o emocional da familia diante do bebê com fenda palatina

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O EMOCIONAL DA FAMILIA DIANTE DO BEBÊ COM FENDA
PALATINA
COSTA, Juliana Melo de Oliveira1
ALMEIDA, Maria Clara de2
VIEIRA, Fábio Henrique Antunes2
1Acadêmica
do curso de Administração da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva
2Docente
da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva
RESUMO
A fenda palatina é uma má formação congênita, proveniente de falhas no processo de formação facial
durante o desenvolvimento do embrião. Diante do padrão de beleza imposto pela sociedade atual e
fatores como culpa e medo, o emocional dos pais torna-se fraquejado diante do diagnostico da
enfermidade. O presente trabalho teve como objetivo, através de pesquisa bibliográfica, relatar o
emocional dos familiares perante um bebê com fenda palatina. Para tal, foram consultados artigos
sobre o tema. A falta de informação e o temor da rejeição podem ser citados como fatores
contribuintes para tal abalo, além das dificuldades encontradas para suprir a necessidade do bebê
com fenda palatina.
Palavras-Chaves: Emocional, Fenda palatina, Família
ABSTRACT
A cleft palate is a congenital malformation, due to failures in the face of the formation process during
development of the embryo. By default the results of beauty imposed by today's society and factors
such as guilt and fear, the emotional from parents becomes shaken due diagnosis the disease. The
present study aimed to, through the Bibliographic Search, know the emotional from parents becomes
shaken due a baby with cleft palate. For this, scientific articles were consulted. . The lack of
information and fear of rejection can be cited as contributing factors to such shock, beyond the
difficulties to meet the need of the baby with cleft palate.
Keywords: Cleft palate, Emotional, Family
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E AGRÁRIAS DE ITAPEVA
Rodovia Francisco Alves Negrão, km 285 – Bairro Pilão D’Água
Itapeva – SP – Brasil – CEP 18412-000
1.
INTRODUÇÃO
Segundo Araruna (2000) e Mazzetti (2009), a formação facial do ser humano
ocorre a partir do crescimento e união dos processos maxilares e mandibulares
juntamente com o processo fronto nasal, que desencadeia processos nasais mediais
e laterais. Uma falha na migração ou fusão desses processos, entre a quarta e
oitava semana do desenvolvimento embrionário, desencadeia a fissura lábio
palatina.
A fissura de lábio, tanto unilateral quanto bilateral, ou fissura lábio-palatina é
decorrente da falta de fusão dos dois processos, na sétima semana de vida
intrauterina. Já a fissura palatina é resultante da ausência de fusão na linha
mediana, dos processos de formação do maxilar, aproximadamente na décima
semana do desenvolvimento embrionário (LOFREDO, 1994).
Essas fissuras, consideradas como malformações congênitas craniofaciais,
são as mais comuns, acometendo um a cada 757,5 nascimentos em geral, e um a
cada 923,53 bebês nascidos com vida (SILVA, 2009).
No Brasil, a incidência da fenda labial ou palato (FL/P) pode atingir 1,54 a
cada 1000 nascimentos, porém não se tem conhecimento se essa baixa ocorrência
é realmente um reflexo da realidade, ou somente se difere da média por motivos
metodológicos (PARANAÍBA, 2010).
Existem alguns fatores ambientais associados ao desenvolvimento das
fissuras, como por exemplo, nutrição, tóxicos, infecciosos, medicamentos, exposição
a radiações ionizantes, estresse e tabagismo materno e, além disso, fatores
genéticos também influenciam, dado o fato de que metade dos acometidos por essa
alteração possui a mesma no histórico familiar (CAMPILLAY, 2009).
Ter um histórico genético familiar favorável, sem Fissura de Palato, não é
propriamente exato, que um feto concebido virá com a certeza de não
desenvolvimento dessa anomalia, pois a genética favorável da família não é adjunta
para exatidão da ausência desta anomalia (VANZ, 2007).
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A característica física da fissura bilateral completa de lábio, forma mais
severa, consiste na divisão da maxila em três segmentos distantes entre si, com
projeção extrema e de maneira assimétrica da pré-maxila e pró-lábio (FILHO, 2007).
A exposição da deficiência, devido a fissura ser facial, implica no psicológico
do acometido e aos seus familiares, decorrente da necessidade de beleza imposta
pela sociedade atual (PEREIRA, 1997).
Nesse contexto, o presente trabalho teve o objetivo de conhecer de forma
mais especifica, o quão abalado se torna o emocional da família perante o
nascimento de um bebê com fenda palatina, baseado na literatura encontrada sobre
o assunto.
A pesquisa teve início em fevereiro de 2015, com duração aproximada de
cinco meses. Baseou-se em artigos encontrados no site da SCIELO (Scientific
Eletronic Library Online) e Google Acadêmico, com máximo cuidado na
confiabilidade do material coletado.
A justificativa da realização da pesquisa foi a curiosidade e a necessidade, no
âmbito da profissão em enfermagem, em compreender os envolvidos no nascimento
de um bebê com má formação congênita, como é a fissura labial ou de palato, e a
partir dessa informação ter a capacidade de orientar e educar sobre o assunto.
2.
CONTEÚDO
Devido a sua localização ser exposta, a fissura de palato é bem mais do que
uma questão de saúde, de estética ou de nutrição, essa deformidade também
acomete o emocional (VERONEZ, 2005). Pereira (1997), afirma que diante de uma
deficiência, seja ela qual for, todo o contexto familiar é afetado.
No decorrer da gravidez a mãe, principalmente, cria a imagem de seu filho
mentalmente, e quando se depara com o bebê divergente dos seus planos, com
uma má formação tão exposta quanto é a fissura palatina, o seu narcisismo materno
é destruído, e a partir dali surge à ideia da limitação e incapacidade de gerar um
descendente saudável (MARQUES, 2011).
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A ideia do filho saudável, belo, perfeito, passa de sonho a pesadelo a partir do
diagnóstico de fissura palatina, causando nos pais sensações de desespero, agonia,
raiva, assim como a culpa e tristeza (SANTOS, 2005).
Normalmente para os pais, a ocasião de ver o filho pela primeira vez é
emocionante, porém quando são diagnosticados com a malformação craniofacial,
são surpreendidos e essa realidade torna-se assustadora (VANZ, 2007).
De certa forma os pais sabem de suas responsabilidades e atribuições, mas
muitas vezes surge o medo de não conseguir suprir as necessidades daquele bebê
que ali está e que difere por completo do esperado e planejado por eles
(GUIMARÃES, 2007).
Existe um temor que se refere ao bebê fissurado em termos de nutrição. Em
qualquer recém-nascido, existe uma necessidade na alimentação do mesmo, porém
quando se trata de um bebê com fenda palatina, essa necessidade passa a ter uma
complicação, devido à má formação interferir significativamente nesse processo
(ARARUNA, 2000). Um bebê fissurado possui dificuldades na amamentação, como
a ausência de pressão, tempo prolongado em cada mamada e regurgitação
(CAMPILLAY, 2008).
Se referindo ao diagnóstico, Vanz (2007) relata que este necessita ser o mais
breve possível, buscando evitar a ansiedade e idealização do bebê perfeito. Além
disso, o autor relata a necessidade do aprendizado sobre os fatores considerados
propícios para o desenvolvimento desta enfermidade, com o intuito de amenizar a
culpa dos pais.
Um corpo sadio e uma aparência bonita estão bem explicitas nos padrões da
sociedade. A fenda palatina, como tudo que é diferente, causa um impacto em quem
a presencia. A família não deixa de ser exceção, o preconceito e a ideia do belo
ocasiona certa rejeição do fissurado. Nesse contexto, os familiares são envolvidos
de sentimentos como a vergonha, constrangimento. A vontade de esconder de todos
que o filho é “feio” é maior do que a necessidade de pedir auxílio para os cuidados
dessa criança. O que se torna de certo modo compreensível, pois a sociedade em si
exige muito de cada individuo.
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Porém, o emocional abalado poderia ser amenizado diante do conhecimento
sobre a cirurgia de reconstrução. Segundo Biazon (2007), essa cirurgia é
denominada queiloplastia, com idade mínima os três primeiros meses de vida,
realizada para o fechamento do lábio. Quanto ao fechamento da abertura do palato,
cirurgia chamada de palatoplastia, o autor estabelece que o fissurado necessita ter
no mínimo um ano e condições orgânicas para ser submetido à uma anestesia geral
(peso mínimo de 4.500 g, taxa de hemoglobina acima de 10 g/dl, etc.).
Assim, é importante que o acometido pela fissura tenha um acompanhamento
profissional desde a gestação até a fase adulta, que lhe propicie o tratamento
integral da enfermidade e, além disso, o guie para um melhor ajustamento perante a
sociedade (CERQUEIRA, 2005). Decorrente disso, pode-se considerar a importância
de um auxilio perante ao emocional da família, considerando-a parte do contexto
social e a mais influente.
3.
CONCLUSÃO
Em toda a literatura pesquisada, em estudos de caso mais especificamente,
o fator mais impactante foi o nascimento de um bebê que não apresenta a beleza
que os pais tanto sonhavam. O que se acalmaria diante da informação que existe
maneiras cirúrgicas que amenizam a aparência do fissurado. Porém, apesar das
dificuldades na alimentação, esse fato por si só, não abala tanto o emocional dos
pais quanto a fuga do belo e perfeito.
O que se conclui é a necessidade da informação, do conhecimento, da
orientação correta e da humanização de todos os envolvidos perante aos afetados
emocionalmente pela fissura. Talvez assim, sensações como o medo da rejeição, o
sentimento de culpa, de desespero, se tornem mais ameno.
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4.
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