A revolta

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CONFLITOS DA ERA
IMPERIALISTA
GUERRA DOS BOXERS
LEVANTE DOS BOXERS
Levante, Rebelião ou Guerra dos Boxers (1899-1900) - chamada também de Movimento Yijetuan - foi o movimento
popular antiocidental e anti-cristião na China.
Em Agosto de 1900, no auge da revolta, tinham sido mortos mais de 230 estrangeiros e milhares de chineses cristãos
por um número desconhecido de rebeldes e simpatizantes. A sociedade secreta de Righteous and Harmonious Fists,
que se opunha à expansão estrangeira e à corte Manchu, sustentava que com treino (incluindo o ritual do boxe), seus
membros poderiam tornar-se imunes a balas.
Boxers em Tianjin
O movimento começou na província de Shandong, e tinha suas raízes na pobreza rural e no desemprego, cuja
responsabilidade era atribuída às importações do Ocidente. Atacaram as missôes, os estabelecimentos estrangeiros e
cortaram as linhas telefônicas e vias férreas. Impelido em direção ao oeste, missionários, chineses e cristãos, além do
povo que possuía bens estrangeiros, foram atacados também. O movimento foi apoiado pela imperatriz Cixi (Tseu-Hi)
e alguns governadores de províncias. Em 1900 os boxers cercaram os legados estrangeiros em Beijing por dois
meses.
Tropas Estrangeiras na
Cidade Proibida durante a Rebelião dos Boxers.
Um Boxer
Para sufocar a rebelião, organizou-se uma internacional colonialista, uma tropa composta de 20 mil soldados (russos,
americanos, ingleses, franceses, japoneses e alemães). Ela foi enviada para ocupar a sede imperial, onde penetrou em
14 de agosto de 1900, rendendo, ocupando e saqueando a capital. Cixi e o imperador fugiram disfarçados.
Página de assinaturas do Protocolo Boxer
As forças estrangeiras lançaram ataques punitivos na região de Beijing e negociaram pesadas reparações no Protocolo
Boxer (1901). A monarquia salvou-se aceitando a liquidação das sociedaes secretas, o pagamento de uma indenização
de guerra e a proibição de importar armas.
A Guerra dos Boxers
Depois dessa aberta e brutal intervenção militar, o outrora orgulhoso Império Celestial definitivamente tornara-se a
"colônia de todas as metrópoles". Para infamar ainda mais as autoridades do império, os colonialistas obrigaram a que
fossem chineses os carrascos que executaram as sentenças de morte dos principais líderes da rebelião. O levante fez
com que aumentasse a interferência estrangeira na China, e logo diminuísse a autoridade da dinastia Qing.
REVOLTA DOS SIPAIOS
A revolta dos sipais (ou cipais, ou sipaios, ou cipaios)[1] de 1857 foi um
período prolongado de levantes armados e rebeliões na Índia setentrional e central
contra a ocupação britânica daquela porção do subcontinente. Pequenos incidentes de
descontentamento em janeiro, envolvendo incêndios criminosos em acantonamentos,
foram os precursores da rebelião. Posteriormente, uma revolta em grande escala estalou
em maio e tornou-se uma guerra aberta nas regiões afetadas. O conflito causou o fim do
governo da Companhia Britânica das Índias Orientais e o início da administração direta
de grande parte do território indiano pela coroa britânica (Raj britânico) pelos noventa
anos seguintes, embora alguns Estados (chamados coletivamente de "Estados
principescos") mantivessem uma independência nominal e continuassem a ser
governados pelos respectivos marajás, rajás, nababos etc.
Alguns dentre os modernos indianos consideram a revolta dos sipais o primeiro
movimento de independência de seu país.
Estados indianos durante a revolta.
A revolta não se limitou a unidades militares locais. O descontentamento na Índia tinha
origem na campanha de ocidentalização imposta pela Companhia Britânica das Índias
Orientais. Entre as razões do descontentamento estavam as intervenções na política
interna dos Estados indianos sob protetorado:

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a doutrina de preempção (doctrine of lapse), definida pelo governador-geral
Dalhousie, impunha a convalidação, pela autoridade britânica, dos sucessores
tradicionalmente adotados pelos dirigentes locais sem herdeiros do sexo masculino.
Na prática, a convalidação não era dada e os territórios eram anexados pelos
britânicos após a morte do dirigente, como nos casos de Satara (1848), Jhansi (1853) e
Nagpur (1854);
o título de peshwa (primeiro-ministro hereditário marata) foi recusado em 1853 a
Nana Sahib, filho adotivo do peshwa;
o imperador mogol Muhammad Bahadur Shah foi informado de que ele seria o último
de sua dinastia.
Os britânicos também proibiram o casamento de crianças e a tradição da sati (viúva que
se imolava na fogueira funerária de seu marido), além de perseguir os tugues
(adoradores de Cáli que roubavam e matavam suas vítimas por estrangulação).
Os indianos também começaram a acreditar - com alguma razão - que os britânicos
pretendiam convertê-los por bem ou por mal ao cristianismo. Por último, circulou uma
profecia de que o domínio da Companhia se encerraria ao término de 100 anos (ou seja,
em 1857).
Sipais
Os sipais (do híndi shipahi, "soldado") eram soldados indianos que serviam no exército
da Companhia Britânica das Índias Orientais, sob as ordens de oficiais britânicos. As
presidências de Bombaim, Madras e Bengala mantinham seus próprios exércitos - em
1857, contavam entre si cerca de 200 000 sipais, comparados aos cerca de 40 000
homens do exército britânico regular na Índia.
Os sipais estavam descontentes com certos aspectos da vida militar. Embora recebessem
um soldo baixo, eram obrigados a pagar pelo transporte de sua bagagem quando eram
deslocados para teatros de operações distantes. Outro problema era o recrutamento de
indianos de outras castas além da brâmane e da xátria. Ademais, em 1856, os sipais
foram deslocados por mar para operações na Birmânia - a viagem marítima resultava
em grande impureza para os membros das castas altas.
O motivo mais conhecido da rebelião foi o uso de gordura animal na fabricação
(impermeabilização) dos cartuchos do novo fuzil Lee-Enfield. Os sipais haviam sido
treinados para rasgar o cartucho com os dentes para inserir o conteúdo no fuzil; os
soldados hindus e muçulmanos suspeitavam que a gordura empregada era o sebo (de
boi, abominável para hindus) ou a banha (de porco, abominável para muçulmanos) e,
em 1857, recusaram-se a usar os novos cartuchos. Os britânicos passaram a fabricá-los
com cera de abelha ou óleo vegetal, mas os rumores continuaram.
Em 1857, ocorreram incidentes como um ataque de sipai contra um superior britânico e
a recusa em usar os cartuchos. A punição foi dura: o regimento onde ocorreu o ataque
foi dissolvido; e os sipais que recusaram os cartuchos foram condenados à execração
pública e a dez anos de trabalhos forçados.
A revolta
Soldados britânicos pilhando Qaisar Bagh Lucknow.
Em 10 de maio de 1857, o 11° regimento de cavalaria indígena do exército da Bengala,
acantonado em Meerut, se amotinou, exterminando todos os europeus (inclusive
mulheres e crianças) e os cristãos indianos, marchando em seguida para Délhi. Nesta
cidade, no dia seguinte, outros indianos juntam-se à rebelião, atacam o Forte Vermelho
e exigem que Bahadur Shah recupere o trono; este se deixa envolver e torna-se o chefe
declarado do levante. Os sipais massacram todos os europeus e cristãos em Délhi.
Por outro lado, os siques do Panjabe não desejavam a restauração de um Império
Mogol, assim como aos xiitas não interessava o renascimento de um Estado sunita. O
sul da Índia permaneceu fora do conflito.
Dois meses depois, tropas britânicas derrotaram o principal exército sipai nas cercanias
de Délhi e, com o auxílio de forças siques, pachtuns e gurkhas, sitiaram a cidade. Délhi
foi tomada pelos britânicos após semanas de combates de rua, Bahadur Shah foi preso e
seus filhos, executados.
Situação semelhante ocorreu em Kanpur, onde, com a aprovação tácita de Nana Sahib,
sipais revoltosos sitiaram os britânicos e depois os massacraram, apesar de ter-lhes
prometido salvo-conduto. As mulheres, capturadas, foram posteriormente executadas a
machadadas, um episódio que se tornou o grito de guerra britânico para o conflito.
Kanpur foi retomada, Nana Sahib escapou (provavelmente morreu tentando escapar da
Índia) e os sipais foram em sua maioria executados.
A revolta ocorreu também em outros lugares, como Awadh, Jhansi e Gwalior.
Conseqüências
Cipaios enforcados.
A revolta provocou o fim da administração local da Companhia Britânica das Índias
Orientais. Em agosto de 1858, a coroa britânica assumiu o governo da Índia, um
secretário de Estado foi designado para tratar de assuntos indianos e o vice-rei da Índia
passou a ser o chefe da administração local. A companhia foi abolida e os britânicos
procuraram integrar os governantes nativos na administração colonial.
O vice-rei terminou a política de anexações, decretou a tolerância religiosa e admitiu
indianos no serviço público. Bahadur Shah foi julgado e condenado ao exílio em
Rangum. A Rainha Vitória recebeu em 1877 o título de Imperatriz da Índia.
GUERRA DO ÓPIO
Na verdade, não foi uma guerra, mas duas - ambas travadas no século 19 na
China. Nesses conflitos, Grã-Bretanha e França se aliaram para obrigar a China a
permitir em seu território a venda de ópio, uma droga anestésica extraída da papoula
(veja como funciona o processo no infográfico abaixo). Para britânicos e franceses,
exportar ópio para a China era uma forma de compensar o prejuízo nas relações
comerciais com os chineses, que vendiam aos ocidentais mercadorias muito mais
valorizadas, como chá, porcelanas e sedas. Mas o governo de Pequim não via o trocatroca com bons olhos: a partir do século 18, o consumo da droga explodiu no país,
causando graves problemas sociais - nem um decreto imperial de 1796 conseguiu
deter a expansão do problema. A coisa pegou fogo de vez em 1839, quando o governo
chinês destruiu uma quantidade de ópio que estava na mão de mercadores britânicos
equivalente ao consumo de um ano. O governo da Grã-Bretanha reagiu enviando ao
Oriente navios de guerra e soldados, dando origem à primeira Guerra do Ópio. Mais
bem equipada, a tropa britânica venceu os chineses em 1842, obrigando-os a assinar
um tratado de abertura dos portos e de indenização pelo ópio destruído - mas o
comércio da droga continuava proibido. O negócio complicou de novo em 1856,
quando autoridades chinesas revistaram um barco britânico à procura de ópio
contrabandeado. Era a desculpa que a Grã-Bretanha precisava para declarar a Segunda
Guerra do Ópio, vencida novamente pelos ocidentais em 1857. Como preço pela
derrota, a China teve de engolir a legalização da importação de ópio para o país por
muito tempo: o uso e o comércio da droga em território chinês só foram banidos de
vez após a tomada do poder pelos comunistas, em 1949.
Ópios do ofício
Extraída da papoula, droga também dá origem à morfina e heroína
1. O ópio é uma droga extraída de um tipo específico de papoula, Papaver
somniferum. O local com maior concentração de seu princípio ativo é a cápsula que
abriga as sementes da planta e de onde sai a flor
2. Depois que caem as pétalas da flor, os cultivadores arranham a superfície da cápsula
com uma pequena faca, produzindo cortes verticais de pequena profundidade, por
onde escorre um líquido leitoso e esbranquiçado.
3. Em seguida essa seiva é exposta ao sol - em geral, de um dia para o outro. Com o
calor, o líquido muda de cor e consistência, virando uma massa amarronzada
grudenta, parecida com cera de ouvido. É o chamado ópio bruto
4. Geralmente, a droga é consumida em cachimbos aquecidos por indução - a chama
direta destrói os componentes responsáveis pelos efeito entorpecente da droga.
Outras vezes, o ópio bruto é seco e moído até virar pó para ser armazenado e vendido
5. Por meio de processos químicos, o ópio bruto pode ser processado para fabricar
outras drogas, como codeína (usada hoje como anestésico local por médicos e
dentistas), morfina e heroína
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