POR QUE A DENGUE MATA? Dr. E. Bulhões DENGUE :TODO CUIDADO É POUCO A EPIDEMIA ESTA DEVOLTA Toda pessoa no Brasil que apresentar quadro de febre deve fazer um hemograma no primeiro dia e no terceiro dia. Questões como o motivo das mortes, hemogramas e hidratação, nem sempre são explicadas. Por isso pesquisadores alertam sobre cuidados que devem ser tomados Muitas são as orientações passadas à população sobre a dengue, mas especialistas sempre acreditam que há ainda muita coisa a ser esclarecida. Questões como o motivo das mortes, a realização de hemogramas e a hidratação, ainda não foram totalmente explicadas. Para o médico clínico Eraldo Bulhões, que pesquisa a doença há 28 anos, pessoas mais sadias ou com “competência imunológica”, como costuma dizer, tendem a ter reações mais fortes à dengue, quando contaminadas pela segunda vez, independente do tipo de vírus. Esses pacientes têm risco maior de desenvolver o tipo mais grave, ou a dengue hemorrágica. “O fenômeno da reação de hipersensibilidade tóxico-alérgica da síndrome da dengue hemorrágica, a partir da segunda infecção sequencial, se dá quando o novo anticorpo surgido após a viremia (presença do vírus no sangue) e a febre reage com outros anticorpos, resultantes de infecções anteriores”, detalha. “Toda essa situação promove a permeabilidade vascular, desencadeando, em 24 horas, o choque hipovolêmico (queda da pressão arterial, pele fria, tonteira, diminuição das plaquetas e elevação do número de hematócritos). Isso ocorre em cerca de 30% dos pacientes no 5º dia da doença pelo vírus 1 ou 4, complicando o quadro clínico se o paciente não for hidratado desde o início”, completa. O especialista explica que 99% dos pacientes têm febre durante a dengue e os outros sintomas aparecem em menos proporções, por isso deve ser o sintoma mais valorizado (Veja o quadro de sintomas). Ele informa que cada pessoa reage de uma forma e também pode não desenvolver todos os sintomas. “Por isso afirmo que não se deve dar alta logo após a febre ceder, deve-se esperar 72 horas. Essa diminuição da febre é uma falsa melhora e o quadro pode ser agravado”, declara. O especialista orienta aos pacientes que apresentem qualquer um dos sintomas da dengue, principalmente febre, que procurem imediatamente um médico e solicitem um hemograma. No quarto dia, a contagem deve ser repetida. Se a pessoa estiver com o número de plaquetas abaixo de 100 mil, esse acompanhamento deve ser diário. “Quando a plaqueta está baixa, o paciente deve tomar de 3 a 5 litros de soro na veia (infusão venosa) e esperar a normalização dos números. Com isso, não é necessário injetar as plaquetas diretamente”, explica. Hidratação diferenciada Um paciente com dengue deve ter uma hidratação diferenciada. Entretanto, segundo o especialista, muitas pessoas acham que água potável e soro caseiro são suficientes. Também, muitas pessoas não sabem identificar sinais de desidratação. “A pessoa com dengue deve tomar entre 4 e 6 litros de líquido por dia. Em casa, podem ser consumidos chás, sucos de fruta (mesmo que sejam refrescos) e água de coco. Porém, não dá para tratar a dengue em casa, deve-se procurar um médico”, alerta. Para saber se estamos bem hidratados, basta observar a coloração da urina (que deve estar clara) e a umidade da língua (que não pode estar excessivamente seca). Bulhões alerta que pacientes com menos de 100 mil plaquetas nunca podem ser tratados em casa. No hospital, ele receberá hidratação intravenosa, como soro glicosado, soro fisiológico ou o ringer lactato (soro que não possui sódio nem açúcar na composição). Novo Aliado do diagnóstico O segundo fator para a detecção da dengue é a contagem de hematócritos, que se faz através da separação das hemácias e do soro. A taxa média de hematócritos da população é de 40%, considerado um número normal. “Trabalhando com níveis de hematócritos, conseguimos ter mais um subsídio para identificar a dengue grave, quando a verificação fica acima de 45%. No pós-febre, esse número também aumenta devido à hemoconcentração”, explica Bulhões. A Propedêutica médica (semiologia): São fundamentais no manejo clínico da dengue. Ovos – Ao contrário do que as pessoas pensam, o Aedes aegypti não coloca seus ovos na água parada. Na verdade, ele precisa da água para eclodir, mas é colocado em superfícies secas. Para o especialista, a população não tem consciência de que habitações inacabadas (lajes) são pratos cheios para o mosquito, assim como as milhares de carcaças de automóveis nas Ruas são os focos que sustentam a epidemia. AS AUTORIDADES PARADAS É QUE CONTRIBUEM PARA A EPIDEMIA DA DENGUE SAIBA MAIS! DEBATE SOBRE A DENGUE DIA 28/03/2012 – QUARTA FEIRA, ÀS 19HS. LOCAL: SINDICATO DOS MÉDICOS DO RIO DE JANEIRO AV. CHURCHILL, 97 – 10ª ANDAR - 2532-3413