1 português para facon – 2011

Prof. Márcio Wesley
Cons. Jur.: Gil Dutra
PORTUGUÊS PARA FACON – 2011
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
REGRA BÁSICA. O NÚCLEO DO SUJEITO CONJUGA O VERBO.
DICA. Núcleo do sujeito começa SEM preposição.
(CESPE, 2008, TRT-1ªR, analista, ár. jud., cargo 1, questão 14)
1. Julgue os fragmentos de texto apresentados nos itens abaixo quanto à
concordância verbal.
De acordo com o respectivo estatuto, a proteção à criança e ao
adolescente não constituem obrigação exclusiva da família.
I
II
III
A legislação ambiental prevê que o uso de água para o consumo
humano e para a irrigação de culturas de subsistência são prioritários
em situações de escassez.
(Veja OBSERVAÇÃO 1.)
A administração não pode dispensar a realização do EIA, mesmo que o
empreendedor se comprometa expressamente a recuperar os danos
ambientais que, porventura, venham a causar.
(Veja OBSERVAÇÃO 2.)
A ausência dos elementos e requisitos a que se referem o CPC pode ser
suprida de ofício pelo juiz, em qualquer tempo e grau de jurisdição,
enquanto não for proferida a sentença de mérito.
(Veja OBSERVAÇÃO 2, novamente.)
A quantidade de itens certos é igual a
A 0.
B 1.
C 2.
D 3.
E 4.
------------------------------------------------------------------OBSERVAÇÃO 1. Depois que o primeiro núcleo do sujeito já está escrito,
o segundo que houver deve estar escrito ou representado por um pronome.
VEJA:
O uso de água e o de combustível são prioritários. (dois núcleos)
IV
VEJA A REPETIÇÃO DO “O”. O segundo é pronome. Sem preposição. É
núcleo.
Mas em: O uso de água e de combustível é prioritário. (um só núcleo=uso)
----------------------------------------------------------------------------------------OBSERVAÇÃO 2!!! O pronome relativo pode exercer a função de sujeito,
de objeto, de complemento etc., SEMPRE dentro da oração adjetiva.
CUIDADO!! O pronome relativo refere-se a um termo antes, mas esse
termo faz parte de outra oração. O termo referido preenche, supre
APENAS o sentido. Esse termo referido NÃO é o sujeito, o objeto etc. da
oração subordinada adjetiva. VEJA:
A casa / que comprei / era velha.
NOTE. Oração principal: A casa era velha. Sujeito = A casa.
Oração subordinada adjetiva: que comprei. Sujeito = eu; objeto direto
(SINTÁTICO) = que.
MUITA ATENÇÃO!!!!!! SOMENTE O SENTIDO É QUE NOS LEVA A
VER QUE: comprei a casa.
PORÉM, o pronome relativo está no lugar da casa. O pronome relativo é o
OBJETO SINTÁTICO.
Podemos chamar de OBJETO SEMÂNTICO o termo “A casa”, mas
apenas pelo sentido, jamais pela análise sintática. A análise sintática deve
ser feita DENTRO DE CADA ORAÇÃO.
-----------------------------------------------------------------VEJAMOS MAIS QUESTÕES INTERESSANTES!
TEXTO: Se virmos o fenômeno da globalização sob esta luz, creio que não
poderemos escapar da conclusão de que o processo é totalmente coerente com
as premissas da ideologia econômica que têm se afirmado como a forma
dominante de representação do mundo ao longo dos últimos 100 anos,
aproximadamente.
2. Na linha 4, a forma verbal “têm” em “têm se afirmado” estabelece relação
de concordância com o termo antecedente “ideologia”. (item 9 da prova,
cargo 1)
RESPONDA:
A) Qual é o sujeito SINTÁTICO de “têm”?
B) Qual é o sujeito SEMÂNTICO de “têm”?
C) Qual é a função sintática de “as premissas da ideologia”?
(CESPE, STF, TÉCN, 2008) Um lugar sob o comando de gestores, onde os
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho avaliado dia a dia e
recebem prêmios em dinheiro pela eficiência na execução de suas tarefas, pode
parecer tudo — menos uma escola pública brasileira.
3. As formas verbais “têm” e “recebem” estão no plural para concordar com
o antecedente “gestores”.
(CESPE, TCU) TEXTO: Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no
mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava quatrocentas e
noventa.
[email protected]
O verbo ter, na linha 1, está empregado no sentido de haver, existir, por
isso mantém-se no singular, sem concordar com o sujeito da oração —
“vinte aranhas” (L.2). (item 25 da prova, cargo 1)
OBS.: Verbo sem sujeito chama-se verbo impessoal. A regra é ficar na 3ª
pessoa singular. Veja abaixo: VERBO HAVER.
4.
TEXTO: Novos instrumentos vêm ocupar o lugar dos instrumentos velhos e
passam a ser utilizados para fazer algo que nunca tinha sido imaginado antes.
5. É gramaticalmente correta e coerente com a argumentação do texto a
seguinte reescrita para o período final:
Cada novo instrumento que vêm ocupar o lugar dos instrumentos antigos
passam a ser utilizados para fazer algo que ainda não fôra imaginado.
TEXTO: Agora, ao vê-lo assim, suado e nervoso, mudando de lugar o tempo
todo e murmurando palavras que me escapavam, temia que me abordasse para
conversar sobre o filho.
6. A forma verbal “temia” concorda com o sujeito de terceira pessoa do
singular ele, que foi omitido pelo narrador.
7.
TEXTO: A substituição de “teria” por teriam não altera o sentido nem a
adequação gramatical do trecho “o valor de suas casas, que serviam de
garantia para os empréstimos, teria de continuar subindo
indefinidamente”.
----------------------------------------------------------------------------------------REGRAS ESPECIAIS
VERBO HAVER com sujeito. Veja: Eles haviam chegado.
VERBO “HAVER” SEM SUJEITO tem o sentido de EXISTIR,
ACONTECER ou TEMPO DECORRIDO.
REGRA. VERBO SEM SUJEITO (IMPESSOAL) FICA NO SINGULAR
(3ª PESSOA).
CERTO OU ERRADO?
1
( )
Na sala, havia vinte pessoas.
2
( )
Na sala, haviam vinte pessoas.
3
( )
Na sala, existiam vinte pessoas.
4
( )
Na sala, existia vinte pessoas.
5
( )
No carnaval, houve menos acidentes.
6
( )
No carnaval, houveram menos acidentes.
7
( )
No carnaval, ocorreram menos acidentes.
8
( )
No carnaval, ocorreu menos acidentes.
9
( )
Haverá dois meses que não o vejo.
10
( )
Haverão dois meses que não o vejo.
11
( )
Jamais pode haver incoerências no texto.
12
( )
Jamais podem haver incoerências no texto.
13
( )
Jamais podem existir incoerências no texto.
14
( )
Jamais pode existir incoerências no texto.
15
( )
Haviam sido eleitos novos presidentes.
16
( )
Havia sido eleito novos presidentes.
VEJAMOS MAIS QUESTÕES
(CESPE, TRT-9ªR)
8. Julgue os fragmentos de texto apresentados nos itens abaixo quanto à
concordância verbal.
Na redação da peça exordial, deve haver indicações precisas quanto à
identificação das partes bem como do representante daquele que figurará no
pólo ativo da eventual ação.
(CESPE, TCU) TEXTO: “o melhor é afrouxar a rédea à pena, e ela que vá
andando, até achar entrada. Há de haver alguma”.
9. Na expressão “Há de haver” (L.2), verifica-se o emprego impessoal do
verbo haver na forma “Há”. (questão 2, letra D)
(CESPE, DFTRANS) TEXTO: As estradas da Grã-Bretanha tinham sido
construídas pelos romanos, e os sulcos foram escavados por carruagens
romanas.
10. Devido ao valor de mais-que-perfeito das duas formas verbais, preservamse a coerência textual e a correção gramatical ao se substituir “tinham
sido” por havia sido.
(CESPE, PMDF, 2009) TEXTO: Jamais houve tanta liberdade e o crescimento
das democracias foi extraordinário.
11. A substituição do verbo impessoal haver, na sua forma flexionada
“houve”, pelo verbo pessoal existir exige que se faça a concordância
verbal com “liberdade” (L.1) e “crescimento”, de modo que, fazendo-se a
substituição, deve-se escrever existiram.
(CESPE, ABIN) TEXTO: Melhorar o mecanismo de solução de controvérsias
é um dos requisitos para o fortalecimento do MERCOSUL, vide as últimas
divergências entre Brasil e Argentina.
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12. Mantém-se a obediência à norma culta escrita ao se substituir a palavra
“vide” por haja visto, uma vez que as relações sintáticas permanecem sem
alteração.
OUTROS VERBOS IMPESSOAIS
• VERBO “FAZER” INDICANDO TEMPO OU CLIMA.
13. (UNIVERSA, METRO-DF) Assinale a opção correspondente ao
período gramaticalmente correto.
A Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas, mas até agora eles não
tem nenhum resultado conclusivo.
B Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas. Entretanto, até agora, eles não
têm nenhum resultado conclusivo.
C Fazem dez anos que eles iniciaram as suas pesquisas, mas, até agora eles não
têm nenhum resultado conclusivo.
D Faz dez anos que eles iniciaram suas pesquisas entretanto, até agora, eles não
tem nenhum resultado conclusivo.
--------------------------------------------------------------------------------------SUJEITO COM NÚCLEO COLETIVO, PARTITIVO OU PERCENTUAL
REGRA: o NÚCLEO conjuga o verbo, ou o termo que determina ou
complementa o núcleo conjuga o verbo.
(CESPE, IBRAM-DF, 2009) TEXTO: Um caso de amor e ódio. A maioria
dos estudiosos evita os clichês como o diabo foge da cruz, mas as frases feitas
dão o tom do uso da língua.
14. No segundo período do texto, a forma verbal “evita” (L.2), empregada no
singular, poderia ser substituída pela forma flexionada no plural, evitam,
caso em que concordaria com “estudiosos” (L.2), sem que houvesse
prejuízo gramatical para o período.
(ESAF, MPU) TEXTO: A maioria dos países prefere a paz.
15. Está de acordo com a norma gramatical escrever “preferem”, em lugar de
“prefere” (L. 2).
(CESPE, PF) TEXTO: Hoje, 13% da população não sabe ler.
16. A forma verbal “sabe”, no texto, está flexionada para concordar com o
núcleo do sujeito.
(CESPE, PCDFD) TEXTO: Uma equipe de policiais está junta por dez anos e
aprenderam a investigar.
17. Está adequada à norma culta a redação do texto.
(CESPE, TCU) TEXTO: Os meus pupilos não são os solários de Campanela
ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que não pode trepar de um
salto ao cume das nações seculares.
18. A forma verbal “formam” (L.2) está flexionada na 3.a pessoa do plural
para concordar com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.2)
expressa. (item 27 da prova, cargo 1)
19. (CESPE, MPU, 2010) Se o verbo da oração “mas a maioria dos analistas
aposta” estivesse flexionado no plural — apostam —, o período estaria
incorreto, visto que, de acordo com a prescrição gramatical, a
concordância verbal, em estrutura dessa natureza, deve ser feita com o
termo “maioria”.
CUIDADO COM A EXCEÇÃO!!! Quando o núcleo coletivo, partitivo ou
percentual está após o verbo, SOMENTE O NÚCLEO CONJUGA O
VERBO. Veja a questão:
(CESPE, IEMA-ES) TEXTO: Quando se constrói um transgênico, os
objetivos são previsíveis, bem como seus benefícios. Entretanto, os riscos de
efeitos indesejáveis ao meio ambiente e à saúde humana são imprevisíveis, a
não ser que se gere também uma série de estudos para avaliar suas reais
conseqüências.
20. Seria mantida a correção gramatical do período caso a forma verbal “gere”
(L.4) estivesse flexionada no plural, em concordância com a palavra
“estudos” (L.4).
----------------------------------------------------------------------------------------SUJEITO COM NÚCLEOS SINÔNIMOS OU QUASE
REGRA: os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo próximo
conjuga o verbo. Veja:
A paz e a tranquilidade descansam a alma. Ou
A paz e a tranquilidade descansa a alma.
(CESPE, ABIN) TEXTO: A criação do Sistema Brasileiro de Inteligência
(SISBIN) e a consolidação da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN)
permitem ao Estado brasileiro institucionalizar a atividade de Inteligência.
21. Como o sujeito do primeiro período sintático é formado por duas
nominalizações articuladas entre si pelo sentido — “criação” (L.1) e
“consolidação” (L.2) —, estaria também gramaticalmente correta a
concordância com o verbo permitir (L.3) no singular — permite. (item 1
da prova, código 1)
-----------------------------------------------------------------------------------------SUJEITO COMPOSTO ESCRITO APÓS O VERBO
REGRA: os núcleos conjugam o verbo no plural, ou o núcleo próximo
conjuga o verbo.
[email protected]
TEXTO: “palavra puxa palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro,
um governo, ou uma revolução”
22. No trecho “assim se faz um livro” (L.2), a expressão “um livro” exerce a
função de sujeito. (questão 2, letra E)
ATENÇÃO!!!! Com a palavra SE, o verbo de ação NÃO tem objeto direto.
Quando temos a palavra SE, o objeto direto VIRA SUJEITO PACIENTE.
Então, chamamos a palavra SE de partícula apassivadora.
Veja mais questões.
TEXTO: Acho que se compreenderia melhor o funcionamento da linguagem
supondo que o sentido é um efeito do que dizemos, e não algo que existe em si,
independentemente da enunciação, e que envelopamos em um código também
pronto. Poderiam mudar muitas perspectivas: se o sentido nunca é prévio,
empregar ou não um estrangeirismo teria menos a ver com a existência ou não
de uma palavra equivalente na língua do falante. O que importa é o efeito que
palavras estrangeiras produzem. Pode-se dar a entender que se viajou, que se
conhecem línguas. Uma palavra estrangeira em uma placa ou em uma
propaganda pode indicar desejo de ver-se associado a outra cultura e a outro
país, por seu prestígio.
23. Para se manter o paralelismo com o primeiro e o último períodos sintáticos
do texto, o segundo período também admitiria uma construção sintática de
sujeito indeterminado, podendo ser alterado para Poderia se mudar
muitas perspectivas.
OBSERVAÇÃO: MUITO CUIDADO COM AS DUAS OPÇÕES DE
ANÁLISE!! Em locução verbal com a palavra SE na função de partícula
apassivadora, podemos analisar como SUJEITO SIMPLES NOMINAL
(REGRA: o núcleo conjuga o verbo) ou como SUJEITO ORACIONAL
(REGRA: o verbo fica no singular).
24. A flexão de plural em lugar de “Pode-se” respeita as regras de
concordância com o sujeito oracional “dar a entender”.
REGRA: Sujeito oracional pede verbo no singular.
-------------------------------------------------------------------------------O VERBO NO INFINITIVO (QUATRO REGRAS)
REGRA 1. COMO verbo principal, NÃO pode ser flexionado. Veja:
Temos de estudarmos. (errado)
Temos de estudar. (certo)
Os países precisam investir em novas tecnologias e otimizarem os processos
burocráticos. (errado)
Os países precisam investir em novas tecnologias e otimizar os processos
burocráticos. (certo)
NOTE. Subentendemos “precisam” antes de “otimizar”. Então, “otimizar”
é verbo principal. Forma locução verbal. DICA!!! O verbo principal é o
último da locução verbal. O primeiro é auxiliar. Conforme o padrão da
Língua Portuguesa, só o verbo auxiliar se flexiona.
REGRA 2. COMO verbo que complementa algum termo, o infinitivo
PODE se flexionar OU NÃO. É facultativo. Claro que precisa se referir,
pelo menos, a um sujeito SEMÂNTICO no plural.
Veja questões de concurso:
(CESPE, TRT-9ªR) TEXTO: “e a crise norte-americana, que levou
investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos de
hedge.”
25. No trecho “que levou investidores a apostar no aumento dos preços de
alimentos em fundos de hedge” (L.2), a substituição de “apostar” por
apostarem manteria a correção gramatical do texto. (questão 5, letra D)
(CESPE, IEMA-ES)TEXTO: O IBAMA tem capacitado seus quadros para
auxiliar as comunidades a elaborarem o planejamento do uso sustentável de
áreas de proteção ambiental, florestas nacionais e reservas extrativistas.
26. Se a forma verbal “elaborarem” (L.2) estivesse no singular — elaborar —
, a correção gramatical seria preservada.
(CESPE, HFA)TEXTO: Essa fartura de tal modo contrasta com o padrão de
vida médio, que obriga aquelas pessoas a se protegerem do assédio, do assalto e
da inveja, sob forte esquema de segurança.
27. Se o infinitivo em “se protegerem” (L.2) fosse empregado,
alternativamente, na forma não flexionada, o texto manteria a correção
gramatical e a coerência textual.
REGRA 3. MUITA ATENÇÃO COM OS VERBOS CAUSATIVOS
(MANDAR, FAZER, DEIXAR e semelhantes) e SENSITIVOS (VER,
OUVIR, NOTAR, PERCEBER, SENTIR, OBSERVAR e semelhantes).
Esses verbos NÃO são auxiliares do infinitivo, ou seja, não formam locução
verbal como verbo principal do infinitivo.
É simples: basta ver que o sujeito de um, geralmente, não é o mesmo do outro.
E verbos que formam locução verbal devem possuir o mesmo SUJEITO
SINTÁTICO.
Vejamos as regras em três situações diferentes:
SITUAÇÃO A. O sujeito do infinitivo é representado por SUBSTANTIVO.
REGRA: a flexão do infinitivo é opcional. Observe:
Mandei os meninos entrar. (certo)
Mandei os meninos entrarem. (certo também)
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SITUAÇÃO B. O sujeito do infinitivo é representado por PRONOME.
REGRA: a flexão do infinitivo é PROIBIDA. Observe:
Mandei-os entrar. (certo)
Mandei-os entrarem. (errado)
NOTE o pronome “OS” no lugar de “os meninos”.
SITUAÇÃO C. O sentido do infinitivo é de reciprocidade. REGRA: a
flexão volta a ser opcional, mesmo que o sujeito do infinitivo seja
representado por pronome. Observe:
Mandei-os abraçar-se. (certo)
Mandei-os abraçarem-se. (certo também)
NOTE que o sentido de “abraçar” é fazer ação um ao outro (recíproca).
VEJAMOS QUESTÃO DE CONCURSO.
(CESPE, MI, 2009) TEXTO: A primeira ideia do Pádua, quando lhe saiu o
prêmio, foi comprar um cavalo do Cabo, um adereço de brilhantes para a
mulher, uma sepultura perpétua de família, mandar vir da Europa alguns
pássaros etc.
28. Em “mandar vir da Europa alguns pássaros” (L.4), a forma verbal “vir”
poderia concordar com a expressão nominal “alguns pássaros”, que é o
sujeito desse verbo.
REGRA 4. POR ÚLTIMO, TEMOS O CASO DO INFINITIVO APÓS O
VERBO “PARECER”.
REGRA: flexionamos o verbo PARECER, mas não o verbo no infinitivo; ou
deixamos o verbo PARECER no singular e flexionamos o verbo no infinitivo.
Observe: Os meninos parecem brincar. (certo)
Os meninos parece brincarem. (certo também)
CUIDADO!!! Somente quando flexionamos apenas o verbo auxiliar é que se
pode considerar de fato uma locução verbal:
Os meninos parecem brincar.
Portanto, não temos locução verbal em
“Os meninos parece brincarem”.
Trata-se de uma figura de linguagem de ordem sintática que consiste em antepor
a uma oração parte da oração seguinte (PROLEPSE).
Traduzindo: a oração subordinada substantiva subjetiva tem seu sujeito escrito
antes do verbo da oração principal, mas o predicado da oração subordinada
substantiva subjetiva permanece após o verbo da principal.
Veja:
Os meninos parece brincarem. É o mesmo que, na ordem direta :
Os meninos brincarem parece. Oração principal: parece.
Oração subordinada substantiva subjetiva: Os meninos brincarem.
-----------------------------------------------------------------------------SUJEITO
REGRA ESPECIAL DO VERBO “SER”
“SER” varia
PREDICATIVO
COISA SINGULAR
Singular ou plural
COISA PLURAL
Obs.: o plural é preferível.
Veja: Seu orgulho são os livros.
Seu orgulho é os livros.
Cuidado! Se o plural vier primeiro, somente verbo no plural. Veja:
Os livros são seu orgulho.
COISA
Com a pessoa
PESSOA
Obs.: a ordem não importa.
Veja: Seu orgulho eram os filhos.
Os filhos eram seu orgulho.
As alegrias da casa será Gabriela.
Gabriela será as alegrias da casa.
SEM SUJEITO
Com o numeral
HORA,
DISTÂNCIA, DATA
Veja: São nove horas.
Eram vinte para a uma da tarde.
É uma e quarenta da manhã.
Até lá são duzentos quilômetros.
Obs.: nas datas, o núcleo do predicativo conjuga o verbo. Veja:
Hoje são 19. Amanhã serão 20. É dia 20. (núcleo=dia)
QUANTIDADE
SINGULAR
PURA
Veja: Dois litros é bastante.
Vinte milhões de reais é muito.
Três quilômetros será suficiente.
Quinze quilos é pouco.
NADA,
POUCO,
BASTANTE...
(CESPE, PMDF, 2009) TEXTO: Antes da Revolução Industrial, um operário
só possuía a roupa do corpo.
Sua maior riqueza eram os pregos de sua casa.
29. A flexão de plural na forma verbal “eram” deve-se à concordância com
“os pregos”; mas as regras gramaticais permitiriam usar também a flexão
de singular, era.
(CESPE, STF, ANALISTA, 2008) Na economia, por exemplo, mudam-se os
valores de uso concreto e qualitativo para os valores de troca geral e
quantitativa.
30. Preservando-se a correção gramatical do texto, bem como sua coerência
argumentativa, a forma verbal “mudam-se” poderia ser empregada
também no singular.
(CESPE, STF, ANALISTA, 2008) Aceitar que somos indeterminados
naturalmente, que seremos lapidados pela educação e pela cultura, que disso
decorrem diferenças relevantes e irredutíveis aos genes é muito difícil. Significa
aceitarmos que há algo muito precário na condição humana. Parte pelo menos
dessa precariedade ou indeterminação alguns chamarão liberdade. Porém nem
mesmo a liberdade é tão valorizada quanto se imagina. Ela implica
responsabilidades.
31. A substituição de primeira pessoa do plural em “aceitarmos” pela forma
correspondente não-flexionada, aceitar, manteria coerente a
argumentação, mas provocaria incorreção gramatical.
(CESPE, STJ, TÉCN, 2008) A presença dos espíritos da terra confere plena
harmonia e grande felicidade aos humanos. Porém, ocorrendo qualquer
distúrbio, interrompem-se os ciclos.
32. O uso de são interrompidos em substituição a “interrompem-se” preserva
a correção gramatical do texto.
(CESPE, STJ, ANALISTA, 2008) Não há, entretanto, sociedade organizada
sem formas de exercício de poder.
33. A flexão de plural em “formas” indica que, se em lugar do verbo
impessoal, em “Não há”, for empregado o verbo existir, serão preservadas
a coerência textual e a correção gramatical com a forma existem.
(CESPE, STJ, ANALISTA, 2008) Mas há também outra complexidade que
provém da existência de fenômenos aleatórios
34. O sentido impessoal do verbo haver permite que a afirmação generalizada
“Mas há também outra complexidade que provém” seja substituída por
uma frase nominal no plural: Mas também outras necessidades provém.
(CESPE, IRBr, diplomata, 2010) Nem todos os que têm o dom do verso são
por natureza artistas, e nem todos os artistas têm o dom do verso; a prosa os
possui como a poesia; a mim, porém, não coube em partilha nem o verso nem a
arte.
35. Como o fato expresso pela forma verbal “coube” pode ser atribuído aos
dois núcleos do sujeito, relacionados por adição, a substituição dela por
couberam seria gramaticalmente correta.
(CESPE, TCU, 2010) Entre outros exemplos, citemos a formação da
consciência moral, das modalidades de controle de pulsões e afetos numa dada
civilização, ou o dinheiro e o tempo. A cada um deles correspondem maneiras
pessoais de agir e sentir, um habitus social que o indivíduo compartilha com
outros e que se integra na estrutura de sua personalidade.
36. A flexão de plural em “correspondem” mostra que, pela concordância, se
estabelece a coesão com “maneiras”; mas seria igualmente correto e
coerente estabelecer a coesão com “cada um”, enfatizando este termo pelo
uso do verbo no singular: corresponde.
GABARITO
1
A
2
E
3
E
4
E
5
E
6
E
7
E
8
C
9
C
10
E
11
E
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
E
B
C
C
E
E
E
E
E
E
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
C
E
E
C
C
C
C
C
E
E
32
C
33
E
34
E
35
C
36
E
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