GEOGRAFIA DE SANTA CATARINA 1- GEOLOGIA (relevo): A geologia de Santa Catarina pode ser classificada em cinco grandes domínios: Embasamento Cristalino; Coberturas Vulcano-Sedimentares Paleozóicas; Cobertura Sedimentar Gonduânica; Rochas Efusivas (Formação Serra Geral); Cobertura Sedimentar Quaternária. I- Embasamento Cristalino: Engloba as rochas mais antigas do Estado de Santa Catarina, cujas idades vão desde 2,5 bilhões de anos até 570 milhões de anos. As principais associações são constituídas de granulitos (nordeste), gnaisses e migmatitos (sudeste), xistos e filitos (centro e leste) e granitos (leste: de Joinville a Tubarão). Embasamento Cristalino II- Cobertura Vulcano-sedimentares Paleozóicas: predominantes de rochas sedimentares com metamorfismo incipiente, pouco dobradas, representadas por: arenitos, conglomerados, siltitos, ardósias e filitos, com frequente associação de rochas vulcânicas extrusivas. Ocorrem principalmente em quatro bacias isoladas, nas regiões de Campo Alegre, Corupá, Itajaí, Cambirela e Ilha de Santa Catarina. III- Cobertura Sedimentar Gonduânica: A sedimentação gonduânica ocorre a partir da deposição de argilitos, diamictitos, arenitos finos, siltitos, folhelhos e aglomerados do Grupo Itararé, em ambiente marinho ou glacial. Tem início no Permiano Médio, depois recebendo outras deposições até o Mesozóico com sedimentos representados por argilitos, siltitos e arenitos conglomerados em ambiente fluvial. Posteriormente, ocorreu a deposição dos arenitos, em ambiente desértico. IV- Rochas efusivas (Formação da Serra Geral): são rochas vulcânicas efusivas da bacia do Paraná, representada por uma sucessão de derrames basálticos que cobrem quase 50% da superfície do Estado. Temos duas sequências: a básica predominante nos níveis inferiores e representadas por basaltos e fenobasaltos e a sequência ácida com direção ao topo do pacote vulcânico representadas por riolitos, diodacítos e dacitos. SERRA GERAL V- Cobertura Sedimentar do Quaternário: constituídas por depósitos inconsolidados de areias, de siltes, argilas ou aglomerados, ao longo da planície costeira e nos vales principais dos cursos d'água. Podem ser classificados como depósitos marinhos, aluvionares, lagunares, eólicos e coluvionares. ESTRUTURA GEOLÓGICA Vejamos, no mapa a estrutura geológica de Santa Catarina: 1. Unidade Sedimentar Quaternária - é a área de formação mais recente, da Era Cenozoica do Período Quaternário. Constituída por depósitos de sedimentos oriundos das estruturas mais altas. Estes sedimentos foram trazidos pelos rios e correntezas. As praias atuais também se formaram neste período. 2. Unidade Cristalina Pré-Cambriana - são as formações mais antigas. Constituída por planaltos e serras mais próximas do litoral. As altitudes encontram-se reduzidas devido ao longo tempo submetido à erosão. 3. Unidade Sedimentar Paleozóica - é uma área sedimentar de grande importância para o Estado devido aos depósitos carboníferos do Sul. 4. Unidade Basáltica Mesozóica - é a região que apresenta as maiores altitudes do Estado, formada pelos depósitos vulcânicos da Era Mesozóica. Estes depósitos foram feitos acima de rochas de arenito, sendo também chamada de “Unidade Arenito-Basáltica”. A partir desta estrutura geológica formou-se mais precisamente a seguinte formação geomorfológica: a-Planalto Ocidental ou Campos Gerais do Terceiro Planalto Catarinense (rochas basálticas); b- Planalto de Lages ou Segundo Planalto Catarinense (rochas sedimentares); c- Planalto e Serras do Leste (rochas cristalinas); d- Depressão do Sudeste ou da Zona Carbonífera (rochas sedimentares); e- Planície Costeira (sedimentos fluvio-marinhos). 2- VEGETAÇÃO O estado de Santa Catarina apresenta uma ampla variedade ambiental, traduzida na multiplicidade das paisagens e das formações vegetais, distribuídas pelas suas várias regiões fitogeográficas. São cinco as formações vegetais de Santa Catarina. A- Região da Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica): Ocorre nas planícies e serras da costa do estado, em ambientes marcados intensamente pela influência oceânica, com elevado índice de umidade e baixa amplitude térmica. Essas condições ambientais permitiram o desenvolvimento de uma floresta peculiar, grande variedade de espécies e vida. É uma vegetação do tipo higrófila, latifoliada, perenifólia, densa e heterogênea. Essa floresta recebeu um enorme grau de desmatamento. São espécies dessa formação: canela, guamirins, bicuíba, peroba vermelha, cedro, pau d'óleo, palmiteiro, figueira, entre outras espécies. Em Santa Catarina, a Mata Atlântica encontra-se protegida em várias reservas florestais. Vegetação de Mata Atlântica na região de Anitápolis – SC B- Região da Floresta Ombrófila Mista (Mata de Araucárias): Essa formação vegetal aparece no planalto catarinense, em altitudes superiores a 500 metros, em área de clima mais ameno, com misto de flora tropical e temperada. É uma vegetação aberta, aciculifoliada e homogênea. Grande parte dessa floresta desapareceu durante o século XX devido às empresas de exploração de madeira e da indústria moveleira. São espécies mais marcantes desse domínio: canela, sapopemba, erva-mate, bracatinga, imbuia e as imponentes araucárias. Mata de Araucária C- Floresta Subtropical do Uruguai (Floresta Decidual ou Estacional ): É a vegetação característica das regiões próximas ao rio Uruguai. Aparece em altitudes inferiores a 500 metros. Predominam as espécies que perdem suas folhas no outono e inverno, mas há um grande número de espécies perenes. Nessa formação vegetal destacam-se a grápia, o angico vermelho, o louro-pardo, a canafístula e a guajuvira. Dentre as espécies perenifólias aparecem o pau-marfim, a canela, os camboatás, os tanheiros, entre outras. Floresta Estacional Caducifólia D- Região das Savanas (Estepe ou Campos de Planalto): São formações diversificadas, campestre, principalmente as florestas galerias e os capões de mata, intercalando plantas arbóreas e savanas, origem da dinâmica da expansão natural das florestas, adicionadas pela evolução climática. Aparecem em maior quantidade no Planalto Serrano, frequentemente associados às araucárias. Constituem excelente pastagem para o gado, influenciando na economia da região. As maiores quantidades de espécies são as gramíneas (capim colchão, capim caninha, grama forquilhinha, grama sempre verde e grama missioneira) como também espécies da família das ciperáceas, leguminosas, verbenáceas e compostas. Campos de Planalto E- Área de Formação Pioneira (Vegetação Litorânea) Vegetação de espécies colonizadoras de ambientes instáveis mudadas pelos agentes morfodinâmicos e pedogenéticos. Aparecem na costa, no contato entre o mar e o continente. Constitui-se principalmente da vegetação de restinga e dos manguezais. A vegetação de restinga aparece junto às dunas e praias, com arbustos e gramíneas esparsas, com raízes alongadas acompanhando a superfície do solo. Essas formações sofrem influência marinha, flúvio-marinha e fluvial. Vegetação litorânea Restinga 6. Manguezais São plantas halófitas e pneumatóforos. Aparecem em áreas onde as águas dos rios se encontram com as águas do mar, e onde não haja rebentação de ondas. Aparecem no litoral norte e centro do Estado até o município de Laguna. No mangue há decomposição de matéria orgânica, que se transforma em nutrientes, os quais são aproveitados pelo ecossistema existente no manguezal e nas praias próximas. Manguezal CLIMA O clima de Santa Catarina é o subtropical úmido. As temperaturas médias variam bastante de acordo com o local: são mais baixas nas regiões serranas e mais elevadas no litoral, no sudeste e no oeste catarinense. As chuvas são bem distribuídas durante o ano, atingindo, em média, 1.500 mm anuais. Ao contrário do que é observado na maior parte do território brasileiro, em Santa Catarina as quatro estações são bem definidas. O clima do estado é úmido mesotérmico, apresentando duas variações, de acordo com a classificação de Köppen: Cfa (temperado úmido com verão quente) e Cfb (temperado úmido com verão temperado). A variação Cfa é encontrado praticamente em todo o estado nas áreas abaixo de 800 metros de altitude. Já o Cfb encontra-se nas áreas mais altas, acima de 800 metros. As chuvas costumam ser bem distribuídas ao longo do ano com uma pequena diminuição nos meses do inverno. Entretanto, o clima não é igual em todo o estado. Existem diferenças significativas entre as regiões. Nas zonas mais elevadas do planalto norte, o verão é fresco e o inverno é frio. No litoral, devido à baixa altitude, e no oeste, devido à continentalidade, o verão é mais quente e prolongado. No litoral, principalmente em Florianópolis, é comum ocorrer o vento sul, que traz para a atmosfera a umidade oceânica, tornando o inverno úmido. No planalto sul, devido às altitudes que variam de cerca de 800 a até 1828 metros, o frio é mais forte e dura mais tempo. Ali, é frequente a ocorrência de geadas e neve, com temperaturas que podem atingir -15ºC. Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Urubici e Urupema são os municípios mais frios do estado e estão entre os mais frios do Brasil. Cidade de São Joaquim - SC, coberta por neve HIDROGRAFIA O Estado de Santa Catarina é representado por dois sistemas de drenagem: o sistema integrado do interior (bacia do Prata), comandado pelas bacias dos rios Paraná e Uruguai, e o sistema da vertente do Atlântico (litoral catarinense), formado por um conjunto de bacias isoladas. A Serra Geral é o grande divisor das águas que drenam para os rios Uruguai e Iguaçu e das que se dirigem para o litoral catarinense, no oceano Atlântico. No norte do estado, a Serra do Mar também serve como divisor entre a bacia do rio Iguaçu e as bacias da vertente atlântica. O sistema de drenagem da vertente do interior ocupa uma área aproximada de 60.185 quilômetros quadrados, que corresponde a 63% do território, sendo que a bacia do rio Uruguai corresponde a 49.577 quilômetros quadrados. Esta bacia apresenta afluentes importantes como os rios: Peperi-Guaçu, das Antas, Chapecó, Irani, Jacutinga, do Peixe, Canoas e Pelotas. Outra bacia que faz parte do mesmo sistema é a do rio Iguaçu, sendo seus principais afluentes os rios Jangada e Negro (limite com o Estado do Paraná), Timbó e Paciência. Rio Iguaçu em Porto União – SC A vertente do Atlântico abrange aproximadamente 32.291 km², ou seja, 37% da área total do estado, com destaque para o rio Itajaí-Açu, que conta com dois grandes formadores: os rios Itajaí do Sul e o rio Itajaí do Oeste, e com dois grandes tributários: os rios Itajaí do Norte ou Hercílio e o Itajaí-Mirim, formando, assim, a maior bacia inteiramente catarinense. Ainda na vertente do Atlântico, existem outras bacias como as dos rios Tubarão, Araranguá, Itapocu, Tijucas, Mampituba (divisa com o estado do Rio Grande do Sul), Urussanga, Cubatão do Norte, Cubatão do Sul e d'Una. Cheia do rio Itajaí-Mirim em Brusque – SC Os rios de Santa Catarina são normalmente comandados pelo regime pluviométrico. O processo de degradação dos recursos hídricos no território catarinense, vem se desenvolvendo de forma alarmante. Os locais mais poluídos são o sul do Estado (devido à mineração do carvão), o norte (devido à utilização de metais pesados pelas indústrias), e no meio-oeste (com as indústrias de pasta mecânica e efluentes urbanos). Poluição do rio Sangão, afluente do rio Araranguá, na região de Criciúma - SC