Anais do I Simpósio de Linguística, Literatura e Ensino do Tocantins ISBN: 978-85-63526-36-6 276 11 a 13 de Novembro de 2013 – UFT/Araguaína –TO CONSTRUINDO SABERES ENTRE LÍNGUA INGLESA E CULTURA Kellen Lucy Santos Silva1 Miliane Moreira Cardoso Vieira2 Universidade Federal do Tocantins (UFT) RESUMO: Este trabalho tem como objetivo mostrar que existe uma construção de saberes interculturais no ensino e aprendizagem de Língua Inglesa como Língua Adicional (LA), no contexto de cultura. Visa, também, mostrar que as trocas culturais além de serem inseparáveis do ensino de uma Língua Estrangeira, são importantes para o aprendizado do idioma, pois um ensino intercultural deve desenvolver no aluno a compreensão da cultura do outro. Para que isto ocorra, faz-se necessário um ensino crítico e dinâmico, que faça do aluno um aprendiz que seja não apenas mais um falante da nova língua, mas que seja também capaz de compreender e aceitar as diferenças culturais que a nova língua traz consigo. Entender o contexto das situações que acontecem em uma cultura evita os estereótipos culturais que muitas vezes são provenientes de um julgamento prévio da cultura do outro. O objeto de pesquisa neste trabalho é o blog Brazil and the United States: An intercultural exchange in Araguaína, onde são publicadas todas as oficinas que Assistentes de Ensino de língua inglesa oferecem para os alunos no campus universitário de Araguaína. Tendo como foco as oficinas que abordam assuntos relacionados à cultura, coletamos dados através dos comentários respondidos pelos alunos e das reações dos mesmos ao assistirem as oficinas sobre cultura. Palavras-chave: ensino, língua inglesa; cultura. 1 Bolsista de Extensão – PIBEX - [email protected] 2 Professora Orientadora de Bolsista de Extensão – PIBEX/UFT, [email protected] Realização Campus Araguaína - Apoio Anais do I Simpósio de Linguística, Literatura e Ensino do Tocantins ISBN: 978-85-63526-36-6 277 11 a 13 de Novembro de 2013 – UFT/Araguaína –TO Contextos Iniciais Há três anos, o Conselho de Diretores da Comissão Fulbright aprovou a proposta de manter, por um ano, jovens norte-americanos recém-graduados, com alguma experiência em ensino de inglês, em instituições brasileiras interessadas em utilizá-los como instrutores no Curso de Letras (Língua Inglesa). Esse projeto tinha como objetivo melhorar a qualidade na formação dos futuros professores e promover uma experiência intercultural aos envolvidos. Então surgiu o Programa English Teaching Assistants, mais conhecido como ETA’s no Brasil. A pesquisa que será apresentada nesse artigo está relacionada ao projeto Brasil-Estados Unidos: construção de saberes interculturais, e pretende analisar as oficinas apresentadas pelas ETAs, que se encontram na UFT câmpus de Araguaína. Neste trabalho optou-se por usar o termo LA (Língua Adicional) como uma nova língua aprendida para evitar problemáticas de terminologias relacionadas as definições de LE ou L2. Haupt e Vieira (no Prelo), explicam que Leffa (1988) define língua estrangeira como uma língua aprendida em um país cuja língua não é oficialmente utilizada (exemplo do aluno brasileiro aprendendo inglês no Brasil), e segunda língua como a língua aprendida no próprio país onde a língua é falada (aluno brasileiro aprendendo inglês nos Estados Unidos). Porém, estas definições tornam-se muito simplistas ao considerarmos casos específicos, como, por exemplo, o de uma criança que nasce no Brasil, mas tem mãe de nacionalidade diferente, tornando assim difícil saber definir qual é a primeira e segunda língua desta criança. Quanto à organização deste trabalho, na primeira parte será apresentado o blog criado pelas ETA’s, utilizado para divulgação e interação com os acadêmicos das oficinas. Na segunda parte, busca-se refletir sobre a relação intrínseca do ensino de uma Língua Adicional (LA) e cultura no ensino/aprendizagem, nesta parte veremos que as trocas culturais são essenciais na aprendizagem de uma nova língua e que ao aprendermos um novo idioma devemos também aprender a cultura do outro, pois assim teremos sucesso na competência comunicativa. Na terceira parte, será feita uma breve Realização Apoio Anais do I Simpósio de Linguística, Literatura e Ensino do Tocantins ISBN: 978-85-63526-36-6 278 11 a 13 de Novembro de 2013 – UFT/Araguaína –TO análise de uma das aulas oferecidas pela ETA’s nas oficinas de cultura Americana. Na última parte serão apresentadas as considerações obtidas através da pesquisa. Passamos então, a apresentação do blog no próximo tópico. 1. Apresentação do Blog Segundo Bittencourt (2004), no artigo elaborado para a oficina de blogs pedagógicos da UFRGS, blogs são páginas na Internet onde as pessoas escrevem sobre diversos assuntos de seu interesse, que podem vir acompanhadas de figuras e sons de maneira dinâmica e fácil, além de outras pessoas poderem colocar comentários sobre o que está sendo escrito. Esta ferramenta colaborativa permite que pessoas troquem informações, conhecimentos e possam ser utilizados como laboratórios de escrita virtual, possibilitando aos membros agirem, interagirem e trocarem experiências sobre assuntos de mesmo interesse cooperativamente. Os blogs sintetizam o espírito de cooperação e interação através de projetos educacionais, desencadeando entre os participantes o exercício da expressão criadora crítica, artística e hiper-textual. Através de estrutura, podemos exercitar o diálogo, a autoria e a coautoria. Eles possibilitam, também, a re-interpretação de conceitos e das práticas (BITENCOURT, 2004). O blog Brazil and the United States: an intercultural exchange in Araguaína, que se encontra através do endereço http://etauft.blogspot.com.br/, está disponível desde março de 2011. Neste blog são postadas as oficinas que as ETA’s oferecem na Universidade Federal do Tocantins (UFT). O objetivo desse blog é fazer com que haja um reforço no aprendizado do aluno, através dele pode-se perceber interações de alunos e as oficinas assistidas. Este serve também como divulgação do trabalho das ETA’s na UFT de Araguaína. O blog favorece a imaginação e facilita a socialização através dos comentários que podem ser postados. Permite ainda ao aluno manifestar suas idéias sem restrições e propiciar a interação direta com as ETAs. Uma das ETA’s descreve o blog da seguinte maneira: Realização Apoio Anais do I Simpósio de Linguística, Literatura e Ensino do Tocantins ISBN: 978-85-63526-36-6 279 11 a 13 de Novembro de 2013 – UFT/Araguaína –TO “Way for us (Danielle and I) to share our work with students, university, and the winder community (Including other ETA). It´s also a space where students can further with our classes – Francesca.” Ao acessar o blog, o aluno terá contato com conteúdos propostos pelas ETAs e essa troca imediata contribuirá para a difusão do conhecimento da cultura Americana, gramática e vocabulário amplo para enriquecer a aprendizagem de Língua Inglesa, como Língua Adicional (LA). Após termos esclarecido sobre o objeto de estudo neste artigo, passaremos a discutir sobre cultura e ensino, a seguir. 2. Cultura e o ensino de língua Adicional Compreendendo que língua e cultura andam de mãos dadas no espaço de ensino/ aprendizagem de uma língua, tais aspectos são indispensáveis na prática pedagógica de um professor de LA. Janice (2002, p.19) instiga que pensemos da seguinte forma: “A língua é a mediadora da cultura; a cultura é interpretada pela língua; a cultura é conservada e relatada através da língua, consequentemente, quando se fala em língua fala-se em cultura, e quando se fala em cultura, fala-se em língua.” Sabe-se que a aprendizagem de língua inglesa não se restringe somente a aquisição de informações acerca da gramática e vocabulário de outra língua, pois além de toda aprendizagem gramatical haverá também uma grande troca cultural, que surge a partir do momento em que se estuda uma nova LA. Sendo assim, ao aprender uma língua é necessário saber analisar e diferenciar os aspectos culturais, de acordo com o contexto onde essa língua é falada. Há uma grande variação de acepções do termo cultura, estudiosos renomados como Malinowski, Brown, Halliday, e outros, disponibilizam uma série de definições de cultura que se complementam; e entre os antropólogos, como Malinowski, verifica-se uma visão universalista e uma visão particularista da definição de cultura, pois segundo eles a cultura é considerada como uma totalidade de características de um grupo social. Realização Apoio Anais do I Simpósio de Linguística, Literatura e Ensino do Tocantins ISBN: 978-85-63526-36-6 280 11 a 13 de Novembro de 2013 – UFT/Araguaína –TO Para Malinowski, a cultura é um sistema funcional, seus elementos não podem ser vistos isoladamente, pois eles são interdependentes. Segundo este antropólogo, a cultura representa a totalidade social, o conjunto de todas as instituições, um “ambiente artificial”, uma forma de resolver as necessidades humanas: Cultura é um conjunto integral de instituições em parte autônomas, em partes coordenadas. Ela se integra a base de uma série de princípios, tais como: a comunidade de sangue, por meio da procriação; a contiguidade espacial, relacionada à cooperação; a especialização de atividades (...). Cada cultura deve sua integridade e sua autossuficiência ao fato de que satisfazer toda gama de necessidades básicas, instrumentais e integrativas (MALINOWSKI, 1994, p. 40) Tradução minha. Sendo assim, cultura de um grupo ou de uma classe representa um estilo de vida especial e distinto deste grupo ou classe, nela estão inclusos ideias e valores, seus significados e como eles são refletidos nas instituições, nas relações sociais, nos costumes, nos sistemas de crenças e tradições, no uso dos objetos e na vida material. Segundo Sarmento (2004), os valores e as normas de comportamento variam largamente entre as culturas, a autora explica que sociedades pequenas tendem a ser culturalmente uniformes, mas sociedades industrializadas apresentam diversidade cultural, envolvendo numerosas subculturas diferentes. Sendo assim, cada cultura expõe seus próprios padrões de comportamento, que podem parecer muito estranhos quando vistos por pessoas de outras culturas. Entretanto, todas as comunidades fazem sentido em seu dia a dia, e, quando os seus hábitos nos parecem estranhos, é porque não estamos entendendo seus comportamentos. Uma cultura deve ser estudada em termos de seus próprios significados e valores, e não de uma maneira etnocêntrica, que é o julgamento de outras culturas a partir da nossa própria cultura. De acordo com a perspectiva da Gramática Sistêmico-Funcional, Halliday (1985, p. 4, apud Vian Jr., 2012) define cultura como “um conjunto de sistemas semióticos, um conjunto de sistemas de significação, que estão todos interrelacionados”. Segundo Halliday (1978, apud Vian Jr., 2012), a língua como semiótica Realização Apoio Anais do I Simpósio de Linguística, Literatura e Ensino do Tocantins ISBN: 978-85-63526-36-6 281 11 a 13 de Novembro de 2013 – UFT/Araguaína –TO social é o ponto central na compreensão de como a realidade cultural é desenvolvida e representada. Assim, é necessário crer que essa realidade cultural é tão heterogênea e heteroglóssica quanto à língua em si. Para o autor (Idem, p. 5), todo “conhecimento é transmitido em contextos sociais por meio das relações humanas, como aquela que se estabelece entre pais e filhos, entre professores e alunos, ou entre colegas, que se definem nos sistemas de valor e de ideologias de uma dada cultura.” A partir dessas definições, observa-se que a cultura sempre está sujeita a mudanças, ela é um conhecimento que é aprendido e que pode ser repassado, não existe uma cultura melhor ou pior que a outra, o que existe são contextos diferentes que devem ser analisados e entendidos. Todas as “ações” que acontecem numa comunidade fazem sentido para aquela determinada cultura, e mesmo que para uma cultura diferente pareça estranho, é necessário que haja uma compreensão e não um julgamento prévio adquirido de forma universal. O ensino de uma LA, em um contexto cultural, objetiva um desempenho do aluno que faça com ele tenha proficiência comunicativa, que possa promover uma competência comunicativa intercultural. Essa competência destaca o encontro entre culturas como parte essencial da vida contemporânea e do aprendizado de uma segunda língua. Através dela haverá uma capacidade de realizar a atividade de fala por meio dos recursos da língua que se estuda, de acordo com os objetivos e a situação, ou seja, são incluídos o componente pragmático e o cultural da língua estudada. Kraviski e Bergmann citam Bergmann (2002) e afirmam que: A aprendizagem de uma língua estrangeira é diferente da aprendizagem de outras disciplinas, principalmente pelo seu caráter social, que prevê a interação, direta ou indiretamente, do indivíduo com povos e culturas diferentes da sua. Estando contemplada na área de conhecimento das ciências humanas, a aprendizagem de uma língua adquire um caráter individual e único, já que exige processos cognitivos ligados à experiência de vida de cada indivíduo. Conhecer a comunidade na qual a língua-alvo está inserida é imprescindível, principalmente, se considerarmos a língua como um dos códigos que melhor representa a cultura de um povo (2002, p: 64). Realização Apoio Anais do I Simpósio de Linguística, Literatura e Ensino do Tocantins ISBN: 978-85-63526-36-6 282 11 a 13 de Novembro de 2013 – UFT/Araguaína –TO Brown (2000) segue esse mesmo pensamento, pois segundo ele, ao aprendermos uma língua estrangeira estamos aprendendo também uma nova cultura, pois para o autor língua e cultura estão sempre ligadas. Neste sentido, no aprendizado de outra língua sempre ocorrerá um processo chamado por Brown de aculturação: “(...) A language is a part of culture, and a culture is a part of a language; the two are intricately interwoven so that one cannot separate the two without losing the significance of either language or culture” (BROWN, 2000, p.177). Com essas reflexões, percebe-se que ao aprendermos um novo idioma devemos também aprender a cultura do outro e assim, teremos sucesso na nossa competência comunicativa. O ensino de cultura faz com que o aluno desenvolva estratégias necessárias para atuar socialmente na cultura da língua alvo. Portanto, é necessário que haja o ensino com uma abordagem crítica e dinâmica, que faça o aluno refletir e que seja capaz de entender o contexto das situações vividas pela outra cultura. Veremos a seguir a análise de uma aula de LA envolvendo o ensino de cultura. 3. American Culture - Análise de uma aula Podemos dizer que, alunos que aprendem uma LA somente em sala de aula, provavelmente não terá muitas oportunidade de praticar essa língua falada cotidianamente através de interações com nativos. Graças ao projeto Fulbright em algumas universidades brasileiras, essa interação com um nativo da língua inglesa ocorre. Como dito anteriormente, na UFT temos, anualmente, duas ETAs, portanto, a comunidade acadêmica e a comunidade de Araguaína estão sendo beneficiadas com essa interação. Ao longo de 2013, uma das ETAs ofereceu uma oficina de American Culture. Em uma dessas aulas, o tema escolhido pela ETA foi American Folklore. Nesta aula foi apresentado aos alunos o que era folclore, e qual era sua importância, definida no blog como: Realização Apoio Anais do I Simpósio de Linguística, Literatura e Ensino do Tocantins ISBN: 978-85-63526-36-6 283 11 a 13 de Novembro de 2013 – UFT/Araguaína –TO Folklore consists of the legends, music, proverbs, jokes, popular beliefs and oral history of a culture or group, and the ways in which these are passed down from one generation to another. Folklore is unofficial, or non-institutional in that it is transmitted between people not institutions (like governments, schools, or churches). Folklore is important because it is part of the history of a culture and can help us better understand other cultures, but folklore also transcends boundaries by 'saying something appealing about the basic human condition' (Tim Schafer). Ao abordar a aula com este tema, a ETA intencionou que houvesse uma troca de conhecimento intercultural, afinal através do folclore podemos aprender e entender mais sobre uma determinada cultura, mesmo que não seja algo que verdadeiramente tenha acontecido, mas através das estórias folclóricas pode-se compreender a respeito de muitos assuntos em uma cultura. Após aprender sobre a definição e importância do folclore, a sala foi divida em grupos e cada grupo recebeu uma folha com a estória de alguns personagens do folclore Americano: Pocahontas, Johnny Aplessed, Pecos Bill e Betsy Ross. Os grupos leram as estórias com o auxílio da ETA e em seguida, os alunos interpretaram através de uma pequena peça teatral a estória aprendida. A reação dos alunos foi extremamente positiva, através das apresentações puderam aprender e repassar o que aprenderam sobre a cultura Americana, com estórias de lutas por liberdade, e de grandes aventuras. A aula foi muito produtiva e serviu também para que houvesse desmistificação de estereótipos existentes em relação à cultura Americana. Os comentários foram: A)“ Ahh que legal, o povo de lá também têm suas estórias folclóricas, eu não sabia disso! B) “Que estória interessante!” No blog os alunos puderam falar sobre alguns personagens do nosso folclore brasileiro e sua importância, os alunos citaram a estória de Yara, Vitória Régia, Lobo Mal, Boto e Saci. Usar a própria cultura para ensinar inglês é muito importante, pois, precisamos entender e compreender que podemos nos comunicar em outra língua, mas Realização Apoio Anais do I Simpósio de Linguística, Literatura e Ensino do Tocantins ISBN: 978-85-63526-36-6 284 11 a 13 de Novembro de 2013 – UFT/Araguaína –TO devemos valorizar nossa cultura e nossos valores, nossas estórias. Um professor ou professora de LA precisa valorizar a formação de indivíduos responsáveis pela nossa cultura e nossos valores, contribuindo com sua formação para cidadania. Sendo importante que o professor ao ensinar sobre cultura Americana, como a ETA, possibilite ao aluno não apenas aprender conteúdos da língua ou obter informações pontuais sobre a cultura-alvo, mas construir conhecimento intercultural a partir dessa experiência pedagógica, discutindo a visão que o outro tem de nós, determinando se aceitamos ou rejeitamos essa visão e comparando semelhanças e diferenças entre as concepções de mundo nas duas culturas. Shi-xu e Wilson (apud MOTTA-ROTH e RICHTER, 2001) sugerem um programa educacional intercultural em dois estágios. No primeiro, ao invés de ensinar a língua e a cultura do outro a nossos alunos e futuros professores, devemos ensiná-los a examinar criticamente a própria língua e a própria cultura: “Isso também significa ajudá-los a entender as relações essencialmente de poder entre culturas nas quais a comunicação desempenha papel central” (Idem, p. 91). No segundo estágio, devemos cultivar uma força de vontade moral para, construir continuamente objetivos e ações interculturais comuns com o outro: “criando, a necessidade de comunicação, sustentando a comunicação e praticando-a pelo bem da humanidade (Idem, p. 91).” Sendo assim, as competências comunicativas dependem das competências interculturais, da capacidade de vermos a cultura do outro em relação a nossa própria cultura. 4. Algumas Reflexões e Encaminhamentos Nesta pesquisa pretendemos investigar sobre o processo de aprendizagem de Língua Inglesa como Língua Adicional, e os aspectos culturais. Inserir a cultura como um segmento interdisciplinar nos conteúdos da LA torna-se algo importante, e as abordagens sobre cultura devem ser mostradas de uma maneira contextualizada e reflexiva, com o objetivo de oportunizar nos aprendizes uma ampliação de seus Realização Apoio Anais do I Simpósio de Linguística, Literatura e Ensino do Tocantins ISBN: 978-85-63526-36-6 285 11 a 13 de Novembro de 2013 – UFT/Araguaína –TO conhecimentos. O que se percebeu através de pesquisas é que há muitos casos em que o conteúdo passado pelo professor consegue apenas fazer com que o aluno almeje tornarse uma “cópia” dos falantes nativos, sem levar em consideração a influência que sua própria cultura exerce sobre os processos de comunicação. O professor deve abrir espaço para a curiosidade e para a busca de novas experiências na língua-alvo, o que se busca é um aluno que seja “mediador”, BELTRÃO (2007) cita Byram, Gribkova e Starkey (2002, p.9) que definem: “um mediador é um indivíduo que, na comunicação entre culturas diversas, tem sucesso não somente transmitindo informações, mas também desenvolvendo relações pessoais”. Para os professores de LA é exatamente este falante ou mediador – aquele que está “no meio”, entre culturas, e que sabe administrar as diferenças nos processos comunicativos que se busca moldar. Um aprendiz “mediador” saberá refletir a respeito de si mesmo, do outro e, naturalmente, sobre a sua cultura e as outras culturas abordadas. Se os professores seguirem essa metodologia de ensino, haverá um grande avanço no ensino de uma LA, pois aprender uma nova língua é também aprender uma nova cultura. Cabe então ao professor, a responsabilidade de criar na sala de aula este ambiente apropriado à interculturalidade, mesmo isso sendo um grande desafio, acredito que através desse entrelaçamento, um aprendiz de LA poderá obter uma aprendizagem muito significativa. Pretendemos continuar pesquisando nessa mesma abordagem de pesquisa no projeto Construção de saberes interculturais, para que futuramente haja uma contribuição significativa no ensino de uma LA no município de Araguaína, através das oficinas que se pretende oferecer, contudo até aqui já podemos afirmar que cultura e língua são fatores que sempre estarão ligados. Conclui-se, portanto, que inserir a cultura como um segmento interdisciplinar nos conteúdos da língua estrangeira é importante, e que essas abordagens sobre cultura devem ser mostradas de uma maneira contextualizada e reflexiva, com o objetivo de oportunizar nos aprendizes uma significativa ampliação de seus conhecimentos. Realização Apoio Anais do I Simpósio de Linguística, Literatura e Ensino do Tocantins ISBN: 978-85-63526-36-6 286 11 a 13 de Novembro de 2013 – UFT/Araguaína –TO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BITTENCOURT, Josiane Boyen. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de pós-graduação em informática na educação. Oficinas virtuais de aprendizagem.II.Artigo.Elaborado.para.a.oficina.de.blogs.<HTTP://penta3.ufgs.br/PEA D/semana01/blogsconce itos.pdf. Acessado em 29/10/2013. BROWN, H. D. Principles of language learning and teaching. 4. ed. PEARSON- ELT, 2000. HAUPT, Carine; VIEIRA, Miliane. Língua Inglesa como língua adicional, cultura e contextos. Revista Língua e Linguagem. (No Prelo). JANICE, Leila Maxwell Mendes. Como está a questão da cultura no ensino de língua estrangeira (inglês) frente aos parâmetros curriculares nacionais. Uberlândia, 2002. (Dissertação de Mestrado). KRAVISKI, Elys Regina; BERGMANN, Juliana. Interculturalidade e motivação na aprendizagem de línguas. 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