ANÁLISE COMPARATIVA EM HÍBRIDO DE MILHO (Zea mays L.) TRANSGÊNICO E CONVENCIONAL EM RELAÇÃO AO RENDIMENTO Ernandes Manfroi 1, Cristiano Reschke Lajús2, Thiago Ranzan1, Jucélio Eloir Marcon1, Guilherme Luiz Parize3, Matheus Collet Tambosi1, Ricardo Demartini1, Giovanni Echer1, Camilla Weber Langhinotti1, Marcos Vanin1 Resumo: A produção de milho no Brasil enfrenta muitos problemas, sendo um dos principais o ataque por pragas, que prejudica parte ou por completo as áreas de cultivo, hoje se trabalha para que sejam evitadas essas perdas, que causam prejuízo para os produtores e baixa qualidade dos grãos para fabricação de derivados, como rações, farinhas entre outros. O presente trabalho teve por objetivo comparar o híbrido de milho 2B688 transgênico e o hibrido 2B688 convencional em relação ao rendimento. O experimento foi realizado no município de Caxambu do Sul (região Oeste do estado de Santa Catarina). Os tratamentos do experimento foram: 1° tratamento: híbrido de milho 2B688 TRANSGENICO; 2° tratamento: híbrido de milho 2B688 CONVENCIONAL. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com arranjos em faixas, com 10 repetições e 2 tratamentos, considerando como área total do experimento 370 m 2, utilizando como área total da parcela 19.6 m2 e como área útil 7 m 2. As parcelas foram constituídas de 5 fileiras de plantas, com espaçamento de 0,70 m entre as linhas e 0,20 m entre plantas. O rendimento de grãos foi determinado coletando-se as espigas das plantas que se localizavam nas fileiras centrais de cada parcela totalizando 7 m 2. Os grãos foram pesados e os valores foram convertidos para 1 ha-1 na umidade padrão de 13%. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância pelo teste F, através do software Sisvar e as diferenças entre médias foram comparadas pelo teste de Tukey (p 0,05). A análise de variância não apresentou diferenças significativas nas variáveis analisadas. Nas condições em que o experimento foi conduzido pode-se concluir que o híbrido transgênico não apresenta rendimento significativo ao hibrido convencional, e em termos de viabilidade econômica de produção é compensável a utilização de híbridos transgênicos. Palavras-chave: Transgênicos. Convencional. Rendimento 1. Introdução O milho (Zea mays L.) é uma das culturas mais importantes para a agricultura brasileira, estando presente em milhões de hectares, servindo na alimentação de rebanhos e fonte de renda a muitos produtores. A cultura também é usada para fins de rotação de cultura gramínea/leguminosa, o mesmo tem se tornado cada vez mais relevante para os produtores. Na safra agrícola de 2006/07 a área cultivada foi de aproximadamente 13,1 milhões de hectares, com produção total de 50,6 milhões de toneladas e rendimento médio brasileiro de 3.189 Kg. ha-1, estima-se que para as próximas safras as áreas cultivadas com milho devem permanecer por volta dos 13,3 milhões de hectares (SILVA e SCHIPANSKI, 2007). 1 2 3 Acadêmico do Curso de Agronomia, Unochapecó, Av. Senador Atílio Fontana, 591 E, Caixa Postal: 1141, Chapecó/SC, CEP: 89809-000. Doutor em Agronomia, Unochapecó, Av. Senador Atílio Fontana, 591 E, Caixa Postal: 1141, Chapecó/SC, CEP: 89809-000. Engenheiro Agronômo, Unochapecó, Av. Senador Atílio Fontana, 591 E, Caixa Postal: 1141, Chapecó/SC, CEP: 89809-000. Segundo o mesmo autor, devido à grande diversidade de épocas de semeadura (safra e safrinha) nas regiões produtoras do Brasil, a cultura permanece no campo durante praticamente o ano todo, o que propicia ambiente favorável para o desenvolvimento das pragas que atacam a cultua do milho. A natureza fornece a maior influência ambiental para o desenvolvimento do milho, as empresas de melhoramento, o produtor e a assistência técnica podem manipular parte do ambiente através de intervenções nas práticas de manejo, tais como fertilização, controle de plantas invasoras e insetos e, sobre tudo, na correta identificação e tomada de decisão no controle das pragas que afetam a cultura do milho. A ocorrência de pragas é um dos principais fatores que acarretam perdas na produção desta cultura, causando danos significativos à produção mundial, além de prejudicar o desenvolvimento da planta, essas pragas causam danos nas espigas onde permitem que fungos se instalem na mesma, ocasionando o aparecimento de grãos ardidos e podridões de espigas. Quando a qualidade do grão é prejudicada, pode tornar-se uma ameaça à saúde de humanos e rebanhos. O manejo integrado de pragas (MIP) usado para controlar essas podridões de espigas envolve a utilização de híbridos geneticamente modificados, sementes livres de patógenos, destruição de restos culturais infectados, e a rotação de culturas. O milho é um dos cereais mais importantes para a alimentação sendo um segmento para o arraçoamento de animais, podendo ser disponibilizado na forma in natura como em rações, silagens, farelo. Na alimentação humana serve de base para a fabricação de subprodutos como pães, farinhas e massas. Também utilizado na indústria como matéria prima para a produção de amido, óleo, glicose e produtos químicos (BULL e CANTARELLA, 1993). Nos últimos anos, porém em menor escala, o milho é usado como fonte de energia, através da produção de bicombustíveis. Considerando que a população humana mundial tem aumentado consideravelmente e sabendo da importância que este cereal tem em nossa dieta, percebemos a necessidade do aumento da produtividade desta cultura, pois o cultivo de novas áreas não é mais possível de ser efetuada considerando a necessidade de preservação do meio ambiente através de reflorestamento de áreas íngremes, preservação de áreas de mananciais e a manutenção das reservas legais. Uma das maneiras de aumentarmos a produção do milho é realizando um eficiente controle das pragas, pois através de sua ação causam distúrbios fisiológicos na cultura prejudicando a sua produtividade. O cultivo da referida cultura divide-se em duas épocas, de verão, considerada safra normal, com ótimos índices de produção, e o cultivo de inverno considerado safrinha, com índices de produção menor que a safra normal (CRUZ e FILHO, 2000). Por ser uma cultura de grande importância econômica, vários são os estudos que vem sendo realizado para a melhoria da mesma, principalmente na área de fitosanidade. E como o principal enfoque da exploração da cultura do milho é determinar o rendimento em função da maximização da lucratividade, o controle de pragas é de grande importância para aperfeiçoar o sistema de produção e atingir o referido rendimento. A produção de milho geneticamente modificada vem crescendo em larga escala no Brasil, os produtores adotaram esta tecnologia em função da maior eficiência no controle de lagartas, do menor uso de inseticidas e conseqüente menor quebramento de plantas e menor manuseio de inseticidas (Pioneer Sementes, 2008). O presente trabalho teve por objetivo comparar o híbrido 2B688 transgênico e o hibrido 2B688 convencional de milho (Zea mays L.) em relação ao rendimento. 2. Materiais e Métodos O experimento foi conduzido no município de Caxambu do Sul, região Oeste do estado de Santa Catarina. A uma altitude de 395 metros e coordenadas 27° 10’ 38,26” O, 52° 55’ 00,54” S. O experimento foi conduzido em nível de lavoura na safra 2009/2010 a partir do mês de setembro até a colheita no mês de fevereiro. O clima da região onde foi implantado o experimento é do tipo Cfa na classificação de Köeppen, sendo subtropical com chuvas bem distribuídas no verão (MOTA et al., 1970). Os dados de precipitação e temperatura foram obtidos junto à estação meteorológica da Cepaf/ Epagri localizada a aproximados 40 km do local do experimento. O solo do local é classificado como LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico típico (Embrapa, 2006). O experimento foi constituído por dois tratamentos, entre eles: T01=hibrido de milho 2B688 transgênico, e T02= hibrido de milho 2B688 convencional. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com arranjos em faixas, com 10 repetições e 2 tratamentos, totalizando 20 parcelas, tendo como área de cada parcela 19.6 m2 e como área útil de parcela 7m², considerando como área total do experimento 370 m2. As parcelas foram constituídas de 5 fileiras de plantas, com espaçamento de 0,70 m entre as linhas e 0,20 m entre plantas. Para evitar a interferência entre os diferentes tratamentos, foram deixados espaços de 1 m entre as parcelas. Obedecendo aos critérios de rotação de cultura, na safra de verão 2008/2009 havia na mesma área a cultura da soja (Glicine max (L.) Merril); variedade Coodetec 214 RR, e como cobertura e adubação verde no inverno foi utilizado aveia branca (Avena sativa). O experimento foi conduzido em área de plantio direto consolidado (implantado a mais de dez anos), e para preparo do local e dessecação da cultura de inverno foi utilizado três litros de herbicida (360 gramas de Glifosate.ha -1), a dessecação foi efetuada trinta dias antes da semeadura, por meio de pulverizador tratorizado, utilizando bico tipo leque 11002 amarelo e volume de calda de 130 litros ha-1. A adubação foi realizada com auxilio de semeadora mecanizada com 5 linhas, e espaçadas de 0,70 m cada, onde foi utilizado 400 kg.ha-1 de adubo químico da fórmula NPK 08-20-20 e 15 kg.ha-1 de super fosfato triplo. A adubação de cobertura foi efetuada com uréia (45% de N) quando o milho atingiu estádio vegetativo v6 e v8, a dosagem utilizada foi 115 kg.ha-1 e dividida em duas aplicações de acordo com os estádios anteriormente citados. A semeadura foi realizada no mês de setembro e os híbridos utilizados foram o 2B688 transgênico, 2B688 convencional, sendo esta realizada com semeadora manual (saraquá), as sementes foram tratadas com inseticida (thiomethoxam 350 gramas por litro). A semeadura foi realizada sobre a linha já demarcada pela semeadora sendo as covas espaçadas com 20 cm entre si e colocando-se de 2 a 4 sementes por cova. O raleio foi realizado quando as plantas atingiram o estádio vegetativo V3, ou seja quando as plantas tinham expandido totalmente três folhas O controle de plantas daninhas foi realizado no estádio vegetativo V5 dos híbridos, quando expandiram totalmente 5 folhas, sendo utilizado no controle das invasoras mesotriona na dosagem de 0,250 l/há-1. Aplicação foi com pulverizador tratorizado, utilizando os mesmos bicos da dessecação anteriormente citada, e com volume de calda de 150 litros.ha-1. No hibrido 2B688 convencional foi efetuada aplicação via foliar de inseticida Lufenurom, com pulverizador costal, utilizando os mesmos bicos e volume de calda igual ao do controle de plantas daninhas As avaliações foram realizadas na área útil de cada parcela. A altura da inserção da espiga foi avaliada no dia da colheita, com auxílio de uma trena (milimétrica), do solo até a inflorescência feminina das respectivas plantas úteis. Para a determinação do peso de mil grãos, as sementes colhidas foram identificadas e pesadas com auxílio de uma balança eletrônica de precisão. O rendimento de grãos foi determinado coletando-se as espigas das plantas que se localizam nas fileiras centrais de cada parcela totalizando 7m2, as espigas foram despalhadas e debulhadas com um batedor manual. Os grãos foram secados ao sol até atingirem umidade padrão de 13%, e os valores convertidos para 1 ha-1. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância pelo teste F, através do software Sisvar e as diferenças entre médias foram comparadas pelo teste de Tukey (p 0,05). 3. Resultados e Discussão Analisando a temperatura média da safra 2009/2010 (Figura 1), não houve grande diferença da média histórica, comprovando que a temperatura ficou dentro dos padrões característico da região. A temperatura ideal para a cultura do milho varia de 15 a 25 Cº para a região sul (FLOSS, 2004). Segundo o mesmo autor, o cultivo do milho pode ser realizado em regiões com uma precipitação de 250 a 5.000 mm por ano, sendo que a quantidade de água utilizada varia de 410 a 640 mm, existindo genótipos que exigem quantidades de até 300 mm e alguns acima de 840 mm. De acordo com as informações apresentadas na Figura 1, percebe-se que a precipitação esteve abaixo da média histórica nos meses de outubro e dezembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010. Sendo que nesses meses houve um balanço hídrico negativo para a cultura, influenciando assim na definição dos componentes de rendimento da referida cultura. Porém o período mais crítico, que resultou na quebra de produtividade foi no período de início da floração até o enchimento de grãos. Floss (2004) comenta que déficit de água anterior ao embonecamento reduz o rendimento em 20% a 30%; no embonecamento, em 40 a 50% e, após, em 10 a 30 500 25 450 400 20 350 300 15 250 10 200 150 5 100 50 0 Precipitação (mm) Temperatura média (ºC) 20%. 0 1/9/2009 EM - V2 ºC 1/10/2009 V3 - V8 1/11/2009 V9 - V12 Série Histórica (ºC) 1/12/2009 V13 - R1 mm 1/1/2010 R2 - R6 1/2/2010 R6 Série Histórica (mm) Figura 1. Temperaturas médias e precipitação mensal. Fonte: Cepaf-Epagri, Chapecó, SC. Na safra 2009/2010 as temperaturas e o índice de precipitação ocorrido tiveram forte influencia do fenômeno El niño. Durante um fenômeno El Niño, ocorre o aquecimento ocasional das águas superficiais no Oceano Pacífico, onde as mesmas aquecem a atmosfera durante vários meses. A atmosfera responde a este aquecimento produzindo um padrão alternado de sistemas de baixa e alta pressão, os quais por sua vez afetam profundamente a direção do vento local e inclusive as condições de tempo, com alterações na temperatura e precipitação (FERREIRA, 2005). A análise de variância não revelou efeito significativo dos tratamentos em relação à variável altura da inserção da espiga (Figura 2). Segundo Galina (2010), o fato de não ocorrer diferença significativa pode ser atribuído às condições meteorológicas ocorridas no período experimental. Motivo pelo qual, na fase vegetativa é onde ocorre o crescimento da planta, houve uma redução drástica de precipitação no local do experimento, sendo este o fator a ser atribuído a não diferença de altura de inserção das espigas (Figura 1). Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤ 0,05). Figura 2. Altura da inserção da espiga do experimento, análise comparativa em híbridos de milho transgênico e convencional em relação ao rendimento. Segundo a DowAgroSciences (2009), a tecnologia não influencia diretamente na altura das plantas e altura de inserção de espigas, o hibrido de milho 2B688 é um hibrido de porte médio, com altura média de planta de 2,10 (m) e altura média da inserção de espigas 1,15 (m). Dados pelos quais não fogem da realidade deste experimento onde as médias foram superiores as registradas pela empresa. Em híbridos convencionais, mesmo fazendo uso de inseticidas, a lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda), por exemplo, se alimenta de partes da área foliar da planta prejudicando seu desenvolvimento, plantas resistentes ao ataque de pragas se desenvolvem melhor, e conseqüentemente com uma área foliar ótima a produção de fotoassimilados é melhor, resultando em plantas com porte mais elevado, proporcionando maior produção. Conforme Cadore (2008), a altura de inserção da espiga consiste no comprimento vertical da planta, medidas obtidas do solo até a inserção da espiga. Plantas com inserção de espigas mais altas terão colmo com maior diâmetro e maior tolerância ao acamamento. Segundo a DowAgroSciences (2009), o hibrido apresenta resistência física e sanitária de colmo alta, onde possibilita que a altura de inserção de espigas não prejudique a estrutura da planta, ou cause acamamento da cultura na ocorrência de ventos fortes. De acordo com Silva (2000), plantas mais alta, resultam em maiores alturas de inserção da espiga, sendo essa característica relacionada a fatores genéticos. Com maior altura de planta, altura da inserção da espiga, e com o menor diâmetro de colmo, aumenta a fragilidade do colmo aumentando o número de plantas quebradas, e a redução na sustentabilidade da planta e a maior incidência de doenças são as duas limitações mais importantes ao aumento da população na lavoura de milho (CARVALHO, 2007). Para a variável peso de mil grãos os tratamentos não apresentaram diferença significativas (Figura 3). Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤ 0,05). Figura 3. Peso de 1000 grãos do experimento, análise comparativa em híbridos de milho transgênico convencional em relação ao rendimento. Mesmo não havendo diferença significativa entre os tratamentos pode-se observar pelo gráfico que o hibrido convencional apresentou peso de 1000 grãos superior ao transgênico, se comparar com o rendimento, observa-se que existe relação inversa, onde o convencional, que teve maior peso de grãos apresentou menor rendimento, este fato ocorreu devido o numero de espigas úteis colhidas por parcela. Foram encontrados resultados opostos por Galina (2010), que apresentou em seu trabalho, valores de peso de mil grãos mais elevado em híbrido transgênico quando comparados com o convencional. O peso de grãos é um componente de rendimento determinante, que depende: Do tamanho e duração de funcionamento do aparelho fotossintético das partes superiores da planta; Da capacidade de transferência dos fotoassimilados para as cariopses; Da duração do período de enchimento de grãos; Das condições climáticas ocorridas durante a fase de enchimento de grãos (umidade e nutrientes disponíveis, temperatura); Da ocorrência de moléstias (especialmente nas folhas e espigas/panículas) e pragas (FLOSS, 2004). Segundo Candeia (2009), grãos de boa qualidade são grãos livres do ataque de pragas, respectivamente grãos de baixa qualidade apresentam redução de peso. Conforme Martins (2001) não foi encontrado diferença significativa devido o potencial genético dos híbridos serem altos, e também pelas interações do ambiente e tratos culturais, principalmente no que diz respeito ao controle da lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda), onde o milho transgênico possui uma proteína que forma cristais no intestino das lagartas, levando-as a morte, sendo assim possuindo melhor controle contra esse inseto, podendo fazer a diferença no resultado final da lavoura, em anos em que o controle químico não é satisfatório. A massa de grãos é um dos componentes determinantes do rendimento de grãos de milho, que apresenta relações complexas com várias características morfológicas da espiga, também varia conforme a população utilizada, sob menores populações os grãos tendem a encher mais e ficarem mais pesados do que a populações maiores (PRADO, 2001). A análise de variância não revelou efeito significativo dos tratamentos em relação à variável rendimento (Figura 4). O resultado obtido a partir do presente estudo demonstra que não ocorreu diferença significativa na variável rendimento em função das condições climáticas, (Figura 1), provocadas pelo fenômeno El Niño que é conhecido por provocar mudanças no clima, como elevação da umidade do ar, elevada taxa de precipitação e com maior freqüência. Médias não antecedidas da mesma letra maiúscula diferem entre si pelo teste de Tukey (p≤ 0,05). Figura 4. Rendimento do experimento, análise comparativa em híbrido de milho transgênico e convencional em relação ao rendimento. De acordo com os dados obtidos neste trabalho, em anos que tenha a ocorrência do fenômeno El Niño não é necessário utilizar a tecnologia (Bt), pois o hibrido com a tecnologia que da resistência ao ataque de pragas não apresentou diferença significativa no rendimento comparada ao hibrido convencional, o que reforça a possibilidade de repetir o experimento. Resultados semelhantes também foram obtidos por Bortoloto e Silva (2009), que não constataram diferença de rendimento entre híbridos de milho convencional e com a tecnologia Bt, devido ao potencial genético alto dos híbridos, pelas interações do ambiente e tratos culturais. Resultados opostos foram encontrados por Galina (2010), onde a analise comparativa dos híbridos de milho (Zea mays L.) conduzidos, apresentou resultado significativo quanto ao rendimento. Segundo Candeia (2009) as condições meteorológicas, tratos culturais, e manejo de defensivos implicam diretamente na aparição e desenvolvimento de pragas associados a possíveis danos causados a cultura do milho (Zea mays L.). Em termos de viabilidade econômica de cultivo (Tabela 1), mesmo utilizando o hibrido transgênico que possui custo adicional à tecnologia aplicada e não apresentando diferença significativa no rendimento como se pode observar neste trabalho é viável o cultivo de híbridos transgênicos, devido que o híbrido convencional apresentou custo superior e rendimento inferior ao transgênico, este fato é provável ao gasto com inseticida e o ataque de lagartas que fazem a raspagem das folhas prejudicando a área foliar da cultura, diminuindo assim a produção de fotoassimilados. Tabela 1. Análise de viabilidade econômica do experimento, análise comparativa em híbrido de milho transgênico e convencional em relação ao rendimento. Insumos CUSTO DE PRODUÇÃO DE MILHO Preço Unidade Hibrido Convencional Hibrido Transgênico R$/kg, lt, ton,H ou sc Quantidade R$/ha Quantidade R$/há Manejo/Dessecação Glifosato 7,60 Adubação na base 08 20 20 0,98 SPT 1,14 Adubação na cobertura Uréia 0,9 Hibrido 2B688 C 166,90 2B688 T 302,10 Herbicida Mesotriona 180,10 Inseticida Lufenuron 55,90 Maquinas e equipamentos Semeadura 80,00 Manejo 80,00 Colheita 2 Total de Custos Preço/Total bruto R$ Preço/Total limpo R$ l/ha 3,0 22,8 3,0 22,8 Kg/ha Kg/ha 400 15 392 17,10 400 15 392 17,10 Kg/ha 115 103,50 115 103,50 1,15 191,93 - 1,15 347,42 0,250 45,03 sc sc - l/ha 0,250 45,03 l/ha 0,600 33,54 H/ha H/ha sc 1,0 1,5 209 80,00 120,00 418 - - 1,0 1,0 219 80,00 80,00 438 1582,47 1525.85 17,50 sc 209 3657,50 219 3832,50 17,50 sc 118,56 2075,03 132 2306,65 Em termos de viabilidade econômica de cultivo, mesmo utilizando o hibrido transgênico que possui custo adicional à tecnologia aplicada e não apresentando diferença significativa no rendimento como se pode observar neste trabalho é viável o cultivo de híbridos transgênicos, devido que o híbrido convencional apresentou custo superior e rendimento inferior ao transgênico, este fato é provável ao gasto com inseticida e o ataque de lagartas que fazem a raspagem das folhas prejudicando a área foliar da cultura, diminuindo assim a produção de fotoassimilados. No híbrido transgênico só ocorre a destruição da área foliar aponto de causar danos econômico, quando o ataque pelas lagartas é intenso e se faz necessário a aplicação de inseticidas. Segundo Duarte et al. (2009), as variações de perdas chegam a seis por cento (6%) de redução da produção do convencional para o uso da tecnologia transgênica. Ainda estima que se perdem, em média, cerca de 2,7 milhões de toneladas de milho em grão com as infestações da lagarta-do-cartucho, representando aproximadamente cerca de 900 milhões de reais de receita que deixa de ser recebida pelos produtores. 4. Considerações Os resultados apresentados apontam que as tecnologias transgênicas são exequíveis em termos econômicos, pois com hibrido transgênico os aumentos dos custos de sementes são mais que compensados com a redução dos custos de aplicação dos insumos. Quando há a possibilidade de redução das perdas causadas pelas pragas, os retornos financeiros ainda são maiores, reforçando a viabilidade econômica do uso da tecnologia. 5. Referências BULL. J. T. CANTARELLA.H. Cultura do milho. Fatores que afetam a produtividade. Vitoria-ES. Potafos.1993.301p. CADORE, T. Potencial de Genitores para o Melhoramento de Milho (Zea mays). 2008. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso em Agronomia) – Universidade Comunitária Regional de Chapecó, Unochapecó, Chapecó, 2008. CANDEIA, T. Comparação de componentes de rendimento do milho (Zea mays L.). 2010. Monografia (Trabalho de conclusão de curso de agronomia) – Universidade Comunitaria da Região de Chapecó, Unochapecó, Chapecó, 2010. CARVALHO, I.Q.; Espaçamento entre fileiras e população de plantas de milho. Ponta Grossa-PR 2007, 117 p. CRUZ. I. A.P.; CRUZ. J. C. Plantio. Plantio, espaçamento, densidade, quantidade de sementes. Embrapa milho e sorgo, Sete lagoas 2000. DUARTE, J. O. 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