Ano 9 • Nº 36 • Jul/Ago/Set • 2008 Cuidados essenciais para uma vida saudável Cuide bem do seu sorriso PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS Editorial 10 anos da Divisão Diabetes Care Aproveite e continue sempre contando conosco. Boa leitura! Mara Rubia dos Santos Coordenadora de Eventos 2 DE BEM COM A VIDA Diana Basei E m quase nove anos de empresa, é gratificante e prazeroso ter constantemente a oportunidade de fazer parte de mudanças, reestruturações positivas e do crescimento da Divisão Diabetes Care. Isso significa que a equipe mudou e cresceu pessoalmente e profissionalmente. Afinal, a empresa é composta de pessoas e essas pessoas fazem tudo acontecer. No decorrer desses anos temos nos empenhado, pesquisado e planejado para que possamos oferecer a você os melhores produtos e serviços do mercado para seu conforto e bem-estar. No dia 1º de julho comemoramos os 10 anos da Divisão Diabetes Care da Roche Diagnóstica Brasil. São anos de comprometimento, dedicação e vontade de fazer o melhor por você. E pensando em contribuir com a sua saúde, tranquilidade e equilíbrio, nesta edição trouxemos ótimas matérias, com informações importantes para o seu conhecimento. Entre elas, estão reportagens sobre célulastronco embrionárias, cuidados extras no consultório odontológico, crianças que utilizam o sistema de infusão contínua (SIC) e os benefícios dessa terapia no dia-a-dia, e a importância dos carboidratos na dieta diária. Índice / Expediente 4 Especial Células embrionárias: esperança para o futuro 8 EXPEDIENTE - Ano 9 • Nº 36 • Jul/Ago/Set • 2008 Em Foco Conselho Editorial Cristina Uzêda de A. P. Xavier Por uma vida mais saudável Apoio Ana Carolina Gomiero Fernanda Villalobos Dr. Explica Projeto Gráfico e Produção Sorriso saudável Grupo Lopso de Comunicação 12 Fone: (11) 2714-5400 Fax: (11) 2714-5420 Diretora Geral - Ana Maria Sodré Diretora Administrativa - Fernanda Sodré Jornalista Responsável - Gisleine Gregório - MTb 26986-SP Redação - Jornalistas: Caio Ramos, Camila Balthazar, Kamila Barbosa e Mariana Tinêo Revisora - Isabel Gonzaga Criação - André Teixeira, Hudson Calasans, Iuri P. Augusto Comercial - Cristiana Domingos 14 Convivendo SIC, crianças e adolescentes: história de sucesso De Bem Com a Vida é uma publicação da Roche Diagnóstica Brasil Ltda. Caixa Postal: 1513, CEP 05321900, São Paulo-SP. Telefone: 0800 77 20 126 (ligação gratuita). As correspondências deverão ser enviadas para Calçada das Palmas, 20, 2º andar – C. C. Alphaville. CEP 06453-000. Barueri - SP. As opiniões expressas em artigos e entrevistas são de responsabilidade dos entrevistados, não refletindo necessariamente a opinião desta revista. As matérias e artigos desta publicação podem ser reproduzidos desde que citada a fonte. Accu-Chek Performa e Accu-Chek Multiclix são marcas Roche. Registro ANVISA 10287410616 e 10287410243 ISSN 1678-3042 Nutrição _____________________________ Receitas _____________________________ Accu-Flash____________________________ Farmácia em Destaque _________________ Passatempo __________________________ 18 19 22 22 23 A revista De Bem Com a Vida presta sua homenagem póstuma ao Dr. José Procópio do Valle. Um dos profissionais mais importantes no cenário brasileiro de tratamento do diabetes, foi um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), criada em 12 de novembro de 1970. Tamanha foi a importância do médico que a SBD instituiu em 2003 o Prêmio Procópio do Valle, com o objetivo de reconhecer especialistas jovens que tenham papel de destaque no diagnóstico e tratamento do diabetes no Brasil. “O Dr. Procópio foi personalidade de suma importância para os diabetologistas brasileiros. Ele teve grande e benéfica influência sobre a nossa prática clínica, e é uma imagem na qual se devem espelhar os diabetologistas e médicos mais jovens ligados no combate ao diabetes”, diz a Dra. Marília de Brito Gomes, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes. DE BEM COM A VIDA 3 Matéria Especial Células embrionárias: esperança para o futuro Mariana Tinêo J á faz algum tempo que o tema “células-tronco embrionárias” ocupa um lugar de destaque nos noticiários. Cientistas e a sociedade discutiam se os estudos com esse tipo de material humano deveriam ou não ser feitos. O debate durou até o último dia 29 de maio, quando o Supremo Tribunal Federal aprovou a realização das pesquisas no Brasil. 4 DE BEM COM A VIDA As células-tronco (CTs) são importantes porque possuem uma grande capacidade de reprodução e podem se transformar em outros tipos de células, o que ajudaria, e muito, na reconstituição de tecidos danificados por doenças ou traumas. Existem dois tipos de células-tronco: as adultas, que são encontradas principalmente na medula óssea e no cordão umbilical, e as embrionárias, retiradas de embriões humanos, a princípio congelados e descartados pelas clínicas de fertilização assistida. Os trabalhos com células adultas não encontraram obstáculos científicos, nem sociais, porque são células que estão no organismo do próprio paciente. Aliás, diversos grupos de pesquisadores vêm testando formas diferentes de terapias com humanos – as chamadas terapias celulares, nas quais as células-tronco adultas são retiradas da medula do paciente, modificadas pelos cientistas e implantadas onde são necessárias. Na área da cardiologia esse tipo de terapia está mais avançado. Já no caso das células embrionárias o assunto é polêmico, porque alguns setores da sociedade consideram os embriões como formas de vida humana, o que gera problemas éticos e religiosos. No entanto, as célulastronco embrionárias são as que possuem maior potencial de reprodução e transformação em tecidos diversos, o que leva os cientistas a acreditarem que elas seriam a grande esperança da humanidade para a cura de doenças até hoje sem perspectiva de tratamento ou cura. “A idéia é que a terapia celular possa regenerar a produção de insulina no organismo.” Após a liberação legal das pesquisas brasileiras com células-tronco embrionárias, as esperanças aumentaram, principalmente em relação ao diabetes. A idéia é que a terapia celular possa regenerar a produção de insulina no organismo. De acordo com o Dr. Daniel Lerário, endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein, a expectativa em relação ao uso de células-tronco embrionárias no tratamento do diabetes é grande, especialmente para o diabetes tipo 1. “Nesse caso, o principal problema é a inflamação que ocorre nas células β responsáveis pela produção de insulina – que as destroem completamente. Como as células-tronco podem se transformar em qualquer outra célula, elas poderiam dar origem a células β novas, que funcionariam de maneira adequada, regenerando a função do pâncreas no organismo, isto é, recuperando a produção de insulina.” Embora a recuperação da produção de insulina possa ser vista como uma cura para o diabetes, o Dr. Lerário informa que o processo não é tão simples assim. “Não basta regenerar as células β. O diabetes tipo 1 é uma doença auto-imune, ou seja, o próprio organismo se agride. Por isso é preciso fazer com que as células β não sejam atacadas por ele. As novas células β teriam que ser resistentes ao ataque imunológico. Inclusive, outras células-tronco poderiam ser usadas para reduzir a resposta auto-imuDE BEM COM A VIDA 5 Matéria Especial ne. Esse é um grande desafio que a medicina tem pela frente”, acrescenta o endocrinologista. E a ciência não quer perder tempo. Embora as CTs embrionárias ainda sejam uma novidade para a realidade nacional, especialistas de todo o País se preparam para dar início aos trabalhos e descobrir o verdadeiro potencial desse material de capacidade teoricamente ilimitada. O Dr. Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da Equipe de Transplante de Células-Tronco do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (USP), conta que no caso específico do diabetes os estudos com células-tronco embrionárias podem seguir dois caminhos: – Transplante direto das célulastronco, ou seja, injeção das CTs pela veia do paciente ou mesmo por meio de um cateter até o pâncreas para que elas se transformem nas células necessárias dentro do organismo do paciente; – Transformação das células-tronco em células β em laboratório para em seguida implantá-las no paciente. Segundo o pesquisador, no Brasil já existem trabalhos sendo realizados com CTs embrionárias na área do diabetes, mas ainda em modelos animais e em pesquisas em laboratório (in vitro). “Vários grupos nacionais estão interessados em realizar estudos clínicos em humanos, entretanto, isso levará algum tempo. Nos Estados Unidos, laboratórios multinacionais estão investindo milhares de dólares para se juntar com centros universitários de pesquisa no desenvolvimento de projetos em seres humanos e posteriormente patentear o procedimento”, informa. Realidade As discussões sobre o uso das células-tronco embrionárias, sobre a participação dos cientistas brasileiros neste novo caminho de pesquisas e sobre os resultados positivos 6 DE BEM COM A VIDA que podemos encontrar são intensas e otimistas. Mas na verdade, o processo de conhecimento do potencial das células-tronco está bem no início. “Como endocrinologista atuante, vejo na prática do dia-a-dia que as pessoas com diabetes depositam muitas esperanças no desenvolvimento da terapia celular. Tenho até um certo temor em relação a essa expectativa toda, que pode acabar sendo maior que a realidade. É preciso lembrar que, embora se fale muito no assunto, de concreto ainda não existe nada. Nem o método de transplante de ilhotas – em que células β são retiradas de um doador e implantadas na pessoa com diabetes –, que mostra resultados animadores em países como o Canadá, pode ser indicado como tratamento. Tudo são experimentos”, comenta o Dr. Lerário. Na opinião do Dr. Couri, as células embrionárias têm um potencial fantástico, mas é preciso ter consciência de que os resultados demandam um certo tempo para serem completamente validados e mais tempo para tornar a terapia celular uma terapia corriqueira para as pessoas com diabetes. “Além disso, em qualquer procedimento terapêutico há um grupo de pessoas que responde bem e outro que responde mal aos seus efeitos. Com as células embrionárias será a mesma coisa”, esclarece. O pesquisador diz ainda que a palavra “cura” é muito forte para os resultados positivos da terapia celular. “Recuperar a secreção de insulina é apenas um dos pontos do tratamento do diabetes tipo 1 e tipo 2, que deve sempre ser acompanhado de atividade física regular e alimentação saudável. Não adianta a pessoa com diabetes tipo 1 se livrar das injeções diárias de insulina e permanecer sedentária, com alimentação inadequada. Quanto ao diabetes tipo 2, a restauração da secreção de insulina deve sempre estar associada a medidas para redução da resistência insulínica.” de insulina em algum momento. Hoje, 15 pacientes estão continuamente sem necessidade de insulina por períodos que variam de um mês (último paciente que realizou o tratamento) a quatro anos. Cinco pacientes conseguiram ficar sem insulina por alguns meses de maneira transitória e em dois pacientes o método não funcionou”, revela. O especialista acredita que não há possibilidade de utilização dessa terapia celular a curto prazo. “As pesquisas ainda são muito recentes e para que um procedimento médico seja liberado para uso geral são necessários anos de estudos em um número grande de pacientes, para avaliar a real eficácia e segurança dos procedimentos. O alento é que a cada ano que passa evoluímos no conhecimento em terapia celular e certamente teremos boas novidades nos próximos anos. Quem imaginaria que conseguiríamos suspender insulina em pacientes com diabetes tipo 1?”, indaga. O grupo do Dr. Couri iniciou os estudos clínicos com as células-tronco adultas no final de 2003, em pacientes com diabetes tipo 1. Segundo ele, o tratamento realizado consiste basicamente na reprogramação do sistema imunológico. É como se o sistema de defesa do organismo fosse desligado e religado novamente – fenômeno chamado de reset imunológico. “Na primeira fase do tratamento coletamos as células-tronco do paciente e as congelamos. Na segunda fase desligamos o sistema imunológico com altas doses de drogas imunossupressoras durante cinco dias e depois o religamos com a infusão endovenosa das células-tronco que foram coletadas. O real efeito desse reset imunológico ainda não é completamente conhecido, mas achamos que promove maior tolerância no sistema imunológico das pessoas”, relata o Dr. Couri. Ele ressalta que os dados atuais não indicam que as células-tronco adultas sejam capazes de se diferenciar em células β. “Com isso, o principal objetivo de nosso estudo é utilizar as células-tronco para regenerar o sistema imunológico são e preservar a massa de células β ainda não destruída”, finaliza. Os resultados das pesquisas realizadas com célulastronco adultas animam os pesquisadores a continuarem buscando um tratamento definitivo para o diabetes. As células embrionárias representam uma hipótese significativa nessa caminhada. No entanto, é preciso lembrar que toda pessoa, com diabetes ou não, deve cuidar da saúde. Assim, quando as boas notícias sobre a terapia celular chegarem, estará mais apta para recebê-las. “Em qualquer procedimento terapêutico há um grupo de pessoas que responde bem e outro que responde mal aos seus efeitos. Com as células embrionárias será a mesma coisa.” CTs hoje Atualmente, o Dr. Couri participa das pesquisas com células-tronco adultas realizadas na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP). Lá os resultados em humanos já são promissores. “Felizmente o nosso grupo de pesquisa é pioneiro e tem grande experiência internacional com o uso de células-tronco adultas em pessoas com doenças auto-imunes. Sem dúvida alguma, até o momento, nossos resultados são muito animadores. De 22 pacientes submetidos ao tratamento em nosso centro, 20 conseguiram permanecer livres DE BEM COM A VIDA 7 Em Foco Por uma vida mais saudável Mariana Tinêo C A integração dos cinco pilares: alimentação, exercícios físicos, consultas médicas, medicação e monitorização, garante a qualidade de vida uidar bem do diabetes é essencial, mas não é uma tarefa muito fácil, até porque as medidas necessárias exigem mudanças comportamentais. É preciso transformar o dia-a-dia, aprender e buscar constantemente informações. Mas é exatamente aí, na batalha contínua, que está a chave para uma vida longa e saudável. De maneira geral, o diabetes é gerenciado por meio de cinco pilares: alimentação, exercícios físicos, consultas médicas, medi- 8 DE BEM COM A VIDA cação e monitorização – as conhecidas pontas de dedo. De acordo com a Dra. Viviane Carvalho Cabeça, diabetologista especializada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), integrando adequadamente esses cinco itens, a pessoa com diabetes pode tudo. “Antigamente a vida da pessoa com diabetes era muito difícil. Hoje não. Aprendendo a controlar bem a glicemia, o paciente tem muito mais liberdade e uma vida social normal”, comenta. Alimentação regrada O tratamento de quem tem diabetes deve começar pela boca. Dietas severas não são necessárias, mas cuidados básicos precisam ser tomados, mesmo após a descoberta da possibilidade de contagem de carboidratos – fato que tornou a alimentação mais flexível e variada, melhorando sensivelmente a qualidade de quem faz insulinoterapia. “Antigamente havia a idéia de que quem tinha diabetes não podia comer carboidratos. Hoje sabemos que o carboidrato é necessário para o funcionamento de todo o metabolismo. Não podemos abrir mão de sua ingestão. Com o desenvolvimento da contagem de carboidratos as pessoas com diabetes podem comer praticamente tudo, mas sem esquecer que precisam ter moderação. A contagem de carboidratos dá liberdade, mas a rotina deve ser equilibrada”, diz a médica. Ela orienta seus pacientes a manter uma dieta regrada de segunda a sexta-feira, com o consumo de arroz, feijão, saladas e frutas (sem excessos) para que no final de semana seja possível comer algo diferente sem interferir no bom controle glicêmico. Lembra que o consumo de frutas também não pode ser exagerado, por causa da frutose. “As frutas devem ser consumidas ao longo do dia. Três porções de frutas variadas já são suficientes”, orienta. Embora essas dicas sejam básicas para as pessoas com diabetes, a Dra. Viviane ressalta que o ideal é que o acompanhamento da dieta seja feito por uma nutricionista. “Os médicos têm noções de nutrição, mas só um profissional da área poderá realmente ajudar a escolher os alimentos ideais dentro das necessidades e do estilo de vida de cada um, passando também informações sobre os componentes nutricionais.” Em relação à contagem de carboidratos, a diabetologista conta que o processo não é tão simples. A pessoa com diabetes recebe do seu médico uma relação de alimentos, com a quantidade de carboidratos que possuem e a quantidade de insulina que precisa ser aplicada antes de sua ingestão. Geralmente os cálculos são feitos pelo próprio médico, que individualiza o tratamento. “Para as pessoas com mais tempo de diagnóstico, que estão ainda amedrontadas com os carboidratos, a adaptação é mais complicada, pois esses pacientes vêm de regras mais antigas que hoje já não são mais válidas. No caso dos pacientes recém-diagnosticados é mais fácil adaptar-se à rotina, mas deve-se tomar cuidado para evitar exageros que podem ser prejudiciais à saúde. O importante é ter equilíbrio, bom senso”, orienta a médica. Exercícios moderados Fazer exercício é importante para todo mundo. Mas principalmente para quem tem diabetes. Assim, é melhor procurar uma atividade agradável, que também ajude a melhorar o humor, o bem-estar, a integração social e a eliminar o estresse. “Os exercícios são fundamentais. No caso de quem tem diabetes tipo 2, eles atuam diretamente na melhora dos valores glicêmicos. Nos com tipo 1, embora não estejam diretamente relacionados à estabilização dos níveis glicêmicos, os exercícios ajudam na manutenção do peso, evitando um tipo de efeito cascata: aumento do peso que aumenta as quantidades insulínicas diárias. Isso aumenta ainda mais o peso, que ocasiona a síndrome metabólica com risco cardíaco e metabólico muito aumentado, piorando o prognóstico desses pacientes”, informa a especialista. A pessoa com diabetes pode praticar qualquer modalidade esportiva, até esportes radicais, desde que seu coração esteja bem. Por isso é importante consultar um cardiologista regularmente. Crianças e pessoas que usam sistema de infusão contínua (SIC) também podem escolher qualquer forma de exercício. “Na verdade, o ideal para qualquer ser humano é a prática de exercícios moderados de três a quatro vezes por semana”, sentencia. “A pessoa com diabetes pode praticar qualquer modalidade esportiva, até esportes radicais, desde que seu coração esteja bem.” Medicação adequada Graças à evolução científica hoje existem no mercado medicamentos bastante eficazes para o controle da glicemia. Entre as novidades, a Dra. Viviane cita um análogo do GLP-1, hormônio do intestino que dá a sensação de satisfação digestiva, promovendo o retardo do esvaziamento gástrico. “Com esse medicamento, se a pessoa comer o que não é necessário, ou seja, se exagerar, acaba vomitando. É uma medicação importante para as pessoas com diabetes tipo 2, pela proposta de perda de peso, que leva à redução da resistência a insulina e conseqüentemente melhora das glicemias. É indicada para pacientes obesos.” Outro medicamento recente é uma droga que melhora o metabolismo dos ácidos graxos livres, diminuindo o depósito de gordura nas vísceras, pois age em um sistema ainda pouco conhecido que promove benefícios cardiometabólicos reduzindo os triglicerídeos e aumentando o HDL (colesterol bom). “Esse medicamento, inclusive, vem sendo divulgado erroneamente pela mídia como a pílula da barriga.” Para quem tem diabetes tipo 1 o SIC de insulina é considerado uma excelente opção de tratamento. “Ele já está disseminado entre as pessoas com diabetes e DE BEM COM A VIDA 9 Em Foco trata-se de um sistema realmente eficaz que deixa o indivíduo mais livre para realizar suas atividades diárias e para se alimentar”, comenta a médica. Para ela, hoje existem ótimas medicações e o correto é que o médico encontre a melhor medicação para o perfil de cada paciente. “Cada pessoa tem sua história, seu ritmo de vida e cada organismo reage de forma diferente. E para cada um existe uma medicação adequada.” Consultas regulares De acordo com a Dra. Viviane, o item visita ao médico é menosprezado pela maioria das pessoas com diabetes. “A falta às consultas é o maior problema que temos, especialmente no caso de quem usa o SIC de insulina. As pessoas acham que estão bem controladas e simplesmente não voltam às consultas. Entretanto, para saber se estão mesmo bem, atingindo as metas do seu tratamento adequadamente, precisam fazer exames regulares, como o de hemoglobina glicosilada, por exemplo – que deve ser feito de três em três meses – e a análise dos resultados da monitorização.” Pacientes com a glicemia bem controlada devem ir ao endocrinologista ao menos duas vezes por ano. Já os que não estão tão bem controlados devem visitar o profissional conforme a orientação dele. Divulgação Monitorização diária Dra. Viviane Carvalho “A ponta de dedo é fundamental. Não há como a pessoa controlar adequadamente sua glicemia se não fizer monitorização diária. A automonitorização permite ao indivíduo conhecer melhor seu organismo e como ele reage a suas atividades diárias e alimentação, possibilitando os ajustes adequados para manter a glicemia controlada e, assim, levar uma vida normal. Temos que lembrar que os sintomas clínicos não são fidedignos e não dá para adivinhar o valor glicêmico, é preciso medi-lo”, reforça a Dra. Viviane. Segundo ela, a pessoa com diabetes tipo 1que está bem controlada pode fazer de quatro a cinco pontas de dedo por dia. Se estiver em período de ajuste de dose de insulina, de seis a oito pontas de dedo, conforme for necessário e indicado pelo médico. Se apenas tomar antidiabético oral, medir a glicemia uma vez por dia é suficiente, mas fazer mais pontas de dedo pode ajudar o paciente a se conhecer melhor. “A necessidade depende do perfil de cada um”, informa. Além disso, a diabetologista enfatiza que o indivíduo com diabetes não pode deixar de fazer monitorização na hora do exercício físico. “É adequado conferir a glicemia antes, e se for possível, durante e depois da atividade física, para evitar hipoglicemias ou fazer exercícios com hiperglicemias, que também é contra-indicado”, aconselha. Seguir corretamente os passos acima é garantia de sucesso terapêutico. Aliás, é garantia de vida saudável para qualquer pessoa. Mas é bom lembrar que quem tem diabetes deve ter uma vida plena e feliz, como todo mundo. Portanto, procure seu médico, confira seu cardápio, invista nos exercícios, tome a medicação ou aplique a insulina na hora certa e não descuide da monitorização. Transforme a rotina de cuidados em uma aliada e aproveite tudo o que a vida tem de bom! Não esqueça! - Procure uma nutricionista. Conhecendo os grupos de alimentos você se cuida melhor. - Tenha sempre uma fonte de energia rápida (carboidrato) na bolsa ou na mochila para evitar episódios de hipoglicemia. Passar mal no meio da rua é um perigo. - Comente com seus amigos, colegas de trabalho e familiares que você tem diabetes. É importante que eles saibam como agir em uma hora de necessidade. Prevenir é melhor que remediar. - Tire todas as suas dúvidas na consulta médica. Inclusive sobre as informações que viu no jornal ou na internet. Só o profissional especializado pode o aconselhar. - Procure prazer na atividade física, assim o exercício realmente melhora sua qualidade de vida. Você pode saber muito mais sobre o diabetes no site www.accu-chek.com.br. 10 10 DE BEM COM A VIDA Dr. Explica Sorriso saudável Kamila Barbosa O controle do diabetes favorece o atendimento e o sucesso do tratamento odontológico 12 DE BEM COM A VIDA É comum nos preocuparmos mais com inflamações e infecções no corpo, e deixarmos a boca em segundo plano. Entretanto, é importante destacar que a boca necessita de tanta atenção quanto o resto do organismo. O Dr. Luiz Eduardo Calliari, coordenador do Serviço de Endocrinologia Pediátrica do Hospital São Luiz, explica que quem tem diabetes possui maior risco de desenvolver a doença periodontal (gengivite e periodontite), principalmente pelo aumento da descompensação glicêmica, o que facilita o aparecimento de alterações bucais. A mais freqüente é a gengivite, uma inflamação que acomete a região em torno do dente, podendo em alguns indivíduos levar a processos infecciosos com perda óssea (periodontite) e ocorrer halitose, dor, mobilidade dental e, em casos graves, perda dental. A Dra. Dóris Rocha Ruiz, professora do Curso de Atualização em Odontopediatria da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Odontologia, da Universidade de São Paulo (FUNDECTO/ USP), destaca que no paciente com diabetes mal controlado poderá ocorrer alterações na cavidade oral. Indivíduos mal controlados podem se queixar de diminuição do fluxo salivar, queimação na boca ou língua, podendo haver a manifestação de infecções oportunistas como a Candidíase. “Há evidência científica que existe uma relação entre o diabetes mal controlado e a periodontite. A manifestação e a progressão da periodontite estão relacionadas com a idade, tempo do diabetes, controle glicêmico, suscetibilidade à periodontite e hábitos deletérios, como o fumo. Estes fatores serão agravados quando associados à má higiene oral”, ressalta. Entretanto, ao procurar um dentista é necessário observar algumas regras importantes: relatar sua condição de saúde, hábitos e medicamentos utilizados, além de ficar o mais tranqüilo possível. “O histórico médico é necessário para o correto planejamento e tratamento odontológico. Na consulta, deve-se avaliar a glicemia capilar, pressão arterial e freqüência cardíaca do paciente. O controle do diabetes favorece o atendimento e o sucesso do tratamento”, afirma a especialista. O Dr. Calliari orienta, no entanto, evitar procedimentos cirúrgicos no caso de elevação da glicemia, pelo risco de sangramentos e infecções, e pela demora na cicatrização gengival. A Dra. Dóris destaca a importância do atendimento odontológico preventivo em bebês e crianças com diabetes para evitar as complicações orais que poderão ter sua manifestação na fase de adolescente e na vida adulta. Gestantes com diabetes também devem receber o pré-natal odontológico com atenção especial à sua gengiva. Em pesquisa recente realizada pela Dra. Dóris no Centro de Diabetes da Unifesp, foi encontrada maior prevalência e severidade da doença periodontal em grávidas com diabetes gestacional e diabetes tipo 1 quando comparadas com as gestantes normais. A nutrição pós-tratamento deve receber atenção. “Cuidado com hipoglicemias durante a consulta ou após procedimentos que impeçam a alimentação. Se for passar muito tempo em jejum após a consulta, considere reduzir a dose de insulina ou de medicação oral para evitar hipoglicemias”, destaca o Dr. Calliari, explicando que normalmente não há perigos de interação medicamentosa, mas alguns tipos de anestesia odontológica contêm vasoconstritores, substâncias que podem elevar a glicemia e também interferir na pressão arterial. “A anestesia local é indicada, o dentista escolherá criteriosamente o tipo de anestésico de acordo com o estado de saúde geral e medicamentos em uso. Por isso, há necessidade de o profissional conhecer o histórico médico do paciente criteriosamente”, diz a Dra. Dóris. “O fato de ter diabetes não significa ter a doença periodontal. Se forem realizadas as medidas preventivas (caseiras e profissionais), não haverá a doença.” Cuidados extras Logo que o diabetes for diagnosticado, o paciente deve inserir a odontologia como rotina no tratamento transdisciplinar. Hábitos saudáveis de alimentação e higiene oral, com o uso adequado do fio e escova dentais, são as medidas caseiras fundamentais para se manter a saúde oral. “O fato de ter diabetes não significa ter a doença periodontal. Se forem realizadas as medidas preventivas (caseiras e profissionais), não haverá a doença”, afirma a Dra. Dóris. Segundo a especialista, caso haja a doença periodontal, esta poderá ser mais severa nos pacientes com diabetes mal controlado, devido às alterações das respostas imunológicas frente à infecção. “A resistência à insulina pode desenvolver-se em resposta à infecção bacteriana crônica observada na periodontite, piorando o quadro metabólico do paciente com diabetes”, ressalta. Fique atento! ! r Controle o seu diabetes. Informe ao dentista sobre seus índices glicêmicos e marque uma consulta com seu médico antes do início do tratamento para avaliação da sua condição de saúde; r Em caso de cirurgia, poderá haver mudança na dieta e dosagem de insulina; r Talvez seja uma opção adiar procedimentos nãoemergenciais, caso sua dosagem de glicemia esteja com valores muito elevados. Mas lembre-se: discuta com seu dentista sobre as possibilidades e conseqüências dessa decisão; r Faça consultas e reavaliações periódicas, preferencialmente a cada três meses, com seu dentista. DE BEM COM A VIDA 13 Convivendo SIC, crianças e adolescentes: história de sucesso Caio Ramos C rianças e adolescentes estão sempre em movimento. Além dos compromissos com a escola, as brincadeiras são uma constante nessa fase inicial da vida, e é comum que os horários das refeições sejam trocados por atividades como partidas de queimada, peladas e mesmo longas sessões de 14 DE BEM COM A VIDA videogame. Muitas pessoas também começam a praticar um esporte nessa idade, uma vez que os pais vêem nisso um meio de garantir uma boa saúde aos filhos. A prática esportiva na infância previne doenças na fase adulta, além de ajudar a aumentar a auto-estima e o senso de disciplina e organização. Segundo a médica, com o SIC, muitos chegam a acreditar que estão tomando insulina a cada dois dias, por não perceberem que a administração está acontecendo aos poucos. Ela também explica que o aparelho pode ser usado sem receio durante as brincadeiras, e até mesmo na prática de esportes. “O sistema não limita a criança e o adolescente”, defende. A Dra. Mônica esclarece que não há contra-indicações ao uso do SIC. O único possível empecilho seria a dificuldade que algumas pessoas têm de fazer contas. Essas contas são importantes para que a pessoa consiga determinar a quantidade de insulina necessária para a porção de alimento que pretende comer. O método é chamado de “cálculo de insulina por carboidrato ingerido”. “Por esse motivo, ensino os pacientes a fazer essas contas”, afirma ela. Confira, a seguir, algumas histórias que demonstram como o SIC melhorou a qualidade de vida de um adolescente, um Dra. Mônica Gabbay bebê e uma criança. Fotos: divulgação Para crianças e adolescentes com diabetes, as constantes aplicações de insulina injetável podem ser um incômodo em meio a tantas atividades. Além disso, os pais também podem passar por apreensões, uma vez que sempre há a preocupação de que os filhos recebam as doses adequadas nos horários corretos. Nesse sentido, a utilização do sistema de infusão contínua (SIC) representa uma mudança radical. Com o dispositivo, não há mais necessidade das várias injeções diárias. Os próprios pais podem aprender a programar o aparelho, tendo a certeza de que os filhos não enfrentarão problemas durante o dia. “O grande medo dos pais é a hipoglicemia. Com o SIC, esse risco cai, porque a insulina basal é injetada em pequenas doses, de acordo com o ritmo de vida do paciente. Assim, os pais não se preocupam mais quando a criança ou adolescente vai para a escola”, diz a Dra. Mônica Gabbay, endócrinopediatra do Centro de Diabetes do Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Na instituição, ela atende 25 crianças e jovens que utilizam o SIC. Em seu consultório, são mais nove. Nas quadras André Zaia Manzano, 15 anos, pratica tênis desde março de 2007. Em poucos meses, passou de mero iniciante a membro da Federação Paulista de Tênis, posição que conquistou em agosto do mesmo ano. E no primeiro semestre de 2008, conquistou o primeiro lugar no ranking da Federação. Atualmente, recebe patrocínio da Roche e treina quatro horas por dia no Tênis Clube São Caetano, na Grande São Paulo. O diabetes apareceu na vida do jovem atleta aos 12 anos de idade. Durante quase três anos, Manzano realizou o tratamento com as injeções de insulina. Há poucos meses, passou a usar o SIC. “Fiquei contente por não ter mais que tomar várias ‘picadas’ todo dia”, comenta. Ele também diz que, com o sistema, a administração da insulina ficou muito mais rápida e a alimentação, mais simples. “Agora, posso comer muito mais do que antes e não esperar tanto tempo entre as refeições. Antes, tinha que tomar a insulina e agüentar uma espera maior”, diz o tenista. Manzano treina com o SIC. Ele afirma que seu desempenho nas quadras não é prejudicado, uma vez que utiliza uma pequena bolsa para que o aparelho não caia no chão. O tenista conta que o sistema facilita os treinos, pois ajuda a manter o nível glicêmico estável durante a atividade. “Se não utilizasse o SIC, teria que preparar as injeções de insulina previamente, e ficaria em dúvida sobre o estado da minha glicemia enquanto jogo. Isso iria atrapalhar a parte psicológica, pois não conseguiria manter o foco no treino”, afirma Manzano, que faz monitorizações antes e após o treino. “No total, faço de quatro a seis por dia”, finaliza. DE BEM COM A VIDA 15 Convivendo Engatinhando A técnica de hemoterapia Telma Marques, 38 anos, moradora da capital paulista, teve o pequeno Arthur em fevereiro deste ano. Ela e o marido descobriram o diabetes do filho quando esse tinha 44 dias de vida. “Percebi que ele estava ficando quente, e pensei que fosse apenas uma febre”, conta Telma. “Os médicos disseram que o problema era uma inflamação na garganta, e prescreveram medicamentos para isso. No terceiro dia, o Arthur começou a ficar desidratado”, relata ela. No hospital, os exames indicaram o diabetes. “O médico perguntou se alguém na minha família tinha a condição. Disse que não, e ele comentou que a glicemia de meu filho estava em 1.085mg/dl”, relembra. Telma afirma que os médicos tiveram dificuldades em conseguir encontrar a dose correta de insulina, pois para o bebê, uma pequena variação na escala da seringa representava uma quantidade muito grande da substância. Por meio dos médicos que cuidavam de Arthur, Telma entrou em contato com a Dra. Mônica Gabbay. Na consulta, a especialista falou sobre o SIC. “Foi com o aparelho que conseguimos iniciar o controle do diabetes”, diz. O bebê permaneceu no hospital por 32 dias. Ao chegar em casa, tinha uma glicemia entre 390 e 470mg/ dl. “Hoje, mantemos um parâmetro de 70 a 200mg/ dl. Em alguns dias, caía muito, e em outros, havia hiperglicemia, devido à compensação. Mas agora, estamos conseguindo um bom resultado”, explica. Na fase inicial de utilização do SIC, o médico vai fazendo os ajustes necessários de acordo com as variações do organismo do paciente. É possível descobrir quais os alimentos ou quais situações em que o paciente tem hipo ou hiperglicemia e determinar o ajuste adequado. Até que o SIC seja ajustado corretamente ao metabolismo do paciente, existe um aprendizado sobre o comportamento do organismo de cada indivíduo. Com o tempo, o controle metabólico do usuário de SIC passa a ser mais parecido com aquele de uma pessoa sem a condição. Arthur, que está agora com 4 meses, passa por quatro ou cinco monitorizações por dia. No começo do uso do SIC, eram oito. O número caiu porque, por recomendação da Dra. Mônica, a alimentação do bebê passou a ser feita em intervalos de tempo maiores. “No começo, eram muitas monitorizações porque, além de corrigir normalmente a glicemia, tínhamos que fazer correções por causa das mamadeiras. Hoje ele não precisa de um volume tão grande”, comenta. Além da alteração na freqüência, não houve outras mudanças na alimentação do bebê. Telma continua dando o mesmo tipo de leite para recém-nascidos que era servido no hospital. Ela conta que chegou a pensar em mudar o tipo do alimento, pois tinha impressão de que seria muito forte para o diabetes. “Mas a médica disse que não há necessidade, e que estamos conseguindo controlar a glicemia”, explica ela. Arthur não parece estar se sentindo incomodado com o aparelho. A mãe diz que ele não mostra sinais de irritação nem de que o SIC estaria causando algum desconforto. A mesma tranqüilidade é desfrutada pelos pais. Telma acredita que, se Arthur estivesse utilizando as seringas de insulina, ela não teria a possibilidade de voltar ao trabalho, uma vez que cumpre horário em esquema de plantão. “O Arthur teria que passar pela injeção três vezes por dia. Acho que o SIC é menos trabalhoso”, conclui. Essas histórias de sucesso mostram que com o SIC o paciente tem uma excelente alternativa para o controle da glicemia e do diabetes como um todo, podendo desfrutar de uma qualidade de vida superior àquela oferecida por outras terapias. No site Accu-Chek (www.accu-chek.com.br) há mais informações disponíveis sobre o SIC e o controle do diabetes. 16 DE BEM COM A VIDA Brincando sem medo Ana Beatriz Pizo, de 10 anos, descobriu que tinha diabetes aos três. Durante cerca de seis anos, fez tratamento com injeções de insulina. “As aplicações eram um grande incômodo”, conta sua mãe, Ana Cláudia Pizo, 28 anos. Ela lembra que o SIC entrou na vida de Ana Beatriz há menos de um ano. Segundo Ana Cláudia, os benefícios para a criança são evidentes. “A alimentação dela mudou, ficou mais fácil. Agora, ela come e faz a glicemia. Em seguida, faz a contagem de carboidratos e administra a insulina com o SIC. Quando a glicemia começa a aumentar, trocamos a agulha”, conta a mãe, completando que com o sistema de infusão contínua, as monitorizações di- minuíram: antes eram feitas de hora em hora, hoje são a cada duas horas. O SIC não atrapalha as atividades diárias da garota. Ana Beatriz joga bola na escola e anda de bicicleta quando não está em aula, tudo isso sem retirar o aparelho. “No começo do uso do SIC, meu marido e eu ficamos com medo, mas vimos que não havia nenhum tipo de problema”, explica Ana Cláudia. Ela também conta que a vida escolar da filha ficou mais prática – e menos dolorosa. Até começar a usar o aparelho, a menina precisava tomar uma injeção de insulina antes de chegar à escola. Agora, é necessário apenas um toque no SIC. DE BEM COM A VIDA 17 Nutrição Energia extra Kamila Barbosa C uidar da alimentação é importante para todas as pessoas, pois é a partir dos alimentos que o organismo retira os nutrientes necessários para seu crescimento e desenvolvimento, manutenção de tecidos, resistência às doenças etc. E a contagem de carboidratos deve ser inserida no contexto de uma alimentação saudável, que nada mais é do que aquela capaz de oferecer todos os nutrientes de que o corpo humano precisa para manter o metabolismo, promovendo saúde e bem-estar. Segundo a nutricionista Renata Rosseto, pós-graduada em Nutrição Clínica e pós-graduanda em Educação em Diabetes, os carboidratos são compostos orgânicos feitos de átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, que constituem o principal fornecedor de energia para o funcionamento do organismo humano. Eles estão presentes no açúcar refinado, no mel, no leite, nas frutas, nos doces. Além de serem encontrados também nas farinhas, massas, pães, biscoitos e nos vegetais tuberosos como a batata, mandioca, inhame e mandioquinha. “No entanto, as pessoas devem ingerir com cautela essa classe de alimentos, em especial os açúcares, guloseimas em geral, pois além de serem extremamente calóricos, são alimentos considerados desprovidos de nutrientes, como vitaminas, minerais e fibras”, diz a nutricionista Renata, alertando que pacientes com diabetes devem ter cuidado ainda maior, pois como os carboidratos são convertidos rapidamente em glicose, o efeito no aumento da glicemia é “imediato”. “Cerca de 90 a 100% do carboidrato ingerido é transformado em glicose logo após sua ingestão”, revela. Atualmente, a contagem de carboidratos é considerada uma alternativa terapêutica que permite maior flexibilidade na escolha dos alimentos e controle glicêmico mais adequado. Assim o planejamento das refeições possibilita controlar, de uma maneira simples, a quantidade de carboidratos que o indivíduo ingere a cada dia. 18 DE BEM COM A VIDA “A contagem de carboidratos é útil para pessoas que tomam múltiplas doses de insulina e usuários de sistema de infusão contínua de insulina (SIC).” A Associação Americana de Diabetes (ADA, 2003) recomenda que a quantidade de carboidratos na alimentação seja estabelecida individualmente, ou seja, de acordo com as metas de tratamento. Mas na prática, recomenda-se uma ingestão diária de carboidratos entre 50 e 60% do valor calórico total consumido diariamente. Importante para quem malha O carboidrato é o nutriente mais importante na alimentação de quem pratica atividade física regularmente ou de esportistas iniciantes. Esse nutriente tem papel fundamental antes, durante e depois da atividade física. Antes para fornecer energia, durante e após para reposição do glicogênio muscular e hepático. “Nosso organismo estoca carboidratos sob a forma de glicogênio, tanto no fígado como nos músculos. Enquanto o glicogênio muscular é usado exclusivamente pelo músculo, o hepático é utilizado para a manutenção da glicemia. Portanto, a manutenção das reservas de glicogênio é fundamental para o rendimento esportivo”, diz a nutricionista. Diferentes estudos sugerem que a ingestão adequada desse nutriente melhora o desempenho durante a atividade física. Em contrapartida, uma ingestão inadequada pode acarretar cansaço e fadiga. “Por isso, o consumo deve ser adequado para não comprometer o desempenho durante o exercício”, explica. A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) recomenda uma ingestão diária entre 5 e 10 gramas de carboidratos por quilo de peso corporal, dependendo do tipo e da duração do exercício físico escolhido, e também variando com a freqüência e intensidade dos treinos. “Mas é sempre indicado consultar um nutricionista, para uma melhor avaliação da quantidade de carboidratos que deve ser ingerida por cada indivíduo”, finaliza Renata. Receitas Crepe de espinafre com cenoura Modo de preparo: Massa: coloque no liquidificador a azeite, o ovo, 1 xícara de chá de farinha de trigo, o espinafre cozido, 1 colher de chá de sal e 1 xícara de chá de água. Bata até formar uma massa homogênea. Em uma frigideira antiaderente, faça 8 crepes finos e reserve. Recheio: desmanche a ricota no leite, adicione a cenoura ralada, o sal e a salsinha. Coloque em uma panela e leve ao fogo baixo até formar um creme. Retire do fogo e recheie os crepes. Reserve. Molho: bata no liquidificador o suco de laranja, a cebola picada, 3 colheres sopa de farinha de trigo, o sal e a hortelã, até formar um creme liso. Transfira para uma panela e leve ao fogo para cozinhar por 5 minutos, ou até ficar encorpado. Cubra os crepes e sirva a seguir. Fotos: Alex Villegas Ingredientes: 9 1/2 colher de sopa de azeite de oliva 9 1 xícara de chá de farinha de trigo 9 1 xícara de chá de espinafre cozido 9 1 colher de chá de sal 9 1 fatia grossa de ricota 9 1 cenoura crua ralada 9 1 colher de sopa de salsa 9 2 copos pequenos cheios de suco de laranja sem açúcar 9 1 cebola picada 9 3 colheres de sopa rasas de farinha de trigo 9 1 colher de sopa de hortelã 9 1 ovo cru 9 1/3 xícara de chá de leite desnatado Rendimento: 8 unidades Tempo de preparo: 20 minutos Grau de dificuldade: Fácil Recorte e colecione Informações nutricionais por porção: Calorias: 146,52kcal Carboidratos: 22,94g Proteínas: 5,02g Gorduras: 3,91g DE BEM COM A VIDA 19 Receitas Torta de granola e iogurte Ingredientes: 9 1 xícara de chá de cereais matinais enriquecidos (granola, müsli, goodlight) 9 4 torradas integrais 9 1 colher de sopa de margarina light 9 3 iogurtes desnatados 9 4 colheres de sopa de adoçante dietético em pó (para cozimento) 9 1 colher de chá de canela em pó 9 2 envelopes de gelatina em pó sem sabor 9 1 colher de chá de essência de baunilha 9 1 maçã Modo de preparo: Bata no liquidificador a granola e a torrada até obter um pó. Coloque esse pó em uma tigela e acrescente a margarina, misturando bem até obter uma massa. Forre com essa massa o fundo de uma forma de aro removível de 20 centímetros de diâmetro. Leve para assar em forno pré-aquecido por 10 minutos. Reserve. No liquidificador coloque o iogurte, o adoçante e a gelatina (preparada conforme as instruções da embalagem), acrescente a baunilha, bata por 2 minutos. Coloque esse creme sobre o assado e em cima de tudo ponha, delicadamente, as maçãs cortadas em cubos pequenos, banhadas com suco de limão. Leve para gelar por 2 horas ou até endurecer. Polvilhe canela em pó antes de servir. Rendimento: 8 fatias Tempo de preparo: 20 minutos mais tempo de geladeira de 2 horas Grau de dificuldade: Fácil Agradecimentos: Renata Rosseto - nutricionista pósgraduada em Nutrição Clínica e pósgraduanda em Educação em Diabetes; Valéria Garcia – Chef da Escola de Culinária Beth Soares - email: [email protected] site: www.bspaladarerequinte.com.br 20 DE BEM COM A VIDA Recorte e colecione Informações nutricionais por porção: Calorias: 94,98kcal Carboidratos: 14,98g Proteínas: 3,67g Gorduras: 2,24g W/Brasil COLOCAMOS tanto recheio que não sobrou Talento Avel ã Diet. Delicioso chocol ate Garoto ao leite com recheio de avel ãs e sem adiç ão de açúc ar*. S aboroso como nenhum outro chocol ate diet. 005-42-08_205x275(A).indd 1 *CONTém sacarose e frutose, naturalmente presentes no cacau. espaço para o açúcar. 6/23/08 4:03:41 PM D Diabetes: leme seguro esde junho deste ano, o endereço da francesa Maëlle Bocher, de apenas 12 anos, é o porto de Salvador, na Bahia. A menina viaja com seus pais, Christian e Christiane, que têm 40 anos de experiência como velejadores, e atracaram a primeira vez no Brasil há 20 anos. “Seguimos viagem, mas desde que deixamos o País ficamos com vontade de voltar. Gostamos muito do povo e do País”, lembra a mãe de Maëlle. Passados tantos anos, os ventos finalmente o trouxeram de volta ao Brasil. A impressão que os pais tiveram do País confirmou-se em Maëlle. Ela gostou muito do que já viu do Brasil. “Estou adorando conhecer esse país maravilhoso. As pessoas também são sempre muito gentis comigo”. Além de Salvador, a família já visitou Itaparica e uma comunidade que vive próximo ao rio Paraguaçu. “Nosso objetivo é conhecer e compreender como as pessoas vivem. Não gostamos de ficar pouco tempo em um lugar. Em Paraguaçu, participamos de festas e do dia-a-dia das pessoas para saber como elas vivem. Foi uma troca de experiências.” Ao falar assim, nem se desconfia que ela tenha diabetes tipo 1, que a acompanha desde os cinco anos. Além de não a desanimar, isso a motiva a continuar em alto mar. O Accu-Chek participa dessa aventura e Camila Balthazar dá todo suporte para os cuidados necessários. A menina revela que no veleiro há canetas de aplicação, lancetas, tiras para automonitorização e exame de urina, in- Maëlle Bocher sulina, monitores de glicemia e até mesmo um telefone via satélite que os conecta ao serviço médico de emergência marítima de Toulouse, na França. Antes de vir ao Brasil, a família morou um ano na África e a menina diz, que enquanto estiveram por lá, fizeram um trabalho voluntário no Senegal com a Associação do Diabético. “Queremos fazer o mesmo no Brasil com uma associação aqui de Salvador.” A família vai aproveitar o Nordeste até dezembro, quando segue viagem rumo ao Rio de Janeiro, São Paulo e Santos. “Depois vamos para a Argentina. Deixaremos o veleiro no porto de Buenos Aires e vamos conhecer o país de ônibus.” O balanço do veleiro não atrapalha Maëlle. Ela diz que já se acostumou e nem fica mais enjoada. “Sou capaz até mesmo de caminhar em linha reta com ondas pesadas e vento.” A frase traduz muito bem a filosofia de vida da pequena francesa. Farmácia em Destaque Divulgação Drogasil inaugura novos Diabetes Centers P ara facilitar e melhorar o atendimento a quem tem diabetes, a rede de farmácias Drogasil de São Paulo concentrou equipamentos, acessórios e medicamentos que a pessoa com diabetes não pode esquecer de levar para casa em uma única seção: Diabetes Center. Com piloto em funcionamento desde junho do ano passado na Unidade da Rua Pamplona, a Drogasil ampliou, agora em julho, o número de lojas que contam com esse serviço. Mais quatro unidades receberam essa estrutura, que está baseada em organização e atendimento diferenciados. Essa expansão é prova de que o serviço está dando certo e o cliente está satisfeito. O diretor comercial da rede, Antônio Carlos de Freitas, explica algumas das vantagens: “O cliente recebe atendimento mais rápido, pois o atendente não precisa andar muito para encontrar o que procura, além de ter um conhecimento especial sobre o assunto. A palmilha, a barra de cereal, o adoçante, os anti-sépticos, as lancetas, os monitores de glicemia e de pressão, além dos medica- 22 DE BEM COM A VIDA Divulgação Farmácia Receitas em Destaque Accu-Flash Camila Balthazar mentos tarjados e genéricos, tudo está no mesmo espaço”. Freitas ainda comenta que toda a equipe passou por um processo de treinamento e reciclagem que abordou desde assuntos técnicos, como o diabetes e suas novidades, até questões práticas, relacionadas ao atendimento e à utilização da Accu-Chek Smart Printer, equipamento disponibilizado em parceria com a Roche Diagnóstica. Esse equipamento é uma ferramenta de impressão com dispositivo infravermelho que se conecta com os monitores de glicemia e permite imprimir relatórios de glicemia do cliente. “Basta que o cliente possua o cartão Drogasil, tenha um monitor de glicemia da linha Accu-Chek e dirija-se a uma das lojas para fazer sua impressão, que é totalmente gratuita”, afirma. Unidades Drogasil com Diabetes Centers em São Paulo Rua Pamplona, 1792 - Fone: (11) 3887-9508 / 3889-9357 Rua Barão de Itapetininga, 40 - Fone: (11) 3255-1538 / 3255-0206 Av. Angélica, 1.397 - Fone: (11) 3666-7703 / 3824-9683 Av. Prof. Alfonso Bovero, 1185 - Fone: (11) 3865-6803 / 3673-1200 Av. Sumaré, 1152 - Fone: (11) 3672-3885 / 3862-3089 Passatempo Encontre o caminho para o garoto pegar todas as bandeiras, escapar do perigo e atingir seu objetivo na saída. médio Coloque as letras na ordem correta para descobrir quais são as palavras abaixo: 1 - NIINLASU N A 2 - LISECOG E I 3 - AMILETNAÇOÃ A O N 4 - ODRABOTICRA C O B 5 - ISMABOLTEMO M M O 6 - ÊNIGICOLGO Ê O 7 - ERGANEI E A difícil Tendo o foco em uma vida mais saudável, complete as letras para que a relação entre as duas colunas seja verdadeira, conforme o exemplo: F R UT OS E G L A E T A R M O N A D A Ó S S E A C É L U L A Z A Ç Ã O D E V E S N O A N C O L T A Ü E N T E C O N S U L T A S D E V E M S E R M E D I A C A Ç Ã O I O D O E S E G U N D A A R E S A D A DIFÍCIL MÉDIO 2- Glicose 1-Insulina idrato ção 4-Carbo io 7-Energia 3-Alimenta ogên ismo 6-Glic 5-Metabol FÁ CIL H O R M Ô N I F R UT A S G LT 1= H or m ôn io do in te st in o; D ie ta re gr ad a= D e S eg un M ed ul a ós da a S ex ta ; se a= C él ul a tr M on it or iz on co ad ul aç ão ta ; =D ev e se C r fr eq üe nt on su lt as =D ev em se e; r re gu la re M ed ic aç ão s; =A de qu ad a. D I A Ç Ú C A R D E DE BEM COM A VIDA 23