ESPECIAL Mare su de t lent s Por Cadu Xavier. Talento! O nosso amigo dicionário define talento como um conjunto de aptidões, sejam elas naturais ou adquiridas. Como adjetivo, pode significar que aquela pessoa é inteli inteligente, competente, criativa ou possui “agudeza de espírito”. Quando falamos que alguém tem talento, com certeza, porque ele se sobressai em alguma atividade. Mas, antigaé po ment mente, para os gregos, talento era uma medida de peso. Um talent talento equivalia a cerca de 26kg. Ou ainda, talento era uma moed moeda: um talento de ouro ou de prata. Muitas vezes, as pessoas utilizam o seu talento profissionalm nalmente. Outras, como hobby. Alguns, inclusive, acabam fazendo do hhobby uma profissão. E, assim, em todos os lugares encontramos talentos. Pessoas que se destacam nas suas atividades. Na Sumaré não podia ser diferente. Muitos dos nossos alun alunos possuem talentos. Alguns adquiridos, outros naturais. Algu Alguns são conhecidos, outros timidamente ocultam os talent ntos por detrás das carteiras nas salas de aul talentos aula. Por isso, conh eça agora, um pouco dos nossos inúmeros ta conheça talentos... ESTRELAS ES Juliane, Éder, É Ricardo Daniel e Titina Da 34 Gabriel Viana teve o seu primeiro contato com a música em casa, ainda quando era criança. Segundo ele, o grande culpado dessa iniciação musical foi o avô materno. “Ele era de Pernambuco, tocava trombone e outros instrumentos na Sinfônica de lá”. Gabriel lembra ainda que seu avô gostaria que alguém da família continuasse na área. “Agora, acho que ele ficaria orgulhoso dos netos”. Ele, que chegou a tocar com seu irmão num bar, “bem tímido, escondido lá no fundo”, estreou como solo e, algum tempo depois, resolveu montar uma banda com grandes amigos. “Vamos fazer algo diferente, algo que não seja comparado com nenhum outro cantor ou grupo”. Assim nasceu a Banda Al’ son. Com Lucas Moreira (produtor e baixista) e Diego Mello (guitarrista e vocal), Gabriel conta como surgiu o nome da banda: “queríamos algo fácil, simples e criativo, mas que tivesse um significado especial: som da alma”. O que eles tocam? Uma mistura de estilos: pop, rock, MPB... Viana começou o curso de Letras (Inglês) em outra faculdade, mas, mudou para a Sumaré para fazer Letras (Espanhol). “Tenho contato há mais tempo com o espanhol. Tenho familiares que moram em países latinos. Inclusive, sou professor em uma escola de idiomas em Pirituba”. Sobre os horários diferenciados oferecidos pela Sumaré, Gabriel vê uma vantagem: “sempre encontro um ambiente tranquilo na faculdade”. Gabriel ama o autor Pablo Neruda e nele, se inspira. Como aluno, afirma que as aulas o ajudam a ser mais criativo na produção das músicas em espanhol para o grupo. “Os professores me ajudam e me inspiram para compor, seja passando vocabulário ou trazendo poesias pra sala de aula”. Tatiana Damasceno teve seu primeiro contato com o teatro aos 12 anos. Alguns anos depois, ao participar de uma oficina do projeto “Teatro Vocacional”, teve a certeza de que era isso que queria para sua vida, queria fazer das artes cênicas sua profissão. Continuando na estrada, fez um curso técnico em artes dramáticas e tirou o DRT para poder atuar profissionalmente. Atualmente, é artista-orientadora, “leciono teatro para o ensino infantil e fundamental em dois colégios particulares da zona oeste”, explica Tatiane. Seu grande desejo é trabalhar com teatro infantil: “gosto de trabalhar com crianças, preciso saber lidar com quem estou trabalhando”. Por isso, decidiu fazer Pedagogia. Com a agenda repleta de compromissos, ensaios e apresentações, escolheu a Sumaré para poder conciliar os horários: “posso ter as sextas livres para trabalhar com teatro”. Tatiana relata que ainda há preconceito com relação à arte. “Muitas pessoas dizem que ser ator não é profissão! Também imaginam que só é ator quem aparece na Globo. Essas pessoas acham que teatro é apenas hobby ou passatempo”. Quando criança, seus pais não queriam que ela fizesse teatro. Achavam perda de tempo. “Tinha que implorar para eles me levarem nas aulas e apresentações. Hoje, já encaram diferentemente”. Até na rede escolar em que leciona encontra certo preconceito. Alguns familiares de alunos dizem que a aula não tem motivo para existir. Mas, não percebem que, por exemplo, uma tarefa como imitar o som e os gestos dos animais faz com o que pequenos alunos, de 4 a 5 anos, trabalhem todo o corpo e a mente. Se incluírem os ARTISTA-ORIENTADORA pais nesta “brincadeira”, é Tatiana Damasceno possível trabalhar também com a interação e a vivência familiar. “Atuar em uma escola, onde o teatro é uma disciplina obrigatória, é totalmente diferente de conduzir um grupo de teatro, onde todos estão ali por interesse”, afirma Tatiane que, aos finais de semana, coloca um nariz vermelho no rosto e vai alegrar crianças em festas e eventos infantis. Para a aluna da Sumaré, “a arte é liberdade e a vida está rodeada de arte”. Ricardo Caitano afirma que se a música for boa, ele escuta sem problemas. “Mas é claro que o rock é meu gênero preferido. Minhas bandas preferidas são Red Hot, U2 e The Killers. Das bandas brasileiras, gosto de Charlie Brown Jr, Titãs e Raimundos”. 35 “Começamos a tocar por hobby, mas agora temos a intenção de profissionalizar” Ele faz Administração na Sumaré. “Comecei o curso de Rádio e TV em outra instituição, mas como já trabalhava na área administrativa, resolvi mudar”. Ele conheceu a Sumaré por meio da sua irmã, Elaine. “Ela fez RH na Sumaré e sempre me falou muito bem da faculdade”. Mas, não foi sua irmã que o apresentou para a música. Aliás, ninguém da sua família possui uma veia musical. Segundo ele, tudo começou em 2004, quando começou a tocar com alguns amigos da escola, lá em Osasco. “Estávamos todos no colegial e a influência musical estava em alta depois de uma feira cultural organizada na escola. Decidimos então montar uma banda e participar da feira e fazer shows. Como foi algo muito prazeroso, continuamos fazendo isso até hoje”, conta Ricardo sobre o nascimento da banda U’s Gardenau. Ricardo toca baixo, Daniel 3D é o vocalista, Nuno arrasa na batera, Claudiney e Rei mandam muito com as guitarras. Essa é a formação do grupo, que toca em festas, feiras, casamentos, baladas... Não satisfeitos com a agenda, querem crescer cada vez mais. “Claro que começamos a tocar por hobby, mas agora temos a intenção de profissionalizar”, explica Ricardo, que com o curso de ADM, considera que ajuda a banda a caminhar neste sentido, assim como todos na banda. Desde o começo tivemos muita força de vontade e aos poucos fomos crescendo e hoje continuamos trabalhando bastante para que um dia possamos ser conhecidos pelo nosso som e nossas letras. Evoluir sempre, desistir nunca”. Eder Santos Junior tem apenas 23 anos. É aluno de Marketing da Sumaré. Sua altura não nega sua paixão, o basquete. Porém, ele nunca pensava que seria um grande jogador. “Quando tinha 13 anos, minha prima mais velha viu um cartaz anunciando a seleção de garotos para o time de basquete do Palestra Itália e me chamou para fazer o teste”. Com sua prima Gisele, foi fazer o teste. “No primeiro dia eu errei vários passes, deixei a bola cair. Foi horrível! Estava nervoso e com aquele monte de gente me olhando”, relembra Eder, que se surpreendeu com o resultado: “voltei para casa sorridente, achando que era um jogador de basquete”. No segundo dia de teste, ele foi pior ainda. O final não podia ser diferente: foi dispensado. Porém, quando estava saindo do clube, o auxiliar técnico pediu para esperar, pois queria conversar com ele. Algumas horas depois, o técnico veio falar com ele: “vou te falar a verdade, você é horrível jogando. Ou melhor, não sabe jogar! Mas, tem um porte de atleta e queremos investir em você, topa? Você não vai jogar no time, mas será um federado e poderá treinar”. Eder, como criança que era, e como corinthiano que ainda é, tinha apenas uma pergunta: “vou ganhar uniforme?”. 36 Como a resposta foi positiva, ele topou. Foram seis meses treinando com a federação até se tornar titular. Com a nova responsabilidade, recebeu o seguinte conselho: “não se deixe iludir por propostas e nunca se esqueça de onde você veio”. É possível ver nos olhos de Eder a gratidão e o carinho que guarda pelo time e pelo treinador que o acolheu como um pai. “Ninguém chega a lugar nenhum sozinho. Se hoje sou o que sou, é porque lá atrás, eles me ajudaram”. Ficou por mais de cinco anos no time. De lá, passou pelo time do Clube Esperia, jogou em campeonatos estaduais em Suzano, participou de campeonatos no Rio de Janeiro, com amigos, montou seu próprio time (o Fusion) e, agora, recebeu o convite para participar de um campeonato fora do Brasil, que é organizado pela Red Bull. É uma disputa de 1 contra 1, “meia quadra, dois jogadores e quem fizer mais cestas leva”, explica como se fosse a coisa mais simples do mundo. No total, 64 pessoas foram selecionadas para participar. A fase final será em Alcatraz, nos Estados Unidos. Ele, que mora no Jaçanã, diz que sempre foi mais alto do que a média dos seus amigos. “Muitos perguntam se eu jogo. Mas acho que altura não tem nada a ver, joguei com caras que tinham 1,60m”. Sobre a altura, comenta que teve que aprender a “THE” FLASH Éder Santos Junior ser mais rápido do que os amigos “encorpados e mais baixos”. Por isso, seu apelido no esporte ficou “flash”. O Basquete abriu muitas portas na vida de Eder, inclusive para o seu amor. Durante o intervalo de um jogo, conheceu a mulher de sua vida, Mirella Santos, mãe de seus dois filhos: Caio, 4 anos, e Caíque, 2 anos. Antes de entrar no curso de Marketing da Sumaré, Eder fez Filosofia. “Dizem que eu sou o jogador de basquete mais complexo que existe, pois não faço o tipo que só escuta rap, anda com a calça abaixada. Curto ler Machado, escutar Bossa Nova e amo a Elis Regina”, explica ele, que, pelo papo, mostra que tem uma mente muito aberta e é um cara eclético. Como trabalhou em Call Center, decidiu fazer Marketing. “Admiro muito estes profissionais, pois eles precisam ter muita criatividade para pensar ações micro e macro”. Sobre a Sumaré, NOS BASTIDORES Leonam Tadeu “posso ter as sextas livres para trabalhar com teatro”. “foi uma opção prazerosa por causa dos horários. Consigo estudar, trabalhar e jogar”. Ele conta que já chamou três amigos para mudar para a Sumaré, devido à qualidade dos professores “que entendem os alunos e, além de terem uma boa formação, atuam na área e possuem muita experiência no mercado de trabalho”. Mas, a sua maior atração na sala de aula, é sua noiva! Mirella estuda com ele, na mesma sala. “Às vezes, nos trabalhos em grupo, começamos a discutir e é engraçado, pois os demais integrantes não interferem, pois em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Além de aluno da Sumaré, jogador de basquete, trabalhador, filósofo, sua principal atuação é a de ser pai! Seu filho mais velho vai começar a fazer basquete no próximo ano. “Não quero forçá-lo a nada, mas como diz a mãe: o olho dele brilha quando me assiste jogar. Logicamente que, desde pequeno, ele sempre teve contato com o basquete e não com o futebol”. O pai coruja diz que, independentemente do que o filho for, vai querer acompanhar e dar total apoio. Mas, se ele for jogador de basquete e “jogar 100 vezes, eu vou assisti-lo 101 vezes”. Leonam Tadeu Pereira Santos é aluno de ADM da Sumaré. Escolheu fazer o curso na unidade Bom Retiro, centro de São Paulo, onde administra uma Companhia de Dança, a RC. Mas, a grande ideia do grupo nasceu com seu irmão Aruam Galileu, dançarino, e com a Kathylene Mendes. Juntos, resolveram criar um grupo de dança no centro da cidade, com a intenção de fazer “Renascer o Centro” (por isso, RC). Há dois anos, formam pessoas do centro para a dança. Os irmãos, que cresceram no centro, são filhos de uma mãe que sempre os incentivaram. “Ela faz ginástica na academia e nossa irmã faz ginástica artística. Ou seja, em casa, todo mundo tem esse sangue artístico e atlético nas veias”. Por isso, nunca sofreram preconceito ou restrições para investir na área. Aruam e Kathy ficam responsáveis pela roteirização, coreografia e produção. Leonam fica com a parte “Lógico que, às vezes, rola um comentário sobre trabalhar de verdade” administrativa do grupo: “eu agendo o teatro, negocio as datas, cuido da divulgação, espaço para ensaio e toda parte burocrática”, explica seu trabalho. Por isso, para fazer melhor o seu papel, procurou um curso superior. Assim como a RC, a unidade Bom Retiro também fica no centro de São Paulo. E lá, poderia aperfeiçoar sua atuação com o grupo. É importante lembrar que este trabalho é voluntário. O grupo, que existe há dois anos, possui 18 pessoas que se distribuem nas apresentações de jazz contemporâneo, moderno, ballet clássico, expressão corporal, entre outras modalidades de dança. 37 Danilo, ou melhor, Dan Machado é conhecido na sala de aula como Pavarotti. Não que sua aparência seja a mesma que a do Luciano, mas porque Dan possui uma voz incrível. “Sempre me perguntam se sou locutor. Dizem que com a voz que eu tenho, é impossível não fazer algo com ela”. Embora seja locutor com registro profissional e tudo, o que chama a atenção é sua atuação musical como tenor. Isso mesmo, tenor. Para ele, tudo começou com o seu avô, que compunha boleros e cordéis. “Quando criança, ele me ensinava a cantar com ele. Essa era nossa brincadeira”. Então, desde pequeno foi apaixonado pela música. Porém, a música clássica em sua vida é um mistério. “Meus pais até hoje se perguntam de onde veio essa paixão, pois ninguém da família escutava esse tipo de música”. Mesmo assim, a música era um hobby. Só aos 14 anos, quando entrou numa escola de música, é que Dan percebeu que a coisa ficou séria e que ela poderia ser sua profissão. Em uma das apresentações conheceu a cantora Liriel. A partir daí, partiu para o italiano. “Eu não conheço a língua, mas sempre fui fã da Laura Pausini”. Dan começou a trabalhar com 16 anos em um escritório. Por este motivo, começou o curso de Administração, mas não achou a sua cara. Os pais, no início, não eram muito favoráveis à carreira musical, agora, com os eventos, começam a entender melhor. Seu pai tem um estúdio em Curitiba, que, inclusive, agora, vai começar a produzir o filho. Além do estúdio do pai, Dan conta com uma assessora, sua colega de sala, Márcia. Márcia queria ser biomédica, mas achou mais viável fazer marketing. “Ser assessora do Dan foi uma consequência, fruto da nossa amizade durante as aulas”. Dan conta que um dia ela foi ver o show em Curitiba. “Lá, ela foi tão prestativa e ajudou tanto que eu não via outra pessoa para estar ao me lado”. “A música é um ramo difícil, especialmente para quem quer seguir carreira com a música clássica, pois tem um público muito mais privado, ainda mais no Brasil”, desabafa Dan. Por isso, toca Pop Rock com a irmã (que toca violão) e agora está fazendo Marketing na Sumaré. Dan, quando canta, realiza-se, sente-se livre. Para aqueles que querem conciliar o talento com os estudos ou trabalho, ele indica muito esforço: “força de vontade e determinação! Quando você gosta do que faz, se sente mais motivado para enfrentar o que vier pela frente”. Marcia Cristina é carioca, mas, em 1996, veio para São Paulo. Ainda no Rio, quando tinha apenas três anos, seu irmão lhe deu um apelido, que anos depois, viria a ser seu nome artístico: Titina. Com o casamento, ganhou o sobrenome: Corso. Titina Corso, como é conhecida, é casada com Luiz Fernando Rocha Corso e tem duas filhas: Isabel Cristina e Ana Cristina. A primeira das “Cristinas” é turismóloga, mas agora se especializa em design de interiores. A segunda é fotógrafa e possui uma banda. Ambas, herdaram a veia 38 artística da mãe, que por sua vez, herdou do avô paterno. Ela não chegou a conhecê-lo, pois ele morreu quando ela tinha apenas três anos. “Ele era pernambucano, mas se mudou para o Rio, onde tinha um comércio e trabalhava também como letrista e fazia douramento de casas e obras. Vi muita coisa que ele produziu”. Mas, como a sua família era tradicionalmente militar, não teve muita opção de se dedicar a arte como seu avô, pois “naquela época, artistas eram considerados hippies ou revolucionários, por isso, a minha única opção era tê-la como hobby”. Por isso, encontrou o turismo como ferramenta ideal para bancar seus estudos de arte. Além disso, poderia viajar pelo mundo. Conheceu inúmeros países, nos quais fazia cursos, visitava museus, conhecia artistas. Isso abriu muitas portas na sua vida. Só resolveu deixar o turismo e se entregar à sua paixão quando teve suas filhas. “Trabalhando com a arte, pude criá-las no ateliê comigo”. Sobre o maridão, que agora também é aluno da Sumaré, de Gestão Financeira, Titina enche os olhos de lágrimas: “ele que é de uma área totalmente diferente, com um pensamento mais exato e lógico, sempre deixou eu me expressar”. ARTISTA Marcia “Titina” Corso Ela, que fez uma obra inspirada em seu marido, o quadro “só Cristo”, ficou na Administração do Vaticano, onde fez sua primeira exposição internacional. Esta exposição abriu portas para expor em outros países, como França, Portugal e África do Sul. Neste último, expôs num museu ao lado da casa de Nelson Mandela e fez seu contato com a educação e com as diferenças sociais gritantes. Aprendeu que o artista africano é criativo com o que não tem e, por isso, “a arte africana é muito rica em detalhes”. Um artista plástico africano, seu amigo, que atualmente mora no Rio de Janeiro, ajudou-lhe nos momentos de crise que todo artista passa. “Ele me dizia que eu estava na encubação, que é quando as sementes brotam. Por isso, hoje carrego como lição de vida: onde Deus nos semear, é preciso florescer”. Ao se dedicar à arte, Titina resolveu trabalhar com a construção de brinquedos. Para isso, precisava de conhecimentos pedagógicos. Fez cursos, estudou pensadores e entrou para a Sumaré. Com o curso, poderia travar melhor diálogo com seus alunos e agregar conhecimento na criação dos brinquedos.“Pedagogia e arte estão juntas”, diz Titina, que completa: “dar aula é uma arte; e para fazer arte, é preciso ter uma filosofia de vida, disciplina e didática”. Ela, que sempre se mostrou humilde, ainda diz: “eu apenas juntei os dois”. A escolha pela Sumaré se deu em uma palestra com o Mario Sérgio Cortela [filósofo brasileiro, mestre e doutor em Educação, ex-secretário da Educação de São Paulo]: “ele indicou a Sumaré como uma excelente faculdade para o curso de Pedagogia”. Titina, agora pedagoga formada pela Sumaré, concorda e acrescenta: “aprender a carreira de docente com professores que amam o que fazem foi essencial para que houvesse transferência de conhecimento”. Agora, Titina é aluna de Pós-Graduação da Sumaré. Juliane Santos Gutierrez, 22 anos, cursa o segundo semestre de Secretariado Executivo Bilíngue, no horário especial, na Unidade Sumaré. Ao iniciar a conversa, percebe-se o quanto Juliane é comunicativa, amigável e deixa transparecer a paixão pelo curso. Ela é cover de Lady Gaga, Adele e Amy Whinehouse. Já teve banda de rock, mas está em uma fase mais tranquila. Com uma amiga, canta música popular brasileira e sertanejo. Juntas, formam uma dupla e fazem apresentações em festas, formaturas e casamentos. Começou a cantar aos 16 anos, quando formou uma banda para concorrer a um concurso na escola. Para a tristeza da banda, não foi possível continuar, pois a escola não dispunha de verba. Mas, surgiram oportunidades de se apresentarem e também participaram de outras competições. Como vocalista, era a única mulher da banda de rock. Por isso, conta que sofreu preconceito: “as pessoas não estavam acostumadas a verem mulheres no rock”. Inclusive, perdeu namorados, até mesmo porque todo esforço realizado era em torno da banda, que chegou a gravar um demo e compor 15 músicas. Em 2010, depois de três anos da criação da banda, por desentendimentos internos, o fim foi inevitável. Juliane continuou sua vida, mas se apresentando esporadicamente. Quando entrou para a Sumaré, estava desconfortável e “Um dia vou me dedicar inteiramente à música, mas, no momento, quero concluir o curso e ser uma profissional de sucesso” ROCK N' ROLL Juliane Santos Gutierres temerosa pela decisão que tinha tomado. Mas, durante a primeira aula, teve certeza de que havia escolhido a profissão correta. Ela define que, naquele momento, “sentiu-se inspirada depois de ouvir os demais alunos falarem de suas expectativas”. Quando fala do curso de Secretariado dá para notar o quanto tem orgulho. “Um dia vou me dedicar inteiramente à música, mas, no momento, quero concluir o curso e ser uma profissional de sucesso”. Quando a profissão lhe conceder estabilidade financeira e conquistas materiais, o plano é mudar para uma cidade do interior de São Paulo e se dedicar à música, que é seu hobby. Para quem também gosta de música e quer fazer dela seu trabalho, Juliane aconselha “ser sincero consigo! Saber se canta bem e se tem voz é a primeira questão a ser observada”. Depois, definir se quer canto lírico ou popular. “Tem que gostar do que se dispôs a fazer e saber de tudo um pouco. Além disso, é preciso cuidar da voz e da alimentação, manter-se sempre muito bem hidratado”. 39 “Ainda não encontrei uma academia para continuar treinando. É muito fácil achar professores picaretas. Dar socos todo mundo sabe, mas um que entenda o que são as artes marciais é difícil” Daniel Souto começou a treinar karatê aos 15 anos. “Meu primo me chamou para fazer aulas com ele, como recreação mesmo. Começamos. Depois de um tempo, ele parou e eu continuei”. Isso aconteceu quando foi morar em Itupeva, no interior de São Paulo. Mesmo enfrentando dificuldades para pagar, recebeu incentivos do sansei para continuar na luta, que segundo ele, “é mais que força, é rapidez, agilidade e eficácia nos movimentos. O karatê pra mim é mais que um esporte, é uma filosofia de vida”. Inclusive, foi o esporte que o ajudou a manter-se firme nos estudos, pois para competir, tinha que ter boas notas na escola. Como atleta, foi medalhista de vários campeonatos, como na 6ª Copa de Karatê Dojo Sport Vencer, na Copa Indaiatuba de Karatê Selt e no Campeonato Nacional de Karatê Goju-Ryu. Infelizmente, quando mudou para São Paulo, perdeu o contato com o karatê. Atualmente é casado com Rosana e tem uma filha, Chantal, de apenas 5 anos. Sua esposa, que é mais velha, possui outros dois filhos, Suzanna (12) e Lukha (10). Todos moram juntos na mesma casa. O Lukha já teve experiências com o karatê. Chegou a treinar por um tempo, mas devido à distância e o horário, não continuou. “Até hoje lamentamos não podermos seguir com os treinamentos”. Nosso aluno do curso de História conta que o corpo docente da Sumaré chamou a sua atenção: “percebo que os professores de outras instituições são muito mais teóricos do que práticos! Na Sumaré é o contrário. O curso é bem amarrado”. Ele, que inicialmente gostaria de fazer jornalismo, agora pretende começar geografia, também na Sumaré, quem sabe, cursar os dois ao mesmo tempo. Sobre o Projeto Pedagógico Interdisciplinar (PPI), que a Sumaré oferece para auxiliar os alunos na produção acadêmica, Daniel diz que aprendeu muito a trabalhar em grupo: “como estou acostumado a praticar um esporte individual, que depende apenas do meu desempenho, com o PPI pude treinar o trabalho em equipe”. Ele pretende ser um professor de karatê, assim, poderá unir um grande prazer com um meio alternativo de ajudar na renda familiar. E para quem está procurando praticar algum tipo de luta, Daniel indica: “procure um local que não se preocupe só no seu bem estar físico e corporal, busque algum lugar que entenda o verdadeiro espírito da luta, que não é violência, e utilize-a para aliviar o estresse do dia a dia e meditar sobre a vida”. Lucas Tenorio começou na carreira musical aos 12 anos. “Eu iniciei as aulas teóricas de música para tocar saxofone, mas acabei tocando trompete. Só em 2007, aos 16, comecei com uma bateria meio velha, que tinha em casa. Aos poucos, fui aprendendo a tocar sozinho, apenas com algumas dicas do meu pai”, relembra. Além do pai, que ensinou as primeiras batidas e técnicas na bateria, Lucas conta que existe uma linha bem extensa de músicos na família, como o irmão, alguns primos e tios e, também, sua avó. Inclusive, ele começou sua carreira tocando em uma banda com o seu irmão e um amigo em comum. “Éramos um trio que botava pra quebrar. Num show, recebi o convite para entrar como baterista na Q2. Fiz os testes. Gostaram. Estamos juntos até hoje”. FILOSOFIA DE VIDA Daniel Souto 40 Com a Banda Q2, o baterista conta que começaram a ser reconhecidos depois de participarem de um festival de bandas de uma rádio. Com isso, sentiram a necessidade de gravarem suas próprias músicas. “Em 2010, gravamos nosso primeiro DEMO (versão de demonstração), que em 2011 virou o primeiro EP (ExtendedPlay: gravação de duas a oito faixas, com duração de três a 40 minutos), só que com melhor qualidade”. Com esse passo e com a divulgação das músicas, “começaram a surgir convites pela internet, telefone e até pelos correios”, conta. CONFIRA OUTROS TALENTOS NO NOSSO BLOG www.sumare.edu.br/blog “O curso de Eventos da Sumaré já vem ajudando e muito sobre como planejar um show, por exemplo. E, também, como faço e qual o caminho a seguir pra poder conquistar um público e estruturar uma banda sem dores de cabeça maiores” Com isso, a banda ganhou destaque suficiente para tocar em shows renomados, como no da banda CPM22. Lucas gosta muito de rock’n’roll, “abrangendo muitos de seus subgêneros, que vai desde um bom e velho Blues, Jazz, passando pelo Metal até chegar no Pop-Rock, Hardcore e, também, estilos novos, como Metalcore, Screamo, Post-Hardcore e muitas bandas Cristãs/Gospel de rock em geral”, explica. “Embora não seja preconceituoso, só não gosto do funk carioca”. Ele critica o mercado musical brasileiro. Acredita que é um mercado muito ganancioso e só para quem tem dinheiro, “e diga-se de passagem, só quem tem muito dinheiro”, consegue lançar sua banda e torná-la conhecida. Lucas decidiu fazer faculdade porque busca sempre o conhecimento. Para ele, estudar e tocar na banda é algo natural. Mas, para quem não quer fazer uma coisa e defasar na outra, a dica é “separar o tempo pra cada coisa, reservar o tempo pra estudar, primeiramente, e depois, com o tempo que sobrar, se dedicar ao talento! Aproveitar”. A música para Lucas é, primeiramente, liberdade. “É meu refúgio para muitas coisas. Enquanto uns buscam sua vontade de viver, sua fuga interior mental e emocional com drogas, eu busco a paz e essas coisas apenas tocando bateria, que foi a melhor coisa que podia ter acontecido na minha vida”. Depois, a hipótese de ganhar dinheiro com ela, é como dizia Confúcio, “um grande pensador e filósofo chinês que eu admiro: “escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida. Essa é a prova máxima do tanto que eu gosto e aprecio a música”. 41