ISSN 2316-2872 T.I.S. São Carlos, v. 3, n. 2, p. 204-214, mai-ago 2014 ©Tecnologias, Infraestrutura e Software O Uso de Cores em Aplicações Web: um Estudo dos Projetos Desenvolvidos no Curso Lato Sensu de Desenvolvimento de Software para a Web Leandro Carlos Pedrassolli, Vânia Paula de Almeida Neris Resumo: Um dos principais elementos das interfaces é a cor. A cor se apresenta como uma informação em conjunto com outros elementos que compõem a linguagem visual. A teoria das cores aplicada às interfaces Web visa melhorar a utilização dos sistemas a fim de aumentar o tempo de resposta do usuário e evitar a frustração e desistência da navegação. O objetivo deste artigo é apresentar algumas soluções encontradas na literatura sobre a aplicação de cores em projetos Web e compará-las com os projetos desenvolvidos no curso de pós-graduação lato sensu de Desenvolvimento de Software para a Web. Palavras-Chave: interface web, cor, linguagem visual Using colors in Web applications: a study ofprojects developed in the lato sensu course ofSoftware Development for the Web Abstract: One of the key elements of interfaces is the color. The color is an information element that with other elements can make up the visual language. The color theory applied to Web interfaces aims at improving the use ofsystems in order to increase the users’ response time, prevent frustration and avoid the navigation waiver. The purpose of this study is to present some solutions found in the literature on the application of colors in Web designs and compare them with the projects developed in UFSCar lato sensu post-graduate course of Software Development for the Web. Keywords: web interface, color, visual language. I.INTRODUÇÃO No desenvolvimento de sistemas para Web é ponto comum que empresas de software adotem grupos distintos de desenvolvedores para as regras e lógica de negócio (developers) e para criação das interfaces (webdesigners). No entanto, em equipes pequenas pode não existir o webdesigner, levando os desenvolvedores sem conhecimento em projetos gráficos a arriscarem soluções de interface de usuário baseados em suas experiências pessoais como usuários de outros sistemas ou utilizarem modelos prontos (Ponte, 2009). Um dos principais elementos que compõem os projetos gráficos é a cor, já que desde que é percebida pelo olho e interpretada pelo cérebro, exerce forte influência sobre as sensações e emoções. A cor se apresenta em diversas situações do nosso cotidiano, como uma informação, em conjunto com outros elementos que compõem a linguagem visual (Pedrosa, 2005). A teoria das cores aplicada às interfaces Web visa tornar a utilização dos sistemas mais atraente e eficiente, pois o uso indiscriminado das cores pode ter um efeito negativo, aumentar significativamente o tempo de resposta do usuário e acarretar frustração e desistência da navegação (Pedrosa, 2005). Este trabalho apresenta algumas soluções encontradas na literatura, especificamente para a aplicação de cores em projetos Web, e compara com os projetos desenvolvidos no curso de pós-graduação lato sensu de Desenvolvimento de Software para a Web. Para isso foram escolhidas duas formas de verificar a utilização de cores nos projetos desenvolvidos pelos alunos do lato sensu. Primeiramente, foram elencados critérios de uso adequado das cores, de acordo com o encontrado na literatura, a fim de avaliar as opções utilizadas pelos desenvolvedores em seus projetos. Depois foram analisadas informações, reunidas por meio de um questionário enviado aos desenvolvedores, que mostraram como as cores são planejadas e utilizadas pelos alunos do lato sensu. Para fazer uma introdução à Teoria das Cores, na seção II são introduzidos os conceitos sobre como as cores são percebidas, quais suas influências sobre os sentimentos e alguns significados atribuídos às cores. Pesquisas Departamento de Computação - Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Caixa Postal 676 – 13.565-905 – São Carlos – SP – Brasil Autor para correspondência: [email protected], [email protected] Leandro Carlos Pedrassolli, Vânia Paula de Almeida Neris relacionadas ao uso de cores podem ser encontradas na seção III, cada qual em uma aplicação diferente, mas sempre utilizando a cor como principal informação. A seção IV apresenta metodologia empregada para a realização do artigo. A seção V apresenta a avaliação descrita anteriormente para atingir o objetivo deste artigo. A seção VI apresenta recomendações para o uso de cores em projetos da Web mostrando, como exemplo, os projetos desenvolvidos no curso lato sensu que utilizam soluções adequadas de acordo com a literatura pesquisada. A seção VII apresenta as considerações finais deste trabalho. II. CONCEITOS F UNDAMENTAIS Esta seção apresenta os conceitos básicos sobre a Teoria das Cores, a relação das cores com os sentimentos estimulados nos seres humanos e alguns significados da utilização das cores na cultura ocidental. A) Cores A literatura aponta que as cores são sensações interpretadas por nosso cérebro quando nossos olhos são estimulados por uma faixa bem determinada do espectro de ondas eletromagnéticas - a luz (Guimarães, 2004). O conceito de cor tem definições originadas de diferentes áreas de conhecimento, como Física, Fisiologia ou Psicologia. Silveira (2011) e Guimarães (2004) relatam que Newton1 (1704), utilizando um prisma decompôs um feixe de luz branca em várias outras cores e, assim, conceituou que as cores são propriedades originais e correspondentes a frequências específicas do espectro eletromagnético, chamadas de radiações monocromáticas. Dessa forma, mostrou que as cores não são propriedades dos corpos; os materiais são coloridos porque são iluminados e refletem parte dos raios luminosos. Ainda nos estudos de Silveira (2011) e de Guimarães (2004) há referência que Goethe2 (1810) baseou sua Doutrina das Cores em contestação às ideias de Newton e na defesa da existência das cores independentemente dos fenômenos físicos. A luz seria um fenômeno único e simples e as cores, ideias subjetivas que existiriam apenas devido à percepção do homem. Os diferentes pontos de vista de Newton e de Goethe tornam-se evidentes em suas descrições a respeito da cor verde, pois para o último, com visão mais artística, tal cor era resultado da combinação entre amarelo e azul; já para Newton, o verde é uma cor simples do espectro (Silveira, 2011). Segundo Farina et al. (2006), mais recentemente sabe-se que ambos estavam certos, pois enquanto Newton discorria sobre cores espectrais - originadas da luz - chamadas de cores-luz e explicadas pela síntese aditiva, Goethe estudava as cores-pigmento, explicadas pela síntese subtrativa. Além de pesquisas sobre luzes e pigmentos, muito foi estudado sobre o aparelho capaz de interpretar esses sinais, o olho. Segundo a Teoria de Young-Helmholtz (Farina et al., 2006), conhecida também com Teoria Tricromática, existem no olho humano três cones receptores (células especializadas que compões a retina) sensíveis a luz, cada um relativo a percepção de uma cor – azul-violeta, verde e vermelhoalaranjado. Desse modo, para o cérebro perceber as outras cores deve haver um estímulo combinado desses receptores. Caso a luz que chegue à retina estimule os cones sensíveis ao verde e ao vermelho, com a mesma intensidade, será percebida a cor amarela. A teoria tricromática, como relata Silveira (2011), foi de fundamental importância para a reprodução de todas as cores em televisão, fotografia e impressão gráfica. A cor-pigmento é o nome dado à capacidade que um corpo tem de ser de determinada cor; por exemplo, um corpo é vermelho porque absorve alguns raios luminosos e reflete apenas os de tonalidades vermelhas. As cores-pigmento primárias, assim chamadas por serem indecomponíveis, são ciano, magenta e amarelo e a combinação delas resulta a cor preta. A síntese subtrativa é o processo de absorver algumas frequências do espectro para formar as cores. Assim, a corpigmento ciano - de tom azul claro - dá ao material a capacidade de refletir ao nosso olho os raios de luz subtraídos da frequência correspondente ao vermelho, sua cor complementar (Silveira, 2011). Convém salientar que as cores primárias citadas no parágrafo anterior são as cores-pigmento transparentes. Para as artes gráficas e publicidade adota-se como cores básicas o azul ao invés de ciano, o vermelho ao invés do magenta e o amarelo, as cores-pigmento opacas. Entretanto, com a mistura dessas três cores não se obtém o preto puro, mas um cinza muito escuro (Farina et al., 2006). A cor-luz é obtida por uma fonte de luz monocromática ou pela refração e dispersão de raios de luz não cromático, como a luz do sol ao passar pelas nuvens e formar o arco-íris. Sendo a luz branca a composição de todas as cores o processo de formação é chamado de síntese aditiva. As cores-luz primárias são o vermelho, o verde e o azul (Silveira, 2011). As cores primárias e suas combinações, denominadas cores secundárias, quando organizadas em tríades formam os chamados Círculos Cromáticos. Através destes tem-se um importante instrumento para identificar as cores vizinhas ou análogas, as contrárias ou complementares, as harmonias geométricas e outras combinações de cores (Silveira, 2011). ____________________________ 1 Issac Newton, Óptica (Optiks: or a treatise of the reflections, refractions, inflections & colours of light), 1704. 2 Johann Wolfgang von Goethe, Doutrina das Cores (Zur Farbenlehre), 1810. T.I.S. 2014; 3 (2): 204-214 205 O uso de Cores em Aplicações Web: um Estudo dos Projetos Desenvolvidos no Curso Lato Sensu de Desenvolvimento de Software para a Web Figura 1. Círculo Cromático com nomes das cores e suas representações em RGB (adaptado de Farina et al., 2006 e Silveira, 2011) A Figura 1 apresenta um círculo cromático que utiliza como referência as cores-luz, pois são as adotadas no HTML – sigla para Linguagem de Marcação de Hiper-Texto – para a definição de cores nas páginas Web utilizando o modelo RGB (vermelho-verde-azul) em uma variação de 0 a 255 para cada cor primária. Outras características próprias das cores são reunidas por Kulpa et al. (2010) e podem ser definidas como parâmetros básicos da cor: • Matiz ou tom é a variedade do comprimento de onda da luz direta ou indireta; • Valor, luminosidade ou brilho indica o índice de luminosidade da cor, o quanto a cor se aproxima do branco ou do preto; • Croma ou saturação refere-se à saturação percebida como intensidade da cor, o grau de pureza desta até o cinza; • Contraste ocorre quando diferenças podem ser percebidas entre tons. • Temperatura das cores é a capacidade que as cores têm de parecer quentes ou frias. As escolhas de cores para projetos Web podem se basear em uma metodologia de aplicação de cores através do círculo cromático. Combinações básicas são feitas a partir de uma cor e suas variações até o cinza ou a combinação com uma cor neutra, como marrom, que está fora do círculo de cores e tenha luminosidade diferente. Combinações entre cores complementares ou opostas são comumente utilizadas em tons quebrados, onde a variação das cores passa por diferentes saturações, ou em tons puros. Outros esquemas que funcionam bem para mais de duas cores são a utilização, ao invés da cor complementar, de duas cores análogas equidistantes da complementar, a combinação de cores análogas ou em esquema de tríades (Figura 2) (Dias et al., 2013). Figura 2. Esquemas de cores para a Web (adaptado de Dias et al., 2013). As cores utilizadas nos projetos Web, como parte da interface, carregam um significado em si e agregam informações a outros elementos da interface, por isso devem ser tratadas como signos – discutidos com mais detalhes na seção a seguir - (Dias et al, 2010; Guimarães, 2004). 206 T.I.S. 2014; 3 (2): 204-214 Leandro Carlos Pedrassolli, Vânia Paula de Almeida Neris B) Cores e a Interação Humano-Computador As cores são capazes de influenciar as sensações e sentimentos do ser humano, seja na sua fisiologia, atuando nos centros nervosos e suas ramificações e produzindo impressões ou reflexos sensoriais, seja psicologicamente, estimulando alegria ou tristeza, exaltação ou depressão, atividade ou passividade. No entanto, poucas pessoas percebem, conscientemente, a carga simbólica das cores mesmo sob forte influência cultural (Farina et al., 2006). Segundo Guimarães (2004), a cor quando aplicada intencionalmente a um objeto - material ou conceitual recebe a denominação de signo. Dessa forma, se está “trabalhando com a informação latente, que será percebida e decifrada pelo sentido da visão, interpretada pela nossa cognição e transformada numa informação atualizada” (Guimarães, 2004, p. 15). Quando se interage com uma interface de usuário de uma aplicação de software, realiza-se um “esforço de interpretação e compreensão a respeito do significado de seus dispositivos e da informação que eles vinculam” (Leite e Souza, 1999, p. 2). O desenvolvedor passa uma mensagem dinâmica ao usuário através da interface onde o conteúdo é a funcionalidade (Leite e Souza, 1999). Para Amantini et al. (2002), a cor tem seu poder cognitivo, além de ser uma propriedade estética da interface de usuário, e deve ser usada para identificar os elementos que devem atrair atenção do usuário, auxiliar a visualização e melhorar a legibilidade da informação. Além disso, para esses autores, “é possível acrescentar informações a interfaces por meio da utilização das cores, determinando um estado de espírito, representando associações simbólicas e auxiliando na identificação de estruturas e processos”. A cor adequada a ser utilizada em um projeto “dependerá do contexto ou de uma pequena variação na sua cromaticidade para adquirir a conotação adequada” (Guimarães, 2004, p. 107). C) Cores e significados Cada cor pode causar sensações e efeitos diferentes e até contraditórios dependendo da situação, da cultura e experiência de vida de quem a enxerga e até pela combinação com outras cores. Heller (2007) chamou a combinação e interação das cores de acorde cromático. Cada acorde cromático tem um efeito específico e inconfundível. A combinação de verde com preto causa um efeito diferente da combinação de verde com azul, por exemplo. Uma compilação de vários trabalhos é apresentada na relação cor e significado (Heller, 2007; Farina et al., 2006; Sibagraphics, 2013; Amantini et al., 2002): Vermelho: Cor estimulante no campo visual. Desperta o entusiasmo, dinamismo, ação e violência. Dá a sensação de calor e força, mas se utilizada em excesso pode irritar e desenvolver sentimentos de intranquilidade e despertar violência. Possui grande potência calórica, aumenta a tensão muscular e a pressão sanguínea. Remete à festividade, no sentido da comemoração popular. É a cor do amor e do erotismo. Como cor da atração e da sedução se materializa T.I.S. 2014; 3 (2): 204-214 nos lábios vermelhos. É a cor dos chamados "pecados da carne", dos tabus e das transgressões. Muito eficiente nas interfaces para sinalizar perigo ou chamar a atenção. Bordas vermelhas de sinais de advertência são rapidamente percebidas. Evitar seu uso em amplas áreas ou como cor de fundo. Amarelo: Provoca uma impressão calorosa e agradável, ativa a criatividade e sugere proximidade. Remete à alegria, espontaneidade, ação, poder, dinamismo, impulsividade. Pode sugerir ainda potencialização, estimulação, contraste, irritação e covardia. No entanto, em contraste com uma cor mais quente, o amarelo adquire uma luminosidade maior, chama muito mais atenção e desperta os impulsos de adesão. Utilizada em excesso, pode tornar-se monótona e cansativa. É um bom indicador de atividade, sendo adequada para mostrar uma janela ativa. Não deve ser usada para cor de texto, a não ser com o fundo preto ou azul escuro. Verde: Quando utilizada em tom claro, transmite sensação de bem estar e sugere tranquilidade, equilíbrio. É um sedativo que dilata os vasos capilares e tem efeito de reduzir a pressão sanguínea. Leva a associações com ecologia e natureza, além de sugerir umidade. É cor da permissão. Tons escuros tendem a deprimir. É uma cor recebida de forma menos agressiva, com maior passividade, além de ser a mais visível das três cores primárias do modelo RGB, sendo muito propícia quando se deseja transmitir rapidamente uma informação. Evitar seu uso pra contornos de objetos. Azul: Pode se vista como contradição entre estímulo e repouso, e transmite uma sensação de frio, confiança, integridade e delicadeza. Sugere espaço e profundidade. É uma cor fria e a mais tranquila de todas as cores e tem grande capacidade de relaxar as pessoas. Em alguns países é a cor associada à tristeza. Fornece um bom fundo para as cores vívidas. O olho humano é menos sensível aos comprimentos de onda azul. É uma cor difícil de ser focalizada e de se obter um bom contraste, não devendo ser utilizada para textos e nem para detalhes finos. É a cor preferida da maioria das pessoas. O azul-escuro indica sobriedade, sofisticação, inspiração, profundidade e está de acordo com a ideia de liberdade e de acolhimento. Designa infinito, inteligência, recolhimento, paz, descanso, confiança, segurança. Laranja: Tem características semelhantes ao vermelho, mas mais atenuadas. Seu nome vem do fruto que outrora foi exótico e difícil de adquirir, daí a ideia de que coisas alaranjadas são chamativas, extrovertidas e incitantes. Tem caráter estimulante e relaciona-se com produtos comestíveis. Roxo: É a cor da prudência, remete a sabedoria, filosofia, sofisticação e contemplação. Tem a ver com o emocional, o espiritual e transmite profundidade e experiência. É utilizado para comunicar melancolia, realeza, dor, sentimentos intensos, religiosidade, magia, sofisticação e suntuosidade. Rosa: As qualidades atribuídas à cor rosa são consideradas tipicamente femininas. Simboliza o encanto, a amabilidade. Remete à inocência, ingenuidade, bondade, ternura, bons sentimentos, amor, afeto, nobreza e ausência de tudo mau. É uma cor terna e suave muito utilizada em associações com o público infantil. 207 O uso de Cores em Aplicações Web: um Estudo dos Projetos Desenvolvidos no Curso Lato Sensu de Desenvolvimento de Software para a Web Marrom: Uma cor sóbria e acolhedora por lembrar madeira e que passa robustez. A predileção por essa cor é escassa, mas tem boas possibilidades de equilíbrio com outras cores. Branco: É a soma de todas as cores. Indica neutralidade, pureza, vida quando associada à alimentação (leite), limpeza, castidade, liberdade e criatividade. Pode significar o início ou o fim dependendo da cultura. Preto: Transmite refinamento, elegância, poder e sofisticação, ainda que também represente o mal, a morte, a escuridão e o mistério. Deve ser evitado o excesso, pois tende a gerar frustração. Apesar de ser expressivo é angustiante ao mesmo tempo. Cinza: Pode ser obtida pela mistura do branco com o preto. É uma cor neutra e também o conjunto de todos os cumprimentos de onda. Associa-se com o esquecimento e a velhice. Também pode comunicar sentimentos de tristeza, dúvida e melancolia, ainda que transmita igualmente quietude. Esta é uma cor que se adapta a tudo. possíveis soluções para os problemas encontrados, por exemplo: o uso de cores diferentes e contrastantes nos textos e fundo dos menus de navegação; e a mudança da cor de fundo ao passar o ponteio do mouse sobre um link. A conclusão foi que as cores são o elemento visual que mais influencia na usabilidade e que o uso adequado pode auxiliar positivamente na usabilidade de interfaces Web por deficientes visuais. A forma pensada por Barbosa et al. (2009) para utilizar as cores em sua “Proposta de Modelo de Interface Interoperável para Web, TV Digital e Dispositivos Móveis” foi atribuir uma cor para cada opção de navegabilidade com o intuito de tornar a interface mais intuitiva e facilitar a memorização dos comandos pelos usuários. Algumas opções adotadas foram: botões coloridos verdes para acesso ao índice, vermelhos para atividades a serem realizadas, azuis para fórum e amarelos para quiz. Para identificar as cores que desenvolvedores de websites e usuários acham atraentes e determinar se alguma cor favorece a navegação e os processos cognitivos dos visitantes dos websites, Bonnardel et al. (2011) fizeram dois experimentos. No primeiro desenvolveram uma homepage com conteúdo informativo sobre os cursos e atividade de lazer de uma universidade francesa e expuseram os participantes a 23 versões diferentes da homepage, dessas 18 de cores diferentes, uma branca, uma preta e três tons de cinza. Cada participante deveria avaliar as versões e pontuá-las numa escala de sete valores entre “não gostou” e “gostou muito”. O resultado indica que as cores preferidas foram, em ordem decrescente, azul, laranja, cinza, magenta e verde, sendo as duas últimas praticamente empatadas (Figura 3). No segundo estudo, Bonnardel et al. (2011) utilizaram o resultado do primeiro para verificar o impacto das três cores preferidas nas buscas por informação e na memorização destas pelos usuários participantes. Além das cores outra variável foi introduzida, o conteúdo poderia ser linear ou não linear (lista não ordenada). O resultado mostrou que os participantes demoram mais para encontrar as informações nas versões com texto linear e na versão laranja; e também que os participantes conseguiram mais informações com a versão azul que com a cinza. III. TRABALHOS RELACIONADOS Os trabalhos envolvendo o uso de cores em projetos Web encontrados na literatura dão ênfase às reações esperadas dos usuários quando interagem com as interfaces. No estudo desenvolvido por Dias et al. (2010) utilizou-se um padrão que visa manter o entusiasmo e o engajamento dos aprendizes de um ambiente educacional colaborativo na Web. Através da observação de um ambiente de ensino onde se utilizou o software Contexteller, adaptado para utilizar duas interfaces, uma cinza e outra colorida, cada uma para grupos diferentes, chegou-se a conclusão que a interface colorida atraiu mais a atenção e ajudou na motivação dos participantes. Em outro trabalho, Kulpa et al. (2010) propuseram um modelo de cores para auxiliar pessoas de baixa visão a utilizarem interfaces computacionais. Foi observada, numa primeira etapa, a utilização de três websites pelos colaboradores e a partir dessas observações foram identificadas as dificuldades encontradas e os pontos positivos da usabilidade desses sistemas computacionais. Em uma segunda etapa, foi desenvolvido um website de teste com combinações de cores diferentes onde foram aplicados Figura 3. Exemplos da homepage em cores diferentes (Bonnardel et al., 2011) IV. METODOLOGIA A partir da fundamentação teórica, foram definidos critérios para a avaliação de uso adequado de cores em interfaces Web dos projetos desenvolvidos no curso lato sensu de Desenvolvimento de Software para Web e verificar se os desenvolvedores fizeram escolhas em seus projetos conforme prega a literatura. 208 T.I.S. 2014; 3 (2): 204-214 Leandro Carlos Pedrassolli, Vânia Paula de Almeida Neris semelhantes de modo a facilitar a memorização do Os critérios elencados por este trabalho são três: Critério A – Legibilidade do Conteúdo: Aplicar contraste funcionamento do sistema pelo usuário. Alguns significados de cores adequado à legibilidade do conteúdo composto por das cores culturalmente difundidos podem ser utilizados, texto longo. Kulpa et al. (2010) relacionam melhores como demonstrado por Barbosa et al. (2009), na Seção 3 deste trabalho, para facilitar o entendimento do sistema pelo combinações para este critério (Tabela 1). Critério B – Destaque de Pontos de Interesse: Utilização de usuário. A Tabela 1 apresenta boas opções de contraste a serem cores para diferenciar conteúdos e facilitar seu reconhecimento quando os usuários voltarem à página. Pode aplicadas em várias partes de uma página Web. As duas ser interessante destacar palavras-chave no conteúdo e realçar colunas da esquerda, agrupadas em “Cores em contraste”, títulos e informações importantes ou elementos do layout, exibem os nomes das cores utilizadas e sua aparência. As como a área de preenchimento de nome de usuário e senha ou colunas à direita sob o título “Elementos de Interface” caixa de notícias. Cores estimulam sentimentos nos usuários e indicam em quais elementos o respectivo contraste é mais isso pode ser aproveitado na associação de sentimentos com o indicado. Além disso, as aplicações de contraste foram conteúdo para uma conexão mais forte (UXMovement, subdivididas de acordo com um contexto específico. Um exemplo de utilização da Tabela 1 é procurar qual o 2013). Critério C – Identificação de Ícones e Links: Tornar os contraste indicado para o “menu principal” (segundo ícones e links de navegação (por exemplo, botões para voltar elemento de interface) que seja “mais eficiente para leitura” à página anterior ou avançar para próximo passo quando em (terceira subdivisão) e assim encontrar fundo azul escuro e processos multietapas) facilmente identificáveis, para isso quatro opções de cores para as letras. pode-se utilizar cores diferentes para cada ação ou ações Tabela 1. Contraste entre texto e fundo para melhor legibilidade (adaptado de Kulpa et al., 2010) T.I.S. 2014; 3 (2): 204-214 209 O uso de Cores em Aplicações Web: um Estudo dos Projetos Desenvolvidos no Curso Lato Sensu de Desenvolvimento de Software para a Web Também como parte da metodologia de avaliação, um questionário foi enviado aos alunos das turmas ingressantes em 2010, 2011 e 2012 a fim de compreender suas escolhas sobre o uso das cores em seus projetos. O questionário enviado contém as perguntas: “Quais foram as razões que levaram seu grupo a escolher as cores utilizadas no seu projeto?” e “Você acha que a cor predominante na interface está associada com qual desses sentimentos?”. A segunda pergunta deve ser respondida selecionando-se uma das seguintes opções: Amor, Alegria, Paz (tranquilidade), Tristeza, Esperança, Espiritualidade e Tédio (monotonia). A Figura 4 mostra o formulário criado no Google Docs contendo o questionário3 . O endereço eletrônico para acesso ao questionário foi encaminhado por e-mail aos alunos pela secretaria de pósgraduação lato sensu e ficou disponível para preenchimento por um período de 14 dias. Figura 4. Formulário enviado aos alunos do curso de Desenvolvimento de Software para a Web sobre o uso de cores em seus projetos V. AVALIAÇÃO DO USO DAS CORES NOS PROJETOS DO CURSO DE D ESENVOLVIMENTO DE S OFTWARE PARA A WEB Conforme apresentado na seção anterior, foram utilizadas duas metodologias de avaliação do uso de cores nos projetos Web. Os resultados das aplicações dos critérios definidos são apresentados na subseção A e da comparação dos dados coletados através do questionário com a literatura na subseção B. Para fins de ordem prática, as avaliações foram feitas sobre imagens das páginas iniciais e outras páginas dos sistemas, escolhidas aleatoriamente pelo pesquisador, encontradas na documentação de cada sistema, disponibilizada pela coordenação do curso. A) Avaliação por meio dos critérios elencados ____________________________ 3 https://docs.google.com/forms/d/1YA_D0B3Pjh4YAlk8gHd Cs3We8QR2XqlaZeI59ZWNhCc/viewform Para a aplicação dos critérios A – “Legibilidade do Conteúdo”, B – “Destaque de pontos de interesse” e C – “Identificação de Ícones e Links” foram selecionados dentre 22 projetos aqueles que apresentavam identidades visuais diferentes dos demais e ignorados os projetos que utilizavam padrões de cores iguais a, pelo menos, um daqueles já escolhidos. Após a filtragem, quinze projetos foram escolhidos para serem avaliados visando verificar se cada critério foi contemplado ou não. Para indicar quanto cada um dos projetos atendeu aos critérios, foi criada uma pontuação de 1 a 5, sendo “1” correspondente a não contemplado, “3” para parcialmente contemplado e “5” quando o projeto contempla completamente tal critério. O resultado - apresentado na Tabela 2 - é dado pela soma dos pontos obtidos em cada critério dividido pela pontuação máxima – 15 – e multiplicado por 100. 210 T.I.S. 2014; 3 (2): 204-214 Leandro Carlos Pedrassolli, Vânia Paula de Almeida Neris Tabela 2. Resultados das avaliações dos projetos Pode-se observar na Tabela 2 que alguns projetos obtiveram nota quatro no critério A. A razão desta pontuação é que, mesmo tendo todos os projetos utilizado padrões de cores e contraste adequados à legibilidade, as cores escolhidas causam algum tipo de prejuízo. Tomando-se como exemplo o projeto P4, os desenvolvedores optaram por usar texto branco sobre fundo todo preto, o que é apontado como boa opção pela Tabela 1, mas o uso continuado deste sistema pode causar cansaço visual no usuário. A avaliação das páginas revelou uma característica comum à maioria dos projetos: a utilização de uma ou duas cores predominantes em todos os elementos da interface, o que a princípio torna a aparência mais harmoniosa, mas prejudica na identificação de elementos. Esses projetos receberam notas baixas no critério B. B) Dados coletados confrontados com literatura O questionário enviado aos desenvolvedores apresenta duas questões. A primeira pergunta pede que o participante escreva com suas palavras a razão pela qual sua equipe escolheu as cores utilizadas em seu projeto. A segunda pergunta foi formulada visando à associação dos sentimentos que se espera estimular com as cores predominantes nos projetos. As respostas dadas pelos participantes na primeira pergunta foram reunidas em categorias, de modo que o texto original não perdesse o sentido, e os projetos com respostas da mesma categoria foram agrupadas, resultando na Figura 5. Figura 5. Número de projetos para cada razão citada pelos desenvolvedores participantes do questionário Como se pode ver na Figura 5 a maioria dos desenvolvedores respondeu que sua equipe utilizou as cores do logo da UFSCar – laranja, preto e cinza – para ligar sua identidade visual com a instituição. Outras razões muito representativas foram proporcionar ao usuário uma interface de fácil leitura e que causasse menos cansaço visual, o que levou muitos projetos a optarem por cores claras como branco, cinza claro e azul claro. As opções de resposta colocadas na segunda questão foram elencadas na forma como é apresentado na Tabela 3. Tais associações entre cores e sentimentos estimulados servem como referência para a avaliação das respostas dos participantes. Tabela 3. Associação entre sentimentos e cores planejada pelo desenvolvedor T.I.S. 2014; 3 (2): 204-214 211 O uso de Cores em Aplicações Web: um Estudo dos Projetos Desenvolvidos no Curso Lato Sensu de Desenvolvimento de Software para a Web Tabela 4. Respostas obtidas dos participantes A análise dos sistemas segundo a teoria das cores passa a ser mais complexa quando não há apenas uma cor predominante, pois as combinações de cores podem combinar também as sensações estimuladas ou provocar uma emoção oposta àquela esperada. A conclusão que se tem analisando os resultados combinados das duas questões é que os desenvolvedores do curso de Desenvolvimento de Software para a Web optam primeiramente em manter a identidade visual da instituição, utilizando a cor laranja, mas esforçam-se em criar uma interface que ofereça um ambiente de trabalho agradável que evite a frustação do usuário ao utilizar o sistema. Outras observações críticas referentes à utilização de cores nos projetos do curso podem ser vistas na próxima seção. Essas análises não tem intenção de julgar o certo e errado ou depreciar os projetos desenvolvidos pelos alunos, mas propor uma discussão sobre a importância do treinamento dos desenvolvedores de sistemas para a Web na área da Teoria das Cores juntamente com disciplinas de criação e avaliação de interfaces visuais e IHC. VI. RECOMENDAÇÕES DE USO DE CORES EM PROJETOS WEB A partir da determinação das cores predominantes nas interfaces dos projetos torna-se possível comparar as escolhas dos desenvolvedores com os sentimentos aflorados nas pessoas segundo a literatura e aplicar os critérios selecionados neste trabalho para verificar seu enquadramento nessas métricas. Nesta seção são destacadas algumas características que foram consideradas como boa utilização de cores em cada projeto. Na Figura 6, à esquerda, pode ser visto o uso da cor azul como pano de fundo da aplicação em um padrão de tons diferentes. Gera uma sensação de profundidade e ao mesmo tempo não tira a atenção do conteúdo principal. A escolha do preto como cor predominante, visto no projeto à direita da Figura 6, a princípio aparenta elegante, mas tende a provocar uma sensação negativa com o uso contínuo, segundo observações de Kulpa et al. (2010). Os textos em branco sobre preto são uma boa opção de contraste que facilita a legibilidade (Figura 6). Figura 6. Projeto para gestão de eventos e voltado a suporte e gerenciamento de TI 212 T.I.S. 2014; 3 (2): 204-214 Leandro Carlos Pedrassolli, Vânia Paula de Almeida Neris Na Figura 7, o projeto da esquerda utiliza um tom de azul mais suave e delicado, que se torna monótono. Seria uma boa opção utilizar outras cores para sinalizar as ações (Remover, Enviar) e informações a serem destacadas. O projeto da direita tem o mesmo objetivo, mas a escolha pelo laranja chama mais atenção e pode ser mais atraente e estimulante para o usuário. Figura 7. Projetos de redes sociais Muitas vezes o uso da cor em certas partes da interface como botões ou caixas de texto é mais importante como informação que a escolha da cor certa para representar a identidade visual do projeto. Pode-se utilizar uma caixa de texto destacada com a cor amarela, que chama a atenção para si, para direcionar o olhar do usuário para uma informação importante ou para a entrada de informações necessárias para a continuidade do processo em tela, como pode ser visto no projeto da Figura 8, à esquerda. Figura 8. Sistema de reservas, à direita, e voltado à assistência social, à direita Associar as ações comuns de botões frequentemente (Silveira, 2011, p. 7). A utilização da cor não pode ser a usados com determinadas cores torna a utilização do projeto última coisa pensada em um projeto, pois é responsabilidade mais intuitiva. de quem a desenvolve o efeito, a sensação, a emoção que As cores amarelo e vermelho são ideais para alertar o deve ser causada no usuário. usuário para ações que podem levar a perda de dados como Foram mostrados neste artigo alguns dos conceitos da um botão 'Excluir' ou para interromper um processo de Teoria das Cores e algumas interpretações dos significados cadastro através do botão 'Cancelar'. que as cores carregam na cultura ocidental para mostrar como Por outro lado a cor verde é interpretada como o uso das cores é importante para o desenvolvimento de continuidade e entendida como 'siga em frente' e seu uso em sistemas para Web. botões de confirmação é mais natural. As avaliações dos projetos desenvolvidos pelos alunos do Um bom exemplo desses usos de cor pode ser visualizado curso lato sensu de Desenvolvimento de Software para a Web, na Figura 8, à direita. do Departamento de Computação, da UFSCar, foram Uma escolha comum à maioria dos projetos foi pelo fundo avaliadas segundo critérios direcionados a partes bem branco ou cinza claro onde são exibidas as informações específicas da interface dos projetos e mostraram muitas mantidas pelos sistemas. O uso destas cores facilita a coincidências entre prática e teoria, mesmo se considerando a legibilidade e é menos cansativa no trabalho diário com essas restrição das avaliações. interfaces. As informações coletadas por questionário mostraram que a principal intenção dos desenvolvedores é passar alegria e VII. CONSIDERAÇÕES F INAIS tranquilidade para o usuário de seus sistemas tornando, assim, A Teoria das Cores é de fundamental importância para as o trabalho um pouco mais agradável. Isso mostra que os áreas de projeto gráfico, inclusive projetos para a Web, pois desenvolvedores consideraram a importância da interface para introduz conceitos sobre a formação e percepção das cores. a aprovação de seus sistemas. Não foi possível avaliar critérios de navegabilidade e “A aplicação da cor em projetos não pode ser puramente intuitiva. [...] Porém, estudar a percepção da cor não é tarefa acessibilidade e como as cores podem contribuir com estes fácil, pois ela é múltipla, interdisciplinar, complexa.” fatores. Também não houve oportunidade para colher T.I.S. 2014; 3 (2): 204-214 213 O uso de Cores em Aplicações Web: um Estudo dos Projetos Desenvolvidos no Curso Lato Sensu de Desenvolvimento de Software para a Web informações sobre a utilização dos sistemas, para verificar se as emoções esperadas pelos desenvolvedores são as mesmas relatadas pelos usuários. Trabalhos futuros podem explorar estes tópicos para dar continuidade ao estudo. REFERÊNCIAS AMANTINI, Suzy N. S. 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