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FACIDER Revista Científica
ISSN 2316-5081
ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DE DENGUE NO MUNICÍPIO DE
COLIDER-MT NOS ANOS DE 2008 A 2010
Magda Aragon Cavalheiro
Faculdade de Colider – FACIDER, Avenida Senador Julio Campos, 1.039 - Centro, Colider - MT, 78500-000
E-mail: [email protected]
RESUMO: Este trabalho teve o objetivo de fornecer dados epidemiológicos de casos de dengue no
município de Colíder- MT, nos anos de 2008, 2009 e 2010. Assim, foi realizada uma pesquisa
bibliográfica, usando como recurso metodológico a busca de dados epidemiológicos disponibilizados
pela Secretaria Municipal de Saúde e vigilância epidemiológica do município. Os resultados dos dados
coletados mostram que a dengue esteve presente nos três anos pesquisado. Contudo, um resultado
que chama a atenção é que em 2009, foram inseridos no sistema no decorrer do ano um total de 2.616
notificações, destaca-se, que a temporalidade na distribuição dos casos durante esse ano no Município
de Colíder diferenciou dos demais anos com aumento exponencial. A dengue prolifera por todos os
bairros, podendo estar relacionado a condições climáticas, precariedade, influência de saneamento
básico, ocorrendo principalmente em período chuvoso. Durante os três anos de 2008, 2009 e 2010
ocorreu um total de casos diagnosticados de 3.313 casos. Onde o menor índice se deu no ano de 2010
com 175 casos e maior índice no ano de 2009 com 2616 casos diagnosticados positivos,
respectivamente.
PALAVRAS-CHAVE: Dengue. Aedes aegypti. Condições climáticas
ABSTRACT: This work aimed to provide epidemiological data of dengue cases in Colíder- MT, in the
years 2008, 2009 and 2010 Thus, a quantitative survey was conducted, using as a methodological
resource to search for epidemiological data provided by the Municipal health and epidemiological
surveillance of the municipality. The results of the collected data show that dengue was present in the
three years studied. However, a result that stands out is that in 2009, were entered into the system
during the year a total of 2,616 notifications. It is noteworthy that the temporal distribution of cases
during the year 2009 in the Municipality of Colíder different from the other years with exponential
growth. Dengue proliferates by all districts, may be related to climatic conditions, precariousness,
influence of sanitation, occurring mainly during the rainy season. During the three years 2008, 2009 and
2010 there was a total of 3.313 cases diagnosed positive cases respectively in these years. Where the
lowest rate occurred in 2010 with 175 cases and highest in 2009 with 2616 positive cases diagnosed
respectively.
KEYWORDS: Dengue. Aedes aegypti. Climatic conditions.
_____________________________________________________________________________________________________
1. INTRODUÇÃO
Como uma das diversas doenças que acomete a população brasileira, a
dengue tem causado preocupação às autoridades da saúde pública, não só pelo
número de casos, mas também pela sua capacidade de produção de epidemias, de
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acordo com Oliveira (2012), a dengue é um dos principais problemas re-emergentes
do mundo. No Brasil mais de 3,5 milhões de casos de dengue foram notificados nos
últimos dez anos, com aproximadamente 50 mil casos graves.
Segundo Girardi (2010), a dengue é uma doença infecciosa febril aguda,
causada por um vírus de genoma RNA, com descrição de quatro sorotipos (DEN-1,
DEN-2, DEN-3 e DEN-4). Trata-se de uma arbovirose, cuja transmissão do agravo
ocorre durante o repasto sanguíneo do vetor, tendo como único vetor reconhecido
como seu transmissor no território brasileiro o Aedes aegypti.
De acordo com Forezi (2011), o ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti se
tem quando a fêmea do mosquito deposita seus ovos em agua parada, encontrada
em garrafas, pneus e vasos de plantas. Então se transformam em larvas
permanecendo viáveis por ate uma semana. Após isso, as larvas se transformam em
mosquitos adultos e o ciclo se reinicia.
Apesar dos trabalhos e esforços que os governos brasileiros vêm
desenvolvendo para o controle de novas epidemias, no país a dengue evoluiu de um
baixo estado de dengue endêmica para hiperendêmica. O estado de Mato Grosso,
especificamente, tem revelado resultados pouco promissores nestes últimos anos no
combate a doença, demonstrando um acréscimo de casos de dengue (BRASIL,
2010).
No município de Colider - MT o cenário não é diferente, nos últimos anos a
população e o poder público municipal vêm lutando contra o mosquito Aedes
aegypti, sendo cenário de maior gravidade observada em 2009, por isso o objetivo
principal desse trabalho foi a realização de uma pesquisa quantitativa sobre os
casos de dengue no munícipio e sua evolução nos anos de 2008, 2009 e 2010, esse
último apenas foi mostrado os casos notificados nos meses de julho a dezembro,
pois foram os meses publicados pela Vigilância Epidemiológica do município.
Assim, julga-se oportuno o estudo, por ser o pioneiro em demonstrar a
realidade vivida no município, pois no que se refere a dengue, é preciso que se
determine, diante dos conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis, quais
são os objetivos das atividades de controle da doença que possam ser implantadas
no município sem diminuir a qualidade de vida da população, estabelecendo-se as
medidas preventivas adequadas a estes objetivos.
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Essa pesquisa teve como fonte de dados o SINAN (Sistema de Informações
de Agravos de Notificação) que segundo o Ministério da Saúde tem por objetivo o
registro e processamento dos dados sobre agravos de notificação em todo o
território nacional e também os boletins informativos da Vigilância Epidemiológica do
município de Colíder, fornecendo informações sobre o número de casos de dengue,
contribuindo para a tomada de decisões em nível municipal, estadual e federal.
É de vital importância a atuação do profissional farmacêutico no tratamento
das vitimas da dengue, pois para Feitosa (2006), a Atenção Farmacêutica é um
elemento necessário na assistência a saúde e deve estar integrada com os outros
elementos, proporcionando aos doentes uma assistência responsável e de
qualidade, no qual a preocupação com o bem estar do paciente passa a ser
prioridade das ações, assumindo assim papel fundamental, somando seus esforços
aos dos outros profissionais de saúde e aos da comunidade para a promoção da
saúde.
2. METODOLOGIA
O trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica, utilizando
livros e artigos atuais que contribuísse para uma pesquisa completa e satisfatória.
Sendo assim para que se pudessem mostrar dados o mais próximo da realidade,
essa pesquisa teve também como fonte de dados o SINAN (Sistema de Informações
de Agravos de Notificação) e os boletins informativos da Vigilância Epidemiológica
do município de Colíder, fornecendo informações sobre o número de casos de
dengue do município nos anos de 2008 a 2010.
3. DESENVOLVIMENTO
3.1 A História da Dengue no Brasil e no estado do Mato Grosso
De acordo com Girardi (2010), durante o século XIX, a dengue foi
considerada uma doença esporádica que causou epidemias em intervalos de tempo,
um reflexo da lentidão do processo de transporte e viagens limitados naquela época.
As primeiras epidemias que foram relatadas ocorreram no período entre 1779-80 na
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Ásia, África e América do Norte. Durante essa época, a doença era considerada não
letal e que atingia os visitantes dos trópicos.
Segundo Oliveira (2012), o isolamento do vírus ocorreu em 1943 e 1944 por
Kimura e Hotta, tendo-se denominado cepa Mochizuki. Em 1944, Sabin e
Schlesinger isolaram a cepa Havaí, depois de identificarem o vírus Nova Guiné.
Observou-se que as cepas têm características antigênicas diferentes e concluiu-se
que são sorotipos do mesmo vírus. As primeiras cepas foram denominadas sorotipo
1 e a Nova Guiné sorotipo 2 (SABIN, 1952). Em 1956, Hammon (1960) e
colaboradores isolaram os sorotipos 3 e 4, definindo-se a partir daí, que o “complexo
dengue” é formado por esses quatro sorotipos distintos.
Nessa época, a doença teve grandes intervalos entre as epidemias (de 1040 anos), principalmente porque a virose só podia ser transmitida entre as
populações que viajavam de barco para outras partes do mundo. Mas uma epidemia
global de dengue teve início no Sudeste da Ásia durante a Segunda Guerra Mundial.
Segundo Oliveira (2012), na década de 80 ocorreu a re-emergência de algumas
doenças infecciosas no Brasil, em destaque a dengue, pela velocidade de expansão
e pelo elevado potencial epidêmico do agravo.
Contudo, as primeiras referências de transmissão da dengue datam de
1916, em São Paulo. Em 1923 foram realizadas observações clínicas compatíveis
com a dengue em Niterói-RJ (MEDRONHO, 1995). Entre as décadas de 1950 e
1970 o risco de ocorrência da doença foi eliminado com a erradicação do A. aegypti
no Brasil, após intensa ação da vigilância epidemiológica. Em 1976, ocorre a reintrodução do vetor nos estados da Bahia e Rio de Janeiro, por apresentar
condições ambientais favoráveis à proliferação vetorial, tais como os elevados
índices pluviométricos e temperaturas elevadas (GIRARDI, 2010).
Além disso, outras questões de extrema relevância devem ser apontadas,
pois estão intimamente correlacionadas com a ocorrência de dengue, como a
permanência de concentrações de lixo ou material inservível em locais inadequados
e a falta de saneamento. Tais fatores contribuem para o atual perfil epidemiológico
da dengue no país, onde o agravo encontra-se presente em todos os 27 estados da
Federação, com circulação simultânea de vários sorotipos, favorecendo a ocorrência
de casos graves, tornando o Brasil responsável por cerca de 60% das notificações
da doença nas Américas (OLIVEIRA, 2012).
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No Mato Grosso, a dengue começou a ser identificada em 1991, com a
notificação do primeiro caso da doença.
Nos anos subsequentes o número de casos aumentou, causando as
primeiras epidemias nos anos de 1995, 1996 e 1998 sendo registrados
11.628, 9.204, 9.344 casos respectivamente. Na década seguinte as
epidemias voltaram a ocorrer em 2002, 2003, 2006, 2007 e 2009 com um
aumento progressivo no número de casos (14.988, 16.123, 20.712 e 54.120
respectivamente). As taxas de incidência nesses anos epidêmicos também
estão acima de 300/100.000 habitantes chegando a 1.802,96/100.000
habitantes em 2009 (GIRARDI, 2010).
Em relação ao vetor, em Mato Grosso, segundo dados da Secretaria
Estadual de Saúde, em 2002, foi identificada a presença do A. aegypti em 131
municípios dos 139 então existentes. Em 2009 a espécie estava dispersa em todos
os municípios do estado.
Por isso de acordo com Tauil (2002), a dengue é hoje a arbovirose mais
importante do mundo. Cerca de 2,5 bilhões de pessoas encontram-se sob o risco de
se infectarem, particularmente em países tropicais, onde a temperatura e a umidade
favorecem a proliferação do mosquito vetor. Entre as doenças reemergentes, é
considerado o problema mais grave de saúde pública. O seu espectro clínico é muito
amplo, variando de formas assintomáticas ou oligosintomáticas até formas graves e
letais.
3.2 Fisiopatologia da Dengue
De acordo com Luna e Sabra (2006), a dengue é uma doença febril aguda
causada pelos vírus Dengue (DENV), arbovírus da Família Flaviviridae e gênero
Flavivírus. Acomete principalmente áreas tropicais do mundo, sendo uma arbovirose
que mais acomete o homem, com altos índices de mortalidade. Sua transmissão
ocorre pela picada de fêmeas do mosquito do gênero Aedes, cujas principais
espécies são: A. aegypti e A. albopictus. O primeiro é o mais importante, pelo fato de
seus hábitos serem urbanos.
Oliveira (2012) afirma que se trata de um vírus com RNA, com quatro
sorotipos (DEN-1, DEN-2, DEN-3, DEN-4), e apresentam formato esférico e
envelope lipídico. Expressa suas proteínas dentro da célula hospedeira através da
modulação celular. O resultado da transcrição é a formação de uma poliproteína
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composta por pelo menos dez proteínas virais, sendo três estruturais (C, prM, e E) e
sete não estruturais (NS1, NS2A, NS2B, NS3, NS4B, NS4A, e NS5).
A susceptibilidade ao vírus da dengue é universal e a sua manifestação
clínica varia desde infecções assintomáticas, oligossintomáticas e sintomáticas que
se subdivide em dois eixos: quadros clássicos, com denominação estabelecida
como, dengue clássica (DC) e os quadros graves estão classificados em três eixos,
como: dengue com complicação (DCC), febre hemorrágica da dengue (FHD), e a
síndrome de choque da dengue (SCD) (OLIVEIRA, 2012).
O mosquito Aedes aegypti é a principal espécie responsável pela
transmissão do dengue. É um mosquito doméstico, antropofílico, com atividade
hematofágica diurna e utiliza-se preferencialmente de depósitos artificiais de água
limpa para colocar os seus ovos. Estes têm uma alta capacidade de resistir à
dessecação, mantendo-se viáveis na ausência de água por até 450 dias. O A.
aegypti tem mostrado uma grande capacidade de adaptação a diferentes situações
ambientais consideradas desfavoráveis. Adultos já foram encontrados em altitudes
elevadas e larvas em água poluída (TAUIL, 2002).
Segundo Girardi (2010), a manifestação da infecção possui um espectro que
varia desde a forma assintomática até quadros de hemorragia e choque, podendo
evoluir inclusive para o óbito. Podendo se subdividir a doença em 2 tipos: dengue
clássica e dengue hemorrágica.
A Dengue clássica segundo Luna e Sabra (2006), é de evolução
habitualmente benigna, sua sintomatologia é variável, pois dependerá do sorotipo e
do paciente, contudo, existem manifestações mais comuns que poucos se
modificam. Nos primeiros dias, a febre inicia-se de forma abrupta, com temperatura
entre 30 e 40º C, acompanhada ou não de calafrios e sudorese, cedendo no 6º dia.
Cefaleia intensa, dor retroorbitária, mialgia generalizada, podendo ser localizada
principalmente em região lombar, artralgia, náuseas, vômitos, hiporexia e cólicas
abdominais,
acompanhadas
de
diarreia,
são
outros
sintomas
comumente
encontrados. A duração desses sintomas pode ser de 3 a 5 dias.
Para Serufo et al. (2000), o exantema do dengue surge por volta do terceiro
ou quarto dia da doença, sendo mais comum nas extremidades, podendo
apresentar-se em todo o corpo. Mostra-se característico da doença o prurido intenso
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na fase de remissão do exantema. A dor abdominal no hipocôndrio direito,
raramente acompanhada de hepatomegalia, ocorre em pequena parcela dos casos.
Na Dengue Hemorrágica, sua característica principal não são as
hemorragias e, sim, a alteração da permeabilidade vascular, que se torna
aumentada, levando à hemoconcentração pela saída de plasma para os tecidos,
podendo evoluir para o choque hipovolêmico não-hemorrágico. A presença de
plaquetopenia também é outra característica dessa forma clínica da dengue. As
hemorragias, quando ocorrem, acometem a pele, tecidos subcutâneos, trato
gastrintestinal, e em geral são de pequeno volume (LUNA; SABRA, 2006).
Para Schechter e Marangoni (1998), a presença de plaquetopenia e
hemoconcentração caracteriza a dengue hemorrágica. As manifestações clínicas
iniciais são indistinguíveis daquelas da forma clássica, podendo ocorrer ou não
manifestações hemorrágicas, eventualmente intensas. Na época em que começa a
desaparecer a febre podem surgir plaquetopenia e hemoconcentração. Ambas são
mais frequentes em indivíduos experimentando uma segunda infecção, mas também
podem ocorrer nos primoinfectados.
Contudo segundo Oliveira (2012), alguns indivíduos podem ser infectados
pelo vírus da dengue e não apresentarem sintomas, devido à baixa virulência do
vírus ou as condições do sistema imunológico, sendo denominado como forma
assintomática.
A classificação dos casos suspeitos de dengue é inespecífico, o que
demanda conhecimento do perfil epidemiológico da doença nas regiões. Os critérios
estabelecidos para caracterizar um indivíduo como suspeito de ter contraído dengue
são estabelecidos em conformidade com a OMS. Na maioria das vezes é necessário
realizar uma retrospectiva do caso e depende dos critérios clínicos e laboratoriais
que nem sempre estão disponíveis precocemente. Importante ressaltar que alguns
estudos e até mesmo o Ministério da Saúde, apontam a organização dos serviços de
saúde e do fluxo de atendimento, como uma ferramenta fundamental na redução da
letalidade e da evolução das formas graves.
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3.3 Tratamento
Segundo Luna e Sabra (2006), o tratamento das pessoas com o vírus da
dengue
é
inespecífico
e
baseado
em
terapia
sintomática.
Consiste
no
acompanhamento tanto laboratorial quanto clínico do paciente, com a reposição de
eletrólitos e volume clínico devendo ser feita de acordo com a necessidade e
gravidade observadas.
Como ainda não existe tratamento específico para combater o vírus da
dengue, o que se deve fazer é tratar os sintomas. A febre é tratada com
antitérmicos,
de
antiinflamatórios
preferência
com
não-esteróides
paracetamol
devem
ser
e
os
evitados,
salicilatos
pois
e
outros
predispõem
o
sangramento das mucosas. O aspecto mais importante do tratamento do paciente
no início de fase crítica é a reposição adequada de fluidos, que pode reverter a SCD
(BRASIL, 2008).
O tratamento precoce de um caso de dengue pode evitar a morbidade e
mortalidade, pois evitam significativamente o aparecimento das formas graves. Se
não tratadas, a mortalidade entre pacientes com DH ou SCD pode chegar a 40-50%.
A identificação precoce da doença, um cuidadoso monitoramento e fluidoterapia
adequada reduzem a taxa de mortalidade a 1%. Se o quadro de choque for
identificado quando a pressão de pulso começar a diminuir e forem administrados
fluidos via endovenosa, a evolução será excelente (LUNA e SABRA, 2006).
Assim, segundo Luna e Sabra (2006), a recuperação é rápida e a maioria
dos pacientes se recupera em 24-48 horas sem nenhuma sequela. A evolução pode
não ser tão boa se o paciente apresentar extremidades frias. A maioria dos óbitos no
DH e SCD é causada por choque prolongado, hemorragia profusa, excesso de fluido
e insuficiência hepática aguda com encefalopatia. Choque refratário grave,
insuficiência hepática e manifestações neurológicas, isoladamente ou combinadas,
foram as causas mais comuns de óbito em uma série recente.
Portanto, para Serufo et al. (2000), a dengue não se resolve com o
tratamento dos doentes. Todavia enquanto não se adotam medidas eficientes para o
seu controle e erradicação, resta-nos investir racionalmente na terapêutica, na
educação médica e na divulgação de informações necessárias para que os
pacientes cheguem aos serviços de saúde nas fases iniciais da doença e assim
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possam ser atendidos e referenciados de acordo com o nível de atenção médica
requerida para cada caso.
No Brasil, o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan estão
tentando desenvolver uma vacina contra a dengue que seja totalmente eficaz contra
os 4 subtipos da doença, apesar de todos os esforços em pesquisas para a
produção e desenvolvimento ainda não foi possível atingir esse objetivo, estando
prevista a comercialização da vacina apenas em 2015. Atualmente estão sendo
realizados testes em várias cidades brasileiras para avaliar a segurança e eficácia
da vacina.
3.4 A Contribuição do Farmacêutico no Tratamento de Pacientes com Dengue
Segundo o Ministério da Saúde (MS), são considerados como estratégicos
todos os medicamentos utilizados para tratamento das doenças de perfil endêmico,
cujo controle e tratamento tenham protocolo e normas estabelecidas e que possuam
impacto socioeconômico. São doenças que atingem ou colocam em risco as
coletividades e que tem como importante estratégia de controle o tratamento de
seus portadores. Algumas das doenças transmissíveis acometem população de
áreas específicas do país, como a malária, esquistossomose, doença de Chagas,
dengue e leishmaniose (BRASIL, 2008).
Segundo Lima (2014), no ano de 2006, por meio da Portaria MS/GM nº 399,
de 22 de fevereiro de 2006, foi instituído o Pacto pela Vida, em defesa do SUS e de
Gestão. Segundo o Pacto pela Vida, os estados, regiões e municípios devem
pactuar as ações necessárias para o alcance das metas e dos objetivos propostos.
Foram pactuadas seis prioridades: saúde do idoso; controle do câncer do colo do
útero e da mama; redução da mortalidade infantil e materna; fortalecimento da
capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue
e outras.
No Pacto de Gestão, no que tange ao bloco de financiamento para a
Assistência Farmacêutica, pactuou-se que o mesmo é responsabilidade dos três
gestores do SUS, devendo agregar a aquisição de medicamentos e insumos e a
organização das ações de assistência farmacêutica necessárias, de acordo com a
organização dos serviços de saúde. O Componente Estratégico da Assistência
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Farmacêutica consiste no financiamento para a realização de ações de assistência
farmacêutica voltadas para os programas estratégicos. O fornecimento de
medicamentos, produtos e insumos, para os demais níveis de atenção, são de
responsabilidade do MS. A dispensação para a população é feita na rede pública
estadual ou municipal (BRASIL, 2008).
De acordo com Vieira (2007), a prevenção e o tratamento de doenças
exigem infraestrutura adequada, assim como educação apropriada. Após estas
medidas, os medicamentos e as vacinas têm o potencial de conferir grandes
benefícios à população. No entanto, o simbolismo de que se revestem os
medicamentos na sociedade tem contribuído para a utilização irracional dos
mesmos.
Para Feitosa (2006), nesse novo contexto da prática farmacêutica, no qual a
preocupação com o bem estar do paciente, passa a ser a viga mestra das ações,
somando esforços com outros profissionais de saúde e aos da comunidade para a
promoção de saúde, o farmacêutico assume um papel de fundamental importância.
Como relata James e Rovers (2003) existem quatro categorias de iniciativas que
podem ser implantadas pelo farmacêutico para melhoria do estado de saúde da
comunidade:
•
•
•
•
Acompanhamento e educação do paciente e para o paciente;
Avaliação dos seus fatores de risco;
Prevenção das doenças;
Promoção da saúde e vigilância das doenças (FEITOSA, 2006).
Assim, para Feitosa (2006), a proposta de consenso defende que a prática
da atenção farmacêutica deve estar orientada para a educação em saúde,
orientação
farmacêutica,
dispensação,
atendimento
e
acompanhamento
farmacêutico, registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos
resultados.
De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (2010) a Assistência
Farmacêutica pode ser considerada como uma das áreas mais importantes da
saúde, pois a falta de medicamentos compromete os resultados dos tratamentos e a
qualidade do atendimento, ocasionando internações desnecessárias onerando todo
o sistema. A prática da atenção farmacêutica deve está orientada para a educação
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em saúde, orientação farmacêutica, dispensação, atendimento e acompanhamento
farmacêutico, registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos
resultados. O propósito da atenção farmacêutica é reduzir a morbimortalidade
relacionada aos medicamentos.
Portanto como a função do farmacêutico é a profissional responsável pelo
tratamento farmacológico, com o propósito de alcançar resultados concretos que
melhorem a qualidade de vida do paciente, no tratamento da dengue o farmacêutico
procura restaurar o bem estar do paciente e trabalhando para que este não tenha
sua qualidade de vida comprometida por um problema evitável. Já que os eventos
adversos a medicamentos são considerados hoje uma patologia emergente e são
responsáveis por grandes perdas, sejam estas de ordem financeira ou de vida
(VIEIRA, 2007).
4. NÚMERO DE CASOS DE DENGUE NO MUNICÍPIO DE COLIDER-MT NOS
ANOS DE 2008 A 2010
A dengue é considerada uma arbovirose que mais atingiu o homem nos
últimos anos; segundo Cazola et al. (2014) ele vem se tornando um grave problema
de saúde no mundo, especialmente nos países de clima tropical, onde as condições
do meio ambiente contribuem para o desenvolvimento e proliferação do mosquito
transmissor.
O estado do Mato Grosso é o único do Brasil com três sorotipos da dengue
circulante. Relatórios do Ministério da Saúde mostram que a população local está
exposta ao DEN1, DEN2 e DEN4 e corre mais risco de contrair a forma grave da
doença. De acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (SINAN), de 1º janeiro a 05 de setembro de 2013, Mato Grosso registrou
41.349 casos de dengue, com 37 ocorrências de óbito, sendo 32 confirmados
(BRASIL, 2010).
No munícipio de Colider - MT a Secretaria Municipal de Saúde e
Saneamento através do Departamento de Vigilância Epidemiológica elabora
informes epidemiológicos dos principais agravos para conhecer a situação da saúde
da população, avaliar e planejar as ações de saúde.
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Os resultados dos dados coletados mostram que a dengue esteve presente
nos três anos pesquisados (2008, 2009 e 2010). Contudo, um resultado que chama
a atenção é que em 2009 foram inseridos no sistema no decorrer do ano um total de
2.616 notificações. Destaca-se que a temporalidade na distribuição dos casos
durante o ano de 2009 no município de Colider diferenciou dos demais anos com
aumento exponencial, como é mostrado na tabela 1:
Tabela 1 - Demonstrativo de casos de Dengue notificados no Município de Colider
nos anos de 2008 e 2009.
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
TOTAL
2008
106
113
139
125
28
14
6
1
0
1
3
3
539
2009
4
3
11
7
7
6
3
27
168
154
1364
862
2616
Fonte: SINAN/SMS/Colider-MT.
Como se observou no ano de 2009, o maior incremento no número de casos
se mostrou a partir de agosto, em relação aos meses anteriores. Pode-se inferir
como fatores contribuintes para esse aumento o início do período chuvoso,
comportamento sociocultural da população e período epidêmico apresentado em
todo o Estado, como se visualiza no Gráfico 1.
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Gráfico 1 - Demonstrativo de casos de Dengue notificados no Município de Colider
nos anos de 2008 e 2009
Fonte: SINAN/SMS/Colider-MT.
No gráfico 1 destaca-se que a temporalidade na distribuição dos casos
durante o ano de 2009 no município de Colider diferenciou dos demais anos.
Mostra-se no gráfico 2 o comparativo mensal de notificação de dengue no município
no período de julho a dezembro de 2008/2009/2010.
Gráfico 2 - Comparativo Mensal de Notificação de Dengue no Município de Colider
no período de Julho a Dezembro de 2008/2009/2010
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento Básico/Vigilância Epidemiológica.
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Como pode se observar no gráfico 2, a maioria dos casos de dengue
notificados no município de Colíder nesses anos são verificados nos meses de julho
a agosto, tendo maior destaque aos meses de novembro e dezembro. Isso se deve
com certeza ao período chuvoso que nesses meses são mais intensos, deixando a
cidade mais vulnerável a criação do mosquito.
Como as formas graves sobrevêm geralmente em torno do terceiro dia de
doença, acompanhadas ou não de febre (período durante o qual a temperatura
desce subitamente). Buscou-se investigar também os casos notificados e
confirmados de dengue clássica, dengue com complicação e febre hemorrágica da
dengue no município de Colider - MT nos anos de 2008 e 2009, como é mostrado no
gráfico 3.
Gráfico 3 - Casos notificados e confirmados de Dengue Clássica (DC), Dengue Com
Complicação (D.C.C) e Febre Hemorrágica da Dengue (F.H.D) no município de
Colider - MT
Fonte: SINAN/SMS/Colider-MT.
Existem alguns casos que são lançados no sistema, contudo não são
confirmados, como mostra o gráfico 4 que mostra que dos 536 casos notificados no
ano de 2008 apenas 317 são casos confirmados, como no ano de 2009 apenas 656
casos dos 2616 são confirmados enquanto que 1830 estão em aberto.
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Gráfico 4 - Demonstrativo de casos de Dengue notificados, confirmados e em
aberto, no município de Colider – MT.
Fonte: SINAN/SMS/Colider-MT.
A
Dengue
Hemorrágica
se
caracteriza
por
pequenos
ou
graves
sangramentos internos ou externos. A evolução para o quadro de choque é devido a
importantes alterações da permeabilidade capilar e grande extravasamento de
plasma, que atingem órgãos como o fígado, pulmão, coração, rins e que podem
trazer complicações neurológicas da dengue (BRASIL, 2010). Segundo Cazola et al.
(2014), a dengue hemorrágica costuma ocorrer quase que exclusivamente em
pacientes com experiência anterior, sugerindo fisiopatologia associada à hiperresposta imune mediada por anticorpos. Os quadros de dengue com complicações
são aqueles onde o paciente apresenta complicações graves e não se enquadram
na definição de Febre Hemorrágica da Dengue.
No município de Colider de acordo com o boletim epidemiológico nº 01
(BRASIL, 2010), no ano de 2008 não teve notificação de casos de Dengue com
complicação (D.C.C) e nem de Dengue com Febre Hemorrágica (F.H.D), entretanto
no ano de 2009 houve a notificação de 7 casos de Dengue com complicação (F.H.D)
e 3 casos de Dengue com Febre Hemorrágica (D.C. H).
Em relação às ações desenvolvidas pelo município no combate ao Aedes
aegypti segundo a Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento Básico e a
Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica de Colider, o município vem
desenvolvendo suas atividades de combate a dengue por meio da Secretaria
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Municipal de Saúde e Saneamento Básico, com o apoio de parceiros, contando com
a equipe de Vigilância em Saúde (Epidemiológica, Sanitária e Ambiental) (BRASIL,
2010).
A vigilância ambiental vem desenvolvendo atividades de bloqueio a partir da
semana epidemiológica nos 49 bairros da cidade. E observou-se que os depósitos
de criadores do mosquito Aedes aegypti predominantes são do tipo lixo (sucatas,
entulhos e resíduos de construção), seguidos por depósitos de água a nível de solo
e pneus e outros materiais rodantes, confirmando a importância de se desenvolver
ações integradas de mobilização social e manejo ambiental com todos os
segmentos sociais para promoção da saúde (BRASIL, 2010).
Segundo a Vigilância Epidemiológica de Colider, a Secretaria de
Infraestrutura, obras e urbanismo todo ano se realiza o programa Cidade Limpa que
foi responsável pelo sistema de coleta de lixo e limpeza da cidade, regularizando a
situação
da
limpeza,
acumulado, mato,
principalmente
galhos
nos
consequentes
bairros,
que
de podas
eliminou
de
o
lixo
árvores feitas
constantemente por parte dos moradores. Com homens e equipamentos efetuaram
o trabalho da coleta de tudo, desde o entulho, podas de árvores até o lixo doméstico,
agora ficou bem mais fácil conservar a cidade limpa e prevenir a proliferação do
mosquito da Dengue (BRASIL, 2010).
Apesar de se observar que os casos de dengue vêm diminuindo é preciso
alertá-los quanto ao risco de uma nova epidemia de dengue em nosso município, no
período da seca é necessário continuar sempre atento nas ações de combate à
Dengue. Portanto é preciso agir de modo preventivo, desenvolvendo ações
integradas e ágeis para não se enfrentar novamente os altos índices de casos de
dengue (BRASIL, 2010).
Para isso é importante prestar atenção nas medidas de prevenção, como:
manter a caixa d’água, tonéis e barris ou outros recipientes que armazenam água,
totalmente tampados e limpos na sua parte interna (lavados com escova e sabão
semanalmente). Deve-se remover tudo o que possa impedir a água de correr pelas
calhas e não deixar a água da chuva acumular sobre as lajes. No caso dos vasos de
plantas, encher de areia, até a borda, os pratinhos dos vasos. Se não tiver colocado
areia no pratinho da planta, lavar a mesmo com escova, água e sabão, pelo menos
uma vez por semana, fazendo o mesmo com vasos de plantas aquáticas. Jogar no
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lixo todo objeto que possa acumular água, como potes, latas e garrafas vazias.
Colocar o lixo em sacos plásticos, fechar bem esses sacos e deixá - los fora do
alcance de animais (BRASIL, 2010).
Outro aspecto observado é que a dengue, por ser considerada pela
população como uma virose benigna, nem sempre impõe a busca de atenção
médica. Segundo Girardi (2010), os dados oriundos das notificações oficiais são
muito subestimados e não revelam a força da circulação viral. Considerando a
subnotificação, aponta-se para uma situação em que a vigilância consegue apenas
estimar a magnitude da epidemia.
Portanto, com esta pesquisa analisa-se que nos resultados encontrados
neste município foi que, durante os três anos ocorreram um total de 3.313 de casos
positivos da doença, no qual o menor índice se deu no ano de 2010, com 158 casos
apenas nos meses de julho a dezembro e maior índice no ano de 2009 com 2616
casos diagnosticados positivos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esta pesquisa, pode-se afirmar que a dengue não é uma doença
epidemiológica de fácil controle, principalmente nos municípios do Mato Grosso,
onde o clima é muito quente com períodos de setembro a fevereiro de intensas
chuvas, o que contribui para a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Como não se
resolve essa epidemia apenas com o tratamento dos doentes, faz-se necessária a
conscientização da população quanto às medidas necessárias para seu controle.
Quanto ao poder público, este deve atuar na divulgação de informações necessárias
para que os pacientes cheguem aos serviços de saúde nas fases iniciais da doença
para evitar complicações, e assim possam ser atendidos e referenciados de acordo
com o nível de atenção médica requerida para cada caso.
Esse estudo verificou que nos resultados durante os anos de 2008, 2009 e
2010 ocorreram um total de 3.313 de casos positivos, sendo que no ano de 2009
houve ocorrência de aumento exponencial nos casos diagnosticados como positivos.
Este aumento dos casos em 2009 pode estar relacionado às condições climáticas,
ocorrendo principalmente em período chuvosos, precariedade, influência da
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ausência de saneamento básico e também o crescimento populacional durante este
período.
Sabe-se que não se erradica a dengue com tratamento da doença, mas sim
com sua prevenção; esta é feita através do controle do mosquito Aedes aegypti. Por
isto, as autoridades em saúde devem buscar formas mais efetivas de
conscientização da população, no sentido de manterem cuidados para que o
mosquito não se prolifere e haja redução dessa epidemia, que acomete todos os
municípios do estado do Mato Grosso.
Portanto, o que se observou com esta pesquisa é que no município de
Colider o controle da dengue se baseia no combate aos mosquitos vetores mediante
a vigilância vetorial e a aplicação de inseticidas, que vem apresentando baixa
eficácia e altos custos. Essas atividades de controle vetorial têm sido insuficientes
para interromper o processo de transmissão.
REFERENCIAS
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Informe Epidemiológico de doenças de notificação compulsória, exame de
prevenção de câncer do colo uterino, nascidos vivos, óbitos e internações por
diabetes/hipertensão arterial/ pneumonia no período de Julho a dezembro de
2010 no município de Colider/MT.
BRASIL, Governo do Estado de Mato Grosso. Prefeitura Municipal de Colider/MT.
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Epidemiológica. Boletim Epidemiológico da Dengue. N° 01, Janeiro de 2010 –
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