SANTOS, Filipi Fagundes dos. Sementes Tomazetti. Júlio de Castilhos

Propaganda
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA- CAMPUS JÚLIO DE CASTILHOS
CURSO TÉCNICO AGRICOLA COM HABILITAÇÃO EM AGRICULTURA
SEMENTES TOMAZETTI
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
Filipi Fagundes Dos Santos
Júlio de Castilhos, RS, 2010
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA- CAMPUS JÚLIO DE CASTILHOS
CURSO TÉCNICO AGRICOLA COM HABILITAÇÃO EM AGRICULTURA
SEMENTES TOMAZETTI
Por:
Filipi Fagundes Dos Santos
Relatório de Estagio de Profissional apresentado como requisito para obtenção do titulo
de Técnico Agrícola com Habilitação em Agricultura do Instituto Federal
Farroupilha Campus de Júlio de Castilhos – RS.
Orientador: Carla Medianeira Bertagnolli
Júlio de Castilhos, RS, março de 2010
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1 Estagiário
1.1 Nome: Filipi Fagundes Dos Santos
1.2 Curso: Técnico Agrícola com Habilitação em Agricultura
1.3 Turma: AGRI 1
1.4 Endereço: Avenida Assis Brasil n° 581
1.5 Município e Estado: Júlio de Castilhos – RS
1.6 CEP: 98130.000
1.7 Telefone: (55) 99454406
1.8 E-mail: [email protected]
2
Empresa
2.1 Nome: Sementes Tomazetti
2.2 Endereço: Avenida das Indústrias
2.3 Município e Estado: Primavera do Leste - MT
2.4 CEP: 78850-000
2.5 Fone/Fax: (66)3497-1113
2.6 E-mail: [email protected]
3
Estágio
3.1 Área de realização: Produção de grãos e sementes
3.2 Coordenador do Curso: Ricardo Luis Schons
3.3 Professor Orientador no IIF-JC: Carla Medianeira Bertagnolli
3.4 Supervisor de Estágio na empresa: Márcio Reginaldo de Sousa
3.5 Carga horária total: 560 horas
3.6 Data de início e término: 01/10/09 a 18/12/09
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA- CAMPUS JÚLIO DE CASTILHOS
CURSO TÉCNICO AGRICOLA COM HABILITAÇÃO EM AGRICULTURA
O Supervisor da Empresa, Márcio Reginaldo, e o Estagiário, Filipi Fagundes dos Santos,
abaixo assinados cientificam-se do teor do Relatório de Estágio Curricular Supervisionado do
Curso Técnico Agrícola com Habilitação em Agricultura.
Sementes Tomazetti
Elaborado por
Filipi Fagundes Dos Santos
Como requisito parcial para obtenção do titulo de
Técnico Agrícola com Habilitação em Agricultura
Márcio Reginaldo de Sousa
(supervisor de Estagio)
Filipi Fagundes Dos Santos
(Estagiário)
Júlio de Castilhos, março de 2010
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA- CAMPUS JÚLIO DE CASTILHOS
CURSO TÉCNICO AGRICOLA COM HABILITAÇÃO EM AGRICULTURA
O Supervisor da Empresa, Márcio Reginaldo, a Orientadora, Carla Bertagnolli, e o Estagiário,
Filipi Fagundes dos Santos, abaixo assinados, certificam-se do teor do Relatório de Estágio
Curricular Supervisionado do Curso Técnico Agrícola com Habilitação em Agricultura.
Sementes Tomazetti.
Elaborado por
Filipi Fagundes Dos Santos
como requisito parcial para obtenção do título de
Técnico Agrícola com Habilitação em Agricultura
Márcio Reginaldo de Sousa
(Supervisor de Estágio)
Carla Bertagnolli
(Orientadora)
Filipi Fagundes Dos Santos
(Estagiário)
Júlio de Castilhos, março de 2010
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................01
2. HISTÓRICO DA EMPRESA .......................................................................02
3. PRODUÇÃO DE GRÃOS E SEMENTES .............................................03
4. CULTURAS..........................................................................................................04
4.1. A CULTURA DA SOJA .............................................................................04
4.1.1. Dessecação pré-plantio...............................................................................05
4.1.2. Tratamento de sementes ...........................................................................05
4.1.3. Plantio e tratos culturais............................................................................06
4.1.4. Pragas observadas e controle...................................................................07
4.1.4.1. Vaquinha Patriota (Diabrotica speciosa) ........................................08
4.1.4.2. Megascelis sp. e Maecolaspis calcarifera...........................................08
4.1.4.3. Percevejo Verde (Nezara viridula) ......................................................09
4.1.4.4. Lagarta da Soja (Anticarsia gemmatalis) .......................................10
4.1.5. Doenças observadas e controle ...............................................................11
4.1.5.1. Mancha Alvo (Corynespora cassiicola) ............................................11
4.1.5.2. Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi) ..................................12
4.1.6. Plantas invasoras e métodos de controle..............................................12
4.2. A CULTURA DO FEIJÃO CARIOCA..................................................14
4.2.1. Dessecação pré-plantio................................................................14
4.2.2. Tratamento de sementes.............................................................................15
4.2.3. Plantio e tratos culturais.............................................................................16
4.2.4. Pragas observadas e controle....................................................................17
4.2.5. Doenças observadas e controle....................................................18
4.2.6. Plantas invasoras e métodos de controle.....................................19
4.3. A CULTURA DO FEIJÃO CAUPI ..............................................19
4.3.1. Dessecação pré-plantio.................................................................20
4.3.2. Tratamento de sementes...............................................................21
SUMÁRIO
4.3.3. Plantio e tratos culturais..........................................................21
4.3.4. Pragas observadas e controle..................................................23
4.3.5. Doenças observadas e controle................................................24
4.3.6. Plantas invasoras e métodos de controle.................................24
5. CONCLUSÃO...............................................................................25
6. BILIOGRAFIA CONSULTADA..................................................27
1. INTRODUÇÃO:
Neste documento estarão explicitadas as atividades desempenhadas e
conhecimentos adquiridos no decorrer do estágio supervisionado realizado
pelo estagiário Filipi Fagundes Dos Santos, aluno da primeira turma do
Curso Técnico Agrícola Subseqüente com Habilitação em Agricultura do
Instituto Federal Farroupilha, Campus Júlio de Castilhos, na empresa
Sementes Tomazetti, localizada na cidade de Primavera do Leste, no
Estado do Mato Grosso.
O estágio curricular teve início no dia 01 de outubro de 2009 e término
no dia 18 de dezembro do corrente ano, somando uma carga horária de 560
horas. O estagiário desenvolveu suas atividades didáticas nas fazendas:
Cumbuco e Novo Horizonte, constituintes da empresa Sementes
Tomazetti, acompanhando e auxiliando de forma ativa nas células de
produção dessa empresa.
Tendo como orientadora de estágio a professora e Engenheira
Agrônoma Carla M. Bertagnolli e supervisor de estágio o Engenheiro
Agrônomo Marcio Reginaldo de Souza, eu, Filipi Fagundes dos Santos,
pude por em prática meus conhecimentos técnicos atuando na produção de
grãos e sementes de soja (Glycine max), feijão Caupi (Vigna unguiculata)
e feijão Carioca (Phaseolus vulgaris).
1
2. HISTÓRICO DA EMPRESA:
A empresa Sementes Tomazetti está localizada no município de
Primavera do Leste, na região Sul do Estado do Mato Grosso. Propriedade
de Moacir Tomazetti, a empresa iniciou suas atividades no ano de 1994 e
desde então passou a desempenhar grande representatividade na região
norte, nordeste e centro oeste do país.
Ponto de referencia na produção de grãos e sementes de arroz, soja,
feijão carioca e feijão Caupi, a Sementes Tomazetti é constituída
basicamente por duas fazendas, sendo estas a fazenda Cumbuco,
localizada as margens do rio Cumbuco e a fazenda Novo Horizonte,
localizada as margens do rio das Mortes. Esta empresa conta com um
grande corpo técnico que é formado por engenheiros agrônomos, técnicos
agrícolas, técnicos nas áreas administrativa, jurídica, de gestão e
marketing.
Parceira da Embrapa e da Fundação Mato grosso, a Sementes
Tomazetti tem um forte cunho social, uma vez que a empresa possui um
projeto comunitário onde a mesma viabiliza de forma gratuita, por
intermédio de prefeituras, 15 kg de sementes de feijão Caupi para famílias
de baixa renda, para que as estas produzam esse feijão para sustento
próprio, em troca, as famílias assistidas pelo projeto devem no momento
da colheita reservar a mesma quantidade de sementes que em outrora lhe
foi cedida e devolver a empresa, para que assim seja possível que a
Sementes Tomazetti repasse essa quantidade reembolsada a uma nova
família, formando assim uma corrente de solidariedade.
2
3. PRODUÇÃO DE GRÃOS E SEMENTES:
A sementes Tomazetti, conforme pude observar, é uma empresa
produtora de sementes que está comprometida em produzir sementes de
qualidade no setor sementeiro da região centro - oeste do Brasil. Para que
houvesse um maior entendimento sobre o modelo produtivo no qual estava
inserido, acreditei ser necessário um maior embasamento de minha parte
sobre as diferenças entre grãos e sementes. A seguinte citação foi
fundamental para meu discernimento:
Em linguagem simples, grão é o que se colhe e semente é o que se
planta. E por que existe essa diferença técnica?Porque semente é o
resultado de muitos anos de pesquisa e desenvolvimento. A unidade
reprodutiva da planta é, no sentido agronômico, um pacote de
tecnologia que, se usada adequadamente, vai proporcionar o máximo
ganho na produção de grãos. (CARVALHO 2008).
No processo de produção de sementes vários quesitos são levados em
consideração e podem ser considerados limitantes. Para a produção de
sementes são necessários anos de pesquisa, pois é preciso que haja uma
homogenia total na cultivar produzida, fatores como poder germinativo e
pureza devem apresentar um valor constante. Assim, no momento em que
for semeada por um produtor, a lavoura apresente uma uniformidade em
todos os estádios de desenvolvimento, principalmente no momento da
colheita.
Quando se pensa em agricultura moderna, é difícil acreditar que alguns
produtores utilizam grãos produzidos nas safras passadas para semearem
suas lavouras na safra seguinte. Como acredita o engenheiro agrônomo
Vinícius Ferreira Carvalho, é praticamente impossível aperfeiçoar os
ganhos principalmente no quesito produtividade adotando-se esta prática.
A utilização de grãos, ao invés de sementes, para formação de
lavouras é um fator de grande risco para os agricultores. Quando são
utilizadas sementes compradas de empresas idôneas, os agricultores
têm garantias de pureza, qualidade, percentagem de germinação e
origem, entre outros itens. No caso dos grãos, nada disso existe e, na
maioria das vezes, pode resultar em lavouras sem uniformidade na
germinação e em plantas com baixo potencial produtivo. Em
conseqüência, a produtividade será comprometida e os prejuízos serão
verificados, principalmente, na condução e na colheita. (CARVALHO
2008).
3
4. CULTURAS:
Neste item estarão explicitadas as observações e tratos culturais que
foram realizados nas lavouras de feijão carioca (Phaseolus vulgaris), feijão
Caupi (Vigna unguiculata) e soja (Glycine max) na empresa Sementes
Tomazetti.
4.1 A cultura da soja:
A soja é uma das oleaginosas mais importantes do mundo, segundo
MIYASAKA (1981), é originaria da região leste da Ásia. Acredita-se que
o grão já era cultivado na China cerca de três mil anos antes de Cristo. Sua
evolução ocorreu de cruzamentos naturais entre duas espécies de soja
selvagem que foram domesticadas e melhoradas por cultivadores do antigo
Império Chinês. Apesar de ser conhecida como um grão sagrado no
oriente, o ocidente ignorou o seu cultivo até a segunda década do século
vinte, quando os Estados Unidos iniciaram sua produção comercial,
primeiro como forrageira e, posteriormente como grão comercial. Em
1882, o professor Gustavo D‟Utra, da Escola Agrícola da Bahia, fez à
primeira referencia à planta no Brasil. Apenas em 1950 a soja começou a
ser cultivada comercialmente no Brasil, sendo os pioneiros desse processo
os gaúchos que em 1914 implantaram a primeira lavoura de soja no país na
cidade de Santa Rosa.
No entanto, somente na década de 70 a oleaginosa passou a ter
representatividade na agricultura brasileira. De acordo com a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), de 1970 até 1980 a
produção de soja aumentou 25,9% ao ano enquanto a área cultivada no
Brasil passou de 1,3 milhões para 8,8 milhões de hectares, aumentando a
participação nacional na produção mundial. Atualmente o Brasil cultiva
cerca de 23 milhões de hectares de soja e somente no Centro-Oeste, 10
4
milhões de hectares, representando cerca de 50% da produção nacional.
CONAB (2010).
4.1.1Dessecação pré-plantio
Na Fazenda Cumbuco foi utilizado na manutenção da palhada do
milheto para a implantação do sistema plantio direto uma mistura de
herbicidas: 3,5 litros de Glifosato, 50 gramas de Flumyzin, 100 gramas de
Clorimuron, 0,3 litros de Nitroflex e 1,2 litros de Vexter, em um volume
de calda de 125 litros/ hectare. A pulverização foi realizada por um veiculo
pulverizador, Uniport, com bico de jato plano. Na fazenda Novo Horizonte
foi utilizado a mesma calda, apenas com o diferencial em relação ao uso
do Glifosato, sendo que na mesma foram utilizados 4,0 litros deste
herbicida para um controle mais efetivo de plantas com aparente
resistência a esse principio ativo, tais como, fedegoso (Senna obtusifolia),
picão preto (Bidens pilosa) e leiteiro (Euphorbia heterophylla).
4.1.2 Tratamento de sementes
Como a maioria dos patógenos é disseminado através de sementes
infectadas, além do uso de sementes certificadas é aconselhável, de acordo
com ALTMANN (2005), a utilização de tratamento químico destas com
fungicidas, pois as condições de umidade do solo no momento da
semeadura, nem sempre são as mais desejáveis. Assim, além de controlar
os patógenos transmitidos por elas, estaremos protegendo as sementes dos
fungos do solo que podem causar a deterioração e morte de plântulas,
principalmente em condições pouco favoráveis para a germinação e
emergência da soja.
5
Na sementes Tomazetti, foi utilizado para o tratamento: Gaucho na
dose de 1 kg, Regent na dose de 0,7kg, água na medida de 3 litros, Derosal
na dose de 2 litros e inoculante Nitral na dose de 2 litros. A calda foi
preparada de modo a ser suficiente para o tratamento de 1000 Kg de
sementes, ou seja, vinte e cinco sacas de 40 kg de sementes de soja. Na
Fazenda Cumbuco o tratamento de sementes era realizado com uma
máquina betoneira e uma máquina de inoculação. Para efetuar o
tratamento de sementes foi utilizado o EPI (equipamento de proteção
individual) completo, visando assegurar a sanidade física das pessoas que
realizaram este processo de um possível contato com as substancias
químicas citadas anteriormente para o tratamento das sementes.
4.1.3 Plantio e tratos culturais
Aproximadamente 500 hectares foram semeados com soja na Fazenda
Cumbuco, sendo a totalidade composta por uma cultivar transgênica: TMG
132 RR. O plantio teve início no dia 23 de outubro de 2009 e término no
dia 06 de novembro de 2009, foram utilizadas semeadoras da marca
Semeatto, com sistema de distribuição a disco, e da marca Case, com
sistema de distribuição de sementes a vácuo, ambas possuíam sistema de
14 linhas de plantio. Seguindo recomendações técnicas dos engenheiros
agrônomos Osmar Boschilia e Márcio de Sousa, foi adotada a
profundidade de 5 cm para o plantio, 16 sementes por metro linear e
espaçamento de 45 centímetros entre linhas prevendo uma população
aproximada de 355.555 plantas por hectare cultivado.
No quesito adubação, foram utilizados 200 kg por hectare de adubo
NPK, na formulação 00 - 24 - 12, correspondentes a 50 kg de fósforo e 25
kg potássio, e uma aplicação de cloreto de potássio na dosagem de 100 kg
por hectare 25 dias após a emergência das plântulas. Com a emergência
das plântulas foi realizado a contagem linear das mesmas, obtendo assim
um stand médio de 14,2 plantas por metro linear.
6
4.1.4 Pragas observadas e controle
Com o surgimento das plântulas, foi possível observar a ação inicial de
algumas pragas que, por apresentarem dano de risco produtivo e
econômico, foram tratadas de acordo com os métodos previstos pelo
Ministério da Agricultura e seus órgãos competentes.
Com a emergência das plântulas e desenvolvimento da planta observouse o surgimento das chamadas vaquinhas principalmente na bordadura dos
talhões de soja. As espécies de vaquinhas que foram identificados foram os
seguintes:
4.1.4.1 Vaquinha Patriota (Diabrotica speciosa)
http://www.cooplantio.com.br
É conhecida como vaquinha patriota devido à coloração que o inseto
apresenta na fase adulta.
7
Os adultos medem entre quatro e cinco mm, apresentam cor geral
verde, com seis manchas amarelas ou alaranjadas sobre os élitros.
Alimentam-se preferencialmente de folhas, brotos, frutos e pólen de
plantas cultivadas e silvestres, as larvas alimentam-se das raízes. A
postura é realizada no solo com cerca de 30 ovos por massa. A eclosão
das larvas, que são de coloração amarelo-pálida, tendo o tórax, a
cabeça e as pernas torácicas pretas, ocorre após três a quatro dias e
demoram cerca de 20 dias para alcançarem a fase adulta. A larva
desse inseto é conhecida como larva alfinete. (HOFFMANN-CAMPO
2000).
4.1.4.2 Megascelis sp. e Maecolaspis calcarifera
http://www.cooplantio.com.br
Assim como a vaquinha patriota, este inseto metálico apresentou-se nas
áreas compreendidas pela bordadura dos talhões, foi possível observar,
porém, que este inseto mostrou-se em quantidade maior se comparado com
a vaquinha patriota, enquanto a vaquinha patriota apresentava uma média
de 3 insetos por metro linear, a vaquinha metálica chegava a um número
de 5 exemplares.
Megascelis sp. é um inseto desfolhador na fase adulta, quando
apresenta cor verde metálica e mede cerca de cinco mm. O abdômen é
afilado sendo o tórax ainda mais estreito é polifago e, além da soja,
alimentam-se de hortaliças, feijão, milho e carrapicho, os adultos
danificam as folhas, porém, dificilmente afetam a produtividade da
planta de soja.
Já Maecolaspis calcarifera tem os ovos de tamanho inferior a 1
mm e de coloração branco amarelado . A larva pode medir até sete
milímetros e apresenta cor branca acinzentada. O adulto mede 5 mm,
apresentando sulcos e pontuações em toda a extensão do corpo de
coloração verde metálico e se alimentam da folha da planta de
soja.(HOFFMANN-CAMPO 2000).
8
Entre as pragas observadas nos talhões de soja, pode-se observar a
ocorrência de percevejos sendo eles:
4.1.4.3 Percevejo verde (Nezara viridula)
http://www.cooplantio.com.br
Este inseto de corpo totalmente verde apareceu na lavoura, mais
especificamente nas bordaduras. No momento da contagem deste inseto,
obteve-se uma média de 2 a 3 insetos por metro quadrado, variando de
área para área.
Os ovos são depositados na face inferior das folhas da planta de soja,
em massas regulares de forma hexagonal, contendo cerca de 50 a 100
ovos. No inicio os ovos são de coloração amarelada, adquirido
coloração rosada com manchas vermelhas, próximo a eclosão das
ninfas. O adulto é um percevejo totalmente verde, com tamanho
variando de 12mm a 17mm, tendo manchas avermelhadas nos últimos
segmentos das antenas. (HOFFMANN-CAMPO 2000).
O controle dos insetos foi realizado com pulverizações de metamidofós
na dosagem de 0,5 litros por hectare afetado. Entretanto, para o controle
das “vaquinhas” as pulverizações ficaram restritas às áreas de bordadura
dos talhões por ser nesse local o ponto de maior incidência deste insetopraga.
Após o estabelecimento e desenvolvimento da parte aérea da planta de
soja surgiram as chamadas lagartas desfolhadoras, sendo que a de maior
9
infestação foi a chamada lagarta-da-soja, que se apresenta da seguinte
forma:
4.1.4.4 Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis)
http://www.cooplantio.com.br
As lagartas desta espécie podem apresentar coloração totalmente
verde, pardo-avermelhada ou preta, com estrias brancas sobre o dorso
e são caracterizadas pela presença de cinco pares de falsas pernas
abdominais. Nos estádios iniciais, as lagartas penduram-se por um fio
de seda, tanto para mudar de lugar na planta quanto para não caírem
ao solo (o chamado estágio de „‟fio‟‟) e se comportam como medepalmo, entretanto, quando mais desenvolvidas, perdem o habito medepalmo, são ativas e caem ao solo quando incomodadas sob condição
de alta população podem apresentar coloração preta. Mantendo as
estrias brancas.
Passam por seis estágios larvais, podendo atingir até 40mm de
comprimento, e , em seguida,se transformam em pupas no solo.
O adulto é uma mariposa de coloração variando entre cinza,
marrom, bege, amarelo, ou azul claro, tendo sempre presente uma
linha transversal unindo as pontas do primeiro par de asas. O processo
reprodutivo ocorre durante o período noturno, sendo os ovos
depositados isoladamente, no caule, nos ramos, nos pecíolos e na face
inferior das folhas. Outros hospedeiros da praga são as leguminosas
em geral, tais como alfafa e feijão. (HOFFMANN-CAMPO 2000).
O controle desta praga foi realizado com pulverizações de Metomil
(Lannate) na dose de 0,50 litros por hectare, segundo recomendação do
fabricante. O controle justificou-se devido a existência média de 2 a 3
insetos por metro linear em focos isolados.
10
4.1.5 Doenças observadas e controle
Não são apenas as pragas que representam risco à produtividade da
cultura da soja, as doenças também podem afetar de forma significativa o
resultado final de produção desta cultura, entretanto, pude conferir a baixa
incidência de doenças nos talhões da fazenda Cumbuco, que ficaram
restritos a pequenos focos de mancha alvo e indícios da temida ferrugem
asiática.
4.1.5.1 Mancha Alvo (Corynespora cassiicola)
http://www.cooplantio.com.br
As cultivares suscetíveis apresentam lesões nas folhas, hastes e vagens e
as tolerantes apresentam somente lesões foliares com baixa severidade.
Nas folhas, a doença inicia por pequenas pontuações de coloração
castanho-avermelhadas, com halo amarelado, que evoluem para grandes
manchas arredondadas, de coloração castanho-claro, atingindo até 2 cm de
diâmetro. É comum a ocorrência de anéis concêntricos, isto é, lesões com
alternância de áreas castanho mais claras com áreas mais escuras, com o
centro da lesão sempre mais escura.
O tratamento foi realizado com pulverizações de Azoxystrobin et
Ciproconazole + adjuvante (Priorixtra + Nimbus) na dosagem de 0,36 +
0,36 litros por hectare.
11
4.1.5.2 Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhizi)
13
http://www.cooplantio.com.br
A identificação da presença deste patógeno nas lavouras é facilitado pelo
uso de lupa de mão (aumento de 20 vezes), o que possibilita a visualização
das estruturas reprodutivas do fungo, denominadas urédias ou pústulas.
São nas urédias que estão contidos os uredosporos (esporos que são
liberados e carregados pelo vento e iniciam o processo de infecção em
novas plantas). As lesões são mais numerosas na base e nas bordas
dos folíolos das folhas baixeiras, por serem áreas com maior umidade
e por haver micro clima favorável para a germinação dos esporos,
penetração e infecção dos tecidos foliares. Inicialmente, as lesões
aparecem como pequenas pontuações angulares, de coloração cinzaesverdeado, com cerca de 1mmm de diâmetro, na face superior das
folhas, as quais podem ser visualizadas com o sol. (HOFFMANNCAMPO 2000).
Na fazenda, utilizamos como forma de tratamento pulverização de
Tebuconazole (Folicur) na dosagem de 0,50 litros por hectare cultivado,
visando assim promover um tratamento preventivo nas áreas não afetadas.
As duas aplicações que foram realizadas neste processo se fizeram
necessárias, uma vez que na fazenda existe um histórico de ocorrência
desta doença, assim como em todo o Mato Grosso.
4.1.6 Plantas invasoras e métodos de controle
Na fazenda Cumbuco as plantas invasoras que competem com as culturas
cultivadas representam um sério problema. Nessas áreas cultivadas existe
um grande banco de sementes de plantas invasoras, tais como picão preto
(Bidens pilosa), leiteiro (Euphorbia heterophylla), fedegoso (Senna
12
obtusifolia) e por sua rusticidade em algumas áreas o feijão Caupi (Vigna
unguiculata).
http://www.cooplantio.com.br
Por ser uma área destinada principalmente para a produção de
sementes, na Fazenda Cumbuco existe uma preocupação grande em
relação às plantas invasoras, pois as mesmas podem afetar diretamente na
qualidade do produto final deste processo, uma vez que, no momento em
que a lavoura recebe o técnico do MAPA para realizar a vistoria nos
campos de produção não pode ser encontrado sob hipótese alguma outra
semente juntamente com o lote de sementes destinados para o mercado,
pois não pode ser permitido que o agricultor infeste sua futura lavoura no
momento da semeadura com plantas invasoras provenientes da empresa
sementeira.
Por primar pela qualidade de suas sementes, a Sementes Tomazetti
adota várias práticas para combater e controlar essas plantas daninhas,
práticas que compreendem o combate químico, primeiramente, para
controlar as plantas invasoras quando as mesmas ainda estão no início de
seu desenvolvimento, e em seguida o controle mecânico, a tradicional
capina manual que após o período de ação dos herbicidas é introduzida na
área para o controle das plantas que apresentaram resistência ao controle
químico com herbicidas.
Com relação aos herbicidas utilizados, foram usados os seguintes
produtos por via de pulverizações: Bentazon (Basagran) na dosagem de 1
litro por hectare, Chlorimuron (Classic) na dosagem de 60 gramas por
hectare, Clethodim (Select) na dosagem de 0,38 litros por hectare e
Gliphosate (Polaris) na dosagem de 3,0 litros por hectare.
13
Após analisar os produtos utilizados, suas dosagens e suas respectivas
bulas, pude perceber que no caso do produto Polaris da DuPont, a dosagem
utilizada estava acima do recomendado, uma vez que na bula deste
herbicida a dosagem era restrita a 2,0 litros por hectare, curioso, procurei
meu supervisor de estágio, Márcio de Sousa e o mesmo me relatou que
essa dosagem se faz necessária na área devido forte ocorrência de
resistência por parte das plantas invasoras que passaram a apresentar certa
resistência ao Gliphosate.
As ervas resistentes ao Glifosato – o herbicida mais usado do
mercado, considerado a principal descoberta da história recente da
indústria de agrotóxicos – forçam produtores de grãos das três
Américas a reverem suas práticas. Essas plantas ameaçam anular as
vantagens do produto, capaz de controlar mais de cem ervas que
disputam energia com soja e milho. (ROCHER 2010).
4.2 A cultura do Feijão Carioca
O feijão carioca tem grande representatividade na economia da empresa
Sementes Tomazetti, juntamente com a soja e o feijão Caupi movem as
engrenagens que trazem relevante retorno financeiro à empresa.
O Brasil é o maior produtor de feijão carioca (Phaseolus vulgaris),
segundo a EMBRAPA Feijão e Arroz. Esta leguminosa possui ciclo médio
de 95 dias e representa papel primordial na dieta do brasileiro por ser uma
fonte barata de proteínas e vitaminas, fato que justifica seu lugar na cesta
básica nacional.
4.2.1 Dessecação pré-plantio
A dessecação da área seguiu as recomendações utilizadas nos talhões
onde foi implantada a cultura da soja. A mistura de herbicidas utilizados
foi o seguinte: 3,5 litros de Glifosato, 50 gramas de Flumyzin, 100 gramas
de Clorimuron, 0,30 litros de Nitroflex e 1,2 litros de Vexter, em um
14
volume de calda de 125 litros por hectare. A pulverização foi realizada por
um veiculo pulverizador, Uniport, com bico de jato plano.
http://www.jacto.com.br/pulverizadores/09
As pulverizações eram feitas nos momentos menos ventosos do dia para
evitar deriva dos agroquímicos. No momento do preparo da calda e da
pulverização, vários cuidados devem ser considerados, principalmente em
relação ao uso do equipamento de proteção individual (EPI), que deve ser
rigorosamente utilizado para assegurar a sanidade dos indivíduos
envolvidos no processo.
Leia com atenção as instruções do rótulo ou bula do produto antes de
iniciar o seu uso. Use obrigatoriamente luvas, botas, macacão de
mangas compridas, chapéu de aba larga e, na preparação de calda com
formulações de pó, além do EPI use mascara contra poeira tóxica. No
caso de produto líquido volátil, tanto no preparo da calda como na
pulverização, use máscara com filtro contra vapores orgânicos e
óculos contra respingos. Em todos os casos em que não estiver usando
máscara, use sempre viseira facial. Quando a pulverização for feita
com equipamento costal, usar protetor impermeável para as costas e
pernas. Efetuar sempre o preparo da calda ao ar livre e ao favor do
vento. Não fume não coma, não beba durante o trabalho de manuseio
ou aplicação de herbicidas. (LORENZI 2000).
4.2.2 Tratamento de sementes
O tratamento das sementes de feijão carioca na Fazenda Cumbuco foi
realizado no barracão da propriedade em uma maquina betoneira. A
utilização da máquina betoneira ao invés da convencional máquina de
tratamento de sementes se fez necessário devido o inoculante utilizado que
foi do tipo Turfa. Segundo o engenheiro agrônomo da empresa, Osmar
Boschilia, o inoculante turfoso é mais bem integrado a semente se
15
utilizado na máquina betoneira e, além disso, a limpeza da betoneira é
mais fácil se comparada com a máquina de tratamento, tornando o
processo mais ágil.
Os produtos utilizados no tratamento foram Derosal/ Protreat na dosagem
de 0,20 litros a cada 100 kg de sementes, Cruiser na medida de 0,25 litros
a cada 100 kg de sementes tratadas e inoculante turfoso específico para
feijão na medida de 300 gramas para inocular 100 kg de sementes de feijão
carioca.
4.2.3 Plantio e tratos culturais
O plantio do feijão carioca teve início no dia 28 de outubro de 2009 e
término no dia 31 de outubro do então corrente ano. Por questões de
mercado, a cultivar implantada foi a cultivar BRS Pérola que é a variedade
mais procurada comercialmente na região sul do estado do Mato Grosso,
sendo semeados 300 hectares com essa cultivar na fazenda Cumbuco.
http://www.cooplantio.com.br
Foram implantadas 9 sementes por metro linear a uma profundidade de 3
centímetros, respeitando um espaçamento entre linhas de 45 centímetros,
prevendo uma população média de 7 a 8 plantas por metro.
A adubação utilizada foi 350 kg do composto NPK, na formulação 0620- 10 por hectare, correspondente a 21 kg de nitrogênio, 70 kg de fósforo
e 35 kg de potássio, no momento da semeadura. A aplicação de uréia foi
dividida em duas partes, a primeira na dosagem de 80 kg 25 dias após a
16
emergência das plântulas de feijão e a segunda aplicação por cobertura na
dosagem de 80 kg 35 dias após a emergência das plântulas. Foi realizada
também uma aplicação de cloreto de potássio na dosagem de 100 kg por
hectare cultivado.
Após o surgimento das plântulas e estabelecimento da cultura foi
observado um stand médio de 8,4 plantas por metro linear, o que
comprova a qualidade das sementes utilizadas.
4.2.4 Pragas observadas e controle
Conforme pude observar no meu período de estágio, na fazenda
Cumbuco foram poucas as pragas que atacaram a cultura, entretanto, no
período inicial de estabelecimento da cultura do feijão houve um período
de estiagem o que propiciou o surgimento da lagarta elasmo (
Elasmopalpus lignosellus) em alguns pontos isolados, porém, não foi
necessário o uso de tratamento químico, pois com as primeiras chuvas
vindas após a observação das lagartas a praga foi controlada sem causar
dano econômico.
Após o desenvolvimento da parte aérea da planta de feijão, surgiu nas
folhas superiores da planta a lagarta enroladeira (Hedylepta indicata).
Estas lagartas são inicialmente amareladas, tornando-se verdes à medida
que se desenvolvem, atingindo cerca de 20 mm de comprimento.
(HOFFMANN
2000).
http://www.cooplantio.com.br
17
No estágio que realizei encontrei um inseto que era de total
desconhecimento de minha parte, o conhecia apenas pelas páginas de
livros, a chamada lagarta cabeça-de-fósforo, a qual me chamou atenção
por sua morfologia exótica a meu ponto de vista. Segundo HOFFMANN
(2000), as lagartas são verdes, com estrias longitudinais amarelas e de fácil
identificação devido a sua cabeça proeminente de coloração marromescuro.
http://www.cooplantio.com.br
O controle das pragas observadas foi feito com pulverizações de
metamidofós na dosagem de 0,5 litros por hectare e novaluron (Rimon) na
medida de 0,1 litro por hectare.
4.2.5 Doenças observadas e controle
Em todo o período que acompanhei o desenvolvimento da cultura do
feijão carioca na fazenda Cumbuco pude observar o não surgimento de
doenças nas áreas cultivadas com feijão.
Por questões de segurança foi realizada pulverização com Priori +
Nimbus na dosagem de 0,3 litros por hectare, como medida de prevenção
devido o surgimento de mancha alvo na lavoura de soja e oídio na lavoura
de feijão do vizinho.
18
4.2.6 Plantas invasoras e métodos de controle
Nas áreas onde o feijão foi implantado, o sistema plantio direto ajudou
muito no controle das plantas invasoras. A palhada obtida através da
dessecação pré-plantio resultou em um grande volume de matéria seca que
cobriu o solo de forma que não permitiu o desenvolvimento da maior parte
das plantas invasoras, foi possível observar apenas a planta conhecida
como fedegoso (Senna obtusifolia), as demais plantas invasoras não
apresentaram nível crítico e, portanto não receberam um cuidado especial.
http://www.cooplantio.com.br
O controle do fedegoso (Senna obtusifolia) foi realizado de forma
mecânica, a prática adotada foi a capina manual, prática esta que
apresentou ótimo resultado tanto do ponto de vista econômico como
ambiental.
4.3 A cultura do feijão Caupi
A produção de feijão Caupi recebe atenção particular na Sementes
Tomazetti. Por sua rusticidade a cultura exige pouco em relação a tratos
culturais, aparenta forte resistência a doenças e compete de forma superior
em relação as plantas invasoras.
19
O feijão Caupi, feijão-de-corda ou feijão-macassar (Vigna unguiculata
(L.) Walp.) é uma excelente fonte de proteínas (23-25% em média) e
apresenta todos os aminoácidos essenciais, carboidratos (62%, em
média), vitaminas e minerais, além de possuir grande quantidade de
fibras dietéticas, baixa quantidade de gordura (teor de óleo de 2%, em
média) e não conter colesterol. Representa alimento básico para as
populações de baixa renda do Nordeste brasileiro. Apresenta ciclo
curto, baixa exigência hídrica e rusticidade para se desenvolver em
solos de baixa fertilidade e, por meio da simbiose com bactérias do
gênero Rhizobium, tem a habilidade para fixar nitrogênio do ar.
(QUIN 1997).
Anualmente cresce a área cultivada com feijão Caupi na empresa, devido
à exportações para países como Aman, Canadá, Egito, Índia, Israel, Portugal
e Turquia. Este ano a empresa terá que semear aproximadamente dez mil
hectares com este feijão para sanar as necessidades do mercado externo e
interno.
Na Fazenda Cumbuco pude acompanhar uma pequena fração da área
total em que será implantada está cultura, entretanto, foi possível conferir
cada estádio de desenvolvimento da planta até o momento da floração. As
observações serviram-me de base para a formação de uma opinião muito
positiva em relação a esta cultura, pois foi nítido, em relações ambientais
que esta planta agride menos o ambiente em que está inserida do que o
feijão carioca, visto que, foram utilizadas doses muito pequenas de
agrotóxicos em sua implantação e manejo.
4.3.1 Dessecação pré-plantio
A dessecação realizada na área onde foi inserida a cultura do feijão Caupi,
foi a mesma que foi usada na área onde foi implantada a cultura do feijão
carioca. Utilizou-se uma mistura de herbicidas constituída por Glifosato na
dosagem de 3,5 litros por hectare, 50 gramas de Flumyzin por hectare,
Clorimuron na medida de 100 gramas por hectare, Nitroflex: 0,3 litros por
hectare e Vexter na dosagem de 1,2 litros por hectare.
20
A dessecação foi realizada com sucesso, a matéria seca proveniente desta
técnica foi fundamental para a implantação do sistema plantio direto nas
áreas de feijão Caupi, o que tornou possível certo controle preventivo de
plantas invasoras.
4.3.2 Tratamento de sementes
O tratamento de sementes foi realizado seguindo a metodologia do
tratamento do feijão carioca. As sementes foram tratadas e inoculadas em
uma máquina betoneira, foram utilizados para o tratamento os seguintes
produtos: Protreat na medida de 0,2 litros, Maxin XL 0,1 litros, Cruiser 0,25
litros e água na dosagem de 0,3 litros. Os valores utilizados foram baseados
para o tratamento de 100 kg de sementes de feijão Caupi, foi utilizado
inoculante turfoso na dosagem de 8 doses a cada 100 kg de sementes
tratadas.
4.3.3 Plantio e tratos culturais
Na fazenda Cumbuco foram semeados aproximadamente 500 hectares com
feijão Caupi, a variedade eleita foi a cultivar BRS Guariba, devido sua
produtividade e característica de apresentar um grão mais claro e uniforme
atendendo assim uma das exigências do mercado consumidor.
21
http://www.cooplantio.com.br
A escolha correta da cultivar para um determinado ambiente e sistema
de produção é de grande importância para a obtenção de uma boa
produtividade. Contudo, isso por si só não é suficiente para o sucesso
da exploração. É necessário, também, que a cultivar tenha
características de grão e de vagem, que atendam às exigências de
comerciantes e consumidores (Freire Filho et al., 1994).
O plantio do feijão Caupi teve início no dia primeiro de novembro de 2009
e término no dia 04 de novembro de 2009. Foram implantadas 10 sementes
por metro linear a uma profundidade média de 3 centímetros, prevendo-se
uma população média de 8 plantas por metro linear.
Por ser uma planta mais rústica, resistente e pouco exigente em relação a
adubação, foi realizado apenas uma aplicação de cloreto de potássio na
medida de 100 kg por hectare, referentes a 44 kg de potássio, vinte e cinco
dias após a emergência
das plântulas. O potássio desempenha papel
fundamental na síntese de proteínas e está diretamente relacionado à
atividade estomática (SOUSA, 1996). A negativa em relação a utilização de
fósforo, segundo o Engenheiro Agrônomo da empresa Márcio de Sousa,
fez-se real, pois na implantação da cultura antecedente (feijão Caupi) foi
utilizada uma dose elevada desse nutriente, que, de acordo com práticas
adotadas na empresa, justificava a não adubação com fósforo na área em
questão.
No momento em que foi avaliado o stand das plântulas a campo, foram
contadas 9 plantas por metro linear, o que surpreendeu positivamente toda a
equipe, pois era esperado a emergência média de 8 plantas por metros linear
22
semeado. Este fato fez-se possível graças ao ótimo poder germinativo das
sementes de feijão Caupi, cultivar Guariba que foram utilizadas.
4.3.4 Pragas observadas e controle
Os principais insetos que atacaram a lavoura de feijão Caupi foram as
vaquinhas, principalmente a Patriota (Diabrotica speciosa) e percevejo
verde (Nezara viridula). Após o desenvolvimento da parte aérea da planta
surgiu a lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) em focos próximos aos
talhões de soja.
http://www.cooplantio.com.br
O tratamento utilizado foi uma calda de metamidofós, 0,8 litros por
hectare, e 0,5 kg de sal por litro de calda por hectare tratado. A utilização do
sal de cozinha na mistura fez-se possível, uma vez que, o mesmo age como
potencializador do principio ativo utilizado, metamidofós.
No momento em que foi realizada a vistoria com pano de batida, antes do
tratamento químico, foi possível observar a existência média de 2 vaquinhas
em bordadura e uma média de 1 percevejo na linha em bordadura, fato que
justificou o tratamento químico nessa área.
A decisão no controle desta praga deve ser em função de população
instalada, sendo que em lavouras de grãos controla-se quando esta
população atingir 2 percevejos/amostragem e se for campo de semente
1 percevejo/amostragem (amostragem em linha) (RATTES 2010).
23
A aplicação realizada surtiu ótimo resultado, pois após a aplicação foi
verificado o controle à campo e os valores encontrados de insetos foram
considerados irrelevantes, tanto lagartas como percevejos e vaquinhas.
4.3.5 Doenças observadas e controle
A cultura do feijão Caupi não apresentou doenças no período
compreendido por meu estágio, entretanto, foi realizada uma pulverização
por questões de segurança com Priori + Nimbus na dosagem de 0,3 litros
por hectare para imunizar a planta de um possível contato com esporos de
doenças fúngicas que podem ser transportados pelo vento.
4.3.6 Plantas invasoras e medida de controle
A planta que se mostrou mais resistente foi o chamado fedegoso (Senna
obtusifolia), as demais plantas observadas, tais como picão preto (Bidens
pilosa) e leiteiro (Euphorbia heterophylla) que nos talhões de soja
apresentaram-se em grande número, não causaram maiores preocupações na
lavoura de feijão Caupi, que graças à palhada obtida na dessecação préplantio para a implantação do sistema plantio direto, tiveram suas plântulas
controladas e não apresentaram risco à cultura.
O fedegoso apresentou-se em maior quantidade e por isso recebeu um trato
mais direcionado. Para o controle do fedegoso foi utilizado a capina manual,
ou seja, o tratamento mecânico desta planta invasora.
24
CONCLUSÃO:
O estágio que realizei na empresa Sementes Tomazetti, na cidade de
Primavera do Leste - MT mostrou-se como um verdadeiro divisor de águas
em minha vida.
Na empresa, pude por em prática todos os ensinamentos adquiridos em
sala de aula no Instituto Federal Farroupilha-Campus Júlio de Castilhos,
cada palavra dita pelos professores, cada conselho e opinião me foram de
grande valia.
O dia-a-dia do homem do campo realmente não fazia parte do meu então
cotidiano, entretanto, pude assimilá-lo de forma natural e proveitosa.
No decorrer do estágio supervisionado ganhei muitos ensinamentos e
adquiri muitos conhecimentos sobre a realidade da agricultura no centro
oeste do Brasil, aprendi também que o trabalho em equipe mostra-se leve
mesmo perante práticas esgotantes como a antiga capina manual.
Faltam- me palavras nesse momento para explicitar todos os aspectos
positivos que este estágio me trouxe, sim, aspectos positivos, pois não
houve fato qualquer que desabone esta experiência, fui recebido na
Sementes Tomazetti como um filho legítimo e fui tratado como tal. Recebi
atenção especial de todos os funcionários e colaboradores da empresa que
procuraram sanar minhas dúvidas e amparar meus anseios.
Este estágio terminou de lapidar a pedra bruta do conhecimento que
começou a ser lapidada no início das aulas no IFF campus Júlio de
Castilhos, graças a ele, hoje posso afirmar minhas capacidades como futuro
técnico agrícola e, principalmente, reconhecer meus limites inerentes á
todos nós seres humanos.
A vivência riquíssima que adquiri vai me acompanhar por parceira nas
lidas que meu futuro profissional me reserva e, por consequência, muitas
vezes norteará minhas atitudes ante as dificuldades, isso me tranqüiliza uma
vez que estarei muito bem munido de conhecimentos técnicos e preparado
emocionalmente para as empreitadas que o mundo reserva para um técnico
agrícola.
25
Afirmo com todas as forças, este estágio foi uma experiência única e de
grande valia; Serei eternamente grato a Deus e a todos que de uma forma ou
outra contribuíram para que o mesmo fosse possível.
“Tudo vale a pena se a alma não é pequena.” (Fernando Pessoa).
26
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
ALTMANN, N. Tratamento de sementes de soja. In: Anais 10º Encontro
Nacional de plantio de soja no Cerrado. Tangará da Serra, APDC, 2005. P
120- 46.
CARVALHO, Vinícius Ferreira; Semente certificada é fundamental para a
agricultura, disponível em http://seednews.com/portuguese, acessado em
05 de fevereiro de 2010 ás 16:07.
CONAB. Indicadores da agropecuária. Brasília, 2010. Disponível em:
< http://www.conab.gov.br/ > Acesso em: 05 de fevereiro de 2010.
FREIRE FILHO, F. R.; SANTOS, A. A. dos; CARDOSO, M. J.; SILVA,
P. H. S. da; RIBEIRO, V. Q. BR 17 -GURGUÉIA: nova cultivar de Caupi
com resistência a vírus para o Piauí. Teresina: EMBRAPA-CPAMN, 1994.
6p. (EMBRAPA-CPAMN. Comunicado Técnico, 61).
HOFFMANN-CAMPO, C. B. et al.2000. Pragas da Soja e seu manejo
integrado. Londrina, Embrapa Soja, 70pp. ( Circular Técnica n. 30)
LORENZI, Harri; Manual de identificação e controle de plantas daninhas:
plantio direto e convencional. 5º edição, Nova Odessa, SP: Instituto
Plantarum, 2000.
MIYASAKA, S.; MEDINA, J.C. (Ed.). A soja no Brasil. Campinas: ITAL,
1981. 1062p
QUIN, F. M. Introduction. In: SING, B. B.; MOHAN RAJ, D. R.;
DASHIEL, K. E.; JACKAI, L. E. N. (Ed.) Advances in cowpea
research. Ibadan: IITA-JIRCAS, 1997. p. ix-xv.
27
RATTES, Jurema Fonseca; Informativo sobre percevejos, disponível
em http:/canalrural.com.br/ , quarta-feira, 27 de janeiro de 2010.
ROCHER,
José;
Em
pratos
limpos,
disponível
em
http://pratoslimpos.org.br/?p=740, acessado em 05 de fevereiro de 2010, ás
15h32min.
SOUSA, D.M.G. de; LOBATO, E. Correção do solo e adubação da cultura
da soja. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1996. 30p. (EMBRAPA-CPAC.
Circular Técnica, 33).
Imagens retiradas de:
http://www.cooplantio.com.br
http://www.jacto.com.br/pulverizadores/09
Acessados em 3 de abril de 2010 a 01:47 horas.
28
Download