Pergunte a um Geólogo FAQ – Perguntas mais Frequentes • Receba as nossas boas vindas e os nossos agradecimentos pelo contato! • Na expectativa de colaborar com a sua pesquisa, reunimos aqui, um conjunto significativo de perguntas e as devidas respostas que temos fornecido. Quem sabe a sua pergunta já não foi respondida? • Veja a relação de perguntas, clicando sobre o sinal + que se apresenta junto de cada tema relacionado. • Esse Serviço não tem a pretensão de oferecer respostas exaustivas, portanto sempre pesquise na sugestão Para saber mais e também, no ítem Fique Ligado; • O tempo de resposta de atendimento é de geralmente até uma semana, pois temos interesse em atender de forma satisfatória, porém, esclarecemos que ao recebermos as perguntas, as mesmas são enviadas para os Técnicos da CPRM cadastrados no Serviço e que encontram-se situados nas diversas Unidades Regionais, além do Rio de Janeiro; • Não garantimos respostas para todas as perguntas. Geralmente atendemos 80% das perguntas enviadas; Agradecemos a sua visita e a divulgação do Serviço ! Pergunte a um Geólogo Quem é quem no Pergunte a um Geólogo - PUG? Saiba aqui quem são os colaboradores que participam do Pergunte a um Geólogo. São os técnicos da CPRM - Serviço Geológico do Brasil junto com a equipe da Biblioteca e vocês, usuários do Serviço, que estão mantendo o PUG ativo e dinâmico. Dentre os nossos inúmeros colaboradores, destacamos os profissionais abaixo: 3Achiles Eduardo G. Monteiro 3Alicéa Nuernberg Lauer 3Edgar Shinzato 3Fátima Maria do Nascimento 3Jorge Pimentel 3Leonardo da Matta 3Luís Marcelo Mourão 3Maria Glícia Nóbrega Coutinho 3Marise Sardenberg Carvalho 3Norma Cruz 3Pércio de Moraes Branco 3Regilene Coutinho de Souza Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Ecologia O que vem a ser Ecossistema ? Sistema que inclui todos os organismos de uma área e o meio ambiente onde vivem; Grupo ou conjunto de organismos físicos e biológicos que vive numa determinada região constituindo uma comunidade biológica. Tais organismos estão ligados entre si por uma intrincada rede de relações da qual também faz parte o ambiente físico onde eles existem. Qualquer unidade (biossistema) que abranja todos os organismos (indivíduos da mesma espécie ou elementos não biológicos), funcionando em conjunto numa determinada área, interagindo com o ambiente físico, de tal forma que um fluxo de energia produza estruturas biológicas claramente definidas e uma ciclagem de materiais entre as partes vivas e nãovivas. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Economia Mineral É verdade que o Brasil já foi o maior produtor de ouro no mundo? Sim, o Brasil já ocupou posição de destaque na produção de ouro no passado, mundialmente. Do período 1700-1850, o Brasil foi o maior produtor de ouro no mundo, alcançando a produção de 16 toneladas de ouro no período de 1750-1754, originada predominantemente dos aluviões da região do Quadrilátero Ferrífero, Minas gerais. A importância do Brasil continuou crescente até a primeira metade do século XIX, quando sua posição foi eclipsada pelas grandes descobertas dos depósitos aluvionares de ouro da Califórnia, Estados Unidos. Qual a posição do Brasil com relação à reserva e produção de ouro? Com base nos dados exibidos no Mapa de Reservas de Ouro do Brasil, escala 1:7.000.000 elaborado em 1998 pela CPRM - Serviço Geológico do Brasil, a reserva em ouro do Brasil é estimada em 2.283 toneladas e a produção alcançou 877 toneladas, no período de 1965-1996, representando cerca de 4% da produção mundial. Preciso de dados e informações referentes a calcário agrícola O mercado de calcário agrícola no Brasil reagiu positivamente em 2000, após apresentar um fraco desempenho no ano anterior, com retração no consumo de 6,7%, situando-se em apenas 15,3 milhões de toneladas, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (ABRACAL). Constatou-se queda nas vendas em diversos Estados como Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Este último ocupou em 1999 a primeira posição no consumo, apesar de registrar retração de 11% em relação a 1998, totalizando apenas 3,2 milhões de toneladas, segundo dados do Sindicato das Indústrias de Calcário e Derivados para Uso Agrícola do Estado de São Paulo (SINDICAL). Tal redução deve-se, principalmente, à crise no setor sucroalcooleiro, no início de 1999, com excesso de oferta de cana-de-açúcar e de álcool no mercado, deprimindo os preços externos e internos. Ademais, a retração das cotações do suco de laranja contribuiu no declínio das vendas para a citricultura. Em 2000, no período de janeiro a agosto, o consumo no Estado de São Paulo, segundo estimativas preliminares do SINDICAL, totalizou 1,868 milhão de toneladas, observando-se aumento em torno de 6,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. A maior demanda do setor sucroalcooleiro foi provocada pela renovação/expansão da área com canaviais, após a recuperação dos mercados de cana, do açúcar e do álcool que incentivaram as usinas a utilizarem mais calcário na atividade. Por sua vez, as vendas para a citricultura ainda exibem retração, pois os preços recebidos pelos produtores não se recuperaram, assim como as exportações de suco de laranja permanecem estagnadas. Os preços médios de calcário pagos pelos agricultores no Estado de São Paulo, em agosto de 2000 (FOB - posto fábrica), situaram-se, segundo estimativas, em R$12,65/t (considerando-se o volume global comercializado no Estado). Levando-se em conta apenas as vendas da indústria paulista, responsável por cerca de 80% da comercialização (no período de janeiro a agosto de 2000), o preço médio foi de R$13,26/t. O custo do transporte de calcário, principal item que onera o preço final desse insumo, foi encarecido pela majoração dos preços dos pedágios nas estradas paulistas e pelo aumento dos preços do óleo diesel e dos lubrificantes. Segundo fontes do setor, estima-se que o custo médio do transporte rodoviário no Estado gira em torno de R$14,00/t. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo No Rio Grande do Sul, o terceiro maior Estado consumidor de calcário nacional, a quantidade produzida e comercializada pela indústria gaúcha no período de janeiro a agosto de 2000 somou 1,312 milhão de toneladas, aumentando 15,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo estimativas do Sindicato da Indústria e da Extração de Mármore, Calcário e Pedreiras no Estado do Rio Grande do Sul (SINDICALC). De acordo com o Plano de Safra 2000/01, o Governo Federal disponibilizará recursos da ordem de R$300 milhões para o Programa de Incentivo ao Uso de Corretivos de Solos (PROSOLO), com vigência até 30 de junho de 2001. Esse programa foi instituído pelo Banco Central (Resolução no 2.534 de agosto de 1998), com a administração direta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social/Agência Especial de Financiamento Industrial (BNDES/FINAME), sendo operacionalizado pelos agentes financeiros. Desde o início do PROSOLO até julho de 2000, o valor dos recursos liberados somou apenas R$150,9 milhões. Essa baixa liberação de recursos pode ser explicada pelas exigências de garantias no crédito bancário e o pouco apoio dos agentes financeiros ao programa, tendo em vista, principalmente, o risco de inadimplência dos agricultores, o baixo spread e o retorno mais demorado do que outros negócios, como o financiamento de custeio. O Programa, que até então destinava-se à aquisição, transporte e aplicação de corretivos agrícolas, também passou a incluir os gastos efetuados pelos produtores com adubação verde. Tal reformulação foi incorporada na Carta Circular no 24/2000 do BNDES, de 14/08/2000, que apresenta as seguintes condições de financiamento: prazo de pagamento de até cinco anos, com até dois de carência, taxa de juros de 8,75% a.a. e limite de R$40 mil por produtor ao ano. A previsão do setor de calcário agrícola para 2000, segundo a ABRACAL, é de que cresça o consumo no Estado de São Paulo em torno de 10% em relação ao ano anterior, considerando-se principalmente o desempenho do mercado para a cana-de-açúcar, com destaque para a expansão do plantio da cana de 12 meses na Região Centro-Sul. O otimismo somente não é mais expressivo devido à quebra de safra provocada pelos distúrbios climáticos, como a seca e as geadas. Em nível nacional, as perspectivas para o setor também são favoráveis esperando-se que o consumo situe em torno de 17 milhões de toneladas, contra 15,3 milhões de toneladas em 1999, em função dos bons preços para vários produtos agrícolas, principalmente milho, algodão e soja, além da cana, do açúcar e do álcool. Estima-se crescimento no consumo em vários Estados, como no Rio Grande do Sul em 10%, Minas Gerais em 5%, Goiás em 16% e Mato Grosso em 48%. Fonte:<http://www.iea.sp.gov.br/calcario1000.htm> Para saber mais: <http://www.conab.gov.br/publicacoes/Indicadores/0803-CalcarioProducao.htm> <http://www.conab.gov.br/publicacoes/Indicadores/0804-ComercializacaodeCalcario.htm> <http://www.iea.sp.gov.br/ana-calc0301f1.htm> <http://negociospecuarios.terra.com.br/Html/Estatisticas/MAcalcario.htm> Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Espeleologia Como são formadas as cavernas e grutas? Cavernas e grutas formam-se em rochas solúveis, pela ação da água que se infiltra em fendas e cavidades e vai dissolvendo a rocha. Por isso, são muito mais comuns e maiores em rochas como o calcário, que é formado de carbonato de cálcio, substância bastante solúvel. Podem também se formar em arenitos, principalmente quando este possui cimento carbonático. Com a dissolução da rocha, a caverna se amplia e pode chegar até a superfície, abrindose então uma cavidade no solo. Algumas vezes, um rio inteiro entra numa dessas cavidades, segue pelo subsolo e reaparece na superfície, quilômetros adiante. As águas que se infiltram no solo, ao chegar ao teto da caverna, perdem velocidade devido à tensão super ficial e com isso, depositam o material, que trazem dissolvido, como o carbonato de cálcio. Começam, assim, a se formar no teto, estalactites, cortinas e outras formações. À medida que as gotas e água caem no chão da caverna, vão formando estruturas semelhantes às estalactites, chamadas estalagmites. Com o passar de décadas ou séculos, ambas vão aumentando de tamanho até se encontrarem, formando então colunas. O vale do Ribeira é rico em cavernas calcárias, sendo, portanto, região propícia à formação dessas feições geológicas. Para saber mais: http://www.aultimaarcadenoe.com/espelei.htm http://espeleopaty.vilabol.uol.com.br/ http://www.yosemite.hpg.ig.com.br/cavernas.html http://www.folhadomeioambiente.com.br/fma-111/ecoturismo111.htm http://www.escolavesper.com.br/pantanal/pantanal_cavernas.htm http://orbita.starmedia.com/mundogeografico/texto86.html http://www.upe.org.br/downloads/download.html Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Geociências Qual a relação entre Geologia e Ecologia, e entre Geologia e Hidrogeologia? A Geologia é uma ciência que estuda todos os fenômenos que atuam sobre a superfície terrestre, daí sua relação com a Ecologia e a Hidrologia. Como a ação das águas superficiais é responsável pelo modelamento atual da superfície terrestre, o seu estudo é de grande importância. Por outro lado, os sistemas ecológicos estão diretamente ligados ao regime hídrico e a ação desordenada do homem vem provocando grandes desequilíbrios da natureza. A Geologia moderna vem se orientando especialmente para essa área pois só o pleno conhecimento do meio físico, poderá evitar ou monitorar os acidentes ecológicos, tão frequentes nos dias atuais. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Geofísica Qual o conceito de Geofísica Aérea e de Geofísica Terrestre? Geofísica Aérea - Levantamentos sistemáticos de magnetometria e gamaespectrometria sobre terrenos cristalinos com vistas à cartografia geológica. Geofísica Terrestre - Detalhamento de áreas-alvo, em geral selecionadas através da Geofísica Aérea; sondagens elétricas verticais - SEV, principalmente para locação de furos para água subterrânea em ambiente de terrenos sedimentares Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Geografia Gostaria de obter informações sobre a Serra do Espinhaço Segundo a Enciclopédia Ilustrada Delta Larousse, é um conjunto de terrenos montanhosos, que se elevam sobre o planalto atlântico brasileiro, em sentido N-S, através dos estados de Minas Gerais e Bahia. O Espinhaço é o divisor de águas dos rios que drenam, para W, em direção ao São Francisco, e dos rios que drenam para E, em direção ao Atlântico. Com terrenos do período proterozóico, apresentam-se de forma muito dobrados e falhados, cujas rochas sofreram intensa metamorfização e mineralização. Os relevos observados, resultam de um longo trabalho de erosão nas rochas menos resistentes, deixando salientes as mais resistentes como os itabiritos e quartzitos, que formam as cristas montanhosas. Essa serra constitui uma das regiões do país mais ricas em recursos minerais, com jazidas de ouro, ferro, manganês e diamante. Estou precisando de informações sobre a Bacia Amazônica A bacia amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo, com uma drenagem de 5,8 milhões de km², sendo 3,9 milhões no Brasil. Com 6.500km de extensão, o rio Amazonas é responsável por despejada anualmente nos oceanos por todos os rios do mundo. 20% da água doce Os rios amazônicos, com suas praias, restingas, igarapés, matas inundadas, lagos de várzea e matupás (ilhas de vegetação aquática), assim como o estuário, são colonizados por uma enorme diversidade de plantas e animais. A bacia amazônica possui a maior diversidade de peixes do mundo, cerca de 2.500 a 3.000 espécies. Rios que constituem a Bacia Amazônica: Rio Solimões /Rio Negro /Rio Xingu /Rio Tapajós /Rio Jurema /Rio Madeira /Rio Purus /Rio Branco /Rio Juruá / Rio Trombetas /Rio Uatumã/ Rio Mamoré Para saber mais: http://www.mma.gov.br/port/CGMI/meioambi/agua/bacias/index.html Tenho que fazer uma pesquisa sobre as seguintes Bacias e não sei como pesquisar Bacia do Araguaia – Tocantins O curso inferior do rio Tocantins e o rio Itacaiúnas são cobertos por floresta amazônica. Entre estas duas grandes regiões, a bacia cruza uma zona de transição, com ambientes pré-amazônicos. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo As lagoas marginais são raras no rio Tocantins, mas integram importantes planícies de inundação no seu curso superior, na confluência com o Araguaia e logo abaixo na represa de Tucurui. O rio Araguaia, entre Aruanã e Luiz Alves, recebe anualmente cerca de 18.000 pescadores amadores. As principais espécies capturadas pela pesca amadora são pacu caranha, matrinxã, pirarucu, piaus, pacus, sardinha, corvina, traíra entre os peixes de escama; e, filhote, cachara, barbado, pirarara, jaú, mandubé, surubim chicote, bico de pato, mandi entre os peixes de couro. Os rios Araguaia e Tocantins portanto, formam a Bacia do Araguaia – Tocantins. Bacia do Atlântico Sul Ao longo do litoral brasileiro, existem pequenas bacias hidrográficas denominadas bacias do Atlântico Sul divididas em três trechos: Norte, Nordeste, Leste e Sudeste. O Amapá é o único estado brasileiro onde o tarpon (pirapema ou camurupim) ocorre em grandes quantidades dentro dos lagos, gerando condições únicas para a pesca esportiva dessa espécie. A região dos Campos de Cima da Serra, dada às suas condições geográficas, pode ser considerada a "Patagônia" brasileira. Nessa região os rios não são encaixados, o que permite a pesca de mosca em todas as suas técnicas. Bacia do Prata A bacia do Prata é a segunda maior bacia da América do Sul. É formada pelos rios Paraguai e Paraná que juntos drenam uma área correspondente a 10,5% do território brasileiro, com 3,2 milhões de km². O rio Paraguai é um dos mais importantes rios de planície do Brasil, superado apenas pelo Amazonas. De sua nascente, na chapada dos Parecis, nas proximidades da cidade de Diamantino-MT até sua confluência com o rio Paraná, na fronteira do Paraguai com a Argentina, ele percorre 2.621km, sendo 1.683km em território brasileiro. O rio Paraná, principal formador da bacia do Prata, é o décimo maior do mundo em descarga, e o quarto em área de drenagem, drenando todo o centro-sul da América do Sul, desde as encostas dos Andes até a Serra do Mar, nas proximidades da costa atlântica. Rios: Rio Uruguai ,Rio Paraná, Rio Paraguai, Rio Iguaçú, Rio Tietê, Rio Paranapanema, Rio Grande, Rio Parnaíba Rio Taquari, Rio Sepotuba Para saber mais: http://www.mma.gov.br/port/CGMI/meioambi/agua/bacias/index.html Quais os países que formam a América do Sul? Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Quais os Estados que compõem o Brasil ? Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Quais são e onde se encontram os pontos mais altos do mundo? Everest - Nepal/China - 8.846m K-2 - Paquistão/China - 8.611m Canchenjunga – Nepal / Índia - 8.598m Aconcágua - Argentina/Chile - 6.959m Ojos del Salado - Argentina/Chile - 6.863m Preciso de informações sobre formas de Relevo As diferentes formas de relevo têm sido explicadas segundo o ponto de vista histórico e também, por várias teorias: do catastrofismo - explica a origem das formas de relevo por grandes catástrofes ou cataclismos; do atualismo - por forças que atuam no presente, por movimentos lentos; dos neetunistas ou plutonistas - por forças vulcânicas ou ação de pressão interna; da contração - resultado de um resfriamento do material magnético, com conseqüente diminuição de volume; ou também, resultante da atração de dois grupos de forças que podem ser sucessivas ou simultâneas: endógenas( dobras, falhas, mantos de charlasse, vulcões, terremotos) e exógenas (desgaste e acumulação). Para saber mais: Guerra, Antônio T. Dicionário - geomorfológico. Rio de Janeiro: IBGE, 1969. Moro no exterior e preciso de informações gerais e demais aspectos geográficos, referentes ao Brasil. É um trabalho para apresentar na minha escola. País - Brasil Localização - situa-se a leste da América do Sul. Limites - limita-se ao norte com a Guiana, Venezuela, Suriname e Guiana Francesa; a noroeste com a Colômbia; a oeste com o Peru e Bolívia; a sudoeste com o Paraguai e Argentina; e ao sul com o Uruguai. As costas leste, sudeste e nordeste do país são banhadas pelo oceano Atlântico. Fronteiras Apenas dois países da América do Sul - Chile e Equador - não têm fronteiras com o Brasil. A mais extensa fronteira do Brasil é com a Bolívia (3.126 km) e a menor com o Suriname (593 km). Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Extensão Territorial O país ocupa 20,8% do território das Américas e 47,7% da América do Sul, sendo o quinto no mundo em extensão territorial, superado apenas pela Rússia, Canadá, China e Estados Unidos da América. Coordenadas Geográficas A linha do Equador corta o país ao norte, atravessando os estados do Amazonas, Roraima, Pará e Amapá. O Trópico de Capricórnio corta os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo a uma latitude sul de 23º27'30". Um total de 93% do território brasileiro encontra-se localizado no Hemisfério Sul e 92% na zona intertropical. Reservas Minerais Petróleo A plataforma continental brasileira é rica em jazidas de petróleo. Dela são extraídas 60% da produção nacional. As reservas de petróleo do país somam 2.816 milhões de barris2. O petróleo começou a ser explorado no Brasil em 1953. Atualmente, a produção é quase toda consumida internamente, exportando-se apenas uma pequena porção já refinada. Apesar do surgimento de novos poços e do contínuo aumento da produção, o petróleo explorado no Brasil não é suficiente para atender às necessidades do país. Existem 5.511 poços de petróleo em produção no país, sendo 4.872 terrestres e 639 marítimos. A maior parte da produção vem da Bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro, descoberta em 1974. Utilizando tecnologia nacional de exploração em águas profundas, a produção da Bacia de Campos alcança 52.600 m3 (330 mil) barris por dia. Na região do Recôncavo Baiano, estado da Bahia, o petróleo vem sendo explorado há mais tempo, tendo já sido produzidos naquela área mais de um bilhão de barris do produto. O campo de Água Grande é o que mais produziu até hoje no país, com um total de 42,9 milhões de m3 (274 milhões de barris) de petróleo extraídos do solo. Minerais metálicos Entre os principais minerais encontrados no Brasil estão a bauxita, o alumínio, o cobre, a cassiterita, o ferro, o manganês, o ouro e a prata. Na região Norte do país são encontrados ferro, ouro, diamantes, cassiterita, estanho e manganês. Também existem ferro e manganês em grande quantidade no estado de Minas Gerais. Relevo As chuvas tropicais são as principais responsáveis pelas alterações de relevo no território brasileiro. Uma vez que o Brasil não apresenta falhas geológicas na crosta terrestre de seu território, os tremores de terra que ocasionalmente ocorrem no país são resultado de abalos sísmicos em pontos distantes. Os planaltos são predominantes no relevo brasileiro. Existem dois planaltos predominantes no Brasil: o Planalto das Guianas e o Planalto Brasileiro. As regiões acima de 1.200 m de altura representam apenas 0,54% da superfície do país, ou 42.267 km2. As planícies Amazônica, do Pantanal, do Pampa e Costeira ocupam os restantes 41% do território. Predominam no Brasil as altitudes modestas, sendo que 93% do território está a menos de 900 m de altitude. Planalto das Guianas Ocupa o norte do país e nele se encontram os dois pontos mais elevados do território brasileiro, localizados na serra Imeri: os picos da Neblina (3.014 m) e 31 de março (2.992 m). Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Planalto Brasileiro Devido à sua extensão e diversidade de características, o Planalto Brasileiro é subdividido em três partes: o planalto Atlântico, que ocupa o litoral de nordeste a sul, com chapadas e serras; o planalto Central, que ocupa a região Centro-Oeste e é formado por planaltos sedimentares e planaltos cristalinos bastante antigos e desgastados; e o planalto Meridional, que predomina nas regiões Sudeste e Sul e extremidade sul do Centro-Oeste, formado por terrenos sedimentares recobertos parcialmente por derrames de lavas basálticas, que proporcionaram a formação do solo fértil da chamada terra roxa. Planície Amazônica Estende-se pela bacia sedimentar situada entre os planaltos das Guianas ao norte e o Brasileiro ao sul, a cordilheira dos Andes a oeste e o oceano Atlântico a nordeste. Dividese em três partes: várzeas, que são as áreas localizadas ao longo dos rios, permanecendo inundadas por grande parte do ano; tesos, regiões mais altas, inundáveis apenas na época das cheias; e firmes, terrenos mais antigos e elevados, que se encontram fora do alcance das cheias. Planície do Pantanal Ocupa a depressão onde corre o rio Paraguai e seus afluentes, na região próxima à fronteira do Brasil com o Paraguai. Nela ocorrem grandes enchentes na época das chuvas, transformando a região num grande lago. Planície do Pampa Também denominada Gaúcha, ocupa a região sul do estado do Rio Grande do Sul e apresenta terrenos ondulados, conhecidos como coxilhas. Planície Costeira Estende-se pelo litoral, desde o estado do Maranhão na região Nordeste, até o estado do Rio Grande do Sul, numa faixa de largura irregular. Em alguns trechos da região Sudeste os planaltos chegam até a costa, formando um relevo original, as chamadas falésias ou costões. Clima e Vegetação Uma vez que a maior parte do país encontra-se em zona intertropical, com predomínio de baixas altitudes, verificam-se no Brasil, variedades climáticas quentes, com médias superiores a 20º. São seis os tipos de variação climática encontrados em toda a extensão do território brasileiro: equatorial, tropical, tropical de altitude, tropical atlântico, semi-árido e subtropical. Cada tipo de clima corresponde a uma paisagem vegetal característica, com suas espécies típicas. Clima Equatorial Caracteriza-se por temperaturas médias entre 24º e 26ºC e chuvas abundantes (mais de 2.500 mm/ano). É o tipo de clima encontrado em toda a região da Amazônia Legal, com cerca de 5 milhões de km2. A vegetação típica dessa região é a floresta equatorial. Clima Tropical Apresenta inverno quente e seco e verão quente e chuvoso. É o clima encontrado em extensas áreas do planalto Central e nas regiões Nordeste e Sudeste. As temperaturas médias são superiores a 20ºC, com amplitude térmica anual de até 7º e precipitações de 1.000 a 1.500 mm/ano. A vegetação típica da região onde se encontra esse tipo de clima é o cerrado, com gramíneas e arbustos retorcidos, de casca grossa, folhas cobertas por pelos e raízes profundas. Embora tenha água em abundância no subsolo, o solo do cerrado é ácido e pouco fértil, com alto teor de alumínio. Com duas estações bem definidas - uma seca e outra chuvosa - na estação seca parte das árvores perde as folhas para buscar água no subsolo. Na região de clima tropical podem ainda ser encontradas matas de galerias (ciliares) nos vales ao longo dos cursos dos rios. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Também é dominada por clima tropical a região conhecida como Complexo do Pantanal que, em conseqüência da alternância entre a época das cheias e de seca, possui vegetação diversificada, composta por espécies típicas de florestas, cerrado, campos e caatinga. Clima Tropical de Altitude Caracteriza-se por temperaturas médias anuais entre 18º e 22º, com amplitudes térmicas anuais de 7º a 9º e precipitações entre 1.000 e 1.500 mm/ano. O verão apresenta chuvas mais intensas, enquanto no inverno as massas frias podem ocasionar geadas. É o clima encontrado nas partes altas do planalto Atlântico do sudeste, estendendo-se para a região Sul, até o norte do estado do Paraná e sul do estado de Mato Grosso do Sul. A vegetação original dessas regiões é a mata tropical, densa, fechada e variada, porém não tão rica quanto a vegetação encontrada na floresta amazônica. Clima Tropical Atlântico É encontrado em toda a faixa litorânea, desde o estado do Rio Grande do Norte ao sul do estado do Rio Grande do Sul. Caracteriza-se por temperaturas médias entre 18º e 26º, com amplitudes térmicas crescentes à medida que se caminha em direção ao sul. As chuvas são abundantes, superando 1.200 mm/ano, mas têm distribuição desigual. No litoral do Nordeste concentram-se no outono e inverno, enquanto em direção ao sul são mais constantes no verão. A vegetação típica dessa faixa de território é a mata atlântica tropical, bastante devastada desde o período colonial. Clima Semi-árido Predomina na região do sertão nordestino e no vale do rio São Francisco, também localizado na região Nordeste. É caracterizado por temperaturas médias elevadas, de cerca de 27ºC, com variações anuais em torno de 5º. As precipitações são baixas e irregulares, chegando a apenas 800 mm/ano. A vegetação característica dessa região é a caatinga, formada por bosques de arbustos espinhosos e cactos. Na zona de transição entre a floresta amazônica e a caatinga encontra-se um tipo de vegetação chamada mata dos cocais, formada por vários tipos de palmeiras como o babaçu. A carnaúba e o buriti das quais são extraídas matérias-primas para a produção de óleos, construção de casas e fabricação de cêras e tecidos. Clima Subtropical O clima predominante na Zona Temperada ao sul do Trópico de Capricórnio, caracterizando-se por temperaturas médias abaixo de 20º e variações anuais entre 9º e 13º. Nas áreas de maior altitude o verão é suave e o inverno rigoroso, com nevascas ocasionais. As precipitações são abundantes, chegando a 1.500 e 2.000 mm/ano. O tipo de vegetação encontrado nas regiões de clima subtropical varia de acordo com a altitude. Nas regiões mais elevadas encontram-se as araucárias ou predominam as gramíneas. pinhais. Nas planícies Vegetação Floresta Amazônica A vegetação que forma a floresta amazônica divide-se em três tipos: as matas de terra firme; as matas de igapó; e as matas de várzea. Nas matas de terra firme encontram-se as árvores mais altas, como a castanheira-do-pará e o caucho (de onde se extrai o látex), que podem alcançar 60 a 65 metros de altura. Em certos locais as copas dessas árvores se juntam e barram a passagem da luz, tornando o interior da floresta escuro, mal ventilado e úmido. As matas de igapó são encontradas nos terrenos mais baixos, próximos aos rios e permanentemente alagados. Nessas regiões as árvores podem alcançar 20 metros de altura mas, em sua maioria, têm 2 a 3 metros. Sua ramificação é baixa e densa, Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo de difícil penetração. A vitória-régia é o exemplo mais famoso deste tipo de vegetação de várzea da floresta Amazônica. As matas de várzea são encontradas em meio às matas de terra firme e de igapó. Sua composição varia de acordo com a maior ou menor proximidade dos rios, mas é comum encontrar-se na região das matas de várzea, árvores de grande porte como a seringueira, palmeiras e o jatobá. Mangues São comuns nas áreas litorâneas, mais sujeitas às marés e à água salobra, especialmente nas desembocaduras dos rios que deságuam no oceano Atlântico. Suas espécies típicas são os vegetais com raízes aéreas, que possuem alto teor de sais. Os solos onde se desenvolve esse tipo de plantas são alagados, movediços e pouco arejados. Bacias Hidrográficas A região coberta por água doce no interior do Brasil ocupa 55.457 km2 , o que equivale a 1,66% da superfície do planeta. O clima úmido do país propicia uma rede hidrográfica numerosa e formada por rios de grande volume de água, todos desaguando no mar. Com exceção das nascentes do rio Amazonas, que recebem águas provenientes do derretimento das neves e de geleiras, a origem das águas dos rios brasileiros encontra-se nas chuvas. A maioria dos rios é perene, ou seja, não se extingue na estação de seca. As bacias dos rios brasileiros se formam a partir de três grandes divisores: o planalto Brasileiro, o planalto das Guianas e a cordilheira dos Andes. De acordo com a forma de relevo que atravessam, as bacias hidrográficas podem ser divididas em dois tipos: as planálticas, que permitem aproveitamento hidrelétrico, e as de planície, de correnteza fraca, utilizadas para navegação. São quatro as principais bacias hidrográficas brasileiras: Amazônica, Prata ou Platina; São Francisco e Tocantins. Bacia Amazônica É a de maior superfície de água do mundo (3.889.489,6 km2). O rio Amazonas, com 6.515 km de extensão, tem mais de sete mil afluentes, sendo o segundo do planeta em comprimento e o primeiro em vazão de água (100 mil m3 por segundo). Nasce no planalto de La Raya, no Peru, com o nome de Vilcanota, e ao longo de seu percurso recebe ainda os nomes de Ucaiali, Urubanda e Marañon. Já em território brasileiro recebe primeiramente o nome de Solimões, para, a partir da confluência com o rio Negro, próximo à cidade de Manaus, capital do estado do Amazonas, vir a ser chamado de rio Amazonas. Embora seja uma bacia de planície, com 23 mil km navegáveis, a bacia Amazônica possui também grande potencial hidrelétrico. Bacia do Prata Espalha-se por uma área de 1.393.115,6 km2 e é formada pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, que nascem no Brasil e vão posteriormente formar o rio da Prata na divisa da Argentina com o Uruguai. O rio Paraná tem o maior potencial hidrelétrico do país, o que propiciou a construção da usina de Itaipu na fronteira com o Paraguai. O rio Uruguai também possui potencial hidrelétrico em seu curso. Já o rio Paraguai, que atravessa a planície do Pantanal, é muito utilizado para navegação. Bacia do São Francisco Ocupa área de 645.876,6 km2 e seu principal rio, o São Francisco, é a única fonte de água da região semi-árida do Nordeste brasileiro. Com potencial hidrelétrico razoável, possui importante usina no estado da Bahia, chamada Paulo Afonso. Apesar de ser um rio de Planalto, tem 2 mil km navegáveis entre as cidades de Pirapora no estado de Minas Gerais e Juazeiro no estado da Bahia. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Bacia do Tocantins É a maior bacia em território brasileiro, com 808.150,1 km2. Seu principal rio é o Tocantins, que nasce no estado de Goiás e deságua na foz do rio Amazonas, no estado do Pará. Aproveitando seu potencial hidrelétrico, nele se encontra a usina de Tucuruí, localizada no estado do Pará. Ilhas Existem cinco grupos de ilhas distantes da costa em território brasileiro, que apresentam paisagem deslumbrante e fauna muito rica: Penedos de São Pedro e São Paulo, Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Abrolhos, Trindade e Martim Vaz. Penedos de São Pedro e São Paulo Localizadas a cerca de 900 km a nordeste do estado do Rio Grande do Norte, constituem rochedos em forma de meia-lua, cobertos de guano (fezes de aves marinhas) e cercados de perigosos recifes. Atol das Rocas É uma pequena ilha formada por corais, de difícil acesso devido à grande quantidade de recifes, situada a 240 km a nordeste do estado do Rio Grande do Norte. Nesta ilha foi criada, em 1979, a primeira reserva biológica do país. Fernando de Noronha Arquipélago de 18,4 km2 , formado por 19 ilhas encontra-se localizado a 345 km a leste do estado do Rio Grande do Norte. Em 1988, foi transformado em Parque Nacional Marinho e anexado ao estado de Pernambuco. Abrolhos Encontra-se a 80 km da costa sul do estado da Bahia, em área onde se verifica intenso movimento de navegação marítima. O arquipélago é formado por cinco ilhotas de coral e possui um farol construído em 1861, além de uma população de cerca de 15 pessoas. Trindade e Martim Vaz Localizadas a 1.100 km da costa na altura da cidade de Vitória, capital do estado do Espírito Santo, na região Sudeste, essas ilhas pertencem ao Brasil desde 1897 e, por estarem situadas na área anti-ciclone do Atlântico Sul, são utilizadas como base da marinha brasileira e estação meteorológica. A riqueza e a diversidade dos recursos naturais brasileiros e de seus acidentes geográficos têm sido objeto de estudo e observação por parte de cientistas, acadêmicos, órgãos governamentais ligados ao meio ambiente, tanto no Brasil como no exterior, ou simplesmente pessoas interessadas em conhecer melhor a natureza e desfrutar do que ela tem a oferecer. Existe grande empenho do governo brasileiro no sentido de preservar e divulgar esse potencial de riqueza natural e diversidade ecológica encontrada em seu território, que propicia diferentes opções tanto para interesses ligados ao investimento econômico, como para o desfrute do ponto de vista turístico e ecológico. Para saber mais: http://www.citybrazil.com.br/geral.htm Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Geologia Como devo definir Geologia? A Geologia é a ciência responsável pelo estudo dos processos que ocorrem no interior do globo terrestre e na sua superfície. Podemos dizer também que, Geologia é a ciência que estuda a Terra. Trata-se de uma das mais abrangentes ciências naturais. Desde a Antigüidade, o homem se preocupa com as erupções vulcânicas, com fósseis e a classificação de minerais existentes. Diversas descobertas físicas e químicas proporcionaram um imenso progresso nas ciências geológicas, que atualmente utilizam recursos da tecnologia moderna como fotografias aéreas, de satélites e sofisticados equipamentos ópticos, de raio X, químicos e geofísicos. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Geologia Econômica Qual a diferença entre jazida de diamante industrial e diamante tipo gema ? O diamante para ser aproveitado como gema, tem que ter características (cor, transparência, homogeneidade, etc.) nem sempre presentes em todas os jazimentos. O que ocorre na maioria das vezes é que o produto de uma jazida, primária ou secundária, caracteriza-se pela grande percentagem de diamantes opacos (carbonados) com fraturas e inclusões e de tamanho diminuto, destinando-se portanto para uso industrial, sendo rara a ocorrência de diamante tipo gema. Na verdade não existe jazida de diamante industrial e de diamante tipo gema. O que ocorre é que em todas a jazidas a predominância é do tipo industrial. A ocorrência do tipo gema é muito mais rara, daí seu alto valor. Onde se localiza jazida de Rubi no Brasil? A única jazida importante de rubi que conhecemos no Brasil fica em Santa Catarina, nos municípios de Barra Velha e São João do Itaperuí. A área de ocorrência dessa gema mede cerca de 20 km x 10 km, mas a extração tem sido feita na localidade de Escalvado, 7 km a Oeste da BR-101. A gema aparece a pequena profundidade e professores da UFRGS e da UFPR estimam que 30% do coríndon ali extraído são aproveitáveis como gema. O proprietário da jazida nos informou, em 1998, haver produzido 1.200 kg e estar tentando comercializar essa produção. Os rubis comercialmente mais valiosos são os de cor vermelho-escuro, levemente púrpura. Os tons alaranjados diminuem seu valor. Para saber mais: LEINZ, Vitor; SOUZA CAMPOS, João Ernesto de. Guia para determinação de minerais. BRANCO, Pércio de Moraes. Dicionário de mineralogia. 3. Ed.rev.amp. Porto alegre: SAGRA, 1987. Gostaria de saber como posso identificar rochas que contêm ouro e também, alguma maneira prática para identificar este mineral em rochas. A identificação certificada de minerais e/ou metais preciosos é feita através de análises químicas e mineralógicas. O ouro é solúvel em água régia, que é uma mistura de ácido nítrico e clorídrico. Podendo usá-lo para identificação desse minério. Qual o significado de uma pedra preciosa de cor alaranjada ? A pergunta é bastante ambígua, pois deixa dúvida sobre o que se está querendo dizer com "significado". Não fica claro tampouco se tem em mente uma pedra alaranjada específica ou qualquer pedra dessa cor. Das gemas alaranjadas, a mais comum - muito produzida no Brasil, por exemplo, é o citrino, uma variedade de quartzo. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Afora o uso em jóias, as gemas têm largo emprego em cura (Cristaloterapia) e para fins ditos esotéricos (meditação e proteção espiritual, por exemplo), áreas com as quais não trabalhamos. Supondo que se esteja falando de citrino, informamos que a bibliografia existente sobre o assunto diz que ele pode ser usado para curar má digestão, infeções renais, de bexiga e do intestino, devendo para isso ser colocado sobre o chakra umbilical. No campo emocional, é usado quando se deseja adquirir confiança e segurança. Há quem atribua ao citrino também a propriedade de atrair riquezas materiais. Os árabes, por exemplo, valorizam muito mármores e granitos de cor amarela, por essa razão. Preciso de informações sobre Topázio e Carvão Estamos enviando abaixo informações sobre topázio, extraídas da obra Glossário Gemológico, de Pércio de Moraes Branco e sobre carvão. Com relação ao carvão, dados adicionais podem ser obtidos <http://www.algosobre.com.br> na página professor/ roberto grillo / carvão. no site Topázio Mineralogia. Flúor-silicato de alumínio – Al2 SiO4 (F, OH)2 –ortorrômbico, encontrado em cristais prismáticos, massas ou seixosrolados. Incolor ou com cor variável (branca, amarela, marrom, rósea, avermelhada, azul), transparente a translúcido, com brilho vítreo, clivagem basal perfeita e fratura conchoidal. Dureza 8,0. Densidade 3,50-3,60. Índice de refração 1,609-1,617. Birrefringência 0,008. B(+).Mostra tricroísmo em amareloamarronado, amarelo e amarelo-alaranjado. Quando azul, o pleocroísmo é fraco. Dispersão fraca: 0,014. Pode ocorrer sem inclusões, como em Minas Gerais (Brasil); quando presentes, as inclusões consistem em grandes cavidades com líquido e gás ou com dois líquidos imiscíveis e nitidamente separados. Mais raramente podem aparecer inclusões trifásicas. A variedade mais valiosa é o topázio imperial, amarelo, de Ouro Preto, Minas Gerais (Brasil). O topázio ocorre em rochas magmáticas ácidas e em veios de minerais de estanho sendo usado exclusivamente como gema. História. Em 1740, foi encontrado no Brasil (Ouro Preto, MG) o topázio Bragança, considerado inicialmente diamante, e que tem 1.680 quilates. O Museu Americano de História Natural de Nova Iorque tem um cristal bem formado de 300 kg, medindo 60 cm x 60 cm x 80 cm. No Brasil, podem ser encontrados cristais com até mais de um metro e com mais de 100 kg. O maior topázio lapidado é o Princesa Brasileira. Tem 21.327 quilates e foi encontrado em Teófilo Otôni, M G (Brasil). Confusões Possíveis. O topázio pode ser confundido com citrino, brasilianita, heliodoro, risoberilo, ortoclásio, água-marinha e apatita. Seu substituto mais comum é o quartzo citrino. Jahns estima que provavelmente 80% das gemas vendidas como topázio são, na verdade, quartzo citrin. A distinção entre ambos é fácil se se empregar o bromofórmio: o topázio submerge nesse líquido enquanto o quartzo flutua. A variedade azul é vendida, às vezes, como águamarinha, mas enquanto a água-marinha observada sobre fundo branco através da mesa (faceta maior da gema lapidada) fica esverdeada, o topázio azul permanece azul. Além disso, a água-marinha flutua no bromofórmio e o topázio afunda. Lapidação. O topázio é lapidado e degrau, tendo freqüentemente mesa arredondada. Devido a sua excelente clivagem basal, a mesa deve ser paralela ao eixo principal do cristal (eixo c). É lapidado Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo também com formato de pêra, retangular ou retangular com cantos cortados. Para o topázio azul,deve-se preferir a lapidação brilhante. Principais produtores: O principal produtor mundial de topázio é o Brasil, seguindo-se a URSS, Irlanda, Japão, Grã-Bretanha, Índia, Sri Lanka e EUA. Na Noruega, já foram encontrados cristais de topázio opaco de até 60 kg. No Brasil, o estado que mais produz é Minas Gerais, na região de Ouro Preto. Existe também topázio no Ceará e na Bahia. Valor relativo. O topázio situa-se entre os mineraisgemas mais valiosos, dependendo seu valor sobretudo da cor. Os mais valiosos são os rosa e os amarelo-mel, que superam, em geral, o zircão, as granadas, a ametista, as turmalinas, o peridoto, o espinélio e a água-marinha, além de algumas safiras e opalas. Do topázio azul, valem mais as pedras parecidas com a água-marinha. O topázio imperial tem valor proporcional à intensidade dos tons vermelhos. Síntese. O topázio não é sintetizado, pelo menos em escala comercial. Tratamento. Através de aquecimento, pode-se mudar a cor amarela do topázio para vermelho (300-350ºC), rosa, azul ou incolor. Com exposição à luz ultravioleta, retomam a cor original. Através de radiações gama (bamba de cobalto), pode-se deixar amarelo um topázio originalmente incolor. Se a esse tratamento se seguir aquecimento, a cor amarela passa a azul. Os topázios róseos e vermelhos que há no comércio são quase sempre obtidos por tratamento térmico. Topázios amarelos aquecidos ficam incolores, exceto os brasileiros. Os azuis não mudam de cor por aquecimento. A cor pode sofrer alteração por exposição prolongada ao Sol. As radiações podem dar ao topázio incolor também as cores marrom e púrpura e, ao topázio róseo, marrom e amarela. Não há como distinguir essas cores das cores naturais. Cuidados. A ação prolongada de uma luz intensa pode descolorir o topázio. Etimologia. Do gr. Topazos ou topazion (fogo) ou de Topazion, ilha do mar Egeu, hoje Zebirget. Sinônimos. Topázio-do-Brasil, topázio Schnecken, topázio gota-d’água, topázio precioso. Carvão Do carvão conhecido no mundo, 97,5% estão no hemisfério norte. Há 11 trilhões de toneladas, equivalentes a 12,5 trilhões de barris de petróleo. O carvão é o único combustível fóssil que permanecerá abundante e barato durante boa parte do século XXI. O Brasil possui mais de 32 bilhões de toneladas de carvão, localizadas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, com pequena quantidade em São Paulo e no Paraná. Em Santa Catarina, as jazidas estão no sul do Estado, em Morro dos Conventos e outros municípios. No Rio Grande do Sul, há seis jazidas principais: Santa Teresinha e Chico Lomã (em Santo Antônio da Patrulha e outros três municípios); Charqueadas (Charqueadas); Leão (Minas do Leão); Iruí e Capané (Cachoeira do Sul) e Candiota (Candiota) O carvão brasileiro formou-se há 245 milhões de anos, no período Permiano. O carvão é formado de três tipos de material: Fusênio – de cor cinza, sem brilho, suja as mãos e tem baixo poder calorifico (pobre em carbono). Vitrênio – brilhante, preto, rico em carbono (alto poder calorifico). Carvão detrítico – mistura dos dois tipos anteriores, em proporções variados. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Esses componentes distribuem-se numa sucessão de finas lâminas, formando esse conjunto camadas de carvão, que podem ter, no caso do brasil até 5 ou 6 m de espessura. O carvão é formado por restos de vegetais. No Brasil, as árvores que formaram o carvão são reunidas sob a denominação de Flora Glossopteris. Na transformação dessa matéria vegetal (chamada incarbonização), forma-se primeiro a turfa, depois o linhito, a seguir a hulha e por fim o antracito. O poder calorífico aumenta da turfa para o antracito. O carvão brasileiro é uma hulha. A incarbonização envolve ação de bactérias sem contato com o ar, desidratação e compactação. Quando queimado, a matéria mineral nele contida não sobre combustão, aparecendo, no final, na forma de cinzas. Quanto mais pobre o carvão, maior o teor de cinzas que ele possui. Os carvões mais pobres do RS têm em torno de 50% ou 60% de cinzas. Os carvões brasileiros são classificados como betuminosos ou sub-betuminosos. O carvão de melhor qualidade é usado na siderurgia, sendo chamado de carvão siderúrgico. O carvão mais pobre, chamado de carvão energético, é usado para produzir energia elétrica nas usinas termoelétricas . O carvão metalúrgico deve ter no máximo 18,5 % de cinzas e poder calorífico acima de 6.800 calorias por quilograma. Em, 1981, 50% do carvão produzido no Brasil era usado para geração de energia elétrica e 34,2 % em fornos para fabricação de cimento. Para saber mais: MENDES, Josué Camargo Carvão mineral e seus problemas. In: __________ Conheça o solo brasileiro. São Paulo: Polígono, 1968. 202 p. il. Cap. 9, p.123-131. ZADROZNY, Norberto Ingo.Carvão. Geração de energia, transporte, comercialização. Florianópolis: GAPLAN, 1979. 77 p. il. Preciso de informações a respeito de Tório, Ósmio, Diamante Tório - metal prateado, de brilho metálico, muito radioativo, mole, muito dúctil. Dentre todos os óxidos, o seu e o que tem maior ponto de fusão ( 3.300 graus Celsius), sendo três vezes mais abundante que ouranio, nao ocorre em estado nativo. As fontes de obtenção sao os seguintes minerais: monazita (principal), torita, euxenita. E utilizado na produção de lâmpadas de gás portáteis, ligas de mg, eletrônica, lâmpadas elétricas, vidros para lentes, combustível nuclear. Ósmio - metal branco-azulado, extremamente duro,intenso brilho metálico, muito friável, considerado o mais denso dos elementos ( 22,57 g/cm3), junto com o irídio e resistente ao ataque por ácidos. Pode ser obtido na metalurgia do níquel, minérios de platina, osmiridio e sysertskita. E utilizado em ligas de alta dureza para penas de caneta, agulhas de fonógrafos, catalisadores filamentos de lâmpadas. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Diamante - carbono cristalizado no sistema cúbico, a altíssimas temperatura e pressão, frequentemente em octaedros com arestas ou faces encurvadas. geralmente incolor, podendo ter diversas cores, forte brilho, a mais alta dureza do reino mineral( 10,0). Ocorre em brechas ultrabásicas, chaminés vulcânicas, aluviões e meteoritos. Usado como gema, ferramentas de corte e perfuração, em instrumentos para cortar vidros, polir pedras, industria eletrônica ( agulhas). Prata - metal branco, brilhante, de intenso brilho metálico, muito dúctil e maleável, ponto de fusão 960 graus Celsius, dureza 2, 5 a 3,0, densidade 10,50g/cm3. Melhor condutor térmico entre os metais, nao se altera ao contato com o ar, exceto se contiver enxofre, cristaliza no sistema cubico, na forma de cubos e as vezes, octaedros e dodecaedros. Geralmente acicular, fibroso, dendrítico ou irregular, ocorrendo em filões e na foram de 55 minerais. Pode ser obtido a partir da prata nativa, pirargirita, tetraedrita, tennatita, argentita, galena, silvanita, etc, metalurgia do do zinco, cobre, ouro e níquel. E usada em joalheria, moedas, espelhos, talheres, odontologia, soldas, explosivos (fulminato), chuvas artificiais (iodeto), ótica (cloreto), fotografia(nitrato), germicida, objetos ornamentais, ligas de cobre. Existe outro tipo de material, pelo qual posso substituir o Granito? O granito tem dois usos básicos: como rocha ornamental e como agregado, este na forma de brita. Como rocha ornamental, há muito tempo tem como substituto, o material conhecido como granitina e, mais recentemente, a fórmica com padrões que reproduzem a aparência de granitos naturais. Como material para brita, pode ser substituído por basalto, diabásio, riodacito e toda a gama de rochas geologicamente conhecida como granitóides (gnaisses, riolitos, monzonitos, sienitos, dioritos, charnockitos, etc.). O que é jazida? Chama-se de jazida, uma concentração de substância mineral de valor econômico. O método de pesquisa para descobrir jazidas dependente do tipo de bem mineral que se está procurando, da extensão da área a ser pesquisada e de outros fatores. Jazidas de ferro, por exemplo, podem ser procuradas usando magnetômetros, aparelhos que medem o magnetismo natural do solo. Jazidas de flúor são procuradas analisando-se a água dos rios da região. Alguns minérios costumam aparecer em rochas sedimentares. Fazendo-se ou consultando-se então o mapa geológico de uma região pode-se saber de antemão se há ou não chance de encontrar um dado mineral. Ex.: carvão e petróleo só devem ser procurados em rochas sedimentares. O ouro é comum em granitos. Ágata e ametista são abundantes nos basalto do sul do Brasil. O talco ocorre em rochas metamórficas. Deve-se lembrar também que certos elementos químicos costumam ocorrer juntos. Ex.: cobre, chumbo e zinco; ouro e prata; chumbo e prata; ferro e manganês; cromo e níquel; platina e paládio. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo O que é carvão ecológico? Segundo o geólogo Luiz Bernardo Lemos, o carvão ecológico é um termo que os produtores vêm utilizando para designar o carvão produzido a partir de árvores de reflorestamento. Com cada lote de árvores cortadas, esses produtores são obrigados a replantar novos lotes, sob pena de serem multados pelas entidades ambientais. Portanto o carvão oriundo de reflorestamentos é denominado de, de carvão ecológico. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Geologia Histórica Como surgiram os oceanos? Partindo do pressuposto da preexistência da água, caso contrário demandaria uma resposta mais extensa, inicialmente ocorre um afinamento da crosta terrestre (camada mais superficial do planeta) devido a um estiramento provocado por forças internas muito poderosas, chegando a provocar grandes fraturamentos transversais ao esforço, o que permite a ascensão à superfície de material em fusão provenientes do manto (camada intermediária entre a crosta e o núcleo central do planeta). Com a continuidade do vulcanismo, mais e mais material de composição basáltica (mais denso que as rochas da crosta que anteriormente ocupavam aquele local), vai se acumulando e contribuindo para aumentar o afastamento entre as duas porções continentais outrora unidas. Com o resfriamento do basalto, agora sob condições atmosféricas, a densidade deste material aumenta, provocando o seu afundamento (subsidência) em relação às rochas típicas do continente que agora o margeiam. Este afundamento vai evoluindo até que uma grande área se posicione abaixo do nível dos oceanos próximos , permitindo a invasão de suas águas dando origem a um novo oceano. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Geologia Marinha Qual é a área de atuação da Geologia Marinha? A Geologia Marinha se ocupa em pesquisar as características e a evolução geológica da porção da Terra coberta pelos oceanos. A sua importância fica evidente quando consideramos que o nosso planeta apresenta 3/4 de sua superfície coberta por água do mar. Tanto as lagunas costeiras e as praias, onde os processos marinhos atuantes são mais facilmente observados, quanto as regiões mais profundas dos oceanos são objetos de estudo do geólogo marinho. Podemos dizer que o fundo dos oceanos é plano? Não, ao contrário do que se imagina, o relevo do assoalho dos oceanos é bem heterogêneo, possuindo verdadeiras cadeias de montanhas submarinas nas suas porções centrais, levando por isso a denominação de cadeias meso-oceânicas. As cadeias oceânicas possuem grandes extensões, atingindo um total de 80.000 km, elevando-se acima do piso adjacente em torno de 1.000 a 3.000 m e larguras maiores do que 100 km. Existem ainda outras feições tais como: grandes depressões alongadas denominadas de fossas, que atingem profundidades de até 11.000 m, como a Fossa das Marianas; montes submarinos isolados ou em pequenas cadeias; planícies abissais e ainda grandes fendas perpendiculares as cadeias meso-oceânicas Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Geologia Regional Visando a elaboração de minha monografia , poderiam me enviar pesquisa sobre Maciço Alcalino Serra do Mendanha? Parte desse maciço aflora no extremo SW da folha Rio de Janeiro (SF.23-Z-B) e correlaciona-se ao de Marapicu situado logo a oeste, na folha Volta Redonda (SF.23-Z-A) . Abrange, na presente área, o segmento oriental da serra de Madureira, no município de Nova Iguaçu e toda a serra do Mendanha, no município do Rio de Janeiro, pelo lado da folha Volta Redonda. Roxo (1920) publicou o primeiro trabalho sobre as rochas desse maciço. Backheuser (1926) elabora, então, o primeiro mapa geológico e define um novo nome de rocha alcalina, singular na região, como mendanhito, entretanto, não consagrado na literatura. Trata-se, na realidade, de um nefelina-sienito fino, rico em magnetita. Outros autores também pesquisaram, mais tarde esse corpo, tais como: Moraes et al. (1935), Lamego (1954), Abreu(1957) e Guimarães e Dutra (1962). Na publicação de autoria de Amaral et al. (1967) encontra-se registrada método K/Ar uma idade em torno de 72 Ma., para esse maciço. através do Segundo Valença (1975), os litotipos fundamentais são: pulaskitos e/ou umptekitos. Lamego (op. cit.), todavia, faz referência a foiaitos nas partes mais altas do maciço, além de bombas fusiformes e ocas, e tufos alcalinos, sugerindo que tais tipos relacionam-se a uma chaminé vulcânica, concordando, assim, em parte, com Derby (1891). Para Lima (1976), predominam, no maciço, nefelina-sienitos e foiaítos, todavia há notícias de pulaskitos nos picos de Marapicu e Cabuçu, além de umptekitos no pico de Gericinó, segundo Brower (1921). É conhecida, também, uma grande variedade de diques de fonolito, tinguaíto, solvsbergito, keratófiro, traquito, bostonito e lamprófiro (minete e limburgito). Em Mesquita, ocorre brecha magmática. Klein e Vieira (1980), pesquisando a região da chaminé vulcânica de Lamego (1954) localizada entre os morros, Manoel José e do Guandu, na serra do Mendanha, justo no limite entre os municípios do Rio de Janeiro e Nova Iguaçu, descobriram uma outra, logo a sul da pedreira ativa de N. S. de Fátima. Aí, aqueles autores detectaram, em meio às alcalinas sieníticas do maciço em apreço, brechas vulcânicas, brechas tufíticas e aglomerados vulcânicos. É possível que as rochas vulcânicas dessa área tenham idades mais novas, terciárias e, portanto, intrusivas nas alcalinas cretácicas do maciço de Mendanha. Klein e Vieira (op. cit.) descrevem, ainda, que os aglomerados vulcânicos são compostos de tufos estratificados com ejetólitos diversos (bombas, blocos, lapilli, etc.), que junto com as brechas tufíticas, estariam relacionados ao duto vulcânico, com cerca de 1,5 km de diâmetro. Esse vulcanismo, de provável idade terciária, estaria talvez relacionado a outras evidências (cenozóicas), como, por exemplo, ao derrame ankaramítico da bacia de São José de Itaboraí (inicialmente com suposta idade cronocorrelata de 42 Ma., baseada no ankaramito da bacia de Volta Redonda, segundo Ricomini et al.,1983), porém, mais tarde, sendo datado em 52,6 ± 2,4 ma, pelo método K/Ar, por Riccomini e Rodrigues Francisco,1992 e ao vulcanismo da parte imersa do continente, de acordo com Mohriak et al., (1990). Interessante assinalar que na região de Maricá ocorrem tipos de rocha meteorizada que lembram vulcanitos, muito embora Ferrari et al.(1981) tenham, supostamente, atribuído a Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo sedimentos da formação Barreiras. Acreditamos que esses focos vulcânicos terciários e diques cronocorrelatos, sejam o testemunho de um dos últimos episódios do tectonismo já mais atenuado da Reativação Wealdeniana de Almeida (1967), que corresponde à sua terceira fase (Almeida, 1969). Machado Filho et al. (1983) inserem o maciço alcalino da Serra do Mendanha, designado por eles de Complexo de Mendanha, na sua Associação do tipo 4. Thaís e Motoki (1979) caracterizam petrográfica e geologicamente o sodalita-cancrinitasienito da serra do Mendanha, explorado como pedra ornamental e comercialmente conhecido pelo nome de Granito Cinza Azul Guanabara. Ocorre na folha Volta Redonda e, portanto, fora da área deste trabalho. Outros corpos menores do mesmo evento alcalino mesozóico são observados na área como os de Ipitangas, Monjolos, Mauá e Porto das Caixas, por exemplo. Alguns deles, estão registrados no presente mapa geológico. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Geomorfologia O que vem a ser erosão e como ocorre? Destruição das saliências ou reentrâncias do relevo, tendendo a um nivelamento ou colmatagem, no caso de litorais, enseadas e baías. Na geomorfologia já se observa certa reação contra o sistema didático adotado da separação entre erosão e sedimentação, pois ambas são elementos integrantes do ciclo de erosão. Considerando o problema da erosão, em face da topografia do globo terrestre podemos concretizar nosso pensamento, falando da existência de duas morfologias superpostas. No primeiro caso, morfologia infra-estrutural do conjunto do relevo, resumindo os traços essenciais num mapa, de escala grande. No segundo o caos que raramente as cartas topográficas representam, isto é seriam as formas menores devidos à erosão acelerada. Alguns autores são muito restritos no conceito de erosão, considerando-a, apenas, como o trabalho mecânico de destruição - exercido pelas águas correntes, carregadas de sedimentos. Em nada, porém, se justifica o fato de não se considerar como erosão a decomposição química feita pelas águas correntes, uma vez que se considere no sentido amplo a destruição das formas salientes. Pode-se distinguir vários tipos de erosão: a) erosão acelerada; b) erosão elementar; c) erosão eólica; d) erosão fluvial; e) erosão glaciária; f) erosão marinha; g) erosão pluvial. 0 termo erosão implica, para o geólogo e para o geógrafo, na realização de um conjunto de ações, que modelam uma paisagem. 0 pedólogo e o agrônomo, porém, consideram-no apenas, do ponto de vista da destruição dos solos. Do ponto de vista geomorfológico, analisando-se o trabalho da destruição do relevo feito pelas águas correntes e pelos outros agentes erosivos, chegou-se à conclusão de que há uma diminuição de 1/10 de milímetro da altitude do relevo durante cada ano. Para que houvesse um arrasamento completo de todo o relevo das terras emersas, seria necessário cerca de 7 000 000 de anos. No entanto esse fato não poderá acontecer em virtude do rejuvenescimento de certas áreas da superfície terrestre, produzido pela orogênese e pelo vulcanismo. Para saber mais: GUERRA, Antônio Teixeira. Dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: IBGE, 1978. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Geoprocessamento O que é Geoprocessamento? O termo Geoprocessamento denota uma disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento de informações geográficas. Esta tecnologia tem influenciado de maneira crescente as áreas de Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações , Energia, e Planejamento Urbano e Regional”.(Câmara, G. & Medeiros, J.S., 1998). O Geoprocessamento destina-se a tratar problemas ambientais levando em conta a localização, a extensão e as relações espaciais dos fenômenos analisados, visando contribuir para a sua presente explicação e para o acompanhamento de sua evolução passada e futura. Usa para isso recursos computacionais modernos que permitem tratar eficientemente os numerosos e diversificados dados ambientais disponíveis.(Xavier da Silva, 1992). Como podemos definir Sistemas de Informações Geográficas? Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são ferramentas que auxiliam nas tomadas de decisão e foram planejados para capturar, transformar, organizar, analisar, modelar e auxiliar na visualização de diversos tipos de dados espaciais que estão referenciados em um determinado sistema de coordenadas (Avery & Berlin, 1992). Portanto, um SIG tem uma responsabilidade dupla ao manipular os dados: ele deve posicionar o dado e descrever seus atributos. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Hidrogeologia Preciso fazer um trabalho sobre Ciclo Hidrológico, poderiam me orientar ? Os rios formam parte do ciclo hidrológico – a circulação contínua de água entre a terra, o mar e a atmosfera. A nascente de um rio pode ser uma fonte na montanha ou um lago, ou uma geleira em fusão. O curso que o rio toma a seguir depende da declividade do terreno e dos tipos de rochas e formações sobre os quais escoa. Em seu curso superior em terras altas, o rio corre sobre rochas e matacões descrevendo saltos e entalha vales de vertentes íngremes em forma de V. Mais a jusante, flui calmamente sobre sedimentos e forma meandros divagantes, erodindo lateralmente para dar origem a planícies e vales amplos. Ao chegar à costa, o rio pode depositar sedimentos para formar um estuário ou um delta. No caso dos Rios Iguaçu e Tietê, a razão desses rios não terem o seu curso em direção ao mar é por causa da cadeia de montanhas que está situada entre eles e o oceano. Fonte : GUIZZO, João ed. A Terra. São Paulo: Ática, 1995. P.40. (Série Atlas Visual) Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Geologia - Mercado de trabalho O que os geólogos estudam? Estudam a composição, a estrutura e a evolução do Globo Terrestre, bem como, os processos que ocorrem no seu interior e superfície. Para a compreensão de disso tudo é necessário ao profissional, um bom conhecimento de física, química, biologia e matemática. A Geologia não envolve apenas o estudo das rochas como muitos pensam. Seu conhecimento é de básico interesse científico, e é utilizado a serviço da humanidade. Os geólogos são capazes de identificar reservas minerais que possam ser extraídas, identificar zonas estáveis geologicamente falando sendo ideais para construções civis, e prever desastres naturais - como terremotos - que são associados as forças geodinâmicas. Quais são as atribuições de um Geólogo? As atribuições do geólogo são: localização, interpretação e avaliação de depósitos minerais, análise de fósseis, minerais e rochas, estudo dos efeitos dinâmicos das altas pressões e das temperaturas externas, erupções vulcânicas e erosão. Na construção de estradas, túneis, barragens, aeroportos e hidroelétricas, o geólogo é responsável pela estrutura do solo. Elabora projetos de análise e planejamento ambiental; realiza trabalhos de prospecção e pesquisa para localização de jazidas e determinação de seu valor econômico; faz trabalhos topográficos e geodésicos, além de estudo geológico do meio ambiente para planejamento de ocupação e uso do solo. Atualmente, o desenvolvimento sustentável é um dos principais desafios para a humanidade. Os geólogos estarão preocupados nos próximos anos com as mudanças climáticas, a escassez de água e a exploração de petróleo e minerais, e poderão orientar quanto ao seu uso. As áreas mais promissoras são: Hidrologia - localização de lençóis freáticos; Geologia de Petróleo - localização de rochas que armazenam petróleo; Geologia Ambiental - análise e prevenção de impactos ambientais. Onde estudar Geologia e qual a duração da Faculdade de Geologia? A Faculdade de Geologia tem a duração de cinco anos e na relação abaixo estão as Universidades que oferecem os cursos de graduação em Geologia: UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - http://www.uerj.br UFAM – Universidade Federal do Amazonas - http://www.ufam.edu.br UFBA - Universidade Federal da Bahia - http://www.ufba.br UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais - http://www.ufmg.br UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso - http://www.ufmt.br/ UFOP - Universidade Federal de Ouro Preto - http://www.ufop.br UFPA - Universidade Federal do Pará - http://www.ufpa.br UFPE - Universidade Federal de Pernambuco - http://www.di.ufpe.br Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - http://www.ufrgs.br UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - http://www.ufrj.br UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte - http://www.ufrn.br/ UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - http://www.ufrrj.br UNB - Universidade de Brasília - http://www.unb.br UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - http://www.unesp.br UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos - http://www.unisinos.tche.br USP - Universidade de São Paulo - http://www.usp.br Algumas universidades, embora não possuam graduação em Geologia, oferecem cursos de pós-graduação na área, como a UNICAMP-Universidade Estadual de Campinas(SP), a UFF- Universidade Federal Fluminense, e a UNG - Universidade de Guarulhos. Quais os campos de estudo da Geologia? Geofísica - reconhece as propriedades físicas da Terra. Por exemplo, estudando o campo magnético terrestre ( intensidade, configuração e variação), o fluxo de calor interno da Terra, o movimento das ondas sísmica, que estão associadas aos terremotos. A geofísica combina geologia com física para solucionar problemas como encontrar reservas de gás, óleo, metais e água. Geoquímica - trata da química do planeta. E atualmente pode ser dividida em geoquímica sedimentar, geoquímica orgânica, o novo campo da geoquímica ambiental, e muitos outros. O grande interesse da geoquímica está na origem e evolução das principais classes de rochas e minerais. O geoquímico estuda especificamente os elementos da natureza - por exemplo, os ciclos geoquímicos do carbono, nitrogênio, fósforo e enxofre; distribuição e abundância de isótopos na natureza e a exploração geoquímica, também chamada de prospecção geoquímica, que é aplicada para a exploração mineral. Petrologia - trata da origem, estrutura, ocorrência, e da história das rochas ígneas, metamórficas e sedimentares. Os petrólogos estudam as mudanças que ocorrem nas rochas e são capazes de fazer um detalhado mapeamento mostrando os tipos de rochas existentes em uma área. Mineralogia - trata dos minerais encontrados na crosta terrestre, e até mesmo os encontrados ou originados fora dela. A cristalografia estuda a forma externa e a estrutura interna dos cristais naturais ou sintéticos. Há quem considere a mineralogia a arte de identificar os minerais baseando-se nas suas propriedades físicas e químicas. A mineralogia econômica focaliza os processos responsáveis pela formação dos minerais, especialmente os de uso comercial. Geologia Estrutural - estuda atualmente as distorções das rochas em geral. Usualmente comparando as formas obtidas e as classificando. Essas distorções podem ser vistas tanto macroscopicamente quanto microscopicamente. Os geólogos estruturais são capacitados para localizar armadilhas estruturais que podem conter petróleo. Sedimentologia - refere-se ao estudo dos depósitos sedimentares e das suas origens. Os sedimentólogos estudam inúmeras feições apresentadas nas rochas que podem indicar os ambientes que existiam no local no passado e assim entender os ambientes atuais. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Paleontologia - estuda a vida pré-histórica, tratando do estudo de fósseis de animais e plantas micro e macroscópicos. Os fósseis são importantes indicadores das condições de vida existentes no passado geológico, preservados por meios naturais na crosta terrestre. Geomorfologia - trabalha com a evolução das feições observadas na superfície da Terra, identificando os principais agentes formadores dessas feições e caracterizando a progressão da ação de agentes como o vento, gelo, água... que afetam bastante o relevo terrestre. Geologia Econômica - envolve a aplicação de princípios geológicos para o estudo do solo, rochas, água subterrânea para saber como devem influir no planejamento e construção de estruturas de engenharia. Hidrogeologia - trata do gerenciamento de recursos hídricos, localização de lençóis freáticos e a construção de poços. Geologia Ambiental - esse é um campo relativamente novo responsável pela coleta e análise de dados geológicos para evitar ou solucionar problemas oriundos intervenção humana no meio ambiente. Um dos seus ramos é o da Geologia Urbana, que trata dos impactos, geralmente caóticos, gerados sobre o meio ambiente, quando o incontrolável crescimento das cidades agride o ambiente ocasionando catástrofes que afetam diretamente a qualidade de vida da população. Atualmente o geólogo ambiental tem trabalhado bastante na elaboração de RIMAS ( Relatórios de Impacto Ambiental ), exigidos antes da execução de grandes obras. Em que tipo de mercado de trabalho o Geólogo atua? Em companhias de petróleo e mineração, empresas públicas, privadas do setor mineral e de geologia, órgãos governamentais, empresas de barragens, túneis, estradas, metrô, consultoria, instituições de pesquisa, instituições de ensino superior, e também de forma autônoma. Como anda o mercado de trabalho para o Geólogo? O mercado de trabalho encontra-se atualmente em expansão. A estabilização da economia e incentivos oriundos do governo anularam os efeitos da crise enfrentada na década de 80. Ainda hoje o caminho mais fácil para o recém formado é procurar o mestrado, mas está cada vez mais comum o surgimento de empresas de consultoria em Geologia de Engenharia e profissionais liberais. Longe dos escritórios, atuando basicamente no campo, o geólogo trabalha em instituições de pesquisa, nas empresas que se dedicam à exploração de recursos minerais, nas indústrias de construção civil, órgãos de planejamento urbano, indústrias do extração e processamento de minérios . Para maiores informações, acesse o site do CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de sua região. Veja a lista a seguir. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo CREA - AL http://www.crea-al.org.br CREA - AM http://www.crea-am.org.br/ CREA - BA http://www.creaba.org.br/ CREA - CE http://www.creace.org.br/ CREA - DF http://www.creadf.org.br/ CREA - ES http://www.creaes.org.br/ CREA - GO http://www.crea-go.org.br/ CREA - MA http://www.creama.com.br/ CREA - MG http://www.crea-mg.com.br/ CREA - MS http://www.creams.org.br/ CREA - PA http://www.creapa.com.br/ CREA - PE http://www.creape.org.br/ CREA - PR http://www.crea-pr.org.br/ CREA - RJ http://www.crea-rj.org.br/ CREA - RN http://www.crearn.com.br/ CREA - RO http://www.crearo.org.br/ CREA - RS http://www.crea-rs.org.br/ CREA - SC http://www.crea-sc.org.br/ CREA - SE http://www.crea-se.com.br/ CREA-SP http://www.creasp.org.br Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Como proceder com aulas práticas no campo? Poderiam sugestões? Apresentamos a seguir as sugestões do geólogo Pércio de Moraes Branco. 1. Descrição do afloramento: åAnotar se o afloramento é uma pedreira, corte de estrada, mina, campo de matacões, etc. åDar suas dimensões; åCitar, se conveniente, algo que ajude a localizá-lo (junto a um rio, encruzilhada, etc.). åAnotar no mapa a sua localização; åSe houver GPS disponível, anotar sempre suas coordenadas; 2. Descrição de rochas: åExaminar a rocha sempre que possível em fratura recente; åA rocha é fanerítica (minerais presentes em grãos visíveis) ou afanítica (massa homogênea com grãos indistinguíveis)? åA rocha é equigranular ou inequigranular? åSe inequigranular, há minerais cujos cristais são nitidamente maiores que os demais ou os diâmetros variam gradualmente? åÉ isótropa ou os minerais mostram algum tipo de orientação ? åQual o diâmetro dos grãos? åEstá muito ou pouco fraturada? åEstá alterada (intemperizada?) åQual sua cor? (Em rochas sedimentares, a cor é indício do ambiente de formação, oxidante ou redutor) åSe há mais de um tipo de rocha, como é o contato entre eles? åA densidade é normal, alta ou baixa? åQuais os minerais que se pode identificar a olho nu (incluindo uso de lupa de 10 aumentos)? 3. Descrição de minerais åExaminar o mineral em fratura recente A cor, brilho, dureza, densidade (alta, média, baixa), clivagem (tem? quantas?) fratura, está bem cristalizado ou não?, tamanho dos cristais, hábito (granular? prismático? maciço? nodular? fibroso? lamelar?) 4. Coleta de amostras å Numerar a amostra usando fita crepe e escrevendo o número pelo menos duas vezes; å Amostras de rochas têm usualmente em torno de 15-20 cm; å Na dúvida entre coletar ou não, fazer a coleta; å Anotar no mapa o local da coleta. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Mineralogia Posso chamar Crisoberilo, Alexandrita e Olho de Gato de pedras preciosas? Quais são as suas cores? O crisoberilo é uma pedra preciosa, óxido de berílio e alumínio - verde-amarelada ou marrom, de alta dureza (8,5) e fortemente pleocróica quando escura. É usado também para obtenção de berílio. Possui duas variedades importantes, o olho-de-gato e a alexandrita, produzidas no Espírito Santo (ambas) e em Minas Gerais (só olho-de-gato). A alexandrita é uma gema valiosa que se caracteriza por mostrar muitas vezes a cor verde em luz natural e a cor vermelha ou violeta-avermelhada em luz artificial incandescente. Considerando-se as gemas de melhor qualidade, ela vale mais, em média, que safira, opala, topázio, espinélio e água-marinha. O olho-de-gato vale um pouco menos, mas também supera as gemas citadas, exceto a safira azul, em valor médio. Quando tem menos de 6 quilates, o valor cai bastante. Caracteriza-se por mostrar chatoyance, faixa luminosa que se desloca em ondas quando se muda a posição da gema, e pela cor amarelada, cinza ou esverdeada. Poderiam me enviar informações sobre Silício, Germânio, Tório, Ósmio e Diamante, Prata e Pirita ? Silício - elemento muito abundante na crosta terrestre, ocorrendo como oxidos e silicatos, nunca no estado livre; cristalino, com cor cinza e brilho metálico ou amorfo; pf-1420 graus Celsius, relativamente inerte. Fontes de obtenção quartzo. Aplicações como liga, silicone, construção civil, material refratário, cerâmica, esmaltes(como silicato), vidros, acos(silica), abrasivos, laser(carboneto de Si), semicondutores, porcelana, abrasivos, cimento, baterias solares, informática e telecomunicação. As reservas brasileiras de quartzo estão distribuídas entre os estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia, São Paulo, Goiás, Para, Rio de Janeiro e Mato Grosso. O Brasil e um dos maiores produtores de silício grau metalúrgico e ligas ferro-silício. As maiores empresas que produzem quartzo são: Quartzbras, Telequartz, Egger, Multiquartz e Beloquartz. O IPEN desenvolve um projeto de produção de liga através da dipagem de monocristais de silício e fósforo. Germânio- elemento raro, branco-cinzento, friável, tem propriedades metálicas e não metálicas, não ocorre no estado livre, formando poucos minerais conhecidos como : fleischerita, itoita, stottita, argirodita, germanita e renierita. Pode ser obtido desses minerais com grau de impureza de apenas 0,1 ppb, na metalurgia do zinco e na combustão de carvões. É aplicado na producao de transistores, ligas de Cu, Au,Ag, r pt, lâmpadas fluorescentes, catalisadores, medicina e otica. No Brasil foi constatada sua presença, nas cinzas dos carvoes minerais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, nas amostras de fuligens de queima de carvão da usina termoelétrica de Capivari, fuligens das retortas de coque da Usina de gas de São Paulo. Nenhuma dessas fontes podendo ser utilizada para extração comercial do germânio. Tório - metal prateado, de brilho metálico, muito radioativo, mole, muito dúctil. Dentre todos os óxidos o seu é o que tem maior ponto de fusão ( 3.300 graus Celsius), sendo três vezes mais abundante que o urânio, não ocorre em estado nativo. As fontes de obtenção são os seguintes minerais: monazita (principal), torita, euxenita. E utilizado na produção de Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo lâmpadas de gás portáteis, ligas de mg, eletrônica, lâmpadas elétricas, vidros para lentes, combustível nuclear. Ósmio - metal branco-azulado, extremamente duro, intenso brilho metálico, muito friável, considerado o mais denso dos elementos ( 22,57 g/cm3), junto com o irídio e resistente ao ataque por ácidos. Pode ser obtido na metalurgia do níquel, minérios de platina, osmirídio e sysertskita. E utilizado em ligas de alta dureza para penas de caneta, agulhas de fonógrafos, catalisadores e filamentos de lâmpadas. Diamante - carbono cristalizado no sistema cubico, a altíssimas temperatura e pressão, frequentemente em octaedros com arestas ou faces encurvadas. geralmente incolor, podendo ter diversas cores, forte brilho, a mais alta dureza do reino mineral( 10,0). Ocorre em brechas ultrabásicas, chaminés vulcânicas, aluviões e meteoritos. Usado como gema, ferramentas de corte e perfuração, em instrumentos para cortar vidros, polir pedras, indústria eletrônica ( agulhas). Prata - metal branco, brilhante, de intenso brilho metálico, muito dúctil e maleável, ponto de fusão 960 graus Celsius, dureza 2, 5 a 3,0,densidade 10,50g/cm3. Melhor condutor térmico entre os metais, não se altera ao contato com o ar, exceto se contiver enxofre, cristaliza no sistema cubico, na forma de cubos e as vezes, octaedros e dodecaedros. Geralmente acicular, fibroso, dendrítico ou irregular, ocorrendo em filões e na forma de 55 minerais. Pirita - sulfeto de ferro, que pode ser usado como gema, mas que é muito mais utilizado como fonte de enxofre e, em alguns países, para extração do ferro, Como gema, é usada tanto no estado bruto como lapidada, e muitas vezes é vendida sob o nome de marcassita, mineral que tem a mesma composição química mas diferente estrutura cristalina. Não é uma gema cara. A pirita é muito apreciada como mineral de coleção, por formar belos cristais, com cor amarela típica e intenso brilho metálico. O Peru e a Espanha produzem peças de coleção de grande beleza. Para saber mais : <http://www.ipen.br> ARCOVERDE, W.L. Balanço mineral do quartzo. Brasil Mineral, 6(54):24-35, maio,1988. BARBOSA, M.I.M, PORPHÍRIO, N.H. Caracterização tecnológica de lascas de quartzo. Rio de Janeiro: CNPQ/CETEM, 1995. BOAS, R.C., SOUZA, V.P. de, SANTOS, Maria D. C. dos. O problema do germânio no Brasil. Rio de Janeiro: CETEM/CNPQ, 1992. (Série Tecnologia Mineral, 57) 16p. BRANCO, Pércio de Moraes. Dicionário de mineralogia. 3. Ed.rev.amp. Porto alegre: SAGRA, 1987. Qual o nome correto, perita ou pirita ? Não conhecemos nenhuma gema chamada perita, pelo que supomos que se trate de pirita. Pirita é um sulfeto de ferro, que pode ser usado como gema, mas que é muito mais utilizado como fonte de enxofre e, em alguns países, para extração do ferro. Como gema, é usada tanto no estado bruto como lapidada, e muitas vezes é vendida sob o nome de marcassita, mineral que tem a mesma composição química mas diferente estrutura cristalina. Não é uma gema cara. A pirita é muito apreciada como mineral de coleção, por formar belos cristais, com cor amarela típica e intenso brilho metálico. O Peru e a Espanha produzem peças de coleção de grande beleza. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Existe algum mineral com o nome de pirogaminita? Não conhecemos nenhum mineral com este nome e certamente não era uma espécie com reconhecimento científico até 1987. Em busca de informações mais atuais, consultamos o Prof. Dr. Daniel Atêncio, da USP, o técnico brasileiro que mais conhece as últimas descobertas de novos minerais e ele também disse desconhecer a pirogaminita. O prefixo "pir" significa fogo e é muito usado para caracterizar minerais com cor amarela, alaranjada ou vermelha, como piroaurita, pirargirita, pirofanita, etc. Isso coincide com sua informação de que a pirogaminita teria cor vermelha. É bem possível que exista algum erro de grafia no nome ou que ele seja um nome comercial (ou marca registrada) criado para vender algum produto de origem mineral. Como se classifica o quartzo? O quartzo é um óxido (óxido de silício), conforme deixa bem claro sua fórmula química.Alguns autores (talvez os menos modernos) o incluem entre os silicatos porque silício (Si) e oxigênio (O) são os elementos que formam o radical silicato. Entretanto, para uma substância ser um silicato é preciso que contenha, além desses dois elementos, que seriam o radical (ânion), um ou mais metais (cátions), o que não acontece. Veja alguns exemplos de silicatos: zircão - ZrSiO4 - silicato de zircônio ortoclásio - K Al Si3O8 - silicato de potássio e alumínio wollastonita - CaSiO3 - silicato de cálcio. Tenho que elaborar um trabalho cujo tema é Pedras Preciosas. Podem me oferecer alguma orientação e alguma bibliografia sobre o assunto? Preciso saber também sobre lapidação. O campo de estudo das pedras preciosas é muito vasto. Basta lembrar que apenas o Brasil produz mais de 90 tipos diferentes. Há gemas minerais, sintéticas, artificiais, orgânicas, reconstituídas, tratadas, realçadas e compostas. Para saber os nomes delas, deve-se consultar livros como o "Glossário Gemológico", de Pércio de Moraes Branco, ou "Gemas do Mundo", de Walter Schumann. Pedras difíceis de lapidar são aquelas que têm dureza baixa, porque não permitem obter um bom brilho, e aquelas com clivagens muito boas, porque quebram com facilidade durante a lapidação. O diamante é difícil de lapidar por ser a substância mais dura que se conhece, exigindo, para isso, uso de pó do próprio diamante. Gemas frágeis, como turquesa e lápis-lazúli, são difíceis também de lapidar, e podem requerer às vezes reconstituição: o mineral é pulverizado e misturado com um aglutinante, para ser depois lapidado. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo O que é Geodo? O nome deriva de geos, que, em grego, significa Terra, pela sua forma arredondada. Os geodos formam-se no interior de cavidades das rochas, sobretudo em rochas vulcânicas como os basaltos do sul do Brasil. Podem atingir até 3 m de comprimento, sendo às vezes bastante alongados. Podem estar total ou parcialmente preenchidos por minerais como calcedônia, ametista, cristal-de-rocha, zeólitas, calcita e apofilita. Externamente é comum mostrarem uma capa verde de celadonita, um outro mineral. O que é Turmalina Golconda ? Golconda é o nome de uma das jazidas brasileiras de turmalina conhecidas mundialmente. Situa-se no vale do rio Jequitinhonha, 34 km a noroeste de Governador Valadares, em Minas Gerais, onde também estão as jazidas de Jonas, Cruzeiro e Santa Rosa. Golconda é hoje, na verdade, um distrito mineiro, com produção de várias outras gemas e minerais raros, nas minas Golconda I, Golconda II e Golconda III. A mina de Golconda entrou em operação em 1908, mas como fornecedora de mica, e recebeu esse nome em alusão à cidade de mesmo nome situada na Índia, famosa pela produção de diamantes. Foi após a II Guerra Mundial que a Golconda brasileira se tornou conhecida como produtora de turmalina. Suas turmalinas de cor verde, em tons que se aproximam do verde da esmeralda, são de tão boa qualidade que se tornaram o padrão para classificação das turmalinas brasileiras quanto à cor e à pureza. As rochas onde elas ocorrem são pegmatitos que cortam xistos. Neles foi descoberto, em 1962, um bolsão de turmalinas verdes de 900 kg. A origem da cor das turmalinas ainda não é totalmente conhecida. As de cor verde ou azul que provêm do vale do Araçuaí, também em Minas Gerais, são coloridas de um ou outro modo dependendo da relação ferro/manganês de sua composição. Quais as utilidades da Malaquita e como era usada? A malaquita foi e é ainda usada como pigmento de cor verde. Desse modo, é bem provável que tenha sido usada para maquiagem pelos antigos egípcios. Com relação ao seu uso para afastar insetos, não temos informação, mas também é possível que tenha havido. Ela e todas as pedras preciosas mais conhecidas estiveram envoltas em muitas lendas. Por exemplo: a malaquita era usada, misturada com vinagre, como anestésico. Segundo Plínio, ela teria ainda o poder de proteger crianças contra convulsões. O que é vitrinita? A vitrinita é um constituinte orgânico dos carvões e sedimentos, que permite detectar o estágio de maturação dos sedimentos, sendo classificada pelos petrólogos do carvão sob o nome generalizado de "maceral". Atualmente, a maioria dos laboratórios de geoquímica de petróleo, utilizam a vitrinita como parâmentro básico para as deteminacões paleotermométricas. A aplicação do poder refletor para determinar a maturação das rochas argilosas é muito praticada e desde 1960 muitos trabalhos foram publicados relacionando o poder refletor da vitrinita com ocorrências de óleo e gas, permitindo, assim,definir seus limites nas bacias petrolíferas. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo A vitrinita compreende dois tipos de substancias: telinita - material da parede das células de plantas terrestres- e colinita, substancia que preenche a cavidade das células. A refletância da luz na superficie polida desses dois submacerais é aproximadamente a mesma. Ela aumenta com a maturação, em razão do aumento da temperatura, que provoca alteração irreversível na estrutura molecular de ambos. Consequentemente, a refletância mede as mudanças de maturação provocadas pelo aumento progressivo da temperatura. Os valores de vitrinita indicam somente o nível de maturação da matéria orgânica examinada, não sendo diagnostico da presença de óleo ou gás, devido aos fenômenos de migração e da qualidade da matéria orgânica presente no sedimento. Para saber mais: QUADROS, Luiz Padilha. Paleotermometria através da refletância da vitrinita. Ciências da Terra, n. 4,maio/jun., 1982. Como se deu a evolução dos minerais desde o surgimento da Terra até os dias de hoje? Segundo os modelos mais aceitos, o sistema solar começou como uma nebulosa de gás e poeira cósmica, com forma de disco achatado, em lenta rotação. Teve início então um processo interno de fusão nuclear no Sol, época em que a região mais perto dele, até quase a órbita de Júpiter, permanecia com temperatura elevada. Com o resfriamento gradativo dessa região do sistema solar, parte do gás incandescente condensou-se em partículas sólidas, iniciando o processo chamado de acresção planetária, através do colisão entre as partículas sólidas, ocasionada pela atração gravitacional. Nessa fase, provavelmente formaram-se, em torno do Sol, alguns anéis, ou seja, zonas com maior concentração de material sólido. Prosseguindo o resfriamento, o material desse anéis foi-se concentrando em corpos de 1 km de diâmetro ou pouco mais, os planetésimos. A posterior aglomeração dos planetésimos gerou corpos maiores, os protoplanetas. Nos protoplanetas, continuou haver a atração de material sólido que girava nas proximidades, originando os planetas. Esse processo, extremamente complexo e ainda não totalmente conhecido, teve duração provavelmente não muito longa. Aparentemente, os primeiros minerais surgiram no início da formação dos planetas, quando a temperatura era da ordem de 1.700 kelvins. Após a fase de acresção, os planetas entraram num estágio de fusão, devido ao aumento da temperatura no seu interior, causado pelo intenso calor gerado pelos isótopos radioativos, então muito abundantes. Com isso, grande parte do material formador dos planetas chamados interiores (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) passou para o estado líquido e começou uma diferenciação, com os elementos mais pesados concentrando-se nas porções mais internas. Isso gerou o núcleo terrestre, formado de ferro e níquel, em volta do qual formou-se o manto, constituído de silicatos. Com o resfriamento da porção mais superficial do planeta, surgiu uma crosta rígida, formada por rochas ígneas. A movimentação dessa crosta, decorrente da atividade interna do planeta, com os conseqüentes terremotos e vulcanismo, submeteu certas regiões da crosta a elevações de temperatura e pressão, surgindo as rochas metamórficas. Mais tarde, quando o resfriamento permitiu a formação de uma atmosfera e a condensação dos gases e vapores promoveu o aparecimento das chuvas, criou-se o ambiente favorável à formação as rochas sedimentares. Esses processos continuam agindo até hoje: o resfriamento de magma gera rochas magmáticas vulcânicas (na superfície da Terra) e plutônicas (no seu interior); a ação de pressão e temperatura gera rochas metamórficas e os agentes do intemperismo desagregam rochas existentes, cujas partículas são Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo transportadas pelas águas e pelo vento, indo se depositar em zonas mais baixas, onde a posterior compactação dá origem a rochas sedimentares. Tenho um mineral que não sei o nome, ele se parece com a calcita. Tenho nas cores cinza e um rosa meio laranja. Notei que ele esta úmido e minha mesa molhada. Gostaria de saber que tipo de mineral pode ser e se isso é normal ? Segundo o geólogo Pércio de Moraes Branco informamos: A identificação de minerais é feita através da observação de diversas propriedades físicas, avaliadas com aparelhos e instrumentos que podem ser muito simples ou bastante sofisticados. O fato de seu mineral estar úmido e deixar a mesa molhada é um indício de que se trata de algum sal, como halita, carnallita ou taquidrita, minerais que são muito higroscópicos. A carnallita pode ser avermelhada e tem gosto amargo, que pode ser sentido colocando-se a ponta da língua sobre o mineral. A halita é o sal que se usa para cozinhar. Pode formar cristais de vários centímetros de comprimento, é incolor, tem brilho graxo (parece ser gordurosa) e o sabor salgado típico que todos conhecemos. A taquidrita é amarela e, como os outros dois, é deliqüescente, absorvendo facilmente umidade do ar. Se seu mineral provém de Sergipe ou Alagoas, é mais provável ainda que se trate de um desses sais. A lâmpada de luz ultravioleta permite ver se o mineral tem ou não fluorescência e fosforescência. Essas propriedades são importantes em alguns minerais (calcita, franklinita, opala, etc.), mas há outras bem mais úteis. Dureza – é a resistência que o mineral oferece quando se tenta riscá-lo com um objeto ou outro mineral de dureza conhecida. Varia de 1 (talco) a 10 (diamante), quando se usa a Escala de Mohs. O mineral que é riscado por um canivete, por exemplo, tem dureza inferior a 5,0. Se for riscado pela unha, tem dureza abaixo de 2,0. Se ele riscar o quartzo, tem dureza maior que 7,0. A maioria das pedras preciosas tem dureza 7,0 ou maior. Cor – alguns minerais têm cor variável, mas outros têm sempre a mesma cor, e isso ajuda muito na sua identificação. A pirita é sempre amarela e a malaquita, sempre verde. Já o quartzo pode ser incolor (o cristal-de-rocha), amarelo, laranja, vermelho (citrino), preto (morion), azul, roxo (ametista), rosa, cinza, branco, etc. Brilho – também é importante. As pedras preciosas costumam ter brilho vítreo (como o do vidro), mas algumas tem brilho adamantino, que é bem mais intenso (ex.: diamante e rutilo). Alguns têm brilho metálico ( ex.: minerais opacos como pirita, galena, hematita, magnetita, etc.). Brilhos menos comuns são o sedoso (crisotilo, alunogênio); resinoso (esfalerita), nacarado (estilbita, apofilita), graxo (nefelina). Um mesmo mineral pode ter dois brilhos diferentes, no mesmo cristal. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Transparência – minerais de brilho metálico costumam ser opacos; a maioria das gemas são transparentes (ametista, citrino, quartzo enfumaçado, cristal-de-rocha, etc.), ou pelo menos translúcidas (quartzo rosa, ágata). Densidade – há minerais muito leves e outros muito pesados. Os escuros e de brilho metálico costumam ser pesados. Os claros e transparentes costumam ser leves (o diamante, porém, é relativamente pesado). Forma dos Cristais - alguns minerais costumam aparecer na forma de cristais bem formados. Ex.: pirita (cubos e outras formas), quartzo, berilo (prismas com seis faces verticais), granadas (grãos de 12, 24 ou 36 faces). Outros raramente formam belos cristais: rodonita, rodocrosita, opala, ouro, etc. Clivagem – é a tendência que têm alguns minerais de quebrar sempre em determinadas direções. Ex.: mica, topázio (uma direção), calcita (três direções). Procure um professor de Mineralogia para lhe mostrar essas propriedades usando os minerais da sua coleção ou peça a ajuda de um colecionador experiente. Os manuais e dicionários de Mineralogia são muito importantes para isso, porque eles dizem quais são as principais propriedades de cada mineral. A lupa ajuda a identificar cristais muito pequenos. Se for comprar uma, compre daquelas que aumentam 10 vezes, pois menos do que isso é pouco e mais do que isso é desnecessário. Use-a bem perto do olho. Visitar museus que possuem minerais é uma boa maneira de aprender a identificá-los. Anote sempre de onde vêm os minerais de sua coleção. Quais as orientações para se colecionar minerais? Colecionar não é apenas juntar. A cada dia aumenta o número de interessados em conhecer e colecionar minerais. Uma coleção, seja do que for, deve ser um conjunto bem classificado e ordenado de peças. Quem assim não fizer não será propriamente um colecionador, mas um ajuntador. Veja algumas orientações sobre como obter e organizar os minerais da sua coleção. Onde obter peças para a coleção: Uma maneira fácil de obter minerais é comprando nas lojas. Você encontra material já limpo, escolhe à vontade e pode obter peças importadas. Só que tem que pagar. Com mais trabalho, mas sem usar dinheiro, você pode aumentar sua coleção em minas, garimpos e pedreiras, onde técnicos e operários poderão ajudá-lo a identificar os minerais coletados. Quem não conhece não imagina a quantidade e qualidade dos minerais para coleção que garimpeiros e mineradores jogam fora. Outro meio é a troca com outros colecionadores, mas você terá que ter peças que interessem a eles. Escrever para empresas de mineração é também um caminho, mas poucas costumam atender esses pedidos. Quando viajar, observe os barrancos das estradas. Manchas claras e/ou brilhantes no solo podem indicar presença de cristais. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Como posso identificar os minerais ? Procure conhecer as principais propriedades físicas usadas para identificar minerais, como dureza, densidade, brilho, cor, formato dos cristais, clivagem, etc. Nos manuais e dicionários de Mineralogia, veja qual dessas propriedades são importantes na identificação de cada mineral. Os lojistas nem sempre identificam corretamente aquilo que vendem. Por isso, procure um geólogo, um colecionador experiente ou o Museu de Geologia. Como guardar e expor os minerais? Exponha sua coleção da maneira que achar melhor. Deixe para baixo e para trás as faces menos bonitas da peça e aquela que contiver a etiqueta de registro. Manuseie os minerais com cuidado, não permitindo que haja atrito entre as peças, principalmente se têm durezas muito diferentes. No transporte, enrole cada peça em bastante papel de pão, papel higiênico ou jornal. Cuide também para não arrastar os minerais. Isso pode danificar as prateleiras, pois muitos deles, principalmente as pedras preciosas, riscam facilmente vidro e madeira. Gostaria de registrar as peças de minha coleção de minerais. Podem me ajudar? Registre todas as peças da coleção. Cole na face menos importante um número ou outro código de identificação. Num caderno ou arquivo de computador, escreva este número e, após ele, o nome do mineral com as principais características que identificam aquela peça (Ex.: geodo de ametista com calcita). Anote sempre a procedência do mineral. Freqüentemente, os lojistas ignoram essa informação, mas não deixe de perguntar. Anote também as dimensões (largura, comprimento e altura), pondo a altura sempre em último lugar. Registre a forma de aquisição (coleta própria, compra, troca) e o nome de quem a coletou, doou ou vendeu. Se comprada, anote o preço (em reais e em dólares). A data em que a peça foi incorporada à coleção é interessante anotar também. Se a coleção for grande, pode ser necessário um código de localização, que mostre onde o mineral se encontra no móvel ou sala em que está exposto. Faça esses registros sempre, mesmo que sua coleção seja pequena. Fazer isso depois que ela for grande será muito mais difícil e trabalhoso. Como selecionar os minerais ? Num garimpo, mina ou pedreira, onde os minerais disponíveis para coleta são abundantes, pode-se hesitar entre coletar ou não determinada peça. Na dúvida, faça a coleta. Em casa, os minerais parecem mais bonitos que no local onde ocorrem, principalmente depois de lavados. Além disso, é muito mais fácil descartar uma peça menos importante do que voltar ao local para tentar encontrar uma peça bonita que não se trouxe. Um mineral pequeno ou de pouca beleza é melhor do que nada quando não se tem nenhum daquela espécie. Guarde-o até conseguir uma amostra melhor. Os cristais podem valer mais pela beleza e perfeição do que pelo tamanho e sempre valem mais quando estão na matriz, isso é, engastados na rocha em que se formaram. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo É válido colecionar só pedras brutas, mas não menospreze as lapidadas. Um mineral lapidado e um no estado bruto da mesma espécie formam um conjunto que se destaca pelo contraste e pelo valor didático. O mesmo vale para as ágatas tingidas. A maioria das ágatas industrializadas em todo o mundo são tingidas e, além de isso não ser uma fraude, é preciso reconhecer que o resultado pode ter grande valor estético. Como avaliar minha coleção? O valor de uma coleção vai muito além do valor comercial de suas peças. Inclui o trabalho que se teve para organizá-la e mantê-la, para identificar os minerais, etc. Some-se a isso o valor do conjunto: a coleção sempre vale mais que a soma de suas peças tomadas individualmente. Lembre que muitos minerais raros não existem no comércio e nesses casos o valor é você quem dita. Como cuidar dos minerais de minha coleção? Alguns minerais são muito fáceis de quebrar ou sensíveis à luz, umidade, calor, etc. Manuseie todos com cuidado, evite iluminação intensa permanente sobre sua coleção, bem como calor ou umidade excessivos. A gipsita e o talco podem ser riscados até com a unha. A laumontita desidrata com muita facilidade, desintegrando-se. A ametista e o quartzo róseo perdem a cor se expostos muito tempo ao Sol. A halita, a silvita e a carnallita se desintegram em atmosfera úmida. Procure conhecer os pontos fracos de cada espécie. O Brasil Não Possui Pedras Semipreciosas O título acima pode surpreender muita gente, uma vez que o nosso país é reconhecidamente um grande produtor de gemas e o Rio Grande do Sul destaca-se pela produção de ágata e ametista. A afirmativa, propositalmente provocadora, justifica-se, porém, pois não é mais admissível - se é que alguma vez o foi - separar as gemas em preciosas e semipreciosas. Embora esteja correta a denominação pedra preciosa, o mesmo não se dá com pedra semipreciosa, e são várias as razões para isso. A principal delas é que nunca houve consenso sobre quais pedras seriam consideradas preciosas. Normalmente, eram assim classificados o rubi, a safira, a esmeralda e o diamante. Alguns autores, porém, incluíam também a opala preciosa e o crisoberilo, por exemplo. E outros, a pérola. Outra razão para não se separar as gemas em semipreciosas e preciosas é a inutilidade dessa distinção. Para o Brasil, que produz boa quantidade de esmeralda e diamante mas quase nada de rubi e safira, a distinção, mais do que inútil, é muito prejudicial. Mas não ficam aí os argumentos contra a classificação semipreciosa. Embora esmeralda, rubi, safira e diamante sejam usualmente gemas caras, uma esmeralda e mesmo um diamante podem valer menos que uma granada mais rara, por exemplo. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Por esses motivos, o termo semipreciosa caiu em desuso em quase todo o mundo, sobrevivendo apenas em alguns países, entre eles o Brasil. Gemólogos de renome internacional condenam de modo enfático seu emprego. Robert Webster considera-o insatisfatório, lembrando que foi abandonado por consenso geral. Walter Schumann afirma que a designação ainda é usada no comércio mas não é uma expressão correta porque muitas pedras chamadas semipreciosas são mais valiosas que as preciosas, não havendo uma linha divisória real entre as pedras mais ou menos valiosas. Joel Arem lembra que, no passado, os termos preciosa e semipreciosa foram amplamente usados, mas que hoje seu uso cria confusão. Mas não são apenas os gemólogos que condenam o termo. Também os joalheiros mais bem informados o fazem. Erich Merget dizia que a denominação semipreciosa (...) deveria ser totalmente abandonada. Até hoje, ninguém foi capaz de explicar a origem dessa expressão absurda. O termo gema tornou-se designação comumente aceita para todas as pedras ornamentais de valor, eliminando a anterior distinção artificial entre as chamadas pedras preciosas e semipreciosas, afirma Jules Sauer. Hans Stern, proprietário da H. Stern, empresa brasileira com 90 joalherias no Brasil e mais 85 espalhadas por quatorze países, é mais radical: uma pedra é preciosa ou é um pedaço de paralelepípedo. Não há alternativa e, portanto, não há significado na expressão semipreciosa. É ele também quem diz que não existe pedra semipreciosa assim como não existe mulher semigrávida. Coerente com esses posicionamentos, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) recomenda evitar sempre o uso da palavra semipreciosa, substituindo-a por preciosa, salvo nos casos de exigências comerciais ou legais (NBR 10630). A ressalva justifica-se porque a Itália dá um tratamento diferenciado às gemas importadas, com taxação menor para as que chegam ao país classificadas na origem como semipreciosas. Portanto, não se constranja de chamar ágata, ametista, citrino, topázio, água-marinha, turmalina, etc. de pedras preciosas. E chame de jóia, não de bijuteria, brincos, anéis e outras peças feitas com gemas que você considera baratas. O setor joalheiro, como qualquer outro ramo de vendas, trabalha com produtos caros e baratos e o preço nunca foi motivo para uma gema deixar de ser preciosa. Qual a correta denominação das pedras preciosas? Há um grande número de pedras preciosas que são denominadas de modo incorreto, gerando muitas vezes confusões indesejáveis. Muitas dessas denominações equivocadas, embora sejam encontradas nos livros e revistas sobre o assunto, não são usadas no Brasil. Outras há, porém, costumam ser utilizados no nosso país. Visando a esclarecer os consumidores e até mesmo profissionais do ramo menos experientes, relacionamos abaixo alguns dos erros mais freqüentes no Brasil. Brilhante - a palavra brilhante designa um tipo de lapidação, não uma pedra preciosa. Como essa maneira de lapidar é a mais usada para o diamante, muitos chamam essa Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo gema de brilhante, o que está errado. Se o seu anel é feito com diamante, chame-o de anel de diamante. Cacoxenita - Os cristais de ametista mostram, muitas vezes, no seu interior, agulhas pretas ou douradas de um mineral chamado goethita. Pensava-se outrora que essa goethita fosse outro mineral, a cacoxenita. Com isso, ainda hoje há quem chame a ametista com essas inclusões de cacoxenita, um erro que não se justifica. Citrino - O quartzo de cor amarela, laranja ou avermelhada deve ser chamado de citrino, mesmo que seja obtida por tratamento térmico da ametista. Não se deve usar denominações enganosas como topázio Rio Grande, topázio Bahia, topázio Palmeira e muitas outras existentes no comércio, pois a gema nada tem a ver com topázio exceto a semelhança na cor. Cristal-de-Rocha - o quartzo incolor é chamado de cristal-de-rocha. Como a palavra cristal não designa nenhum mineral específico e pode se aplicar a muitas gemas (há cristais de ametista, cristais de granada, cristais de diamante, etc.), não chame o quartzo incolor, de cristal apenas, diga cristal-de-rocha. Gema Sintética - chama-se de gema sintética a pedra preciosa produzida em laboratório, mas que existe também na natureza. Difere da GEMA ARTIFICIAL porque esta, embora produzida pelo Homem, não tem uma correspondente natural. São sintetizadas, entre outras pedras, a esmeralda, o rubi, a safira e o espinélio. O diamante sintético com qualidade gemológica já existe e provavelmente aparecerá no mercado em pouco tempo. Exemplo típico de gema artificial é a zircônia cúbica. Lápis-Lázuli, Ágata e Ônix - Algumas gemas são chamadas pelo nome certo, mas mal pronunciado. Diga e escreva lápis-lazúli, não lápis-lázuli; ágata, não agata; ônix, não onix. Pedra Preciosa - As pedras usadas para adorno pessoal podem ser caras ou baratas. Isso, porém, não é motivo para que sejam divididas em preciosas e semipreciosas. Essa distinção é arbitrária, confusa e desnecessária. Por isso, diga sempre pedra preciosa, mesmo que se trate de uma gema de baixo preço. Quartzo - a popularização dos relógios de quartzo tornou freqüente no mercado a palavra quartz, que nada mais é que quartzo em inglês. Certas pessoas, provavelmente por desinformação, evitam a forma portuguesa e ficam dizendo e escrevendo relógio a quartz. Ametista-Citrino - No Mato Grosso do Sul, ocorre uma interessantíssima variedade de quartzo que mostra as cores da ametista e do citrino (roxo e amarelo) em um mesmo cristal. Essa gema tem sido chamada de ametista bicolor, o que é inaceitável, já que a ametista tem que ter necessariamente a cor roxa, do contrário não é ametista. Outra denominação, menos errada mas também indesejável é ametrine. Embora traduza bem a natureza da gema, esse tipo de denominação é condenado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Chame, pois, essa pedra de ametista-citrino ou quartzo bicolor. É mais complicado, mas mais correto. Quartzo Enfumaçado - o quartzo cinzento ou cinza-amarelado é muitas vezes chamado de topázio fumé. Repete-se aqui o mesmo tipo de erro relacionado com o citrino. O quartzo enfumaçado nada tem a ver com o topázio e chamá-lo de topázio fumé só serve para enganar o consumidor. Quartzo Rutilado - há uma variedade de quartzo que mostra, no seu interior, agulhas douradas de um mineral chamado rutilo. Devido à cor desse rutilo, alguns comerciantes dizem que se trata de ouro, o que é um absurdo. Essa gema é um quartzo rutilado, e não Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo quartzo com ouro. Outras denominações comuns para essa pedra preciosa são sagenita e cabelos-de-vênus, ambas também indesejáveis. Zircônia Cúbica - das imitações do diamante, a mais comum e a que mais se parece com ele é a zircônia cúbica. Como existe zircônia natural mas com estrutura cristalina diferente, diga sempre zircônia cúbica, e não zircônia simplesmente. Lembretes Granada - o nome granada não designa uma gema, mas um grupo de gemas. As granadas mais importantes como pedras preciosas são piropo, almandina, espessartina, grossulária e andradita. Pode-se ter granada incolor, vermelha (a mais comum), amarela, marrom, preta e até verde. Turmalina - também é nome de um grupo de gemas, não de uma só. O comércio usa os nomes verdelita para a turmalina verde, rubelita para rosa ou vermelha, schorlita para a preta, acroíta para a incolor e indicolita para a azul (bastante rara). Pérola Cultivada - as pérolas encontradas no comércio são praticamente todas cultivadas, não naturais. Mas lembre que pérola cultivada não é artificial nem sintética. A sua formação é provocada pelo Homem, mas o molusco usa exatamente o mesmo processo que gera a pérola natural. As pérolas são cultivadas porque é difícil encontrar uma concha com pérola dentro (de cada 40 conchas só uma contém pérola). Qual a denominação correta, Mineral, Rocha ou Pedra? Alguns geólogos (ou ainda serão muitos?) fazem cara feia quando alguém se refere a um mineral ou rocha como pedra. Aos seus ouvidos técnicos, pedra soa como uma demonstração de ignorância até compreensível, mas que nem por isso deixa de arranhar os tímpanos. Cada setor profissional tem seu linguajar específico e o correto emprego da terminologia especializada é importante, principalmente quando se trata das ciências ditas exatas. Mas, analisando de modo honesto e tolerante, essa aversão pela palavra pedra não procede. É óbvio que todos os leigos - aqui entendidos como qualquer um que não seja geocientista - conhecem as palavras pedra, rocha e mineral. Mas é também óbvio que se todos têm clara noção do que é uma pedra, o mesmo não ocorre com mineral e rocha. É preciso, pois que sejamos pacientes e compreensivos neste aspecto. Por outro lado, convém lembrar que todos, inclusive os geólogos, usam normalmente a expressão pedra preciosa. E os geólogos que são também gemólogos (especialistas em gemas) ouvem e empregam com muita freqüência também pedra apenas, no significado restrito de pedra preciosa ou gema. Que pedra é essa ? é pergunta que eles ouvem e fazem habitual e naturalmente. Mas, não é só isso. As rochas monominerálicas (calcários, quartzitos, arenitos, turmalinitos, etc.) são formadas por um único mineral. Nesses casos, é forçoso convir, a distinção entre rocha e mineral já não é tão clara. E há mais: o lápis-lazúli, uma pedra preciosa bem conhecida, é rocha, não mineral, o mesmo acontecendo com a obsidiana. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Mas, você que está lendo isso e não é geólogo pode muito bem querer saber como distinguir um mineral de uma rocha, já que são materiais diferentes. Se você perguntar a um geólogo quais são as características que tornam um diferente do outro, talvez ele fique um tanto surpreso, pois, embora saiba diferenciar rochas de minerais, é bem possível que nunca lhe tenham pedido que comparasse as características de ambos. Entretanto, pensando um pouco, ele lhe apontará algumas diferenças mais flagrantes. Conceito - Mineral é um sólido natural, inorgânico, homogêneo, de composição química definida, com estrutura cristalina. Rocha é um agregado natural de minerais (geralmente dois ou mais), em proporções definidas e que ocorre em uma extensão considerável. Esses conceitos, bem como as características citadas a seguir, admitem várias exceções, mas não as vamos analisar aqui. Morfologia – as belas formas geométricas dos cristais caracterizam os minerais, não as rochas. Estas costumam mostrar-se maciças ou em camadas. Brilho - as rochas não costumam ser brilhantes, os minerais sim. Brilho metálico ou semelhante ao de vidro são típicos de minerais. As exceções existem, mas é válida a generalização. Cor – se o material é uma massa com grãos de duas ou mais cores, deve ser uma rocha (ex. granito). Em algumas rochas, a cor distribui-se não em grãos, mas em faixas e/ou áreas irregulares (gnaisses e alguns mármores, por exemplo). Excluindo as rochas ornamentais (sobretudo os mármores e granitos), as demais não costumam ter cores atraentes. Transparência – as rocha são sempre opacas; transparência se vê é em minerais (mas não em todos !). Densidade – os minerais metálicos costumam ser bem mais densos que as rochas. Volume - se o material forma massas grandes, de vários metros cúbicos, provavelmente é uma rocha. O material que forma um morro é rocha, não mineral. Os grãos de areia são fragmentos de minerais, não de rocha. Uso - material que se usa para calçar ruas ou passeios; para revestir paredes e pisos; para fazer concreto, muros, alicerces, etc. é rocha, não mineral. Material que se usa para fazer jóias é mineral, não rocha. Repetimos: as afirmações anteriores são relativas e admitem várias (ou muitas) exceções. Nomes – Para terminar, lembre que os nomes de rochas costumam ter a terminação ito (granito, arenito, siltito, argilito, andesito, riolito, quartzito, etc.), mas há muitas exceções (mármore, basalto, xisto, folhelho, conglomerado, etc.). Observe que os nomes citados são todos masculinos, mas há algumas poucas exceções, como ardósia. Os nomes de minerais costumam ter a terminação ita ou lita (pirita, calcita, cassiterita, crisólita, marcassita, fluorita, sodalita, calcopirita, hematita, malaquita, alexandrita, etc.), mas muitos dos nomes mais antigos fogem à regra: galena, opala, granada, esmeralda, ágata, safira, turmalina, etc. Ao contrário dos nomes de rochas, os de minerais costumam ser femininos, mas também aqui há, entre os mais antigos, muitas exceções: topázio, quartzo, diamante, feldspato, rubi, ônix, jaspe, talco, olho-de-trigre, etc. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Poderia me fornecer a relação das gemas brasileiras? O Brasil é a província gemológica com maior variedade de gemas. Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o país possui 90 gemas diferentes. A relação dessas gemas, com algumas alterações e adaptações, chega a 103 tipos, que são: Acroíta, agalmatolito, ágata, água-marinha, allanita, alexandrita, almandina, amazonita, ambligonita, ametista, anatásio, andaluzita, apatita, apofilita, aragonita, aventurino, axinita, barita, berilo verde, brasilianita, cacoxenita, calcedônia, calcita, cassiterita, childrenita, cianita, citrino, cordierita, cornalina, crisoberilo, crisocola, crisólita, crisoprásio, diamante, diopsídio, dravita, dumortierita, epidoto, escapolita, esfalerita, esfênio, esmeralda, espodumênio, estaurolita, esteatito, euclásio, feldspato, fenaquita, fluorita, gahnita, goshenita, grossulária, heliodoro, heliotrópio, hematita, herderita, hessonita, hiddenita, indicolita, jarina, jaspe, kunzita, lazulita, malaquita, morganita, obsidiana, olho-de-gato, ônix, opala, opala-de-fogo, peridoto, petalita, pirita, piropo, quartzo bicolor, quartzo com dendritos, quartzo com turmalina, quartzo enfumaçado, quartzo morion, quartzo olho-degato, quartzo róseo, quartzo rutilado, quiastolita, rodolita, rodonita, rubelita, rubi, rutilo, safira, scheelita, schorlita, siberita,sillimanita, sodalita, topázio, trifana, turmalina bicolor, turmalina Paraíba, turquesa, verdelita, vesuvianita, xilólito e zircão. Poderiam me ajudar em uma pesquisa sobre Ametista? Ametista. Variação de quartzo de cor roxa devida à presença de ferro (Fe4+). Essa cor pode enfraquecer pela ação do Sol, podendo ser recuperada com raios X. Além disso, nem sempre é uniforme, mostrando a pedra alternância de faixas claras e escuras. Por isso, costuma ser lapidada com a mesa inclinada em relação ao plano das faixas. É muito usada como gema e em objetos ornamentais. Costuma ser lapidada em cabuchão, pêra ou brilhante. É considerada símbolo da sinceridade e da lucidez, servindo, acreditam alguns, para combater a embriaguez, o sono e até mesmo gafanhotos. É a pedra do anel de formatura dos professores e do anel dos bispos. Seu maior produtor mundial é o Brasil (Rio Grande do Sul e Bahia, principalmente), seguindo-se URSS (Sibéria), Sri Lanka, Índia, Madagascar, Uruguai, Paraguai e México. Situa-se entre as substâncias gemológicas mais importantes, embora com valor relativamente baixo. Ametistas sintéticas de ótima qualidade vêm sendo produzidas na URSS, por processo hidrotermal e já são abundantes no mercado internacional. A distinção das naturais é feita por espectroscopia. Tratada termicamente (470-750ºC), a ametista pode se transformar em citrino, podendo, porém, adquirir cor verde-amarelada (brasilinita). Atinge grandes dimensões, havendo, no Museu Britânico, um cristal com cerca de 250 kg. Na coleção particular de Dom Pedro II, Imperador do Brasil, havia um cristal de 80 x 30 cm procedente do Rio Grande do Sul. Neste Estado, descobriu-se um geodo medindo 10 x 5 x 3m, com 35t. A ametista pode ser confundida com fluorita, kunzita, espinélio e várias outras gemas. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Preciso de informações sobre Opala e Jade, poderiam me ajudar? Conforme as orientações do geólogo Pércio de Moraes Branco, informamos: Há duas categorias de opala, a comum e a preciosa. A opala preciosa é aquela que apresenta jogo de cores, que é uma sucessão de cores diferentes (verde, vermelha, roxa, azul, etc.) que se alternam quando o mineral é movimentado. Compreende diversas subvariedades, conforme o arranjo dessas cores, e a mais apreciada e mais cara é aquela em que aparece bastante a cor vermelha. Quando as cores aparecem sobre um fundo escuro, a opala preciosa é chamada de opalanegra. Opala comum é a que não tem jogo de cores. Dessas, só é usada como gema a opala-defogo, que tem cor amarela, alaranjada, vermelha ou amarronzada. A opala-de-fogo vale, em média, menos que a opala preciosa. O termo jade designa dois tipos de gemas, a jadeíta (mais rara e mais valiosa) e a nefrita (mais resistente, mas mais comum). É usado desde a Antigüidade, principalmente na China. Foi usado também pelos astecas, entre os quais era mais apreciado que o próprio ouro. Tem cor variável: branca, violeta, marrom, vermelho-alaranjada ou amarela, mas a mais apreciada é a verde, com manchas brancas ou não. Como não é transparente, costuma ser lapidado em cabuchão. O maior produtor mundial de jadeíta é Myanmar, ocorrendo também na China, Tibete, Japão, Guatemala e Estados Unidos. A nefrita ocorre em vários países e, no Brasil, existe em Roraima e na Bahia. Os nomes jade e jadeíta derivam do espanhol ijada (cólicas), pois se acreditava que fosse útil para curar infecções renais. Nefrita vem do grego nephros (rim). Algumas lojas que vendem minerais no Brasil oferecem peças que dizem ser de jade, mas não podemos Podem me informar sobre a safira? A safira é uma das duas variedades do mineral coríndon (Al 2O3) usadas como gema. A outra é o rubi. Quando o coríndon tem cor vermelha, é chamado de rubi. Com qualquer outra cor, inclusive rosa, é safira. Embora sejam lapidadas safiras de todas as cores, mesmo as incolores, a mais valiosa e apreciada é a azul. Ela pode ser confundida com várias outras gemas, como cordierita, berilo, tanzanita, espodumênio, cianita e topázio. Se já estiver lapidada, a identificação segura exigirá o uso de equipamento gemológico. Os maiores produtores mundiais são Turquestão, Índia, Myanmar, Tailândia, Sri Lanka, Quênia, Tanzânia, Estados Unidos e Austrália. As maiores são as australianas e as melhores talvez sejam as de Ratnapura (Myanmar). No Brasil, ela é rara, existindo em Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina e Minas Gerais. Em Santa Catarina, há uma grande jazida nos municípios de Barra Velha e São João do Itaperuí. A extração (talvez hoje paralisada) é feita em Escalvado, cerca de 7 km a oeste da BR-101, na margem direita do rio Itapocu. Há ali, safiras brancas, rosa-claras, marrons, cinzentas e pretas, e também uma pouco comum, a safira vermelho-arroxeada. Além de Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo safira, no local se produz rubi, e ambas as gemas podem ser obtidas em peças de boa qualidade. O proprietário da jazida, Euclides Secco, diz já haver extraído mais de 1 tonelada de coríndon em Escalvado. Quanto pesa e vale a pedra jade? O jade é uma daquelas pedras que, como a opala, são tão variadas em suas características que fica muito difícil estabelecer uma tabela de preço. No Museu de Geologia, temos um jade lapidado, de 2 x 3 cm, que custou seis dólares (cerca de 16 reais). Não é, como se vê, uma gema cara. Quanto ao peso, o jade mais valioso pesa 3,3 gramas por cm 3. Existem pedras preciosas de todas as cores? E qual a razão da denominação preciosas? Sim, existem pedras preciosas de todas as cores: incolores (como diamante), amarela (como topázio e citrino), azuis (como cianita, lápislazúli, safira, água-marinha), verdes (como esmeralda, jade, amazonita), rosa (rubelita, kunzita, morganita), vermelhas (piropo, rubi), pretas (turmalina schorlita, obsidiana, ônix), roxas (ametista), brancas (opala), etc. Várias pedras apresentam diversas cores juntas (ágata, opala preciosa, algumas turmalinas). Quanto à denominação, o que determina o valor de uma gema é sua beleza, durabilidade (tem que ser dura para ser bem lapidada) e raridade. Preciso de informações referentes a Topázio Imperial. Podem me orientar? Jules Sauer, um dos maiores joalheiros do Brasil, colecionador de gemas e autor de vários livros sobre o assunto, considera topázio imperial o que tem cores amarela, laranja, champanhe ou conhaque, e esse é o conceito que usamos. O gemólogo Joel Aren diz que há dois tipos de topázio, o topázio precioso e o topázio imperial, este procedente do Brasil. Para ele, a cor mais importante é a que vai do amarelo ao marrom, obtida em gemas extraídas de Ouro Preto (MG). A cor mais cara, acrescenta, é o marrom dourado. Bauer & Bouska afirmam que as cores mais apreciadas são rosa, azul e amarelo-mel. Outro autor, em nosso entende menos confiável, diz que há o topázio xerez (amarelo) e o topázio imperial (laranja). Resumindo, em nossa opinião, deve-se aplicar o nome topázio imperial para as variedades amarela a laranja, ainda que algumas tonalidades dentro dessa faixa sejam bem mais caras que outras. Como é realizado o tratamento de gemas brutas? Muitas gemas são tratadas no estado bruto, para só então serem lapidadas. O tratamento térmico da ametista e da água-marinha, por exemplo, é feito em pedras brutas, às vezes pelos próprios garimpeiros. Nesse processo, há sempre o risco de a gema quebrar por excesso de calor ou por choque térmico, ou de ter a cor prejudicada por ficar mais tempo que o necessário no forno. Usando gema bruta, pode-se perder a pedra, mas não o trabalho de lapidação. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo As gemas reconstituídas são obtidas no estado bruto para só então serem lapidadas. O tratamento com óleos é usado para esmeraldas brutas e lapidadas. O que é Ametista Pau d’Árco? Chama-se ametista Pau d’Arco, uma ametista com pouca transparência devida a uma grande quantidade de inclusões, procedente do município de Pau d’Arco (PA). Forma cristais enormes, em zona de falha, soltos (sem formar geodos). Além de existir para venda na cidade de Soledade (RS), é provável que ela seja encontrada no comércio de São Paulo. Preciso de bibliografia referente a Manuais de Identificação de Minerais. Podem me orientar? Conforme solicitado, informamos a seguir algumas publicações disponíveis nas livrarias: Brasil, Paraíso das Pedras Preciosas, de Jules Sauer; Dicionário de Mineralogia, de Pércio de Moraes Branco; Gemas do Mundo, de Walter Schumann; Glossário Gemológico, de Pércio de Moraes Branco; Guia dos Minerais, de Walter Schumann; Guia para determinação de minerais, de Viktor Leinz; Manual de Mineralogia, de J. D. Dana; Mineralogia, de A. Betejtin. Onde foi encontrada a maior pedra preciosa do Brasil? A maior água-marinha do mundo foi encontrada em Marambaia, MG. A maior pepita de ouro do Brasil (mais de 60 kg) foi encontrada em Serra Pelada (PA). O maior diamante brasileiro e a maior kunzita do mundo foram achados em Minas Gerais. Lá se achou também, o maior olho-de-gato bruto e o maior topázio lapidado do mundo. Qual é a pedra mais valiosa? Considerando gemas de tamanho normal, comuns no mercado e com qualidade acima da média, mas não perfeitas, a mais valiosa é o diamante. Considerando-se apenas as peças de excepcional qualidade, as mais valiosas são a esmeralda e o rubi. Qual a diferença entre ouro, prata e pedras preciosas? O ouro, a prata, a platina e o paládio são metais pertencentes ao grupo dos metais preciosos com propriedades bem características entre elas o brilho metálico e o fato de serem opacos. Já as pedras preciosas têm composições variadas, são em geral transparentes e possuem brilho geralmente vítreo. Quantas espécies de pedras preciosas existem no Brasil? Mais de noventa. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo De onde vieram? Principalmente de dois tipos de rochas magmáticas, os pegmatitos e os basaltos. Os maiores produtores de gemas do Brasil são Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Quais as pedras preciosas que existem no Rio Grande do Sul? As mais importantes são duas, a ametista e a ágata. Há grande quantidade de madeira silicificada (petrificada) e quantidades bem menores de opala-de-fogo, ônix e jaspe. Através do aquecimento da ametista, se produz aqui um volume muito grande de citrino. Existe grande quantidade também de cristal-de-rocha, mas não tem sido aproveitado como pedra preciosa. Como são os recortes das pedras preciosas? Existem vários tipos de lapidação, como o brilhante, que é redondo; a navete, que é elíptica, na forma de uma canoa ou de um grão de arroz, a baguete, que é retangular; etc. O que é uma mina de pedras? É um local onde existe uma grande concentração de um determinado mineral, que é dali extraído e vendido. Já foram encontradas pedras preciosas em Porto Alegre? Sim, em Porto Alegre é encontrado o cristal-de-rocha e por isto existe um bairro chamado Cristal. Existem pedras preciosas em outros planetas? Sim, uma delas é chamada de tectito. Não se sabe bem sua origem, mas é certo que veio de fora da Terra. Como se formam as cores das pedras preciosas? A cor é uma das propriedades mais importantes dos minerais. Em muitos casos ela depende da composição química, sendo que a presença de determinados metais, às vezes em pequena quantidade, define certas cores. ferro ð verde, vermelho, castanho. manganêsð rosa, violeta. titânioð castanho-escuro. cromoð verde-escuro. cobreð azul, azul-esverdeado, verde. níquelð amarelo esverdeado. Uma mesma espécie mineral pode apresentar diferentes cores, normalmente causadas por uma série de impurezas, como o quartzo Preciso informações referentes ao mercado de Diamante Sintético. Segundo o geólogo Pércio de Moraes Branco, a produção de gemas sintéticas, iniciada há várias décadas, vem registrando progressos significativos nos últimos anos, como decorrência, em muitos casos, de avanços tecnológicos em outras áreas, como é o caso das atividades espaciais. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Desde a década de 70 pelo menos, Pierre Gilson produz turquesas sintéticas que mesmo gemólogos experientes se declaram incapazes de diferenciar das naturais. A necessidade de obtenção do quartzo barato e de alta pureza para uso em Eletrônica levou a métodos de produção em laboratórios hoje plenamente dominados por vários países, inclusive o Brasil. A partir daí, foi fácil chegar às variedades coloridas desse mineral, e hoje há, no mercado, ametistas e citrinos sintéticos tão perfeitos que nem mesmo o respeitado Gemological Institute of America (GIA) consegue distinguir dos naturais. Se há interesse na síntese de gemas relativamente baratas, muito mais deve haver com relação ao diamante, mais valioso e com mercado dominado por uma única empresa. De fato, isso vem sendo perseguido desde o fim do século XVIII, quando se descobriu que o diamante era composto apenas de carbono, (Leite 1994). Os primeiros resultados positivos, porém, só surgiram em 1954, quando a General Electric obteve, usando alta pressão e alta temperatura, cristais com 150 micrometros, triangulares, sem transparência, e com índice de refração um pouco inferior ao do diamante natural. Em 1979, a produção de diamante sintético já chegava a 50 milhões de quilates (10 t) por ano e provinha de vários países, como a África do Sul e Japão. Em 1990, atingiu 385 milhões de quilates (77 t), provindo 55% dos laboratórios da General Electric, 35% da DeBeers e 15% de outras empresas. Naquele ano, o mercado movimentou 1 bilhão de dólares e o Brasil participou importando 10 milhões de dólares desse produto. Embora os primeiros diamantes sintéticos gemológicos tenham sido obtidos na década de 70, até 1984 toda a produção era utilizada em ferramentas de corte e perfuração, na pesquisa nuclear e espacial e em outras áreas. O Brasil não ficou alheio a esse desenvolvimento e cientistas do Grupo de Alta Pressão do Instituto de Física da UFRGS passaram a pesquisar a síntese do diamante através dos métodos de alta pressão e de CVD (chemical vapor deposition). Em 1986, aquela equipe obteve os primeiros cristais de diamante, usando o método da alta pressão. Com uma prensa de 500 kg e pressão de 55.000 atmosferas, transformaram grafita em diamante. Uma mistura de 5 g de carbono em pó com níquel (que funciona como catalisador) foi compactada na forma de pastilhas com 1 cm de diâmetro e colocada numa câmara Belt e aí submetida à temperatura de 1.500 oC (Lopes 1990). Nessas condições, após 5 min a grafita se transforma em diamante, seguindo-se um banho ácido para remoção do catalisador. Essa remoção não é completa e, diamantes procedentes dos Estados Unidos, obtidos com uso de níquel, mostram 0,2 % deste metal, o que os torna magnéticos (Branco 1992). O laboratório da UFRGS ainda é um dos poucos na América do Sul a produzir diamante sintético. O método CVD foi desenvolvido pela empresa japonesa Sumitomo Electric Industries, a partir de descobertas do cientista russo Boris Derjaguin feitas em 1960 e os primeiros resultados surgiram em 1987. Nesse processo, o carbono de metano ou radicais metila no estado gasoso e dissolvido em hidrogênio deposita-se sobre uma superfície aquecida a 2.100 oC, formando um filme monocristalino ou policristalino de espessura variável. O processo vem sendo usado para revestir com diamante sintético uma superfície que pode ser, por exemplo, a lâmina de um bisturi, a ponta de uma pinça, escotilhas de espaçonaves Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo e outros materiais, até mesmo o próprio diamante ou outra gema, nesses casos para aumentar a dureza (melhorando a resistência) ou para mascarar uma cor indesejável. No revestimento de outras gemas, têm sido usados filmes de até 0,55 mm, com cores azul, verde ou rosa. O tratamento pode ser identificado por meio de iodeto de metileno, a exemplo do que se faz com a emerita, através do bromofórmio. Em 1985, a empresa Sumitomo começou a obter diamantes gemológicos com até 1,2 ct, amarelos. Em 1990, o DeBeers Diamond Research Laboratory produziu diamantes gemológicos cinza-azulados e quase incolores. No mesmo ano, a Sumitomo passou a produzir gemas com até mais de 10 ct, por um novo processo. Relata Leite (op. cit.) que o novo método de síntese consiste em um recipiente de alta pressão onde são colocados pequenos cristais de diamante como sementes, junto com um material metálico rico em pó de diamante, sob temperatura de 1.100-1700 oC e pressão de 800.000 libras por polegada quadrada. A mistura é fundida e o diamante vai se depositando sobre as sementes, envolvendo-as lentamente. Um diamante de 1 ct requer cerca de 60 h para se formar e um de 45 ct, 180 h aproximadamente. O controle da cor desses diamantes pelo que se sabe ainda não foi obtido. A distinção entre diamantes naturais e sintéticos é hoje campo de intensa pesquisa. Características importantes das gemas sintéticas, no atual nível de conhecimento, incluem pontos brancos, formando nuvens; inclusões metálicas, isoladas ou em grupos, de formas geométricas ou aciculares; figuras em forma de ampulheta, de cruz ou com contorno octogonal, em luz polarizada; magnetismo (nem sempre presente) e trigons em alto relevo, parecendo pirâmides. Esses avanços na síntese do diamante já não são apenas uma questão tecnológica. Eles atingiram nível tal que poderão trazer, em curto prazo, sensíveis alterações no mercado dessa gema. Tudo indica que os russos produziram e possuem estocado grande volume de diamantes sintéticos. As primeiras notícias citavam cifras da ordem de 100 ct/mês e acredita-se que o ritmo da produção deverá crescer nos próximos anos. Além disso, em 1993, a empresa norte-americana Chatham Created Gems, mundialmente conhecida pelo amplo espectro de gemas sintéticas que produz, anunciou sua associação com empresas russas para desenvolver e comercializar diamantes sintéticos russos. A existência de grande volume dessas gemas em mãos dos russos e um preço de venda que deverá ser da ordem de 10% do preço do diamante natural gera uma compreensível preocupação no mercado (Leite op. cit.). Acredita-se que o diamante sintético terá sua fatia do mercado, mas que isso não afetará de modo significativo o mercado do diamante natural. Este deverá conservar sua participação, já que um diamante sintético nunca será igual a um diamante natural, porque a raridade sempre há de ser uma importante componente do preço. Entretanto, buscam-se métodos eficazes de distinguir o material sintético do natural. Por enquanto, isso tem sido conseguido, mas nada garante que não se chegará a sínteses tão perfeitas quanto às de ametista. Nesse dia, o GIA e os demais grandes centros gemológicos serão incapazes de assegurar a natureza dos diamantes vendidos e isso, sim, poderá trazer sensíveis mudanças num mercado estável há muitas décadas. Bibliografia consultada: BRANCO, P. de M. - Glossário gemológico. 3 ed. Porto Alegre: Sagra, 1992. 215 p. LEITE, W. M. - Diamante e diamante sintético. Rio de Janeiro;IBGM, 1994. 7 p. LOPES, R. - Estado já está fazendo diamantes em laboratório. Zero Hora, 09.12.1990. p.38. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Preciso de informações referentes ao ônix. Variedade de calcedônia em que a cor se distribui em faixas retas e paralelas. Com exceção das cores vermelha, alaranjada e amarela, pode mostrar todas as outras, sendo a preta a mais apreciada para fins gemológicos, especialmente para camafeus. Dureza 6,5 a 7,0. Densidade 2,55-2,65. Índice de refração 1,530-1,539. A cor do ônix preto encontrado no comércio é geralmente artificial, podendo ser obtida a partir da calcedônia cinzenta ou leitosa, mediante imersão em ácido com açúcar e aquecendo a mistura durante três semanas. Depois é colocado em ácido sulfúrico concentrado. A cor preta pode ser obtida também aquecendo lentamente as gemas numa solução de nitrato de cobalto e sulfocianato de amônio. Os gregos diziam ser o ônix as unhas de Vênus, cortadas por Cupido, caídas sobre a Terra. Foi tido sempre como afrodisíaco e fonte de pesadelos. Já foi usado como anestésico e, no Irã, é usado ainda hoje contra epilepsia. Gostaria se possível de informações sobre o zinco, desde sua extração da natureza até seu processo industrial e utilização na indústria. O zinco é um metal branco, com peso específico 7,1; funde a 419,4ºC; ferve a 930ºC, podendo ser facilmente destilado. Resiste bem à oxidação, por isso é muito utilizado como material de proteção do aço. O maior emprego é na galvanização de chapas de aço e tubos em ligas como o latão (cobre + zinco). O óxido de zinco tem largo emprego como pigmento na fabricação de esmaltes, cerâmica, tintas, borracha e produtos farmaceuticos. As principais fontes do zinco são a esfalerita, smithsonita e willemita. No Brasil a maior produção vem de Vazante e Paracatú - MG. Em Vazante o mineral é do tipo óxido (willemita) e em Paracatú é do tipo sulfetado (esfalerita). A extração em Vazante é feita a céu aberto, enquanto em Paracatú a lavra é subterrânea. Após a extração, o minério passa por processos de beneficiamento e concentração, passando para o processo metalurgico, onde se produzem os lingotes para a comercialização. Existem rochas embaixo da terra? Não existem rochas só embaixo da terra; algumas se projetam para cima, como nas cadeias de montanhas e morros. Os fundos dos oceanos também são formados por rochas. Algumas rochas caem do céu, as quais chamamos de meteoritos. Porque algumas rochas são mais raras? A raridade de uma rocha ou mineral (pode até ser uma gema) é determinada pelo elemento (ou elementos) que a formam e as condições em que o mineral ou rocha se forma. Por exemplo: o ouro é um elemento muito raro, mas que se forma de um modo muito simples, concentra-se em função de sua densidade (é muito pesado). Já o diamante é formado de carbono, um elemento muito comum, que forma os carvões e a grafita, mas as condições de pressão e temperatura em que o diamante se forma são muito especiais por isto ele é tão raro. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo De que são feitas? A grande maioria dos minerais faz parte de um grupo chamado silicatos, são os minerais que tem silício e oxigênio em sua composição, assim como o quartzo que é óxido de silício, ou então as micas que são silicatos hidratados de potássio, ferro e magnésio. Os outros grupos importantes são os carbonatos (como a calcita), os sulfetos (como a pirita), os óxidos (magnetita), elementos nativos (ouro, diamante, platina), entre outros. Ao todo são 13 grupos. Porque algumas pedras têm pontas? Todos os minerais são formados por átomos que estão empilhados de modo regular. Por isso, eles formam os cristais, que podem ser octaedros, cubos, etc. São formas geométricas com ângulos bem formados. Então, se o mineral teve espaço para crescer, ele vai apresentar forma externa com pontas. Estas formas geométricas estão agrupadas em 7 sistemas cristalinos desenhados a seguir : Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Quantos tipos de minerais já foram achados ? Existem cadastrados cerca de 4.850 espécies minerais, mas todos os anos novos minerais são descobertos. Além das espécies, há milhares de variedades. O que pode ser feito com as pedras? As pedras e minerais têm milhares de aplicações nas indústrias: metalúrgica, farmacêutica, joalheira, agroindústria, construção civil (tijolos são feitos de argila, o vidro é feito de quartzo, o ferro para a construção é retirado da hematita), na indústria química (o calcário, que é usado como corretivo de solo e para fazer cimento, é uma rocha); o flúor vem da fluorita; o lítio, usado em medicamentos, vem de uma mica; o titânio, usado em tintas e pigmentos, vem dos minerais, entre tantas outras coisas. São também minerais o talco usado em cosméticos, tintas e lubrificantes; a grafita, usada na indústria metalúrgica e lubrificantes; o carvão e o petróleo, usados para geração de energia; gipsita, usada para fazer gesso; etc. Como se formam? As rochas podem ter três origens: as formadas a partir do resfriamento do magma denominadas de magmáticas; as formadas a partir do resto de outras rochas preexistentes – denominadas de sedimentares, e finalmente as metamórficas, que se formam a partir de ígneas ou sedimentares (e até de outras rochas metamórficas), submetidas a pressão e/ou temperatura. Por que umas brilham e outras não? O brilho deve-se à propriedade que os minerais têm de refletir a luz e depende do índice de refração do mineral. Existem pedras que não precisam ser lapidadas? Sim, existem. Quando algumas gemas são bem formadas, a jóia pode ser feita sem lapidação. Isso, porém, não é comum. Pelo menos um polimento é dado para deixá-las bem brilhantes. Existe pedra que tem água dentro? Sim, são o que chamamos de inclusões fluidas. A água se forma quando o mineral está cristalizando, e fica presa dentro dele. Podem me fornecer informações sobre OPALA ? O nome opala vem do sânscrito upala (pedra preciosa). Sílica hidratada – SiO2. nH2O – com 3% a 21% de água, a qual, sob ação do calor, pode ser perdida pelo mineral, levando-a a se fraturar ou, pelo menos, enfraquecer o seu jogo de cores. (Neste aspecto, levam vantagem as opalas brasileiras, de grande resistência ao calor e às mudanças bruscas de temperatura.) A opala é geralmente maciça ou pseudomorfa sobre minerais variados e mesmo vegetais, dentes e conchas fósseis. Pode também formar estalactites. É transparente a quase opaca, de brilho vítreo, fratura concoidal, traço branco, friável. Dureza = 55,5-6,5. Densidade = 1,95-2,20. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Pode ser fortemente fluorescente à luz UV, geralmente em amarelo e azul ou, na opala comum, em verde-amarelado. Índice de Refração = 1,400-1,500. Possui inúmeras variedades, podendo-se dividi-las em dois grupos, as opalas comuns (sem jogo de cores e raramente usadas como gema) e as opalas preciosas (com jogo de cores e bem mais raras). A origem das cores da opala só recentemente foi descoberta. Elas são devidas à interferência da luz em esferas de cristobalita ou de sílica amorfa com 0,15 a 0,23 micrometros de diâmetro, regularmente dispostas, e que constituem a estrutura do mineral. Os vazios entre as esferas são ocupados por ar, água ou géis de sílica. Quando as esferas são de um mesmo tamanho e com um diâmetro semelhante ao comprimento de onda das radiações da luz visível, há difração da luz e surge o jogo de cores da opala nobre. Se as esferas variam de tamanho, não há difração e tem-se a opala comum. Aquecida a 250 ºC, a opala preciosa perde água e deixa de difratar a luz. Quanto à cor, as opalas podem ser brancas (cores claras) ou negras (jogo de cores sobre um fundo negro), estas últimas mais belas, mais raras e, portanto, mais valiosas. Entre as variedades gemológicas destacam-se a opala-de-fogo, a opala-arlequim e a opala-musgo. A opala é um mineral secundário que ocorre em fendas e cavidades de rochas ígneas, como nódulos em calcários e em fontes termais. As preciosas são muito raras, bem mais raras que o diamante (Eyles). Um tipo de imitação de opala é obtido cimentando um cabuchão de quartzo ou vidro em madrepérola iridescente. As opalas preciosas que ocorrem em lâminas delgadas são aproveitadas colando-se-as sobre opalite, ônix ou sobre outros pedaços de opala, de quantidade inferior. Essas opalas duplas, depois de montadas, são dificilmente identificáveis. Há também opalas sintéticas (Gilson), que diferem das naturais porque os limites entre zonas de diferentes cores são preciosos, sendo essas zonas formadas por pequeninas escamas hexagonais. Além disso, mostram colunas de diferentes cores quando vistas de lado. A opala-negra sintetizada por Gilson mostra uma matriz preto-acastanhada, enquanto a natural a tem preta ou preto-acinzentada. A opala é lapidada sempre em cabuchão, sendo a opala-de-fogo a única variedade que admite lapidação facetada. É comum ser lapidada junto com o material sobre o qual se depositou. Na Antiguidade, a opala valia mais que diamante e pensava-se que tinha o poder de evitar o mau-olhado, de curar doenças dos olhos e de advertir do perigo. No século XIX, passou a ser considerada de mau agouro, com o que, durante certo tempo seu uso diminui muito. O principal produtor é a Austrália (mais de 90%), seguindo-se a Índia, México, Nova Zelândia e EUA. No Brasil destacam-se as jazidas de Pedro II (PI), existindo opala também na Bahia, Ceará e Rio Grande do Sul. Na República Tcheca, descobriu-se uma de 600g e na Austrália, uma de 50cm x 15cm. As opalas negras superam, em valor médio, o espinélio, o topázio e o olho-de-gato. As brancas, mesmo sendo menos valiosas, superam o espinélio, as granadas, as turmalinas, a ametista e a água-marinha. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Para evitar a desidratação e conseqüente fraturamento das opalas, convém guardá-las em água ou revestidas por uma película de azeite. Elas são sensíveis à ação de ácidos e álcalis, podendo ser afetadas por sabonetes e cosméticos. Fonte: Geólogo Pércio de Moraes Branco Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Paleontologia Como era o Brasil durante o Cretáceo, ao final da era Mesozóica? Com a formação da plataforma Sul-Americana, os ecossistemas sofrem grandes alterações. Crocodilianos e tartarugas ocupam a terra firme e os insetos portanto, começam a interagir com as primeiras plantas com flores. E no Cenozóico , o que acontece? Os mamíferos e as aves ocupam quase todos os nichos ecológicos do planeta. As plantas com flores se diversificam e criam novos ambientes para os animais. Glaciações periódicas marcam os últimos 3 milhões de anos e os antepassados do homem começam a dominar a Terra. Posso chamar de dinossauro todo vertebrado que habitava o planeta há milhões de anos atrás? Não, nem todo vertebrado que habitava no planeta há milhões de anos atrás era um dinossauro. Os dinossauros representavam um grupo de répteis com diferenças marcantes de anatomia em relação aos outros (principalmente nos ossos da bacia e dos membros posteriores). Além disso, como muitos poderiam pensar, não havia dinossauros voadores ou marinhos, todos viviam em terra. Todo fóssil é dinossauro? Não . Fósseis por definição são todos os registros de organismos (ou de atividade destes – pegadas, por exemplo) que ficaram preservados nas rochas, antes do Holoceno(época em que vivemos). Além de ossos e dentes, existem fósseis de folhas, carapaças de foraminíferos (animais unicelulares marinhos), escamas de peixes, conchas de moluscos, troncos petrificados, impressões de insetos e aranhas conservadas no âmbar. Desde uma pequena barata até um enorme fêmur de dinossauro. Em que época os dinossauros viveram? Os dinossauros e outros répteis surgiram na era Mesozóica, no período Triássico, há aproximadamente 245 milhões de anos . Dominaram o planeta nos períodos Jurássico e Cretáceo e extinguiram-se no final deste último (há 65 milhões de anos) Qual o alimento dos dinossauros ? Os dinossauros saurópodes eram herbívoros gigantescos e se alimentavam de plantas. Já os dinossauros terápodes (como o Staurikosauros) eram carnívoros e comiam répteis menores e até outros dinossauros, principalmente saurópodes. Dentes fósseis - à esquerda, dente de dinossauro carnívoro - à direita, dente de crocodiliano Fonte: <http://www.dinossaurosemmarilia.hpg.ig.com.br/dinos-brasil.htm> Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Como os dinossauros se extinguiram? As possíveis causas são as catástrofes como alterações do nível do mar, mudanças climáticas, aumento da atividade vulcânica e até a queda de um enorme meteorito. Na verdade, os dinossauros cederam seu lugar aos mamíferos e às aves modernas, porque estes se adaptaram às novas condições ambientais, criadas pelas plantas com flores que já dominavam, há algum tempo, todo o planeta. Em que regiões do Brasil foram encontrados fósseis de dinossauros? Veja o quadro a seguir: Fonte: <http://www.dinossaurosemmarilia.hpg.ig.com.br/dinos-brasil.htm> Qual o maior dinossauro brasileiro ? Foi o titanossaurídeo, pertencente a um gripo de dinossauros saurópodes que variavam de 6 a 20 metros de comprimento. Seus crânios eram pequenos, com dentes finos, longos e pontudos. Grande parte dos fósseis destes dinossauros foi encontrada por Llewellyn Ivor Price (1905-1980), um grande paleontólogo brasileiro. Fêmur de Titanossauro medindo 1,20m Fonte: <http://www.dinossaurosemmarilia.hpg.ig.com.br/dinos-brasil.htm> Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Preciso fazer trabalho sobre Âmbar e não encontro informações O âmbar é uma resina fóssil de composição variável – em média C10 H16 O – que é uma mistura de várias substâncias resinosas solúveis em álcool, éter e cloro com uma outra substância, insolúvel e betuminosa. É amorfo, de cor geralmente amarela, podendo ser marrom-escuro, marrom-esverdeado, marrom-avermelhado e branco. Transparente a semitranslúcido, séctil e muito leve (densidade 1,08), podendo flutuar em água salgada. Dureza 2,0-2.5. e índice de refração 1,540. Pode conter muitas bolhas de ar, fissuras e inclusões irregulares,Inclusive de insetos, restos vegetais e pirita. Mostra fluorescência branco-azulada ou amarelo-esverdeada. Aquecido a 300º C, decompõe-se, dando óleo de âmbar e um resíduo preto, o piche de âmbar. Uma característica típica do âmbar é sua capacidade de eletrizar-se quando atritado contra um pano de lã. É muito usado como gema e em objetos ornamentais, podendo ser lapidado ou receber simples polimento. A cor do âmbar pode ser melhorada por cozimento em azeite de semente de nabo, o que elimina as inclusões fluidas. É imitado por várias substâncias, sobretudo plásticos, como celulóide, cellon, rhodoid, caseína, galalite, erinoid e, principalmente, catalin e baquelite. Todas essas imitações diferem do âmbar por serem mais densas. É imitado ainda por Perspex, Distrene e por alguns vidros. Estes últimos, embora possam ser muito semelhantes do âmbar, são mais duros, mais densos e frios ao tato. Os principais países produtores de âmbar são Alemanha e a Rússia, vindo a seguir a Itália. O maior centro produtor é Samland (Alemanha), onde ocorre em uma argila rica em glauconita chamada de terra azul. O âmbar gemológico representa 15% da produção total. No Brasil, ainda não foi encontrado. O âmbar está entre as gemas mais baratas e para lapidação muitas vezes usa-se o âmbar prensado, obtido submetendo-se pequenos fragmentos de material procedente do mar Báltico à pressão de 3.000 atmosferas, seguido de aquecimento a 200 -250oC. Esse âmbar prensado é semelhante ao natural, mas contém bolhas de ar alongadas e orientadas, enquanto no natural elas são esféricas. Além disso, o prensado adquire uma mancha fosca quando sobre ele se pinga uma gota de éter. Quais os principais objetivos da Paleontologia? Fornecer dados para o entendimento da evolução biológica; Estimar a datação relativa das camadas geológicas; Reconstituir os antigos ambientes em que viveu o fóssil, contribuindo para a paleogeografia e paleoclima; Auxiliar na reconstrução da história geológica da Terra através do estudo de sucessões da fauna e flora preservadas nas rochas; Identificar rochas em que podem ocorrer substâncias minerais e combustíveis como fosfato, carvão e o petróleo, servindo de apoio à Geologia Econômica. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo O que são e como se formam os Fósseis? Fósseis são restos ou vestígios de animais e vegetais preservados em rochas. Restos são partes do animal ou planta e vestígios são evidências de sua existência ou de suas atividades. Geralmente ficam preservadas as estruturas mais resistentes do animal ou planta, as chamadas partes duras, como dentes, ossos, conchas. As partes moles (vísceras, pele, vasos sangüíneos, etc.) preservam-se com muito mais dificuldade. Pode ocorrer também, o caso ainda mais raro de ficarem preservadas tanto as partes duras quanto as moles, como no caso de mamutes lanudos que foram encontrados intactos no gelo, e de alguns insetos que fossilizam em âmbar. Considera-se fóssil aquele ser vivo que viveu há mais de 11.000 anos, ou seja antes do Holoceno, que é a época geológica atual. Restos ou evidências antigas mas com menos de 11.000 anos, como os sambaquis, são classificados como subfósseis. A Paleontologia, o estudo dos fósseis, divide-se em Paleozoologia (estudo dos fósseis animais), Paleobotância (estudo dos fósseis vegetais) e Paleoicnologia (estudo dos icnofósseis, estruturas resultantes das atividades dos seres vivos, como pegadas, sulcos, perfurações ou escavações). A Paleobiologia é o ramo da Paelontologia que estuda os fósseis e suas relações dentro da biosfera, e a Paleopalinologia, um sub-ramo da Micropaleontologia, estuda os pólens e esporos. A fossilização resulta da ação combinada de processos físicos, químicos e biológicos. Para que ela ocorra, ou seja, para que a natural decomposição e desaparecimento do ser que morreu seja interrompida e haja a preservação, são necessárias algumas condições, como rápido soterramento e ausência de ação bacteriana decompondo os tecidos. Também influenciam na formação dos fósseis o modo de vida do animal e a composição química de seu esqueleto. Entre os restos animais passíveis de preservação incluem-se as estruturas formadas de sílica (óxido de silício), como as espículas das esponjas; calcita (carbonato de cálcio), como as conchas de muitos moluscos e os corais; a quitina, substância que forma o esqueleto dos insetos e a celulose, encontrada na madeira . É interessante observar que as folhas, caules, sementes e pólens podem ser preservados, mas normalmente não aparecem juntos. A fossilização pode dar-se de diferentes modos: Incrustação – ocorre quando substâncias trazidas pelas águas que se infiltram no subsolo depositam-se em torno do animal ou planta, revestindo-o. Ocorre, por exemplo, em animais que morreram no interior de cavernas. Dos materiais que se depositam os mais comuns são calcita, pirita, limonita e sílica. Os famosos peixes fósseis da Chapada do Araripe parecem ter se formado dessa maneira: morto o animal, ele foi para o fundo do mar e, ao começar a se decompor, passou a liberar amônia. Esta gerou um ambiente alcalino em torno dos restos, promovendo a precipitação de bicarbonato de cálcio. Isso explica por que as concreções hoje encontradas têm sempre a forma e o tamanho do animal. Permineralização – bastante freqüente, ocorre quando substâncias minerais são depositadas em cavidades existentes em ossos e troncos, por exemplo. É assim que se forma a madeira petrificada. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Recristalização – rearranjo da estrutura cristalina de um mineral, dando-lhe mais estabilidade. Exemplo clássico é a transformação de aragonita em calcita. Carbonificação ou incarbonização – ocorre quando há perda de substâncias voláteis (oxigênio, hidrogênio e nitrogênio principalmente), restando uma película de carbono. É mais freqüente em estruturas formadas de lignina, quitina, celulose ou queratina. Em ambientes muito secos e áridos, a rápida desidratação também leva à preservação de animais (inclusive de corpos humanos). Chama-se a isso mumificação. Os fósseis do tipo vestígios, não são restos de um ser vivo mas evidências de que ele existiu. Se uma concha é preenchida e totalmente recoberta por sedimento, vindo depois a se dissolver, poderá ficar esculpido, no material que a preencheu, um molde interno e, no que a recobriu, um molde externo. E, se o espaço antes ocupado for preenchido, ter-se-á um contramolde. Outros vestígios são as impressões, deixadas por exemplo por folhas em sedimentos carbonosos, freqüentes acima e abaixo das camadas de carvão de Santa Catarina. Também são considerados vestígios os coprólitos (excrementos de animais), gastrólitos (pequenas pedras que as aves e alguns répteis possuem no aparelho digestivo), ovos (isolados ou reunidos em ninhos), marcas de dentadas (deixadas por dinossauros, por exemplo) e os já citados icnofósseis (pegadas, sulcos, etc.) Algumas estruturas parecem-se muito com fósseis, mas não o são. Exemplo típico são os dendritos, depósitos de pirolusita (óxido de manganês), menos comumente de outro mineral, de forma ramificada, com todo o aspecto de uma planta, encontrados, por exemplo, em rochas vulcânicas do sul do Brasil. Essas estruturas são chamadas de pseudofósseis. Animais e plantas que existem ainda hoje e que pouco mudaram ao longo da história da Terra são chamados de fósseis vivos. Exemplos são a planta Gingko biloba e animais como Limulus p. e o celacanto (Latimeria chalmnae), um peixe que, até 1938, se julgava estar extinto. Para saber mais: FONTES CARVALHO, I. S. ed. Paleontologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2000. 628p.Cap.1, p.311 MENDES, J. C. Conheça o solo brasileiro. São Paulo: Polígono, 1968. 202 p.p.146-147. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Petrografia Como são classificadas as Rochas? As rochas distribuem-se em três grandes grupos, as ígneas ou magmáticas (ex.: granito, riolito, basalto, tonalito, diorito, etc.), as metamórficas (ex.: mármore, quartzito, xisto, gnaisse, etc.) e as sedimentares (ex.: arenito, siltito, folhelho, calcário, conglomerado, argilito). 1. Rochas Ígneas 1.1 Conforme o local de formação na crosta, podem ser vulcânicas, plutônicas ou hipoabissais. 1.2 Conforme o teor de sílica, podem ser subsaturadas (sem sílica livre) ou saturadas (com 45% ou mais de sílica). As rochas ígneas saturadas pode ser básicas (45% a 63% de sílica), intermediárias (63% a 77%) ou ácidas (mais de 77%). 1.3 Conforme a cor (porcentagem de minerais máficos), podem ser leucocráticas (claras), melanocráticas (escuras) ou mesocráticas (intermediárias) 1.4 Conforme o tamanho dos grãos dos minerais que as compõem, podem ser afaníticas (grãos invisíveis a olho nu) ou faneríticas. As faneríticas podem ser finas (grãos de até 1 mm), médias (entre 1 e 5 mm) ou grossas (mais de 5 mm). 1.5 Conforme a variação dos diâmetros dos grãos, pode sem equigranulares (grãos de diâmetros iguais ou semelhantes) ou inequigranulares (diâmteros diferentes). As ineqüigranulares podem ser pórfiras (tamanhos de grãos claramente diferentes) ou porfiríticas (grãos com diâmetros que variam gradualmente entre os maiores e os menores). 2. Rochas sedimentares 2.1 Quanto à origem do sedimento, podem ser detríticas (ex. arenitos, siltitos, folhelhos, conglomerados), químicas (ex. evaporitos, calcários) ou organógenas ou biogênicas (ex. guano, carvão). As detríticas dividem-se, quanto ao tamanho dos grãos, em rudáceas, arenáceas e lutáceas. 3. Rochas metamórficas 3.1 Quanto ao tipo de metamorfismo, podem ser de metamorfismo de contato, metamorfismo dinâmico, metamorfismo de impacto ou de metamorfismo regional. As rochas metamórficas regionais dividem-se, quanto ao grau de metamorfismo, em rochas de baixo, médio ou alto grau de metamorfismo. Rochas úteis à Agricultura são principalmente os fosforitos e os calcários, usados os primeiros como fertilizantes e os segundos, para correção e acidez do solo. Entre as rochas particularmente importantes do ponto de vista mineralógico estão os pegmatitos, onde podem ser encontrados cristais de dimensões gigantescas, gemas extremamente valiosas e minerais muito raros. Entretanto, como todas as rochas são formadas por minerais, pode-se dizer que todas são importantes do ponto de vista mineralógico. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Pedra cresce? Segundo o Geólogo Pércio de Moraes Branco, é preciso esclarecer que pedra pode designar um mineral ou uma rocha (que é uma associação de minerais). Os minerais são formados de cristais, que podem ser de tamanho microscópico (e até menores, como no caso da calcedônia) ou ter até alguns metros de comprimento, como os cristais encontrados na rocha chamada pegmatito. Substâncias em fusão numa lava vulcânica formam cristais quando a lava resfria. Sais dissolvidos em água formam cristais quando a água evapora. Nos dois casos, a formação do cristal é um processo lento, e, não havendo variação de pressão ou de temperatura ou qualquer outra perturbação, os cristais continuarão a se formar enquanto houver material disponível na massa fundida ou na solução salina. Nessa fase de formação, diz-se que os cristais estão crescendo. Portanto, neste caso pode-se dizer que sim, uma pedra cresce. Depois de formada a pedra, depois que cessou o resfriamento da lava ou a evaporação da solução salina, o normal é os cristais permanecerem com o mesmo tamanho, mesmo ao longo de milhões de anos. Pode acontecer de um determinado mineral formar-se na superfície de outro. Uma pirita, através de oxidação, pode dar origem a halotriquita, que vai se formar sobre a pirita, assumindo o aspecto de um mofo. Esse processo pode demorar alguns meses apenas e pode parecer que a pirita está crescendo, mas ela está é se transformando em halotriquita. A vermiculita é um tipo de mica e seus cristais tem o aspecto de folhas empilhadas. Entre essas folhas existe água e, se ela for submetidas a calor (como a chama de um isqueiro), a água começará a evaporar e as folhas começarão a se separar. Nessas condições, a vermiculita aumentará várias vezes seu volume, e isso pode, de certa maneira, ser considerado um crescimento. Já na formação das rochas metamórficas os minerais de uma rocha já formada muitas vezes são submetidos a grandes pressões, de modo que podem sofrer o efeito contrário, ou seja, uma redução em seu tamanho e normalmente muitos deles acabam transformando-se em outros minerais. Os minerais mais comuns como quartzo, feldspato e as pedras preciosas em geral não sofrem mudança de tamanho. Resumindo: as pedras crescem na fase de formação de cristais por resfriamento de lava ou por evaporação de uma solução. Depois de formadas, o normal é não sofrerem mudança de volume, mas, em certas condições, podem aumentar e até diminuir de tamanho. Esses processos são geralmente muito lentos (meses, anos ou décadas) e raramente podem ser observados em minerais existentes em casa ou num museu. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Química Qual a relação entre cinábrio e mercúrio? O cinábrio é o principal minério para obtenção do elemento químico mercúrio. Sua fórmula química é HgS, com 86% de Hg, embora o elemento mercúrio também ocorra em estado nativo. As jazidas de cinábrio são do tipo filoniano, de pequena profundidade, formadas por um conjunto de finas vênulas anastomosadas, como impregnação, associadas a rochas porosas. A gênese do minério é hidrotermal, de baixa temperatura, podendo ocorrer também em emanações vulcânicas. A extração do mercúrio é feita pela ustulação de cinábrio em fornos ligados a câmaras de condensação, onde o mercúrio se deposita. Dois são os principais processos utilizados: - aquecimento do minério até cerca de 1.000 graus centígrados na presença de excesso de oxigênio, formando anidrido sulfuroso a partir do enxofre do cinábrio e o mercúrio é liberado em estado de vapor, liquefazendo-se, na câmara de condensação; - aquecimento do cinábrio com cal, formando sulfetos e sulfatos de cal e liberta-se o mercúrio, que é volatilizado, e em seguida condensado. Os maiores depósitos do minério situam-se na Espanha, Itália, Rússia, China, México e Canadá. No Brasil as ocorrências de cinábrio restringem-se ao estado de Minas Gerais, na região de Dom Bosco e Três Cruzes, na região do Quadrilátero Ferrífero. O minério ocorre em forma de nódulos em uma camada de itabirito. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Recursos Hídricos De que é composta a Água Magnesiana? Água Magnesiana é a água que apresenta teor de magnésio acima de 30,00 mg/L sob a forma de bicarbonato de magnésio, conforme a legislação em vigor. Veja em Código de Águas Minerais – Decretos Lei 7841 de 08.08.45. O nome técnico correto é a água alcalino-terrosa magnesiana podendo ser encontrada na Fonte Alexandre Paraíba do Sul–RJ e Fonte Sebastião Pinheiro – Jaramataia – AL. Essa água possui ação medicamentosa para manutenção da integridade em sistema neuromuscular, depressor do sistema nervoso central, ativador de vários sistemas enzimáticos (adenositrifosfatose, coina – acetilada). Informações à respeito da ação medicamentosa das águas minerais: Dr. Benedictos Mário Mourão – Serviços Termais da Prefeitura de Poços de Caldas. MOURÃO, Mário: O livro dos velhos. Elementos de Geriatria Brasileira. Ed. Civilização Brasileira, São Paulo, 1945. OBS.: Em São Lourenço existe a fonte conhecida como MAGNESIANA, mas não é classificada como alcalina terrosa magnesiana, trata- se apenas de nome de batismo da fonte. Onde posso obter pela Internet maiores informações referentes à Água Mineral? Sites de Água Mineral http://www.abasce.org.br http://www.abinam.com.br http://www.abrh.org.br http://www.aguaonline.com.br http://www.ana.go.br http://www.cprm.gov.br http://www.dnpm.gov.br http://www.mma.gov.br Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Recursos Minerais Quais os bens minerais produzidos no Brasil? Entre os muitos bens minerais produzidos pelo Brasil devem se citados: ouro, nióbio, alumínio, ferro, manganês, gemas, carvão, caulim, estanho, petróleo, rochas ornamentais e gás natural. Sugerimos consultar também o site do DNPM, onde está disponível o Anuário Mineral Brasileiro 2000, no endereço http://www.dnpm.gov.br Acreditamos que o site do IBGE http://www.ibge.gov.br tenha também informações sobre o assunto. Tenho que fazer um trabalho sobre Caulim. Para que serve? Como se apresenta? O Caulim é um material branco, que se apresenta em partículas pequenas com formas hexagonais ou em tubos. A caolinita, mineral formador do caulim, tem peso específico entre 2,60 e 2,63 e ponto de fusão de 1650 a 1775 graus Celsius (cones 26 a 32), apresentando-se em partículas brancas de diâmetro de um a vários micra. É usado nas seguintes indústrias: do papel (cobertura e enchimento) - usa-se caulim de elevado grau de pureza como carga e como acabamento de certos tipos de papel, principalmente papéis para impressão; de artefatos de borracha - serve como carga e fortalecimento da borracha manufaturada; refratários - cerâmica( fabricação de porcelana e louça doméstica, isoladores elétricos e azulejos); inseticidas - para diluição de inseticidas sólidos, empregam-se certos materiais que proporcionam grande superfície para suporte do inseticida e facilitam sua disseminação por polvilhamento; tintas - fabricação do pigmento azul ultramar, como fonte de material aluminoso, como cargas em tintas diversas; moldes - preparo de moldes de mistura de areia; Para saber mais: ABREU, Silvio Fróes. Recursos minerais do Brasil. 2ed. São Paulo: Rio de Janeiro, INT, 1973. 2v.il. Estou precisando informações sobre Apatita O mineral apatita é integrante da família dos fosfatos (Ca5(F, Cl, OH) (PO4)3. Comumente, se apresenta em cristais de hábito prismático longo; alguns prismáticos curtos ou tabulares. Propriedades físicas: Dureza – 5. Brilho vítreo a subresinoso. Cor: usualmente, matizes do verde ou do castanho ; também azul, violeta, incolor. Transparente a translúcida. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Composição: O flúor , o cloro e a hidroxila podem substituir-se mutuamente, dando séries completas. Ensaios: funde-se dificilmente, situando-se entre os números 5 e 5,5 na escala de fusibilidade. Solúvel nos ácidos. Quando se junta, a uma solução diluída de ácido nítrico, uma solução de molibdato de amônio, em grande excesso, produz-se um precipitado amarelo de fosfomolibdato de amônio. Aspectos diagnósticos: Reconhecida, ordinariamente, por sues cristais, sua cor e sua dureza. Distingue-se do berilo pelas terminações de sues cristais em forma de pirâmide nítida, e por ser menos dura que a lâmina de um canivete. Ocorrência: A apatita está amplamente disseminada como um constituinte acessório em todas as classes de rochas ígneas, sedimentares e metamórficas. Encontra-se também no pegmatito e em outros veios, provavelmente de origem hidrotermal. Encontrada nas massas de magnetita titanífera. Ocasionalmente, concentrada em grades depósitos ou veios, associada com rochas alcalinas. Uso: a apatita cristalizada foi usada amplamente como fertilizante, mas hoje somente são de importância os depósitos da península de kola. Os depósitos de fostorita suprem a maioria do fósforo empregado como adubo. O fosfato de cálcio é tratado com ácido sulfúrico e convertido em superfosfato, para torná-lo mais solúvel nos ácidos diluídos existentes no solo. Como surgiu o Alumínio? Acredita-se que o alumínio tenha se formado através de sucessivas colisões dos átomos de hidrogênio em altas temperaturas e fortes pressões durante o nascimento do sistema solar. Mas a história do alumínio, como hoje o conhecemos, é recente. Ele surgiu quando a Alcoa nasceu, em 1886, com o primeiro processo de transformação do alumínio em quantidade. Há mais de 7 mil anos, os ceramistas da Pérsia faziam seus vasos de um tipo de barro contendo óxido de alumínio, o que hoje conhecemos como alumina. Trinta séculos depois, os egípcios e babilônicos usavam outro tipo de alumínio em suas fábricas de cosméticos e produtos medicinais. Até então, ninguém sabia sobre o alumínio. Ninguém tinha visto. Apesar de ser o mais abundante metal na crosta terrestre, ele não se encontrava naturalmente na forma de metal. Finalmente, em 1808, o senhor Humphrey Davy provou a existência do alumínio, dandolhe este nome. Logo depois, o físico alemão Hans Christian Oersted se encarregou de produzir pequenas quantidades do metal. Outros melhoraram seu processo até 1869, quando 2 toneladas de alumínio foram produzidas. Isso baixou seu custo de $545 para $17 o grama, quase o mesmo valor da prata. Um preço razoável, tanto é que serviu para ornar a mesa da Corte Francesa, a coroa do rei da Dinamarca e a capa do Monumento de Washington. Mas foi preciso uma grande quantidade, por um preço de produção muito baixo, para colocar o alumínio como um metal de primeira categoria. É aí que a Alcoa começou, em 1886. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Em meados de 1880, o alumínio era um metal semiprecioso, mais raro que a prata. Na Oberlin College de Ohio, o professor Frank Jewett mostrou a seus estudantes de Química um pequeno pedaço de alumínio e disse a eles que quem conseguisse descobrir um modo econômico de se obter este metal ficaria rico. Um de seus estudantes, Charles Martin Hall, já vinha fazendo experimentos com minérios desde os 12 anos de idade, num laboratório improvisado. Depois de formado, continuou seus experimentos. Aprendeu como fazer óxido de alumínio-alumina. Em 1886, ele colocou num recipiente um banho de criolita contendo alumina e passou uma corrente elétrica. O resultado foi uma massa congelada que ele trabalhou com martelo. E então, várias partículas de puro alumínio se formaram, dando origem a um dos metais mais usados pela indústria na história. Fonte: http://www.imperiolatplast.hpg.ig.com.br/aluminio.htm Que tipos de bens minerais o homem usa no seu dia a dia? Na alimentação – sal, fosfato, potássio, calcário, nitrato, etc; Nas embalagens – alumínio, ferro, estanho, caulim, talco, etc; Na saúde e higiene – água, caulim, talco, calcita, gipso, etc; Nos transportes – ferro, manganês, carvão, níquel, titânio, etc; Nos bens de consumo – ouro , prata, diamante, petróleo, etc. Como surgiu o ouro? O ouro é um metal ou uma pedra preciosa? O ouro, como os outros minerais, é resultado de concentrações de elementos presentes no nosso planeta e na verdade de elementos presentes no universo. O ouro é um metal de um grupo chamado de metais nobres ou metais preciosos. Como pode aparecer puro na natureza (sem se combinar com outros elementos químicos), pertence também ao grupo chamado, elementos nativos. Lembramos que nem todos os elementos nativos são metais, pois o diamante e o enxofre são também elementos nativos. Como posso identificar o Ouro? O ouro tem algumas características bem marcantes, que tornam relativamente fácil sua identificação: 1. Baixa dureza – é fácil de riscar com um canivete ou outro objeto de aço, ou mesmo com um caco de vidro; 2. Maleabilidade – é muito maleável e, se for atingido por uma martelada, tende a amassar, e não quebrar; 3. Densidade – é muito denso, quase vinte vezes mais denso que a água; Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo 4. Cor – sua cor amarela é típica. A menos que esteja na forma de pó, será sempre amarelo. 5. Brilho – ao contrário do que muitos pensam, não tem brilho intenso. A pirita, sulfeto de ferro com o qual é muitas vezes confundido, tem brilho muito mais intenso (e é menos densa, menos maleável e mais dura). 6. Modo de ocorrência – é muito comum na forma de areia, no fundo de alguns rios, ou em quartzo, disseminado ou em filões. 7. Ataque com água régia – uma das poucas substâncias químicas capazes de fazer o ouro reagir é a água régia. Os joalheiros e comerciantes de ouro costumam ter esse produto. As agências de penhores da Caixa Econômica Federal, também. 8. Morfologia – ocorre em pó ou em massas irregulares. Ouro em cristais bem formados existe, mas é muito raro, ao contrário da pirita, que comumente forma cristais bem desenvolvidos. O que são depósitos minerais e minas? Depósitos minerais são concentrações naturais de substâncias minerais que podem ser aproveitadas economicamente. São obras da natureza. Minas (pedreiras, garimpos) são as instalações implantadas para extrair as substâncias minerais. São obras da espécie humana. Qual a ligação da Geologia com depósitos minerais? A geologia estuda o planeta Terra, com particular interesse na sua camada mais externa de rochas, denominada crosta terrestre. Como os depósitos minerais encontram-se na Crosta terrestre, eles também são objetos de estudo da geologia. Este tipo de estudo pode, por exemplo, auxiliar na descoberta de outros depósitos, concorrendo assim para manter o suprimento de bens minerais que a sociedade necessita. Existem depósitos minerais de grande relevância econômica no Brasil? Que exemplos poderiam ser citados? Depósitos de grande relevância econômica são encontrados no Brasil e sobre eles têm sido implantados grandes projetos mineiros. São exemplos os depósitos de ferro, de manganês, e de ouro em Minas Gerais e no sul do Pará (ouro associado a cobre neste caso), de bauxita (fonte de alumínio) no norte do Pará, de cassiterita (fonte de estanho) no Amazonas e em Rondônia, de magnesita (fonte de magnésio) no sul da Bahia, e de petróleo no substrato rochoso do mar no Rio de Janeiro. Qual a importância dos depósitos minerais no nosso dia a dia? Para uma resposta simples, imagine algumas das coisas que desapareceriam da sua casa se não existissem os depósitos minerais: geladeira, fogão e carro (aço à base de ferro), plásticos em geral (do petróleo), panelas (alumínio), pratos (argila) e talheres (aço, prata), Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo o computador (chip de silício), a água mineral, a própria casa, se de alvenaria (cimento a partir de calcários, tijolo a partir de argilas, vidros das janelas a partir da areia), etc. Poderia citar alguns temas relevantes à extração de bens minerais? Como qualquer outra atividade econômica, a extração de bens minerais - ou mineração gera algum benefício, mas com um custo inerente. No caso da mineração, entretanto, existem certas peculiaridades. Uma delas é que os recursos minerais, os depósitos, são bens não renováveis, que são exauridos depois da extração. Eles diferem neste aspecto, por exemplo, de recursos vegetais e animais que podem ser renovados por novo plantio ou nova criação, embora a reciclagem de que podem ser renovados por novo plantio ou nova criação, embora a reciclagem de metais - que pode ser vista como uma espécie de "recolheita" de bens minerais - já represente suprimento importante em alguns casos. Suprimento adicional pode ser obtido também, através da descoberta de novos depósitos. Independente disto, entretanto, é evidente que bens não renováveis devem ser usados com parcimônia. Outro aspecto peculiar da atividade de mineração é que ela normalmente implica em alguma degradação do meio ambiente. Inevitavelmente, na área minerada e suas imediações, modifica-se o denominado meio físico (solo, subsolo, curso d'água, vegetação) e, em certos casos, as modificações são substanciais. A preocupação da sociedade com o meio ambiente tem se tornado - compreensivelmente - cada vez maior, e é evidente que em função disto, a mineração tem sido cada vez mais cobrada no sentido de recompor o meio ambiente modificado. Mas a sociedade tem que reconhecer que esta recomposição agrega um custo ao produto mineral pelo qual ela tem que pagar. Quais os minerais mais utilizados na construção civil ? ¿ Argila - tijolo, louças sanitárias, azulejos, lajotas de revestimento, telha; ¿ Calcário - argamassa, cimento, contrapiso, telhado (acabamento), pintura (cal); ¿ Areia - argamassa, fundações (armação), contrapiso, telhado (acabamento); ¿ Ferro - fundações (armação), encanamento, janelas e esquadrias; ¿ Zinco - calha, chuveiro (ligas da caixa), encanamento; ¿ Cobre - fiação, chuveiro (ligas), encanamento, janelas e esquadrias; ¿ Petróleo ¿ Óxido - calhas, fiação (conduítes de PVC), encanamento (tubos de PVC); de titânio - pintura (pigmento); ¿ Alumínio ¿ Gipsita - janelas e esquadrias; - acabamentos (gesso); ¿ Amianto - Caixa d'água; ¿ Feldspato ¿ Mica - azulejos esmaltados; – isolante. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Quais são os minerais relacionados com a Alexandrita? A alexandrita costuma ocorrer em xistos, que é um grande grupo de rochas metamórficas. A composição mineralógica dos xistos depende da pressão e da temperatura de sua formação, mas também da composição da rocha original, aquela a partir da qual se formaram. Quando o metamorfismo se dá sobre rochas pelíticas (como os folhelhos), há formação de minerais como clorita, biotita, granada almandina, cianita, estaurolita e sillimanita. Na Nova Inglaterra (EUA), por exemplo, vê-se que o metamorfismo sobre rochas pelíticas formou biotita, granada, estaurolita e cianita. A chamada fácies anfibolito compreende um grupo de rochas metamórficas formadas sob pressão e temperatura moderadas a altas, e nela as rochas de pressão e temperatura intermediárias incluem xistos com cianita e estaurolita. Nos xistos pelíticos dessa fácies, destacam-se minerais como biotita e muscovita e, na maioria deles, granada, estaurolita e cianita ou alguma combinação destes três minerais. Portanto, há xistos cuja composição típica inclui granada, cianita, estaurolita e biotita. Se o xisto do Grupo Serra da Mesa tem esses minerais e ainda alexandrita, conclui-se que essa gema está ali porque é também um mineral da fácies anfibolito, encontrada em rochas formadas a partir de pelitos. Lembre-se por fim, que rochas dessa natureza podem estar associadas a corpos graníticos. Podem me explicar o que é ouro primário do tipo filoniano, hidrotermal e granito cisalhado? Baseado nas informações do geólogo Pércio de Moraes Branco, esclarecemos que: å ouro primário é aquele que se formou junto com a rocha em que é encontrado e não depois. Se forma filões ou veios, é chamado filoniano. Muitas vezes em vez de formar filões aparece disseminado na rocha ou incluído em outros minerais, como pirita. São comuns os veios de ouro com quartzo. å ouro hidrotermal é aquele que foi depositado em fraturas por soluções hidrotermais, ou seja, por soluções quentes, de origem magmática. å diz-se que uma rocha é cisalhada quando ela se mostra extremamente fraturada, devido a pressões que sofreu. Uma zona de cisalhamento pode ser importante porque as muitas pequenas fraturas permitem a passagem de soluções hidrotermais, podendo assim, gerar filões de ouro ou outros metais. Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Sensoriamento Remoto Qual o conceito de Sensoriamento Remoto? Sensoriamento Remoto é a ciência de obter informações sobre um objeto, área ou fenômeno através da análise de dados adquiridos por um equipamento que não esteja em contato com o objeto, área ou fenômeno estudado (Lillesand & Kiefer, 1994). Imagens obtidas por satélites, aerofotos, representam formas de captura indireta de informação espacial. O sensor pode ser definido como um equipamento capaz de transformar algum tipo de energia em sinal passível de ser convertido em informação sobre o ambiente. Existem diversos sensores no espaço que podem se distinguir entre si de acordo com suas resoluções. As resoluções podem ser: Temporal ( tempo em que um sensor leva para imagear um mesmo local duas vezes), Espacial (a capacidade do sensor em distinguir objetos na superficie terrestre), Espectral (é definida pelo numero de bandas do sensor e seus respectivos intervalos de comprimento de onda), e Radiométrica (número de níveis de cinza que vão representar os objetos). Entre os diversos sensores existentes podemos citar: Landsat TM-5, Spot e o Ikonos II. As operações de sensoriamento remoto visam facilitar a extração de informações a partir de imagens e podem ser divididas em três principais grupos: restauração, realce e classificação (Eastman et al., 1993). Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Sismologia Existe terremoto no Brasil? O Brasil é tido como um país livre de terremotos, o que não impede que alguns deles sejam sentidos aqui. No dia 8 de junho de 1994, por exemplo, a cidade de Porto Alegre (RS) foi atingida pelas ondas sísmicas provocadas por um terremoto que ocorreu na Bolívia, a 2.200 km de distância. O abalo, que atingiu 7,8 graus na escala Richter, foi mais forte que aquele ocorrido nos Estados Unidos em janeiro daquele ano, e que, com uma magnitude de 6,6 graus, destruiu diversos bairros de Los Angeles. O terremoto da Bolívia, porém, teve conseqüências bem menos sérias porque seu hipocentro (local no interior da Terra onde ele ocorre) situou-se a grande profundidade, 600 km abaixo da superfície. Em 90% dos casos, a magnitude de um terremoto não passa de 7,0 graus. Deve-se lembrar que a Escala Richter é uma escala logarítmica. Isso significa que a magnitude 7 é dez vezes maior que a 6,0, cem vezes maior que a 5,0, mil vezes maior que a 4,0, etc. Essa escala avalia os terremotos de acordo com a energia liberada ou, mais precisamente, de acordo com a amplitude das ondas sísmicas que eles provocam. Em áreas urbanas, como Porto Alegre, a importância do terremoto é avaliada de modo mais apropriado com a escala de Mercalli, que classifica os sismos conforme os efeitos que provocam sobre a população e as edificações. O sismo de 8 de junho foi sentido desde o Canadá até a Argentina. Em Porto Alegre, ele: - foi sentido por algumas pessoas; - fez sacudir lustres e objetos suspensos; - fez vibrar móveis nos andares mais altos de alguns edifícios; - fez girar ventiladores que estavam desligados. Esses sinais permitem dizer que ele teve uma intensidade IV na escala de Mercalli, que varia de I a XII, sendo por isso classificado como moderado. A escala Richter, ao contrário da escala de Mercalli, não tem um limite definido. A imprensa costuma informar equivocadamente que ela vai de 1 a 9 porque nunca se registrou um terremoto com magnitude 9,0. O terremoto boliviano de 8 de junho de 1994 levou 5min 38s para ser sentido em Porto Alegre. Este foi o tempo que as ondas sísmicas, viajando a 6,5 km/s, levaram para percorrer os 2.200 km que nos separam do seu epicentro (ponto da superfície situado exatamente acima do hipocentro). Qual a origem dos terremotos? A crosta terrestre, camada rígida e mais superficial da Terra, está dividida em blocos, chamados placas tectônicas. Essas placas movem-se muito lentamente (alguns centímetros por ano) e podem se chocar umas contra as outras. Daí surgem os terremotos. A América do Sul é uma dessas placas e desloca-se para Oeste. Neste movimento, afastase da placa onde está a África (à qual já esteve unida no passado) e choca-se contra a placa de Nazca, que forma uma parte do fundo do oceano Pacífico. Desses choques, surgiu a cordilheira dos Andes, um amarrotamento da crosta terrestre. Isso explica por que Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo ocorrem fortes terremotos nos países andinos, mas apenas abalos pouco intensos no Brasil. Para que serve um sismógrafo? Os terremotos são registrados e estudados nas estações sismográficas. Em Porto Alegre, encontra-se a única dessas estações existentes na Região Sul do Brasil, pertencendo à Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenada pelo Prof. Antônio Flávio Uberti Costa, que até recentemente trabalhou na CPRM. Nas estações sismográficas, aparelhos chamados sismômetros medem os terremotos e outros, chamados sismógrafos, registram seus efeitos numa folha de papel. Esse registro é chamado de sismograma. O sismograma é desenhado por uma agulha que se apóia sobre um papel, o qual, por sua vez, envolve um cilindro giratório. À medida que o cilindro vai girando, a agulha vai desenhando o sismograma, através de movimentos em zigue-zague. Quando não há atividade sísmica (abalos), a linha é praticamente reta. Quando os abalos surgem, a agulha começa a dar saltos, movendo-se horizontalmente. Para saber mais: http://www.unb.br/ig/sis/terremo.htm http://www.msantunes.com.br/juizo/terremot.htm http://www.pref.shizuoka.jp/kikaku/ki-20/portuguese/earthquake/ http://www.terremoto6.hpg.ig.com.br/cultura_e_curiosidades/53/index_int_2.html http://orbita.starmedia.com/~marcelo_e_igor/terremotos.html Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo Fique ligado: Estamos relacionando abaixo, alguns sites interessantes, que certamente lhe ajudarão em suas pesquisas: 3 Agenda 21 Brasileira http://www.uol.com.br/ecokids/agenda21/brasilei.htm 3 Agenda 21 Global http://www.uol.com.br/ecokids/agenda21/global.htm 3 Agenda 21 Local http://www.uol.com.br/ecokids/agenda21/local.htm 3 Amazônia Legal http://www.sudam.gov.br/Amazonia_Legal/Situacao_Geografica/Situacao_Geografica.htm 3 Cartografia http://www.klickeducacao.com.br/Conteudo/Referencia/CDA/Item_View/1,1655,622-geografia-16,00.html 3 Ciência Hoje http://www.uol.com.br/cienciahoje/ 3 Dinossauros http://www.paccd.cc.ca.us/dinosaurs/ 3 Dinossauros http://www4.uniovi.es/sp/Portada/Saurios/Astursaurios.html 3 Dinossauros pelo Brasil http://www.dinossaurosemmarilia.hpg.ig.com.br/dinos-brasil.htm 3 Eco- Glossário – Termos Relativos ao Meio Ambiente http://www.uol.com.br/ecokids/ecogloss.htm 3 Ecologia e Meio Ambiente http://www.uol.com.br/ecokids/ Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo 3 Educacional – A Internet na Educação http://www.educacional.com.br/ 3 Gemas, Minerais e Metais http://www.gemaseminerais.hpg.ig.com.br/index.htm 3 GEODESC - Vocabulário Controlado em Geociências ftp://ftp.cprm.gov.br/pub/pdf/didote/geodesc.pdf 3 Geografia http://www.klickeducacao.com.br/Portal/Materia/Geografia/FrontDoor/1,3850,,00.html 3 Geologia - Conceito e Atuação no Mercado http://www.fortunecity.com/campus/chemistry/195/index2.htm 3 Glossário sobre Minerais http://br.geocities.com/sibusca/glossario.htm 3 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística http://www.ibge.gov.br 3 Importância dos Recursos Minerais http://www.pr.gov.br/mineropar/recurint.html 3 Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos http://www.ibgm.com.br/ 3 Joia br - Portal de jóias, gemas e afins http://www.joiabr.com.br/ 3 La Costa de los Dinosaurios http://www4.uniovi.es/sp/Portada/Saurios/Astursaurios.html 3 Minerais e Rochas http://mineraiserochas.cjb.net/ 3 Museu de Geologia do Serviço Geológico do Brasil http://www.cprm.gov.br/sureg-pa/museu.html Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE Pergunte a um Geólogo 3 Natureza e Origem do Petróleo http://geocities.yahoo.com.br/geologiadopetroleo/nat2.htm 3 Paleontologia http://www.fortunecity.com/campus/chemistry/195/pale/paleo.html 3 Petrobras http://www.petrobras.com.br 3 Petrografia http://sorrel.humboldt.edu/~jdl1/petrography.page.html 3 Portal do conhecimento http://www.klickeducacao.com.br 3 Site de Estudo http://www.escolanet.com.br/ 3 Sumário Mineral http://www.dnpm.gov.br/sm2001.html 3 SUPER Interessante http://www2.uol.com.br/super/ 3Tempo Geológico http://www.ucmp.berkeley.edu/help/timeform.html 3Tudo que você queria saber sobre diamante http://www.angelfire.com/country/BRA/diam_1.htm Divisão de Documentação Técnica - DIDOTE