Por que a dengue mata? - Dr. Eraldo Bulhões (março/2012)

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POR QUE A DENGUE MATA?
Dr. E. Bulhões
DENGUE :TODO CUIDADO É POUCO
A EPIDEMIA ESTA DEVOLTA
Toda pessoa no Brasil que apresentar quadro de febre deve fazer um hemograma no
primeiro dia e no terceiro dia.
Questões como o motivo das mortes, hemogramas e hidratação, nem sempre
são explicadas. Por isso pesquisadores alertam sobre cuidados que devem ser
tomados
Muitas são as orientações passadas à população sobre a dengue, mas
especialistas sempre acreditam que há ainda muita coisa a ser esclarecida.
Questões como o motivo das mortes, a realização de hemogramas e a
hidratação, ainda não foram totalmente explicadas. Para o médico clínico
Eraldo Bulhões, que pesquisa a doença há 28 anos, pessoas mais sadias ou
com “competência imunológica”, como costuma dizer, tendem a ter reações mais fortes à
dengue, quando contaminadas pela segunda vez, independente do tipo de vírus. Esses
pacientes têm risco maior de desenvolver o tipo mais grave, ou a dengue hemorrágica.
“O fenômeno da reação de hipersensibilidade tóxico-alérgica da síndrome da dengue
hemorrágica, a partir da segunda infecção sequencial, se dá quando o novo anticorpo surgido
após a viremia (presença do vírus no sangue) e a febre reage com outros anticorpos,
resultantes de infecções anteriores”, detalha.
“Toda essa situação promove a permeabilidade vascular, desencadeando, em 24 horas, o
choque hipovolêmico (queda da pressão arterial, pele fria, tonteira, diminuição das plaquetas e
elevação do número de hematócritos). Isso ocorre em cerca de 30% dos pacientes no 5º dia da
doença pelo vírus 1 ou 4, complicando o quadro clínico se o paciente não for hidratado desde o
início”, completa.
O especialista explica que 99% dos pacientes têm febre durante a dengue e os outros sintomas
aparecem em menos proporções, por isso deve ser o sintoma mais valorizado (Veja o quadro
de sintomas). Ele informa que cada pessoa reage de uma forma e também pode não
desenvolver todos os sintomas.
“Por isso afirmo que não se deve dar alta logo após a febre ceder, deve-se esperar 72 horas.
Essa diminuição da febre é uma falsa melhora e o quadro pode ser agravado”, declara.
O especialista orienta aos pacientes que apresentem qualquer um dos sintomas da dengue,
principalmente febre, que procurem imediatamente um médico e solicitem um hemograma. No
quarto dia, a contagem deve ser repetida. Se a pessoa estiver com o número de plaquetas
abaixo de 100 mil, esse acompanhamento deve ser diário.
“Quando a plaqueta está baixa, o paciente deve tomar de 3 a 5 litros de soro na veia (infusão
venosa) e esperar a normalização dos números. Com isso, não é necessário injetar as
plaquetas diretamente”, explica.
Hidratação diferenciada
Um paciente com dengue deve ter uma hidratação diferenciada. Entretanto, segundo o
especialista, muitas pessoas acham que água potável e soro caseiro são suficientes. Também,
muitas pessoas não sabem identificar sinais de desidratação.
“A pessoa com dengue deve tomar entre 4 e 6 litros de líquido por dia. Em casa, podem ser
consumidos chás, sucos de fruta (mesmo que sejam refrescos) e água de coco. Porém, não dá
para tratar a dengue em casa, deve-se procurar um médico”, alerta.
Para saber se estamos bem hidratados, basta observar a coloração da urina (que deve estar
clara) e a umidade da língua (que não pode estar excessivamente seca).
Bulhões alerta que pacientes com menos de 100 mil plaquetas nunca podem ser tratados em
casa. No hospital, ele receberá hidratação intravenosa, como soro glicosado, soro fisiológico ou
o ringer lactato (soro que não possui sódio nem açúcar na composição).
Novo Aliado do diagnóstico
O segundo fator para a detecção da dengue é a contagem de hematócritos, que se faz através
da separação das hemácias e do soro. A taxa média de hematócritos da população é de 40%,
considerado um número normal.
“Trabalhando com níveis de hematócritos, conseguimos ter mais um subsídio para identificar a
dengue grave, quando a verificação fica acima de 45%. No pós-febre, esse número também
aumenta devido à hemoconcentração”, explica Bulhões.
A Propedêutica médica (semiologia): São fundamentais no manejo clínico da dengue.
Ovos – Ao contrário do que as pessoas pensam, o Aedes aegypti não coloca seus ovos na
água parada. Na verdade, ele precisa da água para eclodir, mas é colocado em superfícies
secas. Para o especialista, a população não tem consciência de que habitações inacabadas
(lajes) são pratos cheios para o mosquito, assim como as milhares de carcaças de
automóveis nas Ruas são os focos que sustentam a epidemia.
AS AUTORIDADES PARADAS É QUE CONTRIBUEM
PARA A EPIDEMIA DA DENGUE
SAIBA MAIS!
DEBATE SOBRE A DENGUE
DIA 28/03/2012 – QUARTA FEIRA, ÀS 19HS.
LOCAL: SINDICATO DOS MÉDICOS DO RIO DE JANEIRO
AV. CHURCHILL, 97 – 10ª ANDAR - 2532-3413
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