Revista Filosófica de Coimbra Publicação semestral Vol. 11 • N.° 22 • Outubro de 2002 Artigos Miguel Baptista Pereira - Precisão Científico-Técnica e Filosofia 343 Mário Santiago de Carvalho - Filosofar na Época de Palestrina. Uma introdução à psicologia filosófica dos 'Comentários a Aristóteles' do Colégio das Artes de Coimbra .......................... 389 Fernanda Bernardo - A Ética da Hospitalidade, segundo J. Derrida, ou o porvir do cosmopolitismo por vir a propósito das cidades-refúgio, re-inventar a cidadania (II) ............................................. 421 Cristóvão da Silva Marinheiro - A Retórica do Visual na Física Cartesiana ..................................................................................... 447 Crónica ................................................................................................ 467 Recensões ............................................................................................ 473 Ficheiro de Revistas ........................................................................... 483 Índice 2002 .......................................................................................... 499 CRÓNICA 1.° ENCONTRO NACIONAL DE FILOSOFIA ANALÍTICA (Universidade de Coimbra, 17 e 18 de Maio de 2002) Organizado pela Unidade I&D "Linguagem, Interpretação e Filosofia", da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), tendo como Comissão Científica Henrique Jales Ribeiro (Universidade de Coimbra), João Branquinho (Universidade de Lisboa) e João Sáàgua (Universidade Nova de Lisboa), com o apoio do Instituto de Estudos Filosóficos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e sob os auspícios da European Society for Analytical Philosophy, o 1.° Encontro Nacional de Filosofia Analítica (ENFA- 1) realizou - se nessa Faculdade nos dias 17 e 18 de Maio de 2002 , congregando pela primeira vez a nível nacional uma parte numerosa e significativa de todos aqueles que em Portugal trabalham na tradição analítica em filosofia ou se interessam pelo seu estudo e divulgação. Entre os participantes que apresentaram comunicações incluiam - se docentes das diferentes Universidades portuguesas ( públicas e privadas ) quer na área filosófica quer na da matemática e da informática, jovens investigadores bolseiros da FCT que preparam teses de doutoramento no nosso país e/ou no estrangeiro , e docentes do Ensino Secundário envolvidos em projectos de investigação similares . O Encontro contou com a presença de três convidados estrangeiros de reconhecido mérito e reputação: Pieter Seuren, do Max Planck Institut for Psycholinguistics, Manuel Garcia-Carpinteiro, da Universidade de Barcelona, e Charles Travis, da Nortwestern University (Illinois-Chicago, U. S. A.). No total foram apresentadas trinta e duas comunicações das trinta e três programadas e inicialmente previstas, cobrindo os mais variados domínios, desde a filosofia da arte, a filosofia política, a filosofia da ciência, ou a ética, à lógica propriamente dita e à filosofia da mente ou da consciência, passando pela história da filosofia analítica no seu conjunto. O objectivo fundamental do Encontro foi promover e institucionalizar o intercâmbio científico e intelectual entre os participantes de maneira geral. Para além disso, um outro vector consistia em dar expressão não só à discussão entre os diferentes modos de encarar, hoje em dia, a tradição analítica no próprio seio da mesma, mas também, tanto quanto possível, ao diálogo entre ela e a chamada "tradição continental". Deste ponto de vista, importa assinalar a apresentação no evento de alguRevista Filosófica de Coimbra - n.° 22 (2002) pp. 467-471 468 Revista Filosófica de Coimbra mas comunicações cujos autores não se identificam totalmente com a filosofia analítica strictu sensu, o que, nos casos em apreço , suscitou debates interessantes e clarificadores para ambas as partes. O espírito de abertura , colegialidade e tolerância que caracteriza o desenvolvimento da tradição analítica em filosofia desde os seus primórdios foi também, pois, uma marca indelével do próprio Encontro. O elevado número de participantes ( com e sem comunicações ) obrigou ao desdobramento do evento em sessões plenárias e paralelas durante os dois dias em que ocorreu , facto que não é muito habitual entre nós, no que à filosofia diz respeito, e que deve ser, pois, realçado. Antes do mais, os participantes sem comunicações ( para mais de duas centenas e provenientes de diferentes partes do país) tiveram a oportunidade de conhecer informalmente o riquíssimo panorama de temas que ocupam hoje em dia os filósofos analíticos entre nós, de assistir, in loco, às comunicações do seu interesse e escolha intervindo na discussão das mesmas, e de se confrontar com variadas ( e nem sempre complementares ) perspectivas sobre cada um deles. ( Neste sentido , a comissão promotora do Encontro facultou a maior informação possível sobre cada comunicação a apresentar, pondo à disposição de todos os participantes , quando existia, o respectivo texto. ) O conhecido apego metodológico pela investigação tentativa e cooperativa dos problemas, que caracteriza secularmente o laboratório analítico até aos nossos dias, teve, assim, a expressão organizativa adequada no próprio evento e ( estima- se) o impacto científico-pedagógico devido e adequado. A publicação das Actas do 1. ° Encontro Nacional de Filosofia Analítica , que se aguarda com natural expectativa, só virá comprovar e reforçar, a seu modo , o que acabámos de dizer. Nas sessões plenárias , como convidados portugueses , intervieram Manuel Lourenço ("Estruturalismo"), Carmo d'Orey ("Sistemas simbólicos, arte e interpretação" ) e António Marques ("De que falamos quando falamos da `autoridade da 1.' pessoa' ?" ), que abordaram , respectivamente , alguns aspectos fundamentais do estruturalismo quando aplicado à nossa interpretação dos sistemas formais na lógica e na matemática de maneira geral , o interesse e originalidade de uma teoria da simbolização estética do ponto de vista analítico , sobretudo quando esta apela para os mesmos recursos da lógica extensional que são utilizados para compreender a ciência , e a questão de saber que autoridade tem a 1 .' pessoa como condição de possibilidade da interpretação e, em particular, relativamente aos conteúdos das suas crenças . Por sua vez , do lado dos convidados estrangeiros , Pieter Seuren ("The Logic of Thinking ") intentou uma reformulação dos pressupostos essenciais da nossa concepção hodierna da lógica , que é suposto preservar todas as vantagens da lógica aristotélica ao mesmo tempo que dispensa a pragmática , Charles Travis ("Harmony" ) visou uma reformulação similar no que diz respeito à teoria da verdade aplicada às linguagens naturais e quando devidamente reelaborada a partir da sua versão original em J. Austin, e Garcia-Carpinteiro ("A non-modal conception of secondary properties and dispositions") ocupou - se das implicações lógicas do problema da distinção entre propriedades primárias e secundárias. pp. 467 - 471 Revista Filosófica de Coimbra - n.° 22 (2002) Crónica 469 Não sessões paralelas, como se disse mais acima, foram diversos os assuntos abordados pelas comunicações , de que aqui se dá conta pela natureza dos respectivos temas. Começamos pelos menos escolhidos mas nem por isso menos relevantes , e, justamente , por uma comunicação a que acima aludimos, a qual denuncia uma postura crítica e controversa sobre a filosofia analítica , que não é possível discutir nesta Crónica . ADÉLIO MELO ("Um filósofo desconhecido da filosofia analítica") criticou o que chamou o "reducionismo empirista " da filosofia analítica, salientando como para M. Foucault os enunciados com significado não se reduzem apenas aos que expressam proposições ( no sentido lógico do conceito). No âmbito da filosofia da arte, AIRES ALMEIDA ("As teorias essencialistas acerca do problema da definição da arte" ) retomou, a seu modo, aquela mesma problemática da interpretação analítica da obra de arte que tinha ocupado Carmo d'Orey numa sessão plenária para pôr em contraste uma tal interpretação com o que designou por "teorias essencialistas" sobre a matéria. No da filosofia social e política, ANTÓNIO MANUEL MARTINS (" O dilema do prisioneiro") fez o balanço do discussão do dilema que nos anos cinquenta foi proposto por M. Dresher e M. Flood, e problematizou as suas implicações para uma possível teoria da acção e da racionalidade prática. No quadro da filosofia da ciência, JOÃO FONSECA (" Reducionismo e evolução científica : uma nova perspectiva") examinou a questão do reducionismo das teorias científicas desde uma das suas primeiras formulações históricas ( com E. Nagel ) até a abordagens mais recentes e alternativas , oferecendo o esboço teórico genérico de uma superação conciliatória tanto de umas como de outras. No que à filosofia da matemática diz respeito e, em especial , à sua história, o matemático FERNANDO FERREIRA (" Emendando o Grundgesetze der Arithmetik de Frege" ) questionou o problema da conhecida contradição que B . Russell , faz agora cem anos , assinalou no sistema formal exposto pela referida obra de Frege, reclamando a consistência desse sistema na sequência da investigação recente de R. Heck e discutindo as implicações filosóficas deste resultado das suas investigações . O especialista na aplicação da lógica à informática , ANTÓNIO BRANCO (" Condições de possibilidade para a computação da representação semântica: o caso da negação ") debruçou - se sobre o problema levantado à computação , a partir da forma de superfície dos enunciados, pela representação semântica da negação , elencando as teorias e problemastipo a tal respeito na literatura corrente. No âmbito da história da filosofia analítica, HENRIQUE JALES RIBEIRO ("O mito da redução da matemática à lógica: cem anos depois de Os Princípios da Matemática (1903-2003)"), retomando alguma historiografia que na última década tem vindo a mostrar a existência de certos compromissos entre o logicismo de Russell a partir de 1900 e a sua filosofia anterior a esta data, sugeriu a importância essencial dos mesmos quanto ao problema da redução da matemática à lógica. Tendo em vista um contexto histórico mais restrito mas não menos filosoficamente importante , MARIA LUISA COUTO SOARES ("Linguagem e pensamento em Frege" ) procedeu a uma análise atenta do ensaio Revista Filosófica de Coimbra - n.o 22 (2002) pp. 467-471 470 Revista Filosófica de Coimbra de Frege "Der Gedanke", equacionando alguns problemas prementes aí levantados, para nós hoje em dia , do ponto de vista da filosofia da mente . Quanto à ética e à filosofia moral em geral , ALFREDO DINIZ (" Ética naturalizada : um século depois de G. E. Moore" ) discutiu as implicações históricas e filosóficas do debate sobre a ética evolucionista e o naturalismo em ética de maneira geral que, no final dos anos trinta, foi aberto pela crítica de W, K. Frankena aos Principia Etílica de Moore . MARINA RAMOS THEMUDO (" Linguagem e realidade : de Platão a Wittgenstein "), por outro lado , procurou desvelar o texto ético profundo que estará subjacente quer a certos diálogos platónicos ( como o Teeteto ) quer às Investigações Filos< ficas de L . Wittgenstein . PEDRO GALVÃO ("A justificação absolutista do duplo eleito" ) apresentou as linhas gerais da doutrina aludida no título da sua comunicação , a qual inspira uma deontologia mais ou menos recorrente em diversos domínios ( sociais, profissionais e políticos ), questionando - a em particular na sua versão " absolutista ". Do ponto de vista da filosofia da mente ou da consciência, ANDRÉ ABATH (" O que há de errado com a teoria do pensamento de Davidson ?"), apresentou e criticou a teoria de D. Davidson segundo a qual linguagem e pensamento são interdependentes e só podemos considerar pensantes seres que possuem uma linguagem , rejeitando as suas conexões beavioristas e, finalmente , a própria teoria . ISABEL GÓIS ("E se alguma coisa corre mal? Teorias da consciência de ordem elevada e a possibilidade de erro" ) mostrou em que medida as teorias da consciência referidas não representam adequadamente os nossos estados conscientes e, em particular, a possiblidade de erro, sugerindo que elas falham precisamente estes objectivos fundamentais . JOÃO BRANQUINHO ("Kripke contra o materialismo ") examinou os argumentos de Kripke , em Naming and Necessity , contra três versões da teoria materialista da mente, discutindo as respectivas implicações filosóficas . JOSÉ MANUEL CURADO (" Funções para os qualia: os argumentos modais de Reid"), por sua vez , examinou os argumentos de Reid sobre a razão da existência dos qualia ou propriedades secundárias, mostrando como o estatuto problemático destas (ilustrado por situações contrafactuais ) atinge o amâgo daquilo a que chamou " o problema duro da consciência". MAFALDA EIRÓ (" Intenção e comunicação") explorou a questão do papel da intenção na comunicação e na teoria do significado de modo geral tomando como base os trabalhos de J. Searle e P. Grice . SOFIA MIGUENS (" Teorias representacionais da consciência : F. Dretske versus D . Dennett" ), por último , estabeleceu um contraste entre as teorias dos autores aludidos insistindo na maior pertinência da primeira particulamente no que concerne à necessidade de incluir na teoria da consciência uma abordagem do que Dretske chamou a " percepção epistémica". No quadro da lógica propriamente dita e, em especial , da teoria do significado, ADRIANA SILVA GRAÇA (" Níveis de compreensão de termos para espécies naturais ") discutiu os argumentos avançados por J . Stanley contra o argumento anti-descritivista de termos para espécies naturais proposto por H . Putnam em "The Meaning of Meaning". CÉLIA TEIXEIRA (" O conhecimento da lógica e a teoria pp. 467-471 Revista Filosófica de Coimbra -n.° 22 (2002) Crónica 471 da definição implícita") procurou fazer ver em que medida a teoria mencionada falha em apresentar um bom modelo explicativo do conhecimento da lógica, apesar de constituir uma resposta satisfatória à questão de saber como é que os conectores lógicos adquirem significado. DESIDÉRIO MURCHO ("O que é a necessidade metafísica"), em ordem a que se compreenda o que é a necessidade metafísica e a obviar aos obstáculos à sua compreensão, distinguiu três grupos de verdades necessárias (lógicas, físicas e metafísicas) e, em contraste com alguma literatura na matéria, procurou definir cada uma delas com a consistência requerida. JOÃO SÁÀGUA ("Notas sobre forma lógica e arregimentação"), retomando e discutindo Quine, abordou as implicações do problema de saber o que fazemos quando parafraseamos uma frase através da introdução de símbolos para as funções de verdade e os quantificadores. PEDRO SANTOS (" Intensionalidade e teorias do significado"), analisou e desenvolveu as potencialidades da teoria intensionalista de T. Parsons sobre o significado. PEDRO SANTOS ("Duas espécies de condicionais"), da Universidade do Algarve, debruçou-se sobre o modo como a contrafactualidade determina o significado das (frases) condicionais, examinando, em especial, a teoria de acordo com a qual as condições de verdade das condicionais contrafactuais diferem das das outras condicionais. RICARDO SANTOS ("Leis do argumento da funda") ocupou-se da projecção histórica e filosófica do argumento originalmente concebido por A. Church para dissuadir Carnap de considerar que as frases referem proposições e reconduzi-lo à posição fregeana ortodoxa sobre o assunto. TERESA MARQUES ("Liar Sentences and Soame's Rejection of Bivalence") discutiu e criticou os argumentos de S. Soames segundo os quais a análise de enunciados do tipo do mentiroso deve levar-nos a rejeitar a bivalência, concluindo pela sua improcedência. E VÍTOR MOURA ("Compositionality, function-duality and the asymmetries between subjects and predicares") tomou como assunto da sua comunicação a análise dos diferentes modos de explicar a unidade da proposição e, nesse âmbito, três espécies de assimetrias entre sujeito e predicado. À luz da síntese das comunicações que acabámos de fazer, o saldo científico do 1.' Encontro Nacional de Filosofia Analítica parece ser, sem qualquer dúvida, brilhante. Mas também no que diz respeito à divulgação da tradição analítica em filosofia o balanço do Encontro é muito positivo, sendo de destacar, a este propósito, a criação da Sociedade Portuguesa de Filosofia Analítica, que visa justamente promover uma tal tradição junto da comunidade filosófica e da sociedade portuguesas de maneira geral. A filosofia em Portugal, quantas vezes não suficientemente respeitada e acarinhada, esteve e está de parabéns, pelo menos até a um 2.° Encontro (previsto para o ano de 2004 na Universidade do Porto). Henrique Jales Ribeiro Revista Filosófica de Coimbra - n.' 22 (2002) pp. 467-471 RECENSÕES NICOLAU DE CUSA, A Paz da Fé, seguida de Carta a João de Segóvia. Tradução e Introdução de João Maria ANDRÉ, Coimbra: Minerva Coimbra (Colecção Hermes 2), 2002, 93p. Depois de ter traduzido A Visão de Deus de Nicolau de Cusa (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian , 1988), que antecedeu uma monumental dissertação de doutoramento, Sentido, Simbolismo e Interpretação no Discurso Filosófico de Nicolau de Cusa (Coimbra: Fundação C.Gulbenkian/JNICT, 1997), o Prof. João Maria André apresenta-nos, de novo, uma primeira versão portuguesa de um outro título do filósofo cardeal Nicolau de Cusa (1401-1464 ). Trata-se agora de um pequeno mas substancial diálogo, A Paz da Fé, "hino à paz e à concórdia de povos, culturas e religiões", cujos quase seiscentos anos de distância em pouco beliscam a leitura e a reflexão . Saudamos realmente este corajoso esforço, tanto mais que em Portugal, e em escandaloso contraste com a maioria das restantes línguas europeias , só tínhamos acesso à versão de De Deo abscondito (por J. Fragata e A. A. de Sousa ), curiosamente um diálogo afim ao ora resenhado , publicado em Braga, por ocasião dos quinhentos anos da morte do pensador. Anunciamos , por isso, com prazer, que JMA continua este labor e tem no prelo o célebre e fundamental A Douta Ignorância, obra recebida em Portugal, no século XVI, conjuntamente com o De Idiota, no Colégio das Artes de Coimbra (In Phys. 1, 1,5,2). Felizmente, entre os dois centenários há que assinalar um incremento de qualidade, qual a de agregar à presente tradução e à que se anuncia, a publicação de Coincidências dos Opostos e Concórdia: Caminhos do Pensamento em Nicolau de Cusa, o primeiro tomo das Actas do Congresso Internacional realizado em Coimbra e Salamanca (5-9 de Novembro 2001), coordenado por J.M.André e por Mariano Álvarez Gómez (243 p . e 10 comunicações ); o leitor interessado em obter uma boa informação bibliográfica sobre a mais recente produção especializada poderá consultar o último volume das Recherches de Théologie et de Philosophie Médiévales (vol. 69,1). O presente título, da colecção " Hermes", é o segundo de uma nova série de traduções, da responsabilidade do Instituto de Estudos Filosóficos , inaugurada com uma obra de Jacques Derrida, Cosmopolitas de todos os Países, mais um esforço! A alteridade de um texto como o do cardeal alemão, figura ímpar da filosofia e da teologia de Quatrocentos , homem da Igreja e do seu tempo, empenhado na reflexão mais especulativa e mais prática, merecia uma Introdução explicativa a que, naturalmente , o tradutor se entregou com a costumada competência e rigor (p. 7-20, com Bibliografia Seleccionada). Depois de uma breve referência biográfica, JMA situa a composição de algumas das principais obras, desde 1433 (com o De concordantia catholica) até 1463/64 (com o tríptico De Venatione sapientiae, o Compendium e De apite lheoriae), passando pelo mais conhecido, A douta ignorância (1440), e por Possest, Non aliud, De visione Dei, De coniecturis e De beryllo. Contem- Revista Filo sófica de Coimbra - n.° 22 (2002 ) pp. 473-481 474 Revista Filosófica de Coimbra porâneo do fascinante A Visão de Deus, o diálogo A Paz da Fé data de 1453 e a sua motivação imediata prende-se com as perseguições e guerras resultantes da queda de Constantinopla, nesse mesmo ano, às mãos dos turcos. O episódio, há muito esperado, em virtude de um exangue Império cristão do Oriente, teve primeiro um carácter simbólico: a Cruz tombava frente ao Crescente numa luta oito vezes centenária (recorde-se que Granada só será reconquistada em 1492). É certo que a queda de Constantinopla teve um efeito político poderosíssimo: a redescoberta do Ocidente por si mesmo e a sua invenção atlântica, mas a expansão turca, sobretudo, assinalava longinquamente o declínio de Roma como cabeça simultaneamente religiosa e temporal. As pretensões do Concílio de Basileia (1431-1449) goravam-se ao mesmo tempo que o avanço turco promovia o fecundo êxodo de intelectuais pele nófonos e suas diversificadas bibliotecas clássicas. A reflexão irenista de Nicolau de Cusa é feita à moda de diálogo com o Verbo, com Pedro e com Paulo, de representantes de algumas religiões e tradições culturais da época, seguramente numa actualização das "filosofias que mais se aproximaram da verdade da fé cristã", segundo o dizer matricial de Agostinho (De Civ. Dei VIII, 9): o Grego, o Italiano, o Árabe, o índio, o Caldeu, o Judeu, o Cita, o Francês, o Persa, o Sírio, o Espanhol, o Turco, o Alemão, o Tártaro, o Arménio, o Boémio, o Inglês são os "sábios das nações" que vão sucessivamente intervindo nos dezanove pequenos capítulos em que a obra de divide. Todo este horizonte justifica a inclusão de oportuno apêndice (p. 83-93), a publicação da tradução da carta que Nicolau de Cusa escreveu em 1454 a João de Segóvia, professor salmanticense e companheiro do Cusano no Concílio de Basileia, após solicitação deste, sobre a ameaça turca, a via aconselhada para a conversão dos fiéis e pedindo-lhe parecer sobre o horizonte da obra que entretanto redigia e na qual a metáfora bíblica do gládio era posta ao serviço da paz e do diálogo inter-religioso. Sobretudo, o apêndice justifica-se pela alusão que aí é feita à própria A Paz da Fé sintetizando lapidarmente a partilha de um horizonte comum aos dois espíritos (p. 87). A Introdução realiza assim o seu propósito mediante uma breve apresentação do conteúdo, dos temas e dos argumentos desenvolvidos em cada uma das "cenas", assentando os registos do diálogo, o alcance das propostas e os seus condicionalismos epocais. Do trabalho feito ressalta, a nosso ver, a seguinte conclusão interpretativa que partilhamos inteiramente (p. 14-15) e acerca da qual ainda diremos algo mais adiante, de acordo aliás com o que sugere Agostinho em A Cidade de Deus (XIX, 11) acerca da "paz eterna": "o genitivo de 'pax fidei' é, à semelhança do de 'vicio Dei', simultaneamente um genitivo subjectivo e um genitivo objectivo", i.e., o título refere a paz que a fé promove entre os homens e "o reconhecimento da dinâmica inscrição e promoção da paz dentro da própria fé e das diversificadas crenças que são as suas múltiplas manifestações". Esta interpretação, decerto mais sensível nos nossos dias ("Uma mensagem que mantém ainda hoje a sua actualidade" - p. 15), assegura não ser avisado ler o diálogo como se de uma perspectiva "meramente inclusivista, assimilacionista ou integracionista" se tratasse (p. 10). Daí que "a paz da fé" seja um título "medieval" para uma outra consequência, não menos "medieval", que tem em Cusa um real paladino: "a paz da razão". Destarte, a expressão cusana "paz perpétua" (p. 82), «perpetua pax», é tanto palavra inaugural de uma vasta tradição moderna sobre o tema da paz (do Abbé de Saint-Pierre ou Leibniz a Vattel, passando por Voltaire, Rousseau, Helvetius, Richard Price, Kant) quanto momento capital de uma longa tradição, de factura augustinista, como sugerimos (nos anos 50 Gilson integrava A Paz da Fé entre «as metamorfoses da cidade de Deus»). Enfim, urna evocação do estudo que Agostinho dedica à "paz eterna" (ibid. XIX, 13), uma reflexão em torno da paz (JMA cita Llull e, antes dele, Abelardo, sobretudo no que concerne ao ecumenismo, e outros nomes se poderiam evocar como o de Aquino, e, no «círculo» cusano, Heimerico de Campo ou Dionísio o Cartuxo; sobre o tema do ecumenismo remetemos para o informado estudo que o tradutor publicou em Ars Interpretandi. Diálogo e Tempo. Homenagem pp. 473-481 Revista Filosófica de Coimbra - n." 22 (2002) Recensões 475 a Miguel Baptista Pereira, Porto 2000, p. 451-500). "Pacem finalem" é o acusativo que Agostinho emprega ligado ao "nome misterioso de Jerusalém" (ibid. XIX, 11), mas a época de Cusa vê a inversão absoluta do horizonte de As Leis de Platão em que qualquer contacto com ideias alheias é considerado prejudicial, i.e., a de que a paz se alimenta da exterioridade mas também da heteronomia vigilante. O Cristianismo pode pensar a paz universal porque abole a diferença entre os Homens e Deus e os Homens entre si (veja-se a palavra de Hegel sobre um Deus que encarna). Agora, todos os Homens pela sua natureza são chamados à Verdade. Todavia, esta nova comunidade realiza-se historicamente numa Igreja cuja versão gregoriana adapta uma pax romana desprovida de fronteiras através da promoção de um poder único que com Dante e Marsílio de Pádua se laicizará e esboroará. As guerras da religião e as sucessivas pazes a que obrigaram os Homens deslocaram o sentido da universalização: pode haver várias ordens e a paz resulta da sua coexistência. É por isso que, talvez estranhamente para quem vê a coisa de forma mais superficial, também a promoção da paz está ligada à "ideia das cruzadas e à das ordens de cavalaria", na medida em que elas constituem "um sistema de regras de honra e de preceitos de virtude" (J. Huizinga) como o atesta o 'best-seller' L'Arbre des Batailles de Honoré Bonet ou a teorização do temário da "guerra justa". Nicolau de Cusa habita aquela fronteira, embora a sua versão seja a da pluralidade dos ritos sob a figura da unidade e da concórdia, o que significa que a sua versão apesar de infra-política anuncia o respeito, a coexistência e a tolerância . Afigura-se-nos, por isso, que o interesse (a actualidade) de A Paz da Fé reside, como dissemos, na proposta filosófica de uma paz da razão. Depara-se- nos assim o seu autêntico horizonte de compreensão, a grande intuição cusana da «coincidentia oppositorum», devidamente tratada no encontro internacional de Coimbra/ Salamanca . Se na sua letra o leitor do diálogo é convidado à «coincidentia fidci» cristã (designadamente pelas dimensões de unitrinitarismo, encarnação , nascimento virginal, morte e ressurreição de Cristo, juízo final e vida eterna), num plano mais fundamental, o que pareceria mera apologética , é aplicação de doutrina teológico-metafísica que só pode ser cabalmente interpretada tendo presente os grandes conceitos motores do pensar cusano. Que este nosso sublinhado sirva então para promover também a leitura e a meditação da magnífica dissertação de doutoramento do tradutor de A Paz da Fé. Conhece-se o tom jocoso de Kant sobre a tabuleta de unia estalagem holandesa onde, sobre um fundo representando um cemitério, estaria inscrita a legenda "para a paz perpétua". Tal spot publicitário é revelador de que o projecto do 'bon abbé' Charles-Irénée Castel de Saint-Pierre não se confinava aos escrínios da filosofia, também decerto graças à paródia que dele faziam os enciclopedistas, mas importa não esquecer, antes das Luzes, o momento humanista mais próximo de Cusa, designadamente promovido pelo campeão da ideia de concórdia no século XVI, "o primeiro teórico literário do pacifismo", Erasmo de Roterdão (a expressão é de S. Zweig). Ora, para se chegar a esta ideia da "paz da razão" na qual Nicolau de Cusa é figura relevante, é preciso contar uma outra história que, se não passa tanto entre Agostinho e Llull, requer decerto a convocação dos nomes de Dante e de Eckhart ou de Alberto Magno ou da falasafa ('filosofia', em árabe) antes daqueles e em alternativa parcelar aos mesmos. Refiro-me à equacionação da ideia de concórdia aquém da fé (i.e.no espaço próprio da razão) por isso que harmoniza filosofia e religião, tarefa só possível pelo cultivo do trabalho do intelecto, pela realização universitária e extra-universitária, quer no programa enunciado no primeiro capítulo da Filosofia Primeira de Alkindi (aposta no progresso do pensamento e da sabedoria que implica todos os Homens, independentemente das nações, dos idiomas ou dos tempos), quer do motivo ético-político do Homem que se harmoniza com todos os outros pelo trabalho da razão com vista a uma conjunção ou união (ittiçal) entre Homem e Mundo. Mário Santiago de Carvalho Revista Filosófica de Coimbra - ti." 22 (2002) pp. 473-481 476 Revista Filosófica de Coimbra KANT, L'Unique Argument Possible pour une Démonstration de I'Existence de Dieu. Introduit, traduit et annoté par Robert THEIS, Paris: J. Vrin (Textes et Commentaires), 2001, 226p. A publicação, em língua francesa, da obra de Kant, Einzig moeglicher Beweisgrund zu einer Demonstration des Daseins Gottes, publicada em 1762 (mas com data de rosto de 1763), não mereceria, por si só, especial notícia nas páginas desta Revista portuguesa, não se desse o caso de o seu introdutor , tradutor e anotador ser nada mais nada menos do que Robert Theis, um dos nomes que se tem justificadamente imposto no mais jovem escol dos eruditos kantianos. De facto, o título ora em apreço, a única obra de Kant exclusivamente dedicada à teologia filosófica (p. 87-191), surge-nos notavelmente apresentada por uma "Introdução" de uma refinadíssima coerência (p. 9-86) e de uma consistência informativa merecedoras de todo o louvor, além, é claro, das notas eruditas (p. 193-212 ) que antecedem uma informação bibliográfica relativamente exaustiva e actualizada (p. 213-18, com as habituais omissões ibéricas ) e dos í ndices tão úteis, apesar de incompletos (notámos uma falha pelo menos: Anselmo de Cantuária), em particular o onomástico e o temático (p. 219-23). Enfim , um exemplo a seguir por todos aqueles de entre nós que praticamos a sensível, difícil, meritória e exigentíssima tarefa filosófica de tradução e comentário . Como se trata aqui de uma versão francesa , só nos resta desejar e ficar a aguardar trabalho afim para o nosso idioma (o leitor deverá saber, julgamos, que a versão portuguesa das três Críticas está disponível no mercado, além de outros títulos mais, mas a que o presente falta). De entre a obra do Prof. R.Theis (que é também co-director da prestigiada colecção "Studien und Texte zur Geschichte der europãischen Ideen" de Hildesheim), gostaríamos de sublinhar ao menos duas monografias - Approches de Ia Critique de Ia Raison Pure (Hildesheim 1991) e Gott. Untersuchungen zur Entwicklung des theologischen Diskurses in Kants Schriften zur theoretischen Philosophie bis hin zum Erscheinen der Kritik der reinen Vernunft (Stuttgart 1994 ) - assaz sintomáticos dos seus interesses , a filosofia da religião e a evolução filosófica até à primeira Crítica inclusive . Digamos desde já que não há incongruência nesta associação , porquanto uma das conclusões mais relevantes de RT vai no sentido de, sem escamotear o facto incontestável de o "único argumento" vir a ser desvalorizado no período crítico, evidenciar como o que está em causa nessa argumentação ( a exigência natural e necessária da razão em busca de um fundamento absoluto ), se apresentar como um Leitmotiv permanente , detectável, v. g., no capítulo dedicado ao ideal transcendental na Crítica da Razão Pura. Julgamos então poder dizer que RT aduz finalmente as provas que faltavam à sugestão auspiciosa de M. Heidegger (omitido por RT): "A questão de saber se e como e em que limites a afirmação 'Deus é' como posição absoluta é possível é o motivo secreto da C.R.P" (Questions II, 84). A diferença encontra-se por isso no motivo ontológico que torna possível a teologia em Kant, aspecto que, se Heidegger suspeitava, não saberia provar. Consabido é que O Unico Argumento possível... se divide em três partes assimétricas: exposição do argumento , consideração sobre a sua vantagem, apresentação das razões que explicam o seu carácter único. Cumpre-nos então evidenciar o precioso estudo introdutório. Organizado em torno de duas grandes secções, "a emergência da afirmação teológica no primeiro pensamento de Kant" e "a teologia do 'único argumento"', RT procura contribuir quer para o enquadramento histórico-genético do tema quer para a determinação da sua coerência filosófico-especulativa. O primeiro intento segue a questão de método e da reforma da metafísica (o jovem Kant começa por arbitrar voluntaristicamente entre o mecanismo cartesiano e o dinamismo leibniziano, em 1749, trabalha numa nova explicação dos princípios do conhecimento filosófico, em 1755, o que o faz aproximar-se de um esquema argumentativo que constituirá a substância do escrito de 1762), isto é dizer, os primeiros esboços do problema ontoteológico no contexto da filosofia natural e da pp. 473-481 Revista Filosófica de Coimbra - n.° 22 (2002) Recensões 477 cosmologia kantianas . Dali, designadamente à volta da discussão sobre o princípio de razão suficiente ( para o efeito RT detém-se esmeradamente nas versões de Leibniz, de Wolff e de Crusius ), retira Kant a enunciação do próprio problema teológico . Ele será desenvolvido em versões identificáveis : a físico-teológica na História Geral e a cosmo-teológica na Nova Dilucidação (ambos os títulos de 1755). Baseando-se embora nos princípios da física newtoniana, Kant ultrapassa - os mediante a universalização de uma leitura mecanicista do Universo, já cosmológica já cosmogonicamente perspectivado , da qual se desprende a nova teologia que superará a tese de um Deus -ordenador por um Deus verdadeiramente Criador (ou seja, fundamento absoluto ). Se esta é tese historicamente evidenciada, nela sobressai a coerência lógico-ontológica do trabalho kantiano em torno do possível e, acima de tudo, a comprovação de que a passagem à teologia, longe de ser acessória, é, como se disse, um elemento constitutivo do próprio discurso científico . O projecto é conseguido em quatro momentos concatenados : o ontoteológico , o físico-teológico , o carácter 'único' do argumento ( Kant vs . Wolff) e a dimensão ' argumentativa ' do mesmo ( Kant vs . Leibniz). Partindo de um diálogo com a Ontologia de Wolff, lemos na Nova Dilucidatio (ProposiçãoVll) a " proto-versão " da conhecida tese de que a existência não é um acidente , mas a posição absoluta de uma coisa, afirmação que se tomará "ponto de partida " para O Único Argumento Possível ... e o "ponto crucial " da nova ontoteologia . Com efeito, pensar , sem excepção, a existência como posição comprometia a ordem das razões da ontoteologia tradicional que conferia ao Ser Necessário o privilégio de poder contar com a existência entre as suas realidades . Ora, a conclusão kantiana 'Es ist em Gott ' articula uma análise do possível com o conceito de existência absolutamente necessária (Wolff e Baumgarten ) que promoverá a passagem à afirmação da identidade entre ens realissimum e Deus . Ora, a mais alta realidade, ao integrar o entendimento e a vontade , não só equivale a uma conquista da noção de um Deus pessoal , como independentiza a soberania desse Deus em relação à ordem do possível. Enquanto para Leibniz e Wolff Deus dependia dos possíveis coeternamente presentes no seu entendimento , ferindo assim a omni - suficiência divina, para Kant, Deus será independente do possível . O que legitima o lance é a anterioridade ontológica em Deus relativamente ao seu entendimento e a sua vontade , o que equivale a mostrar ( e criticar) a artificialidade de uma física ou cosmologia que no plano da teleologia só tem acesso à noção de um Deus-arquitecto ( e por isso não Criador). A construção de um único ' argumento' exige a crítica das provas tradicionais (o 'a priori ' cartesiano e o 'a priori' wolffiano ) e desde 1983 que J.Schmucker havia chamado a atenção para o facto de essa crítica n'O Único Argumento Possível... conter o essencial do que se virá a encontrar na Crítica da Razão Pura . Por sua vez , RT retira o corolário óbvio : o de que a crítica às provas da existência de Deus na primeira Crítica é independente dos princípios da Estética e da Analítica Transcendentais . Finalmente, a construção de uma prova 'única ' coincide com a emenda de Leibniz (Monadologia § 43-45), na prática a desvalorização da antiga noção de necessidade absoluta, tornada mera definição nominal, substituindo- a pela necessidade que Wolff denominava como 'hypotetica' e que em Kant é a única necessidade ' real'. Enfim, esta breve recensão é suficiente para pôr em destaque o trabalho exemplarmente minucioso de RT e que evidenciámos não só pela sua importância para os estudiosos da filosofia moderna, da metafísica e da filosofia da religião, mas também enquanto modelo para o que deveria ser entre nós o trabalho viril e sensível de tradução, de comentário e de anotação filosófica dos principais textos da nossa disciplina. O interesse sobre o teológico em Kant não é só justificável após Heidegger , mas também após Levinas . O filósofo italiano Giovanni Ferretti ( Ontologie et théologie chez Kant , trad., Paris 2001) sublinha esse duplo desafio apontando a possibilidade de pensar um Deus não contaminado pelo ser mas nos limites do outro da objectividade (noumeno ), ou seja, na região para além da qual há o sentido último do campo fenomenal, abrido-se o espaço de uma transcendência que Revista Filosófica de Coimbra - n.° 22 (2002 ) pp. 473-481 478 Revista Filosófica de Coimbra possibilita a teologia . Seja como for, em ambas as direcções de investigação , de Theis e de Ferretti, é-nos dado um Kant que experimenta a razão nos seus limites, nos confins, conceito problemático , é certo, mas nem por isso menos necessário. Mário Santiago de Carvalho CHRISTOPH ASMUTH, Das Begreifen cies Unbegreiflichen. Philosophie und Religion bei Johann Gottlieb Fichte 1800-1806, Spekulation und Erfahrung. Texte und Untersuchungen zuni Deutschen Idealismus, Frommann -Holzboog, Stuttgart - Bad Cannstatt, 1999, 411 pp. A obra A Concepção do Inconceptualizável - Filosofia e Religião em Johann Gottlieb Fichte, 1800-1806, de Ch. Asmuth, insere-se na linha de estudos desenvolvida sobretudo a partir da edição crítica da obra de Fichte, iniciada em 1962 sob a direcção de Reinhard Lauth, que parece encontrar- se definitivamente firmada no panorama filosófico contemporâneo . O interesse pelo pensamento de Fichte, manifesto em diversos países e em diferentes tendências de interpretação , resulta da presença , nos seus textos, de uma investigação incessante , que jamais recua perante os obstáculos conceptuais , de princípios últimos para o conhecimento do mundo, para a auto-tematização do pensamento e para a acção. Diversas características do pensamento fichteano motivam o interesse daqueles pensadores dispostos, nos termos de Fichte , a "reflectir até ao fim ", ou seja, a nunca renunciar a exercer a compreensão e a inteligência próprias do sujeito pensante perante os factos. Entre essas características estão, em primeiro lugar, a radicalidade de um pensar que interroga sempre pelas condições primeiras de qualquer pensamento ou intuição . Em segundo lugar, o facto de que a investigação realizada envolve uma unificação entre princípios teoréticos e práticos . A especulação filosófica deve vir a par de conceitos para a acção. Em terceiro lugar, porque a sua busca conceptual não é feita dentro de um quadro rígido, mas em versões sucessivas de uma Doutrina da Ciência [=WL] e outros textos, num permanente desenvolvimento . E poderia referir-se ainda, como motivo de interesse , a novidade de muitos dos textos e versões completas da WL que, embora escritos no período da filosofia clássica alemã , permaneceram inéditos até muito recentemente. A obra em apreço abrange o período de 1800 a 1806, e consiste em cinco estudos relativamente autónomos . Asmuth estuda ( 1) a relação entre a denominada "filosofia popular" e a exposição científica da filosofia; ( 2) expõe alguns aspectos da filosofia da religião de Fichte segundo a Iniciação à Vida Feliz [=IVF], de 1805; (3) investiga a relação entre a linguagem e a Doutrina da Ciência; ( 4) empreende um estudo e comentário da segunda versão da Doutrina da Ciência de 1804 [=WL 180421; por fim, (5) aborda a relação entre Fichte e Schelling , desde a sua ruptura em 1801 até à IVF. Uma breve conclusão crítica encerra o livro. A unidade da obra assenta sobretudo no retorno de algumas questões como , por exemplo , a das relações entre idealismo e realismo, unidade e diversidade, fenomenologia e doutrina da verdade, ou exposição popular e exposição científica. (1) Asmuth parte de um estudo histórico das concepções acerca da filosofia popular desde as últimas décadas do século XVIII, até às propostas fichteanas de 1805. O modo como Fichte se apropria do tema da popularização da filosofia exibe uma tensão interna do seu pensamento , entre a impossibilidade confessada de a filosofia transcendental se tornar popular, uma vez que a sua atitude não coincide com a da consciência natural, por um lado e, por outro, o pachos do autor, ainda de cariz iluminista, de intervir sobre o público pp. 473-481 Revista Filosófica de Coimbra - n.° 22 (2002) Recensões 479 através duma exposição popular das suas concepções filosóficas (26). Asmuth detecta esta tensão, que interpreta como uma mudança da posição de Fichte relativamente ao papel e importância da filosofia popular, em diferentes tomadas de posição no Relatório Claro corro o Sol sobre o Carácter da Nova Filosofia, de 1801, e na IVF, de 1805 (39, 42, 64). Ao passo que na primeira obra o público não especializado terá de se contentar apenas com uma imagem e conceito sempre insuficientes duma ciência que não se podia popularizar, já na obra de 1805, o conteúdo verdadeiro está acessível ao público em geral. Segundo esta última posição, a religião cristã já teria fornecido à consciência natural, de modo não científico, o mesmo conteúdo que a filosofia irá reencontrar e fundamentar com o seu procedimento metodicamente controlado (46). A filosofia popular, representada pela exposição da IVF, é entendida então somente como um retorno dos conteúdos filosóficos à sua origem exotérica (64, 65). Asmuth defende a tese de que a exposição popular não é inteiramente exterior à exposição científica, mas encontra a sua fundamentação científica na perspectiva realista do saber, conforme desenvolvida na WL 18042 (47, 281). (2) Dois factores parecem apontar para uma aproximação de Fichte ao cristianismo a partir de 1804. São eles a sua admiração expressa pelo Evangelho de São João (129), e a adopção do conceito de Deus como parte integrante das exposições da WL (149). Asmuth procura mostrar, porém, na sua análise da IVF, que essa aproximação é apenas superficial, posto que as diferenças de Fichte relativamente à dogmática cristã são consideráveis, em especial no que diz respeito à noção de criação, de revelação, e à cristologia (138, 149, 150). O autor documenta de modo convincente a perspectiva intelectualística da filosofia da religião fichteana, para a qual o pensar deve substituir integralmente a crença. Todavia, a análise da perspectiva complementar, i.e., da concepção de que o saber científico também engloba em si mais do que uma forma de crença, e.g., na WL de 1805, poderia revelar uma relação mais profunda entre a crença e o saber filosófico-científico do absoluto do que é aqui aventado. (3) Um dos pontos mais interessantes da obra é a análise das relações entre a Doutrina da Ciência e a linguagem. A concepção fichteana da linguagem está intimamente ligada à sua noção da intuição, assim como à possibilidade e à necessidade das múltiplas versões da WL desenvolvidas pelo filósofo, i.c., à infinidade da expressão que o pensamento pode assumir dentro da unidade e unicidade duma intuição (163). A arbitrariedade dos signos (158), uma concepção generalizada da linguagem como metáfora (165), e a concepção do pensar fundamental como autónomo em relação à linguagem (215n.), são noções que permitem a Fichte entender a WL como "um pensamento sempre novo e a repetir, que se exprime de modo diferente em diferentes condições temporais e comunicativas" (cit. in 153). O pensar possui sempre um excesso relativamente à linguagem (167), e é a ductilidade desta, resultante desse excesso, que justifica o tratamento que Fichte lhe dá, onde metáfora e expressão científica estão sempre em interacção (165). Sinal disto é, e.g., o emprego técnico de vocábulos como "luz" ou "nós", a criação de termos como "Tathandlung", ou a ousada substantivação de partículas como "Durch", "Von", "Zwischen" e "Als" ("através", "de", "entre", "como"), entre outros. (4) Poderá considerar-se como o núcleo da obra a análise empreendida da WL 18042 (170-315), texto duma crescente importância dentro da bibliografia fichteana (193-194). Asmuth começa por discutir o conceito da WL como determinação reflexiva da ciência, ou "ciência da ciência" (171). Um ponto central para esta determinação é a não admissão de qualquer princípio dogmaticamente definido, segundo a concepção de Fichte do "dogmatismo" (173-174). Como perspectiva oposta à do dogmatismo, Fichte propõe um "idealismo" transcendental e crítico que, no seu desenvolvimento, irá progressivamente recebendo traços de "realismo" (cf. 175ss.). Entre 1794 e 1804 Fichte descobre, através de diferentes estádios (179711798 e 1801/1802), que a tarefa da filosofia crítica é a reconstrução da Revista Filosófica de Coimbra - n.° 22 (2002) pp. 473-481 480 Revista Filosófica de Coimbra unidade absoluta e reflexiva, na qual e pela qual o saber se pode esclarecer inteiramente a si mesmo e aos seus procedimentos. O tema da WL 18042 é então ode "reconduzir todo o diverso à unidade absoluta" (cit. in 182; cf. tb. 191). Um problema significativo é, entretanto, que todo o saber, inclusivamente o da WL, se dá como um facto, e será exigível então que esse facto seja também ele reconduzido à sua condição de possibilidade e génese primeira (183, 203). Fichte começa, por isso, a WL 18042 com ( I) uma "propedêutica", onde aquilo que denomina "luz", a condição de todo o saber na sua forma imediata e una, é conduzido até à sua correlação essencial com o "conceito", que exprime a mediação e figuração da luz numa forma relacional e reflexiva (ef. 205-208, 218, 220, 222). (1I) Segue-se, ainda com carácter propedêutico, uma discussão acerca do idealismo e do realismo, onde é exibida a insustentabi1idade destas duas posições. O resultado é a anulação do hiato entre o pensar e o absoluto "em-si", ou da perspectiva que é projectada pelo pensar sobre o seu objecto. Assim, por uni lado, o absoluto "em-si" proposto pelo realismo é finalmente destruído na intelecção de que ele não pode ser pensado senão através da "negação de um oposto a ele" (242), ou seja, do próprio pensar. O "etnsi" é inteligido, então, como relação ao "não-em-si" (ib.). Por outro lado, o "exterior" ao em-si é entendido como inessencial, "a escada, que se deixa para trás" - nos termos de Fichte (cf. 243) - quando se acede ao em- si. (III ) Segundo Asmuth o em-si assim definido não é ainda a unidade absoluta proposta pela WL (246), mas apenas a condição para aceder à terceira parte da obra, a "Doutrina da Verdade", que é a "primeira parte da WL" (247). Após a eliminação de todas as perspectivas realistas e idealistas sobre o saber, o absoluto é dcfinível, nas palavras de Fichte, como "inteiramente a partir de si, em si, por si; este si, porém, de modo nenhum tomado como oposição, mas de modo puramente interior" (ib.). O absoluto é designável então como ser, vida, nós, ou ainda, eu (cf. 248). Sendo este último, segundo Asmuth, o absoluto na WL 18042, não há uma alteração na concepção do absoluto presente nas diferentes fases da WL, que se mantém fiel ao primado do eu (cf. 305, 308). (IV) A WL 18042 prossegue com a exposição duma "Fenomenologia", cuja função é elucidar a existência do diverso fenoménico diferente do ser absoluto encerrado em si mesmo (cf. 255). Trata-se, segundo Fichte, de um "emanar imanente" (256n.), cujo sentido só pode ser entendido como uma "auto-construção do ser", a sua "existência", ou o seu "fenómeno" (258). O procedimento da WL será de tipo hipotético, do género: "se deve haver uma construção do ser, então..." são exigidas determinadas condições. A primeira destas condições é que a construção "deve ser fundada no próprio ser" (260). Este carácter hipotético transformar-se-á em categórico pela compreensão de que o absoluto, por si mesmo, coincide com a denominada "luz" (275). O saber é afinal o facto e o fenómeno primeiros, pura "génese" ou o sujeito da WL, i.e., "nós" mesmos (283, 294, 295). Fichte procede então a análises da "certeza" e do "ver". A certeza exprime o encerramento em si do saber nas suas próprias condições (292), pela qual ela é também um "ver", cuja característica teorética central é a ligação entre o seu conceito e a sua existência. O ver não se deixa pôr sem o seu existir (294-295). Esta ligação entre o conceito e a existência é a razão, que Fichte entende também como livre expressão do absoluto na existência (296), concluindo-se assim, nesta ligação entre saber e existência, o estudo da WL 18042. (5) A obra aborda, em seguida, as relações entre Fichte e Schelling desde a sua correspondência de 1801, focando principalmente a Exposição do Meu Sistema de Schelling e a sua crítica por Fichte nas versões não publicadas de 1804 e 1805 da WL (329ss.); o escrito de Schelling Filosofia e Religião (1804) e a réplica de Fichte (342ss.); a Exposição da Verdadeira Relação da Filosofia da Natureza com a Doutrina Fichteana Melhorada (1806), de Schelling, com a respectiva réplica no Relatório sobre o Conceito da WL (1806), de Fichte. O ponto capital da divergência entre os dois autores é o papel conferido à reflexão (366) que, ao contrário de Schelling, mantém-se para Fichte como o lugar inalienável onde pp. 473-481 Revista Filosófica de Coimbra - n.° 22 (2002) Recensões 481 todo e qualquer saber pode ser construído - ainda que se entenda o saber como o fenómeno, a auto-construção e a exposição do ser absoluto. (6) O livro encerra com a apresentação de algumas anotações críticas, que incidem principalmente sobre aquilo que Asmuth interpreta como a recondução realizada por Fichte, na WL 18042, do "nós" a um "eu" encerrado em si próprio (375), o que, a par do primado da unidade, exclui da teoria fichteana do eu absoluto todo a interpersonalidade e qualquer verdadeiro outro. Na medida em que falta um conceito de "abertura", mesmo o conceito da "relação absoluta" defendido por Fichte permanece, segundo o autor, preso ao conceito da absoluta unidade (376). Poderia aqui observar-se, contudo, que a função do "inconceptualizável" fichteano, que é trazido ao conceito justamente como inconceptualizável, a par da efectiva teorização do conceito de "abertura" por Fichte, que se pode traçar desde os Fundamentos da WL de 1794/95 até ao período tardio, poderiam conduzir a discussão sobre a função da alteridade e da interpersonalidade na teoria fichteana do absoluto até um patamar mais vasto. A Concepção do Inconceptualizável constitui sem dúvida uma obra de primeira linha na investigação fichteana no que diz respeito às relações entre a filosofia e a religião, e de um contributo importante sobre a influência de Schelling no desenvolvimento da WL a partir de 1801/1802 . Pela sua precisão e adequada fundamentação , a análise ora presente da estrutura da WL 18042 é , por sua vez , um auxiliar imprescindível para a leitura e interpretação desse texto, e um passo significativo em direcção a uma compreensão efectiva das versões tardias da WL. Diogo Ferrer Revista Filosófica de Coimbra - a.° 22 (2002) pp. 473-481 FICHEIRO DE REVISTAS REVISTA DE FILOSOFÍA - N° 38, 2001-2: I. Estudios : ÁNGEL MUNOZ GARCIA: La filosofía en Caracas , después de Baltasar Marrero, 7 ; DORA ELVIRA GARCIA GONZÁLEZ: La analogía: entre universalismo y particularismo . Rawls y Beuchot: el caso político, 31 ; ANTONIO TUDELA SANCHO: El psicoanálisis en fuga. Aproximaciones a una primera concepción dei deseo en Deleuze y Guattari , 51; H. Ensayos : JULIAN SERNAARANGO: El rigor de Ia Escritura , 79; III. Sección Especial : CARMEN L. BOHORQUEZ: Bases para una historia de Ias ideas filosóficas en el Zulia, 95; IV. Reservas Bibliográficas: DE CAZOTTE, Jacques. Miranda. 1750 - 1816. Histoire d'un séducteur. Paris, 2000. (Carmen Bohórquez ), 105; DANESI, Marcel . Lingua , metafora, concetto . Vico e Ia linguistica cognitiva . Bari, 2001 . (Franco Ratto ), 112; SEVILLA, José M., BARRIOS, Manuel (eds.). Metáfora y discurso filosófico. Madrid, 2000. (Franco Ratto), 114; BEUCHOT, Mauricio, Los Derechos Humanos y su fundamentación filosófica. México, 1997. (Sofia Tayka Morales Vera), 117; ARRIARAN, Samuel y BEUCHOT, Mauricio . Filosofía, neobarroco , y multiculturalismo . México, 1999. (Alejandro Salcedo Aquino ), 120; FERNANDEZ NADAL, Estela, (Comp.) Itinerarios socialistas en América Latina, Córdoba, 2001. (Pilar Pirveyrúa), 124. CONVIVIUM - REVISTA DE FILOSOFIA - Segona Série, Núm. 14, 2001: SUMARI: 1. - ARTICLES: JOSE, M' PETIT SULLA: Sobre el sentido del término en los analíticos de Aristóteles y el carácter hipotético de Ia ciencia, 5; JOSÉ SOLANA DUESO: Lenguaje y filosofía en el poema de Parménides, 3 1; ALFONSO GÓMEZ-LOBO: La recta razón en Aristóteles ¿ Principio o proposición particular ?, 48; MIGUEL CANDEL: El regreso filosófico , 66; JOAQUÍN LOMBA: La presencia dei pensamiento judio hispano en Ia ético de Spinoza, 86; RAFAEL RAMÓN GUERRERO: El lenguaje dei ser: de lbn Sina a Mulla Sadra, 113; OCTAVI PIULATS RIU: Dialéctica y escepticismo en Hegel , 128; JOSÉ LUIS ARCE CARRASCOSO: M. Merleau - Ponty: El hombre como unidad ontológica proyectiva , 144; ANTONIO AGUILERA: Menke y Bürger ante Adorno, 168; 2. - NOTAS: ÀLEX VERDES I RIBAS : Heidegger y Ia "apercepción trascendental ", 189; CRÍTICA DE LLIBRES, 197. Revista Filosófica de Coimbra - ti.° 22 (2002 ) pp. 483-498 Revista Filosófica de Coimbra 484 ESTUDIOS FILOSOFICOS DICIEMBRE 2001: - 145 VOLUMEN L. - SEPTIEMBRE- SUMARIO: ESTUDIOS: RODRÍGUEZ ARIAS, Jesús M.°: La abstracción científica en el pensamiento larvado de Santo Tomás de Aquino , 419; CASTRO RODRÍGUEZ, Sixto J .: Una constitución dcl concepto de ticmpo, 461 ; ROZALEN MEDINA, José L.: Francisco Giner de los Ríos y Ia Universidad Espanola, 499; NOTAS Y COMENTARIOS: BOGÓNEZ HERRERAS, Fernando : Wittgenstein: Ia inefabilidad de Dios, 527; BIBLIOGRAFÍA, 551; LIBROS RECIBIDOS, 597; ÍNDICES VOLUMEN L, 603. REVISTA DE FILOSOFIA DE LA UNIVESIDAD DE COSTA RICA - Índice del Volumen XXXIX - Encro - Junio 2001 - Número 97: Portada, 9; ARTÍCULOS: Marfa Noel Lapoujade: Una mirada estética a lo invisible , 11; Susana Trejos Marín : La libertad en Bergson y en Jankélévitch, 21; Cristina Bloj: De cuando Ia "ficción" superaba Ia "realidad" (I Parte), 31; Víctor Alba de Ia Vega: Tecnología y escatología en El nombre de la rosa, 43; H.C.F Mansilla: Las insuficiencias del marxismo crítico y los problemas del mundo contemporâneo (I Parte), 55; Jimmy Washburn Calvo: Discurso médico: Fijación de realidades (I Parte), 67; José Romero Cuevas: Hybris y Sujeto. Ética y estética de Ia existencia en el joven Nietzsche, 75; Roberto Canas Quirós: La metafísica de Ia Carta Séptima de Platón, 85; Hernán Neira: El idiota, el extranjero y Ia lengua, 97; Amán Rosales Rodríguez: Racionalidad y progreso científico: En torno a Ia relación Popper-Kuhn , 109; SEMBLANZA: Rocío Barahona : Senblanza del Dr. Luis Barahona, 125; ENSAYO RESEIVA: Amán Rosales Rodríguez: Cristoph Hubig, Alois Huning y Günter Ropohl - Nachdenken über Technik: Die Klassiker der Technikphilosophie, 131; Guillermo Hierrezuelo Conde: Francisco Puy Munoz y Salvador Rus Rufino - Alfredo Bravas filósofo do dereito, 135; RESEIVA: Patricia Zambrana Moral: Adalbert Polacek y Arnold Szelwis. Human rights. More than a commitment offormal law, 143; DOCUMENTO: Iván Molina Jiménez: El primer estudio crítico de la novela El problema, de Máximo Solo Ha11. Una contribución documental, 147; CRÓNICAS: Visitas y Tertulias, 157; Descripción de Cursos, 1 Ciclo 2001, 161. DIOTIME - L'AGORA - N° 11 - Septembre 2001: SOMMAIRE: ÉDITORIAL, 3; APPEL NATIONAL ( à signer et à faire signer), Pour un droit de philosopher dans l'éducation , 4; DANS LA CITÉ: L'animation d'un café-philo , spécificité? - Daniel MERCIER , 6; EN CLASSE: La philosophee des travaux personneis encadrés - Michel DARNAUD , 14; La discussion comme outil pédagogique - Oscar BRENIFIER, 17; DOSSIER - L'ÉCRITURE PHILOSOPHIQUE: Faut- il sauver Ia dissertation ? - Jean - Jacques GUINCHARD, 24; La dissertation : consignes et transactions - Patrick RAYOU , Hélène DEGOY, 28; Préparer Ia dissertation - Marie-Hélène MARCHAL, 36; Un atelier - Heidi pp. 483-498 Revista Filosófica de Coimbra - n.° 22 (2002) Ficheiro de revistas 485 GILMAN, 41; ACTUALITÉ: Colloque de I'ACIREPH les 27 et 28 octobre 2001, 49; RECHERCHE: La transposition didactique - Michel TOZZI, 50; L'éveil à ]a pensée réflexive: philosopher avec des enfants du cycle III - Johanna TREIBER-LEROY, 56; DOSSIER INTERNATIONAL: - ESPAGNE: Philosophie et jeunes à problèmes - Juan Carlos LAGO, 57; QUÉBEC: Les champs d'investigation en didactique - Robert TREMBLAY, 63; MAROC: Les apories occultes de Ia formation philosophique - Aziz LAZRAK, 66; BIBLIOGRAPHIE, 71. DIOTIME - L'AGORA - N° 12 - Décembre 2001: SOMMAIRE: ÉDITORIAL: 3; DANS LA CITÉ: Café-philo et prof de philo Michel TOZZI, 4; Bibliographie, 11; Une expérience d'aide en ZEP - Jean-Marie FERRET, 12; CLASSE: La construction collective du savoir - Oscar BRENIFIER, 17; Le tableau notionnel - Emmanuel JARDIN, 23; Philosopher au primaire en ZEP - Gilles GENEVIÈVE, 29; DOSSIER: PHILOSOPHER AU COLLÈGE: Pour quoi faire? - Rémy DAVID, 34; Un atelier en 6e - Laure ANDRO-TOUATI, 37; En 6e et en 3e - Christine VALLIN et Christophe MONTFORT, 41; L'élève, une personne? - François HOUSSET, 46; L'atelier du petit penseur en 4e - Catherine DUPUY, 50; RECHERCHES, 52; SITES INTERNET: Philosophie pour enfants Jean-François CHAZERANS, 53; DOSSIER INTERNATIONAL: ALLEMAGNE: Philosopher avec des enfants - Johanna TREIBER-LEROY, 56; BELGIQUE: Un cours de philo dans le second degré? Débat au parlement, 61; QUÉBEC: Des cours de philosophie pour enfants - Michel SASSEVILLE, 64; PUBLICATIONS: Une nouvelle coilection centrée sur le dialogue - Oscar BRENIFIER, 66. DIOTIME - L'AGORA - Revue internationale de didactique de Ia philosophie - N° 13 - Mars 2002 - trimestriel: ÉDITORIAL, 3; EN CLASSE: Plaidoyer pour I'ECJS - Jean-Jacques GUINCHARD, 4; Analyser une discussion philosophique - Michel TOZZI, 9; DOSSIER: LES CAFÉS PHILOSOPHIQUES: Le point de vue de DELEUZE et GUATTARI, 12; Réaction à Ia pensée de Deleuze - Daniel MERCIER, 13; Aider I'opinion à philosopher - Michel TOZZI, 16; Y philosophe-t-on vraiment? Jean-François CHAZERANS et Jean-Pierre SEULIN, 19; Cafés-philo et philosophie - Eugène CALSCHI, 22; L'expérience phénoménologique de Ia socialité - Fabrice DEWOLF, 26; $n deçà des cafés-philo - Oscar BRENIFIER, 30; RÉFLEXION: Nouveau programme: ni républicain, ni pédagogue - Jean-François CHAZERANS, 36; Penser à partir du corps - Éric SCHILLING, 40; PUBLICATIONS: Anti-manuel de philosophie (M. ONFRAY), 43; Pratiques de Ia Philosophie, n° 8 (GFEN), 44; Si Ia philosophie m'était contée: de Platon à Deleuze (G. PIGEARD de GURBERT), 44; L'Éveil de Ia pensée réflexive à !'école primaire (Michel TOZZI), 45; RECHERCHE: 2° colloque national sur les nouvelles pratiques philosophiques: 22 et 23 mai 2002 au CRDP de Rennes, 46; DOSSIER Revista Filosófica de Coimbra - a.° 22 (2002) pp. 483-498 486 Revista Filosófica de Coimbra INTERNATIONAL: QUÉBEC: Des expériences en maternelle - Marie-France DANIEL, 48; ARGENTINE: Philosophie pour enfants : analyse critique d'une innovation - alter Ornar KOHAN, 55; BELGIQUE: Enseignement philosophique et transversal ité - Bernard REY, 61. REVUE PHILOSOPHIQUE DE LOUVAIN - TOME 99 - Numéro 4 NOVEMBRE 2001: SOMMAIRE: ARTICLES: Bertrand Bouckaert. Le charmc magique des «Rechcrches logiques». Introduction de I'éditcur, 559-563; Bruce Bégout. La réverbération logiquc. La phénoménologic des «Prolégomènes 1 Ia logique pure» de Husserl, 564-592; Jocelyn Benoist. Intuition catégoriale et voir comme, 593-612; Rudolf Bernet. Désirer connaitre par intuition, 613-629; Bertrand Bouckaert. Le problèmc de l'altérité dans les «Recherches logiques» de Edmund Husserl, 630-651; Dieter Lohmar. Le concept husserlien d'intuition catégoriale, 652-682; Ullrich Melle. La théorie husserlienne du jugement, 683-714; Dan Zahavi. A propor de Ia neutralité métaphysique des «Recherches logiques», 715-736; COMPTES RENDUS: Ouvrages divers, 737-752; NOTES BIBLIOGRAPHIQUES, 753-770; CHRONIQUES: Jean-Pierre Deschepper. Chronique, 771-810; Ouvrages analysés dans le présent numéro, 811-812; Table des matières du tome 99, 813-819. HUMANISTICA E TEOLOGIA - Tomo XXII - Fasc. 3 - 2001 SUMÁRIO: SANTOS, Gil - Ontologia e Predicação na teoria lógico- semiológica dos `modos de acepção dos termos ' em Pedro Hispano, 309 -352; GOMES, Victor Franco - « A Eucaristia faz a Igreja » segundo a Meditação sobre a Igreja de Henri de Lubac, 353-365; CARDOSO, A. Pinto - A Revolução Francesa na informação de D. Alexandre de Sousa e Holstein , embaixador de Portugal junto da Santa Sé , 367-395; ABSTRACTS, 397-398; NOTAS E COMENTÁRIOS: MENESES, Ramiro Délio B . de - O princípio de incerteza de W. Heisenberg: física e filosofia, 399-407; DOMINGUES. Bernardo , O. P. - A moral cristã para o nosso mundo , tarefa urgente, 408 -412; BIBLIOGRAFIA, 413-437; LIVROS RECEBIDOS, 439-441, ÍNDICE DO TOMO 22 (2001), 443-447. REVISTA PORTUGUESA DE FILOSOFIA - Outubro-Dezembro 2001 Vol. 57 - Fase. 4 - O Mal e a(s) Teodiceia(s): Novos Aspectos Sapienciais: ARTIGOS: VILA-CHÃ, João J. - O In-evitável Mal, 659-665; TILLIETTE, Xavier: Du Mal, 667-681; ESTRADA DÍAZ Juan A. - Teodicea y Sistemas Filosóficos, 683-709; SPLETT Jõrg - Zum Theodizeeproblem heute, 711-732; BECKERT, Cristina - Teologia depois da Shoah, 733-744; STUMP Eleonore Second-person Accounts and lhe Problem of Evil, 745-771; ALBERG, Jeremiah 1. - Rousseau and lhe Original Siri, 773-790; SCHMIDT Josef - Das Bóse im Deutschen Idealismus, 791-817; FRICK, Eckhard - Carl Gustav Jung y Ia pp. 483-498 Revista Filosófica de Coimbra - n." 22 (2002) Ficheiro de revistas 487 Realidad dei Mal, 819-833; SCHWAGER , Raymund - O Pecado Original como Mal no Ser Humano , 835-845; MBITI , John - O Mal no Pensamento Africano, 847-858; PRE-TEXTO(S): VALADIER, Paul - Le Mal Politique , 859-870; ADAMS, Marilyn M . - Horrors in Theological Context , 871-880; PLACHER, William C. - Horrendous Evils and lhe Goodness of God , 881-886; BIBLIOGRAFIA: VILA-CHÃ, João J. (Org.) - Mal, Sofrimento , & Teodiceia , 887-975; FICHEIRO DE REVISTAS, 977-993; APRESENTAÇÃO DOS AUTORES, 995-997; ÍNDICES DO VOLUME LVII, 999-1016. SOLIDARIETÀ - Anno XIV - Set/Dez. 2000 - N° 36: Sommario, 5; Studi e ricerche: M. Camilli, La famiglia dei grave traumatizzato cranio-encefalico: Effetti sulla relazione coniugale, 11; D. Lopiano, Metacognizione: modelli teorici, studi e sviluppi, 91; C. Gulino - M. P. Matraxia, Prime fali di sviluppo psicomotorio dei neonato, 129; Note e rassegne: G. Lombardo, Aspetti psicogeni delle disfunzioni sessuali nell 'adolescente, 139; Documenti: Pontifica Accademia per Ia Vita, Dichiarazione sulla produzione e sull'uso scientifico e terapeutico delle cellule staminali embrionali umane, 149; Osservatorio: Mons. Elio Sgreccia, Cellule, staminali autologhe e trasferimento di nucleo. Aspetti scientifici ed etici, 159; Segnalazioni bibliografiche, 167. METALOGICON - Anno XIV - 2001 - Fasc. I: PoIyadic Inclusive Disjunctive Syllogisms in Galen' s Institutio Logica by MICHELE MALATESTA, The Fideism of the Wittgensteinians by ANGELO BOTTONE, 9; An Essay on the Genesis of Economic Development: An Introduction by ROCCO PEZZIMENTI, 23; The Language of Evidente in English Law by EMANUELE RIVERSO, 49; On the Importance of Philophy in Interpreting History. Hypothesis of Interpretation of the History of the 200' Century by PIETRO VITIELLO, 61; Denuntiation to the Italian Head of State Concerning the Illegitimate Nature of the Procedure of the Commission Appointed to Assign Contributions to Journals of High Cultural Value, 73; Reply of the Secretary-General of the Presidency of the Italian Republic, 139, 139. CLASSICAL ANTIQUITY - Volume 19 / No. 1 / April 2000: Abstracts, 1; DANIELLE S. ALLEN, Changing the Authoritative Voice: Lycurgus' Against Leocrates, 5; HARRIET FLOWER, The Tradition of the Spolia Opima: M. Claudius Marcellus and Augustus, 34; MICHAEL A. FLOWER, From Simonides to Isocrates: The Fifth-Century Origins of Fourth-Century Panhellenism, 65;KATHRYN GUTZWILLER, The Tragic Mask of Comedy: Metatheatricality in Menander, 102; DONKA D. MARKUS, Performing the Book: The Recital of Epic in First-Century C. E. Rome, 138; ANN N. MICHELINI. The Search for the King: Reflexive Irony in Plato's Politicus, 180. Revista Filo sófica de Coimbra - a.° 22 (2002) pp. 483-498 488 Revista Filosófica de Coimbra MANUSCRITO - Revista Internacional de Filosofia - Vol. XXIV, N° 2 October 2001: SUMMARY - Articles: LUIS ANTONIO ALVES EVA, Montaigne: o Ensaio como Ceticismo, 7; FRANCISCO CALVO GARZON, Reference, Predication, and Individuation , 43; AMÁN ROSALES RODRÍGUEZ, Tecnologías y Progreso en el Contexto de los « Sistemas Secundários», 59; DANIEL LAURIER, Norntes el Contenus, 97; MARCOS JOSÉ MÜLLER, Reflexão Estética e Intencionalidade Operante, 125; SILVIO PINTO, Michael Beaney, Frege and the Paradox of Anal ysis, 155; Book Revicw: SUZANNE FOISY, Kant Actuei. Hommage à Piem Laberge,sous Ia direction de François Duchesneau, Guy Lafrance et Claude Piché, «Analytiques», 191; Notes on Authors, 199. CAHIERS PÉDAGOGIQUES - N° 405 - Juin 2002 - L'éducation au développement durable: Editorial: Pierre Madiot: L'école et le monde, 10; Sandrine Chastang: Un défi pour le temps présent, 11; 1 - De quelques concepts: Adelie Miguel Sierra: Quelle éducation pour quel développement?, 11; Annie Simon: Éducation: environnement contre développement?, 14; Antipodes: L'humanitaire et l'éducatif, 16; Emmanuel Charles: Sept propositions concrètes, 17; 2 - Éduquer pour un autre monde: Michel Gervais: Quatre problèmes pédagogiques, 19; Pascal Blanchard: De l'histoire à l'enseignement de l'histoire, 21; Alain le Sann: Apprendre du Sud, 23; Martine Ledoit: Qu'en pensent les écoliers?, 25; Willy Lavastre, Sandrine Chastang: Cesser de véhiculer des clichés!, 26; Maurice Piferrer: «Duodékri»: l'écriture partagée, 27; Séverine Louât: Les copains de Boussou, 29; Sandrine Chastang: Percussion migratrice, 30; Béatrice Chemin: L'Afrique à Ia crèche, 31; Sandrine Chastang: Pari osé, 32; Kuntala Lahiri-Dutt: Petit conte indien, 33; 3 - État des lieux et enjeux: Martine Ledoit: Peut mieux faire! 34; Claire Tauty: Notre système de formation en question, 37; Entretien avec Michelle Favrega: Lécole ne peut pas tout faire, 39; Entretien avec Roland Biache: Comment mieux vivre ensemble?, 41; Artisans du monde: Éducation ou promotion?, 43; Geneviève Larguier: Deux exemples d'activités au collège, 44; Pascale Argod: Un enjeu pour le CDI, 45; En conclusion: Guillaume Duval: Une gageure pédagogique, 46; Les lieux de ressource et des documenta pour 1'éducation au développement, 48; BILLET DU MOIS: Marie-Christine Chycki: Manifestations citoyennes? PAROLES DU CRAP, 1; «Nous en aurons raison!» L'école de Charb; ACTUALITÉ ÉDUCATIVE, 3; Françoise Colsaët: Les maths et Ia formation des éléves? Gérard Hernandez: Nos éléves descendent dans Ia rue; Raoul Pantanella: Les TPE pérennisés? L'école de Charb; APPELS ET ANNONCES, 6; INFOS & PUBLICATIONS, 7; DOSSIER, 9; SUPPLÉMENT, 50; ET CHEZ TOI ÇA VA?, 59; Marie Fernand: «Écriture créative», Jeanne Claude Mori, institutrice: Prendre un mi-temps pour prendre le temes!; Claudine Pagés: La parole de pierre; FAITS ET IDÉES, 63; Élise Lemai: Deux conceptions de I'erreur scolaire; MorTalla Diallo: Aux racines de Ia violence pp. 483 -498 Revista Filosófica de Coimbra - a." 22 (2002) Ficheiro de revistas 489 á l'école; Michaël Nacieron , Nathalie Mahut , Bruno Mahut: La dimension cachée du débat en EPS ; DES LIVRES POUR NOUS, 67; SUPPLÉMENT - Ecrire, c'est réécrire , Alain Decron : une course à étapes, 50 ; ET CHEZ TOI ÇA VA?, 59; Marie Fernand : « Écriture créative »; Jeanne Claude Mori, institutrice : Prendre un mi-temps pour prendre le temps!; Claudine Pagés: La parole de pierre; FAITS ET IDÉES , 63; Élise Lemai : Deux conceptions de l'erreur scolaire; Mor Talla Diallo: Aux racines de Ia violence é l'école; Michaël Nachon , Nathalie Mahut, Bruno Mahut : La dimension cachée du débat en EPS . DES LIVRES POUR NOUS, 67; Supplément : Écrire, c'est réécrire : Alain Decron : Une course à étapes, 50; Estelle Martin et Anne Divry: Devenir auteur ?, 51; Sandrine Landric, Virginie Ravachol, Emilie Nicolas et Fabien Mettay : Avec des peintures , avec des musiques, 53; Sophie Barils, Brigitte Delmas et Myriam Poinsot : Transformer un texte narratif en un écrit dramatique , 54; Olivier Rigaud et Nathalie Crayssa: Élèves auteurs et enseignants lecteurs, 56; Dominique Bucheton : Pour remettre le texte en travail, 57. CAHIERS PÉDAGOGIQUES - N° 404, Mai 2002: Quoi de neuf à Ia doc? Éditorial: Mario-France Blanquet, Raoul Pantanella: Quoi de neuf à Ia doc?, 6; Colecte Charrier-Ligonat: Partenariat, 7; 1 - Les facteurs du changement au CDI: Marie France Blanquet: Problématique du «nouveau», 8; MaryvonneTastet et Renaud Hétier: Compte tenu des variations saisonnières, 9; Muriel Kawa-Frisch: Utiliser Internet au CDI, 11; Raoul Pantanella: II ne suffit pas de surfer, 14; Pascale Gossin: Les cartables numériques, 17, Brigitte Cahen: Une formation vraiment interdisciplinaire, 19; Annick Dallier: La meuf du CDI n'est pas un distributeur , 21; 2. De nouvelles façons d'apprendre... et d'enseigner; Anne-Marie Gioux: Prof-doc: un métier à inventer, 23; Bernard Heizmann: Travail en équipe, travail d'équipe, 27; Vincent Liquète: Les TPE sont-ils solubles dans les CDI?, 30; Annik Dallier: Le CDI au coeur de Ia rénovation, 32; Carole Soulagnes: Organiser Ia pédagogie documentaire, 35; 3. Nouveaux espaces, nouvelles fonctions; Marie-Dominique Montagnon et Anne Ricart: Si loin, si proches, 38; Éléonore Petit, Caroline Dubois et Alice Petit: Une gageure pour l'école de demain, 40; Rolande Hatem: Présenter un métier à ses camarades, 42; Pascale Argod: De nouvelles fonctions? 43; Lise Golomb: C'est Difficile d'innover, 45; Michel Le Bourhis: «J'arrête», 47; BILLET DU MOIS: Philippe Lecarme: Retour de l'essentiel. Paroles de lycéens; APPELS ET ANNONCES, 1; L'école de Charb; DOSSIER 1: Quoi de neuf à Ia doc?, 5; DOSSIER 2, Des pintes pour changer le collège, 50; COURRIER, 77; Des pintes pour changer le collège. Éditorial: Jean-Michel Zakhartchouk, 51; 1. L'accueil en sixième , Jean-Marie Koubi: Un dispositif pour accueillir, 52; Michèle Lequarré : On commence par les fondations, 53; Patricia Leroy et Fabrice Ravy: II faut les prendre au mot, 54; Florence Lenoble: Un dispositif pour se présenter, 57; 2. Élèves en difficulté: Sandrine Reynaud: L'atelier lecture, 57; Robert Guichenuy: Références communes, 58; Revista Filosófica de Coimbra - n.° 22 (2002) pp. 483-498 Revista Filosófica de Coimbra 490 Gilles Valias: Quand le collège passe le relais, 60; Yannick Marvin, Sophie Auvray, Valérie Mamdouh, Pascal Heutte, Michel Boudet et Jean-LouisThomas: Un dispositif qui a fait ses preuves, 63; Florence Castincaud: À l'aide, 64; 3. Des parcours aux itinéraires : Hélène Chelzen: Comment croiser deux disciplines, 65; Claire Michaux-Boitiaux: Une idée toujours neuve : Ia correspondance scolaire, 67; Jean-Paul Teyssier: Leçons des parcours diversifiés, 68; Gilbert Serrus: Itinéraires : malgré les zoncs d'ombre, 70; 4. Des collèges qui se mobilisent : Collègc Les Aigucrclles, Montpcllier: Une histoire en devenir , 72; Collège Jean Vilar, Grigny: Donner des «perspectives» à tous les élèves, 74; Collège Jcan Jaurès, Pantin: Pour une renaissance à Jaurès, 75. CAHIERS PÉDAGOGIQUES - N° 403 - Avril 2002: BILLET DU MOIS: Jacques George: L'élection et Ia raison ; ACTUALITÉ ÉDUCATIVE, 1; Les candidata aux élections présidentielles répondent à nos questiona; L'école de Charb; APPELS ET ANNONCES, 7; INFOS ET PUBLICATIONS, 8; DOSSIER: 9; ET CHEZ TOI ÇA VA'?, 53; Te souviens-tu d'avoir rencontré une oeuvre qui a compté dans ta vie?; Khadidja Licir: Footbal: France-Algérie. Les 1001 contradictions; Françoise Nivinou: Qu'est-ce que j'ai fait aujourd'hui; Bernard Jost: Trois propos sur l'enseignement au chad; Myriam: Suivre le mouvement? FAITS ET IDÉES, 57; Jacques Boissy: L'évaluation nationale en ZEP; François Simon: Coanimer en formation continue; Thomas Veyrenc: Sciences et citoyens; Marie-Nobile Roubaud: Mieux analyser les erreurs des élèves; TIRE-LIVRES, 62; Proposé par Mireille Carton : Romans historiques au XVII siècle; DES LIVRES POUR NOUS, 64; Philippe Perrenoud • Pierre Benedetto • Revue française de pédagogie • CNDP-CRDP de BasseNormandie Didier Gaulbert • Pascal Bouchard. COURRIER, 68 - Dossier coordonné par Élizabeth Thuriet: Editorial: ElizabethThuriet, 10; 1 - Enjeux et état des lieux : Denis Barroero: Un lourd héritage, 11; Martine Pascal: Les deux voles, 13; Patrice Pelpel: Une identité plurielle, 16; Françoise Ropé: LP ou CFA: une discrimination ethnique?, 18; Le droit de réussir: Extraits du projet d'établissement du LP 1'Estaque (Marseille Nord), 19; Annette Gonnin-Bolo: Les relations avec les entreprises, 20; Madeleine Figeat: Les baccalauréats professionnels: quels enjeux?, 22; Entretien avec Jean-Luc Mélenchon: Quel monde voulons-nous?, 25; Alain Suran: Pour un lycée polyvalent, 27; Aziz Jellab: Comment devient-on élève de lycée professionnel?, 29; 2 - vivre en LP: Alain Bourdel: J'apprends toujours, 32; Alain Frutoso; Le chef de travaux, pédagogue polyvalent, 34 ; Christophe Hespel: Les élèves ne sont pas motivés, 35; Entretien: Un patron parraine, 37; Sylvie Paoli: Documentaliste en LP, 38; Michèle Sanchez et Anne Guez: Du français pour les secrétaires, 39; Jean-Paul Boyer, Michel Basquet, Jean-François Lagarde et Jacqueline Viel: La pédagogie de l'action,41; Françoise-Anne Ménager: Un pp. 483-498 Revista Filosófica de Coimbra - a.° 22 (2002) Ficheiro de revistas 491 projet qui dorme Ia pêche, 42; Marielle Loccidal: S'exposer aux PPCP, 44 ; Jean Menand : «Éducation civique, juridique et sociale» en LP, 47; 3 - Conclusion et bibliographie, Table ronde: Le Iycée professionnel en quête de reconnaissance, 49, Elizabeth Thuriet: Pour espérer, 51; Bibliographie. REVISTA DE FILOSOFIA DA FACULDADE DE LETRAS DO PORTO - II Série, Volume XVIII - Porto 2001: Apontamentos sobre a Língua e as Linguagens por Eduardo Abrancbes de Soveral, 7; A crença na Razão por António José de Brito, 11; O Mal: sua banalidade e radicalidade em H. Arendt por Mana José Contista, 19; O Espírito da Tarde no 1.' dia do "Diálogo sobre os dois grandes sistemas do mundo por Levi António Malho, 35; O pensamento filosófico de Augusto Saraiva por Luís de Araújo, 123; A companhia das Águas - uma história da história das origens da Filosofia por José Augusto R. Graça, 129; Problemas de Identidade Pessoal por Sofia Miguens, 139; La volante de croire et lés imperatifs de Ia Raison. Sur l'éthique de Ia croyance por Pascal Engel, 165; A última Fórmula de Deleuze por Sousa Dias, 177; Ce qui manque dans le deuil et pour le désir: de 1'object de l'amour de Freud à 1'object (petit) de Lacan por David Pavon, 189; E. Cioran: para uma des-antropologização do sofrimento e da morte por Elsa Cerqueira, 209; Lógica: uma Bibliografia Geral (FLUP, 1999) por João Alberto Pinto, 225; Espaço e sofrimento - Corpo e representação, 247; Crónica, 279; Revistas Recebidas, 281. REVUE PHILOSOPHIQUE de Ia France et de I'étranger - N° 2 - Avri l - Juin 2002 - LE TEMPS DANS L'ANTIQUITÉ: Monique DIXSAUT - Le temps dans l'Antiquité, p. 139; Cristina VIANO "Énésidème selon Héraclite": Ia substance corporelle du temps, p. 141; Walter MESCH - Être et temps dans le Parinénide de Platon, p. 159; Cario NATALI Temps et action dans Ia philosophie d'Aristote, p. 177; Pierre-Marie MOREL Les ambiguïtés de Ia conception épicurienne du temps, p. 195; Jean-Baptiste GOURINAT - Éternel retour et temps périodique dans Ia philosophie stoïcienne, p. 213; Analyses et Comptes Rendus (Antiquité) par D. BABUT, A. BALANSARD, G. CHAPOUTHIER, M. CONCHE, J.-M. GABAUDE, J.-L. GARDIES, I. KOCH, M. LASSÈGUE, C. MORANA, E. MOUTSOPOULOS, H.-O. NEY, J.-F. PRADEAU, G. SAMAMA, p. 229; O Ouvrages Déposés au Bureau de la Revue (décembre 2001 - février 2002) p. 249; Résumés -Abstracts, p. 253; Infornlations p. 255. ESTUDIOS FILOSÓFICOS - Ano 2002, Vol. LI, N° 146: Sumario: ESTUDIOS: Ética y economía: La perspectiva de Amartya Sen, 5; Jorge Arturo Chaves: La contribución de J. G. Droysen a Ia historia y a Ia hermenêutica, 39; Jorge Navarro Pérez: Corrientes dei socialismo francês y sus repercusiones en Emmanuel Mounier y Jean Lacroix, 69; Vicente Martínez Sierra; Revista Filosófica de Coimbra - a." 22 (2002) pp. 483-498 Revista Filosófica de Coimbra 492 NOTAS Y COMENTARIOS: Filosofia de Ia naturaleza y medicina natural. A propósito de Ia homeopatia , 109; Luciano Espinosa; RECTIFICACION, 125; BIBLIOGRAFÍA, 127; LIBROS RECIBIDOS, 183. DIÁLOGO FILOSÓFICO - Ano 18, Enero/Abril I/02: Presentacion, 3; El estado de Ia cuestión: BERCIANO, M.: postmodernidad: estado de Ia cuestión, 4; Reflexión y critica: MICHELINI, R. J.: La modernidad ilustrada. Críticas y contracríticas, 43; VILAR, G.: Una segunda modernidad, 61: Ágora: ROMERO CUEVAS, J. M.: Hybris y sujeto. Ética .v estética de Ia existencia eu el joven Nietzsche, 77; D'ORs FÜHRER, P.: La angelología de Eugenio d'Ors. Hacia una teoria de lo biográfico, 95; Didáctica: PÉREZ-ESTÉVEZ, A.: El diálogo conto lectura eu Gadanter, 117. ÁGORA - PAPELES DE FILOSOFÍA - Vol. 19, n° 2 (2000): 1. ESTUDIOS: MARIANO ÁLVAREZ GÓMEZ: Antígona o el sentido de Ia phrónesis , 5-22; MONTSE BARTOLOMÉ LUISES: El animismo en Giordano Bruno, 23-49; MANUEL TORRES VIZCAYA: Nietzsche en Ser y Tiempo: Ia interpretación nietzscheana como antecedente de Ia comprensión heideggeriana, 51-72; ENRIQUE MARCANO BUÉNAGA: Acerca de Ia naturalidad de Ia sociedad política, 73-97; SUSANA DE LA GALA GONZÁLEZ: "Identidad, otredady etnografia": experiencias de campo de una etnógrafa " nativa ", 99-103; 2. NOTAS: DIANA COHEN: EL suicidio? condena o defensor? Argumentos filosóficos en torno de Ia muerte uoluntaria , 107-126; MARÍA LUISA PFEIFFER: El mal radical . Su lugar en Ia ética kantiana 127-138; GIORGIO BARUCHELLO: Richard Rorty: A sophist without a soap-box . An essa ), on ethnocentrism , liberalism and cruelty, 139-152; LUIS GARCÍA SOTO: Galicia, Espana y Europa según Castelao, 153-160; 3. RECENSIONES, 163-211; 4. NOVEDADES, 215-218; LIBROS RECIBIDOS; REVISTAS. REVISTA DE FILOSOFIA - N° 39, 2001-3 (Venezuela): I. Estudios : SAIBRE KNABENSCHUH: Del espado lógico a los espacios de incertidumbre . Wittgenstein, 1929-1933, 7; ALBERTO SANTAMARÍA FERNÁNDEZ: El tratado Fuentes de lo sublime de Longino y Ia superación de Ias Téchnai rhetorikái, 25; JUAN MANUEL CAMPOS BENÍTEZ: Literatura, imaginación y mundos posibles. Una perspectiva medieval, 43; II. Ensayos : H.C.F. MANSILLA: El desencanto de Ia modernidad y Ia revalorización de Ia tradición, 61; III. Sección Especial : ANGEL MUNOZ: La medicina en Caracas a fines del s. XVIII: ¿filosofia, arte o ciencia?, 85; IV. Reservas Bibliográficas: MUNOZ GARCÍA, A.: Seis preguntas a Ia lógica medieval, México, 2001. (Juan Manuel Campos Benítez )-111; BALLON, J. C., Un cambio en nuestro paradigma de Ciencia, Lima, 1999. (Angel Munoz García), 116; HIDALGO-SERNA, E., MARASSI, M., SEVILLA, J. M., VILLALOBOS J. (Eds.): Pensar para el nuevo siglo. Giampp. 483 -498 Revista Filosófica de Coimbra - a." 22 (2002) Ficheiro de revistas 493 battista Vico y Ia cultura europea . Actas dei Congreso Internacional . Sevilia, 4-9 ottobre 1999. Nápoles , 2001. (Franco Ratto ), 117; RATTO, F. : Materiali per un confronto : Hobbes-Vico . Studi sul linguaggio , sulla comunicazione e sull'apprendimento. Perugia , 2000 . RATTO, F.: Hobbes Tra scienza delia politica e teoria delle passioni . Ottawa, 2000 . ( Giuseppe Mazzotta ), 126; RIVARA DE TUESTA, M. L., Pensamiento Prehispánico y Filosofia Colonial en el Perú , Lima, 2000. (Angel Munoz), 130. REVISTA DE FILOSOFIA DE LA UNIVERSIDAD DE COSTA RICA Volumen XXXIX - Julio / Diciembre 2001 - Número 98: Portada, 7; V JORNADA DE INVESTIGACIÓN EN FILOSOFÍA - Presentación, 11; Amalia Bernardini: Dimensiones éticas en el pensamiento de Giordano Bruno, 13; Óscar Hernández: Giordano Bruno y Ia ciencia renacentista, 23; Guillermo Coronado: Astronomia vs Cosmologia en Giordano Bruno, 31; Sergio E. Rojas Peralta: Biologia y lenguaje en Nietzsche, 41; Arnoldo Mora Rodríguez: Nietzsche en Ia obra de Moisés Vincenzi, 47; Peter D. Asquith: The identification and evaluation of arguntents - A task too important to leave to lhe logicians, 53; Luis A. Camacho: Cambio en patrones de consumo: Análisis y evaluación , 65; Edgar Roy Ramírez: Ética y responsabilidad en Jean Ladrière, 73; Amán Rosales Rodríguez: David Hume: cuatro ideales de vida y una idea de Ia filosofia, 79; Iván Villalobos Alpízar: Perspectivas psicoanaliticas sobre el sujeto, 87; Jacqueline García Falias: Construcción de un sujeto epistemológico en cl campo de Ia educación, 97; Eliam Campos Barrantes: La concepción kelseniana de Ia justicia, 103; OTROS ARTÍCULOS: Jimmy Washburn: Discurso médico: fijación de realidades (11 Parte), 13 1; Ana Lucia Fonseca R.: Cosmologia y antinomia (Consideraciones sobre la primera antinomia kantiana), 141; CRÓNICA: Luis A. Camacho: Crónica general de Ia Asociación Costarricense de Filosofia (1958-2000), 155. ACTA PHILOSOPHICA - Semestrale, vol. 11 (2002), fasc. 1 - Gennaio/ Giugno: Editoriale : 11 significato di un centenario, 5; Studi: Enimanuele Morandi L'ambiente metafisico della sociologia: verità e scienza sociale, 7; Francesco Russo, La prassi delta libertà. Riflessioni antropologiche alia Ince degli insegnamenti dei Beato Josemaría Escrivã, 49; Juan José Sanguineti, Science, Metaphysics, Philosophy: In search of a distinction, 69; Note e commenti : Pierre-Antoine Belley, L'analogie de Ia connaissance par connaturalité chez Jacques Maritain, 93; Mariano Fazio, Chesterton: Ia filosofia dei asombro agradecido, 121; Graham J. McAleer, Airwar and Justice: Has Albert Camus a Contribution to Make to Catholic Teaching on War?, 143; Cronache di filosofia : Una nuova collana sulla filosofia dei Medioevo e dei Rinascimento (M. PÉREZ DE LABORDA), 153; Etica e política (M. D'AVENIA), 154; Vita accademica, 154; Bibliografia tematica : Opere recenti sulla filosofia morale di Alasdair Maclntyre (M. Revista Filosófica de Coimbra - n.° 22 (2002) pp. 483-498 Revista Filosófica de Coimbra 494 D'AVENIA), 159; Recensioni : Julia ANNAS, Platonic Ethics, Old and New (V Saucedo Torres), 169; Henri BERGSON, Il pensiero e il movente. Saggi e conferente (M.T. Russo), 172; Lourdes FLAMARIQUE, Schleiermacher: La filosofia frente al enigma del hornbre (F. Fernández Labastida) 174; Juan A. GARCÍA GONZÁLEZ, Teoria del conocimiento humano (A. Ducay), 177; Michele MARSONET (a cura di), Dorme e filosofia (M.T. Russo) 180; Sabino PALUMBIERI, L'uomo, questa meraviglia. Antropologia filosofica h Trattato sullu costituzione antropologia (F. Russo), 182; John F. WIPPEL, The Metaphysical Thought of Thonlas Aquinas. froco Finile Being to Uncreated Being (S.L. Brock), 185; Schede bibliografiche : Henri BERGSON, Educazione, cultura, scuolu (F. Russo),189; Mariano FAZIO, Un sentiero nel bosco. Guida al pensiero di Kierkegaard (F. Fernández Labastida), 190; Maria Carla GIAMMARCO RAZZANO, La vecchiaia di Solone. Età e política nella città greta (1. Yarza), 191; Michacl OBERHAUSEN (Hrsg.), Vernunftkritik und Aujkldrung. Studien zur Philosophie Kants und seroes Jahrhunderts (F. Fernández Labastida), 192. LES ÉTUDES PHILOSOPHIQUES - Avril/Juin 2002: Duns Scot au XVII siécle, 2. La cohérence des subtils; Sven K. Knebel, Entre logique mentaliste et metaphysique conceptualiste: Ia distinctio rationis ratiocinantis, 145; Jacob Schmutz: Du péché de l'ange à Ia liberté d'indifférence. Les sources angélologiques de I'antropologie moderne, 169; Olivier Boulnois: Le reforcement de Ia liberté d'indifférence et les polémiques anti-scotistes de Ia métaphysique moderne, 199; Résumés, 239; Analyses et comptes rendus, 241; Ouvrages reçus, 253. ISEGORÍA/25 (2001) - Revista de Filosofia Moral y Política - N.° 25 Diciembre 2001: SUMARIO: ARTÍCULOS: Las emociones y Ia explicación de Ia acción, por Olbeth Hansberg, 5; Sentimientos y teoría de Ia acción, por Carlos J. Moya, 19; La educación sentimental. O de Ia difícil cohabitación de razones y emociones por Fernando Broncano, 41; Emociones responsables, por Antonio Valdecantos, 63; Filantropía democrática y sentimientos morales, por Helena Béjar, 91; La existencia de lit ironía como ironia de Ia existencia. Una investigacion sobre el sentido, por José Luis Ramírez, 115; Ética y Estética (IX Conferencias Aranguren), por Eugenio Trías, 147; NOTAS Y DISCUSIONES: Antropología «compleja» de Ias emociones humanas, por Eugenia Ramírez Goicoechea,177; Los sentimientos morales de Ia «tristeza» china, por Zhengdao Ye, 201; Compasión, política y memoria. El sentimiento moral en Max I Horkheimer, por Juan J. Sánchez, 223; Ciencia privada, conocimiento público. Algunas determinantes de Ias controversias políticas en Ia era de Ia tecnociencia , por Jesús Veja Encabo, 247; Una sentencia justa para Josef K., por Sultana Wahnón, 263; Il retorno a Ia tierra natal, por Rhoda Henelde Abecassis, 281; TEXTOS Y DOCUMENTOS: Immanuel Kant contespp. 483- 498 Revista Filosófica de Cointhra - n ." 22 (2002) Ficheiro de revistas 495 tación a Ia pregunta ¿Qué es Ia ilustración? (versión castellana de Roberto R. Aramayo), 287; Kant y Ia Ilustración, por Roberto R. Aramayo, 293, CRÍTICA DE LIBROS: C. Castilla dei Pino, Teoria de los sentimientos (por Carlos Gómez), 311; J. Elster: Sobre Ias pasiones. Emoción, adicción y conducta humana, (Por David Teira), 314; Antonio R. Damasio, Thefeeling of what happens: body and emotion in the making of conscíousness (por Eduardo de Bustos), 315; Pascal Bruckner, La euforia perpetua. Sobre el deber de ser- feliz (por F. Rodríguez Genovés), 319; Avner Ben-Ner y Louis Putterman (comps.), Economics, Values and Organization (por Francisco Álvarez), 321; Roberto R. Aramayo , Immanuel Kant. La utopia moral como emancipación dei ajar (Por Javier Echeverría), 325; Juan Antonio Rivera, El gobierno de Ia fortuna (por Carlos Gómez Munoz), 328; Patricio Penalver, Argumento de Alteridad (La hipérbole metafísica de Emmanuel Lévinas) (por Alberto Sucasas), 332; A. Ibarra y T. Mormann (eds.), variedades de Ia representación en Ia ciencia y Ia filosofía (por Armando Menéndez Viso), 335; G. W. Leibniz, Sdmtliche Schriften und briefe (por Concha Roldán), 337; INFORMACIONES: En memoria de Pedro Laín Entralgo, 341; Pedro Laín: humanismo v reconciliación cultural, por Pedro Cerezo, 341; El Patriotismo de Pedro Laín, por Ignacio Sotelo, 346; El humanismo de Pedro Laín Entralgo, por Diego Grada, 351; Normas sobre originales, 358. DIÁLOGO FILOSÓFICO -Afio 17, Septiembre/Diciembre - 111/0 1: Presentación, 385; El estado de Ia cuestión : VALLESCAR PALANCA, D. DE: Coordenadas de Ia interculturalidad, 386; Reflexión y crítica : FORNET BETANCOURT R.: Supuestos, limites y alcances de la filosofía intercultural, 411; Rudo-CARRACEDO, J.: Problemas eu Ia universalización de los derechos humanos, 427; Ágora: BERTORELLO, A.: Ateísmo y narratividad en Heideggei; 455; LÓPEZ QUINTÁS, A.: La intimidad personal. Qué significa y cómo es posible, 473; Didáctica : LAGO BORNSTEIN, J.C.: Lafilosofía ante el reto de Ia multiculturalidad, 491; Informaciones : Acontecimientos, 512; Recuerdo de J.D. García Bacca (1901-1992) En el Centenario de su Nacimiento, (Roberto Aretxaga), Congreso Internacional; Centenario dei Nacimiento de J.D. García Bacca (Roberto Aretxaga); Próximas Reuniones y Congresos; Crítica de libros : 518; AA-VV.: Filosofía a y mística. (M. Díez Presa); GARCÍA MORENTE, M.: Lecciones preliminares de filosofa, (M. Díez Presa); D'AGOSTINO, Simone: Dell'atto ali 'azione. Blondel e Aristotele nel progetto de «L'ACTION». (1893) (Dei acto a Ia acción. Blondel y Aristóteles en el proyecto de «LA ACCIÓN»). (M. Díez Presa); Anthony KENNY, La metafísica de Ia mente. (Juan José Garcia Norro); AYALA MARTÍNEZ, Jorge M.: Pensadores aragoneses. Historia de Ias ideal filosóficas en Aragón. (Antonio Jiménez García); JIMÉNEZ MORENO, Luis: Gracián (1601-1658), (Jorge M. Ayala); SCHELER, Max: Ética. - Nuevo ensayo de fundamentación de un personalismo ético. (José M. Vegas); Noticias de libros, 539. Revi sta Filosófica de Coimbra - n.° 22 (2002) pp. 483-498 496 Revista Filosófica de Coimbra REVISTA PORTUGUESA DE PEDAGOGIA - 2000, Ano XXXIV - 1, 2 e 3: Nota introdutória, 7; Comportamentos anti-sociais: Unta introdução - António Castro Fonseca, 9; Substratos biológicos dos distúrbios do comportamento (DC) e do comportamento anti-social em crianças e adolescentes - McBurnett, K., Naguib, S. e Brown, K, 37; Comportamento anti -social persistente ao longo da vida e comportamento anti-social limitado à adolescência: seus preditores e suas etiologias - Terrie E. Moffitt e Avshalom Caspi, 65; Diferenças de género no coniportunlentu anti -social e nos problemas emocionais: Dados transversais e longitudinais - Simões. A., Fonseca, A. C. Formosinho, M. D., Rebelo, J. A., Ferreira, A. A. e Gregório, M. H. , 107; O desenvolvimento da crueldade para cone animais e humanos nas crianças - Mark R. Dadds e Cynthia M. Turner, 13 1; Por que são tão diferentes as crianças da mesma família? O ambiente não partilhado, unia década depois - Plomin, R., Asbury, K. e Dunn, J., 165; Bullies e delinquentes: Características pessoais e estilos parentais - Anna C. Baldry e David P. Farrington, 195; Violência nas escolas: Unia abordagem centrada na prevenção - Nicole Vettenburg, 223; Indisciplina, violência e delinquência na escola: Uma perspectiva pedagógica - Maria Teresa Estrela e João da Silva Amado, 249; Actitudes a figuras de autoridad y socializacion en adolescentes - Arrelia Díaz Martínez, 273; Distúrbios de aprendizagem em delinquentes juvenis: Investigação científica, projectos de tratamento e de prevenção na Holanda - Th. A. N. Doreleijers e C. Prins-Aardenia, 303; Retenção escolar precoce e comportamentos anti-sociais - Fonseca, A. C.; Taborda Simões, M. C. e Formosinho, M.D.), 323; Abandono escolar na adolescência: Factores comuns e trajectórias múltiplas Michel Janosz e Marc Le Blanc, 341; Efeitos do contexto escolar em crianças e adolescentes: Insucesso e comportamentos anti-sociais - Taborda Simões, M. C.; Formosinho, M. D. e Fonseca. A., 405; Comportamento anti-social e problemas emocionais : Dados de unia comparação entre alunos do ensino público e do ensino privado - Taborda Simões, M. C.; Fonseca. A. C.; Formosinho, M. D ; Rebelo, J. A. e Ferreira, A. G., 437; Prevenção do consumo de drogas e de comportamentos anti-sociais nos jovens: Uma proposta de intervenção em meio escolar - Jorge Negreiros, 455; Segregação e violência em uma escola brasileira - Luiz Alberto O. G. e Shirlei Rezende Sales do E. S., 469; A prevenção do comportamento anti-social - Tremblay, R. E.: LeMarquand, D. e Vitaro, F., 491; Educação para a Cidadania: Uni olhar Kohlberguiano - Orlando Lourenço, 555; Treino de capacidades de reciprocidade no tratamento dos distúrbios de comportamento de expressão exteriorizada na infância: Um estudo preliminar - Paula Barrett, 585; Disposições legais relativas ao comportamento inadaptado em escolas portuguesas: Apresentação com comentários - José Augusto da Silva Rebelo, 615; Equipa de interajuda entre professores: Análise do seu impacto nas competências sociais dos alunos - Royer, É.; Clave!, A.; Bitaudeua, I.; Maltais, N. e Gagnon, M., 627; Os problemas de comportamento na escola secúndaria: Avaliação de uni modelo de formação pragmática por acompanhamento de pp. 483- 498 Revista Filosófica de Coimbra -n.° 22 (2002) Ficheiro de revistas 497 professores - Manon Veillet e Égide Royer, 651 ; Norma e liberdade : Para uma compreensão dos seus pressupostos educativos - João Boavida, 673. ISEGORÍA - Revista de Filosofia Moral y Política - N.° 24, Junio 2001: ARTÍCULOS: El sentido olvidado dei patriotismo republicano, por Maurizio Viroli, 5; LQué derechos para Ias minorias culturales ?, por Michael Walzer, 15; Manifiesto nacionalista ( o hasta separatista , si me apuran ), por C. Ulises Moulines, 25; Tres espacios de Ia ciudadanía , por Ángel Rivero, 51; Sobre Ia democracia en el âmbito internacional , por Elena García Guitián , 77; Rousseau y Ia superación dei dilema iusnaturalismo - convencionalismo , por José Rubio Carracedo , 97; Los límites de Ia influencia de Carl Schmitt en Ia República de Weimar, por José Luis Villacanas , 115; NOTAS Y DISCUSIONES; Etnomanía vs. ciudadanía, por Fernando Savater, 131 ; Plurinacionalismo y estatalidad : el caso de Irlanda dei Norte, por Margaret Canovan , 137; Recursos cívicos en una sociedad liberal: versiones « densas» y «tenues » dei liberalismo , por Ronald Beiner, 155; Ciudadanía ecológica : ¿ una influencia desestabilizadora ?, por Andrew Dobson , 167; Liberalismo, participación política y pertenencia cultural , por Mariano C. Melero, 189; En torno a Ia identidad . La comunidad como trabajo, por José Barata-Moura, 199; LQué nos pueden ensefiar los estoicos sobre el valor de los valores?, por Osvaldo Guariglia , 205; Lo público y lo privado en Ia obra de Jean -Jacyucs Rousseau, por Fernando Calderón Quindós, 213; La antropologia moral de Ia igualdad, por Ángel Puyol, 223; CRÍTICA DE LIBROS: Albcrt Calsamiglia, Cuestiones de lealtad. Limites del liberalismo : corrupción , nacionalismo y multiculturalismo (por Julián Sauquillo ), 215; Fernando Savater, Perdonen Ias molestias (por Juan Antonio Rivera), 254; Ernest Gellner, Estado y nación (por Valeriano Esteban), 260; Bernard Lewis, Las identidades múltiples de Oriente Medio ( por Ángel Rivero), 267; Helena Béjar , El corazón de Ia república (por Fernando Rodríguez Genovés), 268; José Maria Rosales, Política cívica : La experiencia de Ia ciudadanía en Ia democracia liberal ( por José Calvo González ), 271; Quentin Skinner, Liberty before Liberalisin (por Elias J. Palti), 272; Eugenio Trías, Ética y condición humana (por Carlos Gómez), 278; Gerard Vilar, La razón insatisfecha (por M. Teresa López de Ia Vieja), 281; Arsenio Ginzo, Protestantismo y Filosofia. La recepción de Ia Reforma en lafilosofía alemana (por Antonio Rivera García), 284; Vicente Ramos Centeno , Razón, historia y verdad ( por Arsenio Ginzo ), 288; Paul Patton, Deleuze & The Political ( por Moisés Barroso ), 292; F. Bárcena y J.-C. Mèlich, La educación como acontecimiento ético ( Por Marta Tafalla ), 294; Germán Cano, Como un ángelfrío. Nietzsche y el cuidado de Ia libertad (por Salvador Mas), 296; INFORMACIONES: En memoria de Albert Calsamiglia, 299; Discurso de investidura de Adolfo Sánchez Vázquez como Doctor Honoris Causa por Ia Universidad Complutense, 301; Primer Congreso Iberoamericano de Filosofia de Ia Ciencia y Ia Tecnologia (Morelia, 25-29 de septiembre de 2000), 304; Congreso Internacional sobre «Ciencia , tecnología y bien común: Ia actualidad de Leibniz» Revista Filosófica de Coimbra - a.° 22 (2002 ) pp. 483-498 498 Revista Filosófica de Coimbra (Valencia, 21-23 de marzo de 2001), 307; Sociedad Espafiola Leibniz, 310; II Jornadas de Filosofia Moral y Política (diciembre de 2001), 310; Primer Congreso Iberoamericano de Ética y Filosofía Política (septiembre de 2002), 311; Normas sobre originales, 311. DIÁNOIA - Volumen XLVI - Número 47 - Noviembre 2001: ARTÍCULOS: Carlos Pereda - Historias y argumentos, 3-20; Susan 1 Haack - Viejo y nuevo pragmatismo, 21-59; Oscar Nudler, El Gran juego: de Sócrates a José K, 61-79; NOTAS Y DISCUSIONES: Luis Villoro, José Gaos y cl giro de la filosofia iberoamericana, 81-85; Gustavo Leyva, Comentarios a Categorías y autoconciencia en Kant de Pedro Stepanenko, 87-92; Efraín Lazos, Subjetividad y rcpresentación. Nota crítica de Categorías y autoconciencia en Kant de Pedro Stepanenko, 93-98; Isabel Cabrera, Categorías y autoconciencia en Kant de Pedro Stepanenko, 99-102; Pedro Stepanenko, Respuesta a los comentarios sobre Categorias y autoconciencia en Kant, 103-112; RESENAS BIBLIOGRÁFICAS: Esther Cohen, EI silencio del nonibre: interpretación y pensainiento judio, [Mauricio Pilatoswky], 113-116; Joseph Femia, The Machiavellian Legac's Essa+s in Italian Political Thought [Humberto Schettinol, 116-119; Juliana González, E] poder de eros. Fundamentos y valores de ética )' bioética [Paulette Dieterlen], 120-124; Friedrich Nietzsche. Escritos sobre retórica [Lizbeth Sagols], 124-128; Ana Rosa Pérez Ransanz, Kuhn ' el cambio científico [Ruy Pérez Tamayo], 128-133; RESÚMENES EN INGLÉS, 135-137. LES ÉTUDES PHILOSOPHIQUES - Octobre/Décembre 2001-4: Bergson et 1'idéalisme allemand: Jean-Louis Vieillard-Baron, Présentation, 417; Jean-Michel Le Lannou, L'anti-idéalisme de Bergson, 419; Monique Castillo L'obligation niorale: le débat de Bergson avec Kant, 439; Frédéric Worms, L'intelligence gagnée par l'intuition? La relation entre Bergson et Kant, 453; Jean-Christophe Goddard, Bergson: une lecture néo-platonicienne de Fichte, 465; Maël Lemoine; Remarques sur Ia métaphore de l'organisme en politique: les Principes de Ia philosophie du droit et Les deux Sources de Ia ntorale et de Ia religion, 479; Bernard Mabille, Eloges de lafluidité: Hegel, Bergson et Ia parole, 499; Jean-Louis Vieillard-Baron, Les paradoxes de l'éternité chez Hegel et Bergson, 517; Xavier Tilliette, Valcrio Verra (1928-2001), 531; Sébastien Charles, Du Parménide à Parménide, 535; Résumés, 553; Analyses et comptes rendus, 557; Ouvrages reçus, 563. pp. 483-498 Revista Filosúfica de Coimbra - a.° 22 (2002) ÍNDICE 2002 Artigos Alexandre Costa - Como e por que sobrevivem os pré-socráticos - Os exemplos de Empédocles e Heraclito ................................ 163 Cristóvão da Silva Marinheiro -A retórica do Visual na Física Cartesiana ..................................................................................... 447 Edmundo Balsemão Pires - «Um perfume de insolação protege o que vai eclodir ». De Hegel até ao futuro .................................. 81 Fernanda Bernardo -A Ética da Hospitalidade, segundo J. Derrida, ou o porvir do cosmopolitismo por vir a propósito das cidades-refúgio, reinventar a cidadania (II) ........................................... 421 Helder Gomes - Arte, experimentação e vanguarda no pensamento de Jean-François Lyotard ............................................................ 129 Mário Santiago de Carvalho - Filosofar na Época de Palestrina. Uma introdução à psicologia filosófica dos 'Comentários a Aristóteles ' do Colégio das Artes de Coimbra .......................... 421 Miguel Baptista Pereira - Meditação filosófica e medicina ......... - Precisão Científico-Técnica e Filosofia ................................ 3 343 Estudos José Reis - O tempo em Bergson .................................................... 179 Crónica ........................................ ........................................................ 467 Nota de Leitura ............................................................................. ..... 319 Notícia ......... ........................................................................................ 327 Ficheiro de Revistas ........................................................................... 483 Recensões ..................................................................................... 329, 473 ISSN 0872-0851 Revista Filosófica de Coimbra Publicação semestral do Instituto de Estudos Filosóficos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Director: Edmundo Balsemão Pires Coordenação Redactorial: António Manuel Martins e Luísa Portocarrero F. Silva Conselho de Redacção: Alexandre F. O. Morujão, Alexandre F. de Sã, Alfredo Reis, Amândio A. Coxito, Anselmo Borges, António Manuel Martins, António Pedro Pita, Diogo Falcão Ferrer, Edmundo Balsemão Pires, Fernanda Bernardo, Francisco Vieira Jordão t, Henrique Jales Ribeiro, João Ascenso André, Joaquim das Neves Vicente, José Encarnação Reis, José M. Cruz Pontes, Luís A. F. C. Umbelino, Luísa Portocarrero F. Silva, Marina Ramos Themudo, Mário Santiago de Carvalho, Miguel Baptista Pereira Capa: Ana Rosa Assunção As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos Autores Toda a colaboração é solicitada Distribuição e assinaturas: Fundação Eng. António de Almeida Rua Tenente Valadim, 331 P-4100 Porto Tel. 226067418; Fax 226004314 Redacção: Revista Filosófica de Coimbra Instituto de Estudos Filosóficos Faculdade de Letras P-3000-447 Coimbra Tel. 239859900; Fax 239836733 E-Mail: [email protected] Preço ( IVA incluído): Assinatura anual : Número avulso: 19,95 € (Portugal) 10,97 € (Portugal) • • 27,43 € (Estrangeiro) 14,96 € (Estrangeiro) REVISTA PATROCINADA PELA FUNDAÇÃO ENG. ANTÓNIO DE ALMEIDA Execução gráfica da TIPOGRAFIA LOUSANENSE, LDA. Depósito legal n.° 51135/92