A EDUCAÇÃO ILUMINISTA

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A EDUCAÇÃO ILUMINISTA: RAZÃO E EMANCIPAÇÃO
Mariele de Andrade (ICV – UNICENTRO), Paulo Guilhermeti (orientador – Dep. de
Pedagogia / UNICENTRO).
Email: [email protected]
Palavras-chave: Educação, Filosofia, Iluminismo.
Resumo:
Este trabalho de pesquisa tem como objetivo, analisar a educação moderna na
perspectiva do Iluminismo. Sendo assim, me proponho a analisá-lo historicamente,
levantando os principais fundamentos da educação sob a visão do Iluminismo que
elege a razão como caminho para uma conduta humana livre dos mitos e das
superstições.
Introdução
Na obra “Curso de Filosofia”, Mondin (1981), afirma que o Iluminismo é mais do
que um sistema filosófico é um movimento espiritual próprio do século XVIII, e seu
marco é a confiança na razão humana. As principais características desse movimento
eram a veneração pela ciência, empirismo, racionalismo, antritradicionalismo e
otimismo utopístico.
O autor afirma que, muitos acontecimentos culturais e políticos contribuíram para
o nascimento do Iluminismo, também conhecido como “Época das luzes” ou
“Ilustração”, entre eles estaria a Renascença, que lutou contra tudo que pudesse se
opor à autonomia do homem. A Reforma, que estendeu sua luta contra o princípio de
autoridade ao campo religioso e a Revolução Inglesa, na qual a luta contra o princípio
da autoridade já havia passado para o campo político.
Para Monroe (1988), o ponto chave para entender esse movimento do século
XVIII, é a liberdade de pensamento, liberdade de consciência e suficiência da razão
para a conduta da vida, e teve como principais pensadores, John Locke, Charles de
Secondat Montesquieu, Françoise Marie Arouet Voltaire, Denis Diderot e Jean-Jacques
Rousseau. Todos defenderam a educação como instrumento para superar a condição
de servidão dos indivíduos e torná-los senhores pelo uso da sua própria razão.
Materiais e métodos:
Esta pesquisa fundamentou-se em livros da área de educação e filosofia, bem como
artigos de revista e internet, a partir dos seguintes passos:
- Levantamento Bibliográfico;
- Seleção de materiais;
- Análise de materiais selecionados;
- Produção de texto;
- Relatório final.
Resultados e discussão:
Os objetivos do Iluminismo, de acordo com Monroe (1988), eram a liberdade de
pensamento; o estabelecimento da personalidade moral do indivíduo; e a demonstração
da liberdade intelectual e a independência do homem. Estabeleceu como princípio, a
inteira confiança no entendimento e na razão humana, fundamentando-se na fé
suprema na razão do indivíduo, na justiça do Estado, na tolerância das crenças
religiosas, na liberdade da ação política, e nos direitos do homem.
Para os Iluministas só através da razão (ciência) o homem poderia alcançar o
conhecimento, a convivência harmoniosa em sociedade, a liberdade individual e a
felicidade. Portanto, a razão era a única condutora da sabedoria, capaz de esclarecer
os problemas, e possibilitar ao homem a compreensão e o domínio da natureza.
De acordo com Giles (1987), o Iluminismo se fundamenta em três pilares, os
quais são a “natureza”, a “razão” e o “progresso”. Natureza se refere ao sistema
newtoniano que se baseia na lei de causa e efeito e significa tudo o que é bom e
conforme a ordem e ao decoro, o contrário de tudo o que vai em sentido oposto. A
razão é o instrumento que possibilita a aplicação dessa norma. E o progresso resume
os ideais do Iluminismo, a ponto deste afirmar que o progresso poderia substituir o céu
como objetivo e alvo da ação humana. E, guiado pela razão, o homem abandonará os
erros do passado, reformará as instituições, para que gradativamente, chegue a uma
ordem social harmoniosa.
No que se refere à educação, Peres (1994), afirma que a emancipação dos
homens só é possível porque o seu conhecimento se deve à razão, e é a mesma que
conduz a sua autonomia e autodeterminação. E, Rouanet afirma que, entre outras
coisas, o Iluminismo foi na realidade a matriz do pensamento liberal e que não há razão
sem emancipação, e sem emancipação não há razão.
Conclusão
A análise da educação no contexto do Iluminismo mostra que os tratados de
filosofia e educação concebem o homem em uma nova perspectiva denominada
naturalista. Nesta concepção o homem é tido como um ser natural que pode pela
educação desenvolver suas habilidades e, assim formar a sociedade como uma
somatória de sujeitos “livres” e “iguais”.
Portanto, a educação iluminista evidencia um momento histórico revolucionário
que traz na afirmação do indivíduo a possibilidade de uma nova sociedade, diferente da
ordem medieval caracterizada pela subordinação incondicional.
Referências:
GILES, Thomas Ransom, 1937. História da Educação. São Paulo: EPU, 1987.
MONDIN, Batista. Curso de Filosofia. – São Paulo; Paulus, 1981. (Coleção Filosofia;
v.2 – 8ª edição).
MONROE, Paul, 1869-1947. História da Educação. – São Paulo: Editora Nacional,
1988. 19ª ed.
PERES, Maria Thereza Miguel. A modernidade na marcha da emancipação do
homem: Destruindo e construindo mitos. Revista de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade Metodista de Piracicaba. Volume 7 – 1994 – número 14. Editora Unimep.
REALE, Giovanni. História da filosofia: Do Humanismo a Kant/ Giovanni Reale,
Dario Antiseri. São Paulo: Paulus, 1990. – (Coleção Filosofia) v. 2.
ROUANET, Sérgio Paulo, 1934. As razões do Iluminismo. São Paulo: Companhia das
Letras, 1987.
SILVA, Fábio de Barros. A Educação no Iluminismo: Rousseau e a formação do
homem. Revista Viver Mente & Cérebro / Especial Paulo Freire.
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