português teórico – curso regular professora: claudia kozlowski

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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS TEÓRICO – CURSO REGULAR
PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI
AULA 3 - VERBO
Olá, amigos
Hoje nossa aula vai tratar do “coração” da unidade oracional – o VERBO. Não é à toa
que esse assunto vem logo após vermos os processos de formação das palavras e antes
de qualquer outro.
O verbo também fará parte das próximas aulas – concordância (nominal e verbal),
regência (nominal e verbal) e até mesmo crase.
Nesta aula, veremos a classificação dos verbos, sua forma de conjugação (que é um calo
para muita gente), as flexões que o verbo pode sofrer (número, pessoa, tempo, modo e
voz), a relação que os verbos têm em uma estrutura oracional e como manter essa
relação harmônica, dentre tantas outras coisas.
Bem, essa palavrinha é muito especial. O verbo não tem sintaticamente uma função que
lhe seja privativa, pois, como veremos, o substantivo e o adjetivo também podem ser
núcleos do predicado (veremos no módulo sobre Termos da Oração).
Sua única função na estrutura oracional é a de participar do predicado.
CONSTRUÇÃO DOS VERBOS
Todas as formas do verbo se irmanam pelo RADICAL, a parte invariável que lhes dá a
base comum de significação.
São aceitas as seguintes flexões: de número (singular e plural), pessoa (1ª, 2ª ou 3ª),
modo, tempo ou vozes. Celso Cunha identifica uma outra flexão: aspecto, que, em
suas palavras, “manifesta o ponto de vista do qual o locutor considera a ação expressa
pelo verbo”, por exemplo: pontual (“acabo de chegar”) ou durativa (“fico a esperar”),
contínua (“vou andando pelas ruas”) ou descontínua (“voltei a fumar”) etc.
Em relação ao processo de formação, como vimos, ao radical junta-se a terminação:
vogal temática (define as três conjugações), desinências modo-temporal e númeropessoal.
Alguns conceitos são importantes:
Formas rizotônicas – o elemento de composição grego riz(o)- significa “raiz”. Assim,
nas formas RIZOTÔNICAS, a sílaba tônica (a que fomos apresentados em nosso primeiro
encontro) recai no radical.
verbo RECLAMAR
radical RECLAM
eu reclamo
Como a sílaba tônica recai no radical, essa forma chama-se rizotônica.
Formas arrizotônicas - quando a sílaba tônica recai fora do radical.
Verbo CONSERVAR
radical CONSERV
nós conservaremos
Como a sílaba tônica recai fora do radical, essa forma chama-se arrizotônica.
CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS
Os verbos classificam-se em regulares, irregulares, anômalos, defectivos e
abundantes.
1. REGULARES - conservam o mesmo radical.
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eu canto, tu cantas, nós cantávamos, eles cantariam, ele cantasse
2. IRREGULARES - apresentam variação no radical ou nas desinências.
SABER (eu sei, ele soube)
PERDER (perco)
FAZER (fiz, faço)
Alguns autores consideram que alteração exclusivamente gráfica (PROTEGER –
PROTEJO), em função da ortografia, não poderia levar à indicação de irregularidade
verbal. Assim, segundo eles, são considerados irregulares somente os verbos que
apresentam alteração GRÁFICA E FONÉTICA. Se não houver alteração fonética (como no
exemplo: g/j), não se classifica como verbo irregular, sendo chamado por alguns
autores de “aparentemente irregular”.
3. ANÔMALO – são verbos irregulares que, por apresentarem profundas variações,
recebem classificação autônoma. São só dois: SER e IR.
Curiosidade: Esses dois verbos são idênticos na conjugação dos seguintes tempos:
pretérito perfeito do indicativo (fui, foste, ...), pretérito mais-que-perfeito do indicativo
(fora, foras...), pretérito imperfeito do subjuntivo (fosse, fosses...) e futuro do
subjuntivo (for, fores...). Só dá para identificar se está sendo usado um ou outro a partir
do contexto.
4. ABUNDANTE - apresentam duas ou três formas em certos tempos, modos, pessoas
ou particípio. Por exemplo, no imperativo afirmativo, os verbos terminados em –zer,
como o verbo fazer, na 2ª pessoa do singular, aceitam duas formas – faze e faz.
5. DEFECTIVOS - apresentam defeito, ou seja, não se conjugam em todas as formas
(tempo, pessoas, modos).
Sempre que se falar em defeito verbal, estamos nos referindo à conjugação do
PRESENTE DO INDICATIVO e aos tempos dele derivados (Presente do Subjuntivo e
Imperativo). O “defeito” existe apenas no presente, não existe no passado nem no
futuro. Por isso, mesmo defectivo, o verbo poderá ser conjugado inteiramente nos
outros tempos e modos verbais, como, por exemplo, no Pretérito do Perfeito do
Indicativo, no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo, Futuro do Subjuntivo etc.
Há dois tipos de defeitos:
1º) o verbo não possui a 1ª pessoa do singular, apenas. (explodir, abolir, colorir,
delinquir);
2º) o verbo só apresenta as conjugações da 1ª e 2ª pessoas do plural (adequar,
reaver).
Alguns autores definem como defectivos também os verbos que, de acordo com o seu
emprego, só podem ser conjugados nas terceiras pessoas, como URGIR (ter urgência),
DOER (no sentido de “sentir dor” - alguma coisa dói) e os unipessoais, que representam
vozes de animais ou fenômenos da natureza, quando utilizados no sentido original
(sentido denotativo, com “d” de “dicionário”; seu oposto é o sentido conotativo,
também chamado de figurado, quando a palavra é usada em um significado diferente do
original).
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FLEXÕES DOS VERBOS
NÚMERO
Como as outras palavras variáveis, o verbo admite dois números: o singular e o plural.
Dizemos que um verbo está no singular quando ele se refere a uma só pessoa ou coisa
e, no plural, quando tem por sujeito mais de uma pessoa ou coisa.
PESSOA
É a variação de forma que indica a pessoa do discurso a que se refere a ação verbal.
1ª pessoa - aquela que fala. Corresponde aos pronomes pessoais eu (singular) e nós
(plural).
2ª pessoa - aquela a quem se fala. Corresponde aos pronomes pessoais tu (singular) e
vós (plural).
3ª pessoa - aquela de quem se fala. Corresponde aos pronomes pessoais ele/ela
(singular) e eles/elas (plural).
MODO, TEMPO e VOZES
Essas modalidades de flexão merecem uma análise mais aprofundada.
MODOS E TEMPOS VERBAIS
A classificação dos verbos nos MODOS VERBAIS depende da relação que o falante tem
com aquilo que enuncia – se constata um fato (indicativo); se apresenta uma hipótese,
uma suposição (subjuntivo); se faz um pedido ou dá uma ordem (imperativo).
Em outras palavras, depende do modo com que enuncia a ação verbal (percebeu?
“modo” verbal). São três modos verbais:
INDICATIVO - como sugere o nome, indica um fato real, que pode pertencer ao
presente, ao passado ou ao futuro.
SUBJUNTIVO - enuncia um fato hipotético, duvidoso, provável ou possível.
IMPERATIVO - expressa ideias de ordem, pedido, desejo, convite.
Enquanto que o modo INDICATIVO situa o fato no plano da realidade, da certeza, o
SUBJUNTIVO coloca o fato no plano do que é provável, hipotético, possível, sem a
certeza apresentada pelo modo indicativo. O modo SUBJUNTIVO também é bastante
usado com determinadas conjunções (embora, caso, que etc.)
Perceba a diferença entre as duas orações abaixo. O sujeito vai à farmácia e diz ao
balconista:
Eu quero um remédio que acaba com a minha dor de cabeça.
Eu quero um remédio que acabe com a minha dor de cabeça.
Na primeira, o sujeito já sabe qual é o medicamento que vai pedir e produzir resultado.
Já teve dor de cabeça outras vezes e sabe qual o remédio que surte efeito. O fato situase no plano da CERTEZA – modo INDICATIVO.
Na segunda, o sujeito não tem certeza de qual medicamento poderia surtir efeito.
Certamente está pedindo uma indicação ao balconista. O resultado que o remédio trará
(acabar com a dor de cabeça) ainda está no plano da hipótese. Por isso, está no modo
SUBJUNTIVO.
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IMPERATIVO
Sobre a conjugação no imperativo, em vez de memorizar várias regras, vamos guardar
apenas a exceção.
A REGRA: Em se tratando de imperativo, emprega-se o presente do subjuntivo. São
conjugados pelo presente do subjuntivo os verbos em todas as pessoas (2ª do singular e
do plural, 3ª do singular e do plural e 1ª do plural) no imperativo negativo, e nas 3ª
pessoas (singular e plural) e 1ª pessoa do plural no imperativo afirmativo. Essa é a
regra.
1 - Venha para a Caixa você também
3ª pessoa do singular (O comercial estava
errado e você não vai nem acreditar: uma banca examinadora explorou exatamente
esse fato em prova!!! Veremos nos exercícios de fixação.).
2 - Não nos deixeis cair em tentação
vós.)
2ª pessoa do plural (Ao se dirigir ao Pai, usa-se
Agora veremos a exceção, que deve ser memorizada por ser em menor número.
A exceção fica por conta das segundas pessoas (tu e vós) no imperativo afirmativo.
Nessa conjugação, usa-se o presente do indicativo, sem o “s” final.
RESUMO: No imperativo afirmativo, as 2ªs pessoas (singular e plural) buscam a
conjugação do presente do indicativo e tiram a letra ‘s’. Todo o restante tem origem no
presente do subjuntivo. Exemplo:
1 - “Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és.” - A forma “dize” é a redução
do presente do indicativo da 2ª pessoa do singular (dizes – [s] = dize). Esse verbo,
aliás, é abundante. Aceita as formas “dize” e “diz”, no imperativo afirmativo.
2 – “Fazei de mim um instrumento de vossa paz.” – A forma “fazei” é a conjugação no
presente do indicativo da 2ª pessoa do plural (vós fazeis), sem o “s”.
Os quadros abaixo resumem as conjugações dos verbos no modo imperativo.
PRESENTE DO
SUBJUNTIVO
IMPERATIVO
NEGATIVO
eu fale
-
tu fales
não fales (tu)
ele fale
não fale (você) (*)
nós falemos
não falemos (nós)
vós faleis
não faleis (vós)
eles falem
não falem (vocês) (*)
PRESENTE DO
INCATIVO
IMPERATIVO
AFIRMATIVO
PRESENTE DO
SUBJUNTIVO
eu falo
-
eu fale
tu falas
fala (tu)
tu fales
ele fala
fale (você) (*)
ele fale
nós falamos
falemos (nós)
nós falemos
vós falais
falai (vós)
vós faleis
eles falam
falem (vocês) (*)
eles falem
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(*) Como o imperativo é o modo em que se determina ou pede algo à pessoa a quem
se dirige (2ª pessoa), as terceiras pessoas se referem a “você / vocês”, e não a eles (3ª
pessoa).
Os TEMPOS VERBAIS têm a função de indicar o momento em que são enunciados os
fatos.
No modo INDICATIVO, os tempos são:
PRESENTE
– fato ocorre no momento em que se fala (Ouço ruídos na cozinha.);
- fato que é comum de ocorrer (Eu morro de inveja dele. / Chove todos os dias
em Belém.);
- apresenta um princípio, um conceito ou um dado (Todos os anos, muitas
crianças morrem de desnutrição no Brasil.)
PRETÉRITO PERFEITO
– fato ocorrido e perfeitamente concluído antes do momento em que se fala
(Todos souberam do assassinato de Celso Daniel.)
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
– denota repetição de um ato ou sua continuidade, com início no passado,
chegando ao momento presente, em que falamos (Eu tenho cometido muitos
erros na escolha dos meus namorados. / Eu tenho lutado contra vários
preconceitos.);
PRETÉRITO IMPERFEITO
– fato realizado e não concluído ou que apresenta certa duração (Ele buscava
a perfeição antes de morrer./ O tempo corria sem que ninguém notasse.);
– indica, entre ações simultâneas, a que ocorria no momento em que
sobreveio a outra (Ele andava pela rua quando foi abordado pelos ladrões.);
– denota ação passada habitual ou repetida (imperfeito frequentativo) (Sempre
que eu chegava, ela saía do recinto.)
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
– fato realizado antes de outro fato também no passado (Antes de sua morte,
ele pedira o perdão aos filhos.)
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
– forma mais comum de expressar o fato realizado antes de outro fato
também no passado (Antes de sua morte, ele tinha pedido perdão aos filhos.)
FUTURO DO PRESENTE
– fato posterior certo de ocorrer no futuro (Doarei todo o material de estudo
após a minha aprovação.);
– afirmação de valor categórico (De todas as mulheres do mundo, você será a
mais bela – o que se afirma é que “certamente você é a mais bela”).
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
– denota futura ocorrência de um fato que se iniciou no presente (Até o
próximo ano, terei acumulado quase um milhão de reais em dívidas.)
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- indica uma ação futura que estará consumada antes de outra também no
futuro (Amanhã, quando você chegar, eu já terei assinado o contrato.)
- denota incerteza sobre fatos passados (Terá João sabido da traição?)
FUTURO DO PRETÉRITO
– fato posterior a um fato passado (Você me garantiu [FATO PASSADO] que o
nosso amor não morreria [FATO FUTURO EM RELAÇÃO AO FATO PASSADO].);
– fato não chegou a se realizar (Eu iria à sua casa, mas tive um problema.);
– pode denotar incerteza (“Acharam um corpo que seria do chefe do tráfico.”)
– hipótese relacionada a uma condição (“Se você tivesse comprado o carro
[CONDIÇÃO], não teria perdido o dinheiro no jogo [HIPÓTESE].”)
– polidez (“Você poderia me passar o sal?”).
FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
– o mesmo que o Futuro do Pretérito com relação aos três primeiros
aspectos.
INDICATIVO
PRESENTE
SIMPLES)
(só
apresenta
PRETÉRITO
PERFEITO
a
forma
SIMPLES
Eu falei
COMPOSTO
Eu tenho falado (o auxiliar é conjugado no
presente do indicativo)
PRET.IMPERFEITO (só apresenta a forma
SIMPLES)
PRET.MAIS-QUEPERFEITO
FUTURO
PRESENTE
DO
FUTURO
PRETÉRITO
DO
Eu falo
Eu falava
SIMPLES
Eu falara
COMPOSTO
Eu tinha falado (o auxiliar é conjugado no
pretérito imperfeito do indicativo)
SIMPLES
Eu falarei
COMPOSTO
Eu terei falado (o auxiliar é conjugado no
mesmo tempo verbal)
SIMPLES
Eu falaria
COMPOSTO
Eu teria falado (o auxiliar é conjugado no
mesmo tempo verbal)
SUBJUNTIVO
PRESENTE
Eu fale
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
Eu tenha falado (o auxiliar é conjugado no presente
do subjuntivo)
PRETÉRITO IMPERFEITO
Eu falasse
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
COMPOSTO
Eu tivesse falado (o auxiliar é
pretérito imperfeito do subjuntivo)
FUTURO SIMPLES
Eu falar
FUTURO COMPOSTO
Eu tiver falado (auxiliar no mesmo tempo verbal)
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conjugado
no
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Observe que:
1) tanto no indicativo quanto no subjuntivo, o PRESENTE e o PRETÉRITO IMPERFEITO só
apresentam as formas simples – NÃO HÁ FORMAS COMPOSTAS;
2) tanto no indicativo quanto no subjuntivo, o PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO e o
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO empregam o verbo auxiliar no tempo
imediatamente anterior (pretérito perfeito
auxiliar no presente / pretérito mais-queperfeito
auxiliar no pretérito imperfeito);
3) no FUTURO (tanto do indicativo – os dois: futuro do presente e futuro do pretérito –
quanto no subjuntivo), o auxiliar fica no mesmo tempo verbal.
CUIDADO!
Algumas bancas, como a Fundação Carlos Chagas, costumam apresentar uma
oração e exigir que o candidato assinale a opção cujo verbo se encontre no
mesmo tempo e modo.
Havendo locução verbal de tempo composto no PRETÉRITO (pretérito perfeito
composto, pretérito mais-que-perfeito composto, quer do indicativo, quer do
subjuntivo), não vacile: OS VERBOS AUXILIARES NÃO FICAM NO MESMO
TEMPO VERBAL - buscam os tempos imediatamente anteriores (veja observação
acima).
Como devemos classificar o tempo verbal do CONJUNTO, ou seja, da LOCUÇÃO
VERBAL, TODO CUIDADO É POUCO NA IDENTIFICAÇÃO DESSE TEMPO.
Veja só.
No PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO, o verbo auxiliar fica no PRESENTE:
- NO INDICATIVO: TENHO FEITO
pret. perfeito composto do indicativo;
- NO SUBJUNTIVO: TENHA FEITO
pret. perfeito composto do subjuntivo.
Já a locução verbal no PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO apresenta o
verbo auxiliar no PRETÉRITO IMPERFEITO:
- NO INDICATIVO: TINHA FEITO
pret.mais-que-perfeito comp. indicativo
- NO SUBJUNTIVO: TIVESSE FEITO
pret.mais-que-perfeito comp. subj.
Cuidado para não classificar a locução verbal considerando apenas a conjugação
do verbo auxiliar!!!
Veja como isso já caiu em prova:
(ESAF / SUSEP – Agente Executivo / 2006)
Julgue o item a seguir:
- O tempo em que está flexionado “escolhera” (l.15) indica que a ação de escolher
acontece antes de outra também mencionada no período; corresponde, por isso, a
tivera escolhido.
Item INCORRETO.
A descrição de emprego do pretérito mais-que-perfeito do indicativo está PERFEITA –
ação ocorre antes de outra ação também passada. O problema é que o tempo composto
correspondente seria TINHA ESCOLHIDO, com o verbo auxiliar no pretérito imperfeito
do indicativo, e não “tivera escolhido”.
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LOCUÇÕES VERBAIS
Sempre que se fala “locução”, temos a ideia de “mais de uma palavra” formando uma
unidade.
Assim, em locuções verbais, mais de um verbo (ligados ou não por uma preposição)
formam um conjunto.
Formam-se locuções verbais em:
tempos compostos, com os verbos auxiliares TER e HAVER (acabamos de falar
sobre isso);
construções de voz passiva, principalmente com os verbos auxiliares SER e
ESTAR;
construções com auxiliares modais, que determinam com mais rigor o modo
como se realiza – ou deixa de se realizar - a ação verbal. Expressam circunstâncias
de: início ou fim (comecei a estudar, acabei de acordar), continuidade (vai
andando), obrigação (tive de entregar), possibilidade (posso escrever), dúvida
(parece gostar), tentativa (procura entender) e outras tantas.
Como num escritório, onde quem manda é o chefe e quem trabalha é o empregado (ou
você já viu algum chefe trabalhando???), na locução verbal, quem exerce a função de
“chefe” é o verbo principal – ele fica “paradão”, só mandando, e o pobre do auxiliar se
flexiona de acordo com as suas ordens. Mais sobre o assunto, falaremos na aula sobre
CONCORÂNCIA.
TEMPO COMPOSTO
É o tempo constituído por um verbo auxiliar flexionado, seguido do verbo principal no
particípio. Forma-se com os auxiliares TER e HAVER. Para simplificar, usamos nos
exemplos somente o verbo auxiliar TER.
1) Modo Indicativo
TEMPO VERBAL
EXEMPLO
presente
perfeito
pretérito
simples
composto
falo
bebo
parto
falei
bebi
parti
tenho falado
tenho bebido
tenho partido
imperfeito
simples
falava
bebia
partia
mais-que-perfeito
simples
falara
bebera
partira
tinha falado
tinha bebido
tinha partido
falarei
beberei
partirei
terei falado
terei bebido
terei partido
falaria
beberia
partiria
teria falado
teria bebido
teria partido
composto
do presente
futuro
do pretérito
simples
composto
simples
composto
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FORMAS NOMINAIS
Denominam-se formas nominais as palavras, de origem verbal, que também podem
ser empregadas nas funções próprias de adjetivos, substantivos ou advérbios. São elas:
INFINITIVO, GERÚNDIO E PARTICÍPIO.
INFINITIVO:
Ele precisa pôr os nomes nos livros. (verbo)
O pôr-do-sol é lindo nessa época do ano. (substantivo)
Causa-me agonia o seu ranger de dentes. (substantivo)
Precisamos colocar óleo na porta que está a ranger.(verbo)
O infinitivo divide-se em impessoal e pessoal.
O infinitivo impessoal não tem sujeito (pessoa) e, por isso, não se flexiona. É usado em
sentido genérico (“o ato de”).
Amar se aprende amando.
Já o infinitivo pessoal tem sujeito e pode flexionar-se ou não. Os casos em que o
infinitivo pode, deve ou não pode se flexionar será objeto de estudo na aula sobre
CONCORDÂNCIA.
GERÚNDIO:
O presidente fica persistindo na argumentação de que nada sabia. (verbo)
Persistindo os sintomas, o médico deverá ser consultado (advérbio de condição =
“Caso persistam os sintomas...”)
PARTICÍPIO:
Ele havia lavado o chão da casa antes do temporal. (verbo)
O uniforme lavado ficou todo sujo após o vendaval. (adjetivo)
O particípio tem grande importância na construção de LOCUÇÕES VERBAIS.
Emprega-se com os auxiliares TER e HAVER para a formação de tempos compostos
(“Temos feito grande progresso.”, “Nunca havia visitado este lugar antes.”), com o
verbo SER para formar os tempos da voz passiva de ação (“O trabalho foi feito por
todos nós.”) e com o verbo ESTAR nos tempos de voz passiva de estado (“Estou
chocada com essa notícia.”).
No particípio, a maior parte dos verbos só apresenta a forma regular (terminadas por
“ado” / “ido”). Contudo, existem algumas exceções: alguns verbos apresentam mais de
uma forma: a regular (“ado” / “ido”), usada com os verbos ter e haver (tempo
composto) e a irregular, ligada aos verbos ser e estar (voz passiva).
Dentre os irregulares, estão:
ACEITAR – (ter/haver) aceitado; (ser/estar) aceito
ELEGER – (ter/haver) elegido; (ser/estar) eleito
ENTREGAR - (ter/haver) entregado; (ser/estar) entregue
IMPRIMIR - (ter/haver) imprimido; (ser/estar) impresso
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SALVAR – (ter/haver) salvado; (ser/estar) salvo
SUSPENDIDO – (ter/haver) suspendido; (ser/estar) suspenso
Outras curiosidades:
•
Apresentam somente a forma irregular do particípio os verbos abrir (aberto),
cobrir (coberto), dizer (dito), escrever (escrito), fazer (feito), pôr (posto), ver
(visto), vir (vindo) e seus derivados.
Observe que, neste último (vir), a forma participial é igual ao gerúndio, o mesmo
ocorrendo com os verbos dele derivados (intervir – intervindo). Essa
peculiaridade costuma ser objeto de questões de prova.
Alguns verbos aceitam ambas as formas (regular e irregular) para qualquer dois
verbos auxiliares – ou seja, não tem como errar - com qualquer verbo auxiliar
pode-se usar qualquer forma participial. Segundo a maioria dos gramáticos, são
quatro os verbos: pagar, pegar, ganhar e gastar (para memorizá-las, imagine
a seguinte situação: no dia do pagamento, você ganha o salário e, no
supermercado, pega o produto, paga por ele e gasta o dinheiro – gostou do
método mnemônico?).
O particípio do verbo CHEGAR é um só – o regular CHEGADO. A forma “chego” é
a conjugação de 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (“Eu chego”).
Não existe a forma de particípio irregular para esse verbo. Então: “Eu tinha
chegado ao escritório bem cedo.”.
CONJUGAÇÃO VERBAL
Para ajudar a resolver questões de conjugação verbal, uma boa dica é a técnica do
PARADIGMA.
Como funciona isso? Na dúvida com relação à conjugação de determinado verbo
regular (geralmente o examinador busca um verbo pouco utilizado no seu dia-a-dia),
basta observar a conjugação dos paradigmas clássicos (FALAR – 1ª conjugação, BEBER
– 2ª conjugação, PARTIR – 3ª conjugação).
Extraia o radical, que é o que sobra do verbo após retirar a terminação “ar”, “er” ou “ir”
do infinitivo (exemplo: FAL(AR) = radical FAL-), e empregue as desinências, que são
idênticas nos demais verbos regulares de mesma conjugação:
Por exemplo:
CONSUMAR (verbo regular de 1ª conjug.):
Presente do Indicativo: Eu consum.... (???)
Presente do Subjuntivo: (que) eu consum... (???)
CONSUMIR (verbo regular de 3ª conjug.):
Presente do Indicativo: Eu consum.... (???)
Presente do Subjuntivo: (que) eu consum... (???)
E aí, como você preencheu? Vamos buscar a desinência dos verbos “paradigmas”.
Infinitivo
Pres.Indicativo
Pres.Subjuntivo
Falar
Eu falo
(que) eu fale
Consumar
Eu consumo
(que) eu consume
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Partir
Eu parto
(que) eu parta
Consumir
Eu consumo (igual)
(que) eu consuma
Se o verbo for irregular, ou seja, apresenta alteração no radical em determinadas
conjugações, procure outro verbo, também irregular, de mesma construção.
Por exemplo: COMPETIR (3ª conjugação) – Eu comp.... (???)
Esse verbo é irregular, ou seja, não mantém o radical nas conjugações. Normalmente
não conjugamos esse verbo (pelo menos, não com convicção) fora de uma locução
verbal. Mas usamos bastante outro verbo de idêntica estrutura. Já sabe qual é???
REPETIR. Então, como fica a conjugação desse paradigma?
Eu repito
Eu compito
E “ADERIR”? Como você conjugaria a primeira pessoa do singular do Presente do
Indicativo? Está com dúvida? Busque um paradigma. Aceito sugestões.... Lembrou de
algum? Eu conheço um – FERIR. Como fica a conjugação do paradigma?
Eu firo
Eu adiro
A título de exemplo, observe o seguinte item de uma questão de prova da ESAF
(TCU/2002):
O fato do patrimônio gerar empregos e receitas por meio do turismo não abule o
paradoxo de que nativos e visitantes se distanciam do fenômeno cultural tanto quanto
pessoas que, longe daquelas paragens, pouco valor atribuem a heranças destituídas de
familiaridade.
Essa opção está errada. Você percebeu qual é o erro? O que significa “abule”? O
contexto indica tratar-se do verbo ABOLIR.
Se não tivermos certeza da conjugação desse verbo, vamos fazer o quê??? Buscamos o
paradigma.
Um verbo que apresenta a mesma forma de conjugação é o verbo ENGOLIR. Na
passagem, o verbo “abolir” está na terceira pessoa do singular, no presente do
indicativo (“O fato ... não abule...”). O verbo “engolir” ficaria “Ele engole”. Logo, a
conjugação correta é abole (“O fato ... não abole...”).
IMPORTANTE: Guarde esse dica do PARADIGMA. Ela pode ser de grande valia em uma
questão de prova.
O quadro a seguir visa facilitar a compreensão e memorização das conjugações
dos verbos regulares.
Trata-se de um quadro resumo com todas as desinências regulares dos tempos
simples (se preferir, imprima somente a próxima página e guarde para
eventuais consultas).
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VERBOS REGULARES - MODOS
INDICATIVO
Tempos
Presente
Pret.
Imperfeito
Pret.
Perfeito
Pret.maisqueperfeito
Futuro do
presente
Futuro do
pretérito
SUBJUNTIVO
1ª
o
as
a
amos
ais
am
ava
avas
ava
ávamos
áveis
avam
ei
aste
ou
amos
astes
aram
ara
aras
ara
áramos
áreis
aram
2ª
o
es
e
emos
eis
em
ia
ias
ia
íamos
íeis
iam
i
este
eu
emos
estes
eram
era
eras
era
êramos
êreis
eram
3ª
o
es
e
imos
is
em
ia
ias
ia
íamos
íeis
iam
i
iste
iu
imos
istes
iram
ira
iras
ira
íramos
íreis
iram
1ª
e
es
e
emos
eis
em
asse
asses
asse
ássemos
ásseis
assem
2ª
a
as
a
amos
ais
am
esse
esses
esse
êssemos
êsseis
essem
3ª
a
as
a
amos
ais
am
isse
isses
isse
íssemos
ísseis
issem
*****
*****
*****
*****
*****
*****
arei
arás
ará
aremos
areis
arão
aria
arias
aria
aríamos
aríeis
ariam
erei
erás
erá
eremos
éreis
erão
eria
erias
eria
eríamos
eríeis
eriam
irei
irás
irá
iremos
ireis
irã
iria
irias
iria
iríamos
iríeis
iriam
ar
ares
ar
armos
ardes
arem
er
eres
er
ermos
erdes
erem
ir
ires
ir
irmos
irdes
irem
*****
*****
*****
IMPERATIVO
a
e
emos
ai
em
AFIRMATIVO
e
a
amos
ei
am
e
a
amos
i
am
es
e
emos
eis
em
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NEGATIVO
as
a
amos
ais
am
as
a
amos
ais
am
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DERIVAÇÃO VERBAL
Você já deve ter se deparado com dúvidas como: em “quando eu . ... o professor,
passarei o seu recado”, devemos usar “ver” ou “vir”?
Para compreendermos a conjugação de alguns verbos, principalmente dos irregulares, é
necessário conhecer a formação de alguns tempos derivados.
Abaixo, segue um quadro com a indicação das formas primitivas e das derivadas.
Salvo algumas poucas exceções (como o verbo SER, SABER e outros), basta que se
mantenha o radical das formas primitivas e a ele se acrescentem as desinências correspondentes.
FORMA PRIMITIVA
FORMAS DERIVADAS
VERBO VER
presente do
indicativo
1ª pessoa do
singular
eu vejo
presente do
subjuntivo
eu veja
tu vejas
ele veja
nós vejamos
vós vejais
eles vejam
presente
do
subjuntivo
eu veja
tu vejas
ele veja
nós vejamos
vós vejais
eles vejam
imperativo
negativo
não
não
não
não
não
pretérito
mais-queperfeito
do
indicativo
pret. perfeito do
indicativo
3ª pessoa do
plural
eles viram
pretérito
imperfeito
do
subjuntivo
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vejas (tu)
veja (você)
vejamos (nós)
vejais (vós)
vejam (vocês)
eu vira
tu viras
ele vira
nós víramos
vós víreis
eles viram
eu visse
tu visses
ele visse
nós víssemos
vós vísseis
eles vissem
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pret. perfeito do
indicativo
3ª pessoa do
plural
futuro do
subjuntivo
eu vir
tu vires
ele vir
nós virmos
vós virdes
eles virem
VERBO CABER
Infinitivo
impessoal
caber
Futuro do
presente
do
indicativo
caberei
caberás
caberá
caberemos
cabereis
caberão
Futuro do
pretérito
do
indicativo
caberia
caberias
caberia
caberíamos
caberíeis
caberiam
Infinito
pessoal
caber
caberes
caber
cabermos
caberdes
caberem
Gerúndio
cabendo
Particípio
Cabido
(nos
verbos
de
2ª.conjugação, a vogal temática
passou de “e” para “i”, por
influência da vogal temática da
3ª.conjugação - IR)
Agora, experimente com outros verbos irregulares, como os verbos trazer, vir, fazer,
pedir, caber e outros.
TRAZER –
TRAGO
TRAGA
TROUXERAM
VIR FAZER -
VENHO
VENHA
VIERAM
VIERA /VIESSE / VIER
FAÇO
FAÇA
FIZERAM
PEDIR -
TROUXERA /TROUXESSE /TROUXER
PEÇO
FIZERA / FIZESSE / FIZER
PEÇA
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PEDIRAM
CABER -
CAIBO
PEDIRA / PEDISSE / PEDIR
CAIBA
COUBERAM
COUBERA / COUBESSE / COUBER
CUIDADO COM A CONJUGAÇÃO DE ALGUNS VERBOS!!!
VERBOS PERIGOSOS
- REQUERER - não é derivado do QUERER. No presente do indicativo: requeiro,
requeres, requer... e no presente do subjuntivo: requeira, requeiras, requeira...
Os demais tempos seguem o modelo do paradigma BEBER.
- PRECAVER-SE - não é derivado do VER. É defectivo. No presente do indicativo, só se
conjuga nas 1ª e 2ª pessoas do plural: precavemos, precaveis. Consequentemente,
por não haver a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, não há presente do
subjuntivo. Os demais tempos seguem o modelo do paradigma BEBER.
- REAVER - É derivado do HAVER, mas só se conjuga quando houver a letra V na
conjugação do “haver”. Assim, no presente do indicativo, só existem as formas da 1ª e
2ª pessoas do plural: reavemos, reaveis. Como não possui a 1ª pessoa do singular do
presente do indicativo, não apresenta presente do subjuntivo.
No pretérito perfeito, conjuga-se:
reouvestes, reouveram
reouve,
reouveste,
reouve,
reouvemos,
- PROVER - Não é derivado do VER, apesar de coincidir na 1ª pessoa do singular do
presente do indicativo e do subjuntivo.
Pres.indicativo: provejo, provês, provê,...
Pres.subjuntivo: proveja, provejas, proveja,...
Pret. perfeito: provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
- VIGER – É defectivo. Não possui, no pres.indicativo, a 1ª pessoa do singular. Logo,
não há Pres.Subjuntivo nem Imperativo. Nas demais, conjuga-se como BEBER.
Vamos analisar outras conjugações especiais.
1. VERBOS TERMINADOS EM HIATO:
–UIR, exceto no caso dos defectivos (verbos que não possuem todas as formas de
conjugação, como ruir), os verbos terminados em –UIR apresentam duas formas de
conjugação:
1ª) O paradigma será POSSUIR (o radical é possu) – De acordo com esta regra,
classificam-se praticamente todos os verbos com essa terminação. Nas 2ª e 3ª do
singular trocam a letra ‘e’ da conjugação regular (como em ‘partir’) pela letra ‘i’.
Mantêm as demais conjugações inalteradas em relação à conjugação do verbo
paradigma ‘partir’: possuo, possuis, possui, possuímos, possuís, possuem.
Dessa forma, conjugam verbos como OBSTRUIR, AFLUIR, INFLUIR, ANUIR, ARGUIR
(respeitada a acentuação), CONCLUIR, DISTRIBUIR, INCLUIR
2ª) CONSTRUIR (o radical é constru) e DESTRUIR (o radical é destru)– São verbos
abundantes. Além da forma regular de conjugação (igual à do verbo POSSUIR: construo,
construis, construi, construímos, construís, construem), mais comum em Portugal,
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apresenta também a conjugação irregular, bastante usada no Brasil, em que as 2ª e 3ª
pessoas do singular do Presente do Indicativo formam o ditongo aberto “ói": construo,
constróis, constrói, construimos, construís, constroem, da mesma forma que os
verbos terminados em -OER.
–OER: As 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo formam o ditongo
aberto ‘ói’. As demais pessoas, em todos os outros tempos verbais seguem o paradigma
‘beber’, respeitadas as devidas acentuações tônicas.
Na hora de escolher um exemplo, lembrem que DOER (sentir dor) e SOER (costumar,
ter hábito de) são defectivos e só se conjugam nas terceiras pessoas.
Exemplos: MOER (o radical é MO-): môo, móis, mói, moemos, moeis, moem
–EAR: recebem a letra ‘i’ nas formas rizotônicas (sílaba tônica no radical). Nas demais,
segue o paradigma ‘falar’. Exemplo: pentear (radical PENTE-).
A sílaba tônica foi sublinhada.
Pres.indicativo - penteio, penteia, penteia, penteamos, penteais, penteiam
Pres.subjuntivo – penteie, penteies, penteie, penteemos, penteeis, penteiem
Pret.perfeito: penteei, penteaste, penteou, penteamos, penteastes, pentearam
–IAR: os verbos dessa terminação são regulares, ou seja, seguem a conjugação do
paradigma ‘falar’. Exemplos:
ADIAR (radical ADI-) – Pres.Indicativo: adio, adias, adia, adiamos, adiais, adiam
VARIAR (radical VARI-) - Pres.Indic.: vario, varias, varia, variamos, variais, variam
Dessa mesma forma, conjugam-se os verbos ARRIAR, MAQUIAR, VICIAR.
Por isso, nada de “VAREIA”, senão “VICEIA”!!! Como vimos, esses verbos são
REGULARES.
Mas, então, por que será que tanta gente se engana? Porque ocorre uma
“contaminação” com os verbos terminados em “EAR”, como “pentear”, apresentado
acima.
No entanto, há cinco verbos terminados em -IAR que recebem a letra ‘e’ nas formas
rizotônicas (formas em que a sílaba tônica recai no radical), como no presente do
indicativo e presente do subjuntivo. Suas iniciais formam o anagrama M-A-R-I-O:
Mediar (e derivados, como intermediar), Ansiar, Remediar, Incendiar, Odiar
Pres.Indicativo: intermedeio, intermedeias, intermedeia, intermediamos, intermediais,
intermedeiam
Para facilitar, lembre-se da conjugação do verbo ODIAR, o mais comum deles.
2. VERBOS “DERIVADOS” DE ÁGUA (DESAGUAR, ENXAGUAR) E OUTROS
TERMINADOS EM –UAR ( APAZIGUAR, AVERIGUAR) E –UIR (DELINQUIR)
Com o Acordo Ortográfico, passaram a ser aceitas duas formas de conjugação dos
verbos terminados em –UAR / -UIR:
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a) com a pronúncia do “u”, sem acento: a-ve-ri-GU-e / en-xa-GU-e / de-lin-QU-em
(com força no “u”, como se fosse escrita com “c”, no último caso);
b) com acento (e pronúncia tônica) nas vogais “a” e “i” dos radicais: a-ve-rí-gue /
en-xá-gue / de-lín-quem
Além disso, lembre-se de que o trema foi abolido, mas a pronúncia do “u” átono, quando
for o caso, permanece: “averígue" (güe).
Outra mudança foi a supressão do acento agudo em “averigúe” e “argúi”, que agora
passam a ser registrados como “averigue" e “argui” (com o “u” tônico).
VOZES DO VERBO
Voz ativa
Sujeito pratica a ação expressa pelo verbo: sujeito agente (ativo).
O presidente decretou a reforma econômica.
Voz passiva
O verbo principal deve ser transitivo direto ou transitivo direto e indireto. Sujeito recebe
(sofre) a ação expressa pelo verbo: sujeito paciente (passivo). A voz passiva pode ser:
a) Analítica: (análise é uma coisa demorada, longa, comprida...) É construída com
verbo auxiliar (ser, estar) + particípio do verbo principal.
Por ser “longa” (analítica), possui locução verbal (que pode ser formada com dois ou até
mesmo três verbos) e pode apresentar o agente da passiva, elemento que efetivamente
pratica a ação verbal. Você notou como essa construção é grande?! Basta comparar com
a seguinte – a voz passiva sintética.
A reforma econômica foi decretada pelo presidente.
b) Sintética: (síntese é uma coisa breve, resumida) É construída com verbo principal +
SE (pronome apassivador ou partícula apassivadora).
Note que essa construção é tão resumida que emprega somente UM verbo e dispensa o
agente da passiva.
Decretou-se a reforma econômica.
Como veremos na aula de concordância, são muitas as questões de prova que exploram
a concordância verbal em voz passiva sintética.
Voz reflexiva
Construída com o verbo e um pronome reflexivo. O sujeito é agente e paciente ao
mesmo tempo.
A jovem vaidosa olhava-se no espelho a todo momento.
Voz recíproca (destaque feito por Evanildo Bechara)
Construída com verbo e um pronome recíproco. Os sujeitos são agentes e pacientes, ao
mesmo tempo.
Mãe e filho fitavam-se carinhosamente.
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TRANSPOSIÇÃO DE VOZES VERBAIS
São muitas as questões de provas que abordam a transposição da voz ativa para a
passiva, ou vice-versa.
Por isso, vamos verificar o procedimento necessário para essa transformação.
O termo que exercia a função sintática de objeto direto na voz ativa será o sujeito
da voz passiva.
No lugar de um verbo (ou uma locução verbal), teremos uma locução verbal com ideia
de passividade (inclusão do verbo SER/ESTAR).
O elemento que exercia a função de sujeito da voz ativa será, na voz passiva analítica,
o agente da passiva.
Não há alteração nos demais complementos, como objeto indireto, predicativo do objeto
ou complementos adverbiais, que continuarão a exercer as mesmas funções.
Veja o esquema abaixo:
VOZ ATIVA
O professor
deu
o livro
ao aluno.
SUJEITO
VERBO
OBJETO
DIRETO
OBJETO
INDIRETO
(AGENTE)
VOZ
PASSIVA
ANALÍTICA
O livro
foi dado
pelo professor
SUJEITO
(PACIENTE)
LOCUÇÃO
VERBAL
AGENTE
PASSIVA
VOZ
PASSIVA
SINTÉTICA
O livro
deu-se
-
ao aluno.
DA
OBJETO
INDIRETO
ao aluno.
Na passiva sintética, normalmente o verbo antecede o sujeito,
formando: Deu-se o livro ao aluno.
Cuidados que devem ser tomados na transposição:
- identificar corretamente o objeto direto da voz ativa, elemento que
exercerá a função de sujeito da voz passiva e com o qual o verbo irá
concordar;
- realizar a concordância verbal corretamente;
- manter a conjugação do verbo auxiliar da locução passiva no mesmo
tempo e modo do verbo apresentado na voz ativa.
Veja, agora, uma questão de prova em que a ESAF explorou brilhantemente esse
assunto:
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(ESAF / ACE / 2002)
Entre os males que afligem a sociedade brasileira o contrabando é, sem dúvida, um dos
mais sérios, sobretudo porque dele decorrem inúmeros outros. Observa-se, no dia-a-dia,
que o contrabando já faz parte da rotina das cidades, tanto nas atividades informais
quanto no suprimento da rede formal de comércio, tomando o lugar de produtos
legalmente comercializados. Os altos lucros que essas atividades ilícitas proporcionam,
aliados ao baixo risco a que estão sujeitas, favorecem e intensificam a formação de
verdadeiras quadrilhas, até mesmo com participação de empresas estrangeiras. São
organizações de caráter empresarial, estruturadas para promover tais práticas nos mais
variados ramos de atividade.
(Adaptado de www.unafisco.org.br, 30/10/2000)
- A estrutura “Observa-se”(l.2) corresponde, semanticamente, a Foi observado.
Este item estava INCORRETO, pois o verbo originalmente, na voz passiva pronominal,
apresentava-se no presente do indicativo (“Observa-se”), e na voz passiva analítica foi
empregado no pretérito perfeito do indicativo (“Foi observado”). Erro na transposição da
voz passiva sintética para a analítica, em virtude da alteração do tempo verbal.
DIFERENÇA ENTRE VERBOS REFLEXIVOS E VERBOS PRONOMINAIS
Os verbos reflexivos indicam que o sujeito ao mesmo tempo pratica e sofre a ação
verbal. O pronome exerce a função sintática de complemento verbal (objeto direto ou
indireto).
Eu me cortei com a faca.
Ele se veste muito bem.
Esses verbos podem ser usados sem o valor reflexivo, com outro objeto que não o
pronome:
Eu cortei o braço com a faca.
Ele veste o seu filho muito bem.
Já os verbos pronominais apresentam o pronome como parte integrante do verbo.
Esses verbos não admitem conjugação com outro objeto que não o pronome.
Eu me queixei do tratamento que recebi.
Ele sempre se arrepende do que faz.
Os pronomes que acompanham esses verbos não exercem nenhuma função sintática na
oração.
CORRELAÇÃO VERBAL
CORRELAÇÃO VERBAL consiste na articulação entre as formas verbais no período. Os
verbos estabelecem, assim, uma correspondência entre si.
Esse tipo de questão, normalmente, o candidato consegue acertar usando o “ouvido”.
Observe que alguma coisa parece estar errada na construção: “Se você se acomodasse
com a situação, ela se tornará efetiva.”. Isso acontece porque não houve correlação
entre a forma verbal da primeira oração (acomodasse) – que indica hipótese,
possibilidade - com a da segunda (tornará) – que indica certeza.
A título de curiosidade (e somente com esse propósito – nada de ficar decorando listas),
seguem alguns exemplos de construções corretas sob o aspecto de correlação verbal:
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a) “Exijo que me diga a verdade.” - presente do indicativo + presente do
subjuntivo
b)
“Exigi
que
me
pret.imperf.subjuntivo.
dissesse
c) “Espero que ele tenha
pret.perf.comp.subjuntivo.
d) “Gostaria que ele
perf.comp.subjuntivo
tivesse
a
feito
verdade.”
uma
vindo.”
–
boa
–
pret.perf.indicativo
prova.”
-
presente
fut.pretérito.ind.+
+
indic.+
pret.mais-que-
e) “Se você quiser o material, eu o trarei.” – futuro do subjuntivo + fut.presente
indicativo
f) “Se você quisesse o livro, eu o traria.” indicativo
pret.imperf.subj.+ fut.pretérito do
Mais um exemplo de correlação entre os verbos. Veremos na aula sobre concordância os
casos em que o verbo haver é impessoal. Um deles: indicação do tempo decorrido. Isso
significa que o verbo ficará na terceira pessoa do singular, qualquer que seja o seu
complemento (plural ou singular).
Esse verbo deve estar em harmonia temporal com os demais do período, isto é, se a
estrutura oracional aponta para um fato passado, o verbo haver também deverá ser
conjugado no passado.
Na edição da revista Veja sobre a morte de Cássia Eller, a manchete foi:
“A polícia suspeita que um coquetel de droga, álcool e remédios matou a cantora, que
havia dois anos lutava para se livrar da dependência de cocaína”
Na época, houve uma enxurrada de perguntas (inclusive para a redação da revista)
sobre a correção dessa forma do verbo haver. Está CORRETÍSSIMA! Note que a
afirmação se refere a um fato passado (afinal, infelizmente ela já não estava mais viva
naquele momento). Assim, o tempo decorrido se encontrava concluído no passado, o
que justifica o emprego de “havia”, da mesma forma que a forma “lutava”.
Se a afirmação se referisse a um fato ainda atual: “Fulano há dois anos luta para se
livrar das drogas.”, todos os verbos se conjugariam no mesmo tempo verbal – presente
do indicativo.
Lembre-se: se o fato ainda é atual, o verbo que indica o tempo decorrido permanece no
presente; se o fato já é passado, o verbo que indica o tempo decorrido também vai para
o passado. Simples assim...
Vamos às questões de fixação. Mais uma vez, lembramos que são questões aplicadas
nos mais diversos concursos públicos do país.
Bons estudos a todos.
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QUESTÕES DE FIXAÇÃO
(NCE UFRJ/ADMINISTRADOR PIAUÍ/2006)
TEXTO - A SAÚDE E O FUTURO
Dráuzio Varella – Reflexões para o futuro
Ficaremos sobrecarregados, pagando caro pela ignorância e irresponsabilidade do
passado. Acharemos inacreditável não havermos percebido em tempo, por exemplo, que
o vírus da Aids, presente na seringa usada pelo adolescente da periferia para viajar ao
paraíso por alguns instantes, infecta as mocinhas da favela, os travestis da cadeia, as
garotas da boate, o meninão esperto, a menininha ingênua, o senhor enrustido, a mãe
de família e se espalha para a multidão de gente pobre, sem instrução e higiene. Haverá
milhões de pessoas com Aids, dependendo de tratamentos caros e assistência
permanente. Seus sistemas imunológicos deprimidos se tornarão presas fáceis aos
bacilos da tuberculose, que, por via aérea, irão parar nos pulmões dos que passarem por
perto, fazendo ressurgir a tuberculose epidêmica do tempo dos nossos avós. Sífilis,
hepatite B, herpes, papilomavírus e outras doenças sexualmente transmissíveis atacarão
os incautos e darão origem ao avesso da revolução sexual entre os sensatos.
No caldo urbano da miséria/sujeira/ignorância crescerão essas pragas modernas e
outras imergirão inesperadas. Estará claro, então, que o perigo será muito mais
imprevisível do que aquele representado pelas antigas endemias rurais: doença de
Chagas, malária, esquistossomose, passíveis de controle com inseticidas, casas de
tijolos, água limpa e farta.
Assustada, a sociedade brasileira tomará, enfim, consciência do horror que será pôr
filhos em um mundo tão inóspito. Nessas condições é provável que se organize para
acabar com as causas dessas epidemias urbanas. Modernos hospitais sem fins
lucrativos, dirigidos por fundações privadas e mantidos com o esforço e a vigilância das
comunidades locais, poderão democratizar o atendimento público. Eficientes programas
de prevenção, aplicados em parceria com instituições internacionais, diminuirão o
número de pessoas doentes.
Então virá a fase em que surgirão novos rebeldes sonhadores, para enfrentar o desafio
de estender a revolução dos genes para melhorar a qualidade de vida dos que morarem
na periferia das grandes cidades ou na imensidão dos campos brasileiros.
1 - Como o texto tem um tom de profecia, a construção dessas previsões se apóia
fundamentalmente:
(A) no emprego do futuro do presente;
(B) na abordagem de temas ainda desconhecidos;
(C) na antevisão de um futuro sombrio;
(D) na condenação do atraso social e cultural;
(E) na utilização de expressões de dúvida.
2 - (NCE UFRJ / INPI - ANALISTA MARCAS / 2005)
“... desses mesmos sentimentos que têm levado o Brasil à beira do abismo,...”; a forma
verbal têm levado indica uma ação:
(A) que já terminou;
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(B) anterior a outra ação passada;
(C) habitual no passado;
(D) iniciada no passado que continua no presente;
(E) iniciada no presente que continua no futuro.
3 - (NCE UFRJ / Inspetor de Polícia / 2001)
TEXTO - DROGAS: A MÍDIA ESTÁ DENTRO
Eugênio Bucci
Há poucos dias, assistindo a um desses debates universitários que a gente pensa que
não vão dar em nada, ouvi um raciocínio que não me saiu mais da cabeça. Ouvi-o de um
professor – um professor brilhante, é bom que se diga.
Ele se saía muito bem, tecendo considerações críticas sobre o provão. Aliás, o debate
era sobre o provão, mas isso não vem ao caso. O que me interessou foi um comentário
marginal que ele fez – e o exemplo que escolheu para ilustrar seu comentário. Primeiro,
ele disse que a publicidade não pode tudo, ou melhor, que nem todas as atitudes
humanas são ditadas pela propaganda. Sim, a tese é óbvia, ninguém discorda disso,
mas o mais interessante veio depois. Para corroborar sua constatação, o professor
lembrou que muita gente cheira cocaína e, no entanto, não há propaganda de cocaína
na TV. Qual a conclusão lógica? Isso mesmo: nem todo hábito de consumo é ditado pela
publicidade.
A favor da mesma tese, poderíamos dizer que, muitas vezes, a publicidade tenta e não
consegue mudar os hábitos do público. Inúmeros esforços publicitários não resultam em
nada. Continuemos no campo das substâncias ilícitas. Existem insistentes campanhas
antidrogas nos meios de comunicação, algumas um tanto soporíferas, outras mais
terroristas, e todas fracassam. Moral da história? Nem que seja para consumir produtos
químicos ilegais, ainda somos minimamente livres diante do poder da mídia. Temos
alguma autonomia para formar nossas decisões.
Tudo certo? Creio que não. Concordo que a mídia não pode tudo, concordo que as
pessoas conseguem guardar alguma independência em sua relação com a publicidade,
mas acho que o professor cometeu duas impropriedades: anunciou uma tese fácil
demais e, para demonstrá-la, escolheu um exemplo ingênuo demais.
Embora não vejamos um comercial promovendo explicitamente o consumo de cocaína,
ou de maconha, ou de heroína, ou de crack, a verdade é que os meios de comunicação
nos bombardeiam, durante 24 horas por dia, com a propaganda não de drogas, mas do
efeito das drogas. A publicidade, nesse sentido, não refreia, mas reforça o desejo pelo
efeito das drogas. Por favor, não se pode culpar os publicitários por isso – eles, assim
como todo mundo, não sabem o que fazem.
“A favor da mesma tese, PODERÍAMOS dizer que...”; o uso do futuro do pretérito, nesse
segmento, indica:
a) uma hipótese;
b) uma forma polida de presente;
c) uma possibilidade não realizada;
d) ação posterior ao tempo em que se fala;
e) incerteza sobre fatos passados.
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4 - (NCE UFRJ / MPE RJ / 2001)
TEXTO - RACISMO
O Globo, 13/7/01
A imprensa brasileira vem noticiando uma proposta milionária do Lazio da Itália, que
pretende adquirir o passe do zagueiro Juan por 10 milhões de dólares.
Este é o time cuja torcida já agrediu o jogador brasileiro Antonio Carlos, do Roma, e
perdeu o mando de campo por incitamento racista em pleno estádio.
Aqui fica uma sugestão a este jovem negro, atleta brasileiro de 22 anos, com um
brilhante futuro profissional: recuse o convite e não troque o Brasil pela Itália, pois
moedas não resgatam a dignidade. Diga não aos xenófobos e racistas.
Considerando que a ação de agredir o jogador brasileiro Antonio Carlos ocorreu antes de
o Lazio perder o mando do campo, ação também passada, o verbo agredir deveria estar
no:
a) mais-que-perfeito do indicativo;
b) imperfeito do indicativo;
c) futuro do pretérito;
d) imperfeito do subjuntivo;
e) presente do subjuntivo.
5 - (NCE UFRJ / ARQUIVO NACIONAL Agente Adm./2006)
TEXTO - Racismo, discriminação, preconceito... Colocando os pingos nos “is”
Maria Aparecida da Silva
Recentemente assisti ao programa esportivo Cartão Verde, da TV Cultura, no qual se
discutia, de maneira tímida, a discriminação racial que um jogador branco do Palmeiras
(Paulo Nunes) teria praticado contra dois jogadores negros, Rincón (Corinthians) e
Wagner (São Paulo), em momentos distintos. Havia controvérsias quanto à veracidade
dos fatos, quanto à sinceridade dos protagonistas, quanto à oportunidade ou
oportunismo das denúncias. Mas o que de fato despertou minha atenção foi a
relativização do racismo presente no futebol brasileiro. Os cronistas utilizavam a todo
tempo a expressão preconceito, quando as situações em foco constituíam, na verdade,
práticas de discriminação racial.
A autora não afirma com segurança, no primeiro parágrafo, que o jogador Paulo Nunes
cometeu um ato discriminatório; o meio lingüístico empregado para relativizar essa
afirmação é:
(A) a adjetivação de “tímida”, dada à discussão;
(B) o emprego do futuro do pretérito composto “teria praticado”;
(C) o discurso indireto;
(D) a inversão dos termos da frase;
(E) a utilização dos parênteses.
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6 - (FUNDEC / PRODERJ / 2002)
ESBOÇO DE UMA CASA
Casa fria, de apartamento. Paredes muito brancas, de uma aspereza em que não dá
gosto passar a mão. Aí moram quatro pessoas, com a criada, sendo que uma das
pessoas passa o dia fora, é menina de colégio.
Plantas, só as que podem caber num interior tão longe da terra (estamos em um décimo
andar), e apenas corrigem a aridez das janelas. Lá embaixo, a fita interminável de
asfalto, onde deslizam automóveis e bicicletas. E ao longo da fita, uma coisa enorme e
estranha, a que se convencionou dar o apelido de mar, naturalmente à falta de
expressão sintética para tudo o que há nele de salgado, de revoltoso, de boi triste, de
cadáveres, de reflexos e de palpitação submarina.
Do décimo andar à rua, seria a vertigem, se chegássemos muito à janela, se nos
debruçássemos.
Mas adquire-se o costume de olhar só para a frente ou mais para cima ainda. Então
aparecem montanhas, uma estátua de pedra que é às vezes cortada pelo nevoeiro,
casas absurdas dançando - ou imóveis, após a dança - sobre precipícios. Há também um
coqueiro irreal, sem nenhum coco, despojado e batido de vento (que se diria um vento
bêbedo), no alto do morro, quase ao nível da casa.
(ANDRADE, C. Drummond de. Confissões de Minas. In Poesia e Prosa. 5 ed. Rio de
Janeiro: Nova Aguilar, 1979, p. 959.)
Na correlação entre os dois verbos sublinhados no trecho “Do décimo andar à rua, seria
a vertigem, se chegássemos muito à janela...” (linhas 15-16), o enunciador manifesta
uma atitude de:
A) certeza, pois sabe que o fato não pode acontecer;
B) subjetividade, pois não sabe se o fato tem possibilidade de acontecer;
C) dúvida quanto à possibilidade de um fato acontecer, pois não há hipótese de o outro
também acontecer;
D) certeza quanto à possibilidade de um fato acontecer, na condição de também o outro
acontecer;
E) descrença sobre a realização do fato, pois está condicionado à realização de outro
fato.
7 - (NCE UFRJ / INCRA / 2005)
A forma “envoltas”, em “envoltas num cambiante véu de nuvens”, corresponde ao
particípio irregular do verbo “envolver”, que também possui a forma “envolvido”. O
verbo abaixo que NÃO admite duplo particípio é:
(A) morrer;
(B) escrever;
(C) matar;
(D) pegar;
(E) eleger.
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8 - (NCE UFRJ / MPE RJ / 2001)
Noticiando é forma do gerúndio do verbo noticiar; a frase em que a forma verbal
destacada pode NÃO estar no gerúndio é:
a) As notícias estão chegando da Itália cada vez mais rapidamente;
b) Transformando-se o ódio em amor, acabam-se as guerras;
c) Vindo o resultado, os clientes começaram a protestar;
d) Os jogadores italianos estão reclamando dos estrangeiros;
e) O atleta viajou, completando sua missão.
9 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001)
O emprego do particípio verbal está errado em
A. O menino tinha matado a fome.
B. O diretor havia suspendido alguns auxiliares.
C. O ônibus tinha chego atrasado.
D. As pessoas estavam salvas.
10 - (CETRO / TCM SP / 2006)
Milton Friedman, agora com 92 anos de idade, é um daqueles economistas que não
pode ser acusado de simpatias esquerdistas. Suas credenciais conservadoras incluem o
título de papa do neoliberalismo, ferrenho defensor do mercado livre, republicano,
membro do Instituto Hoover e o Prêmio Nobel de Economia de 1985. É com essas
qualificações que Friedman tem defendido a polêmica proposta de legalização de todas
as drogas.
Em entrevista exclusiva à Folha, o economista voltou a sustentar que, se há algo que
deve ser eliminado, não são as drogas, mas o programa antidrogas dos EUA. Com base
num estudo recém-divulgado pela Universidade Harvard, segundo o qual os EUA
economizariam US$ 14 bilhões por ano se a maconha fosse legalizada (menos US$ 7,7
bilhões de despesas com policiamento e mais US$ 6,2 bilhões com impostos),
Friedman e outros 499 economistas enviaram a George W. Bush e ao Congresso norteamericano uma carta na qual pedem a liberação dessa droga.
Em termos filosóficos, a posição liberal do venerando economista é sustentável. Se
acreditamos que a liberdade é um valor a respeitar e cultivar – e cremos nisso –, então
a decisão sobre utilizar drogas, desde que tomada conscientemente, deveria ser
estritamente pessoal e intransferível. Se o Estado tem algum papel a exercer seria o de
regulamentar o comércio e zelar para que as pessoas recebam toda a informação
disponível a respeito dos perigos do consumo.
(...)
Sobre o terceiro parágrafo do texto acima, levando-se em consideração
recomendações da gramática normativa tradicional, JULGUE a afirmação que segue.
as
(A) no primeiro período, o termo “venerando” é forma verbal de gerúndio do verbo
“venerar” e faz parte, no texto, de uma oração subordinada reduzida de gerúndio.
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11 - (ESAF/AFC SFC/2002)
Assinale a opção gramaticalmente correta.
a) Sob a ótica de um Estado em particular – a despeito de a “Guerra Fiscal” do ICMS ser
prejudicial à nação –, há ganhos a serem obtidos se ouvesse um aumento conjuntural
de receita para o Estado.
b) Se todos os Estados parassem de conceder incentivos, todos ganhariam; mas se um
Estado se abstesse de tal política e os demais continuassem a praticá-la, esse perderia.
c) Tendo em vista a análise histórica da “Guerra Fiscal”, alguns autores propuseram uma
divisão de períodos que começam com a criação do ICM e chegam até a atualidade.
d) No primeiro período, o Governo Central tirou dos Estados a competência de instituir e
aumentar alíquotas dos impostos, e ficou estabelecido que couberiam tais atribuições
somente ao Senado.
e) Pressionado pelas disputas inter-regionais, o Governo Federal interviu no incipiente
mecanismo de concessão de incentivos, e, por meio de lei complementar, criou o
CONFAZ.
(Com base em artigo de André Eduardo da S. Fernandes & Nélio L. Wanderlei)
12 - (NCE UFRJ / ELETROBRÁS - Assistente Técnico Administrativo /2005)
“E tantas vezes vim aqui...”; a frase abaixo que apresenta uma forma INADEQUADA do
verbo VIR é:
(A) Hoje vimos aqui para visitar a velha casa;
(B) Amanhã virão outros a visitar a mesma casa antiga;
(C) Quando virem outros, a casa não será a mesma;
(D) Antigamente vinha muito a esta casa;
(E) Eles não têm vindo a esta casa.
13 - (NCE UFRJ / CVM / 2005)
“Se ele trabalhar, eu também trabalharei!”; a alternativa que tem uma frase com essa
mesma estrutura, mas com forma verbal EQUIVOCADA é:
(A) Se ele for, eu também irei;
(B) Se ele ver, eu também verei;
(C) Se ele quiser, eu também quererei;
(D) Se ele requerer, eu também requererei;
(E) Se ele couber, eu também caberei.
14 – (NCE UFRJ / CVM / 2005)
“Se ele lesse, eu também leria”; a alternativa que apresenta uma frase com essa
mesma estrutura, mas com forma verbal EQUIVOCADA é:
(A) Se ele trouxesse, eu também traria;
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(B) Se ele aprovasse, eu também aprovaria;
(C) Se ele pusesse, eu também poria;
(D) Se ele viesse, eu também viria;
(E) Se ele mantesse, eu também manteria.
15 - (NCE UFRJ/ ANTT / 2005)
Do segmento “onde havia estado anteriormente e morara algum tempo”, se
quiséssemos substituir a primeira forma verbal sublinhada a fim de que tivesse a mesma
forma simples da segunda, deveríamos escrever:
(A) estava;
(B) estaria;
(C) esteve;
(D) estivera;
(E) tinha estado.
16 - (FCC / TRE AP - Técnico Judiciário/ 2006)
Está corretamente flexionada a forma verbal sublinhada na frase:
(A) Se alguém propor medidas para economia de energia, que seja ouvido com atenção.
(B) Caso uma represa contenhe pouco volume de água, as turbinas da usina desligamse.
(C) Seria preciso que refizéssemos os cálculos da energia que estamos gastando.
(D) Só damos valor às coisas quando elas já escasseiaram.
(E) Se não determos os desperdícios, pagaremos cada vez mais caro por eles.
17 - (NCE UFRJ / Guarda Municipal /2002)
“E agora passemos a outro programa”; se nesta frase empregássemos o verbo
PASSEAR em lugar do verbo PASSAR, a forma equivalente seria:
a) passeiemos;
b) passeamos;
c) passeiamos;
d) passeemos;
e) passeiam.
18 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001)
O verbo "despedir-se" apresenta erro gráfico em:
A. Despedir-se-ão após o jantar.
B. Pedem que se despessam logo.
C. Não nos despediriam nessas circunstâncias.
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D. Despeço-me de todos amanhã.
19 - (Fundação José Pelúcio Ferreira / ICMS RO / 2006)
Há erro de conjugação verbal em:
a) Nas intervenções, sempre se apunham comentários maliciosos ao meu depoimento.
b) Trata-se de uma lei que vigiu na Primeira República e hoje revela-se anacrônica.
c) Encontrou-se ontem com a pessoa que delatara à polícia há dois meses.
d) Não se pode admitir que o Direito sobresteja o curso dos fatos sociais.
e) Disse-me ele que eu às vezes pretiro os limites do bom senso.
20 - (CESGRANRIO / BNDES – ADVOGADO / 2004)
Marque a opção em que a lacuna pode ser adequadamente preenchida com uma forma
simples flexionada do verbo entre parênteses.
(A) É provável que muitas empresas _____ com as novas medidas econômicas. (falir)
(B) Atualmente, todos se _____ contra as oscilações decorrentes de planos mal
sucedidos. (precaver)
(C) Nós _____ todos os documentos e contrato perdidos durante a mudança, na semana
passada. (reaver)
(D) É uma pena que o vice-presidente da empresa _____ por causa de pequenos
problemas. (explodir)
(E) Os funcionários ficarão mais bem dispostos caso a firma _____ as salas de cores
claras. (colorir)
21 - (FUNDEC / TJ MG / 2002)
Tendo em conta a flexão verbal, é CORRETO afirmar que as formas PROVÉM, PROVEM,
PROVÊEM E PROVÊM referem-se, respectivamente, aos
seguintes verbos:
a) prover, provir, provar e provir
b) provir, provar, prover e provir
c) provar, prover, provir e prover
d) provir, provar, provir e prover
22 - (FUNDEC / TJ MG / 2002)
Assinale a alternativa que complete CORRETAMENTE as lacunas das sentenças abaixo.
Caso haja qualquer irregularidade, __________ as eleições. (impugnar)
O condenado foi __________________ diante de uma multidão. (decapitar)
O governo quer que se _______________ as causas do acidente. (averiguar)
a) impúgno – decaptado – averigüe
b) impugno – decapitado – averigúem
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c) impuguino – decapitado – averígüem
d) impugno – decaptado – averigüem.
23 – (NCE UFRJ / INCRA / 2005)
Na frase – Vem pra CAIXA você também – há um erro gramatical que já foi bastante
comentado; o desvio da norma culta, neste caso, está:
(A) no uso de “pra” em lugar de “para”;
(B) na grafia em maiúsculas do vocábulo CAIXA;
(C) no tratamento íntimo “você” em lugar de “o senhor”;
(D) o uso do imperativo, com um tom inadequado de ordem;
(E) a mistura de tratamentos.
24 - (FUNDEC / TRT 1ª.Região / 2003)
Considere a flexão do verbo sublinhado no trecho "Os trabalhadores se submetem a
formas mais ou menos intensas de desvalorização da força de trabalho..." (linhas 12-14)
e, em seguida, analise o mesmo verbo flexionado nas frases abaixo.
Pode-se afirmar que o referido verbo está flexionado de forma INCORRETA na opção:
A) Trabalhador, jamais te submeta a formas mais ou menos intensas de desvalorização
da força de trabalho.
B) Trabalhadores, não se submetam a formas mais ou menos intensas de desvalorização
da força de trabalho.
C) Não somos trabalhadores que nos submetamos a formas mais ou menos intensas de
desvalorização da força de trabalho.
D) Jamais como trabalhador se submetera a formas mais ou menos intensas de
desvalorização da força de trabalho.
E) Constantemente submetemo-nos a formas mais ou menos intensas de desvalorização
da força de trabalho.
25 - (FGV / ICMS MS - Fiscal de Rendas /2006)
Passando a fala "Adivinhe" para a forma de tratamento vós, obtém-se:
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(A) Adivinhais.
(B) Adivinhai.
(C) Adivinheis.
(D) Adivinhei.
(E) Adivinde.
26 - (NCE UFRJ / PCRJ / 2002)
Se a forma verbal Tenha estivesse na forma negativa da mesma pessoa do imperativo,
sua forma correta seria:
a) não tem;
b) não tenhas;
c) não tende;
d) não tenha;
e) não tens.
27 - (FGV / ICMS MS – TTI / 2006)
Aqui há plantas que dão duas, três safras por ano.
Substituindo-se a forma verbal do trecho acima por outra, só não se respeitou a norma
culta em:
(A) Aqui existem plantas que dão duas, três safras por ano.
(B) Aqui deve haver plantas que dão duas, três safras por ano.
(C) Aqui podem existir plantas que dão duas, três safras por ano.
(D) Aqui há de existir plantas que dão duas, três safras por ano.
(E) Aqui pode haver plantas que dão duas, três safras por ano.
28 - (ESAF / ACE / 1998) – Mantida grafia original da prova
A diplomacia econômica dos Estados Unidos consagrou a idéia de grandes mercados
emergentes (Big Emerging Markets). Países como a China, o Brasil, a Índia, a Coréia do
Sul ou a Indonésia, os maiores entre os grandes, reuniram oportunidades e vantagens
excepcionais. Deveriam tornarem-se(A) alvos de uma diplomacia econômica ofensiva e
insistente cujos(B) objetivos incluiriam a abertura comercial e o aumento do
investimento estrangeiro. Entre os grandes, a Índia é dos maiores. Há previsões de
crescimento populacional que colocam(C) os indianos à frente(D) dos chineses em um
horizonte(E) de 25 anos.
(Baseado em Gilson Schwartz, Folha de São Paulo, 8/03/1998)
a) A
b) B
c) C
d) D
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e) E
29 - (FCC / TRE AP - Técnico Judiciário/ 2006)
Transpondo-se para a voz passiva a frase Ele gasta dinheiro que nem água, a forma
verbal resultante será
(A) será gasta.
(B) foi gasta.
(C) está sendo gasto.
(D) será gasto.
(E) é gasto.
30 - (FUNDEC / TRT 2ª Região / 2003)
Passando-se para a voz ativa e mantendo-se o sentido original, a oração “Com verba do
Estado, 18 composições já estão sendo reformadas” (linhas 5-6) deve ter a forma
expressa na opção:
A) Já estão reformando 18 composições com recursos do tesouro estadual.
B) O Estado, com recursos próprios, já está reformando 18 composições.
C) Já estão sendo reformadas pelo Estado, com recursos do tesouro, 18 composições.
D) 18 composições já estão sendo reformadas com recursos próprios do Estado.
E) Através da verba do Estado estão reformando 18 composições.
31 - (FUNDAÇÃO JOÃO GOULART/PGM RJ/2004)
“O martelo de percussão é confundido com um instrumento ameaçador.”
Em voz ativa, essa frase do texto seria escrita da seguinte maneira:
A) Confunde-se o martelo de percussão com um instrumento ameaçador.
B) Um instrumento ameaçador confundiu-se com o martelo de percussão.
C) Confundem o martelo de percussão com um instrumento ameaçador.
D) Um instrumento ameaçador é confundido com o martelo de percussão.
32 - (NCE UFRJ / Inspetor de Polícia / 2001)
“nem todo hábito de consumo é ditado pela publicidade.”; colocando-se esse segmento
do texto na voz ativa, temos como forma adequada:
a) a publicidade não dita todo hábito de consumo;
b) a publicidade dita todo hábito de consumo;
c) o hábito de consumo dita a publicidade;
d) o hábito de consumo não dita a publicidade;
e) nem toda publicidade dita todo hábito de consumo.
33 - (NCE UFRJ / TRE RJ Auxiliar Judiciário / 2001)
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Na voz passiva, a forma correta da frase “o lenhador quebrou o silêncio” é:
a) quebraram o silêncio;
b) quebrou-se o silêncio;
c) quebrou-se o silêncio pelo lenhador;
d) o silêncio foi quebrado pelo lenhador;
e) o silêncio era quebrado pelo lenhador.
34 - (NCE UFRJ / INCRA / 2005)
“Se você é assalariado... tem crédito”; a alternativa abaixo que mostra uma
concordância INADEQUADA entre os tempos verbais é:
(A) Se você fosse assalariado... teria crédito;
(B) Se você for assalariado... terá credito;
(C) Se você foi assalariado... teve crédito;
(D) Se você tivesse sido assalariado... teria tido crédito;
(E) Se você seja assalariado... tem crédito.
35 - (NCE UFRJ / CVM / 2005)
NÃO há a devida correlação temporal das formas verbais em:
(A) Seria conveniente que o time ficasse sem saber quem era o adversário;
(B) É conveniente que o time ficaria sem saber quem é o adversário;
(C) Era conveniente que o time ficasse sem saber quem foi o adversário;
(D) Será conveniente que o time fique sem saber quem é o adversário;
(E) Foi conveniente que o time ficasse sem saber quem era o adversário.
36 - (ESAF / AFC SFC / 2000)
Assinale a opção em que a correlação entre tempos e modos verbais constitui erro de
sintaxe.
a) Há pelo menos dois séculos, desde que Adam Smith inaugurou a profissão, os
economistas consomem boa parte de seu tempo, enaltecendo os benefícios do livre
comércio e pregando a liberdade econômica.
b) O mundo perfeito, garantem, é aquele em que não há nenhum tipo de obstáculo ao
fluxo de mercadorias, pessoas e idéias.
c) Deixada sem amarras, a economia funcionaria de maneira harmoniosa, regida por
uma mão invisível que a fazia viver sempre em equilíbrio.
d) Presa, seria como uma máquina com areia nas engrenagens, cujo atrito traria
desperdício de energia e empobreceria os cidadãos.
e) A virada do milênio reservou um paradoxo e tanto para os seguidores do economista
escocês. Nunca como agora o mundo aderiu com tanta garra a suas teses.
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37 - (ESAF/AFT/2006)
No atual estágio da sociedade brasileira, se se deseja um regime democrático, não basta
abolir a necessidade de bens básicos. É necessário que o processo produtivo seja capaz
de continuar, com eficiência, a produção e a oferta de bens considerados supérfluos.
Em se tratando de um compromisso democrático, uma hierarquia de prioridades deve
colocar o básico sobre o supérfluo. O que deve servir como incentivo para a proposta de
casar democracia, fim da apartação e eficiência econômica em geral é o fato de que o
potencial econômico do país permite otimismo quanto à possibilidade de atender todas
essas necessidades, dentro de uma estratégia em que o tempo não será muito longo.
(Adaptado de Cristovam Buarque, Da modernidade técnica à modernidade ética, p.29)
Julgue o item a seguir.
- Substituir o conectivo de valor condicional “se” (l.1) por caso, resultando em: caso
se.
38 - (CESPE UNB / AGU / 2002)
A minha firme convicção é que, se não fizermos todos os dias novos e maiores esforços
para tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não tivermos sempre presente a idéia de
que a escravidão é a causa principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos e
fraquezas nacionais, o prazo que ainda tem de duração legal — calculadas todas as
influências que lhe estão precipitando o desfecho — será assinalado por sintomas
crescentes de dissolução social.
Joaquim Nabuco. O abolicionismo. In: Intérpretes do Brasil, v. I. Nova Aguilar, 2000, p.
148-51 (com adaptações).
Julgue a assertiva abaixo.
- As estruturas condicionais “se não fizermos” (l.1) e “se não tivermos” (l.2) podem ser
substituídas, respectivamente, por caso não façamos e caso não tenhamos, sem
prejuízo para a correção gramatical do texto.
39 - (NCE UFRJ / ANALISTA FINEP / 2006)
Na frase “O autor do texto pensa que a Terra se tornará inviável”, criada a partir do
tema do texto, a correspondência de tempos verbais INADEQUADA correspondente,
respectivamente, a pensa e se tornará é:
(A) pensou / se tornaria;
(B) tinha pensado / se tornaria;
(C) pensava / tornará;
(D) pensará / se tornará;
(E) teria pensado / se tornaria.
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40 - (NCE UFRJ / MPE RJ AUXILIAR / 2001)
“Se houvesse uma lei que proibisse...”; se, em lugar de SE, escrevêssemos QUANDO, as
formas verbais sublinhadas deveriam ser, respectivamente:
a) houver / proíba;
b) haver / proibisse;
c) haja / proibindo;
d) haver / proíba;
e) houver / proíbisse.
41 – (FUNRIO/PREF.CEL.FABRICIANO – Assistente Educacional / 2008)
Leia, atentamente, o seguinte fragmento de conferência do importante intelectual
italiano Umberto Eco, proferida na Universidade de Colúmbia (EUA), para comemorar o
qüinquagésimo aniversário da Liberação da Europa.
"(...) Em 1942, quando tinha dez anos, recebi o Primeiro Prêmio Provincial do Ludi
Juvenile (uma competição voluntário-compulsória para jovens fascistas italianos, isto é,
para todos os jovens italianos). Eu discorrera com destreza retórica sobre o tema
"Deveríamos morrer pela glória de Mussolini e pelo destino imortal da Itália?" Minha
resposta foi afirmativa. Eu era uma criança esperta.
Até que, em 1943, descobri o sentido da palavra Liberdade. Permitam-me contar essa
história no final da minha fala. Liberdade não significava Liberação.
Passei dois anos da minha infância entre soldados da SS, fascistas e comunistas
atirando uns nos outros, e aprendi como me esquivar das balas (...)
Em abril de 1945, a Resistência ocupou Milão. Dois dias mais tarde, chegaram ao
vilarejo onde eu vivia por então. Foi um momento de alegria. A praça central estava
tomada de gente cantando e agitando bandeiras, clamando por Mimo, o líder
guerrilheiro da região. Mimo apareceu no balcão da Prefeitura, apoiado em sua bengala,
pálido, e com uma das mãos tentava acalmar a multidão.
Eu estava ansioso por ouvir seu discurso, já que toda a minha infância tinha sido
marcada pelos discursos históricos de Mussolini - cujas passagens mais memoráveis
tínhamos que decorar na escola Silêncio. Mimo falava numa voz rouca, quase inaudível.
Ele disse: "Cidadãos, amigos. Depois de tantos sacrifícios dolorosos... aqui estamos.
Glória aos que tombaram pela liberdade".
E foi só. Ele entrou no edifício. A multidão gritava, os guerrilheiros levantavam suas
armas e disparavam rajadas festivas. Nós garotos corríamos para juntar as cápsulas,
itens preciosos numa coleção, mas eu também havia aprendido que liberdade de palavra
significa libertação de retórica (...)
(Tradução de Samuel Titan Jr. Transcrito do suplemento mais! Folha de São Paulo)
A expressão verbal tinha sido marcada, usada no primeiro período do quinto parágrafo
do texto, designa:
A) o tempo passado em relação ao momento em que o autor profere a palestra.
B) o tempo passado em relação ao momento em que Mimo vai discursar.
C) o tempo passado em relação ao momento de liberação da Itália.
D) o tempo passado em relação às lembranças de infância do autor .
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E) o tempo passado em relação ao momento da chegada dos guerrilheiros ao vilarejo.
42 – (FUNRIO/PREF.MARICÁ – ANALISTA SISTEMAS/2007)
“Não percebi que o senhor tinha chego”. No contexto em que tal enunciado comparece
no texto citado, aponta-se como erro a formação da locução verbal com o verbo
principal na forma de um suposto particípio irregular.
Assinale a única alternativa em que o verbo principal da locução verbal não admite o
particípio irregular:
A) Os amantes foram pegos pelo detetive.
B) O crime foi confesso pelos bandidos.
C) O candidato foi elegido, mas não assumiu o cargo.
D) Os nomes dos alunos são insertos na lista de chamada no primeiro dia de aula.
E) A documentação foi impressa assim que o funcionário chegou.
43 – (FUNRIO/FUNAI/2009)
Os verbos da frase "o mais honesto seria que os veículos da grande imprensa deixassem
claras suas preferências" (§ 6º) estão em suas formas simples. Uma das opções abaixo
transpõe os dois verbos para as formas compostas equivalentes, mantendo o mesmo
sentido da frase original. Assinale-a.
A) terá sido – pudessem deixar.
B) deveria ter sido – houvessem deixado.
C) poderia ser – começassem a deixar.
D) haveria sido – tivessem deixado.
E) precisava ser – passassem a deixar.
44 – (FUNRIO/FURP SP/2009)
Na frase, “Gostaríamos que, daqui por diante, parassem de repisar o passado”, a forma
verbal parassem
A) transmite a idéia de uma ação completamente concluída.
B) indica um fato incerto, praticamente impossível de acontecer.
C) anuncia uma ação que está ocorrendo no momento em que se fala.
D) contraria a ação proposta na oração principal.
E) expressa uma ação possível de se realizar no futuro.
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GABARITOS COMENTADOS DAS QUESTÕES DE FIXAÇÃO
1–A
ACORDO ORTOGRÁFICO: A palavra “apoia” não recebe mais acento agudo.
A expressão “um tom de profecia”, no enunciado, já dá a “deixa” para a resposta certa.
A partir do título da matéria (“Reflexões sobre o futuro”) se verifica que o autor
apresentará fatos que poderão ocorrer no futuro. Por isso, o texto se constrói
basicamente com verbos no futuro do presente do indicativo, apresentando um certo ar
de previsão.
2–D
O pretérito perfeito composto (tem levado) retrata fatos iniciados no passado que
apresentam duração até o momento presente (o que justifica a conjugação do verbo
auxiliar nesse tempo verbal). Essa questão vem afirmar o conceito desse tempo verbal
composto.
3–B
Precisamos ler o texto para perceber o intuito no emprego do tempo verbal em questão.
Em vez do futuro do pretérito, o verbo poderia se apresentar no presente do indicativo:
“A favor da mesma tese, PODEMOS dizer que...”. Contudo, o autor optou por uma forma
mais educada, polida de se dirigir ao leitor: “PODERÍAMOS”.
Perceba que a banca explorou também algumas outras possibilidades de emprego do
futuro do pretérito (hipótese, incerteza sobre fatos passados), motivo pelo qual tornouse necessária a transcrição do texto.
4–A
O tempo que indica um fato passado ocorrido antes de outro fato também no passado é
o pretérito mais-que-perfeito do indicativo. Uma possibilidade de construção do período
é: “A torcida do Lazio já agredira (ou a forma composta tinha agredido) o jogador
brasileiro Antonio Carlos, do Roma, quando o time perdeu o mando de campo por
incitamento racista em pleno estádio”.
5–B
ACORDO ORTOGRÁFICO: A palavra “linguístico” perdeu o trema.
Quando não se tem convicção acerca do que será pronunciado, pode-se usar o futuro do
pretérito simples ou composto.
Essa foi a forma utilizada pela autora do texto ao empregar: “a discriminação racial que
um jogador branco do Palmeiras (Paulo Nunes) teria praticado contra dois jogadores
negros”.
Note que essa incerteza é confirmada no período seguinte: “Havia controvérsias quanto
à veracidade dos fatos, quanto à sinceridade dos protagonistas, quanto à oportunidade
ou oportunismo das denúncias.”.
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Para não afirmar categoricamente a ocorrência de um crime, a autora usa a forma
verbal do futuro do pretérito composto e se mantém à margem de qualquer acusação,
apenas relatando os fatos.
6–D
É sempre bem-vinda a oportunidade de ler Drummond.
Nessa questão, a banca foi extremamente inteligente ao jogar com as palavras “certeza”
e “condição”.
Uma das possibilidades de emprego do futuro do pretérito do indicativo é estabelecer
uma hipótese (certeza de ocorrência) relacionada a uma condição (incerteza de
ocorrência). Desse modo, estabelece-se a relação entre o modo indicativo e subjuntivo.
A “indicação” apresentada no futuro do pretérito (modo indicativo) apresenta uma certa
incerteza, haja vista necessidade de a condição se realizar (modo subjuntivo).
No trecho “Do décimo andar à rua, seria a vertigem, se chegássemos muito à janela...”,
afirma-se que, se chegássemos junto à janela [CONDIÇÃO], teríamos vertigem
[HIPÓTESE].
O que define como correta a afirmação do item D (e não a opção E) é a certeza da
ocorrência do fato (ter vertigem) uma vez concretizada a condição (chegar junto à
janela).
7–B
Abordaremos, agora, as formas nominais.
Como vimos, alguns verbos possuem mais de uma forma válida para o particípio:
regular e irregular. Dentre os verbos apresentados na questão, o único que possui
somente uma forma (irregular) é o verbo escrever. Aliás, fizemos menção a ele na
nossa aula.
As formas participiais dos demais verbos são:
- MORRER – morrido (regular) e morto (irregular)
- MATAR – matado (regular) e morto (irregular)
[CURIOSIDADE: o particípio irregular morto tanto pode se referir ao verbo matar como
ao verbo morrer.]
- PEGAR – pegado (regular) e pego (irregular)
- ELEGER – elegido (regular) e eleito (irregular)
Lembrando que os particípios regulares são empregados nos tempos compostos com os
verbos TER e HAVER, enquanto que os particípios irregulares são usados nas locuções
verbais de voz passiva, com os verbos SER e ESTAR.
Os únicos verbos que admitem emprego indistinto (auxiliares TER, HAVER, SER ou
ESTAR) de qualquer forma participial (regular ou irregular) são GANHAR, GASTAR,
PEGAR E PAGAR (dois com P e dois com G).
8–C
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Como vimos em nossa aula, o verbo VIR (e seus derivados) apresentam uma única
forma tanto para o gerúndio quanto para o particípio: VINDO (intervindo, convindo,
advindo).
Por isso, a forma “Vindo o resultado” tanto pode estar no gerúndio como no particípio.
Note essa dupla possibilidade a partir da troca do verbo VIR por outro, como o
RECEBER:
Recebido o resultado, os clientes começaram a protestar. – oração reduzida de
particípio
Recebendo o resultado, os clientes começaram a protestar. – oração reduzida de
gerúndio
As demais formas apresentam-se no gerúndio e possuem forma participial distinta:
chegando (chegado), transformando (transformado), reclamando (reclamado),
completando (completado).
9–C
Essa questão é para os que acharam um absurdo nosso comentário sobre a forma do
particípio do verbo CHEGAR. Não sei em relação às demais regiões do Brasil, mas no Sul
do país é muito comum ouvir: “Ele não tinha chego ainda.”. Tanto isso deve ser comum
que a banca da Fundação Getúlio Vargas, uma das melhores do país, explorou esse
conceito.
Repetimos a lição: o verbo chegar apresenta uma ÚNICA forma de particípio: o regular
CHEGADO.
Por isso, a forma correta da opção C seria: O ônibus tinha chegado atrasado.
10 – ITEM INCORRETO
É verdade que a forma venerando é o gerúndio do verbo venerar. Contudo, no texto
(que transcrevemos apenas parcialmente), esse vocábulo tem valor adjetivo,
equivalente a “venerável”, “respeitável”.
É por esse motivo que gerúndio, particípio e infinitivo são chamadas FORMAS
NOMINAIS. Derivam de verbos, mas podem ser usadas como adjetivos, advérbios ou
substantivos.
11 – C
A partir de agora, nosso assunto passou a ser CONJUGAÇÃO VERBAL.
Está correta a conjugação do verbo PROPOR em “alguns autores propuseram”, pois esse
verbo é derivado do verbo PÔR e se conjuga por ele: eles puseram / eles propuseram.
Estão incorretas as formas verbais em:
a) “há ganhos a serem obtidos se ouvesse um aumento conjuntural” pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo HAVER.
houvesse,
b) “mas se um Estado se abstesse de tal política” – o verbo ABSTER é derivado do verbo
TER e se conjuga como ele: “se tivesse”
“se abstivesse”.
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d) “ficou estabelecido que couberiam tais atribuições somente ao Senado” – o verbo
CABER se conjuga, no futuro do pretérito do indicativo, caberiam.
Aliás, essa é a diferença entre o futuro do subjuntivo (couber) e o infinitivo
pessoal (caber): o primeiro deriva da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do
indicativo (couberam), formando “quando eles couberem”; já o segundo, deriva
do infinitivo impessoal: “para eles caberem”.
Na maior parte das vezes, especialmente nos verbos regulares, essas formas são
grafadas de modo idêntico: “quando eles chegarem” (fut.subjuntivo); “para eles
chegarem”(infinitivo pessoal).
Em outras, as formas são diferentes: TRAZER (“quando eles trouxerem” / “para
eles trazerem”), VER (“quando eles virem” / “para eles verem”), dentre tantas
outras.
Essa distinção é muito importante, pois muitas vezes, na linguagem do dia-a-dia,
nos verbos irregulares, acaba-se trocando uma pela outra.
e) “o Governo Federal interviu” – o verbo intervir é derivado do vir e se conjuga como
seu paradigma: ele veio / ele interveio.
12 – C
Dando sequência ao estudo das formas verbais primitivas e derivadas, vamos analisar
outra questão sobre o tópico. Está em foco, agora, o verbo VIR.
A forma verbal da opção C é o futuro do subjuntivo. Como revimos na questão anterior,
esse tempo verbal deriva da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo (eles
vieram).
Assim, a forma correta seria: “Quando vierem outros, a casa não será a mesma.”.
Em caso de dúvidas, reveja o quadro de formas primitivas / formas derivadas.
A opção “a”, que pode ter deixado muita gente em dúvida, apresenta a 1ª. pessoa do
singular do presente do indicativo: “nós vimos”, tempo indicado pelo advérbio “hoje”.
Não confundam com o pretérito perfeito desse verbo (viemos).
13 – B
O futuro do subjuntivo deriva da 3ª. pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.
Assim, no verbo VER, a forma primitiva será (eles) viram. Por isso, no futuro do
subjuntivo, a forma correta é “Se ele vir, eu também verei.”.
Veja como estão corretas as demais construções verbais:
FORMA PRIMITIVA
FORMA DERIVADA
3ª.pessoa plural – pret.perfeito
futuro do subjuntivo
IR
ELES FORAM
SE ELE FOR
QUERER
ELES QUISERAM
SE ELE QUISER
REQUERER
ELES REQUERERAM
SE ELE REQUERER
CABER
ELES COUBERAM
SE ELE COUBER
VERBO
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14 – E
Essa questão é idêntica à anterior. A diferença está no tempo verbal a ser analisado.
Agora, será o pretérito imperfeito do subjuntivo. Como vimos, esse tempo também
deriva da 3ª. pessoa do plural do pretérito perfeito, assim como o futuro do subjuntivo
(visto anteriormente).
Então, vamos ao quadro.
FORMA PRIMITIVA
FORMA DERIVADA
3ª.pessoa plural – pret.perfeito
pretérito imperfeito do
subjuntivo
TRAZER
ELES TROUXERAM
SE ELE TROUXESSE
APROVAR
ELES APROVARAM
SE ELE APROVASSE
PÔR
ELES PUSERAM
SE ELE PUSESSE
VIR
ELES VIERAM
SE ELE VIESSE
MANTER
ELES MANTIVERAM
SE ELE MANTIVESSE
VERBO
15 - D
O tempo verbal da locução verbal “havia estado” nada mais é do que o pretérito maisque-perfeito composto, construção em que o verbo auxiliar se conjuga no pretérito
imperfeito. Assim, estão em perfeita correlação os verbos das duas orações. O que o
examinador sugere, em suma, é que se substitua a forma composta pela simples:
estivera.
16 – C
Para não errar questões de conjugação verbal, devemos ter em mente sempre a dica do
PARADIGMA. Um verbo normalmente se conjuga como um outro parecido. Assim, na
dúvida, busque outro verbo (mais comum ao seu linguajar) cuja conjugação você
conheça e aplique a desinência no verbo desconhecido.
Vamos à prática:
a) O verbo PROPOR se conjuga como o verbo PÔR. Assim: “se alguém puser” leva a “se
alguém propuser”.
b) O verbo CONTER se conjuga como o verbo TER. Por isso: “caso uma represa tenha”
leva a “caso uma represa contenha”.
d) O verbo ESCASSEAR (que dificilmente usamos) se conjuga como o verbo PASSEAR.
Lembre-se de que esses verbos terminados em –EAR só recebem a letra “i” nas formas
rizotônicas, ou seja, quando a sílaba tônica recaia no radical. Bem, então: “elas já
passearam” leva a “elas já escassearam”. Note que o radical do verbo ESCASSEAR é
ESCASSE-, e a sílaba tônica recai fora do radical (escassearam), não devendo receber a
letra ‘i’.
e) O verbo DETER se conjuga como o verbo TER (novamente). Assim: “se não
tivermos” leva a “se não detivermos”.
Viu só como essa regra do paradigma é uma “mão na roda”?
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17 – D
Já falamos sobre a conjugação dos verbos terminados em –EAR na questão anterior,
mas não custa nada repetir. Afinal, esses exercícios são de FIXAÇÃO.
As formas rizotônicas (sílaba tônica no radical) dos verbos terminados em –EAR recebem
a letra “i”. Por isso: eu passeio, tu passeias, ele passeia, nós passeamos, vós passeais,
eles passeiam.
Vimos também que o presente do subjuntivo é um tempo verbal que busca o radical da
1ª.pessoa do singular do presente do indicativo.
Assim, o radical “passe” de “eu passeio” forma todo o presente do subjuntivo. Não se
esqueça de que continua valendo a regra da letra “i” nas formas rizotônicas.
A conjugação do verbo PASSEAR no presente do subjuntivo será: passeie / passeie /
passeie / passeemos / passeeis / passeiem
18 – B
Sabe aquela regrinha do paradigma? Veja só como ela ajuda em questões como essa,
de conjugação verbal.
O verbo DESPEDIR lembra muito um outro verbo. Com certeza você já adivinhou... o
verbo PEDIR. Então, sua conjugação segue a do seu paradigma: “que peçam” leva a
“que despeçam”.
E olha lá na opção D uma dica dessa forma: o presente do subjuntivo (despeçam) deriva
de qual forma mesmo??? Deriva da 1ª pessoa do singular do presente do indicativo:
DESPEÇO.
Bela ajuda que a banca deu para que você não errasse essa questão, não é?
19 – B
Muita gente nunca deve ter ouvido falar dessa banca examinadora (eu, pelo menos, só a
conheci agora). Ela foi a responsável pela prova para o ICMS de Rondônia,
recentemente aplicada.
Essa questão é o nosso mote para começarmos a falar sobre VERBOS DEFECTIVOS.
Lembrando: esses verbos apresentam defeito, ou seja, não possuem todas as formas de
conjugação. Esse defeito só aparece na conjugação do presente do indicativo e nas
formas dele derivadas (presente do subjuntivo, imperativo).
Na opção B, há erro na conjugação do verbo “viger”, que é defectivo. Este verbo não
possui a 1ª. pessoa do singular do presente do indicativo.
Nas demais formas, se conjuga como o verbo paradigma BEBER (ele bebeu / ele vigeu).
Assim, a forma correta seria: “Trata-se de uma lei que vigeu ...”.
As demais formas, que estão CORRETAS, são:
a) o pretérito imperfeito do indicativo do verbo APOR, que é derivado do verbo PÔR:
“sempre se punham” leva a “sempre se apunham”. Provavelmente você achou
HORROROSA essa forma ‘PUNHAM’, talvez até nunca a tenha usado. Mas está correta e
deve fazer parte do seu cotidiano a partir de hoje. Afinal, não é assim que as crianças
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fazem? Quando elas aprendem uma palavrinha nova, ficam-na usando constantemente.
Saia por aí falando “punham” pra lá, “apunham” pra cá...
c) A forma “delatara” é o pretérito mais-que-perfeito do verbo DELATAR.
d) O verbo “sobrestar”, que, no contexto, apresenta o sentido de “impedir”, “sustar”,
“retardar”, é derivado do verbo ESTAR. Assim, “não se pode admitir que o Direito
esteja” leva a “não se pode admitir que o Direito sobresteja”.
e) Essa opção enganou muita gente. Os que se lembraram da dica do paradigma
certamente acertaram. A forma “pretiro”, que causou estranheza a muita gente, é a
conjugação do verbo PRETERIR (deixar de lado), que se conjuga como seu paradigma
PREFERIR – eu prefiro
eu pretiro.
20 – C
O verbo reaver é conjugado no presente do indicativo nas formas em que o verbo
HAVER apresenta a letra “v”.
Vejamos, inicialmente, a conjugação do verbo HAVER, no presente do indicativo:
Eu hei / tu hás / ele há / nós havemos / vós haveis / eles hão.
Assim, o verbo HAVER só apresenta conjugação, no presente do indicativo, nas 1ª e 2ª
pessoas do plural.
O emprego do pronome “nós” na opção C fez com que essa fosse a resposta correta.
“Nós reavemos todos os documentos e contrato perdidos durante a mudança...”.
Vamos analisar as demais opções:
a) O verbo falir é defectivo e, assim como o verbo REAVER, no presente do indicativo,
só se conjuga com os pronomes NÓS e VÓS (nós falimos / vós falis).
b) O mesmo acontece com o verbo PRECAVER. Só existem as formas “nós nos
precavemos” e “vós vos precaveis”.
d) O verbo EXPLODIR não possui a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo.
Consequentemente, não possui nenhuma das formas do presente do subjuntivo. Assim,
não é possível preencher a lacuna dessa opção com a forma simples do verbo, pois seria
necessário conjugá-lo no presente do subjuntivo. Para confirmar isso, vamos trocar o
verbo EXPLODIR por outro, como ABORRECER-SE: “É uma pena que o vice-presidente
da empresa SE ABORREÇA por cauda de pequenos problemas”.
e) O verbo COLORIR também é defectivo, não apresentando a 1ª pessoa do singular do
presente do indicativo. Por isso, não possui também o presente do subjuntivo, tempo
em que seria conjugado na construção da opção “e”. Poderia ser substituído por seu
correspondente COLORAR, que é regular e apresenta todas as formas verbais, ou
mesmo pelo verbo PINTAR:
“Os funcionários ficarão mais bem dispostos caso a firma COLORE / PINTE as salas de
cores claras”.
21 – B
Essa questão deve ter dado um nó na cabeça de muita gente boa. Isso porque explora a
conjugação de verbos parecidos – PROVAR, PROVER e PROVIR.
Para solucionar essa questão, entra em jogo a maravilhosa dica do paradigma.
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Vamos começar pelo verbo PROVAR, que é regular e se conjuga como o paradigma
FALAR.
O radical de FALAR é FAL-, e o de PROVAR é PROV-. A esses radicais, devemos
acrescentar a terminação, que é comum nos dois verbos. “Que eles falem” leva a “que
eles provem.”, cuja sílaba tônica é “pro”. Assim, a segunda forma do enunciado é do
verbo PROVAR. Com isso, já eliminamos as opções A e C (já temos 50% de chances de
ganhar o ponto).
Agora, vejamos a conjugação do verbo PROVER, cujo significado pode ser:
- “tomar providências, providenciar” (O síndico proverá tudo.);
- “nomear” (O governo proveu vários cargos.);
- “tomar providências”;
- a acepção mais comum, “abastecer” (Ele proveu a despensa com o que há de
melhor.).
Como vimos no tópico “Verbos Perigosos” e de acordo com os significados que esse
verbo pode apresentar, vemos que ele não é derivado do verbo VER, apesar de
apresentar algumas formas de conjugação idênticas: provejo, provejas, provejas,
proverá, proveria etc.
Uma dessas formas em que a conjugação de PROVER segue à do VER é na 3ª pessoa do
plural do presente do indicativo: PROVEEM.
A partir dessa resposta, vemos que está correta a opção B.
O verbo PROVIR é derivado do verbo VIR e como este se conjuga. Por isso, apresenta
duas das formas indicadas no enunciado: PROVÉM (3ª pessoa do singular no presente
do indicativo) e PROVÊM (3ª pessoa do plural do presente do indicativo).
A primeira pode ter causado surpresa, mas não se esqueça que as palavras oxítonas
terminadas em A(s), E(s), O(s) e EM(ens) devem ser acentuadas. Exemplos: PROVÉM,
também, mantém, convém.
A conjugação do verbo VIR na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo não
recebe acento por ser um monossílabo terminado em “EM”. Exemplos: VEM, tem, cem,
sem, bem.
Já na 3ª pessoa do plural, a regra de acentuação do verbo PROVIR segue o que falamos
sobre o ACENTO DIFERENCIAL DE NÚMERO (Aula 1 – Ortografia e Semântica).
Por ser uma palavra oxítona terminada em EM, deve receber acento tanto a forma da 3ª
pessoa do singular como a do plural. O que diferencia o plural do singular é que este
recebe acento agudo (provém), enquanto aquele recebe o acento circunflexo (provêm).
Por isso, o acento desta última costuma ser chamado de diferencial de número.
Considero esta uma excelente questão de prova. Parabéns para a banca examinadora.
Agora, com o Acordo Ortográfico, as formas “ee” e “oo” deixaram de ser acentuadas.
Com isso, os verbos LER, VER, CRER e DAR, na 3ª pessoa do plural do presente do
indicativo, passam a ser leem, veem, creem e deem. O mesmo se aplica aos verbos
derivados daqueles.
Os verbos terminados em –OAR, como abençoar, perdoar e voar, passam, na 1ª pessoa
do singular do presente do indicativo, a ser grafados como “abençoo", “perdoo" e “voo”.
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22 – B
1ª lacuna: O verbo impugnar é regular, devendo o “g” permanecer sempre mudo: eu
impugno, tu impugnas, ele impugna etc.
Como a forma “impugno” é uma paroxítona terminada em “o”, dispensa acentuação.
2ª lacuna: Primeiramente, cabe esclarecer que não há consoante muda em decapitar.
Este verbo apresenta, em sua etimologia, a palavra capita, como na expressão ‘per
capita’, que grosso modo significa “por cabeça”. Assim, “decapitar” é literalmente “tirar
a cabeça”.
É um verbo regular e se conjuga pelo paradigma FALAR: eu decapito (Cuidado, não é
“decapto”!!! É paroxítona, ou seja, a sílaba tônica recai no “pi”), tu decapitas, ele
decapita etc.
Assim, o particípio é decapitado.
3ª lacuna: O verbo averiguar é um daqueles “perigosos”. Por isso, devemos sempre
lembrar as regras de formação dos verbos para não errar a conjugação verbal.
Para “piorar”, sofreu mudanças com o Acordo Ortográfico.
Antes, as formas do presente do subjuntivo de “eu”, “tu”, “ele” e “eles” recebiam acento
agudo (averigúe / averigúes / averigúe / averigúem) e as formas de “nós” e “vós”
recebiam trema (averigüemos / averigüeis).
Agora, foram abolidos o acento agudo e o trema de todas essas conjugações.
Assim, a partir de 2009, passamos a conjugar da seguinte forma: (eu) averigue, (tu)
averigues, (ele) averigue, (nós) averiguemos, (vós) averigueis, (eles) averiguem.
O Acordo possibilitou outra forma de conjugação desse e de outros verbos, como
delinquir e os derivados de “aguar”. A sílaba tônica recairia nas vogais “i” e “a”,
acentuando essas vogais: averígue / deságua / delínque. Nesse caso, as formas seriam
classificadas, para acentuação gráfica, como paroxítonas terminadas em ditongos
crescentes.
23 – E
O assunto agora é conjugação verbal no imperativo.
O objetivo de uma propaganda é se aproximar ao máximo de seu público-alvo. Assim, a
comunicação deve ser direta e rápida. Muitas vezes, para se aproximar da linguagem
coloquial, passa por cima de certas normas gramaticais.
No comercial da Caixa Econômica Federal, houve uma mistura de tratamentos. Ao
mesmo tempo em que flexiona o verbo como ‘VEM’, indicando o tratamento de segunda
pessoa do singular (no imperativo
tu vens – “s” = vem tu), usa o pronome VOCÊ, que
leva o verbo para a 3ª pessoa (no imperativo
que ele venha = venha você).
Ainda que se alegue uma impropriedade no uso de “pra” em lugar de “para”, essa forma
já encontra registro nos mais consagrados dicionários. Além disso, como indica o
enunciado, o que mais se comentou em relação ao texto do comercial não foi o uso do
“pra”, mas o emprego incorreto do verbo no imperativo.
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Por isso, a resposta foi letra E.
24 - A
Na opção a, houve o emprego do verbo ‘submeter’ no imperativo afirmativo. Como o
tratamento usado é de segunda pessoa (te), a regra indica que o verbo deve ser
conjugado pelo presente do indicativo, sem a letra “s” (pres.indicativo: tu te submetes
imperativo: submete [tu]). Assim, a forma correta seria: “Trabalhador, jamais te
submete a formas ...”.
Certamente, alguém deve estar se perguntando: mas essa construção não está no
negativo, o que levaria o verbo para o imperativo negativo e, consequentemente, para a
conjugação do presente do subjuntivo?
Essa foi uma maldade da banca: o advérbio jamais, ainda que apresente uma ideia
negativa, é considerado um advérbio de tempo, equivalente a “em tempo algum”,
devendo o verbo ser conjugado no imperativo afirmativo.
b) Note que, nesta opção, emprega-se o tratamento de terceira pessoa (não se
submetam). Ainda que o tratamento fosse de segunda pessoa, a conjugação do verbo
seria no imperativo negativo, em virtude da presença do “não” e seguiria o presente do
subjuntivo (“Trabalhadores, não te submetam a formas...”).
c) Está correto o emprego do verbo SUBMETER no presente do subjuntivo, já que indica
uma situação hipotética (“Não somos trabalhadores que nos submetamos...”).
d) O verbo nessa opção está no pretérito mais-que-perfeito do indicativo, indicando a
ocorrência de um fato anterior a outro fato também passado.
e) Essa questão seria passível de anulação em virtude de uma colocação pronominal
indevida. Na aula apropriada (“Pronomes”), veremos que um advérbio antes do verbo
sem pausa (como uma vírgula) atrai o pronome. Nessa construção, para que estivesse
correta a colocação pronominal, deveria haver uma vírgula após “Constantemente”
(“Constantemente, submetemo-nos...”) ou o pronome deveria vir antes do verbo
(“Constantemente nos submetemos...”).
Como nosso assunto hoje é VERBO, vamos analisar a questão somente sob este
aspecto.
Quando os pronomes átonos nos e vos são empregados após uma forma verbal
terminada em “s”, essa letra cai: submetemo-nos / submetei-vos. Por isso, em
relação à forma verbal, está correta a opção.
Contudo, Napoleão Mendes de Almeida (Gramática Metódica da Língua Portuguesa)
justifica essa opção pela eliminação do “s” como hábito ou facilidade da pronúncia,
afirmando que não se pode considerar errada a forma “queixamos-nos”.
Aliás, vamos aproveitar para explorar um pouco mais esse assunto.
Quando os pronomes o, a, os, as são empregados após o verbo cuja terminação seja r,
s, z, ao pronome é agregada ao pronome a letra L (lo, la, los, las) e o r, s, z ‘caem’.
Exemplo: “Comprei o jornal para procurar emprego.” = para procurá-lo.
Em relação à acentuação, já comentamos na aula de ortografia que este verbo é
entendido como um vocábulo independente, devendo obedecer às regras: procurá =
oxítona terminada em “a”.´
Se o pronome dividir o verbo em duas partes, cada parte será analisada, para fins de
acentuação, como se um único vocábulo formasse.
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Exemplo: Nós distribuiríamos o medicamento.
Em mesóclise: DISTRIBUIRÍAMOS + O = DISTRIBUIR + O + ÍAMOS
A letra “r” cai e o pronome “o” vira “lo” = distribuí-lo-íamos.
Agora, vamos à acentuação:
No “pedacinho” distribui , a sílaba tônica recai no “i”. Como segunda vogal do hiato,
deve ser acentuada = distribuí (com acento agudo no “i”)
O outro “pedaço” íamos recebe acento por ser uma proparoxítona.
Assim, a forma verbal correta é: distribuí-lo-íamos.
Quando o verbo termina de forma nasal (-m, -ão, -õe), aos pronomes o, a, os, as é
acrescentada a letra “n”.
Exemplo: “Nossos destinos tomaram caminhos diversos.” = TOMARAM + OS =
tomaram-nos
“Os caridosos dão o pão aos que têm fome.” – DÃO + O = dão-no
“Tem calma e põe a tua cabeça no lugar” – PÕE + A = põe-na no lugar
(Observe, nesse último exemplo, o emprego do imperativo em construção de
segunda pessoa – tu)
Mais sobre o assunto será objeto da aula sobre PRONOMES.
Vamos, agora, ver mais algumas questões que envolvem conjugação do imperativo para
relembrar as regras.
25 – B
No imperativo afirmativo, a regra é o emprego do presente do subjuntivo. As únicas
exceções (que, por ser em menor número, devem ser memorizadas) ficam por conta das
segundas pessoas – TU e VÓS, que buscam a conjugação do presente do indicativo sem
a letra “s”.
Assim, o verbo ADIVINHAR, na 2ª pessoa do plural (vós) no presente do indicativo é
adivinhais. Sem a letra “s”, o imperativo é adivinhai.
26 – D
Agora, vamos relembrar a conjugação do imperativo negativo. Essa é mais fácil ainda.
Todas seguem a conjugação do presente do subjuntivo.
Por isso, o verbo TER, na 3ª pessoa do singular (Tenha), fica no imperativo negativo:
“não tenha”. Não houve alteração pelo fato de o verbo, no imperativo afirmativo, ser
conjugado pelo presente do subjuntivo.
Só há diferença entre as formas afirmativa e negativa para as segundas pessoas (tu e
vós).
27 – D
Agora nosso assunto será locução verbal.
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Em uma locução verbal, pode haver um ou mais verbos auxiliares e só um verbo
principal.
Quem manda é o principal, mas quem se flexiona é o primeiro (ou único) auxiliar, da
maneira como o principal, se estivesse sozinho, faria.
Nessa questão, está em análise o verbo HAVER. No sentido de existência, esse verbo é
IMPESSOAL, ou seja, não possui sujeito, por isso se mantém na 3ª pessoa do singular.
O mesmo não acontece com o seu “primo”, o verbo EXISTIR. Esse verbo possui sujeito e
se flexiona.
Vamos analisar cada uma das opções para identificar a INCORRETA.
A) O sujeito do verbo existir é “plantas”, motivo que levou o verbo a se flexionar no
plural: existem. Está certa!
B) Agora, o verbo principal é o HAVER. Como ele indica existência, é impessoal e não se
flexiona. Ele dá essa ordem ao seu auxiliar, que deve permanecer na 3ª pessoa do
singular: “Deve haver plantas”. Certíssima!
C) Dessa vez, o verbo principal é o EXISTIR. Então, o verbo auxiliar deverá se flexionar,
da mesma forma que o fez o verbo principal na opção A: “Podem existir plantas”. Certa!
D) Em “há de existir” temos os dois verbos: HAVER e EXISTIR. Então teremos de ver
quem é que manda nessa oração. O verbo haver é auxiliar e só obedece ao verbo
EXISTIR. Este se flexiona quando está sozinho. Então é essa a ordem que dá ao seu
auxiliar: flexione-se. Em “Aqui há de existir plantas”, há um erro de concordância (o
verbo auxiliar da locução está em desacordo com o sujeito “plantas”. A forma correta
seria: “Aqui hão de existir plantas”. É essa a resposta.
Sobre esse ponto, costumo cantar uma linda canção de Gilberto Gil que exemplifica
muito bem a flexão em verbos auxiliares. Chama-se “Estrelas”:
Há de surgir
Uma estrela no céu cada vez que ‘ocê sorrir
Há de apagar
Uma estrela no céu cada vez que ‘ocê chorar
Os verbos principais são “surgir” e “apagar”. “Uma estrela surgirá”, “Uma estrela se
apagará”.
Como os verbos não estão “sozinhos”, mas acompanhados de um verbo auxiliar
formando uma locução verbal, dão essa ordem para seus auxiliares.
Logo, “Uma estrela há de surgir” e “Uma estrela há de se apagar”.
Se o sujeito fosse para o plural, seria “Estrelas hão de surgir” e “Estrelas hão de se
apagar”, assim como seria “Estrelas surgirão” e “Estrelas se apagarão”.
Quando uma locução apresenta mais de um verbo auxiliar (até dois), apenas o primeiro
se flexiona, devendo o segundo permanecer em uma forma nominal (normalmente o
particípio). Isso ocorre em construções de voz passiva que se originam de tempos
compostos na voz ativa. O exemplo elucida a teoria.
VOZ ATIVA: Os usineiros têm explorado os trabalhadores. (tempo composto)
VOZ PASSIVA: Os trabalhadores têm sido explorados pelos usineiros.
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E) O verbo principal HAVER faz com que o verbo auxiliar não se flexione: “Pode haver
plantas”. Também está certa.
28 - A
ACORDO ORTOGRÁFICO: As palavras “ideia” e “Coreia” não recebem mais acento
agudo.
Como vimos exaustivamente na questão anterior, em uma locução verbal, somente o
verbo auxiliar se flexiona, mantendo-se o principal inalterado na forma nominal.
Assim, está incorreta a flexão de “tornarem-se”, pois ele é o verbo principal da locução
verbal.
A forma corrigida seria: “Deveriam tornar-se alvos de uma diplomacia...”.
29 – E
Falaremos, agora, sobre transposição de vozes verbais.
Primeiro cuidado:
Passando da voz ativa para a passiva: identifique o objeto direto da voz ativa, que
exercerá a função de sujeito na voz passiva;
Passando da voz passiva para a ativa: você deverá identificar o sujeito da voz
passiva e colocá-lo na posição de objeto direto da voz ativa; se não houver um agente
da passiva, não haverá sujeito na voz passiva, ou seja, será um caso de sujeito
indeterminado. O verbo ficará na terceira pessoa do plural, indefinindo o sujeito da ação
verbal.
Segundo cuidado: manter o verbo no mesmo tempo e modo verbais do original.
Nesta questão, a transposição será da voz ativa para a passiva.
O sujeito exercerá a função de agente da passiva.
O objeto direto será o sujeito da voz passiva.
O verbo se tornará uma locução verbal, respeitando-se o tempo e modo originais.
Assim, a voz passiva será: “Dinheiro é gasto por ele que nem água.”.
30 – A
Agora, a transposição parte da voz passiva para a ativa. Note que não há agente da
passiva, o que indica que, na voz ativa, teremos um caso de sujeito indeterminado.
Há duas formas de se construir sujeito indeterminado:
1ª. qualquer que seja a transitividade do verbo, este fica na terceira pessoa do plural;
2ª. verbos que não tenham objeto direto (ou seja, verbos de ligação, intransitivos ou
transitivos indiretos), o verbo fica na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome
“se”.
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Como, na voz passiva, o verbo TEM DE SER transitivo direto ou transitivo direto e
indireto, ou seja, tem de ter objeto direto, não há possibilidade de se construir, na
voz ativa, a segunda forma de sujeito indeterminado.
Assim, nos casos em que não há agente da passiva, na voz ativa o verbo ficará na 3ª
pessoa do plural, formando o primeiro caso de sujeito indeterminado.
Vamos à questão.
“Com a verba do Estado, 18 composições já estão sendo reformadas.”
1º PASSO: Identificar o sujeito da voz passiva. O sujeito paciente é 18 composições
este elemento será o objeto direto da voz ativa.
2º PASSO: Note que são três os verbos na voz passiva:
ESTÃO + SENDO + REFORMADAS – dois auxiliares (estão e sendo) e um principal
(reformadas).
Isso indica que, na voz ativa, haverá DOIS verbos (ESTAR + REFORMAR). O segundo
verbo auxiliar (o “do meio”: SENDO) é retirado.
Como não há agente da passiva, não haverá um sujeito na voz ativa. O verbo ficará na
terceira pessoa do plural. Como se trata de uma locução verbal, isso acontecerá com
o verbo auxiliar. Originalmente, o primeiro verbo auxiliar estava no presente do
indicativo, forma em que continuará na voz ativa.
Feitas essas alterações, a voz ativa seria: “Estão reformando 18 composições com a
verba do Estado.”.
31 – C
Mais uma vez, vamos treinar a transposição de voz passiva para a voz ativa.
VOZ PASSIVA – “O martelo de percussão é confundido com um instrumento
ameaçador.”
1º passo: identificar o sujeito paciente – “O martelo de percussão”
direto da voz ativa.
esse será o objeto
2º passo: manter o verbo no mesmo tempo e modo originais: é confundido, o verbo
auxiliar está no presente do indicativo.
Como não há agente da passiva, na voz ativa, teremos um caso de sujeito
indeterminado, devendo o verbo permanecer na terceira pessoa do plural.
Assim, a forma na voz ativa será: Confundem o martelo de percussão com um
instrumento ameaçador.
Alguém parece estar perguntando: e se eu resolvesse colocar o verbo na terceira pessoa
do singular acompanhado do pronome SE? Ainda assim não seria um caso de sujeito
indeterminado?
A resposta é não. Quando um verbo transitivo direto ou direto e indireto está
acompanhado do pronome SE, forma-se a voz passiva pronominal.
É isso o que ocorre na opção (A). Em “Confunde-se o martelo de percussão...”, foi
mantida a voz passiva, só que da forma pronominal. A expressão “o martelo de
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percussão” continua a exercer a função de sujeito paciente e o pronome “se” é chamado
de pronome apassivador.
32 – A
Finalmente, um caso de construção de voz passiva com agente da passiva, para facilitar
a nossa vida!!!
1º passo: identificar o sujeito paciente – “nem todo hábito de consumo”
elemento será o objeto direto da voz ativa.
2º passo: manter o verbo no mesmo tempo e modo originais
auxiliar está no presente do indicativo.
este
Em “é ditado”, o verbo
O agente da passiva é “pela publicidade”, elemento que será o sujeito da voz ativa.
Em virtude do valor negativo do “nem” no início da construção, a voz ativa assim
poderia ficar: “A publicidade não dita todo hábito de consumo.”.
33 – D
1º passo: identificar o objeto direto: “o silêncio”
este será o sujeito da voz passiva.
2º passo: manter o verbo no mesmo tempo e modo originais – “quebrou” está no
pretérito perfeito do indicativo. Por isso, a forma correta será: foi quebrado.
O sujeito da voz ativa será o agente da voz passiva. Assim, a voz passiva analítica seria:
“O silêncio foi quebrado pelo lenhador.”.
Se se optasse pela voz passiva pronominal, sairia de cena o agente da passiva e entraria
o pronome apassivador: “Quebrou-se o silêncio.”.
Voltaremos a falar sobre esse assunto nas aulas sobre “Concordância”.
34 – E
Vamos encerrar nosso estudo com CORRELAÇÃO VERBAL.
Como dissemos, não há necessidade de se decorar listas e mais listas de relações.
Muitas vezes, esse tipo de erro você identifica com o seu ouvido.
Veja só esta questão.
a) Há uma clara relação entre “fosse” e “teria”. Estão os dois verbos no campo da
suposição.
b) Agora, ainda no campo da suposição, os fatos se reportam ao futuro: “for” e
“terá”.
c) Nessa relação, o fato existiu e pertence ao passado. Por isso, os verbos estão
respectivamente no pretérito perfeito e pretérito imperfeito do indicativo.
d) Agora, temos uma locução verbal em tempo composto na primeira oração e um
tempo composto correspondente na segunda.
e) Note que há alguma coisa errada em “Se você seja...”. Essa conjunção não leva o
verbo para o subjuntivo, ao contrário de sua “prima”, a conjunção “caso” (“Caso
você seja...”).
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35 – B
Estão em desarmonia os verbos do período. Enquanto que o primeiro situa o fato no
campo real (“É conveniente...”), o segundo está no plano da hipótese (“o time
ficaria...”).
36 - C
ACORDO ORTOGRÁFICO: A palavra “ideia” não recebe mais acento agudo.
Estamos diante de uma correlação inadequada na opção C. A forma “funcionaria”
figura no plano da hipótese. Assim, a forma verbal do verbo fazer deve manter essa
linha de raciocínio do fato contido em “funcionaria”:“(...) a economia funcionaria de
maneira harmoniosa, regida por uma mão invisível que a faria viver sempre em
equilíbrio”
A forma verbal empregada – fazia - transmite uma ideia de processo não concluído.
Indica o que no passado era frequente ou contínuo, o que não encontra respaldo no
contexto.
37 – ITEM INCORRETO
Muitas vezes, o modo subjuntivo é uma exigência da construção. Note que a conjunção
“se” aceita que o verbo seja conjugado no presente do indicativo: “...se se deseja um
regime democrático...”.
A partir do momento em que se sugere a troca da conjunção “se” por sua equivalente, a
conjunção “caso”, há necessidade de se alterar a conjugação do verbo a ela ligado,
levando-o para o presente do subjuntivo: “caso se deseje um regime democrático...”.
O que torna incorreta a assertiva é a omissão da necessidade de se alterar a forma
verbal.
38 – ITEM CORRETO
ACORDO ORTOGRÁFICO: A palavra “ideia” não recebe mais acento agudo.
Ao contrário da questão anterior, dessa vez a banca examinadora já apresenta não só a
troca da conjunção, como também a nova forma verbal, do futuro do subjuntivo (se não
fizermos/tivermos) para o presente do subjuntivo (caso não façamos/tenhamos).
39 – C
Mais uma questão envolvendo correlação verbal.
Está incorreta a relação dos verbos da opção C.
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Enquanto o primeiro apresenta um fato no pretérito imperfeito, indicando um fato de
certa duração no passado, o segundo situa-o no campo da realidade futura, como se
esse fato fosse certo de acontecer: “O autor do texto pensava que a Terra se tornará
inviável”.
A forma mais apropriada seria empregar o segundo verbo no futuro do pretérito,
alocando o fato no campo das possibilidades, hipóteses: “O autor do texto pensava que
a Terra se tornaria inviável”. Note que essa é a sugestão das opções a, b e e.
40 – A
Em “Se houvesse uma lei que proibisse...”, nota-se que essa lei não existe e não se tem
certeza se ela existirá um dia. Assim, todos os fatos estão no campo da suposição.
Já na opção A, tanto o primeiro verbo (houver) como o segundo (proíba) situam os fatos
também como hipóteses, mas desta vez em relação ao futuro, entendendo-se que, no
atual momento, tal lei efetivamente não existe, mas pode ser que ela venha a existir.
É por isso que está perfeita a relação entre esses dois verbos.
Não é possível a construção de “se haver”(b/d) e “se haja”(c).
Já a forma “proibisse”, além de apresentar erro de acentuação, não estabelece uma
relação adequada com a forma “houver”, que se reporta ao futuro.
41 – B
A forma verbal TINHA SIDO MARCADA é uma locução verbal de voz passiva (verbo SER
indica essa passividade) no PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO (TER + SIDO
+ VERBO PRINCIPAL), tempo que designa um momento passado anterior a outro
momento também passado (daí o nome “mais-que-perfeito”, já que “perfeito” é
passado).
No passado, está o momento do discurso de Mimo (líder guerrilheiro da região), fato
lembrado pelo autor. Em um momento anterior a esse momento pretérito está sua
infância e as lembranças dos discursos históricos de Mussolini. Por isso, está correta a
indicação de que a expressão verbal foi usada para indicar um momento passado em
relação ao momento em que Mimo discursou.
42 – B
O enunciado dessa questão (muito mal redigido, a meu ver) pode ter confundido muitos
candidatos. Por não entender perfeitamente, muitos candidatos podem ter assinalado
opções que apresentam formas verbais incorretas, mas não era esse o objeto da
questão. O examinador quer que o candidato indique o verbo que possui somente o
particípio regular (cuja terminação é -do), não sendo possível sua forma irregular.
Vamos analisar cada uma das opções.
a) A rigor, o verbo PEGAR é um dos que admitem qualquer forma de particípio para
qualquer verbo auxiliar (TER/HAVER ou SER/ESTAR). Há quem assim não entenda, por
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limitar o emprego de PEGO para os verbos SER/ESTAR e PEGADO para TER/HAVER.
Assim, em provas de múltipla escolha, analise todas as opções. Qualquer que seja a
posição doutrinária do examinador, não seria essa a resposta, uma vez que o verbo
PEGAR possui as duas formas.
b) O verbo CONFESSAR somente admite o particípio regular, tanto para os verbos
TER/HAVER (tempo composto), quanto para SER/ESTAR (voz passiva). Assim, em “O
crime foi...”, só pode ser CONFESSADO.
A forma “confesso” pode ser a conjugação do verbo CONFESSAR na 1a pessoa do
singular do presente do indicativo (eu confesso) ou o adjetivo correspondente: “Ele era
réu CONFESSO.”. Por isso, a resposta é a opção B – não cabe (nem existe) particípio
irregular para o verbo CONFESSAR.
c) Há um erro nessa opção, mas não era isso o que o examinador buscava (já vimos
logo no início deste comentário que ele queria saber qual forma só admitiria o particípio
regular, sendo a resposta a letra B).
O verbo ELEGER aceita o particípio irregular para os verbos SER/ESTAR (O candidato foi
eleito) e o particípio regular para TER/HAVER (A população tinha elegido o candidato).
Como deveria ser usado o particípio irregular, essa não seria a resposta da questão.
d) Com SER/ESTAR, usa-se o particípio irregular: foi inserto. Com TER/HAVER, usa-se o
particípio regular: “tinha inserido”. Está correta a forma apresentada.
e) O mesmo acontece com o verbo IMPRIMIR: SER/ESTAR = particípio irregular (foi
impresso); TER/HAVER = particípio regular (tinha imprimido).
43 – D
Esta questão trata de CORRELAÇÃO VERBAL. Como vimos, uma “dobradinha” comum é
FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO x PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO,
como em “Gostaria que você estivesse aqui.”.
O examinador buscava a opção que apresentasse formas equivalentes a “seria” e
“deixassem”, sem mudança de sentido. Essa última notação levava diretamente à opção
D porque, ainda que alguma outra opção apresentasse formas verbais correlacionadas
corretamente, não manteria o sentido da frase original, por alterar as indicações
temporais.
Observe que a única coisa que o examinador fez na opção D foi mudar os verbos de
formas simples para formas compostas (agregando os auxiliares TER/HAVER):
- SERIA
HAVERIA SIDO
- DEIXASSEM
TIVESSEM DEIXADO
44 – E
O modo SUBJUNTIVO situa a ação verbal no campo da possibilidade, probabilidade. Na
construção, a forma parassem indica uma ação incerta mas possível de acontecer no
futuro, por isso a resposta é a opção E.
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