Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 Marketing Esportivo: Estratégias Adotadas pelas Empresas para Obterem Lucro com a Copa do Mundo FIFA 2014 Resumo: Este estudo tem como objetivo identificar os benefícios que uma boa ação de marketing esportivo pode trazer na imagem das empresas. O investimento em propaganda-promoção faz com que as empresas se tornem mais notadas no cenário nacional, tornando-se marcas divulgadas e de maior força no mercado. A imagem como um todo ajuda no âmbito de proporcionar uma maior confiabilidade do produto perante o consumidor. No presente trabalho será discorrido diferentes campanhas que as empresas fizeram durante a Copa do Mundo, como as empresas se aproveitaram do evento e mostraram suas marcas. O instrumento metodológico aplicado foi um questionário aberto para justamente testar o conhecimento dos entrevistados sobre o marketing esportivo relacionado a Copa do Mundo, com um total de 77 respondentes, tendo como sujeitos da pesquisa alunos do curso de administração da Universidade Católica de Brasília do período noturno. Na análise de resultados serão colocados alguns exemplos de campanhas que foram feitas e os possíveis impactos que as mesmas tiveram. E relacionado ao questionário foram feitas todas as análises sobre as patrocinadoras da Copa do Mundo, sendo elas oficiais ou não, e o efeito positivo que o marketing esportivo causa no nome da marca. Palavras-Chave: Marketing, Estratégias. Copa do Mundo. FIFA. 1. Introdução O Marketing como conhecimento sistematizado dentro do campo da administração foi reconhecido oficialmente por volta de 1940. Mas o conceito moderno de marketing surgiu no pós-guerra, na década de 1950, quando ocorreu um maior avanço da industrialização mundial, que fez com que houvesse uma acirrada competição entre as empresas e maior disputa pelos mercados. O intuito principal era de fazer vender mais rapidamente e expor mais produtos. Foi iniciado nos EUA e depois foi se expandindo pelo mundo, e hoje é uma das ferramentas mais importantes nas empresas. O marketing brasileiro é, nos dias de hoje, considerado um dos mais criativos do mundo, por ser um país em crescimento constante e emergente, sendo até mesmo uma das referências mundiais nessa área. Para um bom marketing é necessário saber o que as pessoas estão interessadas em ver/ouvir, saber das técnicas de mercado, e a logística que corre por trás disso tudo. O Marketing esportivo é a área que abrange o esporte como um fim lucrativo para os investidores. Enquanto as competições buscam os melhores atletas, o marketing esportivo busca levar o nome dos investidores ao topo, usando da paixão e do amor dos torcedores como o meio de sucesso. O esporte depende muito do marketing esportivo para a sua existência, como, por exemplo: no campeonato brasileiro o time ganha dinheiro com os direitos televisivos, a televisão ganha dinheiro com seus investidores e os investidores ganham a divulgação de imagem, se tornando assim uma cadeia com fins lucrativos. Romão (2007) declara as vantagens de se investir em esporte. Vários aspectos demonstram a força do marketing esportivo, lembrando que as empresas podem demonstrar seus produtos no horário de lazer dos potenciais clientes e também podem mostrar seus produtos nos momentos do espetáculo (jogo ou evento), não somente nos intervalos. Saraiva (2013, p. 3) destaca o seguinte: “Os impactos econômicos potenciais resultantes da realização da Copa do Mundo podem ter chegado a R$ 183,2 bilhões, dos quais R$ 47,5 bilhões (26%) são diretos e R$ 135,7 bilhões indiretos (74%)”. 1 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 As empresas investidoras tiveram bastante atenção na hora de aplicar uma propaganda na camisa de uma seleção ou qualquer outra tentativa de vincular sua marca aos times, jogadores, estádios, etc. Como era de se esperar, as empresas patrocinadoras oficiais tiveram alguns benefícios em cima de outras empresas que também tentaram lucrar com o evento. Por exemplo, um programa de proteção as logomarcas oficiais vinculadas a copa FIFA. Devido aos enormes custos envolvidos na realização de um evento de tais proporções, a FIFA não seria capaz de organizar a Copa do Mundo sem o apoio dos seus parceiros comerciais. Eles contribuem diretamente para que esse evento, cofinanciado pela iniciativa privada, seja realizado. Como compensação por esse apoio, a FIFA garante aos seus parceiros comerciais o direito de associação exclusiva à competição, especialmente por meio do uso das marcas e símbolos oficiais como, por exemplo, o uso da mascote em alguma propaganda, ou o uso da imagem da taça, da bola oficial, ou qualquer outra coisa ligada a copa do mundo. Muitas empresas brigaram fortemente por um espaço maior e melhor para se mostrar nesse grande evento. Dentre elas podemos citar a disputa entre a Nike e a Adidas, que são duas das principais marcas relacionadas a materiais esportivos. A Adidas investiu para essa copa, sendo umas das grandes parceiras da FIFA desde muito tempo, e também foi ela quem criou a bola oficial da copa, a “Brazuka”, além é claro de patrocinar diversas estrelas das grandes seleções que estarão presentes aqui. De outro lado tem a Nike, que sempre foi considerada a marca “queridinha” dos jogadores de futebol, segundo os especialistas. Os maiores jogadores do mundo são patrocinados por ela, tem até o exemplo do Ronaldo “fenômeno”, que tem um contrato vitalício com a mesma, e será uma marca que será muito exposta aqui pelo fato de fabricar grandes chuteiras e que serão usadas aqui, dentre alguns dos grandes nomes estão Neymar e Thiago Silva. Este trabalho de conclusão de curso tem a seguinte problemática: “Quais estratégias foram adotadas pelas empresas para obterem benefícios com a Copa do Mundo FIFA? ” Um projeto muito interessante foi desenvolvido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que foi na verdade uma ação de marketing, sendo que nesse projeto pelo menos 708 empresas obtiveram sucesso segundo o site oficial da Copa (portal da copa). E ainda, segundo o mesmo site, ao todo, vieram ao Brasil 2.386 empresários, investidores e formadores de opinião de 104 países, convidados pelo Projeto Copa do Mundo. Eles participaram de 837 agendas de negócios com empresas de 18 estados brasileiros, nos meses de junho e julho. Também assistiram aos jogos do Mundial e estiveram nos hospitalities da Apex-Brasil em 12 jogos em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, foram gerados 14 milhões de postos de trabalho nos últimos quatro anos por causa da Copa, o equivalente a 180 Maracanãs lotados. O site da FIFA divulgou os seguintes levantamentos sobre a economia no país: Foram investidos mais de US$ 850 milhões na organização da Copa do Mundo no Brasil; Apenas em acomodação nos hotéis brasileiros, o impacto total da FIFA e do COL é de meio bilhão de reais. Ainda no site da FIFA, porém, utilizando-se de fontes do “Ernst & Young e Fundação Getúlio Vargas”, revelou que a receita em impostos para o país sede como resultado dos investimentos da Copa do Mundo da FIFA deve chegar a USD 7.2 bilhões (equivalente a 2 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 aproximadamente R$ 17,2 bilhões), sendo esse valor o que será recebido pelo Brasil como receita fiscal, vindo da entidade máxima FIFA. Vale ressaltar, como supracitado, que existem os patrocinadores oficiais da FIFA, que são aqueles que puderam utilizar as logomarcas oficiais da copa, como, por exemplo, colocar o desenho da bola oficial em alguma propaganda, fazer o uso da imagem da mascote oficial, da taça, do logotipo feito para a copa, dentre outros. São 22 marcas patrocinadoras oficiais, formada em três grupos diferentes. O primeiro grupo são os dos parceiros oficiais da FIFA, formado por seis marcas, dentre elas a Coca-Cola e a Adidas, que detêm o maior nível de associação com a entidade e, por isso, estão mais próximas e têm um poder maior para divulgar sua marca. O segundo grupo é formado pelos patrocinadores da copa do mundo FIFA, que são 8 – também de grande importância –, que obtém direitos de patrocínio, podem vincular os produtos oficiais da Copa ao seu nome, utilizando-se do marketing e explorando tudo que o evento lhe proporciona. E o terceiro grupo, formado também por 8 patrocinadores, que são os apoiadores nacionais dos eventos FIFA, entre eles a Centauro e o Itaú. Para essas marcas patrocinadoras oficiais, existe o programa de proteção, que garante que apenas as 22 empresas podem utilizar as marcas oficiais. Entende-se, dessa forma, que qualquer outra empresa, fora elas, que se utilizou de marcas oficiais da entidade FIFA ligadas à Copa precisaram ter a autorização da mesma, caso contrário estariam sujeitas à multa mediante a justiça. Esse é um meio que a FIFA encontrou de proteger e garantir que as marcas, que investem demasiadamente para que o evento aconteça, tenham exclusividade nas ações de marketing. A entidade máxima FIFA, divulgou também em seu site oficial a quantidade de alimentos e bebidas em geral que foram vendidos dentro do estádio durante os jogos da Copa, sendo o total um valor de R$ 3.127.674. A conceituada revista Placar, especializada em futebol, divulgou a seguinte matéria “... Segundo o balanço oficial, foram 25,6 bilhões de reais gastos em obras para o torneio, entre obras de estádios e infraestrutura. Deste valor, 83,6% saíram dos cofres públicos, sendo que apenas 4,2 bilhões de reais são da iniciativa privada”. Destacando ainda que a maior parte foi investida em transporte e aeroportos, e o segundo maior investimento foi nos estádios. Algumas curiosidades que podem ser destacadas sobre a Copa foi o público total que presenciou o evento, perfazendo o segundo maior público já registrado em edições de copas do mundo, sendo um total de 3.429.873 pessoas, perdendo apenas para os EUA, que contou com a presença de 3.587.538 pessoas. A média para o Brasil foi de 53.591 pessoas por jogo. Seguindo pesquisas no site oficial da Copa, o seguinte título foi lançado “Copa do Mundo impulsionou gastos de visitantes nos oito primeiros meses de 2014”, dissertando logo em seguida “Entre janeiro e agosto de 2014, os turistas estrangeiros gastaram no Brasil 8,8% a mais do que no mesmo período do ano passado, totalizando US$ 4,935 bilhões em 2014 contra US$ 4,537 bilhões de 2013. Em agosto, a receita cambial referente aos gastos de turistas estrangeiros no Brasil foi de US$ 499 milhões. Os dados foram divulgados hoje pelo Banco Central. O bom desempenho se deve à realização da Copa do Mundo, quando mais de um milhão de estrangeiros entraram no país. Em junho e julho, meses de disputa da Copa, os visitantes internacionais gastaram US$ 1,586 bilhão, segundo dados do Banco Central. Em julho, a entrada de divisas, recorde para o mês, somou US$ 789 milhões, valor pouco abaixo 3 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 dos US$ 797 milhões de junho - também recorde para o mês. Na comparação com o período julho/julho de 2013, houve aumento de 60%”. Concomitantemente, o presente trabalho tem como objetivo geral verificar as possibilidades de contribuição do marketing para a Copa do Mundo FIFA 2014, além de ratificar como as empresas puderam e tiraram proveito desse grande evento. De maneira específica, objetiva-se identificar o nível de contribuição do marketing esportivo para a valorização das empresas ligadas à Copa do Mundo; analisar a positividade que as propagandas trouxeram para as empresas diversas, antes, durante e depois a copa; entender se realmente alavancaram a marca; e demonstrar como as empresas que não são patrocinadoras oficiais do evento lucraram, ou não, com a Copa do Mundo FIFA. 2. Referencial Teórico 2.1. Marketing Segundo Kotler (2008, p.130), “Marketing é um processo social e gerencial através do qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam por meio da criação e troca de produtos e valores com outras pessoas”. “Os quatro pilares sob os quais se fundamenta o conceito de Marketing, são o mercado-alvo, as necessidades dos consumidores, o marketing integrado e a rentabilidade”. É de nítido conhecimento que o Marketing visa lucro e através disso ele mostra ao público como funciona tal produto em questão. Para Richers (2008, p.87), “Marketing são as atividades sistemáticas de uma organização humana, voltada para a busca e realização de trocas com seu meio ambiente, visando benefícios específicos”. Sobre a importância do Marketing de Zeithaml e Bitner (2003, p. 356), defendem: (...) Fornecer serviços de qualidade não é mais simplesmente uma questão de opção. O ritmo acelerado de desenvolvimento de tecnologias e a intensificação da competição tornam difícil a aquisição de vantagens competitivas estratégicas tão somente por meio de produtos físicos. Além disso, os clientes estão mais exigentes. Eles não apenas esperam receber bens de excelência e alta qualidade; eles também têm a expectativa de, juntamente com esses produtos, receber serviços de alto nível. 2.2. Marketing Esportivo Nos moldes do esporte atual é praticamente impossível que clubes de alto rendimento sobrevivam sem a ajuda do marketing esportivo. Grandes equipes recebem grandes investimentos e em troca vendem a imagem dos interessados. O esporte tem grande apoio e comoção nacional e, sendo assim, ele traz uma visualização de imagem satisfatória. Atualmente é natural vermos nomes de grandes empresas estampadas em uniformes de equipes esportivas. De acordo com Romão (2007, p. 65): O esporte vem oferecendo as condições ideais para a comunicação das empresas com seus clientes. Pelo fato de estar associado a valores intangíveis com ampla disseminação social, o esporte facilita a vinculação da marca corporativa a 4 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 características específicas da identidade dos torcedores. Com isso, o marketing esportivo tornou-se uma das estratégias preferidas de divulgação das empresas na atualidade, com potencial de superar as formas tradicionais de comunicação. O Marketing esportivo pouco se difere do marketing tradicional, “O Marketing esportivo pouco difere do marketing propriamente dito, devendo este apenas estar relacionado à disciplina do esporte e vinculado com premissas básicas como produto, demanda, desejo, necessidades, valor, satisfação, qualidade e mercado” (GUARAGNA, 2012 apud BARONI 2011, p.115). O marketing esportivo é uma das estratégias que utilizam o esporte para atingir metas, seja por marketing de produtos e serviços esportivos ou como meio de divulgar produtos, sem que estes tenham ligação com atividades esportivas (BATISTA;LUIZ; AFIF, 2000, apud SOUSA; MATTOS, SOUSAN, 2005, p.47). Foi dado início a uma nova forma de investimento, os empresários foram descobrindo que o Marketing esportivo poderia ser lucrativo. Machado et al (2006) “Ao patrocinar esporte, as empresas descobriram que podiam atingir novos níveis de exposição com custos mais baixos que aos investidos em companhias publicitárias”. (p.61) Hoje os riscos de se investir em marketing esportivo são inúmeros. De acordo com Guaragna (2012, p. 17): A instalação (estádio ou ginásio) e o local em que o evento esportivo será oferecido é decisivo para a determinação da atratividade dos eventos ali realizados. Questões relacionadas à acessibilidade, localização, estacionamento, arredores, comércio, comodidade segurança influem na percepção de valor do consumidor. 2.3. Os Riscos que Envolvem o Marketing De acordo com Pozzi (2000, p. 4): Temos observado um número cada vez maior de empresas interessadas em investir no esporte para associar suas marcas a um produto de qualidade e que transmita uma série de conceitos positivos e que trazem maior qualidade de vida, como saúde, entretenimento, plasticidade, competitividade, emoção, alegria, etc. No entanto fatores inerentes e incontroláveis do esporte, como a imprevisibilidade advinda da performance do time ou dos atletas, o clima, os resultados, etc., vêm se juntar a outros fatores mais controláveis, como a desorganização administrativa, os calendários irracionais, a violência dentro e fora de campo, a baixa qualidade dos estádios, etc. As verbas de marketing esportivo vêm crescendo como uma bola de neve. O potencial de negócios relacionados a esse segmento é enorme. No Brasil, calcula-se um valor próximo aos 800 milhões de reais. "Em cinco anos é possível multiplicar por dez este volume de recursos. Atualmente dos presumíveis 800 milhões investidos, 250 milhões referem-se ao contrato entre a Nike e a CBF" (MELO NETO, 1995 apud CASTRO 2003, p. 21) Ao se investir fundos financeiros no esporte, nem sempre os frutos são satisfatórios. Exemplo disso seriam as bolhas no pé do Ronaldo, o fenômeno, que repercutiram mundialmente. Tavares e Altman (2006, p. 56) “As piadas e os comentários foram muitos. Poucas vezes bolhas nos pés de um jogador de futebol causaram tanto furor. Mas não se 5 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 tratava de pés quaisquer. Era os pés de Ronaldo, o Fenômeno. Nem de um momento qualquer. As tais bolhas apareceram às vésperas de uma Copa do Mundo”. Em sua forma original o marketing esportivo não passava da contratação de um atleta para divulgação de um produto. Hoje a preferência das empresas vem recaindo sobre eventos de um modo geral, uma estratégia que oferece estabilidade a longo prazo e ajuda a construir uma imagem forte. "Dar simplesmente apoio transitório a equipes é pouco recomendável porque não mantém a marca na memória dos consumidores, e passa a ideia de oportunismo" (MELO NETO, 1995, p.14, apud CASTRO 2003). 2.4. Marketing Esportivo na Copa do Mundo O presidente da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, José Wagner Ferreira, afirma o seguinte: “As principais lideranças dos segmentos do entretenimento, eventos, turismo e marketing esportivo, setor que responde por 20% da mão de obra mundial e impacto similar na economia internacional, acreditam que é necessário buscar formas de transformar esse limão numa limonada e se colocar ao lado da população, dos consumidores e patrocinadores”. Ele está se referindo as manifestações que aconteceram pré-copa no Brasil relativas ao alto custo das obras, ele diz que os responsáveis pelo turismo precisam estar ao lado da população e dos patrocinadores. (2010, p. 6) Segundo Julianelli (apud OGONARA, 2011 p.132),"A visão do patrocinador mudou. Ele não quer mais apenas estampar sua marca num uniforme ou num carro de corrida. Quer explorar todas as possibilidades que essa associação com o esporte proporciona" Para a sócia-diretora da Mart Pet Comunicação (PE), Jussara Freire (2009), o Futebol é sinônimo de Brasil em qualquer lugar do universo. “Mais que o samba, mais que cerveja e mais que mulher (estão aos poucos nos esquecendo, felizmente), está no futebol a grande paixão nacional e as grandes verbas para obras da Copa. Está no futebol a esperança, as cervejarias e os principais bancos brasileiros”. (Edição n°142) Felipe Buonora (2009) ressalta que o mercado brasileiro passa por uma grande mudança desde o governo Lula. (Edição n°142) O que vem acontecendo é que o Brasil, com novo investimento interno e externo, vem se tornando um país cada vez mais seguro para se investir. O fato de ter uma mão-de-obra relativamente barata tem atraído cada vez mais as grandes empresas globais estão com bons olhos para cá. Além disso, em dez anos, mais de cem milhões de brasileiros ingressaram na classe C, o acesso ao crédito ficou mais fácil e isso tem contribuído bastante para o aumento do consumo. Assim, fez com que novas empresas aportem no País para iniciarem suas atividades e aproveitarem esse bom momento da economia brasileira. Um artigo escrito por Emmanuel Publio Dias diz o seguinte “A essência do marketing é conquistar e manter clientes. Transposto para a situação descrita trata-se de conquistar e manter em suas cidades, o maior número possível de turistas de copa do mundo. Seja você uma cidade-sede, seja qualquer outra cidade do país” (DIAS, FEVEREIRO, 2014, p. 86). 6 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 Segundo Onaga (2011 p.132): Nos próximos anos, esses bilhões de espectadores estarão de olho no Brasil e os anunciantes interessados em seus olhares, também. Um reflexo disso é a chegada ao país, nos últimos anos, das maiores empresas globais de marketing esportivo. Especializadas em organizar eventos, buscar patrocínios, render direitos de transmissão, gerenciar a carreira de atletas e dar suporte na administração de times e federações, essas empresas surgiram para fazer a ponte entre o mercado corporativo, regido por regras firmes de governança, e o universo esportivo, onde a gestão ainda é dominada pelo amadorismo. 2.5. Publicidade e Propaganda Este fator leva a empresa a divulgar o seu produto de diversas maneiras, a fim de levar aos consumidores informações necessárias sobre o produto, para que o mesmo tenha uma boa aceitação no mercado consumidor. Segundo Kotler (2000, p.624), “O conceito de propaganda assume que a chave para atingir as metas organizacionais, consiste em ser mais eficaz do que os concorrentes para integrar as atividades de marketing, satisfazendo, assim, as necessidades e desejos dos mercados – alvos”. A propaganda é a alma do negócio, porque é dela que partem, inicialmente, todos os dados de um produto oferecido ao consumidor, podendo ser de diversas maneiras. E se possível quanto mais objetiva e atraente melhor será para a empresa. Segundo Las Casas (1991, p.130), “Propaganda é entre as formas promocionais disponíveis, uma das mais utilizadas, pois é qualquer forma paga de apresentação não pessoal de ideias, produtos ou serviços, levada a efeito por um patrocinador identificado”. Sant’Anna (1998, p. 91) relata ainda que para que o consumidor decida comprar “(...) é preciso colocar-lhe a consciência, sucessivamente, em quatro estados, a saber: Atenção, Interesse, Desejo e Ação”. A publicidade de sucesso é aquela que consegue atingir os quatro estados, tendo como consequência uma ação positiva do consumidor, ou seja, a finalização da compra. 2.6. Estratégias de Marketing Kotler (2000, p.102) cita que “embora haja muitos tipos de estratégias de marketing, Michel Porter os condensou em três tipos genéricos, que forneceram um bom ponto de partida para o pensamento estratégico: liderança no custo total, diferenciação ou foco”. Kotler (2000, p.102) cita que: (...) liderança total em custos a empresa se esforça para conseguir os menores custos de produção e distribuição, de modo a oferecer preços mais baixos do que os dos concorrentes e a obter uma grande participação de mercado. As empresas que seguem essas estratégias precisam ser boas em engenharia, compras, fabricação e distribuição física, precisam menos de habilidades em marketing. Porter (2004, p.37) afirma que: (...) a liderança no custo exige a construção agressiva e instalações em escala eficiente, uma perseguição rigorosa de reduções de custo pela experiência, um 7 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 controle rígido das despesas e dos custos gerais, a não permissão de formação de contas marginais dos clientes, e a minimização do custo em áreas como P & D, assistência, força de vendas, publicidade etc. Para Maximiano (2004, p.181), “na estratégia que busca liderança por meio do custo, o objetivo não é diferenciar-se dos concorrentes, mas oferecer um produto ou serviço mais barato”. Kotler (2000, p.102) afirma que “nesse caso, o negócio se concentra em conseguir um desempenho superior em uma área importante de benefícios ao cliente, valorizada por uma grande parte do mercado. Pode-se lutar para ser líder na assistência técnica, na qualidade, no estilo ou na tecnologia, mas não é possível ser líder em todas essas coisas. A empresa cultiva as forças que contribuirão para a diferenciação pretendida”. Maximiano (2004, p.181) afirma que: (...) a estratégia de diferenciação consiste em procurar projetar uma forte identidade própria para o serviço ou produto, que o torne nitidamente distinto dos produtos e serviços concorrentes. Isso significa enfatizar uma ou mais vantagens competitivas, como qualidade, serviço, prestigio para o consumidor, estilo do produto ou aspecto das instalações. O enfoque consiste em dirigir esforços a um determinado grupo comprador, um segmento de linha de produtos ou um mercado geográfico. Kotler (2000, p.102) cita que “o negócio concentra-se em um ou mais seguimentos estreitos de mercado. A empresa acaba conhecendo intimamente esses seguimentos e busca a liderança em custos ou diferenciação dentro do seguimento-alvo”. Maximano (2004, p.181) cita que: (...) segundo Porter, a estratégia de foco consiste em escolher o nicho ou segmento do mercado e concentrar-se nele. Quando adota a estratégia foco, a empresa procura dominar os recursos para explorar o nicho escolhido da melhor forma possível, ao invés de procurar enfrentar todos os concorrentes no grande mercado. 3. Metodologia A metodologia da presente pesquisa baseia-se no feedback obtido sobre propagandas e publicidades que foram utilizadas pelas empresas patrocinadoras oficiais da Copa do Mundo FIFA 2014, e as não oficiais também, para estreitar a relação entre o público e sua marca. Objetiva-se focar nos pontos específicos, a parte chave de cada propaganda que foi utilizada por algumas das empresas, e destacá-las, corroborando a maneira como foi produzida e divulgada a propaganda e como isso contribuiu. O tema escolhido, ainda, será esmiuçado de maneira que avalie a influência do Marketing esportivo nos resultados financeiros e os impactos nas empresas que investiram na Copa do Mundo aqui no Brasil. A pesquisa segue abordagem exploratória, pois visa uma maior familiaridade com o problema, construindo hipóteses e aprimorando as ideias, de forma flexível, utilizando, normalmente, pesquisa bibliográfica e estudo de caso, visto que a pesquisa parte de uma visão 8 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 ampla de conceitos e teorias para ser aplicada em uma empresa específica, de modo a atingir um melhor desempenho. A coleta dos dados dar-se-á através da pesquisa feita em internet, e ainda, em revistas renomadas do ramo esportivo, das quais se consiga extrair material de qualidade e que tenha embasamento, desde que salvaguardado a veracidade de cada informação. A abordagem foi qualitativa e quantitativa, por meio da qual se buscou levantar dados que tragam o grau de importância do marketing esportivo para o melhor reconhecimento da imagem das marcas esportivas no cenário nacional. Essa abordagem nos remete a perceber quais os benefícios que um marketing bem desenvolvido pode agregar de valor a uma empresa, sabendo sempre em quais pontos investir e onde chama mais a atenção do público. O projeto de pesquisa foi feito por meio de pesquisa Bibliográfica, tratando de compreender os problemas da pesquisa e colocando hipóteses e teorias que comprovem a veracidade da mesma. Pesquisaram-se, principalmente, os pontos chave de cada propaganda realizada por determinadas empresas envolvidas no evento, procurando saber o quão positivo foi tal marketing feito, e em seguida fazendo uma análise sobre a mesma. Foi desenvolvido também um questionário para avaliar o conhecimento das pessoas sobre as campanhas lançadas pelas empresas durante a Copa do Mundo. E em seguida feita a análise do questionário, falando sobre os efeitos que o mesmo teve e se as empresas tiveram realmente sucesso em suas campanhas. 4. Análise de Resultados Exemplos de campanhas publicitárias: McDonald's lança sete sanduíches inspirados em times da Copa McDonald´s lançou campanha relacionando sanduíches com algumas das principais seleções que estarão presentes na copa. As sete seleções são, Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha, Estados Unidos, França e Itália. Sendo que cada dia diferente da semana foi colocado um dos sete sanduíches para venda, tipo uma promoção, e assim chamando seus clientes para conhecerem os novos sabores em dias diferentes da semana. Fonte: (http:// vejasp.abril.com. br/materia/mcdonald-s-sanduiches-copa). Análise sobre a campanha: A empresa McDonald’s soube se aproveitar bem do momento que o país estava vivendo, utilizando as principais seleções e disponibilizando sanduíches com ingredientes típicos de cada país em diferentes dias da semana. Muito provavelmente um estudo deve ter sido feito antes da copa para analisar os países que viriam em maior número para acompanhar de perto, e em cima disso eles criaram essa promoção para alavancar as vendas, e foi uma 9 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 promoção inteligente, porque além de ter chamado a clientela que veio de outros países, também despertou o interesse dos próprios brasileiros, em experimentar um novo produto. Coca-Cola e a campanha “Juntos em Todas as Copas” A campanha na verdade foi uma chance que a Coca-Cola estava dando para um ganhador do sorteio feito por ela. Para participar do sorteio, bastava pegar o código que vinha nos produtos da coca e enviá-los por e-mail ou SMS. O prêmio da promoção é levar a pessoa com mais dois acompanhantes a pelo menos um jogo em todas as próximas copas que serão realizadas no mundo. O ganhador inclusive já foi revelado, se chama Firmino Rodrigues Ferreira, morador do Rio de Janeiro. Já aproveitando essa campanha a Coca também lançou as latas que vinham em 11 diferentes línguas, entre elas Japonês, Inglês, Russo e vários outros, querendo assim aproximar o público através de suas latas exclusivas. E ainda nessa mesma campanha eles aproveitam para incentivar os clientes a fazerem um vídeo divertido, relacionados a momentos vividos nessa copa do mundo, e os selecionados irão aparecer em campanhas publicitária futuras da empresa. Fonte: (https://cocacolabrasil.com.br/imprensa/ release/coca-cola-lanca-campanha-inovadora-para-juntar-todo-mundo-na-copa-mundo-da-fifa -2014/). Analise sobre a campanha: Uma promoção interessante feita pela Coca, ela incentivou as pessoas a adquirirem os produtos relacionados a ela para poderem participar da promoção, tanto da que leva o ganhador a todas as próximas copas, quanto a chance de aparecer em um comercial promovido por ela, tendo apenas que mandar um vídeo onde mostre as emoções vividas no evento da FIFA. As latas remodeladas também foi uma jogada chamativa, porém não é certo que tenha sido um motivo para que as pessoas consumissem mais ou menos o produto, o principal fator desse marketing se encontra na promoção que foi feita. Latas do Guaraná Antarctica A AMBEV, que é a marca que fabrica o Guaraná Antarctica, se aproveitando do fato de ser a patrocinadora oficial da seleção brasileira, lançou na época da copa, latas comemorativas (marketing parecido com o da Coca-Cola) amarelas, fazendo alusão a camisa da seleção verde e amarelo, e estampado os números também, sendo de 1 a 23. Jogadores que são patrocinados pelo Guaraná, como Neymar e Bernard, vêm com suas latas autografadas pelos próprios jogadores. As latas 1,12,23 são todas de verde, porque são os números dos goleiros da seleção. Foi uma campanha lançada apenas na época da copa, ou seja, uma edição limitada. Fonte: (http://www.lancenet.com.br/copa-do-mundo/Guarana-Antarctica-alusivasSelecao-Brasileira_0_1143485754.html). Analise sobre a campanha: O objetivo principal desse marketing foi despertar o amor do brasileiro pelo futebol, lançando latas que “lembram” nossos jogadores. Uma estratégia bem parecida com a da Coca, mas a diferença está no fato do Guaraná ser patrocinadora oficial da seleção, por esse fato puderam se utilizar de logos oficiais do time, e também utilizar nome de jogadores como Neymar (principal jogador da seleção, e um dos 10 nomes mais influentes no mundo do marketing esportivo hoje em dia) e Bernard para colocarem seus autógrafos nas latas, se 10 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 tornando uma estratégia mais chamativa que da Coca, pois convenhamos, que brasileiro não queria uma lata autografa pelo nosso principal jogador? Resumindo, uma campanha chamativa. Hyundai e a promoção “hexa chances de ganhar” A Hyundai, sendo uma das patrocinadoras oficiais da Copa do Mundo FIFA, lançou alguns meses antes da Copa a promoção hexa chances ganhar que dava 2 oportunidades de ganhar, uma o cliente estava participando de um sorteio que premiava 25 pares de ingresso para a abertura do mundial, e a outra oportunidade era de ganhar um par de ingresso para a final, ou então um carro da Hyundai, HB20, de acordo com o modelo que eles disponibilizaram. Para participar do sorteio era fácil, bastava entrar no site e se cadastrar, após o cadastro a pessoa iria receber um cupom para participar do sorteio, através desse cupom teria que ir a alguma empresa Hyundai e executar um test-drive no carro HB20 e logo em seguida entregar o cupom para o funcionário da empresa e ele validaria o seu cupom, a partir disso o nome já estaria automaticamente entre os concorrentes. Fonte: (http://r3hyundai.com.br/hexa-chances-de-ganhar/) Analise sobre a campanha: A Hyundai pouco tempo após lançar seu novo carro, o HB20, disponibilizou essa promoção convidando os clientes a fazerem um test-drive no mesmo para poder analisar os novos recursos disponíveis. O marketing foi bem estruturado, obrigando a pessoa a andar no carro para depois sim poder participar da promoção, e com isso muito provavelmente deve ter atraído novos clientes, juntando a vontade de conhecer o carro novo e como consequência concorrer a ingressos vinculados a Copa, ou até mesmo o próprio carro. 5. Análise de Dados Foram distribuídos e respondidos um total de 77 questionários. Foram citadas como patrocinadoras, 12 diferentes empresas que não faziam parte deste universo de empresas patrocinadoras da Copa. Dentre as 22 marcas patrocinadoras oficiais, foram citadas 14, ou seja, 8 marcas não foram lembradas pelas pessoas. Dentre as marcas citadas, que são patrocinadoras oficiais, estão: Coca-Cola, Nike, Guaraná Antártica, Adidas, Visa, Mc’Donalds, Emirates, Budweiser, Sony, OI, Itaú, Gol, Hyundai e Wize-UP. Algumas das empresas citadas que não são patrocinadoras: Caixa Econômica Federal, Vivo, Banco do Brasil, Globo, TAM, Brahma, etc. Dado que algumas empresas fazem propagandas relacionando sua imagem ao esporte, muitas pessoas podem ter confundido as patrocinadoras, como por exemplo: o Banco do Brasil. Este banco faz propagandas sobre esporte e é patrocinadora da equipe brasileira de Vôlei; a Caixa Econômica Federal patrocina o atletismo brasileiro; a Brahma estava distribuindo copos dentro dos estádios, mas o detalhe é que ela estava representando a Budweiser, que é uma das patrocinadoras; a TAM pode ter sido confundida com a empresa Gol. A tabela 1 mostra as empresas citadas e a quantidade em que cada uma foi citada na ordem de relevância para cada pessoa. As outras 12 empresas citadas (que não são 11 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 patrocinadoras do evento) não foram colocadas na tabela, sendo cada uma delas citadas 1 vez, com exceção da Vivo (3x), Brahma (2x), Caixa (2x) e Samsung (2x). Lembrando que alguns questionários não foram colocados os 3 patrocinadores, provavelmente por desconhecimento sobre as marcas. Empresas Tabela 1: Empresas Lembradas Pelos Entrevistados. 1° 2° 3° TOTAL Nike 24 3 9 36 Guarana 3 5 4 12 Coca-Cola 29 18 7 54 Adidas 4 11 11 26 Visa 1 2 2 5 Mc’Donalds 3 7 4 14 Emirates 0 1 1 2 Budweiser 1 2 7 10 Sony 4 8 7 19 OI 0 3 0 3 Itau 1 6 6 13 Gol 0 2 1 3 Hyundai 1 0 1 2 Wise-UP 0 0 1 1 Fonte: O autor com base em dados compilados de questionários Com base na tabela acima podemos chegar à conclusão que a empresa mais citada foi a Coca-Cola, seguida pela Nike e depois a Adidas, e assim seguindo com as outras. CocaCola mesmo não sendo uma empresa relacionada diretamente com o esporte foi lembrada em aproximadamente 70% dos questionários, a Nike teve 46% e a Adidas sendo lembrada 33% das vezes. A média de idade dos entrevistados foi a maior parte entre 19-23 anos, sendo um total de 75% entre essas idades. A pessoa mais velha a responder tinha 47 e a mais nova tinha 17. A idade com mais respostas foi a de 21 anos (17 respostas/indivíduos). Entre os 77 entrevistados, 35 foram homens e 42 foram mulheres. Foram 73 as pessoas que responderam a pergunta sobre o consumo de produtos do Mc’Donalds, dentre essas, apenas 11 ‘não consomem pelo menos de vez em quando’ os produtos. A opção mais respondida foi “as vezes”, sendo um total de 25 respostas/indivíduos. E quando perguntado sobre o consumo dos sanduíches que estavam vinculados a campanha a grande maioria, 68%, não consumiram nenhum deles. 12 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 Relacionado ao nome dos sanduíches, todos os 7 foram lembrados pelos entrevistados, sendo que Itália e Espanha foram lembradas 4 vezes; Brasil, Argentina e EUA foram lembrado 3 vezes; a França 2 vezes e a Alemanha apenas 1 vez. Sete pessoas responderam a essa questão de forma errada, citando sanduíches do dia a dia do Mc’Donalds. Apensa 8 pessoas se lembraram do verdadeiro nome dos sanduíches; 3 pessoas sabiam os países, mas não se lembraram do nome mesmo; 7 pessoas responderam de forma errada e o restante não se recordou dos nomes dos sanduíches. Ou seja, apenas 10% das pessoas sabiam do nome. E 30% do público experimentou ao menos um dos sanduíches da campanha. Relacionando a quantidade de pessoas que consomem ‘as vezes’ o sanduíche do Mc’Donalds e a quantidade que foi levada a consumir por causa da promoção, percebe-se que não houve aumento, ou seja, ao que parece a campanha não chamou tanto a atenção. A questão que perguntava sobre as campanhas lançadas e seus respectivos nomes, teve o seguinte resultado: 25 pessoas se recordaram de duas campanhas e 16 se recordaram de apenas uma, dentre elas algumas não eram realmente as patrocinadoras oficiais. Ou seja, mais de 50% das pessoas se recordam de pelo menos uma campanha lançada para essa copa, sendo que 13 pessoas se recordaram de campanhas das marcas mas não sabiam o nome, 22 sabiam nome da marca e a campanha feita por ela, e o restante falou de outras marcas que não estavam vinculadas entre as oficiais. Dentre as marcas oficiais, as que foram mais citadas foram a Coca-Cola que foi 16 vezes sendo que foram citadas 4 diferentes campanhas dela, na qual a principal foi as latas remodeladas em 11 diferentes línguas. A Nike foi citada 8 vezes sendo que em cinco a campanha foi a que colocavam os jogadores para jogar contra seus próprios clones, que foi a campanha mais famosa realmente para a Copa. Outras campanhas citadas foram: a promoção da Adidas “tudo ou nada”; a promoção da Hyundai de chamada para um “test drive no HB20”; Itaú com a campanha “mostra sua força Brasil”; e muitas outras, sendo um total de 29 campanhas citadas dentre empresas que patrocinaram o evento e as que não patrocinaram também. Dos 77 questionários distribuídos, apenas 7 foram respondidos em 100%. Muitos tinham as campanhas, mas não tinha os sanduíches, e outros tinham os sanduíches e não tinham as campanhas. Destes 7 questionários, 4 foram respondidos por mulheres e 3 por homens. 6. Considerações Finais A Copa foi uma oportunidade ótima para todas as empresas, inclusive para aquelas que não patrocinadoras. Com base nos questionários podemos perceber que várias delas souberam se aproveitar bem do evento e lançar campanhas relacionadas a Copa e que chamaram a atenção de muitos. Uma empresa muito citada, por exemplo, foi a Brahma que muitos acharam ser uma das patrocinadoras, mas a verdade é que a Ambev (que é controlada pela Inbev, dona da Brahma) comprou a Anheuser-Busch (dona da Budweiser) e por isso ela estava em “parceria” uma com a outra, sendo vendida nas partes oficiais dos estádios. Casas Bahia foi uma empresa muito citada juntamente com a Samsung, por ter lançado uma promoção da “televisão em dobro” onde a pessoa que comprava uma TV e, no caso do Brasil se tornar campeão, o comprador levava outra TV por apenas R$1,00. Outras empresas citadas 13 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 foram: Vivo, Skol, Sadia, Caixa Econômica. Todas elas, talvez pelo fato de serem empresas que investem em esporte, e que também durante a Copa do mundo estavam sempre lançando campanhas relacionadas ao evento, puderam se expor e fixar suas marcas mesmo não se utilizando de logomarcas oficiais licenciadas pela FIFA. Os resultados obtidos nessa pesquisa evidenciam que o marketing esportivo é um interessante instrumento de investimento a serem estudados pelas empresas. Um bom marketing, aliado a um bom evento esportivo pode trazer um resultado satisfatório. Nike e Coca-Cola se despontaram como empresas de maior força em suas campanhas para a Copa, o que já era esperado. Podemos perceber que as empresas estão se interessando cada vez mais pelo investimento na área do esporte, pois estão vendo que o retorno é na maioria das vezes satisfatório. Apesar de terem sidos colocados ao longo do trabalho, alguns números sobre valores que a Copa gerou ao Brasil, seria interessante uma nova pesquisa de Marketing Esportivo aplicado de uma forma mais direta relacionada as finanças, analisando assim, não mais a imagem da empresa, e sim o resultado financeiro que o marketing esportivo pode trazer de retorno, sendo que a partir daí, saberíamos analisar o quanto o marketing esportivo pode influenciar nas finanças das empresas. 7. Referências BARONI, M. Especializações do marketing. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/ mararp/especializaes-do-marketing-7a-aula-23032010>. Acesso em 13/04/2014. BRASIL. Lei de Incentivo ao Esporte. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/ sobre/esporte/programas-de-incentivo/lei-de-incentivo-ao-esporte>. Acesso em 01/09/2013. KOTLER, P. Administração de Marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. __________. Administração de Marketing. 10. ed. 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