ANÁLISE COMPARATIVA EM HÍBRIDO DE MILHO

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ANÁLISE COMPARATIVA EM HÍBRIDO DE MILHO (Zea mays L.)
TRANSGÊNICO E CONVENCIONAL EM RELAÇÃO AO RENDIMENTO
Ernandes Manfroi 1, Cristiano Reschke Lajús2, Thiago Ranzan1, Jucélio Eloir Marcon1,
Guilherme Luiz Parize3, Matheus Collet Tambosi1, Ricardo Demartini1, Giovanni
Echer1, Camilla Weber Langhinotti1, Marcos Vanin1
Resumo: A produção de milho no Brasil enfrenta muitos problemas, sendo um dos principais o
ataque por pragas, que prejudica parte ou por completo as áreas de cultivo, hoje se trabalha para que
sejam evitadas essas perdas, que causam prejuízo para os produtores e baixa qualidade dos grãos
para fabricação de derivados, como rações, farinhas entre outros. O presente trabalho teve por
objetivo comparar o híbrido de milho 2B688 transgênico e o hibrido 2B688 convencional em relação
ao rendimento. O experimento foi realizado no município de Caxambu do Sul (região Oeste do estado
de Santa Catarina). Os tratamentos do experimento foram: 1° tratamento: híbrido de milho 2B688
TRANSGENICO; 2° tratamento: híbrido de milho 2B688 CONVENCIONAL. O delineamento
experimental utilizado foi o de blocos casualizados com arranjos em faixas, com 10 repetições e 2
tratamentos, considerando como área total do experimento 370 m 2, utilizando como área total da
parcela 19.6 m2 e como área útil 7 m 2. As parcelas foram constituídas de 5 fileiras de plantas, com
espaçamento de 0,70 m entre as linhas e 0,20 m entre plantas. O rendimento de grãos foi
determinado coletando-se as espigas das plantas que se localizavam nas fileiras centrais de cada
parcela totalizando 7 m 2. Os grãos foram pesados e os valores foram convertidos para 1 ha-1 na
umidade padrão de 13%. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância pelo teste F,
através do software Sisvar e as diferenças entre médias foram comparadas pelo teste de Tukey (p
0,05). A análise de variância não apresentou diferenças significativas nas variáveis analisadas. Nas
condições em que o experimento foi conduzido pode-se concluir que o híbrido transgênico não
apresenta rendimento significativo ao hibrido convencional, e em termos de viabilidade econômica de
produção é compensável a utilização de híbridos transgênicos.
Palavras-chave: Transgênicos. Convencional. Rendimento
1. Introdução
O milho (Zea mays L.) é uma das culturas mais importantes para a agricultura
brasileira, estando presente em milhões de hectares, servindo na alimentação de
rebanhos e fonte de renda a muitos produtores. A cultura também é usada para fins
de rotação de cultura gramínea/leguminosa, o mesmo tem se tornado cada vez mais
relevante para os produtores. Na safra agrícola de 2006/07 a área cultivada foi de
aproximadamente 13,1 milhões de hectares, com produção total de 50,6 milhões de
toneladas e rendimento médio brasileiro de 3.189 Kg. ha-1, estima-se que para as
próximas safras as áreas cultivadas com milho devem permanecer por volta dos
13,3 milhões de hectares (SILVA e SCHIPANSKI, 2007).
1
2
3
Acadêmico do Curso de Agronomia, Unochapecó, Av. Senador Atílio Fontana, 591 E, Caixa Postal: 1141,
Chapecó/SC, CEP: 89809-000.
Doutor em Agronomia, Unochapecó, Av. Senador Atílio Fontana, 591 E, Caixa Postal: 1141, Chapecó/SC,
CEP: 89809-000.
Engenheiro Agronômo, Unochapecó, Av. Senador Atílio Fontana, 591 E, Caixa Postal: 1141, Chapecó/SC,
CEP: 89809-000.
Segundo o mesmo autor, devido à grande diversidade de épocas de
semeadura (safra e safrinha) nas regiões produtoras do Brasil, a cultura permanece
no campo durante praticamente o ano todo, o que propicia ambiente favorável para
o desenvolvimento das pragas que atacam a cultua do milho.
A natureza fornece a maior influência ambiental para o desenvolvimento do
milho, as empresas de melhoramento, o produtor e a assistência técnica podem
manipular parte do ambiente através de intervenções nas práticas de manejo, tais
como fertilização, controle de plantas invasoras e insetos e, sobre tudo, na correta
identificação e tomada de decisão no controle das pragas que afetam a cultura do
milho.
A ocorrência de pragas é um dos principais fatores que acarretam perdas na
produção desta cultura, causando danos significativos à produção mundial, além de
prejudicar o desenvolvimento da planta, essas pragas causam danos nas espigas
onde permitem que fungos se instalem na mesma, ocasionando o aparecimento de
grãos ardidos e podridões de espigas.
Quando a qualidade do grão é prejudicada, pode tornar-se uma ameaça à
saúde de humanos e rebanhos. O manejo integrado de pragas (MIP) usado para
controlar essas podridões de espigas envolve a utilização de híbridos geneticamente
modificados, sementes livres de patógenos, destruição de restos culturais
infectados, e a rotação de culturas.
O milho é um dos cereais mais importantes para a alimentação sendo um
segmento para o arraçoamento de animais, podendo ser disponibilizado na forma in
natura como em rações, silagens, farelo. Na alimentação humana serve de base
para a fabricação de subprodutos como pães, farinhas e massas. Também utilizado
na indústria como matéria prima para a produção de amido, óleo, glicose e produtos
químicos (BULL e CANTARELLA, 1993).
Nos últimos anos, porém em menor escala, o milho é usado como fonte de
energia, através da produção de bicombustíveis.
Considerando
que
a
população
humana
mundial
tem
aumentado
consideravelmente e sabendo da importância que este cereal tem em nossa dieta,
percebemos a necessidade do aumento da produtividade desta cultura, pois o
cultivo de novas áreas não é mais possível de ser efetuada considerando a
necessidade de preservação do meio ambiente através de reflorestamento de áreas
íngremes, preservação de áreas de mananciais e a manutenção das reservas legais.
Uma das maneiras de aumentarmos a produção do milho é realizando um eficiente
controle das pragas, pois através de sua ação causam distúrbios fisiológicos na
cultura prejudicando a sua produtividade.
O cultivo da referida cultura divide-se em duas épocas, de verão, considerada
safra normal, com ótimos índices de produção, e o cultivo de inverno considerado
safrinha, com índices de produção menor que a safra normal (CRUZ e FILHO,
2000).
Por ser uma cultura de grande importância econômica, vários são os estudos
que vem sendo realizado para a melhoria da mesma, principalmente na área de
fitosanidade. E como o principal enfoque da exploração da cultura do milho é
determinar o rendimento em função da maximização da lucratividade, o controle de
pragas é de grande importância para aperfeiçoar o sistema de produção e atingir o
referido rendimento.
A produção de milho geneticamente modificada vem crescendo em larga
escala no Brasil, os produtores adotaram esta tecnologia em função da maior
eficiência no controle de lagartas, do menor uso de inseticidas e conseqüente menor
quebramento de plantas e menor manuseio de inseticidas (Pioneer Sementes,
2008).
O presente trabalho teve por objetivo comparar o híbrido 2B688 transgênico e
o hibrido 2B688 convencional de milho (Zea mays L.) em relação ao rendimento.
2. Materiais e Métodos
O experimento foi conduzido no município de Caxambu do Sul, região Oeste
do estado de Santa Catarina. A uma altitude de 395 metros e coordenadas 27° 10’
38,26” O, 52° 55’ 00,54” S.
O experimento foi conduzido em nível de lavoura na safra 2009/2010 a partir
do mês de setembro até a colheita no mês de fevereiro. O clima da região onde foi
implantado o experimento é do tipo Cfa na classificação de Köeppen, sendo
subtropical com chuvas bem distribuídas no verão (MOTA et al., 1970). Os
dados
de precipitação e temperatura foram obtidos junto à estação meteorológica da
Cepaf/ Epagri localizada a aproximados 40 km do local do experimento.
O solo do local é classificado como LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico
típico (Embrapa, 2006).
O experimento foi constituído por dois tratamentos, entre eles: T01=hibrido de
milho 2B688 transgênico, e T02= hibrido de milho 2B688 convencional.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com
arranjos em faixas, com 10 repetições e 2 tratamentos, totalizando 20 parcelas,
tendo como área de cada parcela 19.6 m2 e como área útil de parcela 7m²,
considerando como área total do experimento 370 m2. As parcelas foram
constituídas de 5 fileiras de plantas, com espaçamento de 0,70 m entre as linhas e
0,20 m entre plantas. Para evitar a interferência entre os diferentes tratamentos,
foram deixados espaços de 1 m entre as parcelas.
Obedecendo aos critérios de rotação de cultura, na safra de verão 2008/2009
havia na mesma área a cultura da soja (Glicine max (L.) Merril); variedade Coodetec
214 RR, e como cobertura e adubação verde no inverno foi utilizado aveia branca
(Avena sativa).
O experimento foi conduzido em área de plantio direto consolidado
(implantado a mais de dez anos), e para preparo do local e dessecação da cultura
de inverno foi utilizado três litros de herbicida (360 gramas de Glifosate.ha -1), a
dessecação foi efetuada trinta dias antes da semeadura, por meio de pulverizador
tratorizado, utilizando bico tipo leque 11002 amarelo e volume de calda de 130 litros
ha-1.
A adubação foi realizada com auxilio de semeadora mecanizada com 5 linhas,
e espaçadas de 0,70 m cada, onde foi utilizado 400 kg.ha-1 de adubo químico da
fórmula NPK 08-20-20 e 15 kg.ha-1 de super fosfato triplo. A adubação de cobertura
foi efetuada com uréia (45% de N) quando o milho atingiu estádio vegetativo v6 e v8,
a dosagem utilizada foi 115 kg.ha-1 e dividida em duas aplicações de acordo com os
estádios anteriormente citados.
A semeadura foi realizada no mês de setembro e os híbridos utilizados foram
o 2B688 transgênico, 2B688 convencional, sendo esta realizada com semeadora
manual (saraquá), as sementes foram tratadas com inseticida (thiomethoxam 350
gramas por litro). A semeadura foi realizada sobre a linha já demarcada pela
semeadora sendo as covas espaçadas com 20 cm entre si e colocando-se de 2 a 4
sementes por cova. O raleio foi realizado quando as plantas atingiram o estádio
vegetativo V3, ou seja quando as plantas tinham expandido totalmente três folhas
O controle de plantas daninhas foi realizado no estádio vegetativo V5 dos
híbridos, quando expandiram totalmente 5 folhas, sendo utilizado no controle das
invasoras mesotriona na dosagem de 0,250 l/há-1. Aplicação foi com pulverizador
tratorizado, utilizando os mesmos bicos da dessecação anteriormente citada, e com
volume de calda de 150 litros.ha-1.
No hibrido 2B688 convencional foi efetuada aplicação via foliar de inseticida
Lufenurom, com pulverizador costal, utilizando os mesmos bicos e volume de calda
igual ao do controle de plantas daninhas
As avaliações foram realizadas na área útil de cada parcela. A altura da
inserção da espiga foi avaliada no dia da colheita, com auxílio de uma trena
(milimétrica), do solo até a inflorescência feminina das respectivas plantas úteis.
Para a determinação do peso de mil grãos, as sementes colhidas foram
identificadas e pesadas com auxílio de uma balança eletrônica de precisão.
O rendimento de grãos foi determinado coletando-se as espigas das plantas
que se localizam nas fileiras centrais de cada parcela totalizando 7m2, as espigas
foram despalhadas e debulhadas com um batedor manual. Os grãos foram secados
ao sol até atingirem umidade padrão de 13%, e os valores convertidos para 1 ha-1.
Os dados coletados foram submetidos à análise de variância pelo teste F,
através do software Sisvar e as diferenças entre médias foram comparadas pelo
teste de Tukey (p 0,05).
3. Resultados e Discussão
Analisando a temperatura média da safra 2009/2010 (Figura 1), não houve
grande diferença da média histórica, comprovando que a temperatura ficou dentro
dos padrões característico da região. A temperatura ideal para a cultura do milho
varia de 15 a 25 Cº para a região sul (FLOSS, 2004).
Segundo o mesmo autor, o cultivo do milho pode ser realizado em regiões
com uma precipitação de 250 a 5.000 mm por ano, sendo que a quantidade de água
utilizada varia de 410 a 640 mm, existindo genótipos que exigem quantidades de até
300 mm e alguns acima de 840 mm.
De acordo com as informações apresentadas na Figura 1, percebe-se que a
precipitação esteve abaixo da média histórica nos meses de outubro e dezembro de
2009, janeiro e fevereiro de 2010. Sendo que nesses meses houve um balanço
hídrico negativo para a cultura, influenciando assim na definição dos componentes
de rendimento da referida cultura. Porém o período mais crítico, que resultou na
quebra de produtividade foi no período de início da floração até o enchimento de
grãos. Floss (2004) comenta que déficit de água anterior ao embonecamento reduz
o rendimento em 20% a 30%; no embonecamento, em 40 a 50% e, após, em 10 a
30
500
25
450
400
20
350
300
15
250
10
200
150
5
100
50
0
Precipitação (mm)
Temperatura média (ºC)
20%.
0
1/9/2009
EM - V2
ºC
1/10/2009
V3 - V8
1/11/2009
V9 - V12
Série Histórica (ºC)
1/12/2009
V13 - R1
mm
1/1/2010
R2 - R6
1/2/2010
R6
Série Histórica (mm)
Figura 1. Temperaturas médias e precipitação mensal. Fonte: Cepaf-Epagri,
Chapecó, SC.
Na safra 2009/2010 as temperaturas e o índice de precipitação ocorrido
tiveram forte influencia do fenômeno El niño. Durante um fenômeno El Niño, ocorre o
aquecimento ocasional das águas superficiais no Oceano Pacífico, onde as mesmas
aquecem a atmosfera durante vários meses. A atmosfera responde a este
aquecimento produzindo um padrão alternado de sistemas de baixa e alta pressão,
os quais por sua vez afetam profundamente a direção do vento local e inclusive as
condições de tempo, com alterações na temperatura e precipitação (FERREIRA,
2005).
A análise de variância não revelou efeito significativo dos tratamentos em
relação à variável altura da inserção da espiga (Figura 2).
Segundo Galina (2010), o fato de não ocorrer diferença significativa pode ser
atribuído às condições meteorológicas ocorridas no período experimental. Motivo
pelo qual, na fase vegetativa é onde ocorre o crescimento da planta, houve uma
redução drástica de precipitação no local do experimento, sendo este o fator a ser
atribuído a não diferença de altura de inserção das espigas (Figura 1).
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤ 0,05).
Figura 2. Altura da inserção da espiga do experimento, análise comparativa em híbridos de milho
transgênico e convencional em relação ao rendimento.
Segundo a DowAgroSciences (2009), a tecnologia não influencia diretamente
na altura das plantas e altura de inserção de espigas, o hibrido de milho 2B688 é um
hibrido de porte médio, com altura média de planta de 2,10 (m) e altura média da
inserção de espigas 1,15 (m). Dados pelos quais não fogem da realidade deste
experimento onde as médias foram superiores as registradas pela empresa.
Em híbridos convencionais, mesmo fazendo uso de inseticidas, a lagarta do
cartucho (Spodoptera frugiperda), por exemplo, se alimenta de partes da área foliar
da planta prejudicando seu desenvolvimento, plantas resistentes ao ataque de
pragas se desenvolvem melhor, e conseqüentemente com uma área foliar ótima a
produção de fotoassimilados é melhor, resultando em plantas com porte mais
elevado, proporcionando maior produção.
Conforme Cadore (2008), a altura de inserção da espiga consiste no
comprimento vertical da planta, medidas obtidas do solo até a inserção da espiga.
Plantas com inserção de espigas mais altas terão colmo com maior diâmetro e maior
tolerância ao acamamento.
Segundo a DowAgroSciences (2009), o hibrido apresenta resistência física e
sanitária de colmo alta, onde possibilita que a altura de inserção de espigas não
prejudique a estrutura da planta, ou cause acamamento da cultura na ocorrência de
ventos fortes.
De acordo com Silva (2000), plantas mais alta, resultam em maiores alturas
de inserção da espiga, sendo essa característica relacionada a fatores genéticos.
Com maior altura de planta, altura da inserção da espiga, e com o menor
diâmetro de colmo, aumenta a fragilidade do colmo aumentando o número de
plantas quebradas, e a redução na sustentabilidade da planta e a maior incidência
de doenças são as duas limitações mais importantes ao aumento da população na
lavoura de milho (CARVALHO, 2007).
Para a variável peso de mil grãos os tratamentos não apresentaram diferença
significativas (Figura 3).
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤ 0,05).
Figura 3. Peso de 1000 grãos do experimento, análise comparativa em híbridos de milho
transgênico convencional em relação ao rendimento.
Mesmo não havendo diferença significativa entre os tratamentos pode-se
observar pelo gráfico que o hibrido convencional apresentou peso de 1000 grãos
superior ao transgênico, se comparar com o rendimento, observa-se que existe
relação inversa, onde o convencional, que teve maior peso de grãos apresentou
menor rendimento, este fato ocorreu devido o numero de espigas úteis colhidas por
parcela.
Foram encontrados resultados opostos por Galina (2010), que apresentou em
seu trabalho, valores de peso de mil grãos mais elevado em híbrido transgênico
quando comparados com o convencional.
O peso de grãos é um componente de rendimento determinante, que
depende: Do tamanho e duração de funcionamento do aparelho fotossintético das
partes superiores da planta; Da capacidade de transferência dos fotoassimilados
para as cariopses; Da duração do período de enchimento de grãos; Das condições
climáticas ocorridas durante a fase de enchimento de grãos (umidade e nutrientes
disponíveis, temperatura); Da ocorrência de moléstias (especialmente nas folhas e
espigas/panículas) e pragas (FLOSS, 2004).
Segundo Candeia (2009), grãos de boa qualidade são grãos livres do ataque
de pragas, respectivamente grãos de baixa qualidade apresentam redução de peso.
Conforme Martins (2001) não foi encontrado diferença significativa devido o
potencial genético dos híbridos serem altos, e também pelas interações do ambiente
e tratos culturais, principalmente no que diz respeito ao controle da lagarta do
cartucho (Spodoptera frugiperda), onde o milho transgênico possui uma proteína
que forma cristais no intestino das lagartas, levando-as a morte, sendo assim
possuindo melhor controle contra esse inseto, podendo fazer a diferença no
resultado final da lavoura, em anos em que o controle químico não é satisfatório.
A massa de grãos é um dos componentes determinantes do rendimento de
grãos de milho, que apresenta relações complexas com várias características
morfológicas da espiga, também varia conforme a população utilizada, sob menores
populações os grãos tendem a encher mais e ficarem mais pesados do que a
populações maiores (PRADO, 2001).
A análise de variância não revelou efeito significativo dos tratamentos em
relação à variável rendimento (Figura 4).
O resultado obtido a partir do presente estudo demonstra que não ocorreu
diferença significativa na variável rendimento em função das condições climáticas,
(Figura 1), provocadas pelo fenômeno El Niño que é conhecido por provocar
mudanças no clima, como elevação da umidade do ar, elevada taxa de precipitação
e com maior freqüência.
Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤ 0,05).
Figura 4. Rendimento do experimento, análise comparativa em híbrido de milho transgênico e
convencional em relação ao rendimento.
De acordo com os dados obtidos neste trabalho, em anos que tenha a
ocorrência do fenômeno El Niño não é necessário utilizar a tecnologia (Bt), pois o
hibrido com a tecnologia que da resistência ao ataque de pragas não apresentou
diferença significativa no rendimento comparada ao hibrido convencional, o que
reforça a possibilidade de repetir o experimento.
Resultados semelhantes também foram obtidos por Bortoloto e Silva (2009),
que não constataram diferença de rendimento entre híbridos de milho convencional
e com a tecnologia Bt, devido ao potencial genético alto dos híbridos, pelas
interações do ambiente e tratos culturais.
Resultados opostos foram encontrados por Galina (2010), onde a analise
comparativa dos híbridos de milho (Zea mays L.) conduzidos, apresentou resultado
significativo quanto ao rendimento.
Segundo Candeia (2009) as condições meteorológicas, tratos culturais, e
manejo de defensivos implicam diretamente na aparição e desenvolvimento de
pragas associados a possíveis danos causados a cultura do milho (Zea mays L.).
Em termos de viabilidade econômica de cultivo (Tabela 1), mesmo utilizando
o hibrido transgênico que possui custo adicional à tecnologia aplicada e não
apresentando diferença significativa no rendimento como se pode observar neste
trabalho é viável o cultivo de híbridos transgênicos, devido que o híbrido
convencional apresentou custo superior e rendimento inferior ao transgênico, este
fato é provável ao gasto com inseticida e o ataque de lagartas que fazem a
raspagem das folhas prejudicando a área foliar da cultura, diminuindo assim a
produção de fotoassimilados.
Tabela 1. Análise de viabilidade econômica do experimento, análise comparativa em híbrido de milho
transgênico e convencional em relação ao rendimento.
Insumos
CUSTO DE PRODUÇÃO DE MILHO
Preço
Unidade Hibrido Convencional Hibrido Transgênico
R$/kg, lt, ton,H ou sc
Quantidade R$/ha Quantidade R$/há
Manejo/Dessecação
Glifosato
7,60
Adubação na base
08 20 20
0,98
SPT
1,14
Adubação na cobertura
Uréia
0,9
Hibrido
2B688 C
166,90
2B688 T
302,10
Herbicida
Mesotriona
180,10
Inseticida
Lufenuron
55,90
Maquinas e equipamentos
Semeadura
80,00
Manejo
80,00
Colheita
2
Total de Custos
Preço/Total bruto
R$
Preço/Total limpo
R$
l/ha
3,0
22,8
3,0
22,8
Kg/ha
Kg/ha
400
15
392
17,10
400
15
392
17,10
Kg/ha
115
103,50
115
103,50
1,15
191,93
-
1,15
347,42
0,250
45,03
sc
sc
-
l/ha
0,250
45,03
l/ha
0,600
33,54
H/ha
H/ha
sc
1,0
1,5
209
80,00
120,00
418
-
-
1,0
1,0
219
80,00
80,00
438
1582,47
1525.85
17,50
sc
209
3657,50
219 3832,50
17,50
sc
118,56
2075,03
132 2306,65
Em termos de viabilidade econômica de cultivo, mesmo utilizando o hibrido
transgênico que possui custo adicional à tecnologia aplicada e não apresentando
diferença significativa no rendimento como se pode observar neste trabalho é viável
o cultivo de híbridos transgênicos, devido que o híbrido convencional apresentou
custo superior e rendimento inferior ao transgênico, este fato é provável ao gasto
com inseticida e o ataque de lagartas que fazem a raspagem das folhas
prejudicando a área foliar da cultura, diminuindo assim a produção de
fotoassimilados.
No híbrido transgênico só ocorre a destruição da área foliar aponto de causar
danos econômico, quando o ataque pelas lagartas é intenso e se faz necessário a
aplicação de inseticidas.
Segundo Duarte et al. (2009), as variações de perdas chegam a seis por
cento (6%) de redução da produção
do convencional para o uso da tecnologia
transgênica. Ainda estima que se perdem, em média, cerca de 2,7 milhões de
toneladas de milho em grão com as infestações
da lagarta-do-cartucho,
representando aproximadamente cerca de 900 milhões de reais de receita que deixa
de ser recebida pelos produtores.
4. Considerações
Os resultados apresentados apontam que as tecnologias transgênicas são
exequíveis em termos econômicos, pois com hibrido transgênico os aumentos dos
custos de sementes são mais que compensados com a redução dos custos de
aplicação dos insumos. Quando há a possibilidade de redução das perdas causadas
pelas pragas, os retornos financeiros ainda são maiores, reforçando a viabilidade
econômica do uso da tecnologia.
5. Referências
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produtividade. Vitoria-ES. Potafos.1993.301p.
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Universidade Comunitaria da Região de Chapecó, Unochapecó, Chapecó, 2010.
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econômica do milho. Embrapa milho e sorgo, Sete lagoas 2000.
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Embrapa Solos, 2006. 306p
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SILVA, A. R. B. Comportamento de Variedades/Híbridos de Milho (Zea mays L.)
em Diferentes Tipos de Preparo do Solo. 2000. Dissertação (Mestrado em
Agronomia /Energia na Agricultura) - Faculdade de Ciências Agronômicas,
Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2000.
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