Relação entre a fé e a razão em Santo Agostinho Raphaela da Rocha Xaubet; Josemar Sidinei Soares (Orientador) Centro de Ciências Jurídicas e Sociais, UNIVALI, SC 1. Objetivos O presente resumo tem como objetivo discutir a relação entre fé e razão na filosofia cristã de Santo Agostinho com foco principal na obra Confissões. 2. Métodos/Procedimentos Neste trabalho foi utilizado o método indutivo, configurado principalmente por pesquisas bibliográficas. 3. Resultados Santo Agostinho (354 – 430) foi um dos primeiros filósofos cristãos, pois uniu a sua fé aos estudos sobre filosofia e retórica que teve na época de sua formação. Através de sua conversão e da fé nas Escrituras Sagradas, Agostinho propôs que a fé é uma via de acesso a verdade eterna, porém para tal a pessoa deve possuir a capacidade de compreender as verdades Deus lhe revela. Deus é a causa primeira, ou seja, é o criador de tudo aquilo que existe, da Terra, dos sentimentos, do tempo e de todos os seres, sendo o homem sua maior criação, visto que é o único ser que possui a razão e que foi criado a imagem e semelhança de Deus. Baseado nessa semelhança, Agostinho define que o homem possui parte da alma divina que o permite conhecer a verdade, é isso que permite que o homem participe com Deus da verdade, no entanto ele não pode conhecer a verdade absoluta, pois esta pertence somente a Deus. Para Agostinho as verdades são reveladas ao homem através da iluminação divina, que consiste nas verdades que vem ao homem pelas ideias ligadas a Deus. Sendo assim, não basta que o homem receba as revelações das verdades, ele precisa ter um preparo de intelecto, ou seja, racional para que entenda o que lhe é revelado e que assim consiga separar os próprios julgamentos. Esta capacidade intelectual pode ser aprimorada através do esforço que o homem faz para complementar a sua inteligência, pois para Agostinho é essencial para o homem dedicar os seus cuidados no que o corpo realmente precisa e, principalmente, dedicar-se ao desenvolvimento intelectual. No entanto, não basta que o homem possua somente o seu intelecto desenvolvido, é necessário que o homem possua fé no Criador e nas Escrituras Sagradas, porque é através dela que o homem acreditará que aquilo que lhe foi revelado é verdade e são os homens de fé que tem a possibilidade de conhecer os mistérios de Deus. É por meio do contato com o Criador, na experiência divina que o homem tem o contato com Deus. Agostinho define esta experiência sendo a invocação ao Senhor, a crença Nele e o reconhecimento de Sua importância na vida do homem, pois ele é o Criador, aquele que a tudo conhece. Quando o homem está ligado nessa experiência de Deus, ele é considerado puro, na concepção de Agostinho, e o que ele considera como pecado é quando o homem se afasta de Deus. Portanto, a fé para Agostinho depende de certa forma da razão, porém, a razão não pode ser tomada como uma verdade absoluta ou eterna, pois ela chega até certo ponto do conhecimento das verdades. 4. Conclusão A verdade vem diretamente de Deus e é revelada ao homem por ele possuir fé e razão, as quais se completam, pois quando se une a inteligência humana com a fé em Deus, o homem entende e louva o Senhor pelas verdades que lhe foram reveladas, pois o conhecimento humano limita-se ao do Criador. 5. Referências Bibliográficas [1] AGOSTINHO, Santo. Confissões. São Paulo: Paulus. 1997. [2] REALE, Giovanni. História da filosofia: Antiguidade e Idade Média. 5 ed. São Paulo: Paulus. 1990. [3] GILSON, Étienne. Introdução ao estudo de Santo Agostinho. 2006.