Catingueira - Centro Nordestino de Informações sobre Plantas

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Catingueira
1 – NOMENCLATURA
Nome científico: Caesalpinia pyramidalis Tul.
Família: Leguminosae-Caesalpinoideae.
Nomes vulgares: catingueira, catinga-de-porco e na Bahia também é conhecida como
pau-de-rato.
2 – OCORRÊNCIA
É uma das espécies de mais ampla dispersão na caatinga, vegetando tanto nas
várzeas úmidas como no Seridó semi-árido. Vegeta também no litoral, sertão e pés de
serra.
Ocorre nos estados do Piauí, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e também Mato Grosso.
3 – DESCRIÇÃO
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Informações ecológicas
A catingueira é uma das plantas sertanejas, característica das caatingas, portanto,
tem a necessidade de controlar o seu consumo de água. Restringe sua transpiração tanto
no período de fim de chuva como de fim de seca. Seus gomos brotam às primeiras
manifestações de umidade anunciadora do período chuvoso.
Domina juntamente com a jurema-preta e o pau-ferro as áreas da planície do Rio
Jaguaribe em Pernambuco.
•
Hábito de crescimento
Árvore com cerca de 4 a 8 m de altura, podendo chegar a 10 m e um diâmetro de até
50 cm quando vegeta nas várzeas úmidas. No Seridó semi-árido, se reduz a arbustos de
menos de 2 m e poucos centímetros de diâmetro na base.
•
Caule
Apresenta casca viva de espessura delgada, cinza-claro, internamente bege-claro, às
vezes levemente castanha. A casca morta de tronco idoso possui espessura delgada
(<2,0mm), rígida, com partes lisas e ásperas, cinza-claro, e apresenta numerosas
lenticelas pequenas, dispostas irregularmente. Com o fendilhamento destas, são
limitadas porções laminares irregulares, que ao desprender-se, deixam depressões
superficiais. Por incisão, apresenta exsudato transparente aquoso de sabor levemente
amargo e odor indistinto.
•
Folhas
Suas folhas são bipinadas, sésseis, bijugadas, e mais uma pina terminal com 5 a 11
folíolos, alternos, obtusos, oblongos, coriáceos, com pelos escuros estrelados. O pecíolo
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e a base das pinas têm pulvinos. Há pelos glandulosos castanho-escuros e negros no
pecíolo e raque foliar.
•
Flores
Possui inflorescência terminal ou axilar-terminal, paniculada. Com brácteas
ovuladas, apiculadas, côncavas, levemente pilosas apresentando pequenos pontos
glandulosos no dorso. Flores amarelas, dispostas em racemos, pediceladas 10,0-15,0
mm, com pelos entrelados, escuros. Cálice amarelo, leve pilosidade castanho. Pétalas
amarelas apresentando pontos glandulosos no dorso.
O início da floração ocorre em novembro.
•
Fruto
Fruto legume, oblongo-elítico, assimétrico, acuminado, 8,0-11,0 de comprimento x
2,0-2,5 cm de largura, castanho claro, com pilosidade mínima, alvas, e esparsos
tricomas glandulosos, amarelos. Sua dispersão é por síndrome balística, com
deiscências violentas que lançam à distância as sementes achatadas, ovaladas, lustrosas,
de cor castanho-claro. As valvas, com freqüência, permanecem secas presas aos ramos,
totalmente encartuchadas por torção helicoidal.
Sua frutificação é em janeiro.
•
Propagação
A sua dispersão é pela semente.
•
Madeira
Fornece madeira branco-amarelada, de casca delgada, castanho-escura, com riscos
esbranquiçados.
•
Características que podem diferenciar esta de outras espécies
Confunde-se com a Caesalpinia bracteosa Tul, que possui o mesmo nome popular,
catingueira ou catinga-de-porco, devido ao idêntico mau cheiro.
•
Outros aspectos
A catingueira, como o pereiro, rebrota com intensidade quando cortada, o que nem
sempre acontece com outras espécies da caatinga. Daí, talvez, a dominância dessas
espécies em certas comunidades altamente seletivas, como é o caso, por exemplo, do
Cariri.
4 – USOS
•
Madeira
Usada para estacas, moirões e varas, na fabricação de carvão e lenha bem como na
confecção de cercas estivadas.
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•
Forragem
É considerada boa forrageira. As folhas jovens são procuradas pelo gado, mas são
desprezadas quando adultas devido ao cheiro desagradável que adquirem; fenadas
perdem esse cheiro, constituindo boa forragem para bovinos, caprinos e ovinos
•
Medicinal
As folhas, flores e cascas são usadas no tratamento das infecções catarrais, nas
diarréias e disenterias.
5 – ASPECTOS NEGATIVOS
Os frutos são ingeridos pelos animais, porém os ápices pontiagudos por vezes
perfuram o intestino, causando a morte.
Referências utilizadas
1 – NOMENCLATURA
Referências: 44, 91, 99, 115, 116, 124, 134, 135, 136, 142, 143, 154, 164, 165, 172,
174, 175, 178, 181, 195, 200, 206, 303, 307
2 – OCORRÊNCIA
Referências: 44, 91, 99, 135, 154, 174, 164, 200, 206
3 – DESCRIÇÃO
Referências: 44, 91, 99, 115, 124, 135, 136, 143, 172, 181, 200, 206
4 – USOS
Referências: 44, 91, 99, 165, 172, 181, 206
5 – ASPECTOS NEGATIVOS
Referência: 44
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Bibliografia/Legenda de acordo com a classificação no Endnote
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USP.
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