INTRODUÇÃO Árabes O Mundo Árabe é composto por 22 países, e tem em comum seu principal idioma oficial ou nacional o árabe. São eles: Arábia Saudita, Argélia, Bahrein, Catar, Djibouti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Ilhas Comores, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Palestina, Síria, Somália, Sudão e Tunísia. É importante lembrar que países como Irã, Afeganistão, Paquistão e Turquia entre outros, não fazem parte do mundo árabe, pois falam idiomas que divergem do árabe em sua origem e estrutura. Qualquer um pode ser um bom negociador, contanto que estude o processo e pratique bastante. Portanto, a única razão pela qual alguém negocia mal explica-se pelo fato de que o indivíduo não vê problema algum em relegar esse aspecto de sua vida profissional aos cuidados de outras pessoas. Acreditamos piamente que os grandes negociadores são de certa forma especiais. Costumam ser pessoas que não sabem muito sobre o processo, mas também sentem verdadeira paixão em estudar a natureza humana em momentos de crise. Sempre aprendem alguma coisa quando negociam, e têm imenso prazer de se colocar à prova na mesa de negociações. São também indivíduos extremamente pacientes. Há coisas que podem ser aprendidas; outras, porém, são talentos naturais. A medida em que o mundo se globaliza, a tendência é de que os ambientes de negócio sigam um padrão mais internacional de pontualidade, etiqueta e práticas comerciais. Apesar de a cultura negociadora caminhar lentamente para uma existência independente das diversas culturas nacionais, conhecer a cultura da outra parte pode ser um diferencial para facilitar o processo de comunicação e negociação. Onde cabe aos negociantes não somente entender e compreender o fator de compra e venda, mas acima de tudo, estar atualizado para o mundo dos negócios. 4 NEGOCIAÇÃO COM OS ÁRABES Para negociar com os árabes é necessário e importante que o negociador conheça sua cultura e costume. "Se não se negocia de forma rentável, não se negociará durante muito tempo" diz um provérbio árabe, portanto, tem que negociar gerando rentabilidade. Se deseja negociar de forma contínua com esta coletividade, precisa conhecer os diferentes estilos, enfoques, costumes e sua religião. Entre as recomendações estão, por exemplo, levar em conta a noção de tempo das pessoas que moram na região. Os árabes preferem não planejar com muita antecedência os encontros de negócios e não gostam de deixar os horários governarem sua vida. Possíveis atrasos não devem ser tidos como ofensa. Outra dica é manter o mesmo negociador em toda a transação, já que a confiança na pessoa com quem está tratando é algo fundamental na cultura árabe. Tendo em vista que, a troca ou a substituição do negociador poderá acarretar em atrasos ou comprometer a negociação. O estudo aponta ainda que as mulheres árabes têm liberdade, em grande parte dos países árabes, para a maioria das atividades que eram desempenhadas antes apenas pelos homens. Elas ocupam, inclusive, altos cargos e negociam. Na Arábia Saudita, porém, as mulheres precisam cobrir as pernas e os braços e devem usar a abaia, túnica escura, sobre a roupa. Nos outros países árabes, o uso de ternos femininos é muito bem aceito. Para os homens é apropriado o uso de terno e gravata. Os árabes preservam muito a confiança, amizade e paciência, e por isso não gostam de ser pressionados. Você pode fixar prazo, mas não cobrar nada antes disso. Também é importante o contato pessoal. Eles apreciam a negociação frente a frente. Em vez de apenas um e-mail, é preferível, por exemplo, uma conferência pela internet ou uma conversa pelo telefone. Desconhecer algumas regras islâmicas não se constituem em simples falhas e nem sempre o que consideramos como um mero deslize terá uma solução pacífica podendo, por diversas vezes, aniquilar uma negociação. Portanto, um conhecimento mínimo de alguns traços culturais é básico para obter êxito nos seus negócios. Os árabes são, em geral, sociáveis, calorosos e festivos e, a melhor maneira de conhecer esta faceta, é respeitando e aceitando os seus costumes. Os cumprimentos com aperto de mão são muito bem vindos desde que, este seja feito entre pessoas do mesmo sexo e é habitual a aproximação física, abraços e beijos entre amigos, sendo mesmo usual homens caminharem de mãos dadas pelas ruas, em sinal de amizade e respeito. Por outro lado, o contato físico entre sexos opostos é bastante rigoroso, sendo o toque somente facultado dentro de uma relação lícita ou quando há um vínculo forte de parentesco. Entretanto, se uma pessoa de sexo oposto, lhe estender a mão, aceite o cumprimento. Em um bar ou restaurante jamais peça bebida alcoólica – o álcool é vedado pela religião islâmica - ou pratos com carne de porco, animal rigorosamente proibido pelo islamismo: portanto nunca 5 planeje exportar produtos, comestíveis ou não, que utilize o porco como matéria prima, como calçados, couro, etc. Tampouco visite países de costumes islâmicos portando roupas confeccionadas com couro suíno, o que seria uma grande indelicadeza. Em negociações, esqueça a representação feminina, mesmo que uma mulher seja a autoridade máxima dentro da empresa. Na melhor hipótese, ela acompanhará o seu representante na viagem vestindo-se e comportando-se de acordo com os costumes locais. As mulheres ocidentais que viajam à Arábia Saudita devem respeitar as leis locais, o que significa trajar-se de acordo com o usual, não usar maquilagem, não dirigir automóveis, freqüentar apenas a área reservada às mulheres nos restaurantes, mesmo em hotéis e não trabalhar em feiras. As esposas são, geralmente, excluídas das reuniões sociais. Na Arábia Saudita as mulheres vestem-se de uma forma muito conservadora para os padrões ocidentais usando "Abayah" ou "Jibab", que cobre o corpo inteiro e o rosto. A roupa tradicional masculina é o "thoub", uma peça única e comprida. Na cabeça é usada a "ghutra" ou o "shemagh", este principalmente em ambientes religiosos. A escolha do vestuário deve ser conservadora e os homens devem abster-se de usar calções ou bermudas a não ser em piscinas e hotéis onde seja consentido. Considera-se "suja" a mão esquerda, pois é utilizada na higiene pessoal conforme a tradição islâmica; portanto evite dar e receber presentes, cartões, cumprimentar, gesticular com a mão esquerda. Já que falamos em presente, jamais ofereça mimos para a esposa de seu interlocutor; tal iniciativa poderia ser considerada bastante ofensiva, pois a atribuição de oferecer presentes é do esposo e não do visitante. Caso você venha a receber um presente, o mesmo não deve ser aberto na frente de seu anfitrião; reserve-o para abri-lo em sua privacidade. Outra dica: Nunca comente a beleza da mulher , irmã, filha , ou funcionária de seu anfitrião árabe, com certeza não será interpretado como um elogio. Tempo Assim como em muitas regiões do Brasil, a noção de tempo nos países árabes é bastante flexível. Os árabes não são muito receptivos à idéia de que os horários devem governar sua vida. Planejar com muita antecedência não é costumeiro, também pode ser considerado ofensivo apressar uma negociação. É prudente deixar folgas nos horários marcados e não cobrar pontualidade extrema. Um casual atraso de um árabe não significa que ele estará ofendendo ou menosprezando o combinado. Porém, esta atitude não deve ser imitada por quem deseja fazer negócios com os árabes, a fim de se seguir um costume internacional. Os árabes são orientados para o passado, gostam de falar de sua história, tradição, herança e cultura, e podem esperar o mesmo da outra parte. O respeito pelos ancestrais, predecessores e mais velhos também é característico. 6 Ritmo O ritmo das negociações deve ser moderado e as questões devem ser apresentadas uma a uma. Normalmente há muitas exigências iniciais com concessões lentas através do regateio, prática bastante corriqueira no mundo árabe. Os árabes são conhecidos, de maneira geral, por serem negociadores muito eficazes. É regateando que os árabes se misturam socialmente com seus parceiros comerciais, tomam decisões, e obtêm o sustento de suas famílias. O negociador brasileiro deve estar preparado com estratégias definidas de resposta para a barganha. Interrupções É possível que durante reuniões de negócio, o telefone toque, pessoas alheias à reunião entrem na sala, ou ainda o assunto seja mudado repentinamente sendo retomado num momento posterior. Os árabes gostam de conversar durante um longo tempo sobre temas diversos antes dos negócios. É recomendado que se tenha tempo entre uma reunião e outra. Toda esta atmosfera faz parte do ambiente cultural de negócios no mundo árabe. Formalidade Deve–se evitar ser excessivamente formal e esperar um feed-back expressivo caso haja divergências. A sensibilidade, emotividade, e espontaneidade são características comuns entre os árabes. Ser levemente emotivo nas negociações pode demonstrar sinceridade e ajudar nos negócios. Datas e feriados Em muitos países árabes os feriados semanais são quinta e sexta-feira. Muitos países tem mudado para sexta e sábado a fim de obter mais dias úteis em comum com o ocidente. Há ainda países árabes que adotaram os feriados semanais ocidentais nos sábados e domingos. Coletivismo x Individualismo Os árabes possuem uma orientação mais coletivista que individualista. Isto é mais nítido quando se negocia com empresas governamentais ou semigovernamentais. O processo decisório geralmente ocorre coletivamente, porém com a palavra final dada pela pessoa de maior nível hierárquico, que deve ter sua autoridade respeitada. Pessoas x Empresas Para os árabes, a pessoa do negociador é extremamente importante e é consenso que esta parte não deve ser substituída no decorrer do processo de negociação, pois no hábito árabe de se pensar, as pessoas estão claramente divididas entre amigos e estranhos. Caso a pessoa do negociador seja trocada, todo o processo de construção da confiança e segurança deve ser retomado, o que pode atrasar ou comprometer a negociação. Não se deve esquecer que 7 segurança e confiança são dois pontos fundamentais nas negociações e estão intimamente ligadas à pessoa do negociador. Comunicação não Verbal A comunicação não verbal também é bastante expressiva e os contatos físicos entre os homens são mais próximos que no Brasil. Durante a negociação o contato ocular e a proximidade física são levemente superiores ao que ocorre no Brasil. Bastante gesticulação também pode ser esperada em alguns países. Nunca cruze as pernas, pois mostrar o pé ou a sola do sapato que está usando se constitui em insulto por ser a parte mais baixa do corpo e estar em contato com o chão, é considerada impura. Esse costume foi herdado dos nômades do deserto, que andavam descalços com os pés muito sujos e dispondo de pouca água para lavá-los, constituía-se em ofensa, então mostrar essa parte do corpo tornou-se rude, por representar a sua parte mais suja e baixa. Colocar a mão direita no coração depois de apertar a mão de alguém é demonstração de respeito e sinceridade. Os homens se levantam quando uma mulher entra na sala, todos se levantam quando novos convidados chegam a uma reunião social e quando uma pessoa de mais idade ou de alto cargo entra ou sai da sala. Se o negociador ocidental ou qualquer que seja a pessoa admirar algum objeto (quadro, escultura, etc.), o árabe poderá insistir que aceite como presente e em muitos países, presentes são dados ou aceitos com as duas mãos e não são abertos na frente do doador. Havendo tal distinção em receber o presente, é importante retribuí-lo. Os árabes são reconhecidos por sua hospitalidade e generosidade, por isso será indelicado recusar convites para almoços, jantares, cafés, chás e/ou presentes. Normalmente, a troca de presentes pode caracterizar o início de um relacionamento pessoal. 8 CULTURA RELIGIOSA É importante estar preparado para a importância dada à religião. Isto pode influenciar muito na negociação. Procurar neutralidade, respeito, ser paciente, e saber lidar com imprevistos irão auxiliar na jornada de negócios com os países árabes. Na sua essência, o Islã tem muito em comum com o cristianismo, já que reafirma o conteúdo dos evangelhos e do antigo testamento. Muitos dos capítulos do Alcorão se referem a passagens também presentes na Bíblia. Allah, portanto, não é senão o mesmo Deus presente na Bíblia cristã, pronunciado em língua árabe. Para os muçulmanos, Deus é o Criador de tudo, e tanto o presente, passado e o futuro são conhecidos ou feitos por Ele. Por isto é comum se escutar “Insha Allah” (se Deus quiser) ao se planejar algo no futuro. O Islã abrange a política, o direito e o comportamento social, não havendo, geralmente, separação entre a Igreja e o Estado; as instituições públicas e o próprio poder jurídico são regidos pela religião. Familiarizar-se com a cultura islâmica é essencial para entender a cultura árabe. Como o Alcorão, (livro sagrado do Islamismo) deve ser lido na língua árabe, virtualmente todos os muçulmanos, mesmo não árabes, conhecem o árabe escrito. Com isso, o árabe se torna uma das línguas mais utilizadas no mundo. O calendário árabe é determinado em função da religião e é baseado nas fases da lua. O calendário lunar é composto de 12 meses, que correspondem cada um, a rotação completa da Lua em torno da Terra. A extensão do ano medida nesses termos é aproximadamente onze dias menor que a do ano solar (calendário gregoria no ocidental). Islamismo O islã é uma das mais importantes religiões mundiais (a população muçulmana é estimada em mais de 935 milhões), originária da península da Arábia e baseada nos ensinamentos de Maomé (570-632), chamado o Profeta. Segundo o Alcorão, o Islã é a religião universal e primordial. O muçulmano é um seguidor da revelação divina contida no Alcorão e formulada pelo profeta Maomé. Já que, no Alcorão, muçulmano é o nome dado aos seguidores de Maomé (Alcorão 22,78), os muçulmanos sentem-se ofendidos quando são chamados de maometanos, pois isto implica a idéia de um culto pessoal a Maomé, proibido no Islã. 9 Doutrina e Prática As duas fontes fundamentais da doutrina e da prática islâmicas são o Alcorão e a sunna (conduta exemplar do profeta Maomé). Os muçulmanos consideram o Alcorão como a palavra "incriada" de Deus, revelada a Maomé através de Gabriel, o arcanjo da revelação. Os islamitas acreditam que Deus, e não o Profeta, é o autor destas revelações. Sendo assim, na visão dos mesmos o Alcorão é infalível. O Alcorão contém as revelações transmitidas a Maomé durante os quase 22 anos de sua vida profética (610-632). A segunda fonte essencial do islã, a sunna ou exemplo do Profeta, é conhecida através dos Hadith, recompilação de tradições baseadas no que disse ou fez o Profeta. Ao contrário do Alcorão, os Hadith não são considerados infalíveis. O monoteísmo é uma matéria central para o Islã: a crença em um Deus (Alá), único e onipotente. Deus desempenha quatro funções fundamentais no Universo e na humanidade: criação, sustentação, orientação e julgamento, que se conclui com o dia do Juízo, no qual a humanidade será reunida e todos os indivíduos serão julgados de acordo com seus atos. Deus, que criou o Universo por absoluta misericórdia, é obrigado também a mantê-lo. A natureza é subordinada aos homens que podem explorá-la e beneficiar-se dela. Todavia, o último objetivo humano consiste em existir para o "serviço de Deus". No que se refere à prática islâmica, cinco deveres conhecidos como os "pilares do Islã" são fundamentais: 1. Profissão da fé ou testemunho; "Não há nada superior a Deus e Maomé é seu enviado". Esta profissão deve ser feita, publicamente, por cada muçulmano pelo menos uma vez na vida. 2. Cinco orações diárias. Durante a oração, os muçulmanos olham em direção à Caaba, em Meca (Makka). 3. Antes de cada oração comunitária, é feita uma chamada pública, pelo muezim, a partir do minarete da mesquita. 4. Pagar o zakat (óbolo), instituído por Maomé. 5. Jejum no mês de Ramadã. Peregrinação à Caaba, em Meca. Todo muçulmano adulto, capacitado fisicamente e dotado de bens suficientes, deve realizá-la pelo menos uma vez na vida. Além destas cinco instituições básicas, o Islã impõe a proibição do consumo de álcool e carne de porco. Além da Caaba, os centros mais importantes da vida islâmica são as mesquitas. 10 Islã e sociedade O conceito islâmico de sociedade é teocrático, sendo que o objetivo de todos os muçulmanos é o "governo de Deus na Terra". A filosofia social islâmica baseia-se na crença de que todas as esferas da vida constituem uma unidade indivisível que deve estar imbuída dos valores islâmicos. Este ideal inspira o Direito islâmico, chamado sharia, que explica os objetivos morais da comunidade. Por isso, na sociedade islâmica, o termo Direito tem um significado mais amplo do que no Ocidente moderno secularizado, pois engloba imperativos morais e legais. A base da sociedade islâmica é a comunidade dos fiéis que permanece consolidada no cumprimento dos cinco pilares do islã. Sua missão é "inspirar o bem e proibir o mal" e, deste modo, reformar a Terra. A luta por este objetivo tenta se concretizar através da jihad (guerra santa) que, se for necessário, pode englobar o uso da violência e a utilização de exércitos. A finalidade prescrita pela jihad não é a expansão territorial ou a tomada do poder político, e sim a conversão dos povos ao Islã. História do Islã Na época de Maomé, a península da Arábia era habitada por beduínos nômades — dedicados à criação de rebanhos e saques —, e pelos árabes que viviam do comércio. A religião dos árabes pré-islâmicos era politeísta e idólatra, embora existisse uma antiga tradição de monoteísmo. Maomé foi precedido por oradores monoteístas, mas com pouco êxito. Pertencente ao clã Haxemita, da tribo beduína Curaichita, Maomé iniciou seu ministério aos 40 anos, quando começou a pregar em Meca, sua cidade natal. Depois de quatro anos, convertera cerca de 40 pessoas. Hostilizado pelos outros habitantes que viam naquele discurso monoteísta uma ameaça aos lucros obtidos com as caravanas que paravam em Meca para reverenciar ídolos locais, Maomé acabou fugindo para Medina, em 622. A partir deste acontecimento, conhecido por Hégira, inicia-se o calendário islâmico. Na ocasião de sua morte, em 632, Maomé já era o dirigente máximo de uma religião que ganhava poder com grande rapidez. A primeira escola importante de teologia islâmica, a mutazilita, surgiu graças à tradução das obras filosóficas gregas para o árabe, nos séculos VIII e IX, e ressaltava a razão e a lógica rigorosa. A questão da importância das boas ações continuava, mas a ênfase principal era na absoluta unicidade e justiça de Deus. Os mutazilitas foram os primeiros muçulmanos a adotar os métodos filosóficos gregos para difundir suas idéias. Alguns de seus adversários utilizaram os mesmos métodos e o debate resultou no movimento filosófico islâmico, cujo primeiro representante importante foi al-Kindi (século IX), que tentou conciliar os conceitos da filosofia grega com as verdades reveladas do islã. No século X, o turco al–Farabi foi o primeiro filósofo islâmico a subordinar 11 revelação e lei religiosa à filosofia. Defendia que a verdade filosófica é idêntica em todo o mundo e que as diversas religiões existentes são expressões simbólicas de uma religião universal ideal. No século XI, o filósofo e médico persa muçulmano Avicena (Ibn Sina) conseguiu a mais sistemática integração do racionalismo grego com o pensamento islâmico. Averroés, o filósofo e médico ibero-muçulmano do século XII, defendeu os conceitos aristotélicos e platônicos e converteu-se no filósofo islâmico mais importante da história intelectual do Ocidente. A estagnação da cultura islâmica depois da Idade Média resultou em uma renovada insistência no pensamento original (ijtihad) e nos movimentos de reforma religiosa, social e moral. O primeiro deste tipo foi o wahabita, nome dado em homenagem a seu fundador Ibn Abd al-Wahhab, que surgiu na Arábia, no século XVIII, e converteu-se no líder de um grande movimento que se integrava com as ramificações do mundo muçulmano. Outros reformistas islâmicos foram marcados por idéias ocidentais como Mohamed Abduh ou Mohamed Iqbal. Embora as idéias modernas estejam baseadas em interpretações plausíveis do Alcorão, os fundamentalistas islâmicos opuseram-se fortemente a elas, sobretudo a partir de 1930. Não são contra a educação moderna, a ciência e a tecnologia, mas acusam os reformistas de difundirem a moralidade ocidental. Por fim, o ressentimento que os muçulmanos sentem pelo colonialismo ocidental fez com que muitos deles relacionassem às culturas do ocidente tudo que seja sinônimo e representação do mal. Hierarquia As apresentações de negociadores ocidentais, quando feitas por uma pessoa de “status”, respeitada pelo árabe podem alterar positivamente o rumo das negociações. Hierarquia e idade são fatores de “status” para os árabes. A marcante demanda, por parte dos árabes, em negociar com pessoas que tenham poder de decisão na empresa é outro ponto considerado fundamental para ser bem sucedido. Deve-se conhecer, acima de tudo, o processo de tomada de decisão da outra parte para aperfeiçoar o processo de negociação. Em alguns países árabes, notadamente do Golfo Arábico, há estrangeiros que negociam pelos árabes, mas é relevante saber que a última palavra será da pessoa com quem se negocia ou de seu superior, o árabe. 12 NORMAS E COSTUMES Assuntos - É importante informar-se sobre o país e sua história antes de visitá-lo. Muitos homens de negócio gostam de falar das conquistas nacionais, de sua cultura e história. Evite falar de política ou religião. Seja bem humorado,mas não faça piadas com conotação sexual ou racista. Não é comum perguntar a um árabe muçulmano sobre filhas e esposa especificamente, mas sobre a família e as crianças em geral. Será conveniente conversar sobre o idioma árabe, as contribuições à língua portuguesa e a cultura brasileira, as contribuições do árabe para a evolução da humanidade durante a Idade Média, entre outros temas. Futebol é um assunto sempre bemvindo entre os árabes. Cumprimentos – A religião também rege os cumprimentos. Geralmente usase “As-salamu Aleykum” - Que a paz esteja convosco. A resposta deve ser “Waleykum As-salám”. O aperto de mão é usado sendo que os homens locais se cumprimentam com beijos na face. Os homens devem estender a mão primeiro para que uma mulher o cumprimente. Caso uma mulher ou um homem não estenda a mão, leva a mesma ao coração como sinal de respeito. A despedida geralmente é “Ma-assálama”. Roupas – De maneira geral não há diferença entre as roupas usadas no Brasil e nos países árabes durante uma reunião de negócios. É importante, porém que as mulheres brasileiras cubram os braços e as pernas como sinal de respeito. Mulheres que visitam a Arábia Saudita devem usar a abaia (túnica negra) sobre a roupa. Nas demais regiões, ternos femininos são bem aceitos. Para os homens, terno e gravata são apropriados. Idioma – Muitas pessoas nos países árabes falam inglês ou francês (países do Magreb) e há uma crescente minoria que fala espanhol principalmente no Norte da África. Porém é importante que se fale lentamente e com palavras simples para facilitar a comunicação. O conhecimento de algumas palavras em árabe é uma demonstração de interesse e respeito pela cultura local e pode trazer bons resultados. Dicas para negociações no mundo Árabe: Não deve subestimar a capacidade intelectual e profissional dos empresários árabes. Nas reuniões de trabalho, não se deve falar em negócios diretamente. Destinar uns minutos aos assuntos familiares e sociais e importantíssimos. Os beijos nas bochechas, como forma de saudação, significa que existe uma amizade já consolidada, o mesmo que apertar a mão. Não sentar-se com as pernas cruzadas mostrando a sola dos sapatos para o interlocutor, já que se considera um desrespeito ao anfitrião. Respeitar os jejuns e não fumar quando é o mês do Ramadã (evite viajar neste mês, é o mês da reflexão e oração muçulmana). Na cultura árabe 13 as pessoas mais velhas são muito veneradas. Sempre deve agradecer a generosa hospitalidade de seu anfitrião. Jamais fale de um árabe para outro árabe. Espere até que lhe ofereçam o café feito nas cinzas e não se furte de provar essa delícia, assim como os chás que na sua chegada lhe oferecerão. Lembre que ser chamado de "Habib" (querido) é um passo ao encontro de uma amizade duradoura. Tenha consciência que a cultura árabe, continua mesmo que tenham saído de seu país de origem, por isso respeite as vestimentas, tradições e mantenha um comportamento observador, mas não o comprometa com nenhuma atenção. Procurar dar inicio ao conhecimento dos árabes, comprando um papiro, o primeiro papel do universo e consulte seu contato árabe para saber algumas lindas histórias desse povo tão belo. 14 ATUALIDADES OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS Fonte do dia: 06/10/2009. Feira Saudita rende negócios para os Brasileiros O segundo dia da Saudi Build, do setor de construção, rendeu contatos positivos para as empresas brasileiras. Uma delas, a WK Comercial Exportadora, já fechou a venda de um ofurô. O segundo dia da feira Saudi Build, do setor de construção, que começou domingo (04) em Riad, na Arábia Saudita, já rendeu negócios para as empresas brasileiras que participam do evento. A trading WK Comercial Exportadora, por exemplo, já fechou a venda do ofurô que está exposto no estande. A empresa, que tem sede em Curitiba, no Paraná, comercializa produtos do setor madeireiro para construção, como compensados, portas, molduras, batentes e lâminas. De acordo com Kaufeld, a trading já exporta para diversos países árabes, tanto da região do Golfo quanto do Norte da África. “Os árabes gostaram bastante dos nossos produtos”, disse ele, que já está no país há uma semana visitando clientes. Outra empresa brasileira que já encaminhou negócios na feira é a Braminas, de granitos. O diretor comercial da mineradora, Aricésar Assunção Ribeiro, fez um contato no primeiro dia do evento e no dia seguinte já foi visitar o showroom do lojista em Riad. “Ficamos de voltar na empresa na quarta-feira para falar com eles”, disse Ribeiro, que ainda não exporta para Arábia Saudita. Segundo ele, o empresário saudita trabalha com projetos de construção também no Bahrein e nos Emirados Árabes. As pedras que mais chamam a atenção dos árabes são os granitos das cores azuladas, como o Azul Fantástico, e rosados, como Jacarandá Rosado. Nos dois primeiros dias do evento, mais de 120 pessoas passaram pelo estande da Braminas para ver as pedras e pegar catálogos. A Cerâmica Cejatel, de Santa Catarina, está expondo pela primeira vez em uma feira num país árabe. Segundo o representante do Departamento de Exportação, Marcos Sipriano, a companhia ainda não exporta para o mercado árabe e está buscando compradores na região. Além de empresários sauditas, Sipriano recebeu no estande contatos de representantes do Sudão, Palestina e Síria. Dos principais produtos fabricados pela Cejatel, a telha cerâmica é a que tem 15 menos concorrência. “É um diferencial aqui no mercado árabe”, disse Sipriano, que também está expondo pisos. O pavilhão brasileiro, que é composto por sete empresas, mais o Sindicato da Indústria dos Artefatos de Metais Não Ferrosos de São Paulo (Siamfesp), é organizado pelo Conceito Brasil com o apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e da embaixada do Brasil em Riad. No total, a Saudi Build conta com 490 expositores, de 43 países, sendo que o Brasil é o único das Américas, com exceção dos Estados Unidos. Esta é a 21ª edição do evento, que segue até quarta-feira (07). De acordo com o diretor de Relações Internacionais da Conceito Brazil, Renato Roncatti, os empresários brasileiros elogiaram muito a qualidade dos visitantes da feira. “É uma feira bem movimentada e com muita qualidade”, disse. O pavilhão brasileiro também conta com estandes da Câmara Árabe e da embaixada. No primeiro dia da feira, o secretário-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, recebeu a visita do embaixador Sérgio Luiz Canaes, acompanhado do conselheiro e encarregado de negócios da embaixada, Paulo Uchoa. A entidade fez 10 contatos comerciais, principalmente com empresas sauditas. Os principais itens procurados foram matérias-primas para indústria, como tintas e equipamentos para pavimentação de cimento. No dia 05/10/2009, Alaby fez uma apresentação aos empresários brasileiros sobre o mercado saudita e as características do negociador árabe, abordando os aspectos culturais e comerciais. O secretário-geral também esteve com o secretário-geral do Conselho das Câmaras Sauditas, Fahad S. Alsultan, em Riad, onde falaram da troca de informações econômicas e de delegações comerciais. Alaby está em Riad acompanhado pelo analista do departamento de Desenvolvimento de Mercado da Câmara Árabe, Venâncio Goulart. Fonte do dia: Fonte do dia: 16/10/2009. Árabes compram do Brasil em Anuga As empresas brasileiras que participaram da feira de alimentos na Alemanha voltaram com perspectiva de vendas de US$ 1 bilhão. - Parte dos importadores com os quais foram feitos negócios são árabes. São Paulo – A participação brasileira na Feira Internacional de Alimentos da Alemanha (Anuga) rendeu negócios de US$ 970 milhões. Essa é a expectativa de vendas que devem ocorrer a partir de contatos feitos na mostra nos próximos 12 meses, segundo informações divulgadas pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Foram sete mil contatos feitos com importadores de várias partes do mundo, entre ele os árabes. 16 A Ruette Spices, uma das participantes brasileiras da mostra, exportadora de frutas e especiarias, fechou 68 contratos com países do Oriente Médio e Europa em Anuga. “Vendemos 3.100 toneladas de pimenta e 290 toneladas de cravo para entregarmos entre os meses de março e novembro”, disse o vicepresidente da empresa, José Ruette Filho, segundo informações da Apex. A feira aconteceu entre os dias 10 e 14 e a participação brasileira foi organizada pela Apex. A Oderich, que exporta produtos em conserva, deve aumentar as suas vendas entre 5% e 10% neste ano sobre 2008 em função de negócios abertos na mostra. A empresa também começou recentemente a produzir embalagens, latas para conservas, e conseguiu, em Anuga, uma encomenda de 500 mil latas por mês para o Líbano. Um total de 120 empresas brasileiras participou da feira junto com a Apex. “Ficamos surpresos com o nível de negociação alcançado, já que os empresários estavam cautelosos quanto às expectativas e apreensivos com os efeitos da crise internacional”, avalia o diretor de Negócios da Apex-Brasil, Maurício Borges. Segundo ele, os compradores que visitaram a feira vieram realmente preparados para fechar negócios. SERVIÇOS Mais empresas querem entrar no mercado árabe O workshop 'Conheça o Mercado Árabe', realizado na sede da Câmara Árabe, em São Paulo, atraiu empresários dos setores de alimentos, construção e eletrônicos interessados em exportar. Os empresários brasileiros dos setores de alimentos, de construção e eletroeletrônicos, que ainda não exportam para o mercado árabe e têm interesse de entrar na região, participaram no dia 15/10/2009 do workshop “Conheça o Mercado Árabe”, promovido pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo. A necessidade de diversificar os produtos embarcados aos árabes foi um dos temas abordados no evento. De acordo com o gerente de Desenvolvimento de Mercados da Câmara Árabe, Rodrigo Solano, cerca de três quartos das exportações brasileiras aos países árabes são commodities. "Por que não diversificar?", perguntou Solano aos participantes. Açúcar, soja, carnes e minérios estão entre os principais itens embarcados. Rubens Peres Júnior, gerente de vendas da Acrilex, fabricante de tintas acrílicas, participou do workshop para saber mais informações sobre o mercado que ele está começando a prospectar. Na próxima semana, o gerente vai estar em Dubai, onde já tem alguns encontros agendados para saber das facilidades de reexportar de Dubai as tintas brasileiras para outros países da região. A empresa já exporta para 35 países e tem sede em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo. 17 Outra empresa presente no evento foi a New Millen, de suplementos alimentarem. De acordo com o diretor-executivo da companhia, José Dantas, o mercado árabe está começando a ser trabalhado agora. No início de novembro, ele vai participar da feira de alimentos Saudi Agro Food, na Arábia Saudita, que receberá uma missão brasileira organizada pelo Ministério da Agricultura. Segundo Dantas, a New Millen já está em negociação com duas empresas árabes, uma dos Emirados Árabes e outra do Marrocos. O contato com o importador dos Emirados se deu nas rodadas de negócios promovidas pela Câmara Árabe, na feira Equipotel, em São Paulo. O comprador já pediu amostras de achocolatados em pó e embalagens em árabe. Nos planos da empresa também já está incluída a participação na Gulfood, feira de alimentos de Dubai, que será realizada em fevereiro. CAPACITAÇÃO Entre os temas abordados pelos palestrantes do workshop, a capacitação das empresas, que é qualificação do produto, certificação e profissionais preparados, foi o assunto mais comentado. "O problema da comunicação é muito sério. A empresa precisa estar preparada para exportar", afirmou a coordenadora do departamento de Comércio Exterior, Francisca Barros, que citou a dificuldade dos brasileiros em falar o idioma inglês, por exemplo. A supervisora do departamento de Certificação da Câmara Árabe, Simone Cássia Rojas, também falou sobre essa dificuldade. "Não podemos certificar um documento que chega em português", disse ela, que muitas vezes recebe na entidade documentos sem estar traduzidos. No workshop, os palestrantes abordaram ainda temas como o potencial econômico dos países árabes, costumes, hábitos e planejamento estratégico para entrar no mercado. Mandar e-mails, por exemplo, não é a melhor maneira de começar uma relação com um árabe. "Eles preferem olho no olho ou até um telefonema", disse Solano. Entre os participantes do evento também estavam representantes da Emirates Airlines, da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea) e da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). O mesmo workshop será dado nos meses de novembro e dezembro na Câmara Árabe. 18 Fonte do dia: 20/10/2009 DIPLOMACIA Ministro árabe quer mais investimento no Brasil O Abdallah Nahyan, ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados, conversou ontem em Brasília com os ministros Celso Amorim e Edison Lobão sobre cooperação no setor de energia renovável. O ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes, Abdallah bin Zayed Nahyan, em conversa com os ministros brasileiros Celso Amorim, de Relações Exteriores, e Edison Lobão, de Minas e Energia, mostrou interesse em aumentar os investimentos no Brasil. O encontro entre os chanceleres foi realizado ontem (19) em Brasília. Um dos setores de interesse mencionado pelo ministro Nahyan foi o de energia renovável. Segundo informações da assessoria do Itamaraty, além de trazer investimentos para o Brasil no setor, o ministro quer maior cooperação entre os dois países. Nahyan afirmou aos ministros que os Emirados Árabes tem uma filial da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), instalada na Masdar City, em Abu Dhabi. A cidade de Masdar, destinada ao ramo de energias limpas e renováveis, vai ser a primeira cidade “verde” dos países árabes, ou seja, sem emissão de poluentes e agressão ao meio ambiente. Até o final do ano, mais de 100 companhias devem obter licença para operar na zona franca. Em janeiro, Abu Dhabi vai ser sede do encontro World Future Energy Summit, do setor de energia e Nahyan aproveitou para convidar o ministro Lobão para participar. O ministro dos Emirados também afirmou que o primeiro-ministro do país árabe, Mohammed bin Rashid al-Maktoum, tem interesse de vir ao Brasil no primeiro trimestre de 2010. Ontem pela manhã, o ministro Nahyan se encontrou com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Hoje, o ministro, que está em São Paulo, foi recebido pelo governador do estado, José Serra. De tarde, Nahyan vai participar da apresentação do projeto do novo terminal portuário da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport), em Santos, que está sendo construído em parceria com a empresa dos Emirados Árabes, Dubai Port World. A vinda do ministro ao Brasil fez parte de uma série de viagens pela América Latina, como Argentina, Chile, Equador, Colômbia e Uruguai. O Brasil é o último país a ser visitado. 19 Fonte do dia: 21/10/2009 Empresários de Abu Dhabi buscam negócios no Brasil Dirigentes das maiores companhias de energia e de fundos de investimentos estiveram em Manaus, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo para conhecer o potencial dos setores de cada estado. Uma delegação de investidores de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, esteve nos últimos dez dias visitando alguns estados brasileiros em busca de oportunidades de investimentos. Ontem (20), em visita à sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, os empresários disseram ter interesse em aprofundar o relacionamento com o Brasil e os demais países da América Latina. A delegação fez parte da missão do país árabe à América Latina, chefiada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Abdallah bin Zayed Nahyan. Antes de chegar ao Brasil, eles passaram por diversos países, como Argentina, Chile, Equador, Colômbia e Uruguai. "Queremos estreitar as relações com esses países e também convidá-los para conhecer os Emirados e investir na nossa região", disse Khunji, que antes de São Paulo esteve com a delegação em Manaus, Rio de Janeiro e Brasília; Os empresários, que foram recebidos na Câmara Árabe pelo presidente da entidade, Salim Taufic Schahin; o secretáriogeral, Michel Alaby, e o diretor, Mustapha Abdouni, assistiram um vídeo sobre o trabalho da Câmara Árabe e fizeram algumas perguntas, como quais são os aspectos jurídicos para abrir uma empresa no Brasil. Também pediram informações sobre oportunidades de negócios nas áreas de infraestrutura e projetos de turismo. As empresas que fizeram parte da delegação foram Abu Dhabi Investment Authority, um dos maiores fundos soberanos do mundo; Mubadala, empresa de investimentos do governo de Abu Dhabi; o fundo de desenvolvimento Abu Dhabi Fund for Development e a Abu Dhabi Future Energy Company (Masdar), responsável pelo projeto da Masdar City, primeira cidade "verde" do Oriente Médio. Na delegação também estava um diretor do departamento de Organizações Internacionais Financeira do Ministério das Finanças dos Emirados. 20 BALANÇA COMERCIAL As exportações brasileiras para os Emirados somaram US$ 1,3 bilhão de Janeiro a Setembro, o que representou um aumento de 38% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os principais produtos embarcados foram açúcar, carne de frango, aviões, ouro e billets de ferro. Por outro lado, as importações brasileiras do país árabe renderam US$ 82,8 milhões contra US$ 671,8 milhões na mesma comparação, sendo que neste mês de Outubro houve um crescimento de com relação ao faturamento de exportações de 57%. São Paulo - As exportações do Brasil para os países árabes cresceram 57% em faturamento em outubro, comparado ao mesmo mês do ano passado, com receita de US$ 730,6 milhões. O resultado das exportações foi divulgado hoje (8) pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. As exportações para os países da região em volume também cresceram 28,5% em comparação a setembro. No ano, as exportações para países árabes somam US$ 5,2 bilhões, um crescimento de 22,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. “O vigoroso crescimento das exportações dos últimos meses mostra a consolidação do Brasil como fornecedor dos árabes, um mercado que se concretiza cada vez mais e em todos os setores”, afirmou à Agência Brasil, Antônio Sarkis, presidente da Câmara. Em 2000, o Brasil exportava em média US$ 1,5 bilhão para a região. Hoje as exportações para a região representam mais de 5% do total de vendas do Brasil para o mercado externo. Dos US$ 292 bilhões que os países árabes importaram em 2005, “a participação do Brasil correspondeu a 2%”, destacou Sarkis. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de janeiro e setembro deste ano apenas três países da região ficaram entre as 25 nações que mais compraram do Brasil: Irã (21º), Arábia Saudita (24º) e Egito (25º). Esses três países, porém, se destacam pelo aumento de importações de produtos brasileiros em relação aos mesmos nove meses do ano passado: Irã (46,66%), Arábia Saudita (27,17%) e Egito (50,02%). 21 CONCLUSÃO O mundo torna-se a cada dia mais competitivo e globalizado portanto quem não conhecer a cultura e costumes dos paises que deseja manter relacões comercias acaba perdendo grandes oportunidade de negocio. Este é o caso dos países Árabes. É muito importante conhecer os costumes deles, para que se obtenha uma negociação rentável. E por meio de estudos encontramos diversas estratégias ou táticas de se concretizar um acordo, e quando se diz respeito a negociação no âmbito internacional, indicadores de potencial de mercado e características peculiares de cada mercado devem ser analisadas, ou seja, a política, a economia, as tradições, os usos, os costumes, a cultura e aspectos sociais. Não existe uma teoria que contenha passos fundamentais para alcançar êxito em uma negociação internacional, pois ela varia de empresa para empresa ou de país para país. E de acordo com a situação e o mercado, porém o conhecimento do ambiente do país estrangeiro torna-se elemento indispensável para conseguir dar um primeiro passo. Cada parte envolvida em uma relação comercial, principalmente entre diferentes países, tem estilos de vida distintos. Portanto aprimorar os conhecimentos culturais faz uma enorme diferença no perfil de um negociador. 22 ANEXOS RELIGIÃO Os muçulmanos consideram a Caaba, ao centro da grande mesquita de Meca, o lugar mais sagrado da Terra. A tradição muçulmana diz que os patriarcas Abraão e Ismael construíram o santuário sobre os primeiros alicerces postos por Adão. Todos os muçulmanos do mundo rezam nesta direção e, todos os que não tiverem um sério impedimento, deverão peregrinar à Meca, pelo menos uma vez na vida. Esta imagem mostra a cerimônia na qual os peregrinos devem beijar a Pedra Negra (Caaba). Os fiéis permanecem neste lugar vários dias, celebrando rituais. 23 ATUALIDADES A trading WK Comercial Exportadora, por exemplo, já fechou a venda do ofurô que está exposto no estande. “Vejo muitas perspectivas de negócios”, afirmou o diretor da trading, Igor Erhard Kaufeld Amorim e Nahyan conversaram sobre energia renovável. 24 Khunji: interesse em diversos setores. “No Brasil, temos interesse em diversos setores, como energia, inclusive renovável, infraestrutura de portos e aeroportos”, afirmou o chefe da delegação, Abdulla H. Khunji, da empresa Abu Dhabi National Energy Company (Taqa), do setor de energia. De acordo com ele, os Emirados Árabes cresceu muito nos últimos anos e busca parceiros para continuar se desenvolvendo. 25 A delegação foi recebida na Câmara Árabe. De acordo com Alaby, os investidores puderam verificar que há no Brasil potencial de investimento em vários setores. A maioria já tem investimentos nos Estados Unidos, Caribe e Europa. Segundo o chefe da delegação, essa foi a primeira vez que os Emirados faz uma missão de peso à América Latina. "Esse foi só o começo. Espero que haja mais cooperação entre as duas regiões", afirmou. Empresas querem começar a exportar para os Árabes: 26 BIBLIOGRAFIA FONTES: www.frontierebrasil.com.br SITE: AGÊNCIAS ANBA - Pesquisas editadas por: Marina Sarruf [email protected] SITE: AGÊNCIA BRASIL - Pesquisas editadas por: Gabriel Corrêa. 27