alterações nos parâmetros hemodinâmicos na

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Trabalho 32 - 1/4
ALTERAÇÕES NOS PARÂMETROS HEMODINÂMICOS NA
IDENTIFICAÇÃO DE DOR AGUDA EM PACIENTES SOB
VENTILAÇÃO MECÂNICA
SILVA, Ana Paula Bruno Pena da1
LUDOVICO, Andrea da Silva Gomes2
SÓRIA, Denise de Assis Correa3
COELHO, Fernanda Magalhães4
BITENCOURT, Graziele Ribeiro5
SOUZA, Monique Braga de6
Introdução: O diagnóstico de enfermagem dor aguda pode ser definido como
experiência sensorial e emocional desagradável, a qual surge com lesão tissular real ou
potencial ou descrita em termos de tal lesão; início súbito ou lento, de intensidade leve e
intensa, com término antecipado ou revisível e duração de menos de seis meses 1. Os
pacientes com dor podem apresentar diminuição na atividade funcional, o que torna
necessária a avaliação da função física e o desempenho nas atividades de vida diária. A
observação contínua da dor pode ser evidenciada por alterações no estado físico e no
acompanhamento de resposta ao tratamento, de modo que se baseia, geralmente, em
relatos e na autopercepção do indivíduo 2. A maneira pela qual um indivíduo expressa a
dor está relacionada com inúmeros fatores: sexo, idade, personalidade, herança
étnica/cultural, necessidades comportamentais e experiências dolorosas pregressas. A
avaliação representa uma síntese das informações derivadas da história do paciente, da
entrevista subjetiva, do exame físico objetivo e dos testes especiais. Entretanto, o
paciente em ventilação mecânica, principalmente quando em uso de tubo orotraqueal,
apresenta diminuição da capacidade de comunicação, fato que dificulta a emissão de
relatos verbais 3. Quando sedado, pode prejudicar ainda mais esse levantamento, graças
ao comprometimento do nível de consciência. A partir disso, podem ser utilizadas
Enfermeira Residente pela Secretaria Municipal do Rio de Janeiro/Souza Aguiar. E-mail:anapaulabpsenf
@hotmail.com
2
Enfermeira Mestra pela EEAP/Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. E-mail:
[email protected]
3
Enfermeira Doutorado pela EEAN/UFRJ. Professora Adjunta da EEAP/Universidade Federal do Estado
do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]
4
Enfermeira Residente pela Secretaria Municipal do Rio de Janeiro/Lourenço Jorge. E-mail:
[email protected]
5
Enfermeira especialista em gerontologia. Professora substituta do Departamento de Enfermagem
Médico Cirúrgico da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/UFF Niterói, Rio de janeiro/BR.
Residente pela Secretaria Municipal do Rio de Janeiro/Souza Aguiar
6
Enfermeira Residente pela Secretaria Municipal do Rio de Janeiro/Lourenço Jorge.E-mail:
[email protected]
1
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medidas fisiológicas de identificação da dor, como freqüência cardíaca e/ou respiratória,
saturação de oxigênio, pressões parciais de oxigênio e gás carbônico, pressão arterial e
intracraniana, sudorese palmar e o tônus vagal, dentre outras. As características
definidoras de dor aguda contemplam as alterações de pressão sanguínea, diaforese,
dilatação pupilar, mudanças nas freqüências cardíacas e respiratórias, além de
evidência observada de dor e expressão facial, os quais podem ser identificados em
pacientes sob ventilação mecânica 3. Nenhuma dessas medidas fisiológicas é específica
na identificação da dor no paciente sob ventilação mecânica, mas o seu
acompanhamento longitudinal, após um estímulo nociceptivo, representa, sem dúvida,
uma resposta orgânica objetiva à dor 3. A partir dos pontos supracitados, propõe-se
como objeto deste estudo a identificação do diagnóstico de enfermagem dor aguda em
pacientes sob ventilação mecânica. Objetivos: Levantar o diagnóstico de enfermagem
dor aguda em pacientes sob ventilação mecânica; identificar alterações nos parâmetros
pressão arterial, diaforese, dilatação pupilar, mudança na freqüência cardíaca e/ou
respiratória, bem como a expressão facial em pacientes sob ventilação mecânica.
Metodologia: Utilizou-se da abordagem quantitativa do tipo descritiva exploratória.
Foram utilizados nesse estudo 21 sujeitos de ambos os sexos sob ventilação mecânica
internados no Centro de Terapia Intensiva de um Hospital Municipal do Rio de Janeiro,
nos quais levantados os pressão arterial, diaforese, dilatação pupilar, expressão facial,
mudança na freqüência cardíaca e/ou respiratória, presentes como características
definidoras no diagnóstico de enfermagem dor aguda do NANDA 2009/2011. Para
tanto, muniu-se de: observação, busca em prontuários e exame físico. A coleta foi
realizada nos meses de maio e junho de 2010, posterior a assinatura de um termo de
consentimento pelos responsáveis legais sujeitos da pesquisa, de modo que estão cientes
da mesma e de sua utilização neste trabalho. A análise dos dados será apresentada na
forma de estatística simples inferencial e descritiva. Resultados: Foram selecionados 21
pacientes, dos quais 7 (33,3%) estavam sedados e 14 (66,7%) não. Entretanto, foram
excluídos aqueles com Escala de Ramsay igual a VI, uma vez que não respondem a
estímulos dolorosos. Dos pacientes alvo deste estudo, 15 (71,4%) são do sexo feminino,
dentre as quais: 2 (9,5%) são entre 20 e 29 anos; 4(19%) entre 30 e 39; 5 (23,8%), e 1
(4,8%) de 40 a 49 anos; entre 60-69 anos; 1 (4,8%) de 70 a 79; e 2 (9,5%) acima de 80
anos. O sexo masculino, corresponde a 6 (28,6%), dentre eles: 1 (4,8%%) são entre 20 e
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29 anos; 3(14,3%) e 2 (9,5%) de 70 a 79 anos. Com relação à presença de dor aguda, os
21 (100%) pacientes utilizados no estudo, apresentaram pelo menos uma evidência
clínica para o diagnóstico de enfermagem em questão, representadas pelas
características definidoras: alteração na pressão arterial em 15(71,4%), diaforese em
4(19%); dilatação pupilar em 7 (33,3%); expressão facial em 10 (47,6%), mudança na
freqüência cardíaca em 12(57,1%); mudança na freqüência respiratória 9(42,8%). Dos 7
pacientes sedados, as principais características definidoras identificadas foram:
mudança na freqüência cardíaca em 6(85,7%)
alteração na pressão arterial em
5(71,4%), mudança na freqüência respiratória em 3(28,6%) e diaforese em 3(28,6%).
Nos 14 não sedados, as evidências clínicas mais observadas foram: alteração de pressão
sanguínea em 10 (71,4%), expressão facial 8(57,1%), mudança na freqüência cardíaca
em 6(42,9%), mudança na freqüência respiratória em 6(42,9%), e dilatação pupilar em 5
(35,7%) Conclusão: A avaliação da dor é uma tarefa complexa no paciente sob
ventilação mecânica, uma vez que pode ser alterada por fatores perceptivos, cognitivos,
emocionais e de comportamento, além do comprometimento de sua identificação pelo
relato verbal. Destarte, há detrimento dos métodos de levantamento de dor aguda
baseados no auto-relato, tornando-se necessária a observação dos comportamentos de
dor e em medidas das respostas biológicas. Com isso, a identificação de alterações nos
parâmetros hemodinâmicos como pressão arterial, freqüência cardíaca e respiratória,
presentes como uma das características definidoras do diagnóstico de enfermagem dor
aguda, torna-se imprescindível para o acompanhamento da terapêutica e intervenção
precoce.
Palavras chaves: Diagnóstico de enfermagem; Medição da dor; Monitorização
Fisiológica
Referências
1 North American Nursing Association. Diagnósticos de enfermagem da NANDA:
definições e classificação 2009-2011. Porto Alegre: Artmed; 2010
2 Sousa Fátima Aparecida Emm Faleiros. Dor: o quinto sinal vital. Rev. Latino-Am.
Enfermagem [serial on the Internet]. 2002 June [cited 2010 July 11] ; 10(3): 446447.
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3 Pereira Lilian Varanda, Sousa Fátima Aparecida Emm Faleiros. Mensuração e
avaliação da dor pós-operatória: uma breve revisão. Rev. Latino-Am. Enfermagem
[serial on the Internet]. 1998 July [cited 2010 July 11] ; 6(3): 77-84.
4 Augusto Ana Cristina Costa, Soares Cristina Pazzini da Silva, Resende Marcos
Antonio, Pereira Leani Souza Máximo. Avaliação da dor em idosos com doença de
Alzheimer: uma revisão bibliográfica. Textos Envelhecimento [revista en la Internet].
2004 [citado 2010 Jul 10]; 7(1): 89-104.
Área temática 1: Sistematização da Assistência de Enfermagem na Atenção à Saúde ao
indivíduo nas diferentes fases da vida
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