SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA - SOBRATI ANA KALINE MENESES DE AQUINO ABORDAGEM E REFLEXÃO SOBRE A PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAVM) BRASÍLIA - DF 2011 SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA - SOBRATI ANA KALINE MENESES DE AQUINO ABORDAGEM E REFLEXÃO SOBRE A PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAVM) Artigo Científico Apresentado à Comissão de Professores da SOBRATI, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA. BRASÍLIA - DF 2011 ABORDAGEM E REFLEXÃO SOBRE A PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAVM) Ana Kaline Meneses de Aquino1 RESUMO Este artigo científico de revisão objetiva orientar aos interessados no assunto a se aprofundar seus conhecimentos e concepções sobre a Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM), conhecendo os tipos de Pneumonia, sua etiologia, Epidemiologia, Patogenia, suas manifestações Clínicas, diagnósticos e os tratamentos das mesmas. Este artigo foi elaborado a partir de uma revisão bibliográfica com a intenção de revisar os conceitos e reflexões sobre a PAVM. Por se tratar de um estudo bastante discutido mundialmente, enfatizamos nessa a importância de se conhecer os tipos de pneumonia assim como o combate e/ou a prevenção das mesmas para que nossa população no futuro próximo se encontre mais saudável. Palavras Chaves: Pneumonia, Prevenção, PAVM ABSTRACT This article aims to review scientific guidance to stakeholders on the issue tofurther their knowledge and conceptions of Ventilator Associated Pneumonia (VAP), knowing the types of pneumonia, etiology, epidemiology, pathogenesis,clinical manifestations, diagnosis and treatments them. This article was compiled from a literature review with the intention to review the concepts and reflections on the VAP. Because it is a much discussed study worldwide, we emphasize that the importance of knowing the types of pneumonia as well as combating and / or prevention of these for our population in the near future to find more healthy. Keywords: Pneumonia, Prevention, VAP 1 Ana Kaline Meneses de Aquino, Pedagoga,Psicopedagoga, Fisioterapeuta, Especialista em Traumato Ortopedia, Especialista em Unidade de Terapia Intensiva – SOBRATI em Teresina-PI, Professora da Faculdade RSà em Picos-PI e Fisioterapeuta da InterClin em Picos-PI. INTRODUÇÃO Nos últimos anos, tem sido crescente o aumento de infecções por microorganismos resistentes e de acordo com a literatura, essa realidade é ainda mais evidente nas Unidades de Terapia Intensida (UTI), tendo como causa mais comum a Pneumonia. A pneumonia é uma infecção que ocorre de parênquima pulmonar em que o comprometimento de bronquíolos respiratórios e alvéolos preenchidos por exudato inflamatório, prejudicam as trocas gasosas. Essa infecção é a principal causa de morte dentre as infecções hospitalares, pois sua prevalência nas UTI’s é de 10 a 65%. A ocorrência dessa infecção tem sido reconhecida como importante problema de saúde pública do país. Os pacientes destas unidades de tratamento estão suscetíveis à sua própria microbiota, à microbiota do ambiente hospitalar e ainda são expostos a inúmeros procedimentos e medicações, especialmente antimicrobianos. Torna-se, pois, um dos aspectos de maior relevância no controle das infecções hospitalares (IH). Segundo o Ministério da Saúde, Infecção Hospitalar, institucional ou nosocomial é qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante sua permanência no hospital ou no mesmo após a alta (BRASIL, 1998). Para Bartlett (et al, 1986), as Infecções hospitalares são comumente encontradas em UTI´s e representam um sério risco de vida, chegando a 60% de mortalidade em pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM). Com o objetivo de discutir sobre a pneumonia associada à ventilação mecânica compreendendo melhor sobre esta infecção é que serão discutidos neste artigo, aspectos diversos sobre a mesma e os diversos temas a ela ligados. DESENVOLVIMENTO Nesta etapa do artigo entraremos na pesquisa propriamente dita, falando e discutindo o que muitos autores tecem sobre a Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica e suas variáveis quantitativas (conceitos, concepções, etc.) e qualitativas (combate e prevenção da mesma), como segue: TIPOS DE PNEUMONIA As primeiras pneumonias virais estão ligadas a achados pneumônicos predominantemente intesticiais, sem a presença de bactérias. A pneumonia pode ser adquirida no hospital ou fora dele e sua instalação pode ser através de vários agentes infecciosos. A pneumonia aguda na infância pode ser por diversas etiologias e ocorrem com mais freqüência nos dois primeiros anos de vida. A pneumonia viral cursa com lesão do epitélio ciliados e enfeltrados inflamatório, onde sua progressão leva a deposição de muco nos espaços intersticiais obstruindo parcial ou total as vias aéreas. São elas: Pneumonia Pneumocócica É a causa mais comum de pneumonia e provém da bactéria Streptococcus pneumoniase. Geralmente, este tipo de pneumonia inicia-se após uma infecção viral do trato respiratório superior (como resfriados, faringites ou gripes). Para Hein (et al, 1991), “O Streptococcus pneumoniae, por muito tempo, foi considerado, o agente principal das pneumonias bacterianas agudas, de origem comunitária, fora do período neonatal”. Para os autores, “o pneumococo foi identificado em 18 a 35% das pneumonias bacterianas em crianças”. Segundo Hein (et al, 1991), “a provável multiplicidade de fatores envolvidos no comportamento anômalo da infecção pulmonar em crianças sugerem que, em pelo menos sete delas, os pneumococos eram moderadamente resistentes à penicilina”. Pneumonia Estafilocóccica É um tipo de pneumonia responsável por apenas 2% dos casos de pneumonia adquirida fora do ambiente hospitalar. O Streptococcus produz sintomas típicos da pneumonia e pode produzir abscesso nos pulmões e cistos. Suas bactérias podem ser transportadas dos pulmões pela corrente sanguínea, podendo produzir em outras regiões do corpo outros abscessos. É comum neste tipo de pneumonia, o acúmulo de pus no espaço pleural e essa coleção purulenta é drenada com o auxilio de agulhas ou tubo torácico. Luna (ET al, 2000), Kaye (ET al, 1990) e Bartlett (1995) em suas pesquisas concordaram que “a pneumonia estafilocócica constitui de 1 a 10% de todos os casos de pneumonias adquiridas na comunidade (PAC) e apresenta uma alta taxa de mortalidade”. Sobre esse tipo de infecção Kaye e Pachón discorrem: A infecção pode resultar, em 55% dos casos, de aspiração de secreção da nasoorofaringe colonizada por Staphylococcus aureus, o que geralmente ocorre depois da infecção por influenza. A vacinação contra o vírus influenza deve ser dirigida a pessoas idosas (>65 anos) no outono e nos programas de vacinação, pois se mostra custo-efetiva nesses pacientes. Nos demais casos de pneumonia estafilocócica, a infecção pode ocorrer pela disseminação hematogênica, secundária à infecção de pele, tecidos moles e trato genital depois de aborto séptico. Sua apresentação normalmente é grave, com um curso clínico que varia de subagudo a fulminante, independente do estado de saúde prévio do paciente. (KAYE ET al, 1990; PACHÓN, CORDERO and CABALLERO, 1998) Pneumonia causada por Bactérias Gram-negativas As bactérias são classificadas como gram-positivas ou gram-negativas de acordo com o seu aspecto após serem coradas em uma lâmina e examinadas ao microscópio. A maioria dos casos de pneumonia é causada por bactérias gram-positivas e as bactérias gramnegativas como a Klebsiella e a Psedomonas, causam pneumonias com tendência grave. Levando para o lado das endotoxinas das bactérias Gram-negativas (lipopolissacarídeos-LPS), David discorre que: são potente estimuladores de citocinas do macrófago. A LPS estimula a produção de citocinas (TNF, IL-1, IL-6 e quimocinas) pelo macrófagos e outras células, como as do endotélio vascular, induzindo reação inflamatória aguda local, com destruição microbiana, lesão ao tecido adjacente, normal, febre e a estimulação da produção de proteínas de fase aguda. A citocina IL-12 estimula o desenvolvimento de linfócitos T helper (TH1) e ativa linfócitos citolíticos (CTLs) e células natural killer (NK), ligando a imunidade natural e a imunidade específica. A principal conseqüência da resposta do hospedeiro à bactéria extracelular é a inflamação, a SRIS (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica) e o choque, causados, principalmente, a partir da ativação do macrófago. (DAVID, 1998, P. 6) ETIOLOGIA A definição do agente etiológico das pneumonias é difícil. Mesmo quando são empregadas todas as técnicas disponíveis, a definição etiológica só é feita em 30 A 40% dos casos pesquisados. Mas é possível enumerar como principais agentes causadores desta infecção o Staphlococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e Enterobacteriaciae. Estes agentes se diferenciam de acordo com os pacientes em uma UTI, duração de permanência na mesma e uma precoce terapia antimicrobial. A partir de um levantamento de estudo. Pode-se observar que a pneumonia precoce em uma UTI teve incidência de 56,6%, ocorrendo até o quarto dia de internação e apresentou como agentes etiológicos mais freqüentes o Acinectobacter spp e o Staphylococcus anreus que teve como taxa de mortalidade de pneumonia 45,7%. ALGUNS CONCEITOS SOBRE PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAVM) Os conceitos sobre Pneumonia associada à Ventilação Mecânica variam de acordo às concepções de cada autor, como veremos a seguir. Menduri (1993) afirma que: “A pneumonia associada à Ventilação Mecânica é uma resposta inflamatória do hospedeiro à multiplicação incontrolada de microorganismos invadindo as vias aéreas distais”. Já David (2000) discorre o seguinte: A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) é aquela que se desenvolve após 48 horas de IOT (intubação orotraquial) e VM, onde o paciente não encontra-se intubado no momento. É uma falta de equilíbrio entre os mecanismos de defesa do individuo e o agente microbiano (DAVID, 2000). A colonização bacteriana é universal em pacientes sob ventilação mecânica. Ela é um equilíbrio dinâmico entre as defesas do hospedeiros e a invasividade do microorganismo, bem como é favorecida pela redução da fagocitose e da lesão mucosa provocada pela intubação Para Chatbum (1991), ventilação mecânica é: o ato de fornecer ar aos pulmões. Ocorre espontaneamente através da ação da musculatura respiratória que ao contrair, faz surgir um gradiente de pressão entre o meio-ambiente e os pulmões promovendo a entrada de ar nos pulmões. Na expiração ocorre o relaxamento da musculatura respiratória, inverte-se o gradiente de pressão e o ar sai dos pulmões. (CHATBURN, 1991, P. 2) Segundo Chatbum (1991), “ventilador é um equipamento utilizado para proporcionar a ventilação pulmonar artificial. O objetivo destes ventiladores pulmonares é promover suporte ventilatório temporário, completo ou parcial, a pacientes incapazes de respirar por vias normais devido a fatores patológicos”. Umas das complicações mais temidas em pacientes internados em UTI´s são as pneumonias que requerem o uso de ventilação mecânica. Trata-se da principal complicação infecciosa em doentes críticos que, em cada dia de ventilação mecânica aumenta a sua incidência em 1 a 3 %. Para Miller (1986), respiração significa transporte de oxigênio do ar atmosférico até as células do corpo e, em sentido contrário, transporte de dióxido de carbono das células até o ar atmosférico. Com o objetivo de se preservar a microestrutura pulmonar e atender as demandas ventilatorias dos pacientes, as características mais importantes a serem analisadas em um ventilador mecânico são: a) Capacidade de gerar pressão ou fluxo rapidamente; b) Fluxo máximo disponível para respiração assistida e/ou espontânea; c) Bom nível de sensibilidade e rapidez de disparo; d) Baixo nível de resistência interna; e) Disponibilidade de vários modos de ventilação; f) Sistema de segurança; g) Sistemas de alarmes. No caso da pneumonia associada à ventilação mecânica, é o problema mais comum ao uso de ventiladores de cuidado intensivo. Essa patologia é desencadeada por um edema inicial que eleva a umidade do pulmão. Pode ocorrer devido a falha no sistema de umidificação, insuficiência cardíaca e baixa diurese. Contudo, pode ser prevenida com a troca constante do circuito de respiração e com o dreno de secreção subglótica e intubação oral em vez da nasal. EPIDEMIOLOGIA Os fatores epidemiológicos são úteis na determinação da etiologia da pneumonia, como a idade, estação do ano, estado de imunização e saúde das crianças que são indicações na lista de possíveis causas. Os patógenos virais são a causa predominante de infecções do trato respiratório dos bebês e crianças com menos de 5 anos de idade. Nas UTI´s cerca de 35% dos casos de morte, estão relacionados a pneumonia associada à ventilação mecânica. PATOGENIA A PAVM foi, durante muitos anos diagnosticadas pelos critérios definidos em 1972 por Johnson. Atualmente, é definida pela presença de pelo menos dois critérios clínicos, como a febre (hipotermia), secreções traqueais purulentas e leucocitose. Esses critérios foram fundamentais porque apresentam elevada sensibilidade com valor preditivo negativo. Os cálculos, algumas vezes, apresentam erros e outro problema relacionado à sensibilidade diz respeito ao fato dos doentes sem diagnósticos clínicos de pneumonia serem excluídos. Existe ainda um fator técnico, que é não saber qual a incidência de pneumonia em indivíduos imonu-competentes, com quadro clinico compatível. Wunderick (2000) considera que a presença de três critérios clínicos (febre, leucocitose e secreções pulmonares) associado a um infiltrado radiográfico pode aumentar a especificidade do diagnostico de PAVM, mas por outro lado, aumenta também o risco de diminuir a sensibilidade do mesmo. MANIFESTAÇÕES CLINICAS As pneumonias virais e bacterianas geralmente são precedidas por vários dias de sintomas de infecção do trato respiratório superior, tipicamente rinite e tosse. Na pneumonia viral, a febre geralmente está presente, entretanto, as temperaturas geralmente são mais baixas do que nas infecções bacterianas. A taquipnéia é a manifestação clinica consistente da pneumonia (NELSON, 2002). Para Rouskanen (1992) A pneumonia bacteriana em adultos e crianças mais velha tipicamente tem inicio súbito com calafrios acompanhados por febre alta de inicio abrupto, seguida por sonolência com períodos intermitentes de etiquetação: respirações rápidas, tosse seca e não-produtiva; ansiedade e, ocasionalmente, delírio. Para David (2004), os achados físicos dependem do estagio da pneumonia. No inicio do curso da doença, a diminuição dos sons respiratórios, estertores dispersos e roncos comumente são ouvidos sobre o campo pulmonar afetado. A pneumonia viral inicia-se por infecção das vias aéreas superiores como coriza, congestão nasal, espirros, tosse, mal-estar e febre baixa, podendo evoluir para a dificuldade respiratória e retrações intercostais, batimentos da asa do nariz e cianose. (DAVID, 2004). O quadro clinica bacteriana inicia-se subitamente como uma infecção das vias respiratória superiores como rinofaringite com ou sem otite média, podendo evoluir para febre alta, dispnéia e tosse. (TORRES, 2005) DIAGNÓSTICO Existe consenso e variação sobre as diferentes definições de pneumonia e todas elas incluem varias combinações de sinais e sintomas clÍnicas e evidências laboratoriais, mas somente o Central of Disease control em 1998 inclui evidencias laboratoriais, como cultura positiva de aspirado brônquico e hemocultura positiva para determinado agente infeccioso (CROWE & COOKE, 1998). Segundo Martino (1998), os critérios para diagnosticar a pneumonia incluem a presença de um novo o progresso infiltrado pulmonar, febre, leucocitose e secreção purulenta. O tempo de 48 horas foi aceito como base para diferenciar a pneumonia precoce ( presente no momento da intubação ou que se desenvolve após a intubação daquela tardia ou verdadeira pneumonia associada á ventilação mecânica ( MEDURI, 1993, CROWE & COOKE, 1998). De acordo com os dados pesquisados, a pneumonia a segunda infecção nosocomial em termos gerais e a mais comum em unidades de terapia intensiva (GEORGE, 1996). Nos pacientes intubados, a incidência desta infecção é de 7 a 21 vezes maior do que aqueles que não necessitam do ventilador ( MARTINO, 1998). Vários fatores formam associados ao desenvolvimento de pneumonia. Os fatores relacionados ao hospedeiro são: idade avançada, desnutrição, tabagismo, etilismo e uso de drogas intravenosas, bem como gravidade da patologia subjacente aguda ou crônica. Os principais alvos para a prevenção são fontes ambientais de contaminação, infecção cruzada pela equipe que cuida do paciente, medicação e fatores mecânicos (CRAVEN et al ,1993). Segundo Grossi & Santos (1994), mesmo com o uso de ventiladores mecânicos modernos a qualidade de ar não pode ser garantia para uma atuação eficaz dos mecanismos de defesa vias aéreas inferiores. O diagnostico da PAVM é um ponto que mais geram controvérsias na medicina intensiva, devido a falta de consenso sobre o mesmo. Na maioria dos casos, a morte por pneumonia ocorre por uma antibioticoterapia inadequada. Portanto, a escolha do antibiótico correto se torna uma estratégia importante na redução da mortalidade desses pacientes. Para o tratamento da PAVM, o esquema de antibióticos deve ser agressivo. Por sua vez, a aspiração endotranqueal é um procedimento de fisioterapia que visa remover as secreções e manter as vias aéreas do paciente permeáveis. Segundo Graven et al (1998), a aspiração endotranqueal é a principal rota de entrada de bactérias no trato respiratório inferior. Várias técnicas foram desenvolvidas para minimizar estas complicações, entre elas está o sistema fechado de aspiração endotranqueal. Para Grossi & Santos (1994), através desse sistema evita-se a contaminação cruzada entre pacientes e trato respiratório inferior com microorganismos ambientais. A técnica de aspiração pelo sistema aberto requer a desconexão do paciente do ventilador mecânico para introduzir de forma asséptica, a sonda para a sucção das secreções (RITZ et al 1986). É um procedimento simples em termos de tecnologia e equipamentos que utiliza (SAMPAIO, 1998). TRATAMENTO Suspeita-se de pneumonia associada à ventilação mecânica quando um paciente, sob este procedimento desenvolve um novo ou progressivo infiltrado pulmonar. O tratamento é feito a base de antibióticos e com isso, alguns programas de saúde tem reconhecido que a ocorrência da PAVM pode ser reduzida em 50% dos casos ou mais, usando várias intervenções para prevenir a colonização e a aspiração de secreções e de conteúdo gástrico. O crescimento da freqüência de microrganismos resistentes representa um sério problema de saúde. A UTI é uma grande fonte de patógenos resistentes e exige assim, que a prevenção faça parte de estratégias de manejo da PAVM. Segundo Johnson (1994), deveria ser dada mais atenção para estratégias que definiram pacientes de risco para o PAVM, onde estes possam ser tratados em curto tempo e com terapia única. A mortalidade desta patologia pode ser reduzida pela identificação dos fatores de risco e da prevenção. Para Johnson (1994), a seleção de intervenções para um programa de prevenção desta pneumonia depende de vários fatores como: a avaliação dos pacientes, os recursos disponíveis e habilidade da equipe no que diz respeito a agir, concordar e prevenir a ocorrência das PAVM. Também pode ser tomada como medida para que se reduza a PAVM é a limpeza correta e a esterilização de aparelhos utilizados na fisioterapia. Tratamento Fisioterápico A fisioterapia é, atualmente, parte integrante dos cuidados a pacientes ambulatorial ou internados, tendo importante papel na prevenção e/ou tratamento de complicações pulmonares. Dentre as principais técnicas, pode-se citar a fisioterapênticas utilizadas em prevenção ou tratamento de pneumonias, que são: Técnicas para mobilizar e deslocar secreções do trato respiratório como dreganem postural, percussão torácica, taponagem, punho, digito percussão. Mobilização e remoção de secreções das vias aeras através da vibração, compressão torácica, tosse, TEF, AFE, Eltgol, DRR, DRR+in, glossopulsão retrógrada, flutter, aspiração traqueal ou nasotraquial CONSIDERAÇÕES FINAIS É possível compreender que há avanços substancionais no diagnostico e tratamento da PAVM, contudo existem também controvérsias que dificultam a realização de linhas de direção e orientação quanto a esse tipo de pneumonia. Sendo assim, o foco do cuidado quanto ao doente reside na importância de se intervir no necessário para ajudar o organismo a se recuperar com qualidade. Quando se tem a frente um paciente com problemas respiratórios e sob ventilação mecânica, é preciso ter consciência de que procedimentos utilizar e como eles poderão auxiliar em sua recuperação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEREDO, Carlos Alberto Caetano. Fisioterapia Respiratória Moderna. 4 ed. Barueri Manole, 2002. BERALDO, Carolina Contador. 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