filo_molusca_17283

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CAMPUS REALENGO
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
REEADCB 0311081
ARTROPODOLOGIA E
MALACOLOGIA
Alessandra Rodrigues Soares
2007020023
Professor: Marcelo
MAIO DE 2008
CAMPUS REALENGO
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
REEADCB 0311081
Afinal que é o homem dentro da natureza? Nada, em relação ao infinito; tudo, em
relação ao nada; um ponto intermediário entre o tudo e o nada. Infinitamente incapaz de
compreender os extremos: tanto o fim das coisas quanto o seu princípio permanecem
ocultos num segredo impenetrável, e é-lhe igualmente impossível ver o nada de onde saiu e
o infinito que o envolve.
Blaise Pascal (1623 - 1662)
Características Gerais dos Moluscos:
Posição Sistemática:
Reino: Animalia
Sub reino: Metazoa
Filo Mollusca
Classe Caudofoveata
Classe Solenogastres
Classe Polyplacophora
Classe Monoplacophora
Classe Gastropoda
Classe Cephalopoda
Classe Scaphopoda
Classe Bivalvia
Número de espécies:
No mundo: 100.000
No Brasil: 1.600
Características Gerais:
Os moluscos são o segundo maior grupo de animais em número de espécies,
sendo suplantado apenas pelos artrópodes. Apresentam uma disparidade morfológica
sem comparação dentre os demais filos de animais, reunindo os familiares caracóis
(reptantes), ostras e mariscos (sésseis) e lulas e polvos (livre-nadantes), assim como
formas pouco conhecidas, como os quítons, conchas dente-de-elefante (Scaphopoda) e
espécies vermiformes (Caudofoveata e Solenogastres).
Os moluscos invadiram quase todos os ambientes; Ocorrem das fossas abissais
até as mais altas montanhas; das geleiras da Antártica até desertos tórridos. Vários
grupos de bivalves e gastrópodes saíram do mar e invadiram a água doce e, no caso dos
gastrópodes, o ambiente terrestre. Existem moluscos predadores (até mesmo de
vertebrados), herbívoros, ecto e endoparasitas, filtradores, comensais, sésseis, vágeis,
pelágicos, neustônicos etc. Em certos ambientes representam grande biomassa e podem
ser importantes na reciclagem de nutrientes.
Os moluscos são animais triblásticos, celomados e protostômios. Apresentam o
corpo mole, não segmentado, e com simetria bilateral. A cabeça ocupa posição anterior,
onde abre-se a boca, entrada do tubo digestivo. Muitas estruturas sensoriais também
localizam-se na cabeça, como os olhos. Sensores químicos também estão presentes nos
moluscos e permitem pressentir a aproximação de inimigos naturais, quando o molusco
rapidamente fecha sua concha, colocando-se protegido.
O pé é a estrutura muscular mais desenvolvida dos moluscos. Com ele, podem se
deslocar, cavar, nadar ou capturar suas presas. O restante dos órgãos está na massa
visceral. Nela, estão os sistemas digestivo, excretor, nervoso e reprodutor. Ao redor da
massa visceral, está o manto, responsável pela produção da concha. Entre a massa
visceral e o manto, há uma câmara chamada cavidade do manto. Nos moluscos
aquáticos, essa cavidade é ocupada pela água que banha as brânquias; nos terrestres, é
cheia de ar e ricamente vascularizada, funcionando como órgão de trocas gasosas,
análoga a um pulmão.
Uma característica marcante da maioria dos moluscos é a presença da concha.
Trata-se de uma carapaça calcária, que garante boa proteção ao animal. Nas lesmas e
nos polvos, ela está ausente; nas lulas, é pequena e interna.
Os moluscos são enterozoários completos. Muitos deles possuem uma estrutura
raladora chamada rádula. Com ela, podem raspar pedaços de alimentos, fragmentandoos em pequenas porções. A digestão dos alimentos se processa quase totalmente no
interior do tubo digestivo (digestão extracelular). Algumas macromoléculas só
completam a sua fragmentação no interior das células de revestimento do intestino
(digestão extracelular).
A maioria dos moluscos apresentam sistema circulatório aberto ou lacunar, no
qual o sangue é impulsionado pelo coração, passa pelo interior de alguns vasos e depois
alcança lacunas dispostas entre os vários tecidos, nas quais circula lentamente, sob baixa
pressão, deixando nutrientes e oxigênio, e recolhendo gás carbônico e outros resíduos
metabólicos. Essas lacunas são as hemoceles. Os cefalópodos constituem uma exceção,
pois têm sistema circulatório fechado.
Em quase todos os moluscos, a membrana do manto é vascularizada e permite a
ocorrência de trocas gasosas entre o sangue e a água. Nos moluscos terrestres, como o
caramujo-de-jardim (Helix sp.), a cavidade do manto é cheia de ar e comporta-se como
um pulmão. Trata-se, portanto, de uma forma particular de respiração pulmonar. Nos
moluscos aquáticos, existem lâminas ricamente irrigadas por vasos sangüíneos, no
manto, e que formam as brânquias desses animais. Portanto, entre os moluscos podemos
encontrar respiração pulmonar e respiração branquial.
A reprodução dos moluscos é sexuada e, na maioria dos representantes do grupo,
a fecundação é interna e cruzada. O caramujo-de-jardim, por exemplo, é monóico. Nas
formas aquáticas, há espécies monóicas e espécies dióicas (como o mexilhão).
Sistema Nervoso dos Moluscos:
O sistema nervoso dos moluscos é ganglionar, com três partes de gânglios
nervosos de onde partem nervos para as diversas partes do corpo. Os cefalópodos
possuem um grande gânglio cerebróide, semelhante ao encéfalo dos vertebrados.
O sistema nervoso possui dois pares de cordões que partem por detrás dos
gânglios, ventralmente os cordões pedálicos, lateralmente os cordões pleuroviscerais.
Nos primeiros constitui-se um par de gânglios (reunião de células nervosas) e nos
segundos constituem-se três, os gânglios pleurais, parientais e viscerais. Todos os
gânglios podem reunir-se à volta da faringe, num volumoso órgão central. Nos
gastrópodes os gânglios são centralizados num anel nervoso.
Possuem órgãos sensoriais de tacto, olfacto, paladar, equilíbrio e em alguns, de
visão, tendo assim olhos, estatocistos, e outros especiais, do sentido químico, os
osfrádios. Têm também receptores tácteis e quimioreceptores ou olhos nos tentáculos.
Classe Caudofoveata
Caudofoveata é uma classe pequena do phylum Mollusca. São vermiformes,
cilíndricos e sem concha. Habitam águas profundas, enterrados no sedimento. Não
possuem pé nem estruturas sensoriais como tentáculos, olhos e estatocistos. São cerca
de 70 espécies conhecidas
Classe Aplacophora
Os Aplacophora ( a = sem; placo = valvas; phora = portador ) são uma classe de
moluscos.
Existem cerca de 250 espécies. Têm espículas calcáreas e carecem de olhos e
tentáculos. Têm uma estrutura que se pensa ter a mesma origem que o pé nos outros
moluscos. Alguns destes moluscos vivem em anémonas do mar e corais e encontram-se
a mais de 200 metros de profundidade.
Classe Polyplacophora
Polyplacophora é uma classe de moluscos marinhos, com cabeça minúscula,
revestidos por uma concha com oito partes ou valvas sobrepostas, desprovidas de
tentáculos e olhos. Ex.: quítons.
Classe Bivalvia
Bivalvia (ant. Pelecypoda ou Lamellibranchia) é a classe do filo Mollusca que
inclui os animais aquáticos popularmente designados por bivalves. Estes organismos
caracterizam-se pela presença de uma concha carbonatada formada por duas valvas Esta
concha protegem o corpo do molusco, entre elas há o pé muscular e os sifões inalantes e
exalante para a entrada e saída da água, que traz oxigênio, depois absorvido por difusão
direta pelas lâminas branquiais, assim como alimento e também aumenta o risco de
intoxicações, pois este tipo de alimentação é comum em animais fixos represantando
um grande risco caso a ostra e/ou marisco entre em contato com poluição. O grupo
surgiu no Câmbrico e é actualmente muito diversificado, com cerca de 15,000 espécies.
A separação das diferentes sub-classes faz-se pelo tipo e estrutura das guelras nos
organismos vivos, e pelas características das valvas nos bivalves fósseis. O mexilhão, a
amêijoa e a conquilha são exemplos populares de bivalves que servem como alimento
ao Homem. As ostras são também a origem das pérolas.
Morfologia da concha
A concha dos bivalves é em primeira análise semelhante à dos braquiópodes, uma
vez que é constituida por duas valvas. A principal diferença reside no facto de, nos
braquiópodes, as duas valvas serem desiguais (inequivalves) mas simétricas em relação
a um plano médio imaginário. Pelo contrário, nos bivalves, as valvas são iguais mas
inequilaterais, estando o plano de simetria paralelo à charneira.
As duas valvas são unidas por ligamentos e músculos aductores. O ligamento, composto
pelo resílio e tensílio, controla a abertura das valvas que se dá quando esta estrutura está
em reposo. O bivalve fecha a concha através da contracção dos músculos aductores, que
podem ser um ou dois, conforme a espécie. A geometria e distribuição das cicatrizes dos
músculos aductores no interior da valva é um critério importante na classificação dos
bivalves actuais e fósseis. A zona mais antiga da valva é o umbo, uma saliência
localizada na zona antero-dorsal de cada valva, em torno da qual se dispõem linhas de
crescimento radiais.
As valvas unem-se pela charneira, através de um conjunto de dentes cardinais
e/ou laterais, que são expansões carbonatadas, e respectivas fossetas, onde encaixam na
valva oposta. Os tipos principais de charneira são:
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Taxodonte: dentes numerosos e de dimensão equivalente, dispostos
perpendicularmente à charneira ou em arco
Disodonte: dentes limitados a pequenas saliências junto ao umbo (ex: mexilhão)
Esquizodonte: dois ou três dentes volumosos, com pregas ortogonais
Heterodonte: dois ou três dentes cardinais e dois dentes laterais (ex: ameijoa)
Desmodonte: um dente em forma de colher, designado por condróforo
O manto característico dos moluscos está nos bivalves totalmente confinado e fixo
à concha. A linha paleal das valvas soltas mostra o limite de extensão do corpo mole do
organismo.
A face externa da valva pode ou não ser ornamentada para além das linhas de
crescimento. A concha pode também apresentar várias cores.
Classe Monoplacophora
Os Monoplacophora são uma classe de moluscos que se julgava extinta, até que
em 1952 foi recolhido de sedimentos marinhos de grande profundidade um espécimen
vivo. O nome "Monoplacophora" significa 'portador de uma placa'. Vivem em fundos
oceânicos profundos.
Muito pouco é conhecido acerca deste grupo de animais. Possuem um única
concha arredondada de simetria bilateral e assemelham-se aos quitones (Classe
Polyplacophora). A sua concha é muitas vezes fina e frágil. O apex da concha é anterior.
Os segmentos corporais apresentam uma repetição primitiva, com orgãos similares
em vários segmentos. Esta organização assemelha-se à existente em alguns anelídeos,
sugerindo assim uma ligação evolutiva entre este e os moluscos.
Classe Scaphopoda
Scaphopoda é uma classe de moluscos marinhos, caracterizada pela presença de
uma concha carbonatada em forma de cone e aberta dos dois lados. A maioria das
espécies é pequena, as maiores medem 15 cm de comprimento, e tem modo de vida
bentónico.
A concha destes organismos é ligeiramente recurvada, lembrando as presas de um
elefante, apresenta duas aberturas, uma basal mais larga e a outra terminal bem mais
estreita. As partes moles do animal estão confinadas à concha. O pé é alongado,
cilíndrico e pontiagudo e usado para cavar, fixando o molusco na areia. Da abertura
basal da concha, junto do pé saem vários tentáculos denominados captáculos que
funcionam como órgãos tácteis e adesivos, para apreensão de alimentos. Não existe
cabeça nem sistema circulatório organizado. Os escafópodes alimentam-se de detritos
microscópicos existentes no fundo do oceano e de pequenos organismos como
foraminíferos.
Os primeiros registos geológicos da ordem SCAPHOPODA surgiram no
Ordovícico. Esta foi a última classe de moluscos a aparecer.
Classe Gastropoda
Gastropoda (do Grego gaster, estômago + poda, pé) é um grupo de moluscos
definido pela primeira vez por Georges Cuvier em 1797. A classe dos gastrópodes é a
mais bem sucedida dentro do seu filo, contando com cerca de 60,000 a 75,000 espécies
actuais que incluem os caracóis e lesmas terrestres (ca. 1/3 das espécies), bem como um
grande número de formas marinhas e de água doce (ca. 2/3). O registo fóssil dos
gastrópodes é igualmente abundante.
Classe Cefalópodes
Os Cefalópodes (Cephalopoda, que significa "pés-na-cabeça") são a classe de
moluscos marinhos a que pertencem os polvos, as lulas e os chocos.
Os cefalópodes apresentam um corpo com simetria bilateral, uma cabeça e olhos bem
desenvolvidos, a boca armada de um bico quitinoso e rodeada por uma coroa de
tentáculos, é também na boca que existe a característica mais marcante dos cefalópodos,
a rádula (espécie de lixa). São animais extremamente rápidos, tendo desenvolvido um
sistema de propulsão na forma de funil (jato-propulsão), que é uma modificação do pé
dos restantes moluscos. A pele contém células pigmentadas, chamadas cromatóforos,
que mudam de cor para efeitos de comunicação e camuflagem, esta mudança de cores é
dada por ações nervosas diretas. Os estatocistos são os orgãos de equilíbrio. A concha
está ausente nos polvos, é interna nos chocos e lulas e é externa no Nautilus e no
Argonauta. Muitos cefalópodes possuem uma bolsa de tinta, onde formam um líquido
escuro que podem lançar, formando uma núvem à sua volta, que lhes serve como
protecção contra os predadores.
Conhecem-se cerca de 800 espécies actuais de cefalópodes e duas importantes
sub-classes de cefalópodes fósseis, incluindo os amonóides desaparecidos na extinção
K-T.
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