplamiento (L-S), ocorre um campo pequeno e residual; já para elementos terras raras (elétrons f) essa contribuição é dominante (- 1 O^T), não ocorre atenuação do mom.ento angular orbital devido à contração da camada f. 2) Interação Dipolar: Esta contribuição é devida a interação dipolar do spm elett-Ômco com o dipoio nuciear, e e pequena (~1 T ) e se a est!"utura cristalina for cubica ela se anula 3) Cont:Uo de Fermi: Essa contnbuição é a interação entre o momento de dipolo magnético nuclear e a densidade de m.agnetizaçào do nucleo atômico, havendo contnbuições dos eietrons s e p reiativisticos. Esta contribuição é dividida em: 3 a) Polarização do caroço: tsto ocorre devido à polanzação dos eietrons s do caroço (camadas internas) pelos elétrons d do mesmo átomo. 3.b) Interação RKKY (Ruderman. Kittel, Kasuya, Yosida): Elétrons de condução s. contnbui para o campo hiperfino em impurezas magnéticas e não magnéticas. Neste capítulo foi dada uma atenção maior as interações hiperfinas magnéticas, pois o objetivo deste trabalho e o esmdo das interações hiperfinas em compostos do tipo CsCI. os quais apresentam apenas contribuições magnéticas, devido a sua simetria cubica. 24 3 C O R R E L A Ç Ã O A N G U L A R GAi\L4-GAAM O íáto de existir uma correlação angular entre as direções de propagação das radiações emitidas por núcleos radioativos já é bastante conhecido em Espectroscopia Nuclear. Isso ocorre devido à existência do principio de conservação do momento angular e da paridade do núcleo. O fenômeno de correlação angular tbi observado pela pnmeira vez por Dunworth em 1940 e desde então este método tem sido utilizado em medidas nucleares. Neste mesmo ano, Hamilton descreveu a teona de correlação angular gama usando o modelo de Perturbações. Goertzel ampliou a teoria sugerindo a presença de perturbações extranucleares. Em 1947, Brady e Deutsch fizeram a pnmeira observação expenmental de correlação entre raios gam.a. Em 1951, Frauenfelder et al. fizeram a pnmeira observação expenmentai utilizando a técnica de Correlação Angular Perturbada. Hoje a teoria de conelação angular está bemi desenvolvida, despertando interesse em vánas áreas do conhecimento como na ciência dos matenais, física do estado sólido, química e biologia 25 3.1 Correlação Angular Gama-Gama não Perturbada O método de correlação angular consiste de que a correlação angular está baseada na leí de conser\^ação do momento angular que estabelece um compromisso entre o spm nuciear e a direção de emissão do fóton gama no decaimento radioativo do nucieo. Num conjunto de núcleos (amostra) todos orientados ao acaso, os fótons por eles emitidos formam um padrão isotrópico de emissão. Para se obter uma amsotropia que permita observar uma direção preferencial de emissão, os núcleos iniciais devem estar com seus spins alinhados numa mesma direção, Este alinhamento e obtido num decaimento em cascata, simplesmente tíxando-se uma direção de observ-ação do primeiro gama da cascata. Para observarmos amsotropia no sistema terem.os que ter um conjunto de núcleos orientados numa mesma "í-ào. Uma maneira de se obter essa situação e medir a baixas temperaturas ou aplicando um j magnético intenso ou gradiente de campo eieti'ico, causando um alinhamento dos núcleos. Entretanto, o método de correlação angular obtém esse alinhamento observando o decaimento de uma cascata gamx3 (Yi-y:), onde a observação do fóton yi em uma direção fi.xa kl seleciona um conjunto de núcleos com eixo dos spms nucleares na mesma direção. .Assim, • y: emitido numa direção por esse conjunto de núcleos vai apresentar uma correlação .( em relação a direção do foton yi Na FIG. 7 é mostrado um diagrama esquemático do decaimento de uma cascata gama. Onde: I e spin, E e a energia, L a multipolar!dade da transição, TC e a paridade e T vida media. Yi (1.1= 7: -i) J::) Er FIGfTRA 7 - Diagrama esquemático de decaimento de uma cascata gama CO*í!S;ÃO }iKJ}m. CC \M3y:'\ N!.!CLtAR/SP-íPci^ 26 A técnica dc correiação angular consiste em; consideremos a cascata acuna. emitindo os fótons yi-vz. O primeiro fóton e detectado pelo detector i e o segundo fóton pelo detector 2, separados por um ángulo O entre eles, registrado o fóton é téita uma contagem das coincidências mediante eietrònica apropriada. Vanando a posição do detector 2 podemos fazer uma varredura das contagens em função do ângulo O entre o deíectores, podendo ser obtida a função correiação angular (Schatz et al., 1995). A FIG. 8 mostra um esquema expenmental simplificado de correlação angular utilizado para aquisição de dados. i-onte Detector ¡Detector 2 F¡Gl'RA 8 - Diagrama esquemático de m.edidas de correlaçíío anguiar 27 Com a aquisição dos fótons yi-72 de um mesmo nucieo, vamos ter uma função de probabilidade de se observar uma coincidência entre as detecções dos dois tótons segundo um angulo 9 entre as suas direções de emissão, num dado elem.ento de ângulo sólido dQ. Esta fanção pode ser escrita na seguinte fbrm.a. ÍV{9) = Ta,J'ACOS0) (36) onde, \V(B) e o número de coincidencias entre -f\ e 72, PkícosH) e o polinomio de Legendre, Aue o coeficiente de correiação [< mínimo entre ( 21, 2Li, 2L2)], definido por: Aik = Aj.{y¡)A,;(y2) (37) Os termos Ak(yi) e Ak(y;) dependem dos spins e das multipolaridades. A nmção correlação angular em muitos casos pode ser sim.phlícada mediante os parámetros A22 e normalizado em reiaçào a .A/30, assim: W ( e ) = 1 ^ A.2;P2(cose) + .\44P4cose) (38) Por meio da correlação angular podemos determinar parámetros nucleares importantes como: spms e ordens multipolares. 2S Correlação Angular Feríurbada A Gorrelaçào angular de uma cascata gama I; 1 > [fé, em geral, alterada quando o núcleo no mvel m.tennediáno 1 é sujeito a torques, devido a interação do mom.ento de dipolo magnético (a) com um campo magnético extranuclear (B), ou momento de quadrupolo elétrico (Q) com gradiente de campo elétrico c^Y/cz". Do ponto de vista semiclássico, estas mterações produzem uma precessào do nucleo em tomo do eixo de simetria. A mudança da oneníação nuclear implica num-a correlação angular alterada. Estas interações são estáticas, entretanto, existem também interações dependentes do tempo que ocasionam uma mudança na funçào correlação (Karlsson et al. 1964). Para perturbações estáticas, a magnitude pode ser descrita pela freqüência de precessào ov Para interações magnéticas, « e chamada freqüência de Larmor COL, que e proporciona! a u e B. A perturbação na correlação angular da cascata gama depende pnncipalmente da magnitude e da duração da mteraçáo e do tempo da vida media {x) do estado intermediario. A ftmção correlação angular pernirbada pode ser escnta da seguinte torma; (39) onde: Hl e H2 representam a mteraçáo entre os núcleos e a radiação Supondo, agora, interação dos núcleos no seu estado intermediario I com algum campo extr-anuclear. Esta interação e descnta pela Hamiltomana K, onde o tempo decomdo entre a emissão do toton yi e y^ e suricientemente longo para causar uma mudança na população dos sub-estados do estado intermediario orientado que estão sob a influência do campo extranuclear. Esta mudança pode ser descnta pelo operador A(t) que descreve a evolução temporal do vetor de estado \m^). 29 O vetor de estado /\(t)|ma/ pode ser expresso como: A(/)| OTJ = X {»»5 ¡A(/)¡ )¡ ) (40) Este operador evolução satisfaz a equação de Schròdinger: (41) ÍLA(/)^_1A'...\(/) Se K nào depende do tempo t (interação estática) e solução desta equação é stmiples: (42) A ( t ) - e v p [- ( i / h ) K t ] Por outro lado, para mteraçòes dependentes do tempo, a solução da equação (41) pode ser escnta como: A (7) = e x p -{i/ñ)í' KUldl' (43) 'ir, Sendo assim, a correlação angular perturbada pode ser descnta na forma: m:f.m, ni^.nK m. (44) 30 Substituindo o elemento de matriz (ml ¥U \ m; para a emissão da lésima radiação nuciear pelas suas expressões usuais encontradas em (Biedenharn e Rose, 1 953) e (Devons e Cioidtãrb. 1957) e abrindo as somatórias em m, e m^ restringindo somente para a direção de coireiaçào, podemos obter a expressão para a coneiaçào anguiar y-y perturbada diferenciai no tempo: W{k,.L.t)= Y 4,(rj4:(/:)GÍ'.r(')[(2*,+Í)(2í:+l)]" ^ ki kl .Vi ;v2 (45) Os argum.entos h e dos harm.ônicos esféncos são referentes à direção de observação da radiação em relação ao eixo de quantizaçào z escolhido arbitrariamente (FiG.9), onde (¡¡^.'^:-{!) é o fator perturbação. A influência da perturbação extranuclear é completamente descnta peio fator perturbação, definido como: / ^/«;- ( 2 ^ , + l ) (2^,+l);: / -OT, A'i^ ( I X I -m, A-1. \ N. FlGLiRA 9 - Coordenadas angulares das direções do propagação ki c k: (46) 31 Para o caso perturbado a função correlação angular perturbada sera descrita como: (47) 3.3 Interação Magnética Estática Tem-se um campo magnético (B) agindo sobre uma amostra radioanva, isso vai ocasionar uma precessão no spm nuclear em. tomo de sua direção de B com. urna freqüência üJL Para ser possível medir essa freqüência o tempo de pemianéncia do nucieo no estado intermediário deve ser longo (da ordem 10'"^ segundos). A hamiltomana que descreve a interação do mom.ento de dipolo .m.agnetico nuclear (u) com um. campo magnético B na direção do eixo z e dado por: (48) KR = - n . B = - .u.. B onde: fi = yl é o operador momento de dipolo magnético. Os eiem.entos de matriz K na representação m são: (49) ;lm i K i Im') = - B <Im I p ; I Im 1 onde: fi = ylz, a matriz interação c diagonal e os elementos da matriz são dados por: E^, = / l m | ^ | l m ) = - 5 ( - l ) - m - m O ni (2/ = í ) ( / - l ) / ] : -{I¡LÍJ) (50) 32 Colli a definição convencional de momento magnetice: -(/Ni/) '(2/-l)(/ + l)/]2 (51) as energías dos autovalores são dadas pela expressão: = - B p (m/i) (52) introduzindo a freqüência COL, cham^ada de freqüência de Lannor. temos: (53) hl onde: g e o tator g (giromagnético) do estado intemiediano e U v e o magneton nuciear (PN = 5,05 x l O A . m " ^ (J/tesla) ou 5,05 xlO erg'Gauss). Por m^eio da equação da freqüência de Larmor podemos determinar o valor do Campo Hiperíino Magnético (CHM). O íator perturbação G^, V:' (') da equação (47) pode ser escrito da seguinte forma: ^ni^ ( 0 = K 2 A , - t í ) {2k,+\)]2 I EXP ' i^iNoy.t) I I kA - m m' N (54) ^ I - m ni' N Escrevendo G;¡'.'rl'(r) de uma forma mais conveniente, temos: G,,^- + cos Neo J (55) 2-2 A direção do campo miagnetico B e perpendicular ao plano dos detectores (FIG, 10). Assim, a cotreiacao angular depende somente do ângulo entre as direções de propagação do fóton: 9 = u>i - (p2. ilGL'KA i O - Cixtrüenadas angulmes das direçòes de propagavào k¡ e k: paja o campo m.agneuco iransversal B (56) A =-*NIAX onde os coeíicientes B~- sao dados ñor: A- = :V 2k -4(04(2) (57) finalmente a função correlação angular perturbada pode ser escrita como: (58) 34 Os coeíicientes bx- sao dados por: DN = 2BK/BO ( N ¿ 0) Os coeñclentes b: e (59) bi são dados abaixo para o caso de kma;-; = 4 3 5 - A.. + — h.=-^ 1 q 1 + -A.. ^ -A,, 4 -' 6 4 1+'-.4„ ^ ' .4,. 4 - 6 4 ' (6Q) 35 4 MATERIAIS E MÉTODOS Neste capítulo apresentamos os matenais e os métodos utilizados para confecção e caracterização dos compostos estudados neste trabalho. A. técnica de caracterização utilizada fbi a correlação angular gama-gama perturbada e os compostos estudados são: D>'Ag, GdAg, HoAg, NdAg e TbAg. 4.1 Preparação das amostras .As ligas intermetaiicas analisadas neste trabalho foram confeccionadas seguindo a sistemática: pnmeiramente os compostos foram pesados em quanhdades estequiométncas para obtenção da làse desejada. Em seguida a pesagem, os compostos juntamente com o núcleo radioativo (ponta de prova) foram flindidos em fomo de arco voltaico em atmosfera de argònio. Após a fusão as amostras receberam um tratamento térmico ("annealing'"). O matenal utilizado como ponta de prova é a ^*Ce. O fomo de arco voltaico O fomo utilizado na confecção das amostras e constituído de uma câmara circular de vidro Pirex removível, com a base de cobre e uma tampa na qual se encontra o eletrodo móvel de ponta de tungsténio presa a uma haste metálica. A haste metálica está ligada a uma tubulação d agua que tem a finalidade de resfriar o sistema no momento da ftisão. A fixação da tampa e feita através de quatro parafusos presos a roscas de PVC localizados na base, permitindo um isolamento elétrico e a resistência às pressões de argònio utilizadas no fomo. O fomo pode criar correntes de até 150 e a tensão é aplicada à base e ao eletrodo. Os compostos sào colocados num cadinho com capacidade de até 3 g localizado na base do fomo. 36 O fomo está ligado a uma bom.ba de vácuo e tem um sistema de registros que estão ligados a cilindros de hidrogênio e argònio, que podem ser utilizados na fiisào da amostra. O foíTio de resistencia O fomo utilizado para os tratamentos térmicos pode chegar a urna temperatura de até 1100 °C, possuindo abertura de cinco centímetros e controlador automático de temperatura. Sistema de alto vácuo O sistema é constituido por um conjunto de duas bombas urna rotativa e outra diftisora, e permite a evacuação dos tubos de sílica, utüizados nos tratamentos térmicos das amostras. 4.2 Núcleo Radioativo (Ponta de Prova) O material utilizado como ponía de prova tem aílnidade química com um dos elemeníos do composlo, pois a ponía de prova vai subsíiíuir o maíenal localizado no sííio que desejamos medir. Esta substituição é da ordem de 0,1 % dos átomos do composto. A ponta de prova foi colocada no fomo de arco voltaico juníameníe com o restante do maíenal e foram fundidos em aímosfera de argònio. O núcleo uíilizado como ponía de prova é o '^La, que é obíido a paríir da inadiação do laníánio naíural com nêuírons no reaíor. O núcleo ^"^a com abundância isoíópica de 99,9%, foi irradiado com nêuírons íérmicos e por meio da reação (n.y) forma o '^^a. Esíe núcleo íem meia-vída de 40 horas e decaí por emissão p' para os esíados excitados do '^°Ce. A cascaía de mteresse para CAP (FIG. 13) é formada pelos fótons de 328 e 487 keV. A meia-vída do estado intennediário e de 3,4 ns e seu spin e I = 4. 37 t,,. =40.22 hs 1.1 (4") = 4.35 |IN' 0(4 52 A.-, = -0.18 328 keV Yl = +0.357 b t.,2 = 3.4 ns 487 keV 4¿ r FIGUR.4 13 - Cascata '"^ta. 43 Confecção das Amostras As ligas intemietálicas; Dy.Ag, Gd.Ag, Ho.Ag, NdAg e Tb.Ag foram preparadas com massa vanando de Ü,25-Ü,47g cm proporções estequiométncas. Os compostos utilizados apresentam um.a pureza maior que 99,9 %. Os compostos foram pesados e levados ao fomo de arco voltaico juntamente com a ponta de prova e fundidos em atm.osfera de argònio. Apos a ftisão as amostram passaram por um tratamento térmico chamado de "annealing", que é baseado no aquecimento da amostra a uma temperatura estabelecida durante um tempo determinado seguido de um resfriamento lento. O "annealing" tem como objetivo diminuir a tensão na rede cristalina. O tratamento térmico foi feito a vácuo em atmosfera de argònio. Abaixo seguem as etapas dos procedimentos de confecção das amostms (todos os compostos utilizados são metálicos); 3§ Ligas DyAg: Pesagem dos componentes em proporção estequiométrica, cerca de 0,35 g Fusão dos compostos e ponta de prova em fomo de arco voltaico, com perda de 0,48% de matenal. Ligas GdAg: Pesagem dos componentes emi proporção esíequiomiéínca, cerca de 0,25 g Fusão dos compostos e ponta de prova em fomo de arco voltaico, com perda de u , i.í.,'ü u c i i i a i c i i a i . Tratamento térmico da liga após fusão, em fomo de resistência em atmosfera de argònio, durante 24 horas a 700°C. Ligas HoAg: Pesagem dos componentes em proporção estequiométrica, cerca de 0,45 g Fusão dos compostos e ponta de prova em fomo de arco voltaico, com perda de 0,14% de matenal. Tratamento térmico da liga após flisão, em fomo de resistência em atmosfera de argònio, durante 24 horas a 850°C. Ligas iVdAg: Pesagem dos componentes em proporção estequiométnca, cerca de 0,47 g Fusão dos compostos e ponta de prova em fomo de arco voltaico, com perda de 0,18% de matenal. Ligas TbAg: Pesagem dos componentes em proporção estequiométnca, cerca de 0,36 g Fusão dos compostos e ponta de prova em fomo de arco voltaico, com perda de 0.42% de material. 39 4.4 Arranjo Experimental As medidas de correlação angular perturbada foram feitas em espectrômieíro (automático) de correlação angular gama-gama perturbada (CAP) do Laboratório de Interações Hiperfinas do IPEN. O espectrómetro utilizado tem o principio de funcionamento baseado no sistema "slow-fasf'. O espectrómetro (CAP) é composto de quatro detectores cónicos de BaF2 acoplados óticamente a fotomultiplicadoias PHILIPS XP2020Q e colocados fixos sobre uma mesa circular de aço inox formando ângulos de 90° entre si e uma eletrônica modular associada. Os detectores estão dispostos simetricamente em relação ao suporte da amiostra e cada umi deles possui um m.ecanismo de ajuste fino da distância da fonte. Nas fbtomultiplicadoras existem duas saídas: o ânodo, cuja saída fornece um sinal relativo ao tempo de chegada do fóton no detector (ramo de tempo - "íàsf'), e o dinodo que fornece um sinal (pulso proporcional) relativo à energia do fóton (ramo de energia - "slow"). Os detectores estão ligados a uma eletrônica onde é realizada a contagem das coincidências entre os raios gam.a da cascata. Os pulsos eletrônicos gerados por cada detector na detecção das radiações gama emitidas pela amostra são tratados pela eletrônica de tal modo que para cada detector seleciona-sc tanto a radiação proveniente da primeira transição da cascata (yi), chamada gama de "start" quanto a radiação proveniente da segunda transição da cascata ( y i ) , chamada gama de "siop". E feita um.a coincidência "slow-fasf entre o ramo rápido e o ramo lento de cada "stan" e "stop". O sinal de cada detector é dividido em dois ramos, um para analise do tempo de chegada (fast) e o outro para analise da energia do fóton (slow). O sinal de slow entra no amplificador, em que é dividido em dois, e enviados para dois monocanais, no qual são feitas as descriminações dos pulsos dos fótons de start e stop. O sinal relativo ao tempo é enviado ao discriminador chamado de ''Constant Fraction" (CFD). Os pulsos de saída do "Constant Fraction" são independentes das amplitudes dos pulsos de entrada no mesmo, sendo assim sofi"em um atraso da ordem de 1 us. correspondente ao tempo necessário aos monocanais analisaremi o sinal relativo á energia do fóton. Em seguida, os sinais dos monocanais e dos CFD são enviados á unidade de coincidências. A combinação de cada par "start-stop" da origem a um espectro de coincidências em tempo e, num total possível de 12 combinações, sendo oito correspondentes a um ângulo 40 de 90° entre os detectores e quatro a um ángulo de 180°. As combinações "start-stop" sào feitas numa unidade de "routing" construída no IPEN que as verifica e ao mesmo tempo a um "Mixer", que envia ao ''Time to Pulse Heigh Converter" (TPHC) os sinais relativos aos pulsos de "start" e "stop". O TPHC gera um pulso relativo a diferença em tempo das emissões dos fótons Yl e yi, que é enviado a um módulo conversor de sinal analógico em digital (ADC). O "routing" e o ADC enviam cada espectro para ser armazenado numa determinada memória do multicanal instalado num microcomputador. O multicanal permite acumular simultaneamente 12 espectros de coincidências O tempo de resolução do sistema é menor que 1 ns (FIG. 11; diagrama da eletrônica padrão nuclear ramos lento e rápido e FlG. 12; diagrama da eletrônica nuclear padrão). 41 PRINCÍPIO DA CQINCTPENCL4 E A ELETRÔNICA ASSQCL4DA DETETOR ! energia DETETOR 2 DINODO DINOÜO ÁNODO ÁNODO tempo J :E PR E tempo 1 AMP AMP AMP CFD ' CF D TSCA DELAY DELAY lento rápido rápido PRE 1 ANI P TSC' A " | | AND AND 7I TAC stop START MCA FlGüi'iA i 1 - Diagraitia da eieü'onica padrão nuclear ramos iento e rápido lento 42 DETECTORES BaFl E ELETRÔNICA ASSOCIADA OR OR STOP CFD I 1 DELAY TAC PRE I 1 AM An START AND I MICROCOMPL/TADOR SIROQE B CFD I 1 DELAY \ND Y- I D All_ CFD I 1 DELAY I PRE I 1 AMP }< L-J ^AND I An; ánodo Dn: dinodo A, B, C, D: detetores de BaFj R: ramo rápido (tempo) I.: ramo lento (energia) FIGURA 12 - Diagrama da eletrônica nuclear padrão ROTEADOR STOP STAKT 43 4.5 Sistema para Medidas a Baisa Temperatura Para medidas a baixa temperatura utilizamos dois sistemas distintos. Um deles consiste em um criostato do tipo garrafa térmica com capacidade de armazenar um volume de aproximadamente três litros de Nitrogênio liquido. Neste sistema a amostra é colocada em um suporte preso na ponta de uma haste de madeira que é fixa na tampa da garralà. O outro sistema de refrigeração consiste em um circuito fechado agás de hélio com um controlador de temperatura, da marca Janis (adquindo comercialmente), o qual pode atingir a temperatura desde cerca de 7 K até 400 K. Este sistema é um conjunto do üpo dedo fiio ligado a uma bomba de vácuo e um compressor de hélio, que faz o gás operar em ciclos. 4.6 Caracteiização das estintiiras dos compostos por difração de raios-X Todos os compostos estudados neste frabalho foram analisados por difração de raios-X para identificação das fases cristalinas formadas nas amosfras. As medidas foram realizadas no Laboratório de Difração de Raios-X do Departamento de Física Aplicada do Instimto de Física Gleb Wataghin da L^niversidade Estadual de Campinas (UNICAMP), que utiliza o tubo de raios-X de ferro com radiação de comprimento X = 1,9359 Â. As amostras foram trituradas em pó fino com auxilio de uma lima. Os dados obtidos foram analisados pelo programa DBWS9807, o qual utiliza o método Rietveld de análise de diffactogramas de raios-X. O método Rierveld faz análises dos dados obtidos dos difractogramas a partir das informações cristalográficas da estniUira a ser ajustada, como grupo espacial, parâmetros de rede dos elementos do composto analisado. Os resultados obtidos revelaram que todos os compostos apresentavam apenas uma fase, os valores experimentais e da literatura das estmmras cristalinas são mostradas na TAB. 5 As figuras 14-17 apresentam os difratogramas dos compostos DyAg, GdAg, HoAg, e TbAg. Nessas figuras são apresentadas três curvas: acima, a experimental e ajustada superpostas e A B A L X O , a diferença entre as duas. coflssÃo ímomi œ EMERSA MijaeAa'SP-íPEK 44 Para o Nd não foi apresentado nenhum resultado, pois tivemos problemas dc interferência no espectro, devido ao excesso de massa adesiva utilizada para fixar a amostra no suporte. Como foi necessáno fezer a moagem para obtenção de pó e este ficou em exposição ao ar após a realização das medidas de difi-ação, houve oxidação. .Assim não pudemos repetir as medidas. Compostos Param, de rede (Â) Param, de rede (Â) Grupo Espacial Símbolo Pearson (literatura)" (expenmental) DyAg 3,609 3,606 Pm 3 m cP2 GdAg 3,649 3,646 Pm 3 m cP2 HoAg 3,592 3,602 Pm 3 m cP2 NdAg 3,716 Pm3m cP2 TbAg 3,626 Pm 3 m cP2 3,6198 T.ABELA 5 - Parâmetros de rede encontrados na literatura e valores experimentais obtidos por meio da análise dos raios-X para os compostos estudados. atVILLARSeial.) 1000 - 800 - 600 - m -q •o w c a> 140 29 FIGLIRA 14 - Espectro de raios-x do composto GdAg. 45 20 30 40 50 60 70 80 90 100 29 FIGURA 15 - Espectro de raios-x do composto DyAg. 16 - Espectro de raios-x do composto í íoAg. 110 120 130 -100 120 140 26 FíGLiRA i 7 - Espectro de rdios-x do composto T b A g . 4.7 Traíamenío dos Dados CAP Os autovalores de energia são dados por E,„ = -yñ Bm, onde B é a intensidade do K/ítíLLy\J lií^SjLílLt\^' LLU.lQlíSyLl'^KJ V 111 A, • J. \.- t i p l VJJ V y t l V J 11HJ111\.'HI W ttUtjUílttl \J V • J j j ' l l i LJ\./*_'1*-' \J eixo de quantizaçào que e dado pela direção do campo bjperfino magnetice, o que produz um desdobramento Zeeman equidistante energéticamente e iim.a conseqiiente pemjrbaçáo no padrão de amsotropia da correlação anguiar. Este faíor de perturbação para um^a amostra poiicrisíaiina nào polarizada pode ser escnto como (desprezando o íenno .^44): onde a íVeqtiência de Larmor associada ao campo hiperfino magnético e dada por pela eq. (29). Maiores detaLhes sobre medidas de interações magnéticas com o método P.AC podem ser encontradas em (Carbonv^ri, 1996) e (Pendí, 1996). 47 Os 12 espectros de coincidências W(G,t) acumulados no miulíicanal em cada medida CAP seráo tratados por um programa de computador para gerar a c u r / a de A22G22(t), dada por umia combinação dos espectros W(6,t); c(l8o^t) + 2C(9o^t) onde, CÍISO'^, t) = [\V,(180",t)xW^(180",t)x...xWj^(180'',t)]" I C(90°, t) = [ W i ( 9 ( r , t ) x W 2 ( 9 0 ° , t ) x . xW„(90°,í)]" sendo n o númicro de espectros em. cada ângulo e VVi(Ô,.') os espectros de coincidências para as diversas combinações de detectores nos ángulos 6 = 90", ! 80* subtraídos os efeúos devidos a £.>RQRÍ+/->O ria r^r^,^^tAàr,^,r,c- r-, A a..-^tr,, r \X/.l+\- \»/./Ü +\— \X/.lQ +\ VV.'t* Estas coincidências acidentais nonnalmiente surgem provenientes de pares de fótons que atingem os detectores dentro do jnter.'alo de resolução, mas que nao se originam do mesmo nucleo e se somam as coincidencias reais. Para se subtrair estas contagens acidentais dos espectros cxpcnmicníais, c obíido um^a m.édia ariím.ética das contagens arm^azenadas nos canais de um.a região antcnor ao tempo zero (canal de ""prom.pC) e de regiões posteriores ao canal t 34ns, tempo correspondente a cerca de dez meias-vidas do estado intermediário da cascata gama utilizada. 63) são ;y teórica Giivv Considerando que .'\44(t) « A22VÍ) pela função e qne a fijnçào nomializada em relação á /V.o. temos. A22G2:(í) = A:2 [ 0,2 - 0,4 eos (aLt) + 0,4 cos(2aLt)] (64) 48 O ajuste dos dados experuneníxiis com a íunçào teónai (64) íbraece o valor da íreqüêíicsa de Lannor Í&L), e conhecendo-se o íator gírom.agRénco do estado míenRedíário, detenninamos o valor do CHM por ¡neio da equação (29) Multas vczcs, para o ajuste dos dados expcnmcníais, se taz necessário o uso dc um. íator exponencial na equação (64), que leva em conta a atenuação da amplitude das oscilações ;\ssimi, a equação (64) pode ser escrita de seguinte forma; A22G22(t) - A22 [ 0,2 + 0,4 eos (ü)i,t) + 0,4 cos(2Ü), t)]exp[WT'/2]exp[-a)n^ô\'2] (65) onde: t é a resolução finita em tempo do espectrómetro e 5 é a medida de distribuição de írcqucncia. 4.8 Calibração do Espectrómetro Cama Para íazcr o teste do espectrómetro utilizado para as medidas experimentais deste trabalho, foi seguido o procedunento: determinação da resolução em energia com a utilização de um núcleo de "Na. Esíc núcleo omite umi par dc fótons de energia dc 511 KeV cm direções opostas. Um dos fótons c utilizado como start c o outro comiO stop. Como não existe diferença dc tempo entre as emissões destes fótons, espera-se um pico estreito no espectro de comcidència. Entretanto, devido as imprecisões do eletrônico associado aos detectores, ocorrerá uma distribuição gaussiana dos sinais start-síop, permitindo, através da largura da m.cia altura do pico (FV.TíM), a detenninaçáo do valor da resolução. Os resultados encontrados foram de O, I! 53 ns/canai para um inten'alo de 100 ns, 0,2161 ns.'canal para o intervalo dc 200 ns c 1,0976 ns/canal para o intervalo dc 1000 ns no TPHC. 49 4.9 Medidas de Magnetização Magneíômeiros utilizando "Superconducting Quantum interference Device" (SQUK)) com,o elemento detector, são atualm.ente, os sisiem.as mais sensíveis para m^edidas de pequenas variações de fluxo magnético (lO'^emu). O principio de operação do SQUID é bascado no cfcito Joscphson c na quantizaçào do fluxo magnético cm um circuito supercondutor fechado (Gallop, 1976), Experimentalmente, o efeito Josephson se caracteriza por urna corrente crítica, abaixo da qual uma barreira dc potencial, ou junção, c supercondutora. No estado supercondutor o circuito apresenta resistencia nula, conseqüentemente, mesmo quando polanzado por uma corrente cléínca a tensão venficada nos seus terminais e nula. Para um valor de corrente superior à corrente critica, a junção transita para o estado normal, e passamos a detectar um nível de tensão nào nulo. E dcmionstrado que no SQUID, sua corrente crítica íc , c função do fluxo miagnctico aplicado, apresentando um.a periodicidade equivalente ao quantum, de fluxo h~2e, onde h é a constante dc Piank, e c o a carga do elétron. A medida da variação da corrente crípca pcnniíc determinar a variação do fluxo que atravessa o dispositivo com^ alta resolução. Desta m.aneira, estes dispositivos podem ser entendidos como conversores, de extrema sensibilidade, dc variação dc fluxo miagnético em vanação de corrente cntica, que sào amplificadas e detectadas (Sampaio cí al., 2000). Basicam.ente, um. SQLTD consiste em um anel supercondutor interrompido por primiciro caso ele é de SQUID Pvf, no segundo caso SQUID DC. Essencialmente, a diferença reside no modo de detecção. Os SQUlDs RF íiverami bastante sucesso nos primeiros magneíômetrcs comerciais, por sua relativa facilidade de fabricação pois apresentam apenas uma junção. Por outro lado, o seu funcionamento exige eletrônica de radiofreqüência paia detecção, que pode gerar interferências nas amostras a serem, medidas, alem de ser de operação relativamente complicada. .\s m.edidas de m.agnetizaçào foram realizadas em um. m.agnetômieíro SQUID Quanuim Desmg MPMS - 5S que opera na faixa de 1,8 a 400 K com. cam.pos magnéticos de até 50 kOe. A sensibilidade é de 10'' emu (modo de extração) e 10"^ emu (modo RSO), do Gnipo de Supercondutividade e Magnetismo (GSM) do Departamicnto de física (DF) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) 3U 5 RESULTADOS A seguir vamos apresentar os resultados obtidos da calibração do espectrômieíro gama e dos composíos iníermetálicos (DyA^g, GdA^g, Hoi\g. NdA^g e TbAg) esujdados nesse trabalho, com os campos magnéticos hàperfinos obtidos dos ajustes dos especíros. .\s medidas foram realizadas numa faixa de temperatura de 8 K a 300 K usando-se um sistema de refrigeração que consiste em um circuito fechado a gás de hélio, 5.1 ResHltados Esperimentais das iVledidas CAP Foram realizadas medidas CAP com a ponta de prova ^''^Ce no sítio da terra rara (Pv) para os composíos DyAg, GdA.g, Ho.'Vg, Nd.'Vg e TbA^g numa faixa de íemperarjra indo de 8 K a 300 K usando-se um sistema de refrigeração de gas de hélio, O tempo de aquisição de dados teve duração variando de 8 a 10 dias, dependendo da aíividade da amostra. Para iodos os composíos obser/amos a presença de campo hdperfrno magnético (CRM) nos siíio da ponía de prova e não obser/amos a presença de gradieníe de campo eléírico em nenhum composío. Isso se deve ao fato da ponta de prova uíilizada o '**^Ce apresentar um valor pequeno de momenío de quadrupolo eléírico. /\ssim foi possível acompanhar o comportamento do CHM em ílinção da íemperaíura, com. o objeíivo de se obíer um.a sisíemaíica para esses valores. Abaixo apreseníam.os os resulíados para cada com.posío esíudado: a) DyAg Os resulíados enconí.'-ados para esíe composto mosíraram a presença de interação magneíica, com. o aparecime.nío de u.ma única freqüência principal. Este íáío se deve, a simeíria cubica do sisíe.ma pa.'-a o siíio do Dy. Na ítgura 18 são mosírados alguns dos especíros Ci\P para várias íemperaíuras, onde os círculos são os valores experimeníais e a linha continua e o vaior calculado, obíido por meio do uso do programa de ajuste Fitiasí. 51 O ajuste dos dados experimentais com a ílmção teórica (65) tbmsce o valor da frequência de Larmor (©L) e de 6 Obser/ando a figura ! 8 notamos que a freqüência de precessào do spin nuclear (COL) vana com a miudança de íemperauíra. Isso se deve ao fcto de estar ocorrendo um ordenamento antiferromagnetico dos spin û08i- 50 K P. 0.06 0 04^ 0 02^ 0.00 L -0.02^ 40K 0.06 0.04 0.02 O 00 -0.02 0 06 i- • 'I ' • * : m-mm tu i"iif 30 K 0.00'-0.02 25 K 006 0.04 0.00 i-*^ -0.02!— 15K oœL 0.04 0.02 O.OO.L -0.02 L 0.061^ 0.041- 000!^* -0.02i 10 K . •1:. ii» , 10 15 t(ns) FIGUHA I 8 - Espectro C..\P do composto Dy.A.g para vanas temperaturas. 20 52 Abaixo temos tima tabela com os valores de íemiperatara (K), freqüência de Larm.or (Mrad's) e deita que é a medida da distribuição de freqüência, esses dois últimos foram obtidos com auxilio do programia Fiílasí. T(K) (ú (Mrad/s) Ô 8 4331 ± 4 7 0,07 ± 0,01 10 3763 ± 3 1 0,02 ± 0,02 15 3068 ± 26 0,09 ±0,01 17 2921 ± 3 5 0,03 ± 0,02 20 2650r21 0,04 ± 0,01 2174 ± 4 6 0,03 ±0,01 1943 ± 2 1 0,145 ±0,01 i ¡i j 1787±15 0,06 ± 0,02 ¡ 35 1497 ± 2 2 0,22^0,01 40 1326± 8 0,1 5 ± 0,01 1300 ± 2 4 0.18 ±0.02 1130 ± 2 5 0,25 1 25 27 1 j 1 1 1 ! 42 ! ¡ i i i i i 1 IAHFIA. i 1 45 50 52 54 i i i i 1 526 ± 1 0 i 309 ± 1 1 0,11 ±0,01 960 ± 1 0 0,37 ± 0,07 : 0,78 + 3,94 j — Valores da (emnerauíra. írpoüéncia e deita do composto ! .h'Ag 53 b) GdAg A figura 19 mostra alguns espectros PAC para várias tcmpcraburas, onde podemos ver claramente a vanaçào da fiequencia (coL) em fisnçào da temiperamra. 0.04H A A ^ _ X^*:íí^-*' 0.021. / V W^fec^^'^S^ÇsAi^V^ 0.00 -O.Û2i 10 15 t(ns) ti'~jUi<.\ - hspectpj ^í^àl Li\F do composto GdAg para \anas temperaturas. 20 54 A tabela / mostra os valores de temperatura ( K ) , freqüência de Larmor (Airad's) e j-1..— u vaiui u c uciui. T (K) ÜJ (iVIrad/s) Ô 10 3295 ± 6 5 0,02 ± 0,06 15 3094 ± 3 9 0,02 ± 0,01 20 2897±12 0,02 ± 0,01 25 2516 ± 9 2 0,02 ± 0,05 30 2326 ± 6 1 0,09 ±0.01 40 1883 ± 2 8 0.08 ± 0,02 45 1705±19 0,07 ± 0,02 50 1547 ± 20 0,01 ± 0,03 55 1427 ± 2 8 0,02 ± 0,02 60 1314 ± 2 2 0,03 ± 0,06 65 1186 ± 1 1 0,03 ± 0,02 70 1086 + 36 0,08 ± 0,06 80 926 ± 09 0,02 ± 0,04 90 803 ± 13 0,02 ±0,01 100 677 ± 17 0.06 + 0,05 556 ± 0 3 0.02 ± 0,01 499 ± 0 8 0,07 ± 0,07 1 110 j 115 120 125 • •- i i 1 1 0,36 ±0,01 411+06 320 ± 10 0,04 ± 0,08 127 1 265 ± 0 3 0,12 ±0,02 130 1 200 ± 0 9 0,013 ± 0,07 T.ABEL.A. 7 - Valores da temperatura, freqüência e delta do composto Gd.A.g c) HoAg A íigura 20 mostra alguns espectros PAC para vánas temperaturas. Ü.08 0.06 js' 0.04 0.02 0.00 -0.02 0.06 22.5 K 0.04 0.02 0.00 -0.02 006 19 K 0.04 |í, _ 0.02t^" 0.00 -0.02 0.061- * - - <ti • ni' • • • • 17.5 K 0.00 -0.02 0.061- 12.5 K 004 002 0.00 -0.021- 1 iM. , VAL AITIIR ^T ' I II.**! -0.02 10 t(nsí FIGLTRA 20 - íispcctro CAÍ' do composto í ÍoAg para várias temperaturas. 20 A tabela 8 mostra os valores de temperatura (K), íreqüê Ha T MIOR (Mrad/s) e o valor de delta. T(K) (0 (Mrad/'s) \ 5 10 2965 ± 47 1 0,08 ± 0,02 12,5 2599+ 17 i 0,07 ±0,01 1 15 2112 ± 5 3 17,5 1816 ± 2 2 i 0,17 ±0,01 i 0,09 ±0,01 : 19 1677 ± 4 5 ! 0,12x0,03 20 1565 ± 1 8 I 0,12 ±0,01 22,5 1335 ± 8 1 0,12 ±0,01 25 520 ± 22 1 0,07 ± 0,05 27,5 150 ± 5 i 0,001 ± 0 , 2 4 30 80 ± 6 i 0,52 + 0,14 •1 TABELA 8 - Valores da tcmpcraíüra, írcqücricia c delta composto I ÍoAg ^7 d) NdAg .'V figura 21 mostra alguns espectros PAC para vánas íemiperaíuras * • m " i T lúiit •« ' T! * • I INI' ' M#iUUI uiiiiifiiüH ü I ii'iiiiij,iii(titi)II!IIIT IIN !!rii'ii%ITi:líiiul!Íil|i!li|ii ij •! I íiiin é II KUfrTn '0^11] ii.i 111 iHW'iï u n i é II KUirTn 'i^ i|ll.i IT I ihW'" II II AOOI- ' • ' 'iiüri ;iií^ i i il ill !• ij ^ ü 15 K omï "!•; :"iiiTt ' NMIQODj- • IIII [«i wM i i tl iiiùjiinif ti ^1111*11111 •fL ! T:* ; : ÍLTI:!': 1 1: :jM [II • I ,•; :. *Ti*;' till •aC2'r 12 K 0.02 QOOJ-0.021- I• ü 0,02^ » 4 * * t T *• -QCEi- I'-'' i«tiiiIT llítlllí % ]«;: . í i í f e W i l l i d •»iii"l/»íl''Í ï T ' t e ^ii'.* *i ILill' 'It initità'i t II 1 • ^ 10 í"! iin llll 15 2) hiGUK-A. 2 i - hspectro CAP do œmposto NdAg ptrra vanas temperaturas. 58 A tabela 9 com os valores de temperaUîra (K), ífeqdência de Larmor (Mrad/s) e o valor de delta. T(K) 0) (Mrad/s) ; 5 1 ' 10 2902 + 79 1 0,15 + 0.02 12 2661 + 3 0 ! 0,11 ±0,01 14 2292 ± 21 1 0,06 ± 0,01 i i 15 2066 ± 2 7 16 2017 + 67 1 0,02 ±0.03 17 1725 ± 1 6 \ 0,14 ±0,01 18 1666 ± 1 6 i 0,08 ±0,01 1465 ± 1 3 ! 0,09 + 0,01 20 1210-21 i 0,18 ±0,02 21 897 ± 1 2 ; 0,16 ±0,01 i 0,12 ±0,01 : 1 ' 1 2L5 678 ± 1 7 197 ± 7 ; 0.21 ±0.03 0,20 ±0,001 T.ABELA 9 — Valores da temperatura, freqüência e deita do com.riosto Nd.A g 59 c) TbAg A figura 22 mostra aiguns espectros PAC para vanas îem.peraîuras. ÛOB^ -QG2' QCB'r <^ KDK 90K Ti ( (m a o o ^ acá . • I a)K • I *H'I » (H [Mil j — Q06f ^ TDK QC2[ QOOf -QŒ- eoK QOO^ Q(B^ -QŒ 0 SDK 10 15 do composto TbAg para vánas 20 A tr.beia 10 mostra os valores de temiperatura (K), íreqüência de Larmor (Aírad/s) T(K) cü (Mrad/'s) i ô 16 2907 ± 27 1 0,06 ± 0,04 20 2895 ± 2 1 ¡ 0,02 ± 0,01 30 1635 ± 1 5 i 0,11 ±0,02 40 1335 ± 2 1 1 0,04 ±0,01 50 i 104 a: 21 1 0,02 + 0,06 55 950 ± 1 2 1 0,10 ±0,04 60 835 ± 0 9 0,08 ±0,01 1 765 ± 1 0 70 712x12 0,01 ±0,0008 0,07 + 0,02 75 i 629x10 80 ¡ 1 i i 605 ± 1 0 I 1 65 0,07 ±0,05 0,014 ±0,03 487 ± 0 1 i ' i : i 95 413 ± 0 4 i 0,02 ±0,06 100 314 ± 0 9 85 90 105 574 ± 0 8 95 ± 1 0.83 ±0.02 i 0,10 ±0,02 0,11 ± 0 , 0 2 1 ; 0.010 ± 0 . 0 6 TABELA 10 - Valores da temperatura, freqüência c delta do composío TbAg ó DISCUSSÃO Neste capiUilo sào discutidos os resultados apresentados. São analisados também os resulíados das micdidas dc caracterização das amostras realizadas pela técnica dc díÉração dc raios-X c miagncíização usando um Supcrconducíing Quantum, interference Device (SQUID). 6.1 Difração de raios-X A análise dos resultados obtida por micio da diíiação dc raios-X nos miosíra que os valores dos paràm.eíros de rede exper.m.eníais estão de acordo com» aqueles encontrados na literatura. Assim., tudo mdica que as ligas DyAg, GdA^g, HoAg e TbAg íbrami cristalizadas na estrutura CCC (ou 3CC ern uigles) do tipo CsCl ( P m 3 m). Os pícos apresentaram u m alargamiento, isso pode ter surgido devido à am.oríizaçào da rede cristalina, causada no miomicnío da fjsão dos miatcriais cm fomo dc arco voltaico sendo que o tratamiento térmico nào íbi suficiente para elim.inar as tensões na rede cr.síalma. Medidas dc xVlagRcíização For3.ni rs2.1«z3.cÍ3£ mwíiid,3S d s rnâcnstizâçáo vsrsus íwmpsrsturs. com um c 3 m p o aplicado dc 0,01 T para coníinriaçào das temperaturas dc transição dc fase. r-i seguir temos as xiguras ^aC magnetizaçào versus a tcmperatura para cada composto. Nelas podem.os obser/ar o comiporíam.ento de cada comiposto, transições de íases. comiO as suas 62 DyAg 0.12 T e m p e r a t u r a (K) F Í C J U R A 2 4 - Gráííco d ç K/í?.gBçt!Z3çáo versus a íemperíitura GdAg 0.022 H = 100 Ot! 0.020 O) I 0 0 1 8 1- (U o © C cn m 0.014 L Q.Q12 - o 50 100 150 T e m p e r a t u r a (K) i'ÍGUlíA 23 - Gráfico de Magnetização versus a temperatura 6.- mperatura (K) FIGLrRA 25 - Gráííco dc Magnetização versus a íemperaíura HoAg rsmpsrSiura (K) FIGT IRA. 26 - «jráfico de Magnetizaçào versus a temperamra s: î 5 O cr ^; H 3 n> 3 3. •o B T1 O •y. o cr Si Er 3 TI TI F» I-+ f» cî Cl. T3 Cl. o 1:3 f» o Xi o B O F) T> CL. S3 3 Er cair» <>' o lij 3 :s CO CL. « 3 Eî 3 H 3 3 •o o X ;z o o Ci. > otî> m> [J5> atj> Cl. O n I 3 crs S i 3 o T3 3 ••1 c: rs C5 O O I. o o 3 o 3 « Vi 3 ci. o •-1 w Ò C3_ ^* 3 o fS 3 n 3 re C5 (Pcr 3 C3 fí ;< 3 n o tí C5 fD o ¡/I g- 3 C3 Eí cr r3_ P3 c: o WS o O ta.. . > cr re C3 C7w n 01 n1 Cl. O S3 S3l « 3 CRT5 SícL 53 01 Cl. '•o TO Í— £} 01 3 c: Zi o ci. Ï3 £Í li O :^ i O!; EJ O ti 3 n ¡¡ o o B o o Cl. c n 3 01 s T3 Cl. o cL B Cl. &3 01 a> 01 S3 01 3 CL. T3 01 C5 ?5 3 i tí C5 ti •3 ti C3 01 3 o cr C5 % It o .£2 c: C5 C3 n 3 01 3 T3 o 01 cr S3 Er o Tí O fí I-+ 01 3 F9 01 o 01 •§,' C3 O cr <-+ cL 3 % 01 Cl. 03 3 3 3 T3 O Cl. S3 01 r? 'X 3 \i o 3 crs 01 (D 11(D S3_ O B o c: f3 I CJ C5 01 Cl Cl o 01 Cl- Cl. o 01 ?5 :3 «-+ C3 T3 O 01 o' B n c: S3 01 Í5 01 B 01 C5 « O n 01 E3 53 01 £3 Si c: (i E3 01 E3 o « S3Í 3 'J'5 B S3 o co Magnetização (emu/g) o n I c) a o o c> a C) o o o o o K&)CXIOU*.(31(»OTO4IÖ)a>0M)S.C» IIIII1 III ! ]- o a o o o o o o o o o o o o o o o o o o o Cl 6.3 Campo Hipcrñno Magnético (CHM) Os resultados das freqüências (GÎL) obtidos neste trabal.ho em diversas tem.peraturas •^rt /-»»-• R\ O +1^ R« T"\^ T \ n l ^ t i i a í-f3 t.%-^xiipüi3tw.3 A j j - ^ T . ^ , Í^/A A <> L-Ti^ Ar* ^ \ rk \ rr vju.rx¿^, AiU-T-tg, A A ur^^ja. -Í-V*-t-R» «-m rt-rt**^*-" /N-M+N R L < F -C R « *^R«i-> •R»T\.r^LÍ\i-' ^ j-wiaiii a.j^t*.ovinxiU:UJ xiao tu.uv.'iu..:> x\5 figuras 28-32 a seguir mostrami a dependência com a íemperaíura dos valores dos campos hípcrfinos miagncíicos para os composíos estudados neste trabalho. A curv'a contínua é o resultado do ajuste do expoente crítico. Esse ajuste é feito para os pontos próximos à temperatura crítica usando o modelo: B = B<i(1-T/Tn)'^, feito para prever qual seria O comportamiento esperado para um^ comípcsío aníiferromagnéíico (ou ferromiagnefico no caso Af\ r»/-*tT-»*-*yAC+í-\ XTrl A rr\ £^ r\C' r\r\ni-f\o 'r\r£^i-r\c pò /-\ r\r • r í i o n l-tryAna (io tijtîsîv poílcmos obter os víiiorcs cio CaJLÍV'L, r\l^-t-tAr\c ovíaíítmr*-%Ofi+o l*v»íar»tp c expoente crjtico v|^/ projeçíio t ï / \ r rr\Qi/^ u O K.. .A. figura 28 mostra os valores dos cam.pos hiperfinos m.agnéticos o í>yAg obtidos para todas as temperaturas, os valores dos campos Bm foram» obfidos pela equação 29. Esta figura apresenía MTTÍ comporíamenío interessante do comiposto. Obser.ando o comiporíamienío do CHM as ícmípcraturas dc 55 K a 35 K, ícmios um comportamiento padrão para uim composío aníiferrom.agnetico, mas a partir de 30 K, o cam.po deveria ter o m.esm.o comportamento e seguir a cur»a aíé saíurar, porém., o que vemos é umi desvio deste com.poríamenío aprcscníando um aumento acentuado no valor do CHM. Tal comportamiento se repete para todos 0 3 comipostos. 66 DyAg 100 B = B,,(1 - J!7f Chi*2 = 4 00997 B„ 4ã±5 T, 5311 p 0 34±0 09 CQ GdAg oO 8 = B,(1 - T/T.,)Cfii"2 = 70 60 25± 1 T ¡Í ' 0 41 ± 0 0 2 CQ 30 ^ 10 h 0.11564 S T (K) FÎOLXRA 29 - (jráfico do csnipo (B;,r) pels tçmpcrstiira (K ). 1 31±1 (5) < 13 C) N y. (1. al 'I! CL. !5 (X 'É P CD (I. C) CL. EL C) -t.1 •13 AI ™1 o S S § 3 (1)9 UN 68 TbÃg 70 B = B„(1-T,T„)p Chi'2 =0.12687 B. 23±1 T.' 105.3±0.2 |3 0.41±û.û5 60 50 40 - p 03 30 » -- • 20 10 0 10 _! ! : 40!_ 20 i 30 DO 60 tu OU zrJ Í LrtJ ! !U T{K) FÍ(:TÍ_te_A. 3 2 - Graneo-? do campo iB;,;) pela temperamra iX do expoente crítico obtido por meio do ajuste da curva B = BMl - T,Tv)^ para todos os a ícmpcratura de îrarxSiçàc de fase magnética. Qs vaíores do expoente cntico obtidos neste trabalho estão variando em tomo de p-U,41 proximiO do valor do cjípocntc cntico dc Hciscnbcrg índimcnsional p = 0,38, já o valor do |3 para o comiposto DyAg esta próximiO do valor do expoente cr.tico de ising índimensionai p = 0,312 (Chattopadhyay et a!., 1996). 69 i'ABHLA î2 - Valores da tcspcraUffa dc Nccl c cxpocatc crítico [fi) Composto A/\t;,ii: Tx (K) literamra'' Expoente Cntico (¡3) NdAg 0,412 ±0/042 HoAg 0,409 ±0,108 DyAg 56 0,341 ± 0,088 TbA.g T ÍIà 0,415 ±0,032 GdAg i 32 0,411 ± 0,022 1 N/T i \ Como vimos anteriormente todos os compostos estudados neste trabailio reveiaiam a presença de uma íinica freqüência, o que evidencia que os núcleos de '"''^Ce ocuparam realmente o sitio R dos com.postos e que os micsm.os não apresentam distorções na rede cnsíalina c outras íascs. Os valores de campos hiperfinos magnéticos do '"^Ce no sitio R dos compostos DyAg, C^Ag, HoAg, NdAg e TbA.g mostrados nas figuras 28-32 apresentam o m.esm.o comportamento para todos os compostos Os resultados mostram um.a dependência do CHM com a temperatura que segue a c u n a padrão dc Bniloum para um composto antiferromagnetico (ferrom.agnetico para o NdAg) com temxperauira de Neel Entretanto, a partir de um.a certa tem.peratura, ocorre um desvio drástico do comportamento padrão ccm. um. grande aumento nos valores do CHM para temperaturas mais baixas, Thíe! et ai. (!98!) observaram um comportamcnío semelhante para a dependencia com a íemperaíura do campo hiperfino magnético medido pela ponta de prova '*Ce como impureza em uma matnz de Gd. Os autores sugerem que esse comportamento pode ser ocasionado por mistura de valencias 3 e 4 do átomo de Ce do núcleo de prova de '"*^Ce. Num trabalho posterior Carbonari et al. ;2004) .mediram o campo htperfino magnético nos com.posíos CeíviniGei e Ce-Mn2Si2 e obser/aram um comporíam.enío similar para o C ü M no stíio do Ce usando o nucleo de prova de '*Ce. No composto CeMn2Ge2 o aumento do CHM foi atribuído como sendo resultado de uma polarização dos spins do C e " induzida pelo CHM do Mn. Como nestes compostos o Ce nào é m.ais um,a impureza e possível m.edir a sua valencia, os resultados 70 (/jnmarguellaî eî a l , 1989) mostrani que os compostos CeMnzGei e CeNónaSii possuem valencia 3, estável, e 3,12 respectivamente. .Analisando as figuras 28-32 obser/am.os que o aum.ento do cam.po .hiperfino magnético (CH>.1) ocorre a îem.peraUîras diferentes paia cada com.posto estudado neste trabalhe. ComiO a tcm.pcraUira dc ordenamiento miagnctico c diferente paia cada comiposto c a temperauira de ordenamento do Céno metálico e 13 K (Harr.son, 1965). Podemos sugenr que primeiram.ente está ocorrendo ordenamento magnético para o elemento da terra rara dos composíos c cmi seguida a ícmípcraíura miais baixa o spin do Cc sofic o cfciío do ordcnamcnío, induzido pelo miagncfismo dos áíomos da ícrra rara, gerando o CHM adicional. Obscr/amos um ouíro comporíamicnío inícrcssaníc nos composíos csíudados ncsíc trabalho Numa inspeção visual das cur/as de CHN4 versus T, notamos que os desvios parecem ocorrer quase que na micíadc da ícmípcraíura dc íransição TN de cada composío. Portanío fi.zemos um.a razão eníre as îem.peraîuras de "desvio" T<i, onde comieçam. a ocorrer aumicníGS dos valores do CHM c a íemperaíura dc Nccl para todos os compostos na ícníaíiva de sncûnîr2.r âi^uîTîS ccrrelHçdc entre eles temperaturas de "desvio" (esses valores foram, obtidos visualmionte) e das íemperaíuras de Nccl, rcspccíívamicníc. Obscr/amios que, com cxccçàc das am.osíras dc HoAg c NdAg, iodos os valores estão em. tomo de 0,55 do vaior de T^. De fato, o vaior medio para a razáo TJ,'TK entre os cinco com.posíos e 0,64. Assim, podemos concluir que essa íem.peratura T^ onde ocorre o aum.ento do C ü M é dependente das propnedades do composto. Composto \íA \ TN „ GdAg Ta 1 132 n 75 Ra/ão Tv/Td !! 77 0 57 (\ SA TbAg 1%., A (K) w .,' A •-•, -r A TC [ AJ3tL.A, i 3 - V-?,lorcs das tempwatiiras c a razof? entre a temperatura de transição e a lemperatiira 71 O resultado pnncîpal da ínvcsíígação realizada neste trabalho esta resumido na figura abaixo, onde é mostrado o campo hiperfino Bhf dos compostos '"'"Ce/'RAg versus a projeção de spm R no mcm.entum. angular total (g-l)J com.parado a vanaçào do m.om.ento do comiposto RAg. 12 80 * Bhf Ho Oy 70- Tb 60- - 10 Gd 50- -8 P 00 40- Nd -6 30- t-4 10 ta - 1 'tùxQÇtlG i-iG i i i O i i i v i i Í O v-iO C O i i i p O S t C i-\_A.^ pc's dependência com o spm 4f O CHM do cc-ITIPRIRRIDO j*\.iiC <-iGS COIIIPOOÍOLI» ivrvg^. ao Dy (antiferromagneticos) soífe um. aumento com. o aumento do vaior do spm 4f seguido de um.a queda, ja no caso do Nd (ferromagneíico) comiO e a única íerra-rara leve não podemios tirar nenhumia conclusão. Para o caso do miomionto •V^R» +O**' ^L^RX*V^ Í-V K*!--R\*-I 7R»Í-V^ RXI-' N rt + RT-F^ «-» R rx í^i •» •% r\ r\ A II«'V^R> ^ fs rt-t •n'\Y\r\ /-TII/^/-ÍRI "XOC^M Müller eí a!. (2002) fizeram, um. estudo sistem.aíico nos compostos RC02 usando ""Ta e '"Cd como núcleo sonda, onde lambém observaram um aumento do valor do Bhf com o aumicnío do spin 4f Na figura 34 fazemos um.a comparação dos valores de CHM medidos com '"**^Ce para alguns com.posíos de em. fiinçào da íem.peramra de ordenamento m.agnetico. No caso do GdAg utiiizam.os o valor do campo hiperfino a 0 k íproieçào) sem. a influencia do aum.ento observado abaixo dc aproximada.mcníc 60 K. 30 GdCo, CD G d N i.. -10 30 100 150 200 T 250 300 350 400 í i/ FIGURA 34 - O c ™ p o hiperilno magnético medido com o '^Cc em GdNiIn, GdNij. GdCoj o GdAg vcrsiis as respectiva;? temperaturas dc ordenamento magnético. Referencias dos valores: GdNi; e GdNiin: Andre LapoÜL comumcaçào pesson!. GdCo;; Jose PÃestnii-i-i-iího. comunicação pessoal, Gd; IIvpcriínc'intcractions 9( 1981 >459. No caso das amostras de GdN!2, GdNtin e GdCG2, cs valores obedecem a uma função linear, pois o CHM vana com a polarização de spm dos eietrons dc condução. .Mas para o caso do Gd c GdA,g o vaior esta fora desta fançào. O CK>4 das tres amostras incluidas nesta comparação não apresentam o mesmo .comportamento do CH_M da amostra dc Gd c GdAg. Podemos concluir que no caso onde este aumento não aparece, os elétrons f do '"*"Ce não panicipam. da interação e, po.nanto o CH>.4 e proporcionai a polarização de spin dos eiéírons de cortdução similarmente ao obser/ado por Muller et ?Á. (200!) para o CH^.l no '"Cd em compostos de Gd. No caso da Gd e GdAg. os elétrons f da ponta de prova estão de aigii.ma forma míluenciando na i.nteraçào magnética, .mesmo considerando a região sem influência do aumento no valor do CHTví. tmssk) Hßüomi cc m.?m ^UCLEAR/SP-PES 7 CONCLUSÕES O campo hipcrñno miagncüco transiendo dc umi íon magnetice aos seus vizinhos cm um cnsía! c umi dos tcnôm.cnos do magnctismio que ainda não ícmi uma teona totalmente desenvolvida, assim, o espado sistemiãdco realizado neste trabalho am^plia a quantidade de dados cxpcnmicntais cmi ligas m.cíálicas binarias comi R, desta forma disponibilizando novas informações para um estudo prohundo que tenha como objcíivo a compreensão dos mecanismos que dão ongcmi ao CHM desses comipostos. Os estudos realizados neste trabalho para os compostos R.'^g (R = D\', Cid, Ho, Nd e Tb) nos fomecemi as seguintes conclusões: r*/^*-\r^r\rrir\ R-V-\ T-V-» /-> O O ryrr\r- R\»-»+O ri r-^ *^ R» I I-FÍ-IT-O + I IR-R» +N »-\ ••Y-\ *^R»R< »-V-\ Í-V « eis rs.ios-v'C (^''lils.rs e ír2.ívsrt i 991) como n3.s medicíss dc m3.^notiz2.c¿c com Os resultados de campo hiperfmo magnético no sítio do '^Ce apresentaram umi comiportamiento +1 4-N»-T-Í-WT-*-I O R**-T ^R* fora /-> do padrão c trr\ rÁ r\ N 11/-I> esperado f\ para Ui-n comiposto i r*r\ ¿\ rv^tytc •.tilLii-"'-'! 1 »_'lllí.l£l,ii*_'Ll*;,'»_*, líi»_'Jtlí.Hl\J*_' *.Í*_Í^' '.l LS.^.'! lA».').! iilí.llu> r\í-\Híarvir*c +0-701- rnaA^Arto Í í^í-»o 11 to H o c P e c o r»/-\m r^r\t-to rr» J ^ - l í S l V K.- n rrsi c\ or»rvt-rMoi t-\rvrÍo coi- originado devido à orientação dos spms da ponta de prova í*"^Ce). gerando cissim vim acréscimo ao campo NIP erfino da amostra. (B ^ Bii[l - T/TN]*"! das curvas experimentais das figuras 2 8 - 3 2 são saíisíaíónos c estão dc acordo comi os valores obfidos na litcraPara para os expoentes cnticos da teona de Heisenberg tndimensionai (Chattopadhyay et al.,í996). »-VF p 1 U'.1, J'.l *.| V O Ainda se íazcm necessárias novas mvcsíigaçôcs ncsícs compostos com o intuito dc ampliação das conclusões obtidas neste trabalho. Para tal, pretende-se a realização de novos estudos do CHM cm tunção da tcmperarara cm outros compostos RA.g para comparaçào com os resultados obtidos neste trabalho. Preícndc-sc ainda, realizar cálculos do tipo ab initio para comparaçào dos valores teóricos com os valores experimentais deste trabalho, permitindo uma compreensão da influência das camadas s-p no comportamento do CHN4, e ainda temos o intuito dc realizar cálculos comi a presença da ponta de prova para obtenção dc valores mais realistas u o cam po hípcrííno REFERENCIAS BIBLiOGRAFíCAS A orii i c i í AT r^- ccrv~\D MC ^ /I • ^/L A I m e o ADCAIIDCDAIDC C O A \/CT \a F.; KRILL, G ; LAPIERRE, F.; HAEN, P.; c G-ODRT, C , Phys. Síaí. Sol. v.!43, p.. 159, I 087 .ARBILL.A, G., CORRÊA, S., M., CARVALHO, M., Ciência Koje, v. 2 1 , n. 122, p. 30, 1996. AKSEL ixOL), Zj,j Z^. ct s.!., Lzvcsíiyâ ÂamuCHiIi ^ãuic SSSK.., Scnys. FiZiGiiC3íC3.yíi, v. 50, BIEDENHARN, L.C. and ROSE, ME, Revs. Modern. Phys., v.25, p, 729, !953. M. Ang Phys. Rev., v, 72, n. 9, p. 870, 1947. BUP^O, E.; ÜRZU, 1.; PiEPvP^E., J., Phys Stat. Soi. (b), v. 51, p. 4637, 1972. CAilBONAJ^J, .\. W ; MESTLNíí^l-FLLHO, J.; S.A-XENA, R. 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